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Resumo
O artigo tem a proposta de analisar os conceitos-chave relativos à Educação em Saúde e Educação
na Saúde, bem como elucidar variantes importantes que estão relacionadas aos conceitos.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE:
O MS tem por definição que a Educação em Saúde é a construção de conhecimentos em saúde que
visa elevar a autonomia das pessoas, o que propicia que o cidadão seja participativo no processo de
promoção e proteção de seu cuidado e também da coletividade. A prática desse conceito envolve três
pilares principais, os profissionais da saúde que devem valorizar a prevenção e promoção, a necessidade
da população em adquirir conhecimentos básicos para se tornar sujeito no processo e gestores que apoiem
essas práticas. Além disso, se tratando do processo político pedagógico da questão, suscitar um
pensamento crítico e reflexivo dos atores também leva a uma transformação social capaz de reformular os
arcaicos pensamentos médicos sobre a cura.
Educação e Saúde: Esse termo ainda é muito usado como sinônimo de Educação em Saúde,
porém ele reflete a separação dos termos. Isso sugere que a partir de métodos pedagógicos se
transformaria o comportamento dos pacientes e geraria conhecimentos científicos capazes de intervir
sobre os problemas de saúde da população.
Educação para a Saúde: Esse termo implica numa concepção mais verticalizada dos métodos e
práticas educativas. Isso sugere que profissionais da saúde tenham obrigações de ensinar uma população
totalmente ignorante para que ela possa ter condições e hábitos saudáveis, no intuito de melhorar a saúde
individual e coletiva,
Educação Popular em Saúde: Reflete um movimento histórico de mudanças, o qual foi suscitado
a partir de profissionais da saúde que tiveram a visão que a medicina precisava mudar para garantir o
acesso integral à saúde. Esse termo foi estruturado por meio da percepção de como o sujeito se
comportava em seu espaço comunitário, o que dá espaço para saberes populares e análise crítica da
realidade. Para isso, é necessário que diferentes organizações se juntem no intuito de dar voz a
participação social.
EDUCAÇÃO NA SAÚDE:
Comentário pessoal
O artigo foi útil para entender e discernir alguns conceitos que são alvos de muita confusão que,
por mais que sejam esteticamente parecidos, possuem valor semântico muito diferentes. Assim como os
demais fichamentos da matéria, esse também evoca um leitura para conscientização do profissional da
saúde em relação sua capacidade de proporcionar, junto com toda equipe, um atendimento completo, que
coloca o paciente em lugar singular no tratamento e em sua proteção. Também é interessante a análise
feita das variantes que podem modular a relação do sistema de saúde com a sociedade. Como exemplo,
pode-se destacar que para efetivar o conceito de Educação na Saúde é necessário vários agentes, como a
parceria de organizações com o Estado, a capacitação dos gestores e a vontade dos profissionais em
realizar medidas que oportunizem o tratamento de forma mais abrangente e integral. Infelizmente os
termos expostos no artigo não são aplicados em todos os centros de saúde, seja por falta de incentivo ou
pela dificuldade de alguns profissionais em se adaptarem aos novos métodos de cuidado. Na mesma linha
de raciocínio, para um médico que se sente infeliz com seu trabalho e não busca se aprimorar, é muito
mais fácil para ele ficar apenas em seu consultório receitando do que procurar entender o contexto social
do paciente, o que caracteriza um atendimento sem o qualquer vínculo ou preocupação pela parte médica.
Para finalizar, cabe pontuar que os termos estudados possuem um papel fundamental na ESF, que
está em constante interação com os processos de viver da comunidade, ou seja, das reais necessidades de
saúde das pessoas, projetando dessa forma possibilidades para transformações significativas na qualidade
de vida, por ser uma grande ferramenta de transformação, oportunizando a produção de novos acordos
coletivos no trabalho e na comunidade, ampliando horizontes para participação social, para a
democratização do saber e para a cidadania.
Referencia bibliográfica:
Stotz EM. Enfoques sobre educação e saúde. In: Valla VV, Stotz EM, organizadores. Participação
popular, educação e saúde: teoria e prática. Rio de Janeiro: Relume-Dumará; 1993. p. 11-22.
[ Links ]
Gomes LB, Merhy EE. Compreenderndo a educação popular em saúde: um estudo na literatura
brasileira. Cad Saude Publica 2011; 27(1):7-18. [ Links ]