Sei sulla pagina 1di 23

BREVE

HISTÓRIA
DA
FOTOGRAFIA
www.ggili.com.br

Ian Haydn Smith GG


Título original: The Short Story of Dados Internacionais de Catalogação
Photography. Publicado originalmente por na Publicação (CIP)
Lawrence King Publishing Ltd em 2017 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Projeto gráfico: John Round Design Smith, Ian Haydn


Breve história da fotografia : um guia
Tradução: Edson Furmankiewicz de bolso dos principais gêneros, obras,
Preparação: Maria Luisa Abreu Lima de Paz temas e técnicas / Ian Haydn Smith ;
Revisão de texto: Grace Mosquera Clemente [tradução Edson Furmankiewicz]. --
São Paulo : Gustavo Gili, 2018.

Qualquer forma de reprodução, distribuição, Título original: The short story of


comunicação pública ou transformação photography.
desta obra só pode ser realizada com a ISBN 978-85-8452-113-5
autorização expressa de seus titulares, salvo
exceção prevista pela lei. Caso seja necessário 1. Fotografia 2. Fotografia - História I.
reproduzir algum trecho desta obra, seja Título.
por meio de fotocópia, digitalização ou
transcrição, entrar em contato com a Editora. 17-09777 CDD-770.9

A Editora não se pronuncia, expressa ou Índices para catálogo sistemático:


implicitamente, a respeito da acuidade 1. Fotografia : História 770.9
das informações contidas neste livro e não
assume qualquer responsabilidade legal em
caso de erros ou omissões.

Os direitos do autor Ian Haydn Smith para


esta obra foram registrados de acordo com o
Copyright, Design and Patent Act de 1988.

© Mark Fletcher, 2018


© da tradução: Edson Furmankiewicz
para a edição em português:
© Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2018

Impresso na China
www.ggili.com.br

ISBN: 978-85-8452-113-5
Depósito legal: B. 26547-2017

Editorial Gustavo Gili, SL


Via Laietana 47, 2º, 08003 Barcelona, Espanha. Tel. (34) 933228161

Editora G. Gili, Ltda


Av. José Maria de Faria, 470, Sala 103, Lapa de Baixo,
CEP: 05038-190, São Paulo-SP, Brasil. Tel. (+55) (11) 3611-2443
BREVE
HISTÓRIA
DA
FOTOGRAFIA
Um guia de bolso
para os principais gêneros,
obras, temas e técnicas
www.ggili.com.br

GG
®
Ian Haydn Smith
Sumário 56
58
Beatrice, Julia Margaret Cameron
Os catadores de lixo da praia de
Whitby, Frank Meadow Sutcliffe
6 Introdução 60 A terceira classe, Alfred Stieglitz
9 Como usar este livro
62 A entrada da pirâmide de Miquerinos,
GÊNEROS Friedrich Adolf Paneth
12 Monocromático 64 Mecânico e bomba a vapor, Lewis Hine
13 Pictorialismo 66 O violino de Ingres, Man Ray
14 Fotografia pura 68 Retrato de mãe, Alexander Rodchenko
15 Retrato 70 O garfo, André Kertész
16 Paisagem 72 Mergulhadores, George Hoyningen-
17 Fotografia de rua -Huene
18 Cor 74 Pimentão (nº 30), Edward Weston
19 Nu 76 Amantes em um café parisiense, Brassaï
20 Natureza-morta
78 Nova York, vista noturna, Berenice
21 Autorretrato
22 Abstração Abbott
23 Vanguarda 80 Mãe migrante, Nipomo, Califórnia,
24 Guerra Dorothea Lange
25 Propaganda 82 Lavatório no corredor da casa dos
26 Etnografia Burroughs, condado de Hale, Alabama,
27 Fotojornalismo Walker Evans
28 Documentário 84 Fotograma, Lázló Moholy-Nagy
29 Humanismo 86 Matador de policial, Weegee
30 Ciência 90 Linhas de transmissão no deserto de
31 Arte
Mojave, Ansel Adams
32 Glamour
33 Pop 92 Soldados americanos desembarcando
34 Sociedade na praia de Omaha, Dia D,
35 Topografia Normandia, França, 6 de junho de
36 Moda 1944, Robert Capa
37 Campanha publicitária 94 A libertação de Buchenwald, Margaret
38 Paparazzi Bourke-White
39 Conceitual 96 O beijo no Hôtel de Ville, Robert
40 Encenada Doisneau
41 Performance 98 Desfile, Hoboken, Nova Jersey, Robert
www.ggili.com.br

42 Arte contemporânea
Frank
43 O selfie
100 Estados Unidos, Califórnia, Elliott
AS OBRAS Erwitt
1 02 Os reis de Hollywood, Slim Aarons
46 Vista da janela em Le Gras, Nicéphore 104 Che Guevara, Alberto Korda
Niépce 106 Malcolm X, Eve Arnold
48 Autorretrato, Nadar 108 Jack Ruby assassinando Lee Harvey
50 Natureza-morta com frutas e Oswald, Robert H. Jackson
decantador, Roger Fenton 1 10 Nascer da Terra, William Anders
52 A colheita da morte, Timothy H. 114 Algiers, Louisiana, William Eggleston
O’Sullivan 116 Phan Th.i Kim Phúc, Nick Ut
118 Tarde de domingo ensolarada, Whitby, 174 O momento decisivo
Inglaterra, Ian Berry 175 Tecnologia
1 20 Autorretrato travestido, Andy Warhol 176 Modernidade
122 Sem título nº 96, Cindy Sherman 177 Textura
124 Cookie em Tin Pan Alley, Nan Goldin 178 Gênero
126 New Brighton, Inglaterra, Martin Parr 179 Idade
180 Poder
130 Cristo imerso em urina, Andres
181 Crime
Serrano 182 Família
1 32 Louvre 1, Paris, 1989, Thomas Struth 183 Vernáculo
134 Lutz & Alex sentados nas árvores, 184 Esporte
Wolfgang Tillmans 185 Música
136 Trabalho pela paz mundial da série 186 Cultura jovem
Cartazes que dizem o que você quer 187 Apropriação
que eles digam e não Cartazes que
dizem o que alguém quer que você TÉCNICAS
diga, Gillian Wearing 190 Câmera escura
191 Daguerreótipo
138 Hilton Head Island, SC, EUA, 24 de
192 Calótipo
junho de 1992, Rineke Dijkstra 193 Cianotipia
140 Mar Báltico, Rügen, Hiroshi 194 Colódio úmido
Sugimoto 195 Papel albuminado
1 42 Rondó de flor, Nobuyoshi Araki 196 Prata coloidal
144 O homem caindo, Richard Drew 197 Platinotipia
146 Viaduto, Jeff Wall 198 Colorização manual
148 Por baixo das rosas, Gregory 199 Cor
Crewdson 200 Dupla exposição
1 50 Amazon, Andreas Gursky 201 Fotograma
202 Luz artificial
152 Deserto de sal nº 13, Edward
203 Fotografia aérea
Burtynsky 204 Corte
205 Solarização
TEMAS 206 Fotografia de alta velocidade
156 Clima 207 Kodachrome
157 Arquitetura 208 SLR
158 Beleza 209 Longa exposição
159 Amor 210 Fotografia com flash
160 Religião 211 Polaroid
161 Movimento
www.ggili.com.br

212 Fotomontagem
162 O surreal 213 Manipulação fotográfica
163 Natureza 214 Foco suave
164 Animais 215 Fotografia digital
165 Morte
166 Iconografia 216 Índice
167 Celebridade 223 Museus
168 Paisagem urbana 224 Créditos das imagens
169 Consumismo
170 Classe
171 Pobreza
172 Política
173 Pessoas
6

Introdução
HENRI CARTIER-BRESSON: “É UMA ILUSÃO PENSAR QUE AS FOTOS SÃO FEITAS COM A
CÂMERA... ELAS SÃO FEITAS COM OS OLHOS, O CORAÇÃO E A MENTE.”
A fotografia pode ser um espelho do mundo ou se aprofundar,
explorando a complexidade da psicologia e das emoções huma-
nas. Pode capturar um momento fugaz ou marcar a passagem
lenta do tempo. Ao longo de sua existência de quase 200 anos,
desenvolveu-se mais rápido do que qualquer outra arte visual.
As primeiras câmeras apareceram em um momento de grande
mudança industrial. Algumas pessoas abraçaram a fotografia
como um complemento para as belas-artes, enquanto outras a
consideravam uma ferramenta para capturar a realidade da vida
cotidiana. Mas os dois grupos a viram como uma disciplina sé-
ria que exigia tempo e atenção. Essa fragmentação precoce das
abordagens tornou-se múltipla no início do século xx, quando
vários movimentos artísticos e de design abraçaram a fotografia,
fazendo experiências com a forma e a técnica. O potencial co-
mercial do meio também foi reconhecido, primeiro na venda de
jornais, depois nos mundos incipientes da moda e publicidade.
Essas várias arenas muitas vezes se cruzaram, já que alguns fo-
tógrafos financiaram seu trabalho pessoal por meio de projetos
comerciais, e fotógrafos comerciais ou fotojornalistas viram sua
obra reconhecida como arte.
Este livro apresenta uma breve história da fotografia, des-
tacando os gêneros e estilos mais significativos no desenvolvi-
mento desse meio. Ele traça os desenvolvimentos tecnológicos
que testemunharam a transformação da câmera escura inicial
na moderna SLR digital. E destaca 50 obras-chave, desde o pic-
torialismo e o fotojornalismo até a abstração e o movimento da
straight photography (fotografia pura), que tiveram um impacto
indelével sobre o curso que a fotografia tomou. Não é um histó-
rico exaustivo, mas destaca a importância da fotografia na com-
preensão do mundo que nos rodeia.
www.ggili.com.br

Gêneros
ROBERT CAPA: “SE SUAS FOTOS NÃO ESTÃO BOAS O SUFICIEN-
TE, É PORQUE VOCÊ AINDA NÃO ESTÁ PERTO O SUFICIENTE.”
Nenhum estilo ou movimento específico dominou completa-
mente a história da fotografia. Nos primeiros anos, houve uma
divisão significativa entre os interessados em representar com
precisão o mundo ao seu redor e os fotógrafos interessados em
abraçar os princípios estéticos das belas-artes. Os movimentos
subsequentes geralmente enalteciam uma dessas posições ou se
INTRODUÇÃO 7

contrapunham a elas. À medida que os estilos mudaram, muitos


fotógrafos associados a um movimento específico mudaram seu
foco, como evidenciado pelo trabalho de Alfred Stieglitz, que,
como Henry Peach Robinson, foi um dos pioneiros do pictoria-
lismo, mas depois se distanciou dele, abraçando a abstração e um
modo modernista de representação e expressão fotográfica.
Esse capítulo não se concentra apenas nas abordagens esté-
ticas da prática fotográfica, mas também marca o desenvolvi-
mento ideológico e comercial do meio –, do fotojornalismo, da
fotografia paparazzi e da propaganda à publicidade, moda e po-
lítica. Ele acompanha os avanços na ciência e na natureza, bem
como a mudança do tema e do estilo na arte do retrato, desde o
trabalho pioneiro de Nadar no final do século xix até o apareci-
mento do selfie.

As obras
EVE ARNOLD: “O QUE TENTEI FAZER FOI ENVOLVER AS PESSOAS
QUE ESTAVA FOTOGRAFANDO... SE ESTIVESSEM DISPOSTAS A SE
MOSTRAR, EU ESTAVA DISPONÍVEL PARA FOTOGRAFÁ-LAS.”
Entre as trilhões de fotos tiradas desde a fotografia de Nicépho-
re Niépce pela janela da casa de sua família em 1826, algumas
imagens se destacam como marcos importantes no desenvol-
vimento da fotografia e como representantes de movimentos,
estilos, épocas ou momentos específicos. Essas imagens variam
do inovador ao icônico. Algumas, como o retrato de Che Gue-
vara feito por Alberto Korda (1960), Jack Ruby assassinando Lee
Harvey Oswald (1963) de Robert H. Jackson e O homem caindo
de Richard Drew (2001), foram feitas no calor da hora. Outras,
como Natureza-morta com frutas e decantador de Roger Fenton
(1860), Pimentão (nº 30) (1930) de Edward Weston e Por baixo
das rosas (2014) de Gregory Crewdson foram meticulosamente
elaboradas. Esse capítulo traça o desenvolvimento do retrato
desde o Autorretrato (c.1855) de Nadar e Beatrice (1866) de Julia
www.ggili.com.br

Margaret Cameron até o Autorretrato travestido (1981) de Andy


Warhol e Hilton Head Island, SC, EUA, 24 de junho de 1992 (1992)
de Rineke Dijkstra, e destaca o papel que certas fotografias têm
desempenhado em um contexto cultural, social ou político.
A importância estética e cultural dessas fotografias é discu-
tida juntamente com as biografias dos fotógrafos, demonstran-
do a importância de cada uma na história relativamente curta
desse meio.
8 INTRODUÇÃO

Temas
NAN GOLDIN: “PARA MIM, FOTOGRAFAR NÃO É ALGO QUE FAÇO
COM DISTANCIAMENTO. É UMA MANEIRA DE TOCAR ALGUÉM –
UMA CARÍCIA.”
Os temas muitas vezes abrangem uma variedade de gêneros ao
longo da história da fotografia, destacando as diferentes aborda-
gens tomadas pelos fotógrafos, mas atravessando os diversos esti-
los de um determinado período. Eles nos ajudam a compreender
como a inovação e o desenvolvimento tecnológico ajudaram o
meio e como mudaram as atitudes em relação a determinados
assuntos. Fornecem um registro da maneira como percebemos a
nós mesmos e ao mundo que nos rodeia, tanto ambientes natu-
rais como urbanos.

Técnicas
ALFRED STIEGLITZ: “ONDE QUER QUE HAJA LUZ, PODE-SE
FOTOGRAFAR.”
Embora a função de uma câmera permaneça a mesma, existe um
vasto oceano entre os primeiros equipamentos fotográficos e a
complexidade técnica das câmeras de hoje. Esse capítulo mos-
tra o desenvolvimento da câmera, das primeiras encarnações e
principais componentes até sua crescente portabilidade e uso
sofisticado da luz, e o surgimento da tecnologia que não só gra-
va uma imagem, mas também pode manipulá-la a ponto de se
tornar irreconhecível. Ele destaca o papel individual dos fotó-
grafos e técnicos no desenvolvimento de certos elementos, desde
a fotografia em preto e branco e a colorida até os mecanismos do
obturador e o aparecimento dos dispositivos de carga acoplada.
Cada item remete aos principais gêneros, obras e temas aborda-
dos anteriormente, destacando o rico histórico do meio.
www.ggili.com.br
9

Como usar este livro


Este livro está dividido em quatro capítulos: fotógrafos consagrados. As referências no
Gêneros, Obras, Temas e Técnicas. Cada ca- rodapé de cada página direcionam o leitor
pítulo pode ser lido independentemente dos de um capítulo para outro, enquanto os blo-
outros. A parte central do livro – Obras – cos de informações incluem fatos marcantes
apresenta 50 imagens de destaque feitas por ou biografias.

Principais artistas

Fatos marcantes

Referências a temas
e técnicas

Artista, método, dimensões e local Data da obra

Informações gerais
sobre o artista
www.ggili.com.br

Outras obras importantes do artista Referências a movimentos,


temas e técnicas
www.ggili.com.br
GÊNEROS
MONOCROMÁTICO 12 • PICTORIALISMO 13 • FOTOGRAFIA PURA 14 • RETRATO 15 •
PAISAGEM 16 • FOTOGRAFIA DE RUA 17 • COR 18 • NU 19 • NATUREZA-MORTA 20 •
AUTORRETRATO 21 • ABSTRAÇÃO 22 • VANGUARDA 23 • GUERRA 24 • PROPAGANDA 25
• ETNOGRAFIA 26 • FOTOJORNALISMO 27 • DOCUMENTÁRIO 28 • HUMANISMO 29 •
CIÊNCIA 30 • ARTE 31 • GLAMOUR 32 • POP 33 • SOCIEDADE 34 • TOPOGRAFIA 35
• MODA 36 • CAMPANHA PUBLICITÁRIA 37 • PAPARAZZI 38 • CONCEITUAL 39 •
ENCENADA 40 • PERFORMANCE 41 • ARTE CONTEMPORÂNEA 42 • O SELFIE 43
www.ggili.com.br
12 GÊNEROS

Monocromático
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: NICÉPHORE NIÉPCE • ALFRED STIEGLITZ • EDWARD WESTON
DOROTHEA LANGE • WEEGEE • SEBASTIÃO SALGADO

Caracterizado por tons de uma única cor, branco convencional tornou-se a regra, com
“monocromático” geralmente significa pre- a proliferação de jornais estabelecendo-o
to e branco, que dominava o uso sério do como representação confiável da realidade.
meio fotográfico até a cor começar a atrair A fotografia séria, desde o fotojornalis-
atenção crítica nos anos 1970. mo e os trabalhos documentais até obras
O fato de só conseguirem capturar o com inclinações mais artísticas, ignorava
mundo em preto e branco não constituiu os avanços em filme colorido em sua maior
um obstáculo para o público fascinado pelas parte. Com o tempo, as revistas começaram
primeiras fotografias. O tom de uma ima- a usar cor, mas a notícia “real” permane-
gem diferia em cada processo, do daguerreó- ceu em preto e branco. Somente na déca-
tipo ao calótipo (ver pp.191 e 192), enquanto da de 1970, com o trabalho de fotógrafos
a cianotipia apresentava uma tonalidade como William Eggleston e Joel Meyerowitz
azul (p.193), e a platinotipia (p.197), como (n.1938) é que a crítica estabelecida aceitou
esse retrato de Aubrey Beardsley feito por a cor como equivalente ao monocromático.
Frederick H. Evans (1853-1943), adiciona-
va brilho. No início do século xx, o preto e

FATOS RELEVANTES
Uma pequena variação no preto e branco
convencional foi obtida no século xx com o
processo de colorização, que era comumente
produzido por meio do uso de papéis de impressão
tingidos. Utilizava-se uma única cor, visível nas
áreas claras e nos meios-tons de uma imagem
revelada. Papéis albuminados em tons sutis de
rosa e azul surgiram a partir da década de 1870, e
o malva ou rosa estaria disponível em papéis para
cópia em prata coloidal uma década mais tarde.
www.ggili.com.br

Portrait of Aubrey Beardsley, Frederick


H. Evans, 1894, cópia em prata
coloidal, 14,9 × 10,8 cm, The J. Paul
Getty Museum, Los Angeles

VISTA DA JANELA EM LE GRAS p.46 A TERCEIRA CLASSE p.60 FOTOGRAMA p.84 MATADOR
DE POLICIAL p.86 O MOMENTO DECISIVO p.174 DAGUERREÓTIPO p.191 CALÓTIPO p.192
GÊNEROS 13

Pictorialismo
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: HENRY PEACH ROBINSON • FRANK MEADOW SUTCLIFFE
ALFRED STIEGLITZ • EDWARD STEICHEN • PAUL STRAND • CLARENCE H. WHITE

Quando o trabalho
do dia está feito,
Henry Peach
Robinson, 1877,
cópia em papel
albuminado e prata,
56 x 74,5 cm, The J.
Paul Getty Museum,
Los Angeles

O movimento pictorialista marcou um afas- Robinson, Frank Meadow Sutcliffe, Alfred


tamento do documental em direção a uma Stieglitz, Fred Holland Day (1864-1933),
disciplina em que as fotografias visam atin- Heinrich Kühn (1866-1944), Clarence H.
gir a qualidade estética da pintura. White (1871-1925) e Edward Steichen (1879-
O movimento, que abrangeu aproxima- 1973). Uma abordagem artística havia sido
damente os anos de 1880 a 1910, teve sua adotada por fotógrafos anteriores, como Ju-
perspectiva teórica delineada no livro Pic- lia Margaret Cameron, mas os grupos pic-
torial Effect in Photography (1869). O autor, torialistas e secessionistas foram o primeiro
www.ggili.com.br

Henry Peach Robinson (1830-1901), sugeria movimento coerente a defender a expressão


que, se um fotógrafo fosse um artista ge- pessoal do meio.
nuíno, a visão do mundo capturada por ele
possuiria mais verdade que qualquer fac-sí-
mile documental. Robinson tolerava o uso FATOS RELEVANTES
de efeitos ou truques para alcançar essa vi- Alfred Stieglitz desempenhou um papel significativo
no movimento pictorialista dos Estados Unidos.
são. Essa rebelião contra o dogma da maio-
Em 1902, ele supervisionou a criação da Photo-
ria das sociedades de fotografia resultou em Secession e trabalhou diretamente com Edward
uma série de secessões por parte desses fotó- Steichen para promovê-la. Entretanto, mais tarde
grafos artistas, que incluíam em suas fileiras se afastaria do movimento.

BEATRICE p.56 OS CATADORES DE LIXO DA PRAIA DE WHITBY p.58 CLIMA p.156 BELEZA p.158
PLATINOTIPIA p.197
14 GÊNEROS

Fotografia pura
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: ALFRED STIEGLITZ • PAUL STRAND • ANSEL ADAMS
EDWARD WESTON • WILLARD VAN DYKE • IMOGEN CUNNINGHAM

Olhando para o lago em


direção às montanhas, “Fim de
tarde, Lago McDonald, Glacier
National Park”, Montana, Ansel
Adams, 1941-1942, Arquivo
Nacional, Washington D.C.

A imagem mais antiga existente é um exem- York (1921) e, mais tarde, Rodas (1939), de
plo da fotografia pura, termo que assumiu Charles Sheeler (1883-1965). Na Califórnia,
um significado maior quando foi adotado por Edward Weston e outros fundaram o Grupo
um grupo que reagiu contra o pictorialismo. f/64, que promovia a aplicação da fotografia
Foi o crítico japonês criado por alemães pura, empregando câmeras de grande for-
Sadakichi Hartmann quem inventou o mato sem qualquer efeito e obtendo cópias
termo “straight photography”. Embora não nítidas e focalizadas. Sua série de pimentões
fosse um fotógrafo praticante, ele despre- exaltava a beleza e a pureza das formas por
zava aqueles que procuravam equiparar o meio da abstração (ver p.22).
meio à pintura em vez de aceitá-lo em seus
www.ggili.com.br

próprios termos. Essa mudança ocorreu à FATOS RELEVANTES


medida que o modernismo ganhava impul- O Grupo f/64 era mais do que um coletivo
de fotógrafos com ideias afins. Formado no
so em todas as formas de arte. Nos Estados
apartamento-galeria de Willard Van Dyke (1906-
Unidos, Alfred Stieglitz, seguido pelos an- 1986) em Oakland, Califórnia, ele assumiu uma
tigos pictorialistas Edward Steichen e Paul posição política para promover uma estética
Strand (1890-1976), avançou em direção a modernista. A primeira exposição do grupo foi
um estilo documental que também abraçou realizada em 15 de novembro de 1932 e apresentou
o trabalho dos fundadores Ansel Adams, Imogen
a abstração. Depois de alguns anos, essa Cunningham (1883-1976), John Paul Edwards
nova tendência produziu as obras seminais (1884-1968), Sonya Noskowiak (1900-1975), Henry
A terceira classe (p.60), Wall Street, Nova Swift (1891-1962), Edward Weston e Van Dyke.

A TERCEIRA CLASSE p.60 PIMENTÃO (Nº 30) p.74


LINHAS DE TRANSMISSÃO NO DESERTO DE MOJAVE p.90 MODERNIDADE p.176
GÊNEROS 15

Retrato
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: NADAR • CECIL BEATON • YOUSUF KARSH • ARNOLD NEWMAN
EVE ARNOLD

Um ano depois que Louis Daguerre (1787- uma câmera de grande formato para pro-
1851) produzu uma imagem de uma avenida duzir retratos evocativos que anunciavam
parisiense, os retratos fotográficos começa- o estilo pictorialista. Contemporâneos criti-
ram a aparecer, embora exigissem muita caram suas gafes técnicas, em forte contras-
paciência por parte da pessoa fotografada. te com o trabalho de Nadar, que fez avançar
Em outubro de 1839, Robert Cornelius significativamente o potencial do retrato
(1809-1893) fez um autorretrato. Logo foi capturando aspectos da personalidade de
seguido por John William Draper (1811- seus modelos e evitando a postura rígida
1882), que produziu um retrato de sua irmã. dos retratos anteriores. A rainha Vitória foi
As duas fotos exigiam que o modelo perma- regularmente fotografada. A fotografia foi
necesse absolutamente imóvel por mais de usada por Hollywood para promover as es-
um minuto. À medida que as objetivas se trelas de cinema e suas vidas aparentemente
tornavam mais sofisticadas e o tempo de ex- glamourosas, e se tornou um elemento bá-
posição diminuía, a qualidade dos retratos sico da indústria da moda; ela é agora uma
melhorava. Julia Margaret Cameron usava prática diária nas mídias sociais.

FATOS RELEVANTES
Esse retrato de Abraham
Lincoln feito em 1865 por
Alexander Gardner (1821-1882)
não foi a primeira fotografia
de um presidente dos Estados
Unidos em exercício, mas
continua a ser uma das mais
icônicas. Gardner fotografou
Lincoln em sete ocasiões,
incluindo seu funeral. Também
foi o autor dos dois volumes
www.ggili.com.br

de Gardner’s Photographic
Sketch Book of the War (1866;
ver p.52).

Abraham Lincoln, retrato em três


quartos, sentado e segurando seus
óculos e um lápis, Alexander Gardner,
1865, Biblioteca do Congresso,
Washington D.C.

BEATRICE p.56 RETRATO DE MÃE p.68 MÃE MIGRANTE, NIPOMO, CALIFÓRNIA p.80
MALCOLM X p.106 CELEBRIDADE p.167 PODER p.180
16 GÊNEROS

Paisagem
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: CARLETON WATKINS • WILLIAM HENRY JACKSON
TIMOTHY H. O’SULLIVAN • EDWARD WESTON • ANSEL ADAMS

Depois de refletir inicialmente o romantis- procuravam capturar uma visão precisa da


mo da pintura do século xix, a fotografia vasta paisagem do país. Em 1861, Carleton
de paisagem se diversificou para englobar o Watkins (1829-1916) fotografou o parque
estudo científico das formações terrestres e Yosemite, e assim definiu o padrão. Du-
o impacto humano sobre o meio ambiente. rante a década seguinte, foi produzido um
Tanto J.M.W. Turner (1775-1851) como extraordinário corpo de trabalho, boa parte
John Constable (1776-1837) estavam vivos a partir de estudos geológicos que tinham
nos primórdios da fotografia, e o modo como destaque as fotografias de William
como abordaram a paisagem se reflete nas Henry Jackson e Timothy H. O’Sullivan. A
técnicas pictóricas dos primeiros fotógrafos incorporação da abstração na obra de Alfred
que se propuseram a capturar o mundo na- Stieglitz e Edward Weston adicionou ambi-
tural. Se os pictorialistas estavam interessa- guidade à forma e ao volume, e junto com os
dos em adotar elementos das belas-artes em pioneiros do século xix estabeleceu o padrão
seus trabalhos, muitos fotógrafos documen- para a fotografia de paisagem.
tais norte-americanos da década de 1860

FATOS RELEVANTES
A intenção de William Henry Jackson em suas
fotografias de Yellowstone era persuadir o
Congresso dos Estados Unidos a preservar a
área para as gerações futuras, o que aconteceu
em 1872, tornando a área o primeiro parque
nacional do país. O trabalho de Jackson foi
continuado por uma longa lista de fotógrafos
norte-americanos preocupados com o impacto
da humanidade sobre o meio ambiente. Em 1861,
Carleton Watkins (1829-1916) realizou um vasto
estudo do parque Yosemite, empregando uma
www.ggili.com.br

câmera enorme de placa de vidro para capturar


imagens deslumbrantes da paisagem. Os pioneiros
posteriores incluem o eternamente popular Ansel
Adams, Eliot Porter (1901-1990), Philip Hyde (1921-
2006), Robert Glenn Ketchum (n.1949) e Edward
Burtynsky.

Pedra de Agassiz e Cataratas de


Yosemite vistas a partir de Union
Point, Carleton Watkins, 1878, 54,4 ×
39,2 cm, The J. Paul Getty Museum,
Los Angeles

LINHAS DE TRANSMISSÃO NO DESERTO DE MOJAVE p.90 DESERTO DE SAL Nº 13 p.152 CLIMA p.156
NATUREZA p.163 FOTOGRAFIA AÉREA p.203
GÊNEROS 17

Fotografia de rua
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: JACOB RIIS • EUGÈNE ATGET • BRASSAÏ • HENRI CARTIER-BRESSON
VIVIAN MAIER • SAUL LEITER • ROBERT FRANK • DIANE ARBUS • MARTIN PARR

FATOS RELEVANTES
Admirado pelo príncipe Albert, Camille-Léon-Louis
Silvy (1834-1910) era fotógrafo de retratos e um
dos primeiros fotógrafos de rua. Nascido em
Paris, ele aprendeu sua arte com o conde Olympe
Aguado (1827-1894), um acólito de Gustave Le
Gray (1820-1884). Em 1858, Silvy mudou-se para
a Inglaterra e criou uma série de imagens que
capturavam a vida nas ruas de Londres.

Crepúsculo, Camille Silvy, cópia em papel


albuminado e prata, 27,4 × 22 cm, The
J. Paul Getty Museum, Los Angeles

Os fotógrafos levavam suas câmeras cada humanista influenciou as gerações posterio-


vez mais portáteis para as ruas das cidades res. Em Nova York, Saul Leiter (1923-2013)
e vilarejos do mundo para capturar a vida, empregou a cor sutilmente, muitas vezes
muitas vezes de forma inesperada. fotografando através de vidro ou com obje-
O fluxo de pessoas para áreas metropoli- tos desfocados no primeiro plano. O livro de
tanas no final do século xix e início do sécu- Robert Frank The Americans (1958) trans-
lo xx deu aos fotógrafos oportunidades ricas formou a fotografia de rua, apresentando
www.ggili.com.br

de registrar a ebulição da atividade humana. uma visão mais pessoal de um mundo. No


Limpadores de chaminés andando (1851) de ano seguinte, Shigeichi Nagano (n.1925)
Charles Nègre (1820-1880) é um exemplo começou a documentar a transformação
inicial, mas sua abordagem prosaica apon- social e infraestrutural de Tóquio. Gary Wi-
tava para o trabalho posterior de Jacob Riis nogrand (1928-1984), Diane Arbus (1923-
(1849-1914), Eugène Atget (1857-1927), Ali- 1971) e Martin Parr se seguiram, atenuando
ce Austen (1866-1952) e Lewis Hine. Paris a linha entre fotografia de rua e vernacular.
foi capturada de dia e de noite por Brassaï,
depois por Henri Cartier-Bresson (1908-
2004) e Robert Doisneau, cuja fotografia

O BEIJO NO HÔTEL DE VILLE p.96 DESFILE, HOBOKEN, NOVA JERSEY p.98 NEW BRIGHTON, INGLATERRA p.126
VIADUTO p.146 O MOMENTO DECISIVO p.174 VERNÁCULO p.183 CULTURA JOVEM p.186 SLR p.208
18 GÊNEROS

Cor
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: WILLIAM EGGLESTON • MARIE COSINDAS • JOEL MEYEROWITZ
STEVE MCCURRY • MARTIN PARR • ANDRES SERRANO • NOBUYOSHI ARAKI

A entrada da pirâmide
de Miquerinos, Friedrich
Adolf Paneth, 1913,
autocromo, Royal
Photographic Society,
Reino Unido

Inicialmente, a fotografia em cores enfren- discordou e incorporou-o ao seu trabalho.


tou uma luta árdua contra críticos que não Saul Leiter usou a cor de forma evocativa
viam nela nenhum valor artístico, até terem em suas representações de Nova York nos
sua opinião alterada por uma nova geração anos 1950. O surgimento de Marie Cosin-
de fotógrafos. das (1925-2017), Joel Meyerowitz e William
As primeiras tentativas de fotografia Eggleston transformou a opinião crítica, e
em cores, como a fita tartã de James Clerk a fotografia em cores agora está em base de
Maxwell (1831-1879) ou a vista de Agen, na igualdade com o preto e branco.
França, feita por Louis Arthur Ducos du
Hauron (1837-1920) em 1877, foram ex-
www.ggili.com.br

perimentos rudimentares. O autocromo e


FATOS RELEVANTES
o Kodachrome perceberam plenamente o
Em 1962, Marie Cosindas fez parte do seleto grupo
potencial do filme colorido, mas o estab- convidado pelo fundador da Polaroid Corporation,
lishment crítico e a maioria dos fotógrafos Edwin H. Land, para experimentar o novo filme de
se recusaram a aceitar a inovação, conside- revelação instantânea da empresa. Anteriormente,
rando-a uma distração em relação à com- a Cosindas tinha utilizado somente preto e branco.
Abraçando a nova tecnologia, ela passou a
posição de uma imagem e ao uso da luz.
explorar o potencial da cor na fotografia de belas-
Alguns viram nisso pouco mais que um -artes. Sua exposição individual no MoMA em
truque, melhor usado pelos turistas que por Nova York, em 1966, foi uma das primeiras
fotógrafos sérios. Ferenc Berko (1916-2000) exposições de fotografia em cores em um museu.

A ENTRADA DA PIRÂMIDE DE MIQUERINOS p.62 ALGIERS, LOUISIANA p.114 SEM TÍTULO Nº 96 p.122
CIANOTIPIA p.193 COLORIZAÇÃO MANUAL p.198 COR p.199 KODACHROME p.207
GÊNEROS 19

Nu
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: ROBERT DEMACHY • MAN RAY • ANDRÉ KERTÉSZ
ALFRED STIEGLITZ • EDWARD WESTON • RUTH BERNARD • NOBUYOSHI ARAKI

Inspirado na pintura, o nu fotográfico um contraste perfeito com os movimentos


englobou o erotismo, a anatomia e a por- emergentes no início do século xx que deu
nografia, bem como o estudo da forma e a uma qualidade totalmente diferente às re-
identidade de gênero. presentações do nu. Man Ray (ver p.66) e
Em nenhuma outra parte a qualidade André Kertész fotografavam seus modelos
pictórica do nu fotográfico é mais evidente através do prisma do surrealismo, e isso teve
do que na série de estudos realizados por continuidade por Bill Brandt (1904-1983)
Eugène Durieu (1800-1874) em 1854 para o em sua série “Perspectiva de nus” (1961). Na
pintor Eugène Delacroix (1798-1863), ou em América, Alfred Stieglitz e Edward Weston
Académie (1900) de Robert Demachy (1859- empregaram a abstração em seus estudos da
1936), ao estilo de Degas, em que a expressão forma, enquanto Ruth Bernard (1905-2006)
aparentemente desinteressada de sua jovem se destaca como uma das poucas fotógrafas
modelo se distancia e atrai a curiosidade conhecidas por estudos de nus, explorando
do observador ao mesmo tempo. A série a forma feminina a partir de uma perspec-
“Orfeu” (1907) de Frederick Holland Day tiva menos sexualizada que a da maioria de
(1864-1933) foi o epítome do pictorialismo seus colegas homens.
em sua evocação dos personagens clássicos,

FATOS RELEVANTES
No fim do século xix, Edgar Degas (1834-1917)
tornou-se um defensor apaixonado da fotografia.
A maioria de suas imagens foi feita à noite, muitas
vezes depois de um jantar de gala, usando a luz
de um lampião para criar a atmosfera e enfatizar
o psicológico sobre o físico. Sua paixão pelo meio
pode ter sido breve, mas facilitou comparações
com seu trabalho em outras formas de arte.
www.ggili.com.br

Depois do banho, mulher


secando as costas, Edgar
Degas, 1896, cópia em
prata coloidal, 16,5 ×
12 cm, The J. Paul Getty
Museum, Los Angeles

O VIOLINO DE INGRES p.66 LUTZ & ALEX SENTADOS NAS ÁRVORES p.134 BELEZA p.158
O SURREAL p.162 CELEBRIDADE p.167 GÊNERO p.178
20 GÊNEROS

Natureza-morta
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: ROGER FENTON • LOUIS DUCOS DU HAURON • JAROMÍR FUNKE
ANDRÉ KERTÉSZ • EDWARD WESTON • ROBERT MAPPLETHORPE

Nunca uma mera coleção de objetos, uma Charles Aubry (1811-1877), Adolphe Braun
natureza-morta podia representar rique- (1812-1877) e Louis Ducos du Hauron. O
za ou posição social e, ao mesmo tempo, barão Adolf de Meyer (1868-1946) adotou
destacar inovações tecnológicas e refletir uma abordagem mais pictórica de seus te-
mudanças de atitude em relação à forma e mas, como em Vidro e sombras (1905), que
à representação. rapidamente contrastou com o surgimento
Derivada da palavra holandesa stilleven, de novos movimentos artísticos. No mo-
a natureza-morta é reconhecida como o dernismo, os fotógrafos exploram as for-
estudo visual de objetos cotidianos, sejam mas por meio da abstração. Jaromír Funke
da natureza ou de um ambiente domésti- (1896-1945) incorporou essa estética em
co. Roger Fenton, que trabalhava em um obras como A espiral (1924), enquanto O
catálogo fotográfico do acervo do Museu garfo de André Kertész (p.70) e Pimentão
Britânico, mostrou sua habilidade em ilu- (nº 30) de Edward Weston (p.74) tornaram
minação e composição na obra Natureza- objetos comuns estranhos visualizando-os
-morta com frutas e decantador (p.50). Seu de ângulos incomuns.
trabalho foi equiparado ao dos franceses

FATOS RELEVANTES
Uma comparação fascinante
entre a pintura e a fotografia
de natureza-morta pode ser
encontrada nos estudos do
ateliê de Giorgio Morandi
(1890-1964) em Bolonha, feitos
pelo pioneiro da fotografia
colorida Joel Meyerowitz.
O perfeccionismo de
Morandi, que passava meses
www.ggili.com.br

trabalhando em cada pintura, é


correspondido nas imagens de
Meyerowitz, cuja composição
é produzida com atenção a
linhas, texturas e sombras.

Objetos de Morandi, Garrafas brancas,


Joel Meyerowitz, 2015

O GARFO p.70 PIMENTÃO (Nº 30) p.74 AMAZON p.150 O SURREAL p.162
CONSUMISMO p.169 TEXTURA p.177
GÊNEROS 21

Autorretrato
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: NADAR • EL LISSITZKY • CLAUDE CAHUN • ANDY WARHOL
CINDY SHERMAN

Os fotógrafos, assim como os pintores antes grafou inúmeras vezes, ostentando a moda
deles, criavam autorretratos. Alguns ajuda- do dia, vestindo uma série de disfarces ou
ram a definir o formato, antes que o selfie o retratado contra uma variedade de cená-
tornasse uma atividade cotidiana. rios. Sua imensa habilidade é evidente em
Os autorretratos variam do convencio- todos eles. Claude Cahun (1894-1954),
nal e acidental ao divertido e provocativo. muitas vezes auxiliado por seu parceiro e
O primeiro retrato fotográfico, um autor- colega artista Marcel Moore (1892-1972),
retrato de 1839 feito por Robert Cornelius, também adotou vários papéis na fren-
é convencional comparado ao trabalho de te da câmera. Seu objetivo era explorar
fotógrafos posteriores como El Lissitzky as convenções e a identidade de gênero.
(1890-1941), cujo estudo a partir de 1924 é Cindy Sherman adotou uma abordagem
uma série complexa de imagens sobrepos- semelhante (ver p.122), enquanto Andy
tas que refletem o etos dos construtivistas Warhol explorou seu relacionamento com
russos. O melhor exemplo do autorretrato celebridades ao longo de duas décadas de
no século xix foi o de Nadar, que se foto- autorretratos.

FATOS RELEVANTES
Alguns fotógrafos estão presentes
em seus trabalhos por meio de um
truque de luz ou uso de espelho.
Man Ray, Diane Arbus, Nan Goldin,
Lee Friedlander (n. 1934), Eve
Arnold e Weegee aparecem em
autorretratos por meio do uso
de espelhos. Sombras também
permitem que os fotógrafos estejam
presentes em uma foto. Lewis
www.ggili.com.br

Hine apareceu em sua fotografia


de um entregador de jornal em
1908, enquanto Claude Monet
(1840-1926) foi registrado somente
na parte inferior do quadro em sua
obra Sombra no lago de nenúfares
(1920).

Autorretrato com entregador de jornal,


Lewis W. Hine, 1908, cópia em prata
coloidal, 13,8 × 11,8 cm, The J. Paul Getty
Museum, Los Angeles

AUTORRETRATO p.48 AUTORRETRATO TRAVESTIDO p.120 SEM TÍTULO Nº 96 p.122


O SURREAL p.162 CELEBRIDADE p.167 GÊNERO p.178
22 GÊNEROS

Abstração
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: ALFRED STIEGLITZ • PAUL STRAND • ANDRÉ KERTÉSZ • MAN
RAY • LÁSZLÓ MOHOLY-NAGY • EDWARD WESTON • JAN GROOVER

Coincidindo com o surgimento do moder- nista. Artistas tão diversos como László
nismo, a fotografia abstrata enfatizou as Moholy-Nagy, André Kertész, Curtis Moffat
formas em relação ao figurativo e foi uma (1887-1949) e Man Ray seguiram o exemplo,
reação contra a tendência pictorialista. enquanto nos Estados Unidos Alfred Stie-
As mudanças rápidas ocorridas na virada glitz examinou formações de nuvens duran-
do século xx resultaram em uma reavaliação te uma década e Edward Weston explorou a
da arte e de seu papel na sociedade. Vários angularidade e a textura em seus estudos de
fotógrafos importantes que se afastaram do natureza-morta e nus.
realismo em direção à arte no final do século
xx retornaram à fotografia pura para ex-
plorar as formas por meio da abstração. Os FATOS RELEVANTES
primeiros experimentos com fotomontagem O segredo do trabalho de muitos fotógrafos que
exploraram a abstração foi o uso da justaposição.
(ver p.212) brincavam com as formas, mas,
Os fotogramas eram eficazes quanto à maneira
na fotografia convencional, a abstração con- como cada objeto era disposto no papel sensível
solidou-se por meio de obras como Padrões à luz, enquanto Óculos e cachimbo de Mondrian
simétricos de formas naturais (1914) de Erwin (1926) de André Kertész tornou-se uma série de
Quedenfeldt (1869-1948) e Wall Street, Nova linhas contidas na geometria nítida do canto
de uma mesa. O trabalho de Jan Groover (1943-
York de Paul Strand. A última imagem fez
2012) foi mais longe, muitas vezes negando o
parte da exposição “Paul Strand, por volta espaço visual para identificar os objetos dentro
de 1916”, um marco na fotografia moder- de um quadro.
www.ggili.com.br

Árvore com cachorro, Tina Modotti,


1924, cópia em paládio, 8,3 ×
11,9 cm, The J. Paul Getty
Museum, Los Angeles

PIMENTÃO (Nº 30) p.74 FOTOGRAMA p.84 O SURREAL p.162 MODERNIDADE p.176
CIANOTIPIA p.193 FOTOGRAMA p.201
GÊNEROS 23

Vanguarda
PRINCIPAIS FOTÓGRAFOS: MAN RAY • LÁSZLÓ MOHOLY-NAGY • ALBERT RENGER-PATZSCH
ALEXANDER RODCHENKO • EL LISSITZKY • GUSTAV KLUTSIS

Nas primeiras décadas do século xx, a foto-


grafia se dividiu em diferentes movimentos,
refletindo as mudanças políticas e culturais
nas artes e na sociedade em geral.
Se a trajetória da fotografia no século
xix esteve sempre a um passo dos principais FATOS RELEVANTES
movimentos artísticos da época, ela colidiu “Film und Foto” é considerada a primeira grande
com eles a partir do início do século xx. O exposição de fotografia europeia e americana,
cujos curadores foram László Moholy-Nagy e
envolvimento do cubismo com a forma
Sigfried Giedion (1888-1968). O icônico cartaz
mecânica insinuou o papel que a fotogra- do evento foi desenhado por Jan Tschichold
fia logo desempenharia na vanguarda, e os (1902-1974), que se tornou o principal defensor
movimentos dadaísta e surrealista viram o do design modernista. Inspirado por uma
potencial desse meio vigoroso. Na República exposição de 1923 feita pela Bauhaus de
Weimar, seu trabalho teve enorme influência no
de Weimar, a Staatliches Bauhaus abraçou a
desenvolvimento da tipografia.
fotografia a pedido de László Moholy-Nagy,
que dominava a paisagem cultural com seus
fotogramas e fotos angulares de paisagens.
Na União Soviética, a fotografia estava na
vanguarda de um movimento que impul-
sionou mudanças radicais na sociedade.
Alexander Rodchenko abandonou a pintura
para desenvolver um estilo fotográfico que,
como o de Moholy-Nagy, abraçou perspecti-
vas oblíquas, muitas vezes de cima. Mas seu
trabalho, juntamente com o de El Lissitzky,
Gustav Klutsis (1895-1938) e Max Penson
www.ggili.com.br

(1893-1959), que visava capturar o ímpeto


da vida moderna, foi comprometido pelo
regime brutal de Stálin.

Film und Foto (Exposição


internacional da Confederação da
indústria Alemã em Stuttgart), Willi
Ruge, 1929, litografia offset, 84 ×
58,5 cm, MoMA, Nova York, EUA

O VIOLINO DE INGRES p.66 RETRATO DE MÃE p.68 FOTOGRAMA p.84 O SURREAL p.162
MODERNIDADE p.176 FOTOMONTAGEM p.212

Potrebbero piacerti anche