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“O planeta Terra não suporta o ritmo de exploração ao qual está submetido pelos
modelos de produção e de consumo e sua lógica de crescimento. Os recursos
naturais são limitados, e sua exploração, excessiva.
Há dados confiáveis sobre a diminuição da biodiversidade e sobre a mudança
climática. O gestão dos resíduos se complicou demasiadamente. Não se pode
exportar o modelo de desenvolvimento ocidental aos países pobres porque
ficariam maltratados os frágeis equilíbrios da biosfera.
Sem mudanças substanciais no funcionamento das sociedades industriais,
a humanidade ficará condenada a uma fratura permanente entre os que se
servem da natureza e os que ficam excluídos dela.
Com os atuais ritmos de depredação do planeta, condena-se as futuras
gerações à precariedade.
Os políticos dos países “desenvolvidos” dissimulam a gravidade destes
problemas. Não lhes agrada ter que propor medidas impopulares. Mas os
países “avançados” deverão mudar muito e garantir uma boa qualidade de
vida através de outros modelos de produção e de consumo.
A Igreja, em coerência com sua teologia da Criação, poderia contribuir para
despertar as consciências sobre a necessidade de cuidar do planeta no qual
vivemos e no qual terão que poder viver as gerações futuras. Faz-se
necessário destacar as dimensões cósmicas das promessas de salvação e
as tradições espirituais que, como a franciscana e a inaciana, optaram
claramente pelo amor a todos os seres viventes e à natureza.
No contexto da globalização tecnológica e econômica, a Igreja deveria
promover a defesa da diversidade. No mundo atual, todas as realidades
humanas, culturais e sociais não integradas nas redes da globalização,
caem na pobreza e na marginalização: os imigrantes que não formam parte
da economia globalizada; os “infopobres”, em relação com as novas
tecnologias da comunicação e da informação; os falantes de línguas
minoritárias, e as comunidades humanas que cultivam valores diferentes
dos promovidos pelos poderes globais.
Os processos de globalização destroem a diversidade da biosfera e a diversidade
cultural. A Igreja poderia contribuir para a proteção da biodiversidade e da
diversidade humana, ser um exemplo de respeito para com a diversidade das
comunidades católicas e apoiar aos que lutam por uma globalização alternativa
compatível com a diversidade.
Nesta luta, as comunidades católicas poderiam dar voz, dignidade e
esperança aos mais fracos.
Aquele que é desprezado pelos atuais arquitetos da globalização pode ser
lugar de manifestação da glória de Deus. A natureza tem que ser cuidada
com atitudes amorosas, especialmente em seus setores mais vulneráveis.
As culturas humanas tem direito a viver e a ter futuro, mesmo que não
contem muito aos olhos da atual globalização. Todo ser vivente possui,
para muitas tradições religiosas, riquezas enigmáticas, cujo valor só se
descobre nos processos de iluminação espiritual”.
(Felix Martí, Decadencia o renacimiento del catolicismo – Selecciones de
teologia, 167 (2003)