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Condições de Processo num Trocador de


Calor

Tah Wun Song


(EPUSP-E.E. Mauá)

1. Introdução
Um trocador de calor é um equipamento onde ocorre uma troca térmica entre
dois fluidos, normalmente separados por uma parede. Há diversos tipos
construtivos, dentre os quais, um dos mais usados industrialmente é o de feixe
tubular, constituído por um conjunto de tubos envolto por um casco. Um dos
fluidos circula no interior dos tubos e o outro fluido escoa no lado externo. No
presente artigo, serão apresentadas algumas considerações a respeito das
condições de processo nesse trocador de calor.

As variáveis envolvidas são muitas e quase sempre interdependentes. O


engenheiro que vai projetar um trocador de calor novo ou avaliar o
desempenho de um trocador já em operação precisa conhecer bem essas
variáveis. Muito desse conhecimento depende do bom senso e da experiência
profissional. As considerações a seguir visam identificar os problemas mais
freqüentes e formular algumas soluções razoáveis. O importante é não se
esquecer de que os problemas são interrelacionados e a solução de um pode
ser conflitante com a do outro. Portanto, o engenheiro deve sempre guardar
uma visão "globalizante" na análise de casos e propor soluções que
contemplem todos os aspectos envolvidos. As principais varáveis de processo
num equipamento de troca térmica são as seguintes.

2. Natureza e Características dos Fluidos


A natureza dos fluidos que circulam num trocador de calor constitui um fator
fundamental no seu estudo.

É óbvio que há diferença notória num processo se o fluido em questão é ácido


sulfúrico (produto extremamente corrosivo), ou leite (produto alimentício), ou
sulfeto de carbono (produto muito tóxico) ou vapor d'água (fluido com
coeficiente de troca térmica muito elevado).

As propriedades físicas de maior interesse na troca térmica são a


condutibilidade térmica, a densidade, a viscosidade e o calor específico. Elas
influem, juntamente com algumas variáveis geométricas e de operação,
decisivamente no desempenho de um trocador de calor. Vale lembrar que os
valores dessas propriedades variam em função da temperatura que, por sua
vez, se altera ao longo de um trocador de calor. Na maioria das vezes, é
aceitável como simplificação que se adotem os valores das propriedades à
temperatura média entre a entrada e a saída.

Além das propriedades físicas citadas, é preciso ter em conta características


como a corrosividade, a toxidez, a periculosidade, a inflamabilidade. Para
esses casos, a garantia de que não exista vazamento do fluido deve ser maior.
Os cuidados para a detecção de um eventual vazamento devem ser
redobrados, assim como as providências posteriores devem ser imediatas e de
preferência automaticamente acionadas. Imagine o desastre numa fábrica se,
num resfriador, o ácido sulfúrico fura um dos tubos e contamina a água de
resfriamento do lado do casco, sabendo que o circuito da água de resfriamento
é integrado a outras unidades e se trata de um circuito fechado: vai ocorrer
uma verdadeira proliferação do "vírus da acidez" pelo "corpo" da fábrica toda.

3. Temperaturas de Operação

As temperaturas de entrada e saída de um fluido num trocador de calor,


chamadas de temperaturas terminais (nos extremos do trocador), dependem
das exigências do processo. Elas, portanto, são em geral especificadas e vão
determinar o valor do potencial térmico (a força motriz térmica) para
promover a troca térmica. É importante especificar, além do valor nominal
desejado, qual a faixa de tolerância dentro da qual o valor pode flutuar sem
prejuízos ao processo, o que se reflete diretamente nos aspectos de operação,
instrumentação e controle do processo.
Por outro lado, se os valores das temperaturas terminais (ou os valores das
diferenças entre elas) forem muito elevados, devem ser seguidas
recomendações sobre o assunto: por exemplo, o uso de materiais de
construção mais nobres, uso de juntas de expansão etc.

4. Pressões de Operação
Como o trocador de calor é sempre um equipamento inserido numa unidade
de processo, as pressões dos fluidos também dependem do resto do sistema.

Em alguns casos, porém, as pressões são ditadas pelas exigências específicas


do processo de troca térmica. Por exemplo, para possibilitar a condensação de
certos fluidos, a pressão de operação tem que ser alta, se se quer usar água
como fluido de resfriamento. Ou então, no caso de um trocador de calor de
placas, a pressão de operação não pode ser muito elevada, pela dificuldade de
prover uma resistência mecânica estrutural às placas e às vedações entre elas.

Para as situações em que as pressões são muito elevadas, deve-se consultar


normas específicas a respeito. A espessura da parede deve ser naturalmente
maior e sistemas de segurança adequados precisam ser previstos.

Um outro aspecto sobre a pressão diz respeito à contaminação dos fluidos


num acidente de ruptura dos tubos. Se, por motivos de processo ou de
segurança, é preferível que o fluido A seja contaminado pelo fluido B e não
vice-versa, como o caso do resfriamento do ácido sulfúrico (fluido A) por
água (fluido B), então opera-se com uma pressão maior no lado do fluido B do
que a do A. Assim, quando ocorre um vazamento pelos tubos, o fluido B, que
tem pressão maior, passa para o lado do fluido A e não o oposto. Mas é
importante lembrar que num trocador de calor há uma queda de pressão (a ser
visto no item 6) entre a entrada e a saída e, para aproveitar o fato acima, a
pressão de saída do B (a mínima do B no trocador) tem que ser maior que a
pressão de entrada do fluido A (a máxima do A no trocador).

5. Velocidade de Escoamento
A velocidade de escoamento influi em quatro aspectos fundamentais: a
eficiência de troca térmica, a perda de carga, a erosão e o depósito de sujeira.

Quanto maior a velocidade de escoamento num trocador de calor, maior a


intensidade de turbulência criada e melhor deve ser o coeficiente de transporte
de energia. Conseqüentemente, a área do trocador necessária para uma dada
carga térmica será menor. Nesse aspecto, é desejável que a velocidade de
escoamento seja alta.
Mas essa turbulência intensa também implica num atrito maior e uma perda de
carga maior, podendo até ultrapassar valores máximos admissíveis (a ser visto
no item 6). Nesse aspecto, não é desejável uma velocidade de escoamento
exagerada.

Então, há um compromisso entre melhorar a eficiência de troca térmica sem


acarretar uma perda de carga excessiva. A busca desse compromisso constitui
um dos principais objetivos no projeto de um trocador de calor.

Além desses dois pontos, a velocidade de escoamento está ligada à erosão e ao


depósito de sólidos (item 7). Uma velocidade muito pequena pode favorecer o
depósito de sujeira e a dificuldade da sua remoçao. Por outro lado, uma
velocidade exageradamente alta pode acarretar uma erosão intensa; se o fluido
é corrosivo ou contém sólidos em suspensão, o efeito será mais danoso ainda.
Então, de novo, a velocidade de escoamento não pode ser nem muito alta nem
muito baixa.

Há, na literatura, faixas de valores práticos, recomendados para velocidade de


escoamento num trocador de calor:

Fluido Velocidade Recomendada (m/s)


Gases e vapores 25 a 30
Líquidos com viscosidade < 50 cP 1a3
Líquidos c/ viscosidade entre 50 e 1000 cP 0,5 a 2
Líquidos com viscosidade > 1000 cP 0,2 a 1
Água de resfriamento nos tubos 1 a 2,5

Os valores acima devem ser tomados como orientativos: dependendo do caso específico, pode-se justifcar
a adoção de valores diferentes.

6. Perda de Carga Admissível


A queda de pressão (ou mais precisamente a variação de energia expressa em
altura manométrica) entre a entrada e a saída é conhecida como a perda de
carga num trocador de calor. Para cada fluido num dado processo, é estipulado
um valor de perda de carga máximo ou perda de carga admissível, por várias
razões.

Uma perda de carga excessiva representa um consumo operacional de energia


elevado, devendo portanto ser evitada. Além disso, não se deve esquecer que o
trocador de calor é sempre um equipamento componente de uma unidade de
processo. O fluido que sai dele, em muitas vezes, vai ainda passar por
tubulações e outros equipamentos a jusante, com suas respectivas perdas de
carga; portanto na saída do trocador de calor, o fluido precisa ter ainda uma
pressão suficiente para vencer as perdas subseqüentes.
Conforme já destacado quando se tratou da velocidade de escoamento, a perda
de carga está intimamente associada a esta variável. Na literatura, há faixas de
valores usuais para perdas de carga admissíveis:

Fluido Perda de Carga Admissível (psi)


Gases e vapores em operações a pressões
2 a 10
altas ou intermediárias
Gases e vapores em operações a pressões
0,3 a 2
próximas à atmosférica ou sob vácuo
Líquidos 10 a 25

Reiteramos a ressalva de que se tratam de valores orientativos.

Um aspecto muito importante que, às vezes, pode ser esquecido é o seguinte.


Para um trocador de calor em geral, deve-se trabalhar com um valor de perda
de carga o mais próximo possível do admissível. Por exemplo, não é
interessante operar um trocador de calor com perda de carga de 3 psi, se a
admissível é de 10 psi. Isso se deve exatamente ao que já foi exposto
anterirormente: quanto maior a intensidade de turbulência, melhor o
desempenho de troca térmica. Então, para um trocador de calor, deve-se
usufruir de toda a dissipação de energia por atrito prevista, sem contudo
ultrapassar o valor admissível.

7. Fator de Sujeira
O depósito de materiais indesejáveis na superfície de um trocador de calor
aumenta a resistência à transferência de energia, diminuindo a eficiência de
troca térmica e pode obstruir a passagem do fluido, aumentando a sua perda
de carga.

Um dos modos adotados na prática para saber o grau de depósito num


trocador de calor em operação é acompanhar, ao longo do tempo de uso, as
temperaturas e as pressões terminais do trocador. À medida que o depósito
aumenta, a eficiência de troca térmica cai (observado através das
temperaturas) e a diferença de pressões cresce.

O processo de formação do depósito é em geral complexo. Pode ser devido à


sedimentação, à polimerização, à cristalização, ao coqueamento, à corrosão,
ou a causas de natureza orgânica (como algas). Esses mecanismos podem
ocorrer independente ou paralelamente.

A taxa de depósito é afetada pelas condicões de processo do trocador tais


como a natureza dos fluidos, a velocidade de escoamento, as temperaturas dos
fluidos, a temperatura na parede, o material de construção do equipamento, o
grau de acabamento da superfície como a rugosidade ou tipo de revestimento
interno.

Para facilitar a quantificação desse efeito que conforme visto é complicado,


costuma-se usar um parâmetro definido como fator de incrustação ou fator de
sujeira ("fouling factor"). Dimensionalmente é o inverso do coeficiente de
transporte de energia por convecção. Logo, quanto maior o fator de
incrustação, maior o depósito, maior a resistência à troca térmica.

Faixas de valores típicos desse fator podem ser encontrados na literatura para
diversos casos de operação comuns.

Esses valores são interessantes e úteis porque servem de orientação geral. Mas
como o depósito é um processo complexo, depende de uma série de variáveis
e portanto difícil de ser previsto, os valores típicos da literatura devem ser
usados com muita reserva e cuidado, pois nunca vão refletir a realidade
específica de um processo. Os valores mais confiáveis são os obtidos
experimentalmente para um dado caso particular.

O fator de incrustação deve ser considerado a priori num projeto de trocador


de calor, pois a área de troca térmica calculada deve ser suficiente para as
necessidades do processo quando o trocador está novo (limpo) e quando está
em operação há algum tempo (já com sujeira). Como o valor desse fator é
difícil de ser previsto, essa deficiência constituirá uma das causas principais
da imprecisão no projeto de um trocador de calor. A experiência profissional
nesse aspecto será fundamental.

8. Localização dos Fluidos


Para um trocador de calor do tipo casco-tubos, uma das decisões importantes a
ser tomada no início do projeto é definir qual dos fluidos deve circular pelo
lado interno (feixe tubular) e qual pelo lado externo (casco). Uma localização
mal feita implica num projeto não otimizado e numa operação com problemas
freqüentes.

Os aspectos básicos levados em consideração referem-se à limpeza do


equipamento, à manutenção, a problemas decorrentes de vazamento e à
eficiência de troca térmica.

Muitos dos fatores que influem nesses aspectos já foram abordados


anteriormente.

Para decidir a localização dos fluidos, deve-se considerar:

(a) Fluido com maior tendência de incrustação:


A velocidade de escoamento pelo lado dos tubos (escoamento em trecho reto
ou em U) é mais uniforme e mais fácil de ser controlada.

Por outro lado no casco, devido aos desvios, a velocidade não é regular em
todo o trajeto; pode haver regiões no casco com velocidades bem pequenas ou
até zonas mortas.

Como a velocidade de escoamento influi no depósito, conforme visto,


recomenda-se circular o fluido mais sujo (com maior fator de incrustação) no
lado dos tubos.

Além disso a limpeza mecânica e química é bem mais fácil pelos tubos. No
casco, a limpeza mecânica às vezes é impraticável e a limpeza química pode
ser não tão eficiente pela existência de zonas de baixa turbulência.

Vale lembrar que a água de resfriamento é um dos fluidos industriais com alto
fator de sujeira e portanto, de modo geral, circula preferencialmente pelos
tubos.

Mesmo para a água de resfriamento tratada, cujo fator de sujeira já não é tão
elevado, recomenda-se em geral a sua circulação pelos tubos.

(b) Fluido corrosivo:

É melhor circular o fluido corrosivo no lado dos tubos. Pois, assim, "só se
corrói" o tubo, que pode ser protegido com uso de material de construção mais
resistente ou até ser revestido internamente, se for o caso. O material de
construção e o grau de acabamento do casco poderão então ser diferentes e
mais brandos.

(c) Fluido com temperatura ou pressão muito elevadas:

Para serviços de alta temperatura ou alta pressão, os cuidados com o material


de construção e vedação têm que ser maiores. Portanto, pelo mesmo motivo
anterior, é preferível circular o fluido nessas condições no lado dos tubos.

Vale ressaltar que o critério exposto não implica em que o fluido com maior
temperatura ou maior pressão do que o outro necessariamente deve ser locado
nos tubos. Mas se o valor da temperatura ou da pressão for significativamente
apreciável, requerendo material de construção especial ou outros cuidados
especiais, então esse fluido merece uma preferência de circular pelos tubos.

(d) Fluido com menor velocidade de escoamento:

Uma velocidade baixa de escoamento prejudica a troca térmica.


Devido à possibilidade de colocação conveniente de chicanas transversais, é
mais fácil provocar uma turbulência intensa no casco do que no lado dos
tubos. Logo, mesmo que a vazão de escoamento seja baixa, há um recurso
construtivo (chicana) para incrementar a troca térmica no lado do casco.

Então, quando a diferença entre as vazões é significativa, em geral é mais


econômico circular o fluido de menor vazão no lado do casco e o de maior
vazão no lado dos tubos.

(e) Fluido mais viscoso:

Um fluido com alta viscosidade também dificulta a troca térmica. Assim pelo
mesmo motivo do item anterior, circula-se o fluido mais viscoso no lado do
casco onde é mais fácil intensificar a turbulência. Mas se a diferença de
viscosidades entre os dois fluidos for pequena (por exemplo, a de um fluido é
de 0,5 cP e do outro 1 cP), nesse caso, torna-se indiferente a sua locação
quanto ao critério de viscosidade.

(f) Fluidos letais e tóxicos:

Para operação desses fluidos, por motivos de segurança, a vedação é


fundamental.

A estanqueidade é mais simples de ser garantida no lado dos tubos, usando um


espelho (chapa onde estão consolidados os tubos) duplo por exemplo. Então
os fluidos periculosos devem circular preferencialmente pelo lado dos tubos.

(g) Fluido com diferença entre as temperaturas terminais muito elevada:

Se a diferença entre as temperatuas de entrada e saída for muito alta (maior


que 150oC) e se houver mais de uma passagem pelo lado dos tubos,
recomenda-se circular esse fluido pelo casco. Esse procedimento minimiza
problemas construtivos causados pela expansão térmica.

Em muitos casos, podem ocorrer situações conflitantes, de acordo com as


recomendações prescritas acima. Por exemplo, um dos fluidos é muito
incrustante e o outro escoa sob temperatura muito elevada; segundo os
critérios mencionados, os dois fluidos deveriam circular pelo lado dos tubos.

Uma prioridade que serve de orientação é dada pela seguinte relação onde o
fluido de posição anterior é em geral alocado nos tubos:

Água de resfriamento;

Fluido corrosivo ou fluido com alta tendência de incrustação;


Fluido menos viscoso;

Fluido de temperatura e pressão elevadas;

Fluido de maior vazão.


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Trocador de Calor de Casco e Tubos

Trocador de Calor casco e tubos com um passe no casco e um passe nos tubos
(Contracorrente).
Trocador de Calor casco e tubos
a - Um passe no casco e dois passes nos tubos.
b - Dois passes no casco e quatro passes nos tubos.

Feixe tubular com tubos espiralados (alto rendimento térmico)

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O COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA
DE CALOR

Este coeficiente se define em termos da resistência térmica total


à transferência de calor entre os dois fluidos. Durante a operação
normal de um trocador de calor, as superfícies ficam sujeitas a
incrustações de impureza dos fluidos , à formação de ferrugem e
a outras reações entre os materiais do fluido e das paredes,
aumentando assim a resistência à transferência de calor entre os
fluidos, influindo assim, neste coeficiente. As aletas, por
aumentarem a área superficial diminuem a resistência a
transferência convectiva de calor, influindo assim no coeficiente
global de transferência de calor. Estes dois efeitos podem ser
incluídos nos cálculos deste coeficiente através da formula:

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