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Centro Universitário Leonardo Da Vinci

Curso Bacharelado em Serviço Social

Daniel Lopes Carvalho

SES 167

PROJETO DE INTERVENÇÃO:
(Fortalecer para enfrentar a situação de Rua dos trabalhadores)

PORTO ALEGRE
2015
2

DANIEL LOPES CARVALHO

TEMA DO PROJETO

Projeto de intervenção apresentado à disciplina de


Estágio II do Curso de Serviço Social do Centro
Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como
requisito parcial para avaliação.

Nome do Tutor Externo – Estelamaris de Barros Dihl


Nome do Supervisor de Campo – Joseane Monegotto

PORTO ALEGRE
2015
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 4
2 CONTEXTUALIZAÇÃO.......................................................................................................5
2.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................7
2.2 PROBLEMATIZAÇÃO.......................................................................................................8
3 OBJETIVOS....................................................................................................................... 10
3.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 10
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................10
4 PÚBLICO-ALVO................................................................................................................ 11
5 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS...............................................................................12
6 METAS............................................................................................................................... 15
7 AVALIAÇÃO E CONTROLE..............................................................................................16
8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES....................................................................................17
9 RECURSOS (VALORES APROXIMADOS).......................................................................17
9.1 GASTOS COM PESSOAL..............................................................................................17
9.2 GASTOS COM MATERIAL.............................................................................................17
9.3 GASTOS COM DESLOCAMENTO................................................................................17
9.4 ORÇAMENTO TOTAL....................................................................................................18
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO

Este trabalho se propõe em apresentar o projeto de intervenção no campo de estágio, este


se da como exigência do processo de formação incerido no estágio II do curso de bacharelado de
Serviço Social da Uniasselvi. Este projeto será implementado no Albergue Dias da Cruz,
administrado pelo Instituto Espírita Dias da Cruz, onde o estágio curricular ocorre. É através das
técnicas de observação, leitura de documentos, da análise crítica e o diário de campo que
possibilitou a elaboração deste projeto.
O projeto descreverá a instituição, sua dinâmica no cotidiano. Paralelamente abordaremos
a atuação do Serviço Social na compreensão da realidade que permeia a situação de rua dos
sujeitos trabalhadores com vinculo formal ou informal de emprego, descrevendo as justificativas
para a criação deste projeto e seus objetivos, tão logo expondo as metas e os resultados
esperados, isto através de metodologias e ações técnicas do serviço Social.
Como a orientação técnica e o referencial teórico dialético crítico, que sustenta a análise
destes dados, foi possível realizar este trabalho. A teoria dialética critica nos ajuda a interpretar os
fenômenos da realidade de forma articulada, estando em constante movimento e transformação.
Sendo assim, imprescindível para atuação do Assistente Social, pois evidenciam as contradições
presentes na tensão entre capital x trabalho, que permeiam toda a atuação e intervenção do
Serviço Social em um contexto de desigualdade social.
2 CONTEXTUALIZAÇÃO, JUSTIFICATIVA E PROBLEMATIZAÇÃO

2.1 Contextualização

O projeto de intervenção será executado no DAPS – Departamento de Assistência e


Promoção Social do Albergue Dias da cruz, sob a supervisão da assistente social do campo de
estágio. O albergue faz parte do Instituto Espírita Dias da Cruz, pessoa jurídica de direito privado
sem fins lucrativos, fundado em 27 de Janeiro de 1907 em Porto Alegre, sendo reorganizada sob
a denominação atual pela Assembléia Geral Extraordinária de 16 de Novembro de 1931.
O instituto é filantrópico religioso e trabalha no amparo e auxilio as pessoas em situação de
vulnerabilidade espiritual, social e econômica, tendo desde sua fundação a criação de quatro
departamentos:

- DAE: Departamento de Assistência Espiritual;


- DEIJ: Departamento da Infância e Juventude;
- DAFA: Departamento de Assuntos da Família;
- DAPS: Departamento de Assistência e Promoção Social.

Em 1931, foi inaugurado o Albergue Dias da Cruz, espaço destinado à albergagem noturna
de pessoas com vulnerabilidade econômica e social, prioritariamente de pessoas em situação de
rua, sempre contando com a ajuda de trabalho voluntário de simpatizantes religiosos que visam à
caridade como forma de salvação da alma.
O Albergue Faz parte da proteção especial de alta complexidade da Política nacional de
Assistência Social, é uma entidade conveniada com a FASC – Fundação de Assistência Social e
Cidadania, órgão gestor da Política de Assistência Social do Município de Porto Alegre. O
Albergue noturno que conta com uma Assistente Social, Dois estagiários de Serviço Social, um
médico voluntário e um Advogado.
Tem por missão promover a evolução moral, intelectual e material do ser humano, com
base na doutrina Espírita, desenvolvendo ações que contribuam para diminuir as situações de
miserabilidade, visando sempre a reinserção social. Sua visão é buscar ser referencia nacional
nas atividades de assistência e promoção social através da prática e difusão da doutrina Espírita.
Tem por valores a caridade, o respeito, a perseverança, a responsabilidade, a valorização
do trabalho voluntário e a valorização do ser humano através do seu tratamento integral.
Através dos acolhimentos e atendimentos, surgem demandas para o Instituto Espírita Dias
da Cruz através do Albergue, fazem parte dos assuntos do cotidiano dos usuários, que na sua
grande maioria estão envoltas à:
* Situação de rua;

* Usos e dependência de substâncias psicoativas;

* Vínculos Familiares Fragilizados ou Rompidos;

* Inexistência de bens materiais: residência, vestimentas;

* Cidadãos Egressos do Sistema Prisional;

* Trabalhadores que não possuem moradia fixa;

* Migrantes e imigrantes em busca de uma vida melhor na capital;

Através destas demandas, surgem demandas internas para o Serviço Social, que são elas:
* Sujeitos sem documentação;

* Sujeitos que buscam tratamento para a Dependência Química;

* Sujeitos com doença mental;

* Sujeitos que buscam cursos de capacitação e de trabalho;

* Sujeitos que buscam por familiares;

Segundo Souza (1995), “A clientela chega ao Serviço Social através de


uma organização institucional” (p.39), sendo assim, a organização se
coloca como intermediadora entre os bens e serviços procurados e a
população que os procura. E na organização, o Serviço Social é, em geral,
o serviço que informa, encaminha, estimula, anima e orienta a população
em função das exigências necessárias à aquisição desses bens e serviços.

A compreensão da realidade necessita percepção e identificações das demandas a partir


da rede de relações com o indivíduo, considerando que as demandas individuais se apresentam
não apenas pelas características de vida do indivíduo, mas de todo o complexo de suas múltiplas
relações sociais, as quais determinam o seu papel no cenário social, no coletivo.
2.2 Justificativa

Para a elaboração deste projeto de intervenção realizou-se um levantamento de dados nos


prontuários dos usuários atendidos pelo Serviço Social, ainda foi necessário acompanhar e
realizar atendimentos sob a observação da supervisora de campo, através destes, identificou-se
que grande parte das demandas surgem para o Serviço Social são de forma espontânea por parte
do usuário, usuário este que faz ser percebido que a real demanda do Albergue Dias da Cruz esta
vinculada à situação de Rua de trabalhadores com emprego formal ou informal.

Falar em população de Rua no Brasil, hoje é falar também de atraso


histórico. Descaso, ineficiência e até mesmo de ausência de Políticas
Publicas e de direitos de setores empobrecidos e oprimidos da sociedade
brasileira. (Rosa,2005,p38)

Entende-se que o processo de participação e conscientização critica são pressupostos


básicos para despertar o protagonismo e autonomia dos usuários para a luta e acesso a garantia
de direitos sociais e que desta forma desencadeiam outros processos como a informação e a
organização.
Observa-se que os usuários necessitam de informação a respeito das demandas que
perpassam seu cotidiano para então discuti-las no âmbito coletivo, entendo que a participação
neste espaço de debates implica em processo da construção critica e organização como forma de
enfrentamento a sua vulnerabilidade.

„O desenvolvimento da consciência crítica e a participação ativa e


consciente no espaço público, são considerados como rupturas moleculares
que demonstram o protagonismo social‟. (Luiz, 2005,p.141)

Desta forma o projeto cria uma maior aproximação do usuário com as atividades propostas
pelo Albergue e vinculação com os serviços da rede de Assistência Social do município, com o
intuito de promover sua inserção social a partir do acesso e garantia de seus direitos.
É importante salientar que todo o desenvolvimento das ações deste projeto será pautado
na fomentação do exercício da autonomia e protagonismo dos usuários do Albergue Dias da Cruz
na perspectiva de garantia de direitos, sendo papel deste estagiário assumir a condução inicial e
desencadeadora deste processo.

“Coloca-se aqui uma atribuição importante para o profissional: Descobrir


conjuntamente com a população, através de processos contínuos de
discussões e debates, os enfrentamentos específicos requeridos por cada
realidade de participação a ser trabalhada”. (Souza, Maria Luiza, 2000.p.86)
Através de acompanhamentos, observações e atendimentos aos usuários deste Albergue,
que são pessoas em situação de rua, foi possível identificar certa dificuldade no processo de
participação na perspectiva de garantia de direitos dos usuários do Albergue Dias da Cruz, tendo
em vista que os espaços e metodologia de atendimento do Serviço Social são individuais e em
curto espaço de tempo. São atendimentos que visam suprir as necessidades emergenciais dos
usuários, não sendo possível realizar longos acompanhamentos e nem planejar intervenções que
possam fortalecer o individuo perante a sociedade capitalista.
Com base na particularidade que envolve a população em situação de rua e a realidade
vivenciada no campo de estágio, entende-se que a intervenção deve ser pautada no
fortalecimento dos processos da participação e consciência crítica, tanto individual como coletivas.

“ A participação passa a ser questão social à medida que as próprias


contradições sociais desafiam o homem como ser criador e este toma
consciência da sua realidade social e assume posições de desafio e
enfrentamentos”. ( Souza, Maria Luiza, 2000.p.82)

Visando a participação, este projeto será realizado através da técnica de grupo e


atendimentos individuais. Ambos são espaços fomentadores de discussões a cerca das
demandas e questões sociais vivenciadas pelos usuários, contribuindo para a qualificação do
serviço e para o desenvolvimento da autonomia e do fortalecimento dos usuários, bem como a
garantia de seus direitos.

2.3 Problematização

O Albergue Noturno recebe todas as noites em média de cem pessoas que estão em
situação de rua e buscam em caráter de emergência suprir suas necessidades básicas, visto que
após acolhimento destes usuários os mesmo podem pernoitar por um período de quinze dias,
onde recebem apoio e são direcionados à reinserção social.
São diversos os fatores que condicionam e influenciam as pessoas em viver em situação
de rua, dentre eles, o fator histórico é a desigualdade social enraizada como principal
característica do sistema capitalista, fenômeno presente em nossa sociedade. O sujeito em
situação de rua carrega consigo a exclusão e a invisibilidade social, que são relacionadas
diretamente às expressões da questão social – entendida a partir de IAMAMOTO (1999, pg.27)
como um “conjunto de expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura”, que se
manifestam na vida destes usuários, dentre eles,
Pobreza, exclusão e subalternidade configuram-se, pois como indicadores
de uma forma inserção na vida social, de uma condição de classe e de
outras condições reiteradas da desigualdade (como gênero, etnia,
procedência e etc), expressando as relações vigentes na sociedade. São
produtos dessas relações que produzem de reproduzem a desigualdade no
plano social, politico, econômico e cultural, definindo para os pobres um
lugar na sociedade, um lugar onde são desqualificados por suas crenças,
seu modo de expressar-se e seu comportamento social, sinais de
“qualidades negativas” e indesejáveis 10 que lhe são conferidas por sua
procedência de classe, por sua condição social (YASZBEK, 2004, pg. 34).

Falar em população de rua significa falar de um grupo populacional heterogêneo,


caracterizado por sua situação de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade dos vínculos
familiares e pela falta de moradia convencional regular. São pessoas compelidas a habitar lugares
públicos, praças, ruas, cemitérios e etc, áreas degradadas como galpões, prédios abandonados,
ruínas. Ocasionalmente, utilizam abrigos e albergues para pernoitarem.

É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e


da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno
movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair e

deles fugir por que tecem a vida em sociedade (IAMAMOTO, 2012, p28).

O sistema econômico atual pode ser visualizado em todas as dimensões da sociedade, e a


cada dia, fomentam as expressões da questão social através do neoliberalismo e do
conservadorismo introduzido no Estado, nas indústrias e grandes empresas. Isso trás como
conseqüência a representação de um Estado mínimo, que transfere para a sociedade civil e
privada as responsabilidades da vida coletiva.
É notável que a dimensão sócio-familiar verifica-se a fragilização e precariedade das
relações familiares, de vizinhança e de comunidade, conduzindo o indivíduo ao isolamento e à
solidão. São percursos de distanciamento dos valores e das relações que estruturam o cotidiano e
trajetórias de dificuldades em conseguir mobilizar apoios frente a situações de fragilidade dos
vínculos econômicos ou políticos. As transformações da esfera produtiva e financeira
vulnerabilizam o âmbito familiar podendo inviabilizar os suportes, proteções e reconhecimentos
aos seus membros.
De acordo com Arendt (1989) apud Escorel (1999, p. 77):

A dimensão da cidadania se constitui através do primeiro direito que é o de


ter direito a ter direitos. Os cidadãos são indivíduos portadores de
interesses e direitos legítimos, são sujeitos com poder de agir e falar.
Considerando que os homens são diferentes entre si, diversos, plurais, por
características de natalidade e identidade (originalidade, singularidade), a
igualdade é um artefato para construção de um mundo comum. Igualdade é
portanto um conceito político que possibilita na esfera pública a expressão
das diferenças individuais.

Essas pessoas são levadas a morar na rua por uma condição imposta pela sociedade de
classes, organizada para defender a mercadoria e o mercado, e não a pessoa e a vida. A rua
passa a ser o espaço possível de sobrevivência, como lugar de trabalho e moradia.

3 OBJETIVOS

Os objetivos deste projeto se propõem no fortalecimento e na compreensão do trabalhador


em situação de Rua dos usuários do Albergue Dias da Cruz, visando garantia dos direitos e na
sua autonomia.

3.1 OBJETIVO GERAL

Fortalecer os processos de participação na perspectiva de garantia de direitos, através do


exercício da autonomia a fim de identificar os fenômenos que agravaram esta situação e pensar
estratégias de enfrentamento.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Sensibilizar e motivar o usuário quanto a importância da participação nos espaços da luta


pela garantia de direitos.

Ações:
• Realizar os acolhimentos e entrevistas individuais com os usuários revendo suas
necessidades.
• Realizar acompanhamentos semanais destes usuários a fim de conhecer a
totalidade deste usuário.
• Fortalecer e compreender o cotidiano do trabalhador em situação de Rua
fornecendo informações e encaminhamentos para suas dificuldades.
 Mapear a rede de serviços e de acessos para a população adulta em situação de rua, a fim
de ampliar seus conhecimentos dos locais onde possam acessar seus direitos básicos.

Ações:
• Criar espaços e formar grupos para troca de informação entre trabalhadores com
vinculo formal ou informal de emprego e em situação de Rua e equipe técnica.
• Realizar visitas e ou contatos telefônicos com técnicos dos locais de atendimento a
população em situação de Rua.
• Através de Folder ou panfletos fornecer ou esclarecer todos os serviços disponíveis
na rede de Assistência Social do Município visando à garantia de seus direitos.

 Criar espaços de reflexões para os trabalhadores na perspectiva de socializar e trocar


experiências de vida, referente o cotidiano e vivências dos usuários para proporcionar o
exercício da autonomia.

Ações:
• Proporcionar grupos ou rodas de conversas para troca de informações.
• Buscar junto à rede de Assistência Social do Município locais para a qualificação
profissional ou instituições de ensino para trabalhadores em situação de Rua.
• Informar e orientar os trabalhadores com vinculo informal de emprego e em
situação de rua referente os locais disponíveis para a realização de cursos
profissionalizantes, Escolas e locais agenciam empregos com vínculos em CTPS.

4 PÚBLICO-ALVO

Este projeto atenderá aos trabalhadores com emprego formal ou informal em situação de
rua que acessam o Albergue Dias da Cruz para pernoitarem.
5 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Acompanhar os trabalhadores em situação de rua no processo de reestruturação pessoal e


ou familiar, intensificando o processo de comprometimento e a responsabilidade perante suas
ações; primeiro porque a pessoa quando se vê desempregada provavelmente vai ter alguns
pensamentos pessimistas. Através disto, pode-se pensar em ações conforme os objetivos
específicos e agrupa-las para se ter uma visão mais simplificada das rotinas deste projeto.

Primeira Ação: Realizar os acolhimentos e entrevistas individuais com os usuários


revendo suas necessidades, e suas vontades de começar uma vida nova bem estruturada, a fim
de conhecer a totalidade deste usuário, fortalecer e compreender o cotidiano do trabalhador em
situação de Rua.

Segunda Ação: Criar espaços e formar grupos para troca de informação entre
trabalhadores com vinculo formal ou informal de emprego e em situação de Rua e equipe técnica
do Departamento de Assistência e Promoção Social do Albergue a fim de fornecer e ou esclarecer
todos os serviços disponíveis na rede de Assistência Social do Município visando a garantia de
seus direitos.

Terceira Ação: Através de grupos ou rodas de conversas, informar e orientar os


trabalhadores com vinculo informal de emprego e em situação de rua referente os locais
disponíveis para a realização de cursos profissionalizantes e ou encaminhamentos para agencias
que oferecem vagas de emprego.

Para a materialização dos objetivos propostos, abordaremos os procedimentos e ações a


serem desenvolvidas ao longo deste projeto, mas para isto é necessário:

“ A construção de uma metodologia que de conta de explicar o objeto e que


complete os movimentos do real. Para isso, é essencial que haja abertura
para a revisão metodológica e, mais do que isso, para a reconstrução da
caminhada, pautada no método escolhido, ou seja, em consonância com o
caminho”. ( Rocha, 2010,p.14)

Estas ações se expressam a partir da instrumentalidade utilizada no enfrentamento das


expressões da questão social identificadas no levantamento de demandas realizado no campo de
estágio.
Pensar em instrumentalidade na prática cotidiana do assistente social requer apreensão
das correlações de força existentes na instituição, devendo desenvolver ações estratégicas de
intervenção que respondam as necessidades e demandas dos usuários mediando com interesses
da instituição.
Através desta correlação de força e demandas que surgem dos usuários, que o
profissional deve ter o olhar na totalidade e compreender que algumas situações apresentam-se
subjetivamente em cada sujeito, não podendo ser descoladas do aspecto social, histórico, cultural
e econômico de cada sujeito, devendo assim ser analisada através da universalidade e
singularidade, para assim compreender as particularidades das situações (Pontes, 2002).
A definição do instrumental a ser utilizado, depende dos objetivos que se pretende
alcançar, porem, para tal é necessário conhecimento teórico embasado na realidade que se
pretende intervir.
“é por meio da instrumentalidade que os assistentes sociais modificam,
transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações
interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade
social: no nível do cotidiano”. (Guerra,2000,p.54)

O cotidiano deve ser compreendido como um espaço a ser explorado como “campo de
conhecimento”, onde o Assistente Social possa desenvolver suas ações, sob uma prática
pensada, com possibilidades da construção do “novo” e da apropriação de saberes.
Conforme descrito na problematização, a realidade do usuário no Albergue é considerada
dinâmica e passageira, devida o seu tempo de permanência na instituição, pensou-se na
necessidade de ampliar o atendimento individual e assim a criação de acompanhamento
sistematizado para os mesmos conforme as demandas que surgem.
Para materializar este projeto, onde se entende que é necessário ampliar o olhar das
demandas individuais para o pensar coletivo e que a participação nos espaços de debate são
fomentadores do exercício da autonomia e protagonismo para a organização do usuário frente à
luta de garantia de direitos, foram pensadas as seguintes estratégias: acolhimento e entrevistas
individuais; e grupos de conversas e debates.

Silva Júnior e Mascarenhas (2006) afirmam que o acolhimento pode ser


pensado a partir de três dimensões: como postura, como técnica e como
princípio de orientação de serviços.

Falando em Entrevista, pode-se dizer que o papel do profissional entrevistador é dado pela
instituição que o contrata – no momento da interação com o usuário, o Assistente Social fala em
nome da instituição. Ambos os sujeitos (Assistente Social e usuário) possuem objetivos com a
realização da entrevista – objetivos esses necessariamente diferentes. Mas o papel de
entrevistador que cabe ao Assistente Social coloca-lhe a tarefa de conduzir o diálogo, de
direcionar para os objetivos que se pretendem alcançar.
Desse modo, entrevistar é mais do que apenas “conversar”: requer um
rigoroso conhecimento teórico-metodológico, a fim de possibilitar um
planejamento sério da entrevista, bem como a busca por alcançar os
objetivos estabelecidos para sua realização. (Silva, 1995)

A partir dos atendimentos já realizados, existem assuntos que são pertinentes e


necessitam de ações que futuramente servirão para a intervenção e o debate coletivo. Entre eles,
destaca-se a rede de atendimento a população em situação de rua de Porto Alegre e a
necessidade de mapeá-la, o contato e o mapeamento com canais e instâncias de controle social,
tendo em vista a ampliação da participação dos usuários nestes espaços para politização e luta
pela garantia de direitos.
Em um segundo momento, serão realizados grupos de conversas e debates, estes
espaços serão criados no sentido de possibilitar momentos de reflexão e problematização a cerca
do cotidiano e posicionamento critico frente a realidade da população em situação de rua, com a
finalidade de que os mesmos possam “construir caminhos para acesso e usufruto de seus
direitos(civis, políticos e sociais) e interferir no rumo de sua sociedade”. (Mioto, 2009,p.501)
A ideia de grupo de conversa ou debates, é em função da relevância dada às estratégias
coletivas de intervenção que

Deve-se ao reconhecimento da efetividade da dinâmica grupal, da


possibilidade mais significativa de desenvolver processos sociais a partir de
identificações entre sujeitos que vivenciam situações similares, de fortalecer
alternativas de organização e enfrentamento conjunto, de possibilitar
processos de mútua ajuda, partilha de sofrimentos e estratégias de
superação, cooperação, solidariedade, veiculação de informações (Prates,
2003,p.3).

Pretende-se realizar estes grupos com frequência quinzenal e contando com a participação
de até Seis usuários, usuários que serão convidados a partir dos atendimentos individuais
realizados no momento anterior do projeto. O critério para adesão do tema a ser abordado nos
grupos ocorrerá de forma sistemática, onde elencados pela estratégia as demandas recorrentes
na fala dos atendimentos individuais que emergem o cotidiano dos usuários.
Todos os instrumentos utilizados estão correlacionados com o código de ética que
regulamenta a profissão do Serviço Social, onde um dos seus princípios é:

I- O reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas


políticas e ela inerentes – autonomia, emancipação e plena expansão dos
indivíduos sociais.

A fomentação pelo exercício da autonomia e protagonismo dos usuários está interligada


com a reflexão critica a partir dos relatos das situações vivenciadas durante os atendimentos
individuais – através da entrevista, entendendo que cada sujeito a partir da consciência critica tem
o poder de escolha para os enfrentamentos e direção a serem tomados, no sentido de

“contribuir para o fortalecimento de processo emancipatório, nos quais há a


formação de uma consciência critica dos sujeitos frente a apreensão e a
vivência da realidade, sendo ela, também facilitadora de processos
democráticos, garantidores de direitos e de relações horizontais entre
profissionais e usuários, ao mesmo tempo em que projeta a sua
emancipação e a transformação social”. (Lima apud Mioto, 2009,p.499).

6 METAS

Pretende-se Fortalecer os sujeitos para buscar novos horizontes incentivando os a ter um


plano de vida onde traçaremos as seguintes estratégias para o seu desenvolvimento tanto
profissional quanto familiar e ou pessoal, na busca sua autonomia.

• Metas em curto prazo.

- Busca do grupo para participação do projeto;


- Introduzir o trabalhador no projeto;
- Realizar os acolhimentos
- Início dos círculos de conversa;
- Identificar à rede de atendimento a pessoa em situação de rua.

• Metas em médio prazo.

- O participante esteja fortalecido e vá em busca de seus direitos básicos.


- O usuário acolhido pela rede de Assistência Social do Município.
-Ter participação de técnicos de outras instituições para incentivar o trabalhador em situação de
rua a sua reorganização diante a sociedade.

• Metas em longo prazo.

- Perceber melhorias nas relações sócias e profissionais do individuo.


- obter retorno da rede referente os encaminhamentos já realizados
- Ter o usuário fortalecido e garantida a sua autonomia, acabando assim sua institucionalização
junto aos Albergues e ou casas de passagens.
7 AVALIAÇÃO E CONTROLE

AÇÕES PRETENDIDAS MÉTODO DE CONTROLE MÉTODO DE AVALIAÇÃO


Realizar os acolhimentos Três atendimentos individuais Confecção de prontuário
e entrevistas individuais a fim de ou acolhimentos por semana. com dados pessoais e
fortalecer o sujeito e trabalhar depoimentos do usuário.
sua auto-estima. Ficha com nome, assinatura,
data, telefone para contato com
os usuários.
Criar Grupos ou roda de Duas dinâmicas de grupo por Depoimento dos usuários
conversa a fim de fornecer e ou Mês. que participaram dos
esclarecer todos os serviços grupos, com breve relatório
disponíveis na rede de Ficha com nome, assinatura, do tema em questão.
Assistência Social do Município data e com resumo do tema em
visando a garantia de seus debate. Verificar se houve acesso à
direitos. rede de Assistência Social
do Município.
Orientações e, ou Duas dinâmicas de grupo por Depoimento dos usuários
encaminhamentos para cursos Mês e dois atendimentos nos grupos e nos
de qualificação profissional ou individuais para cada atendimentos individuais
para vagas de emprego no participante. devidamente registrados
mercado de trabalho formal. em relatório.
Ficha com nome, assinatura,
data e com resumo do tema em Inclusão em cursos e
debate. procura de vagas no
mercado de trabalho formal.

Saída do usuário do
Albergue para moradia
Fixa, Própria ou Alugada.
8 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

2015 - 2016
Etapas
07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 05 06

Pesquisa bibliográfica/documental x x
Planejamento das atividades x x x x
Ações a serem executadas (reuniões,
oficinas, encontros, palestras, seminários x x x x
etc.)
Avaliação do estágio x x
Apresentação dos resultados da x x
intervenção
Avaliação e controle do projeto x x x x x x x x x x x x

9 RECURSOS (Valores aproximados)

9.1 GASTOS COM PESSOAL


QUANT. Recurso Humano HORAS/TRABALHO R$
01 Estagiária de Serviço Social 12hs Semanais 0
01 Assistente Social (Supervisora) 12hs Semanais- 0
Total -

9.2 GASTOS COM MATERIAL


QUANT. Recurso Material R$
1500 Folhas de Papel A4 50,00
05 Bloco de rascunho de 100 folhas 20,00
02 CDs 5,00
01 Cartucho de tinta para impressora 30,00
02 Caderno de 100 folhas 15,00
04 Lápis 5,00
04 Canetas 6,00
01 Borracha 0,50
Total 131,50

9.3 GASTOS COM DESLOCAMENTO


QUANT. RECURSO COM DESLOCAMENTO R$
100 Litros de Combustível 360,00
Total 360,00
9.4 ORÇAMENTO TOTAL

RECURSOS R$
Gastos com pessoal 0,00
Gastos com material 131,50
Gastos com deslocamento 360,00
Total 491,50
REFERÊNCIAS

Brasil. Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS. Tipificação Nacional de Serviços


Socioassistenciais. Resolução nº 109, de 11 de Novembro de 2009.

Conselho Federal do Serviço Social. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais.
Resolução nº 273 de 13 de Março de 1993

Encontro Nacional de População em Situação de Rua. Secretaria Nacional de Assistência Social.


Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Novembro de 2006

Estatuto de Regulamentação do Instituto Espírita Dias da Cruz. Porto Alegre, 1998.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: Trabalho e formação


profissional. – 23. Ed. – São Paulo, Cortez, 2012.

GUERRA, Yolanda. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo, Cortez, 2000.

Luiz, Danuta E. Cantoia. Rupturas Moleculares Emancipatórias: A Potencialidade da prática


profissional. 2005 .283p. – Tese – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo. 2005
Disponível em: http://ri.uepg.br:8080/riuepg/bitstrean/handle/123456789/470/tese_DanutasEstrufikaCantoiaLuiz.

Mioto, Maria Cecília. Orientação e acompanhamento social e indivíduos, grupos e famílias. In:
Serviço Social: Direitos Sociais e competências profissionais. – Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
790p

Prates, Jane. A questão dos instrumentais técnico-operativos numa perspectiva dialética critica de
inspiração Marxiana. In Revista texto e Contexto {On-line}.

YAZBEK, Maria Carmelita. As ambigüidades da Assistência Social brasileira após dez anos de
LOAS. São Paulo, Cortez, 2004.

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