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Desta forma, considerando que a distinção entre indígenas “aldeados” e “não aldeados”,
bem como o fato de os indígenas residirem em contexto urbano, carrega viés
discriminatório e inconstitucional. Isto porque, não há na Constituição ou na legislação
ordinária, qualquer disposição que autorize a diferenciação entre indígenas com terras
demarcadas e não demarcadas, ou entre indígenas que vivam nas aldeias ou nos centros
urbanos, sobretudo para negar acesso ao direito à saúde diferenciada.
O fato de nós Borari sermos nativos de Alter do Chão, não nos torna menos indígena,
nossos antepassados estavam aqui antes do estado nação, antes da colonização, que trouxe
a cidade para nossa aldeia, inclusive o nome Alter do Chão. No entanto, ser indígena
aldeado não é está fora da “civilização”, que para nós indígena é um termo muito racista.
A “Lei do SUS” (Lei n.º 8.080/1990), com as alterações promovidas pela Lei n.º
9.836/1999, instituiu o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, cujas ações e serviços
de saúde são voltados para o atendimento dos povos indígenas em todo território nacional,
coletiva ou individualmente e que assim, os povos indígenas têm direito a uma política
de saúde diferenciada.
Em nível local cabe aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) e Polos Base –
órgãos superiores da estrutura SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), conforme
Portaria do Ministério da Saúde n.º 254/2002, a promoção de “ações especificas em
situações especiais”, a exemplo do combate a epidemias, surtos, dentre outras.
No entanto, nós indígenas de Alter do Chão fazemos parte do Polo Santarém e TODOS
OS INDÍGENAS VACINADOS NA ALDEIA DE ALTER DO CHÃO SÃO
DEVIDAMENTE CADASTRADOS no Sistema de Informação da Saúde Indígena –
SIASI, de competência do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá-Tocantins. Pois
trata-se de direitos constitucionais, direitos originários. Desinformados profanam
opiniões criminosas e contra esse tipo de pessoa, apresentamos a Lei.
Por fim, informamos que medidas judiciais estão sendo tomadas para reparação dos danos
causados ao nosso povo, pela propagação de opiniões travestidas de racismo, preconceito
e ódio. Ferindo direitos e desvalorizando a história e a cultura de uma população.
Cordialmente,