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Jesus, em seu ministério, passou por todas estas fases também. Todo o
ministério começa com um ministro. Sem ministro, não há ministério. Na
missão de conquistar pessoas para o reino de Deus, o ministério se verá diante
de novos serviços a serem prestados, isto porque aqueles que estão sendo
conquistados hoje precisarão ser enviados amanhã para que haja a
continuidade da grande comissão. Assim, se começamos a pregar o evangelho
de maneira simples em uma casa, surgirão crianças, velhos, meninos,
senhoras, homens e jovens que, no começo, precisarão apenas de leite
espiritual. Mas com o tempo, novas necessidades exigem novos serviços. Os
discípulos se casam, geram filhos, ficam doentes, seus filhos ficam
adolescentes, e as mulheres assumem tarefas domésticas cada vez mais
complexas. O que faz com que a igreja supra estes discípulos com um serviço
para as suas crianças e adolescentes; suprindo reuniões de oração para estas
mulheres; suprindo reuniões especificas para estes jovens; suprindo os
velhinhos com ministérios que os permitam trabalhar para o seu Senhor, mas
agora num ritmo adequado às suas idades. Já não será mais tão simples
discipular. Uma coisa é discipular doze pessoas que estão constantemente
com você, o tempo todo. Com esse número reduzido, surge a intimidade, e
com a intimidade, a liberdade para fazer perguntas, para almoçar junto.
Quando os doze estão juntos, tudo é mais fácil, pois eles se conhecem.
Discipular não é mesmo algo que se faça entre multidões, mas sim no
aconchego de todos os dias. Jesus discipulou com perfeição, mas apenas
doze. Ao terminar seu ministério terreno, Jesus o faz numa ceia, com os doze.
Ali Jesus dá as instruções finais àqueles que iriam continuar a missão. Há
poucos anos surgiu um movimento na história da igreja que quis implementar
como modelo e regra de discipulado este numero de discípulos de Jesus. Foi
intitulado de G12 esse movimento, cujo objetivo era trazer à igreja um
reconhecimento de que muitos não estavam mais sendo discipulados por
causa das multidões que estavam sendo conquistadas. Este movimento
preferiu então fazer com que cada crente fosse um discipulador de doze
pessoas. Essa passou a ser a regra nas igrejas que entravam neste
movimento. Era necessário investir em mais discipulado para que os discípulos
pudessem ser enviados para a missão com muito mais preparo. Muitas igrejas
assim o fizeram. Mas tal regra de numero de discípulos, e uma certa exigência
para que isto acontecesse, parece não ter sido levado em conta que nem todos
QUEREM discipular ninguém. E se o fizerem apenas como um dever ou meta a
ser cumprida, gerarão apenas números, e não discípulos de Cristo. É mesmo
necessário aprender com história. E essa história nos ensina que discipulado
não se faz com tempo pré-determinado; que não é tarefa para todos, embora
todos devam fazer, nem todos QUEREM fazer. A menos que um discipulado
aconteça na vivência diária em uma comunidade de não-salvos (e não num
seminário); em tempo integral e ininterrupto (e não eventualmente); diante de
um discipulador marcado pela unção e pelo caráter irrepreensível; e gerado
pela pedagogia do aprender fazendo e não pelo vendo fazer; então um
discipulado pode levar muitos anos. Por isso, muitos se recusam a enxergar
essa realidade. Não se faz um discipulador em pouco tempo a não ser que seja
nos moldes como Jesus o fez. No ritmo atual das coisas, todos sabem que
nossa realidade tem sido um pouco diferente. Somos pessoas que nos
encontramos apenas alguns dias na semana; que ainda temos os nossos
“barcos de pesca” para cuidar, pois estes ainda não foram renunciados. E entre
barcos de pesca e discipulado, ficam aí enormes vazios de comunhão, de
leitura bíblica, de oração. E isto muitas vezes causados pelo desânimo, pelo
envolvimento com o pecado, pelo esfriamento da fé, pela luta e provação. De
certa forma, o impasse ainda permanece. Precisamos continuar a missão. Esta
não se faz sem a formação de novos discípulos. A urgência da missão não
pode significar uma negligência na formação discipular. A opção pela
excelência no discipulado pode levá-lo a um tempo maior. Aqueles que assim
optarem, podem cair na armadilha de perderem o foco na razão de tudo isso. O
tempo não é bom amigo da visão. É mais fácil esquecer-se de um propósito
quando o tempo de preparo é muito longo. A igreja dos nossos dias precisa
decidir o que fazer com a grande comissão dada por Jesus. Não podemos
fingir que não sabemos que prestaremos contas disso.
Que o Senhor envie trabalhadores para a sua ceara, pois esta ainda
está branca para a colheita, e será preciso muita gente para ajuntar o que
muita, mas muita gente mesmo, tem espalhado.