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Apresentação
Biografia
Bibliografia
Meu Blog DENTRO DE UMA ÁRVORE VELUDO ÁSPERO
E-book Existo dentro de uma árvore, Para falar do medo
Álbum de Fotos em seu oco, chamo a noite,
em seu silêncio, sou sua seiva seu veludo áspero
Letras do Barro enquanto fabrica sementes. na garganta.
Os pés se misturam C hamo as raízes
Livros com as raízes, apodrecidas no cerne
caminham dentro da terra, da terra,
Poemas reconhecem o rumor chamo as notas
Poemas Falados da noite subterrânea. estridentes
Os braços são galhos, de um violino quebrado.
Poemas as mãos se balançam Para falar do medo,
Animados ao redor do vento: escrevo no quadro-negro
eu e a árvore a palavra mortal.
Uma Onda de o mesmo pensamento.
Leitura Minha imobilidade in Carteira de Identidade, ed. Lê.
dura alguns séculos.
Opiniões
in Carteira de Identidade, ed. Lê.
Mensagens dos
Leitores
ANJO
Contato
Em cada precipício me sento
e um anjo me sussurra com calma
as encruzilhas,
as estradas desconhecidas.

Todos os meus anseios


estão em suas mãos
e com seu hálito me acalma,
me acalanta.

Durma, ele me diz, sentado


na beira de minha sombra,
não tenha medo dos sonhos.

in Carteira de Identidade, ed. Lê.

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C om patas de fogo NEBULOSAS
um cavalo rasga o vento:
pousa em meus sonhos. Tem pessoas que amamos
de amor tão intenso
Arabescos no Vento, ed. Prumo, ilustrações de que com seus gestos-palavras
Elvira Vigna vão fabricando nebulosas
dentro do corpo da gente
Amor é o cais,
um veleiro se aproxima, Poemas de Céu, ed. Paulinas, ilustrações de
as águas ssussurram mari Ines Piekas
Arabescos no Vento, ed. Prumo, ilustrações de
Elvira Vigna
Um beijo dourado
varre o corpo com luz,
ilumina o céu.

Arabescos no Vento, ed. Prumo, ilustrações de


Elvira Vigna

ESTRELA CADENTE
Quando eu estiver
com o olhar distante,
maninha,
com um jeito esquisito
de quem não está presente,
não se assuste,
ó maninha,
fui logo ali,
no quintal do céu,
colher uma estrela cadente.

Poemas de Céu, ed. paulinas, ilustrações de Mari


Ines Piekas

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AMIGO RIACHINHO
No rumo certo do vento, As águas claras
amigo é nau de se chegar me contam segredos
em lugar azul. de sol, de céu, de ar
Amigo é esquina e cantam acalantos
onde o tempo para de ninar
e a Terra não gira, enquanto correm ligeiras
antes paira, da montanha para o mar.
em doçura contínua.
Oceano tramando sal, Fardo de carinho, ed. Lê, ilustrações de Elvira
mel inventando fruta, Vigna
amigo é estrela sempre
no rumo certo do vento,
com todas as metáforas,
luzes, imagens
que sua condição de estrela contém.
Poemas de Céu, ed. Paulinas, ilustrações de mari
Ines Piekas

HORIZONTE
Se eu apagasse a fina linha
do horizonte
será que o céu cairia
no mar?
E as estrelas e a lua
começariam a navegar?

Ou será que o mar viraria


céu
e os peixes aprenderiam
a voar?
Fardo de carinho, ed. Lê, il.Elvira Vigna

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TRAPEZISTA CAIXINHA MÁGICA


A trapezista brinca no balanço Fabrico uma caixa mágica
toda vestida de branco para guardar o que não cabe
e braceletes no braço. em nenhum lugar:
a minha sombra
Não tem medo a trapezista em dias de muito sol,
salta, gira e desafia, o amarelo que sobra
seu corpo miúdo parece do girassol,
um simples traço no espaço. um suspiro de beija-flor,
invisíveis lágrimas de amor.
Fardo de carinho, ed. Lê, il. Elvira Vigna
Fabrico a caixa com vento,
palavras e desequilíbrio,
e para fechá-la
com tudo o que leva dentro,
basta uma gota de tempo.
O que é que você quer
esconder na minha caixa?
TRANSFORMAÇÃO
Fabrico uma árvore
com uma simples semente,
terra escura e quieta,
umas gotas de água.
Pouco a pouco,
de lua em lua,
de folha em folha,
enquanto o tempo
desenha arabescos
em meu rosto,
minha árvore se transforma
em poema vivo,
suas letras são flores,
são frutos, são música

Fábrica de poesia, Ed. Scipione, 2008

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MEL COMIDA DE SEREIA


Na curva da primavera, O que será que a sereia come
no alto da montanha, em seu castelo de areia?
abelhas fabricam mel. Enquanto penteia os cabelos
zumbem, dançam, rodopiam, a panela esquenta na cozinha:
cantam para as flores será que a sereia come anêmonas,
o azul do dia. ostras, cavalos-marinhos?
Ou delicados peixinhos de olhos
dourados?
Algas marinhas, lulas, sardinhas?
Polvos, mariscos, enguias,
ou será que a sereia come poesia?

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ELFOS
Elfos comem o perfume
das flores trazido pelo
vento,
comem os mais belos
pensamentos,
e as cores do dia
que o galo faz.
C omem o canto do galo,
as melodias dos pássaros
azuis,
comem a luz que cintila
na folha cheia de orvalho.
Elfos comem a sombra da lua,
o brilho da estrela
que já não existe mais.
Poemas e Comidinhas, Ed. Paulus, 2008

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JOGO DA VERDADE PIÃO


A verdade é um labirinto.
Um pião se equilibra
Se digo a verdade inteira, na palma da mão,
se digo tudo o que penso, no chão, na calçada,
se digo com todas as letras, e alado vai rodando
com todos os pingos nos is, por cima dos telhados,
seria um deus-nos-acuda, gira entre as nuvens,
entraria um sudoeste cada vez mais alto,
pela janela da sala. até que num salto
Então eu digo alcança a lua
a verdade possível, e rola
e o resto guardo até o seu lado oculto.
a sete chaves Faz a curva o pião
no meu cofre de silêncios. e ruma para Saturno,
tropeça nos anéis,
dá três cambalhotas,
se pendura
numa estrela cadente
e, sem graça,
volta para a palma da mão.
FADAS E BRUXAS
Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorrí;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.
in Pêra, Uva ou Maçã, ed. Scipione, 2005

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QUINZE CINCO
Ecoa nos ares o minarete, Percorrer o silêncio do deserto,
e dele escapa sua espinha dorsal
um grito pungente, feita de murmúrios, vertigens,
feito pássaro que houvesse caravanas, o ruminar dos camelos.
fugido
de uma gaiola dourada. Numa noite escura
É a hora sagrada: uma fonte escondida
todo homem tem um encontro fabrica sonhos e água.
marcado com Deus
e mistura as orações com saliva,
como a mãe que oferece
ao filho
pedaços da sua própria comida.
VINTE E DOIS
Rente ao muro
o homem caminha.
Seu corpo encharcado
de orações
carrega um bastão sagrado.
C om seus passos costura
o oriente ao ocidente.
in Desertos, ed. Objetiva, 2006

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ATLÂNDIDA JANELAS
O caminho para a Atlântida Em todas as janelas me debruço,
é de terra ou de luar? em todos os abismos
é de linho, lã ou vento estendo uma corda
o chão que devo pisar? e caminho sobre o nada.
Também ando sobre as águas,
Parto agora para a Atlântida, subo em nuvens,
por estradas que invento, galgo intermináveis escadas.
passo perto de Pasárgada, Abro todas as portas
cruzo fronteiras no céu e cavernas com um sopro
e descubro que a Atlântida ou três palavras mágicas.
fica na esquina de mim. Mergulho em torvelinhos,
danço no meio do vento,
pulo dentro da tempestade.
Em cada encruzilhada me sento
e tento arrumar o destino,
estranho castelo de areia.
AVESSO
Atravessaria um rio grosso
no meio da noite
para decifrar tuas pegadas,
o rastro luminoso dos teus olhos.
Atravessaria a superfície
silenciosa dos espelhos
para ver o teu avesso.
C aminharia sobre água
e fogo
para soletrar teu corpo.
in Recados do Corpo e da Alma, ed. FTD, 2003

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MULHERES ACROBATAS NOVELO


Onde se esconde a nascente C om fina linha prateada
dos sonhos? o sonhador borda a sua vida:
Em que alta montanha na fronteira entre o dia e a noite,
ou profundeza de abismo? entre uma estrela e outra,
Em que curva de rio uma palavra e sua sombra,
ou espuma de onda? ergue um castelo de vento,
Em que gaze esgarçada desfralda as bandeiras da paz.
ou doçura de vento?

Nas estradas batidas


por unicórnios e silêncios
os saltimbancos vão passando
rumo ao coração de cada um
com seus trapézios e luz
e mulheres acrobatas.
PAUL KLEE
Os olhos como barcos,
entro escondida
num quadro do Klee.
O céu é a rua,
e o equilibrista,
quase sem respirar,
me ensina os segredos da vida.
Sobretudo, ele me diz,
é preciso saber conservar
as pernas no ar
e manter o olhar perdido;
C arregar pedaços de lua
no pensamento e sonhar.
A vida é pura navegação
e saio do quadro
como um pássaro invisível.
in Residência no Ar, ed. Paulus, 2007

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VENTO PARTIDA
assim me chama o vento Hoje arrumo as flores
me despenteia os cabelos em cima da mesa
nas teias do precipício as frutas na memória
a vida começa hoje quero um dia bem simples
começa sempre alguma luz pousada
desde o nada até a medula na superfície da água
todos os dias
colar os ossos hoje chamo para mim

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e ouvir o ruído amorosas palavras
subterrâneo de um rio que vivam um dia
a vida começa hoje perto do meu coração
sempre por um fio que corram pela casa
a alma é um pêndulo com sua mistura de mel e espanto
leva as horas
de encontro alguém parte com um ruído seco
às pedras. alguém sempre está partindo

SINOS
quando estava só
nos meus vastos campos
de machucadas orquídeas
e silêncio
e à noite bebia em taças opacas
estrelas líquidas e passado
e o vento do deserto
me alcançava trazendo
o rumor dos mortos
você chegou
com vassoura de luz
varreu a casa e limpou os sinos
in Poesia Essencial, ed. Manati, 2002

V inhetas: Roger Mello, Jardins, Ed. MA NATI artwebrio -

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