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Reabilitação Pós-amputação
Nelson De Luccia
INTRODUÇÃO
Considerando que as amputações associadas às Generalidades
doenças vasculares periféricas são praticadas Restaurações vasculares em artérias dos
em grande maioria nos membros inferiores, 4 o membros inferiores, sejam do segmento aorto -
conceito de reabilitação nesta área é ilíaco ou femoro-poplíteo e distal, objetivam o
relacionado com a restauração da locomoção salvamento e preservação total da
através da deambulação. extremidade. É corolário deste conceito,
Esta associação de doenças vasculares com quando a extremidade não possa ser
aparelho locomotor é conhecida desde suas totalmente salva, que a perda seja mínima, ou
manifestações iniciais, como a claudicação seja que o máximo de comprimento seja
intermitente. Ao praticar operações de preservado.
revascularização, o cirurgião esta reabilitando Entretanto, apenas a preservação do
o paciente à condição de caminhar comprimento pode não garantir a
normalmente. Nesta situação, entretanto, não funcionalidade da extremidade, ou seja, sua
houve perda de segmentos corpóreos, e o utilidade para a marcha do paciente. Nos
retorno ao deslocamento normal depende das exemplos da figura 1, na tentativa de
condições gerais do paciente. preservação máxima do membro o cirurgião
As amputações de segmentos menores ou utilizou enxertos de pele em áreas plantares
maiores dos membros inferiores representam de apoio. Apesar de boa integração da pele,
perda corporal, e implicam em outras pode se observar a presença de ulcerações
considerações que envolvem conceitos de recorrentes, que acabam por serem pouco
técnica operatória, conhecimento da funcionais, representando resultado pobre em
funcionalidade dos diferentes níveis de termos de reabilitação, com tendência a
amputação, e características dos aparelhos complicações maiores no futuro.
ortopédicos, quando necessários. O médico que
estiver envolvido com o cuidado destes
pacientes deve ter o máximo de informações
nesta área para o atendimento ideal.
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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado.
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro
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risco, todo e esforço é realizado para a Neste exemplo, a paciente com gangrena de
preservação do mesmo. Entretanto, o joelho grande parte do ante -pé, teve a possibilidade
não é considerado da mesma forma. O joelho de preservação do hálux e portanto do
humano é articulação substituída com menor primeiro metatarso. Os demais dedos foram
eficiência que o tornozelo, e deste modo deve amputados, assim como os correspondentes
ser valorizada ao extremo. Deve-se metatarsianos, de forma parcial, em diagonal.
considerar, portanto, ao se discutir as A preservação do primeiro raio e hálux é muito
amputações realizadas nos diferentes níveis importante sob o aspecto funcional, e a
que se esteja removendo tecidos infectados ou paciente em questão teve ótima evolução a
isquêmicos e preservando a máxima função da longo prazo. Ainda assim são casos em que a
extremidade. reabilitação necessita de forma ideal
Níveis de amputação. Os primeiros níveis de aparelhamento com sapato apropriado.
amputação a serem considerados, por As situações de isquemia e necrose tecidual
representarem a região mais distal dos são aleatórias. No exemplo a seguir na figura
membros inferiores, são os das operações 5, houve gangrena apenas do hálux, em
realizadas nos pododáctilos e no pé. condição oposta a do exemplo da figura 4. No
Parte remanescente. Nos dedos dos pés e caso houve condição de pele para praticar-se a
partes dos pés as amputações seguem desarticulação entre a falange proximal e o
freqüentemente retalhos atípicos, muitas metatarsiano. As desarticulações são níveis
vezes seguindo o sulco de delimitação da área genericamente pouco conhecidos e
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inominadas, já que não tem o nome de nenhum manutenção do escafóide, e secção parcial do
cirurgião associado a elas, e que procuram cubóide.
seguir princípios de senso comum em relação à Foi realizada também re-inserção de tendões
ressecção das áreas isquêmicas ou infectadas extensores, de forma que fosse preservada a
e ao aspecto funcional da recuperação da flexão dorsal e plantar da parte remanescente
deambulação. Os exemplos a seguir ilustram do pé. Neste nível, e com estas manobras de
situações deste tipo. Na figura 12 o paciente técnica operatória ainda é preservada a
foi submetido à desarticulação do primeiro articulação do tornozelo como unidade
metatarsiano, preservando-se o osso funcional.
cuneiforme correspondente, sendo os demais
A prótese é constituída por sapatilha interna,
metatarsianos seccionados em diagonal,
que garante a fixação no pé, e o acolchoamento
preservando-se maior comprimento
adequado. Esta sapatilha é por sua vez
correspondente ao quinto metatarsiano. A
introduzida em calçado especial.
cicatrização proporcionou bom resultado
funcional, sendo a deambulação recuperada
com sapato apropriado. Saliente -se que do lado
oposto o paciente é amputado em nível
transtibial, utilizando prótese.
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A remoção total da tíbia caracteriza a Amputações com secção através do fêmur são
desarticulação de joelho, nível que tem o próximo nível a ser considerado. A
vantangens funcionais em relação às manutenção do maior comprimento possível é
amputações transfemorais. As próteses para recomendável. As próteses também
este nível de amputação devem contar com necessitam joelho mecânico e a descarga do
joelho mecânico. A figura 24 demonstra o tipo peso do corpo é feita na tuberosidade
de joelho recomendado para este tipo de isquiática, ao contrário da desarticulação do
amputação, que para evitar projeção na posição joelho na qual grande parte do suporte pode
sentada é desenhado com vários eixos. Na ser feito na extremidade do coto. Este fato
figura 25 é exemplificada tipo de prótese e cria área de atrito na região inguinal, que é
paciente desarticulado ao nível do joelho uma das principais dificuldades na adaptação
caminhando com o aparelho. protética deste tipo de amputação. Para que a
parte remanescente do membro tenha firme
contato com a peça de encaixe da prótese o
paciente necessita de algum mecanismo
adicional, já que não existem relevos
anatômicos, como nas amputações transtibiais
ou na desarticulação do joelho para garantir
esta fixação. Habitualmente para a introdução
do coto de amputação este precisa ser puxado
através de orifício inferior, no qual é adaptada
válvula que permite a saída de ar mas não sua
entrada, criando vácuo que auxilia na fixação
Figura 24 - Joelho policêntrico de quatro barras indicado
da prótese. Este processo de colocação da
para a desarticulação de joelho. À esquerda aspecto em
extensão e à direita em flexão demonstrando mínima prótese é o que se observa no exemplo da
projeção. figura 26.
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REFERÊNCIAS
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Leather RP, Shah DM. Increased limb salvage by the EJ, editores. Clínica Cirurgia Alípio Corréia Neto.
use of unconventional foot amputations. J Vasc Surg São Paulo: Servier; 1988.
1994;19(2):341-348.
Versão prévia publicada:
Nenhuma
Conflito de interesse:
Nenhum declarado.
Fontes de fomento:
Nenhuma declarada.
Data da última modificação:
15 de junho de 2001.
Como citar este capítulo:
De Luccia N. Reabilitação pós-amputação. In: Pitta GBB,
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular:
guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003.
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Sobre os autores:
Nelson De Luccia
Professor Associado, Livre-docente, da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
São Paulo, Brasil.
Endereço para correspondência:
Nelson De Luccia
Av. São Gualter 346
05455-000 São Paulo, SP.
Fone/Fax: +11 3021 0900
Correio eletrônico: nluccia@nox.net
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