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Apontamentos de
Mecânica dos Solos 2
Apontamentos de
Mecânica dos Solos 2
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Consiste em representar os valores de q (carga aplicada), corresponde aos raios dos círculos
de Mohr para cada ensaio; e p, corresponde ao centro do círculo de Mohr.
σ1+ σ 3
p=
2
σ1−σ 3
q=
2
Onde: σ1 – maior tensão principal
σ3 – menor tensão principal
Na prática, o uso do sistema p-q corresponde a representar para cada estado de tensão o
ponto da circunferência de Mohr em que t é mais elevado. A linha que une os diversos pontos
representativos dos estados de tensão associados a determinado carregamento designa-se por
trajectória de tensões.
Para os vários materiais da engenharia tem sido propostos “critérios de ruptura”, que exprimem
em termos de tensão ou de extensão, os parâmetros que condicionam a ruptura do material.
O critério de Rankine exprime que a ruptura é condicionada pela máxima tensão principal. O
critério de St. Venant diz que a ruptura é determinada pela máxima extensão principal. O
critério de Tresca atribui a ruptura à máxima tensão tangencial. O critério de Mohr – Coulomb
diz que a ruptura se dá quando numa família de facetas a tensão atinge uma inclinação crítica
(f), com a normal à faceta.
.
A ruptura dá-se quando a tensão tangencial atinge o valor sn tgf, de forma que:
τ = σ n ⋅ tgϕ
Para argilas saturadas quando sujeitas a solicitações rápidas e para argilas de coesão muito
elevada, o critério de Tresca ajusta-se melhor à descrição dos fenómenos de ruptura.
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σ1+ σ 3
centro =
2
Onde:
s3 – tensão principal mínima
s1 – tensão principal máxima
No ponto D incide uma tensão total (s), com componente normal (sn), e componente
tangencial (t). A tensão total faz um ângulo f, com a faceta representada por D.
Tendo um solo, no qual se vai incrementando carga as suas tensões principais num dado
ponto no interior do maciço, vão aumentando, até atingirem a tensão de ruptura, valor na qual,
o material entra em ruptura.
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- O critério de ruptura de Mohr – Coulomb diz que um material entra em ruptura num ponto,
quando numa faceta passando por esse ponto, a tensão atinge uma determinada obliquidade
em relação à normal respectiva. Não é a grandeza da tensão que determina a ruptura mas sim
a sua obliquidade. A ruptura obtém-se por se ter atingido uma certa relação entre a
componente tangencial e a componente normal da tensão.
Esta teoria refere-se mais a materiais cuja resistência é essencialmente devida a fenómenos
de atrito que se desenvolvem no seu interior.
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O critério de ruptura de Tresca postula que um material entra em ruptura num ponto passando
numa faceta ou conjunto de facetas passando por esse ponto, se atinge um dado valor da
tensão tangencial. Neste caso já não é a grandeza de uma das componentes da tensão que
ocasiona a ruptura. Um material que obedeça a este critério de ruptura é puramente coesivo, e
não possui atrito interno.
As areias e os solos granulares obedecem bem à condição de Mohr – Coulomb, com coesão
nula. As argilas podem obedecer consoante as condições em que é aplicada a solicitação por
corte, à condição de Tresca ou de Mohr – Coulomb (com coesão nula).
LEONARDS define a resistência ao corte, como sendo a “tensão de corte sobre o plano de
ruptura”, no momento da ruptura.
Considera-se ângulo de atrito interno de um solo, o ângulo que as partículas fazem entre si
devido às forças de atrito.
A coesão resulta da pressão capilar da água contida nos solos. Pode também ser devida às
forças electroquímicas de atracção das partículas de argila.
As amostras usadas para estes ensaios ou são indeformadas ou então sendo deformadas,
devem reproduzir as condições que se pretendem alcançar em obra.
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Nos ensaios lentos ou com drenagem as tensões s3 e s1 são aplicadas lentamente e com a
válvula aberta, para dissipar constantemente a tensão neutra.
Nos ensaios rápidos ou sem drenagem, as tensões s3 e s1 são aplicadas rapidamente e com
a válvula fechada.
Nos ensaios com pré consolidação, a tensão s3 é aplicada lentamente e a tensão s1 aplicada
rapidamente.
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a) Ensaio triaxial: Permite o controle das tensões totais, tensões efectivas, tensões
neutras e deformações durante o cisalhamento.
- Ensaio consolidado, não drenado (CU): são conhecidos por ensaios rápidos;
- Ensaio consolidado drenado (CD): A drenagem é permanente (ocorre sempre drenagem). A
tensão neutra é sempre nula. Não se geram excessos de tensão neutra.
Desta forma, as tensões totais, são iguais às tensões efectivas. Este ensaio é considerado um
ensaio lento.
- Deformação horizontal;
- Deformação vertical;
- Força cizalhante aplicada;
Este ensaio tem vantagens em areias, e quando conhecemos o plano onde ocorre a ruptura. O
plano de ruptura é previamente definido.
A ruptura é progressiva, ocorre inicialmente no bordo da caixa e avança para o centro. Não há
controle da drenagem.
2) Ensaios de Campo:
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Dilatância:
Propriedade dos solos em exibir deformações volumétricas quando solicitados por corte. A
dilatância é positiva se v ↑, e negativa se v ↓.
No caso de solos compactados, sob a acção do corte, aumentam de volume. Pelo contrário,
solos com pouca coesão sofrem uma diminuição de volume.
O índice de vazios crítico corresponde ao índice de vazios último ou residual, que permanece
após uma grande deformação dos solos.
Índice de vazios para a resistência residual última: Índice de vazios para o qual se anula as
variações volumétricas durante o corte (dilatância nula). Nesta situação, o solo está no estado
crítico.
É o ângulo de atrito que o solo exibe quando possui um índice de vazios crítico. Esta é uma
característica do solo, que depende apenas da respectiva curva granulométrica.
Ocorre sob a acção dos sismos. Certas areias perdem nessa situação, temporariamente a
resistência ao corte.
Num sismo (solicitações rápidas) por diminuição de volume, irá ocorrer um aumento das
tensões neutras (µ), até que estas igualem as tensões totais ( µ=σ ).
Quando esta situação ocorre, as tensões efectivas anulam-se (σ´=0), e a resistência ao corte
do solo é nula, podendo ocorrer liquefacção do solo.
Se uma areia nestas condições for solicitada por corte tende a diminuir de volume. Se ela
estiver saturada, a acção do sismo provoca uma diminuição de volume, e um aumento das
pressões neutras (pressão da água).
Se a pressão da água igualar as tensões totais desse solo, as tensões efectivas resistentes
das partículas anulam-se e o solo fluidifica, comportando-se como um líquido.
Este fenómeno ocorre se acontecer um sismo com área de acção extensa, de forma rápida e
com sentido a variar rapidamente. Se a solicitação sísmica for muito rápida e muito localizada,
os excessos de tensão neutra rapidamente se dissipam. Após a ocorrência do sismo, as
partículas do solo tem tendência a reagruparem-se com uma compacidade maior do que
anteriormente ao sismo.
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A figura seguinte indica um esquema simplificado devido a ISHIHARA (1985), que ilustra este
fenómeno.
Figura 7 – Esquema simplificado para explicar a liquefacção: (a) antes da liquefacção, (b)
durante a liquefacção, (c) após a liquefacção.
A liquefacção tem ou pode ter efeitos catastróficos em qualquer estrutura fundada sobre o
maciço em que ocorre a acção sísmica.
(8) (9)
(10) (11)
Figuras – Colapso de diversas estruturas devido à acção sísmica: (8) Derrube estrutural de um
edifício de estacionamento automóvel; (9) Escorregamento de terras numa rodovia; (10)
Ruptura de pilares de um edifício; (11) Ruptura parcial de um viaduto de uma rodovia.
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Argilas:
- CK0D: ensaio de compressão com consolidação sob estado de tensão em repouso, e corte
drenado;
- CK0U: ensaio de compressão com consolidação sob estado de tensão em repouso e corte
não drenado;
Exibem um comportamento mais dúctil, mais elástico. Possuem uma tendência para expulsar a
água do provete de amostra, o que implica uma diminuição do volume do solo, logo uma
diminuição do teor em água (W).
(12) (13)
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Figura 15 – Exemplo de muro de suporte de terras construído em betão armado que apoia o
tabuleiro de um viaduto.
Estado activo:
O solo empurra a estrutura (a estrutura afasta-se). A tensão horizontal vai diminuindo, logo o
solo vai aliviar (descomprimir).
No limite continua a haver deslocamentos mas a tensão horizontal não diminui mais.
O solo entra mais rapidamente em ruptura no caso activo, que no caso passivo. Quando ele
está em descompressão (caso activo) e empurra o muro de suporte, fica com menos
resistência que no caso passivo.
Uma das funções deste solo, é preencher o espaço vazio, e ser permeável de modo a conduzir
a água e a passar para o exterior, para eliminar o impulso que a água provoca no muro.
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É a maior tensão de corte (CU) mobilizável no solo. Este é um parâmetro obtido através de
ensaios triaxiais não drenados em argilas.
Estes coeficientes são utilizados para o dimensionamento de muros de suporte, sob acções
sísmicas. Resultam do desenvolvimento das teorias de MONONOBE – OKABE, e pressupõem
a utilização de factores adimensionais chamados de coeficientes sísmicos, que representam a
razão da componente respectiva da aceleração sísmica, pela aceleração da gravidade.
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