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Departamento de Biologia
Universidade Pedagógica
Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135, Maputo
Telefone: (+258) 21-320860/2 ou 21 – 306720
Fax: (+258) 21-322113
Primeira Edição
© Todos os direitos reservados. Não pode ser publicado ou reproduzido em nenhuma forma ou meio – mecânico ou
eletrónico- sem a permissão da Universidade Pedagógica.
Agradecimentos
Em primeiríssimo lugar, quero agradecer a Deus vivo, Criador e Redentor, aquele que Era, É e
sempre Será o dono de tudo que sou e tudo que tenho. Obrigado, Pai celestial, pela força,
orientação e sabedoria que tem derramado na minha vida.
Um agradecimento super especial para o Prof. Dr. Daniel Agostinho que contribuiu
profundamente com o seu saber científico e para a Prof. Dra Cristina Loforte que, desde o início,
deu o grande contributo nos aspectos técnico-científicos de EaD/DI. Obrigado, acima de tudo,
por me ensinar a ser um profissional que hoje sou, que Deus continue abençoando vocês.
Um agradecimento especial vai para minha esposa (Ivete Cadeado) e meus filhos (Hadassah
Esperança e Yosef de Nascimento) por suportar com amor o tempo de elaboração deste módulo.
Ícones de Actividades 6
Lição n° 1 14
Introdução à Bioquímica ................................................................................................. 14
Lição n° 2 21
Composição da Matéria Viva ......................................................................................... 21
Lição n° 3 29
Sessão Laboratorial: ........................................................................................................ 29
Identificação da Presença de Biomoléculas (glícidos, lípidos e proteínas) em alimentos
do quotidiano (leite, banana e azeite). ............................................................................ 29
Lição n° 4 34
Lógica Molecular da Vida .............................................................................................. 34
Unidade 2: Enzimas 43
Lição n° 1 46
Enzimas (Definição, Funções e Classificação) ............................................................... 46
Lição n° 2 53
Sessão Laboratorial: ........................................................................................................ 53
Acção Enzimática em Nossa Alimentação ..................................................................... 53
Lição n° 3 57
Acção Enzimática (Estrutura, modelos e factores que afectam a acção enzimática) ..... 57
Lição n° 4 67
Sessão Laboratorial: ........................................................................................................ 67
Verificação da Influência de Factores na Acção Enzimática ......................................... 67
Lição n° 5 73
Inibição enzimática (Definição, tipos e importância) ..................................................... 73
Unidade 3: Glícidos 89
Lição n° 1 92
Introdução aos Glícidos .................................................................................................. 92
Lição n° 2 105
Oligossacarídeos (Definição, Classificação e Estruturas Químicas) ............................ 105
Lição n° 3 114
Polissacarídeos (Definição, Classificação e Estruturas Químicas) ............................... 114
Lição n° 4 121
Biossíntese dos Glíicidos (Fotossíntese nas plantas C3, C4 e CAM) ........................... 121
Lição n° 5 130
Digestão e absorção dos glícidos .................................................................................. 130
Lição n° 6 136
Glicólise (características, transformações e rendimento energético)............................ 136
Lição n° 7 142
Ciclo de Ácido Cítrico e Cadeia Respiratória ............................................................... 142
(características, transformações e rendimento energético) ........................................... 142
Lição n° 8 150
Fermentação (características, tipos, transformações e rendimento energético) ............ 150
Lição n° 9 157
Glicogénese, Glicogenolise e Gliconegenese (características, locais e condições de
ocorrência). ................................................................................................................... 157
Lição n° 1 177
Aminoácidos (Definição, fórmula geral, funções e identificação) ............................... 177
Lição n° 2 184
Aminoácidos (classificação e propriedades dos aminoácidos) ..................................... 184
Lição n° 3 194
Biossíntese geral dos aminoácidos (condições de ocorrência, origem das substâncias
iniciais e famílias anabólicas) ....................................................................................... 194
Lição n° 4 203
Catabolismo geral dos aminoácidos (condições de ocorrência, destino das substâncias
finais e famílias catabólicas) ......................................................................................... 203
Lição n° 1 225
Proteínas (Definição, funções, classificação e identificação) ....................................... 225
Lição n° 2 235
Proteínas (Níveis estruturais e propriedades) ............................................................... 235
Lição n° 3 246
Biossíntese das proteínas .............................................................................................. 246
Lição n° 4 253
Catabolismo geral dos aminoácidos (condições de ocorrência, destino das substâncias
finais e famílias catabólicas) ......................................................................................... 253
Lição n° 1 267
Lípidos: Definição, funções e classificação .................................................................. 267
Lição n° 2 277
Sessão laboratorial ........................................................................................................ 277
Identificação de Algumas Propriedades dos Lípidos .................................................... 277
Lição n° 3 283
Triglicerídeos (características, classificação e biossíntese) .......................................... 283
Lição n° 4 294
Catabolismo dos triglicéridos ....................................................................................... 294
Unidade 7: Bioenergética 309
Lição n° 1 311
Bioenergética (Definição e conceito de energia e acção termodinâmica dos seres
vivos) ............................................................................................................................ 311
Lição n° 2 318
Mecanismo das reacções bioquímicas e moléculas energéticas ................................... 318
Lição n° 3 324
Metabolismo (Definição, importância e estágios) ........................................................ 324
1
Os aspectos acima referenciados mostram exactamente a
importância do conhecimento bioquímico para si, por isso, este
módulo é fundamental na sua formação docente e como pesquisador.
Objectivos do Módulo
O módulo visa ajudá-lo a ser capaz de:
Identificar o objecto e método de estudo da Bioquímica;
Explicar o método de estudo da Bioquímica;
Descrever a importância das transformações químicas
para a vida do organismo vivo;
Indicar os componentes químicos da matéria viva;
Relacionar as estruturas dos compostos macro-
moleculares com as propriedades físicas e químicas e as
suas aplicações na vida prática;
Indicar as funções das enzimas nos organismos vivos;
Indicar as características das enzimas nos organismos
vivos;
Explicar os mecanismos de acção das enzimas;
Explicar a acção de alguns factores na acção enzimática;
Distinguir os tipos de inibição enzimática;
Mencionar as funções das biomoléculas (glícidos,
aminoácidos, proteinas e lípidos) para os organismos;
Representar as estruturas químicas das biomoléculas
(glícidos, aminoácidos, proteinas e lípidos);
Descrever os mecanismos de síntese (anabolismo) e
degradação (catabolismo) das biomoléculas (glícidos,
aminoácidos, proteinas e lípidos) nos organismos vivos;
Descrever e esquematizar a inter-relação metabólica entre
glícidos, proteínas e lípidos;
Explicar a essência do mecanismo das reacções acopladas;
2
Determinar o rendimento energético do metabolismo
aeróbico e anaeróbico;
Identificar, comparar e diferenciar os processos
metabólicos, energéticos e reguladores da actividade
celular;
Descrever os processos bioquímicos extra-celulares que
permitem a troca de nutrientes e energia do organismo
animal;
Escrever os principais processos das alterações
bioquímicas consequentes às variações de factores
externos e internos (ToC, pH, doenças, tóxicos,
perturbações metabólicas e de produtos fisiológicos).
Estrutura do Módulo
O módulo está organizado em unidades de aprendizagem. Cada
unidade tem uma introdução, objectivos de aprendizagem, auto-
avaliação da unidade e resumo. Por outro lado, a mesma unidade está
organizada em lições. Cada lição tem uma Introdução, a indicação
do que deverá aprender (objectivos), o conteúdo a ser estudado, as
actividades de aprendizagem, exercícios, questões de debate,
orientações para a tomada de notas e outros elementos que variam
em cada módulo. No fim de cada lição, encontrará uma proposta de
auto-avaliação e comentários, tanto para a auto-avaliação, como para
as actividades e exercícios que lhe ajudam a verificar e orientar a sua
aprendizagem. No fim de cada Unidade, existem questões de auto-
avaliação, cujos comentários se encontram no fim do módulo.
3
O módulo de Bioquímica é constituído por sete (7) unidades de
aprendizagem que perfazem um total de 33 lições. Dezanove destas
lições são sessões laboratoriais a serem realizadas no laboratório
com orientação do seu tutor de especialidade.
4
seres vivos. Nesta unidade, está prevista uma experiência
laboratorial de identificação de aminoácidos.
5
Avaliação
Nesta disciplina serão privilegiadas todas as formas de avaliação,
com vista a permitir maior flexibilidade e aprofundamento
científico, mas com maior peso nas principais formas (trabalhos
escritos, relatórios de trabalhos práticos e pesquisas científicas),
segundo os elementos e parâmetros – definidos. Assim, realizar-se-
ão avaliações presenciais (testes escritos no mínimo de dois) e
avaliações a distância, que podem incluir a participação em chats,
fóruns, trabalhos escritos individuais ou em grupos, entre outros.
Ícones de Actividades
[peneira]
[colher de pau com
[enxada em actividade] alimento para provar]
6
4. Exemplo/estudo de 5. Debate 6. Trabalho em grupo
caso
[Jogo Ntxuva]
[fogueira] [mãos unidas]
7. Tome nota/Atenção 8. Objectivos 9. Leitura
[sol]
[embondeiro]
13. Terminologia 14. Video/Plataforma 15. Comentários
Glossário
[Dicionário] [computador]
[Balão de fala]
7
1. Exercício (trabalho, exercitação) – A enxada relaciona-se com um
tipo de trabalho, indica que é preciso trabalhar e pôr em prática ou
aplicar o aprendido.
2. Actividade - A colher com o alimento para provar indica que é
momento de realizar uma actividade diferente da simples leitura, e
verificar como está a ocorrer a aprendizagem.
3. Auto-Avaliação – A peneira permite separar elementos, por isso
indica que existe uma proposta para verificação do que foi ou não
aprendido.
4. Exemplo/Estudo de caso – Indica que há um caso a ser resolvido
comparativamente ao jogo de Ntxuva em que cada jogo é um caso
diferente.
5. Debate – Indica a sugestão de se juntar a outros (presencialmente ou
usando a plataforma digital) para troca de experiências, para novas
aprendizagens, como é costume fazer-se à volta da fogueira.
6. Trabalho em grupo – Para a sua realização há necessidade de
entreajuda, que se apoiem uns aos outros
7. Tome nota/Atenção – Chamada de atenção
8. Objectivos – orientação para organização do seu estudo e daquilo
que deverá aprender a fazer ou a fazer melhor
9. Leitura adicional – O livro indica que é necessário obter
informações adicionais através de livros ou outras fontes.
10. Reflexão – O embondeiro é robusto e forte. Indica um momento para
fortalecer as suas ideias, para construir o seu saber.
11. Tempo – O sol indica o tempo aproximado que deve dedicar á
realização de uma tarefa ou actividade, estudo de uma unidade ou
lição.
12. Resumo – Representado por pessoas sentadas à volta da fogueira
como é costume fazer-se para se contar histórias. É o momento de
sumarizar ou resumir aquilo que foi tratado na lição ou na unidade.
13. Terminologia/Glossário – Representado por um livro de consulta,
indica que se apresenta a terminologia importante nessa lição ou
8
então que se apresenta um Glossário com os termos mais
importantes.
14. Vídeo/Plataforma – O computador indica que existe um vídeo para
ser visto ou que existe uma actividade a ser realizada na plataforma
digital de ensino e aprendizagem.
15. Balão com texto – Indica que existem comentários para lhe ajudar a
verificar as suas respostas às actividades, exercícios e questões de
auto-avaliação.
9
Conteúdos
Introdução à Bioquímica
UNIDADE
Lição n° 1 14
1
Introdução à Bioquímica ..............................................14
Lição n° 2 21
Composição da Matéria Viva ......................................21
Lição n° 3 29
Sessão Laboratorial: ................................................... 29
Identificação da Presença de Biomoléculas
(glícidos, lípidos e proteínas) em alimentos do
quotidiano (leite, banana e azeite). ........................ 29
Lição n° 4 34
Lógica Molecular da Vida ........................................... 34
Pág. 11 - 41
11
Introdução
A Bioquímica é uma ciência que mostra a união entre a Química e a
Biologia. Como é do seu conhecimento, a Química estuda as substâncias
químicas e suas transformações e, a Biologia estuda os seres vivos. Com
isto, pode constatar que a Bioquímica está preocupada em estudar as
transformações das substâncias que ocorrem ao nível dos seres vivos.
Como exemplo destas transformações que ocorrem nos seres vivos, temos
a respiração celular, fermentação, fotossíntese e a lipólise.
Esta unidade é constituída por quatro (4) lições, das quais uma é de
experiência laboratorial de identificação da presença de água e de
biomoléculas (glícidos, lípidos e proteínas) em alimentos do quotidiano.
12
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Explicar o objecto e método de estudo da Bioquímica;
Indicar a importância das transformações químicas nos
organismos vivos;
Mencionar os componentes químicos da matéria viva;
Verificar a presença de água e de biomoléculas (glícidos, lípidos
e proteínas) em alimentos do quotidiano;
Explicar os princípios da lógica molecular da vida dos
organismos vivos.
13
Lição n° 1
Introdução à Bioquímica
Introdução
Nesta primeira lição, você irá estudar conteúdos relacionados com a
introdução à Bioquímica, assim como a importância das transformações
químicas no organismo vivo. Assim, a liçao é composta pelos seguintes
sub-temas:
Definição, objecto e método de estudo;
Relação da Bioquímica com outras ciências;
Importância das transformações químicas no organismo vivo.
Esta lição é muito fundamental para perceber o conteúdo que será tratado a
seguir, assim como de todo o módulo, principalmente sobre o objecto de
estudo e relação com outras ciências.
14
Definição, objecto e método de estudo da Bioqímica
15
2. Como os organismos extraem energia do seu ambiente para
permanecerem vivos? A partir da resposta a esta pergunta vai
aprender as transformações químicas que ocorrem nos seres vivos
para obtenção e utilização da energia em forma de ATP.
16
Depois da discussão com o seu colega, se chegaram à conclusão de
que a Bioquímica não é uma ciência independente, está correcto
porque pela essência da Bioquímica podemos afirmar que ela depende
e tem relação com as disciplinas de Biologia e Química.
Comentário da actividade 2
A seguir, passaremos a apresentar um esquema onde temos as
principais ciências e algum conhecimento científico destas ciências
que têm ligação com a Bioquímica.
No esquema 1, vê-se que a Bioquímica tem uma relação estreita com várias
ciências, onde se destacam a Biologia, Química, Física e Medicina. Da
Biologia, usar-se-ão conhecimentos sobre o tipo de célula ou parte da célula
e também conhecimentos sobre as biomoléculas que são formadas e/ou são
usadas para desempenhar as suas funções biológicas. Para percebermos a
natureza e as transformações químicas destas biomoléculas, vamos recorrer
ao conhecimento Químico. Em relação à Física, a Bioquímica recorre a
conceitos físicos, como energia e tipos de energia na natureza.
17
Importância das transformações químicas no organismo vivo
18
Sumário
Bioquímica é a ciência que estuda a estrutura e as propriedades das
biomoléculas, a sua origem e os seus destinos, bem como o
controlo da síntese e degradação destas substâncias.
A Bioquímica estuda a estrutura das biomoléculas, suas funções
biológicas e sua participação nos processos celulares e
transformações destas biomoléculas.
A bioquímica usa o método de estudo do tipo Experimental, em
que se faz uma aproximação reducionista. Onde a designação
reducionista surge pelo facto de se usar uma amostra como parte
reduzida do organismo. Apesar de analisar a amostra, os resultados
são aproximados para todo o organismo, por isso a designação
aproximação.
As transformações bioquímicas são responsáveis pela obtenção de
energia química, síntese de compostos orgânicos necessários para
a célula e eliminação de substâncias nocivas e toxicas ao
organismo.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
19
(3) CAMPBELL, Mary K. & FERRELL, Shawn O. Bioquímica
Básica, 5a edição, 2007.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAR-oAC/introducao-a-
bioquimica
Auto-avaliação 1
1. A Bioquímica é uma ciência que surge de duas ciências que são
a Química e a Biologia. Explique o objecto de estudo da
Bioquímica.
2. A Bioquímica usa o método de estudo experimental, do tipo
aproximação e reducionista. Explique o significado dos termos
aproximação e reducionista.
3. As transformações químicas nos organismos vivos são
responsáveis pela vida. Justifique esta afirmação, indicando
duas importâncias destas transformações.
20
Lição n° 2
Composição da Matéria Viva
Introdução
Na lição anterior aprendeu que a Bioquímica estuda a estrutura das
biomoléculas, suas funções biológicas e sua participação nos processos
celulares e transformações destas biomoléculas. Nesta lição, você irá
estudar a composição da matéria viva, onde poderá perceber que os
organismos vivos têm dois grupos de substâncias, que são inorgânica e
orgânica.
21
uma substância líquida que é incolor, inodora e insípida, essencial a todas
as formas de vida, composta por hidrogénio e oxigénio.
Acredito que já sabe ou já tenha ouvido o slogan “sem água não há vida”.
Indique algumas razões que mostrem a importância da água nos
organismos vivos.
Actividade 1
As razões que estão por detrás deste slogan são que a água está presente
em todas reacções de origem e manutenção da vida. Por exemplo, o
processo de fecundação é facilitado pela hidrólise, que é a reacção
química em que ocorre a quebra de uma ligação por meio da adição da
molécula de água. Sem a água também não haveria o transporte de
oxigénio do sangue e os nutrientes até às células.
A água está presente também na manutenção das plantas, pois sem ela
não haveria o processo da fotossíntese que permite a nutrição vegetal.
Para além destes argumentos, ainda se pode acrescentar que a água tem
um papel lubrificante para diminuir o atrito nas articulações e mantêm
uma estreita faixa de temperatura, evitando variações bruscas de
temperatura dos organismos.
Materiais Substâncias
22
Depois de ter sobre a mesa o material e as substâncias necessárias, siga os
procedimentos a seguir:
Vidro de 1 2 3 4 5 6
Relógio
Para que você indique os alimentos que têm água, recorde que o sulfato de
cobre (II) anidro adquire uma cor azul mais intensa na presença de água.
Isto quer dizer que em qualquer substância ou alimento onde exista água, o
sulfato de cobre vai incorporar moléculas de água na sua estrutura e
Comentário da actividade 2
apresentar uma cor azul mais intensa. Para mais detalhes, consulte o
seguinte site:
http://www.explicatorium.com/experiencias/detetar-agua.html
A parte inorgânica da matéria viva não é formada apenas por água, existe
um grupo de substâncias de natureza inorgânica que são necessárias em
pequenas quantidades para o bom funcionamento do organismo e
constituem aproximadamente 4% do peso corporal total, que são chamadas
de sais minerais.
Por exemplo, o catião sódio (Na+), que pode ser ingerido por meio do sal
(NaCl), peixes e carnes, é responsável por regular os fluidos corpóreos. A
falta desse ião pode causar ansiedade, diarreia e problemas circulatórios. É
23
claro que seu excesso também faz mal, podendo levar à retenção urinária,
sede e edema.
Esses são apenas dois dos vários exemplos de iões que fazem parte da
constituição química da matéria viva, aprofunde este conteúdo lendo a
informação que está na tabela do texto complementar.
24
Proteínas são macromoléculas biológicas constituídas basicamente
pela união de vários aminoácidos. As proteínas possuem inúmeras
funções na célula, dentre as quais podemos destacar a formação e
manutenção dos tecidos celulares; a síntese dos anticorpos contra
infecções; transporte de algumas substâncias, como é o caso de
oxigénio pela hemoglobina e catálise enzimática.
Lipídios são substâncias orgânicas que se caracterizam por serem
altamente insolúveis em água. Pertencem a esta classe de
substâncias as gorduras, óleos, ceras, fosfolípidos e esfingolípidos.
Destes exemplos todos, apenas as gorduras e os óleos é que
constituem a principal fonte de armazenamento de energia.
Para além da função acima mencionada, os lípidos desempenham a
função estrutural, fazendo parte da membrana biológica e também
permitem o transporte e a absorção das vitaminas lipossolúveis (A,
D, E e K) no intestino delgado.
Sumário
Os organismos vivos são constituídos por substâncias de
natureza inorgânica e orgânica.
A parte inorgânica nos organismos vivos corresponde a cerca de
70% de peso corporal e é formada por água e sais minerais.
A água é essencial à vida dos organismos porque está presente
em todas reacções de origem e manutenção da vida.
A parte orgânica é aquela em que o principal constituinte é o
elemento carbono, que está associado principalmente aos
átomos de hidrogénio (H) e também ao enxofre (S), fósforo (P),
nitrogénio (N) e oxigénio (O). Como exemplo de biomoléculas
temos os glícidos, proteínas, ácidos nucleícos, etc.
25
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
Auto-avaliação 2
1. Mostre dois (2) argumentos que suportem a afirmação
“sem água não há vida”.
2. Entre os alimentos testados por si (pão, farinha, arroz,
batata, banana e amendoim), indique dois (2) alimentos que
têm maior quantidade de água.
3. Indique o grupo de moléculas orgânicas (biomoléculas) que
constituem a principal fonte de energia aos organismos
vivos.
26
Leitura Complementar
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a importância dos minerais para o organismo Humano, consulte
a tabela apresentada a seguir, onde poderá encontrar informações referentes às funções, fontes e doenças
resultantes da carência ou excesso dos minerais.
Introdução
Na lição anterior aprendeu que a matéria viva é constituída por dois
grupos de substâncias, que são: inorgânica e orgânica. Também
aprendeu que as biomoléculas desempenham várias funções, onde
pode-se destacar a função estrutural, energética, enzimática,
armazenamento, transporte, etc. Esta é uma sessão laboratorial em
que você irá identificar a presença de biomoléculas em alimentos.
Objectivos
Materiais Substâncias
Tubos de ensaio Fósforos Leite Licor de Fehling
Suporte para Mola de Banana Água iodada
tubos de ensaio madeira Azeite Solução Sudão III
Pipetas Almofariz Hidróxido de sódio
Conta-gotas Caixa de Petri Sulfato de cobre
Lamparina de Espátulas
álcool
29
Depois de ter sobre a mesa o material e as substâncias necessárias,
siga os procedimentos a seguir:
Para testar a presença de glicose, faça o teste de Licor de Fehling. Para tal:
Adicione dois (2) ml de solução de Fehling aos tubos de ensaio com
os números 1, 5 e 9;
Actividade 1 Aquece estes tubos de ensaio até a ebulição;
Observe e anote as cores verificadas nestes tubos de ensaio após a
ebulição;
Indique os alimentos em que existe glicose.
http://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/biologia/10_identificacao_de
_biomoleculas_d.htm
30
Para testar a presença de amido, faça o teste com solução de água iodada.
Para tal:
Adicione duas (2) gotas de água iodada aos tubos de ensaio com os
Actividade 2 números 2, 6 e 10;
Observe e anote as cores verificadas nestes tubos após adição das
gotas de água iodada;
Indique os alimentos em que existe amido.
http://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/biologia/10_identificacao_de
_biomoleculas_d.htm
31
O teste de Biureto detecta a presença de proteínas, onde o sulfato de cobre
leva à formação de flocos azuis de hidróxido de sódio (na presença de
ligações peptídicas), formando de seguida um anel cor violeta. Neste caso
concreto, verifica-se a formação de um anel de cor violeta nos tubos 3 e 7,
Comentário da actividade 3
o que mostra a presença de proteínas na banana e no leite. Para mais
informações sobre a presença de nutrientes em alimentos consulte o
seguinte site:
http://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/biologia/10_identificacao_de
_biomoleculas_d.htm
Para testar a presença de lípidos, faça o teste de Sudão III. Para tal:
Adicione três (3) gotas de solução de sudão III aos tubos de ensaio
com os números 4, 8 e 12;
Actividade 4 Observe e anote as cores verificadas nestes tubos após adição das
gotas de solução de sudão III;
Indique os alimentos em que existem lípidos.
http://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/biologia/10_identificacao_d
e_biomoleculas_d.htm
32
Sumário
As biomoléculas desempenham várias funções e para a sua
identificação existem alguns testes, onde se destaca:
Teste de Licor de Fehling: detecta a presença de glicose, onde a
presença deste nutriente é verificada pela mudança da cor e
formação de um precipitado cor de tijolo.
Teste de Água Iodada: detecta a presença de amido, onde a
presença de amido é comprovada pelo aparecimento da cor azul-
escuro.
Teste do Biureto: detecta a presença de proteínas, onde é
comprovado pela formação de um anel de cor violeta.
Teste de Sudão III: detecta a presença de lípidos, onde a presença
deste nutriente é verificada pelo aparecimento da cor vermelha.
As biomoléculas podem ser encontradas em certos produtos
alimentares. Neste sentido, na banana, estão presentes: glicose,
amido e proteínas. Por sua vez o leite contém: glicose, proteínas e
alguns vestígios de lípidos. E, finalmente, no azeite, nota-se,
simplesmente, a presença de lípidos.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) NIETO, S. Sánchez; Manual de prácticas de Bioquímica
Experimental; Facultad de Química Departamento de
Bioquímica; 2013.
(2) GEPEQ - Grupo de Pesquisa em Educação Química-Instituto de
Química- Atividades Experimentais de Química no Ensino Médio
- reflexões e propostas; São Paulo, 2009.
Disponível em:
https://www.passeidireto.com/arquivo/17174806/livro_atividades-
experimentais-de-quimica-no-ensino/14
33
Lição n° 4
Lógica Molecular da Vida
Introdução
Na lição anterior realizou um trabalho laboratorial para verificar a
presença de biomoléculas (glícidos, lípidos e proteínas) em
alimentos do quotidiano (leite, banana e azeite). Nesta lição, você irá
estudar a lógica molecular da vida, onde poderá perceber que, apesar
da grande diversidade de seres vivos existentes na natureza, existem
aspectos que são comuns para todos os seres vivos.
Objectivos
34
Após isso, se na vossa discussão pensaram e indicaram os aspectos
celulares e químicos, como algo que existe em comum nos seres vivos,
excelente. Vocês estão de parabéns! Caso não, volte a ler o conteúdo sobre
a introdução ao estudo da BCM e organização molecular da célula. Agora,
Comentário da actividade 1 com base nestas pequenas generalizações, construa bases em termos
organizacionais que mostrem e fundamentem a vida de todos os organismos
vivos. Estas bases organizacionais são designadas de lógica molecular da
vida.
35
c) Princípio Físico - segundo este princípio, todos os organismos
vivos trocam energia e matéria com o meio ambiente e entre si. E
criam e mantém suas estruturas organizadas e
complexas extraindo, transformando e utilizando energia do seu
ambiente.
36
Sumário
Os princípios científicos que suportam a lógica molecular da vida
são quatro (4): princípios celular, químico, físico e genético.
As principais características da matéria viva são: (1) todo organismo
vivo é extremamente complexo e organizado; (2) cada parte de um
organismo vivo tem uma função específica; (3) os organismos vivos
são capazes de extrair e utilizar energia do seu ambiente; (4) os
organismos vivos são capazes de auto-duplicar, gerando uma
descendência que perpetua o estado vital.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(2) QUINTAS, Alexandre; FREIRE, Ana P. & HALPERN, Manuel.
Bioquímica – Organização Molecular da Vida, 2008;
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona;
(4) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER, Denise
R. Bioquímica Ilustrada.
37
Auto-avaliação 4
1. Na natureza existe uma diversidade de seres viventes desde plantas
a animais, de seres uni a pluricelulares. Mostre três argumentos que
sustentem que todos eles são seres viventes.
2. Comente a seguinte a afirmação: “Todos os organismos vivos são
dependentes uns dos outros, através da troca de matéria e energia
via meio ambiente”.
Comentário da Auto-avaliação 1
1. O objecto de estudo da Bioquímica é a estrutura e o metabolismo
das biomoléculas. A estrutura está relacionada com a natureza
química e funções biológicas das biomoléculas nos seres vivos,
enquanto o metabolismo está relacionado com as transformações
destas biomoléculas.
2. O significado do termo reducionista do método experimental
usado na Bioquímica deve-se ao facto de se usar uma amostra como
parte reduzida do organismo. Enquanto o termo aproximação está
relacionado com a generalização e/ou aproximação dos resultados
obtidos na amostra para todo o organismo.
3. As transformações químicas nos organismos vivos são
responsáveis pela vida, porque permitem a obtenção de energia
38
química (ATP), síntese de compostos orgânicos necessários para a
célula e eliminação de substâncias nocivas e tóxicas ao organismo.
Comentário da Auto-avaliação 2:
1. Diz-se que sem água não há vida, porque a água está presente em
todas reacções de origem e manutenção da vida, como o processo de
fecundação, o transporte de oxigénio do sangue e os nutrientes até as
células. A água também tem um papel lubrificante para diminuir o
atrito nas articulações e mantêm uma estreita faixa de temperatura,
evitando variações bruscas de temperatura dos organismos.
2. Entre os alimentos testados por si (pão, farinha, arroz, batata,
banana e amendoim), os que têm maior quantidade de água são a
batata e a banana.
3. O grupo de moléculas orgânicas que constituem a principal fonte
de energia ao organismo vivo são os glícidos.
Comentário da Auto-avaliação 4
1. Os argumentos que sustentam que plantas, animais, seres uni a
pluricelulares são seres viventes podem ser do princípio: (a) Celular,
segundo a qual todos os organismos vivos são formados por células,
porque esta é a unidade básica, estrutural e funcional dos seres vivos;
(b) Química, com base neste princípio a maioria dos constituintes
moleculares dos sistemas vivos é composta de átomos de carbono
unidos covalentemente a outros átomos de carbono e hidrogénio,
oxigénio e nitrogénio; (c) Físico, segundo este princípio todos os
organismos vivos trocam energia e matéria com o meio ambiente e
entre si; (d) Genético, segundo o qual toda a informação necessária
para a construção de um novo ser vivo está armazenada e codificada
no DNA de todas as células que compõe o ser vivo.
39
uns dos outros. Por exemplo, durante a respiração os animais
precisam do oxigénio atmosférico e libertam dióxido de carbono
para o meio ambiente, enquanto as plantas libertam o oxigénio para
o ambiente e precisam do dióxido de carbono.
Sumário
Nesta unidade, você aprendeu que:
O objecto de estudo da Bioquímica é a estrutura e o metabolismo
das biomoléculas. A estrutura está relacionada com a natureza
química e funções biológicas das biomoléculas nos seres vivos,
enquanto o metabolismo está relacionado com as transformações
destas biomoléculas.
O método de estudo da Bioquimica é o método de estudo do tipo
Experimental, em que se faz uma Aproximação Reducionista.
Onde a designação reducionista surge pelo facto de se usar uma
amostra como parte reduzida do organismo. Apesar de analisar a
amostra, os resultados são aproximados para todo o organismo, por
isso a designação aproximação.
As transformações químicas nos organismos vivos são
responsáveis pela vida, porque permitem a obtenção de energia
química (ATP), síntese de compostos orgânicos necessários para a
célula e eliminação de substâncias nocivas e toxicas ao organismo.
Os organismos vivos são constituídos por substâncias de natureza
inorgânica e orgânica, onde a parte inorgânica corresponde à cerca
de 70% de peso corporal e é formada por água e sais minerais.
Enquanto a parte orgânica é aquela em que o principal constituinte
é o elemento carbono, que está associado principalmente aos
átomos de hidrogénio (H) e também ao enxofre (S), fósforo (P),
nitrogénio (N) e oxigénio (O). Como exemplo de biomoléculas
temos os glícidos, proteínas, ácidos nucleicos, etc.
Existem quatro (4) princípios científicos que suportam a lógica
molecular da vida, que são o princípio celular (todo organismo vivo
40
é extremamente complexo e organizado), princípio químico (a
maioria dos constituintes moleculares dos sistemas vivos é
composta de átomos de carbono), o princípio físico (os organismos
vivos são capazes de extrair e utilizar energia do seu ambiente) e o
princípio genético (os organismos vivos são capazes de auto-
duplicar, gerando uma descendência que perpetua o estado vital).
41
Conteúdos
Enzimas
Lição n° 1 46
UNIDADE
Enzimas (Definição, Funções e Classificação)... 46
Lição n° 2 53
2
Sessão Laboratorial: ................................................... 53
Acção Enzimática em Nossa Alimentação ........... 53
Lição n° 3 57
Acção Enzimática (Estrutura, modelos e factores
que afectam a acção enzimática) .......................... 57
Lição n° 4 67
Sessão Laboratorial: ................................................... 67
Verificação da Influência de Factores na Acção
Enzimática ........................................................................ 67
Lição n° 5 73
Inibição enzimática (Definição, tipos e
importância) ................................................................... 73
Pág. 43 - 88
Unidade 2: Enzimas
43
Introdução
Ao introduzirmos a Bioquímica aprendeu que esta ciência se
preocupa em descrever a estrutura e funções biológicas das
biomoléculas e as transformações destas moléculas no organismo
vivo. Também aprendeu que estas transformações químicas são
fundamentais para a vida dos organismos vivos, porque permitem a
obtenção de energia química, em forma de ATP e a formação de
compostos orgânicos necessários para a célula.
Objectivos da unidade
Para além das características e importância das enzimas, vamos
focalizar sobre:
As funções e classificação das enzimas;
Estrutura e mecanismo de acção enzimas;
Os factores que influenciam a actuação da enzima;
A inibição enzimática.
44
Este conteúdo é muito importante para si, porque vai perceber o
papel das enzimas no organismo vivo e na indústria, como por
exemplo na indústria de fabricação de bebidas alcoólicas, na
fabricação de queijo e processamento da carne. Também vai poder
aprender a importância da inibição enzimática no organismo, onde
destacaremos a acção dos medicamentos, como um exemplo de
inibição enzimática irreversível.
Esta unidade é constituída por cinco (5) lições, das quais três são de
experiência laboratorial de acção de enzimas, factores que afectam a
acção enzimática e acção de ativadores e inibidores da atividade
enzimática.
45
Lição n° 1
Enzimas (Definição, Funções e Classificação)
Introdução
Nesta primeira lição da unidade sobre enzimas, você irá aprender as
características e tipos de enzimas de acordo com o tipo de reacção
química que catalisam. Este grupo de susbtâncias são muito
importantes para o decurso eficiente e eficas de todas transformações
bioquímicas.
Objectivos
46
das reações químicas que ocorrem no interior das células dos
organismos vivos.
47
agrupa as enzimas de acordo com o tipo de reacções catalisadas.
Assim sendo, as enzimas podem ser:
48
Como exemplo deste enzimas que pertecem a esta classe temos: a (i)
enzima transcetolase, (ii) enzima transaldolase, (iii) enzima
fosfoserina aminotransferase, etc.
49
Esquema 2: Interconversão da D-Glicose e D-Galactose por acção
da enzima isomerase do tipo hexoquinase
Sumário
Enzimas são moléculas de natureza protéica que funcionam como
catalisadores biológicos, ou seja, geralmente aumentam a
velocidade das reações químicas que ocorrem no interior das
células dos organismos vivos.
50
As enzimas caracterizam-se por serem específicas nos seus
substratos (reagentes), acelerar a velocidade das reacções e garantir
a eficácia e eficiência das transformações.
Segundo, a União Internacional de Bioquímica, quanto ao tipo de
reacção catalisada, as enzimas podem ser de seis (6) grupos, que
são: oxirredutases, transferasesm hidrólases, liases, isomerases e
ligases.
Comentário da Actividade 1:
Comentário da Actividade 2:
51
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada.
(4) CORSINO, Joaquim; Bioquímica; Editora UFMS; Campo
Grande; 2009.
Auto-avaliação
1. O que são enzimas?
2. Por que se afirma que as enzimas garantem eficiência e eficácia
das transformações?
3. Identifique o grupo de enzimas que actua nas transformações a
seguir:
52
Lição n° 2
Sessão Laboratorial:
Acção Enzimática em Nossa Alimentação
Introdução
Na lição anterior aprendeu que as enzimas são moléculas de natureza
protéica que funcionam como catalisadores biológicos e que se
caracterizam por serem específicas nos seus substratos (reagentes).
Objectivos
53
prepare os materiais e as substâncias que constam da tabela a seguir
e coloque-os numa mesa.
Materiais Substâncias
Dez (10) tubos de Ensaio ou copos Tintura de Iodo
Colher de chá Água
Conta-gotas Saliva Humana
Seringa Peróxido de Hidrogênio (H2O2)
Estante para tubos de ensaio Alimentos: Batata crua, Batata
cozida, Farinha de trigo, Maizena,
Macarrão, Arroz, Milho, Folha de
alface e Pedaço de Fígado cru
54
O amido é a fonte de reserva energética dos vegetais e acumula-se
geralmente nas sementes, raízes tuberosas (ex. cenoura, beterraba), caules
tuberosos (ex. batata) e frutos. A formação do complexo azul-escuro nos
tubos de ensaio ocorre no instante em que a tintura de iodo entra em contato
Comentário da actividade 1 com o amido presente no alimento. E o desaparecimento desta cor é por
causa da enzima amilase salivar ter convertido todo o amido em moléculas
de maltose.
Para mais informações sobre este conteúdo, assista ao vídeo disponível no
seguinte site: https://www.youtube.com/watch?v=MgLtdN6WKyg
55
Sumário
A presença de amido é verificada pela cor azul-escuro e por acção
da enzima amílase salivar, ocorre a hidrólise do amido
transformando-se em moléculas de açúcares mais simples. Esta
acção é verificada pelo desaparecimento da cor azul-escuro inicial.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) NIETO, S. Sánchez; Manual de prácticas de Bioquímica
Experimental; Facultad de Química Departamento de Bioquímica;
2013.
(2) GEPEQ - Grupo de Pesquisa em Educação Química-Instituto de
Química- Atividades Experimentais de Química no Ensino Médio
- reflexões e propostas; São Paulo, 2009.
Disponível em:
https://www.passeidireto.com/arquivo/17174806/livro_atividades-
experimentais-de-quimica-no-ensino/14
56
Lição n° 3
Acção Enzimática (Estrutura, modelos e factores
que afectam a acção enzimática)
Introdução
Na lição anterior realizou uma sessão laboratorial para verificar a
acção de enzimas (amílase salivar e catálase) na nossa alimentação.
Nesta lição, você irá aprender a estrutura e modelos de actuação
das enzimas nos organismos vivos.
57
Fonte: Adaptado de
https://courses.lumenlearning.com/microbiology/chapter/energy-
matter-and-enzymes/
58
Esta transformação bioquímica do subtsrato em produtos por acção
de uma enzima é representada da seguinte forma:
Fonte: Adaptado de
https://courses.lumenlearning.com/microbiology/chapter/energy-
matter-and-enzymes/
Modelo chave-fechadura
59
Figura 5: Mecanismo de acção enzimática segundo Modelo chave-fechadura.
Fonte: Adaptado de http://rblvet.com/enzimas.html
60
moldável à molécula do substrato e a enzima se ajustaria à molécula
do substrato na sua presença.
61
reacção enzimática diminui, podendo até a enzima tornar-se inactiva,
num processo designado de desnaturação. Como pode ver-se no
gráfico 1 a baixo.
62
Gráfico 2: Gráfico de acção enzimática em função do pH
Fonte:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/quimica_vida/quimica12.
php
63
estômago. Quando o pH estiver abaixo de 1,6 e acima de 3,0 a
actividade da enzima começa a diminuir e pode até a ser inactiva.
Sumário
As enzimas apresentam sempre uma região onde ocorre o encaixe
com o substracto, designado de Sítio de ligação ou sítio catalítico
ou centro activo.
E + S → ES → E + P
Enzima inactiva sem cofactor é designada de Apoenzima e quando
a enzima está ligada ao cofactor é designado por Holoenzima.
O cofactor pode ser um ião metálico ou uma molécula orgânica,
quando é de natureza orgânica é designada de coenzima.
Existem dois modelos explicativos da acção enzimática: Modelo
Chave-fechadura, proposto por Emil Fischer diz que o centro activo
64
da enzima é uma estrutura rígida e complementar ao substrato,
havendo um encaixe perfeito do substrato no sítio de ligação.
Modelo Encaixe Induzido, proposto por Daniel Koshland, diz que
o centro activo da enzima é flexível e pode ser modificado pela
ligação do substrato.
Os principais factores que influenciam a acção de uma enzima são
a temperatura, pH e concentração dos substratos.
Existe uma temperatura ou pH onde a velocidade da reacção
enzimática é máxima, que é designada de temperatura ou pH
óptima. Acima ou abaixo deste valor de temperatura ou de pH a
velocidade da reacção diminui, podendo até a enzima tornar-se
inactiva.
65
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) PRATT, Charlotte W.; CORNELY, K. Bioquímica Essencial,
2006.
(4) VIEIRA, Ricardo; Fundamentos de Bioquimica, Textos
Didacticos; Belém-Para; 2003.
Auto-avaliação 3
1. Explique e mostre a actuação de uma enzima, segundo o
modelo de Daniel Koshland.
2. A enzima que degrada a sacarose é produzida na parede do
duodeno, atua em torno de um valor de pH de 6.1 a 6.8 a 37ºC.
Explique a actuação desta enzima em função destes factores
(pH e Temperatura) e faça os gráficos.
66
Lição n° 4
Sessão Laboratorial:
Verificação da Influência de Factores na Acção Enzimática
Introdução
Na lição anterior aprendeu que acção enzimática é influenciada por
determinados factores, dentre os quais destacou-se a temperatura, pH
e concentração dos substratos. Também aprendeu que existe uma
temperatura ou pH onde a velocidade da reacção enzimática é
máxima, que é designada de temperatura ou pH óptima. Acima ou
abaixo deste valor de temperatura ou de pH a velocidade da reacção
diminui, podendo até a enzima tornar-se inactiva.
67
Materiais Substâncias
Onze (11) tubos de Fígado (fresco, cozido Solução de amido 0,1%
ensaio e congelado) (0,1g/100ml)
Suporte para tubos Água oxigenada Solução de soro
de ensaio (H2O2) fisiológico (solução de
Pinças Ácido clorídrico (HCl) NaCl 0,9%)
Bisturi Hidróxido de sódio Enzima amilase de saliva
Pipetas (NaHO) Solução de Lugol (I2 + I)
Almofariz Areia fina Solução de HCl 0,1M
Banho-maria (37ºc)
68
O tubo de ensaio 1 não ocorre nenhuma manifestação por ser um tubo de
controlo. O efeito da temperatura sobre a velocidade das reações
enzimáticas é duplo. A velocidade da reação aumenta com o aumento da
temperatura até que um máximo seja atingido, num mecanismo
Comentário da actividade 1
denominado de ativação térmica. Acima da temperatura de atividade
enzimática máxima, ocorre diminuição da velocidade da reação devido ao
processo de desnaturação protéica. Neste caso concreto, os tubos 2, 3 e 4
foi introduzido um fósforo aceso, onde no tubo 2 ocorreu uma reacção
porque houve libertação do gás oxigénio. No tubo 3, a reacção ocorrida
foi menos intensa que no tubo 2, isto devido à temperatura que era mais
elevada, pois assim a enzima não catalisa porque fica inibida. No tubo 4,
ocorreu uma reacção foi a mais intensa e a mais rápida de entre todos os
tubos, apesar da temperatura ser extrema (neste caso era muito baixa)
a enzima fica inibida de catalizar, mas nestas condições essa inibição é
reversível.
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/b
iologia_trabalhos/enzimas.html
69
As enzimas apresentam atividade máxima é um determinado valor ou faixa
de pH, denominado de pH ótimo. A variação do pH afecta o caráter iônico
dos grupos carboxila e amina da molécula protéica, o que pode acarretar
alteração da conformação da molécula e impedir a ligação do substrato no
Comentário da actividade 2 sítio activo da enzima, alterando a atividade. Este facto pode ser explicado
pelas diferenças de manifestação nos tubos 1 e 2. No tubo 2, ao se adicionar
um meio básico, não ocorreu reacção alguma devido à inibição da enzima
por acção do pH, enquanto no tubo 1 houve uma degradação rápida do
fígado, por acção do pH, pois neste foi adicionado um meio mais ácido o
que levou também inibição da enzima.
70
Adicione a cada um dos tubos, 2ml da solução de amido 0,1% e
misture.
Coloque o suporte com os cinco (5) tubos num banho-maria a 37oC
por 30 minutos e resfrie para interromper o processo enzimático.
Revele o resultado adicionando a cada tubo 1 a 2 gotas da solução de
Lugol e misture.
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/bio
logia_trabalhos/enzimas.html
71
Sumário
A velocidade da reação aumenta com o aumento da temperatura
até que um máximo seja atingido, que é designada de
temperatura ou pH óptima. Acima da temperatura de atividade
enzimática máxima ocorre diminuição da velocidade da reacção
devido ao processo de desnaturação protéica. E quando está
muito abaixo do ponto óptimo, a enzima fica inibida de catalizar,
mas nestas condições essa inibição é reversível.
As enzimas apresentam atividade máxima é um determinado
valor ou faixa de pH, denominado de pH ótimo. A variação do
pH afeta o caráter iônico dos grupos carboxila e amina da
molécula protéica e ocorre a diminuição da velocidade da
reacção enzimática.
A acção enzimática é directamente proporcional à concentração
da enzima, desde que haja disponiilidade do substracto a ser
transformado.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
https://www.google.co.mz/?gws_rd=cr&ei=CHE1WN7kIoTaasKrt4g
E#q=baixar+gratis+Bioquimica+pratica
72
Lição n° 5
Inibição enzimática (Definição, tipos e importância)
Introdução
Na lição anterior verificou a influência da temperatura e pH na acção
da enzima catálase, assim como a influência da concentração da
enzima na acção da enzima amílase salivar.
Definição de inibidores
73
Tipo de inibição enzimática
74
Após discutir e reflectir com seus colegas, se puderam ver que na categoria
de 100 metros, os cinco atletas inscritos são potenciais vencedores e haverá
competição entre eles para ganhar a taça. Estão num bom caminho. Ora, na
outra categoria de 1500 metros, onde dos dois atletas inscritos apenas um
Comentário da actividade 3
tem os requisitos exigidos o que faz com que apenas este esteja em
condições de ganhar o prémio e, por isso, não haverá competição, então
estão de parabéns. Caso contrário, voltem a ler a situação. Agora vamos
fazer uma analogia desta situação para abordar e aprender melhor sobre a
inibição enzimática.
75
com que a enzima ligue-se ao substrato (ES) ou ao inibidor (EI),
como pode ver-se a seguir:
76
Figura 9: Estrutura da Enzima (E), Substrato (S) e Inibidor (I)
Fonte: Adaptado pelo Autor (2017)
77
Esta inibição não reverte pelo aumento na concentração do substrato,
isto porque o inibidor reduz a concentração da enzima activa e,
assim, diminui a velocidade. Para que ocorra reacção, o inibidor tem
que estar dissociado da enzima de modo que a enzima se ligue ao
substrato para formar o produto.
78
A penicilina liga-se especificamente às enzimas da via de
síntese da parede bacteriana, inibindo-as irreversivelmente.
Alguns pesticidas inibem o sítio ativo da acetilcolina−esterase,
o que impede a hidrólise da acetilcolina na sinapse, resultando,
no homem, paralisia dos músculos respiratórios e edema
pulmonar.
Experiência laboratorial
Para verificar a acção de activadores e inibidores enzimáticos, prepare os
materiais e as substâncias que constam na tabela a seguir e coloque-os numa
Actividade 4 mesa.
Materiais Substâncias
Quatro (4) tubos de Solução de catecol 0,1M
ensaio Solução de ácido ascórbico (vitamina C) 0,02M
Conta-gotas (pode ser utilizada a vitamina C comercial)
Copo de Béquer ou Solução de sulfato de cobre a 1%
copo de vidro Água destilada
Banana
79
Corte a banana em pedaços pequenos e coloque um pouco
em cada tubo de ensaio;
Coloque 2ml de água destilada no tubo 1 e nos restantes
tubos de ensaio, coloque 2ml da solução decatecol;
Adicione 0,5ml da solução de ácido ascórbico no tubo 3.
Adicione 0,5ml da solução de sulfato de cobre no tubo 4.
Com base nos resultados, indique a substâcia adicionada
que funcionou como inibidor enzimático e justifique.
Sumário
Inibidores Enzimáticos são compostos que podem diminuir a
actividade de uma enzima ou reduzem a velocidade de uma reação
enzimática.
Inibição competitiva ocorre quando o substrato e o inibidor
competem pelo centro activo da enzima, onde o inibidor é um
composto estruturalmente semelhante ao substrato.
Inibição não competitiva ou alostérica o inibidor não tem estrutura
semelhante à do substrato e forma com a enzima um complexo
enzima-inibidor, num local da superfície, diferente do centro
activo e torna a enzina inactiva.
Na inibição irreversivel o inibidor combina-se permanentemente
com a enzima, inactivando-a ou destruindo-a.
As enzimas sofrem influência de substâncias que podem actuar,
activando ou inibindo sua atividade.
Comentário da Actividade 1:
80
Sendo assim, podemos dizer que Inibidores Enzimáticos são compostos que
podem bloqueiar a actividade de uma enzima ou uma reação enzimática.
Fazem parte de inibidores enzimáticos substâncias como fármacos,
antibióticos, preservativos de alimentos e venenos.
Comentário da Actividade 2:
Comentário da Actividade 4:
As enzimas sofrem influência de substâncias que podem actuar activando
ou inibindo sua atividade. A essas substâncias denominam-
se ativadores e inibidores enzimáticos, respectivamente. Os inibidores
enzimáticos são substâncias que diminuem a atividade da enzima, de
maneira reversível ou irreversível, por mecanismos que não envolvem a
desnaturação da mesma. Para mais informações volte a ler a lição teórica e
consulte o seguinte site:
http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/ativid
ade_enzimatica.htm
81
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(4) CAMPBELL, Mary K. & FERRELL, Shawn O. Bioquímica
Básica, 5a edição, 2007.
Auto-avaliação 5
1. A acção enzimática num determinado processo pode sofrer
um bloqueio por acção de um inibidor. Explique a acção de
um inibidor reversível.
2. Para tratamento de infestações por nematodos, usa-se o
Mebendazol (C16H13N3O3). A acção deste fármaco é
semelhante a um tipo de inibição enzimática? Justifique.
Comentários de Auto-avaliações
Depois de ter realizado as auto-avaliações das lições 1, 3 e 5 para
verificar o seu nível de aprendizagem, compare as suas respostas
às apresentadas a seguir. Não precisa de ter respondido
82
exactamente letra por letra, use-as para verificar se foi ao encontro
da ideia principal apresentada.
Comentários da Auto-avaliação 1
Comentários da Auto-avaliação 3
83
2. Quando o valor de pH é entre 6.1 a 6.8, a velocidade da reacção
enzimática é máxima, acima ou abaixo deste pH a velocidade da
reacção diminui. A temperatura óptima para actuação máxima
desta enzima é de 37º C. Acima ou abaixo dos 37ºC a velocidade
da reacção diminui, chegando a ocorrer a desnaturação.
Comentários da Auto-avaliação 5
84
complexo enzima-inibidor, num local da superfície, diferente do
centro activo e torna a enzina inactiva.
85
Resumo da Unidade
Nesta unidade, você aprendeu que:
86
Auto-avaliação da Unidade
1. Indique a função das enzimas no nosso organismo.
87
b) A actividade das enzimas é reduzida, uma vez que essas sofrem
desnaturação e não se associam ao substrato. (____)
88
Conteúdos
Lição n° 1 92
Introdução aos Glícidos ........................................................ 92
Glícidos
Lição n° 2 105
Oligossacarídeos (Definição, Classificação e Estruturas
Químicas) ................................................................................ 105
UNIDADE
Lição n° 3 114
Polissacarídeos (Definição, Classificação e Estruturas
3
Químicas) ..................................................................................114
Lição n° 4 121
Biossíntese dos Glíicidos (Fotossíntese nas plantas C3,
C4 e CAM) ..................................................................................121
Lição n° 5 130
Digestão e absorção dos glícidos ...................................... 130
Lição n° 6 136
Glicólise (características, transformações e rendimento
energético) ............................................................................. 136
Lição n° 7 142
Ciclo de Ácido Cítrico e Cadeia Respiratória .................. 142
(características, transformações e rendimento
energético) ............................................................................. 142
Lição n° 8 150
Fermentação (características, tipos, transformações e
rendimento energético) ....................................................... 150
Lição n° 9 157
Glicogénese, Glicogenolise e Gliconegenese
(características, locais e condições de ocorrência). ... 157
Pág. 89 - 173
Unidade 3: Glícidos
89
Introdução
Os glícidos também chamados de hidratos de carbono, sacarídeos ou
açúcares são compostos de função mista poliálcool-aldeído ou
poliálcool-cetona. Um importante exemplo de açúcar é a glicose,
encontrada no interior das nossas células e no nosso sangue, onde a
sua função básica é fornecer energia para as actividades vitais.
90
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Representar as estruturas químicas dos principais glícidos (mono,
oligo e polissacarídeos);
Indicar as características e funções dos glícidos;
Identificar as principais classes/grupos dos glícidos;
Descrever o mecanismo de síntese dos glícidos nas plantas do
tipo C3, C4 e CAM;
Representar as principais transformações químicas do processo
fotossintético;
Explicar o processo da respiração celular, indicando o local,
condições de ocorrência e o rendimento energético;
Representar as principais transformações da respiração celular;
Verificar a hidrólise química e enzimática do amido;
Indicar os órgãos do tubo digestivo onde ocorre a digestão dos
glícidos;
Explicar a essência dos processos glicogénese, glicogenolise e
gliconegenese, indicando as condições e local de ocorrência;
Explicar a essência da fermentação, indicando as condições de
ocorrência, principais produtos e o rendimento energético;
Representar as principais transformações da fermentação;
Identificar a ocorrência da fermentação alcoólica.
91
Lição n° 1
Introdução aos Glícidos
Introdução
Nesta primeira lição da unidade sobre glícidos, você irá aprender as
características e os grupos de glícidos que existem na natureza.
Ainda poderá aprender que os glícidos constituem a principal fonte
de energia dos organismos vivos, além de exercer inúmeras funções
estruturais e metabólicas.
92
aldeído. Recebe a designação de glícido poliálcool cetona, quando a
função álcool está combinada com a função cetona (-CO-).
93
Polissacarídeos. É necessário referir que a palavra“sacarídeo”
derivada do grego, sakkharon que significa açúcar.
94
Observe as estruturas a seguir e classifique os glícidos ai representados.
Actividade 2
95
A posição do grupo hidróxilo o carbono quiral é que vai determinar
a configuração do glícido, se vai ser D ou L. São designados de
configuração D (dextrogira) quando o grupo hidróxilo no carbono
quiral está no lado direito da estrutura e L (levogira) quando estiver
do lado esquerdo, como podemos ver no exemplo do gliceraldeido a
seguir.
Actividade 4
96
Reparando as estruturas destes glícidos podemos ver que o glícido A tem a
função cetona no carbono 2 combinada com a função álcool nas posições
1, 3, 4, 5 e 6, e apresenta seis (6) átomos de carbono, assim sendo é uma
HEXOSE do tipo CETOSE, enquanto o glícido B tem a função aldeído no
Comentário da actividade 4
carbono 1 combinada com a função álcool nas posições 2, 3, 4 e 5, e
apresenta cinco (5) átomos de carbono, com isto podemos dizer que é uma
PENTOSE do tipo ALDOSE. Se assim respondeu, excelente!
97
Esquema 3: Ciclização de D-Glicose
Fonte: Autor (2017)
98
No processo da ciclização aparece uma nova letra na designação do
glícido, que é α e β. Repare com atenção, a projecção do grupo
hidróxilo (-OH) no carbono 1 das estruturas fechadas, verá que
quando o grupo hidróxilo está abaixo do plano do anel, então, será
designado de α e quando está projectado acima do plano do anel será
designado de β.
Experiência laboratorial
Materiais Substâncias
Nove (9) Tubos de Solução de glicose Reagente de Molisch
ensaio Solução de frutose Ácido sulfúrico concentrado
99
3 2ml de solução de maltose
6 2ml de leite
http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/guia_praticas.htm
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA1tYAH/identificacao-acucares
100
Sumário
Glícidos são substâncias constituídas por carbono, hidrogénio e
oxigénio de acordo com a fórmula geral [CH2O]n onde n ≥ 3.
Quimicamente são compostos de função mista do tipo poliálcool
aldeído ou poliálcool cetona.
Os glícidos são biomoléculas responsáveis pelas funções
energéticas, estrutural e reserva energética.
Os glícidos de acordo com o número de unidades simples podem
ser monossacarídeo, oligossacrideos ou polissacareideos.
Os monossacarideos são as unidades mais simples que podem
apresentar de 3 a 9 carbonos.
Na reacção de Molisch, a presença de glícidos nas amostras é
verificada pelo aparecimento de um anel violeta na interfase das
soluções.
101
Comentário da Actividade 2:
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CAMPOS, Luís S. Entender a Bioquímica 3ª, 4ª e 5ª edição.
(4) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada.
(5) CORSINO, Joaquim; Bioquímica; Editora UFMS; Campo
Grande; 2009.
102
Auto-avaliação 1
1. Caracterize quimicamente os glícidos.
2. Indique duas (2) funções que os glícidos desempenham no
organismo.
3. Com base na estrutura aberta da galactose representada no
texto complementar, represente as estruturas cíclicas da
galactose.
Leitura Complementar
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre as estruturas químicas dos
monossacarideos, observe as representações a seguir.
103
GLÍCIDOS DO TIPO CETOSES
Fonte: Adapatodo de
http://www.numeb.furg.br/index.php?option=com_content&view=
article&id=40&Itemid=38
104
Lição n° 2
Oligossacarídeos (Definição, Classificação e Estruturas Químicas)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu que os glícidos de acordo com o
número de unidades podem ser monossacarídeo, oligossacrideos ou
polissacareideos. Também já aprendeu que os monossacarideos são
as unidades mais simples que podem apresentar de 3 a 9 carbonos e
caracterizam-se por serem um grupo de glícidos que não sofrem a
hidrólise.
Caracterizar os oligossacarídeos;
Identificar glícidos redutores e não redutores;
Representar as estruturas químicas dos principais
oligossacarídeos (maltose, sacarose, lactose, rafinose e
Objectivos
estaquiose).
Definição de Oligossacarídeos
105
oligossacarideos existem pequenas classes que são dissacarídeo,
trissacarídeo, tretrassacarídeo, etc.
Classificação de Oligossacarídeos
106
B) Sacarose: é o açúcar comum, encontrado principalmente na cana-
de-açúcar, açúcar de beterraba, melaço e xarope de milho assim
como em frutas, vegetais e mel. Quimicamente, a sacarose é formada
por uma unidade de D-Glicose e uma unidade de D-Fructose unidos
entre si por ligação glicosídea pela ligação 1→2, como pode ver na
representação química a seguir.
107
A ligação glicosídea é designada de 1→4 porque ocorre entre o
carbono 1 (C1) da molécula de galactose com o carbono 4 (C4) da
molécula de glicose. A lactose é digerível pelo organismo humano,
onde por acção da enzima lactase, este dissacarídeo degrada-se em
galactose e glicose.
108
E quando apresentam quatro (4) unidades de monossacarídeos são
chamados de tetrassacarídeos. Esta classe de oligossacarideos está
presente nas leguminosas, como soja.
Um exemplo típico dos tetrassacarideos é a Estaquiose, que é
formada por duas (2) unidades de D-galactose, uma de D-glicose e
uma de D-Fructose. Veja a estrutura química a seguir.
Experiência Laboratorial
Para identificar a presença de glícidos redutores, use a reacção de
Fehling. O glícido redutor, na presença do reagente de Fehling, é
Actividade 1 oxidado a ácido do carboidrato e o cobre é reduzido a óxido cuproso,
que pode ser evidenciado pela presença de um precipitado vermelho
109
tijolo. Para esta actividade, prepare os materiais e as substâncias que
constam da tabela a seguir e coloque-os numa mesa.
Materiais Substâncias
Sete (7) Tubos de Solução de glicose Reagente de Fehling A e
ensaio Solução de frutose Fehling B
Suporte de tubos Solução de maltose Suco de fruta neutralizado
de ensaio Leite Mel diluído
Pipetas Batata
4 2ml de leite
110
Aquecer, em banho-maria fervente, por aproximadamente 2
minutos.
Retire do banho-maria e observe a coloração das soluções.
Indique em que tubos de ensaios se verificou a presença de
glícido redutor e justifique.
O glícido redutor, na presença do reagente de Fehling, é oxidado a ácido
do carboidrato e o cobre é reduzido a óxido cuproso, que pode ser
evidenciado pela presença de um precipitado vermelho tijolo. Veja a
equação da reacção do reagente de Fehling na ausência e na presença de
Comentário da actividade 1 um glícido redutor:
a) Na ausência de um glícido redutor, o reagente de Fehling sob
aquecimento e em meio alcalino será transformado em óxido de cobre II
que apresenta a cor preta:
https://www.youtube.com/watch?v=8cPWxjraF64
111
Sumário
Dissacarídeos são glícidos formados por duas moléculas de
monossacarídeos ligados entre si por uma ligação glicosídea.
A maltose é um dissacarídeo formada por duas unidades de D-
Glicose unidos entre si por ligações glicosídeas 1→4 e que a
sua digestão é catalisada pela enzima maltase.
A sacarose é o açúcar comum, encontrado principalmente na
cana-de-açúcar, açúcar de beterraba e mel. Quimicamente, a
sacarose é formada por D-Glicose e D-Fructose unidos entre
si por ligação glicosídea pela ligação 1→2 e é degradada por
acção da enzima sacarase.
A lactose é o principal açúcar encontrado no leite, é um
dissacarídeo formado por D-Glactose e D-Glicose unidos
entre si por ligação glicosídica 1→4 e é degradada por acção
da enzima lactase.
A rafinose é um trissacarídeo formado por galactose, glicose
e fructose, enquanto a estaquiose é um tetrassacarídeo
formado por duas galactoses, glicose e fructose. Ambos não
são hidrolisáveis.
A identificação da presença de um glícido redutor, pela
reacção de Fehling é comprovada pelo aparecimento da cor
vermelho – tijolo; e a quantidade de Cu2+ reduzido a Cu+ é
proporcional à quantidade de carboidrato redutor presente na
amostra.
112
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) (2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada.
(4) MURRAY, Robert K.; BENDER, David A.; BOTHAM,
Kathleen M. at all; HARPER Bioquímica Ilustrada, McGraw
Hill Lange, 28a Edição.
Auto-avaliação
1. Represente a estrutura química da lactose e classifique-a.
2. Mostre, esquematicamente, a degradação digestiva da
maltose e indique a enzima que catalisa.
3. A maltose é um glícido redutor ou não redutor? Justique.
113
Lição n° 3
Polissacarídeos (Definição, Classificação e Estruturas Químicas)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu que oligossacarídeo são glícidos
constituídos de dois (2) a dez (10) unidades de monossacarídeos
ligados entre si, através de ligações glicosídicas. Dentro dos
oligossacarídeos destacou-se os dissacarídeos, trissacarídeos e
tretrassacarídeo.
Caracterizar os polissacarídeos;
Representar as estruturas químicas dos principais
polissacarídeos (amido, glicogénio, celulose);
Identificar o amido em alimentos.
Objectivos
Definição de Polissacarídeos
114
caracterizar os polissacarídeos como sendo polímeros de hexoses
unidos por ligação glicosídicas.
Classificação de Polissacarídeos
115
b) Amilopectina é um amido com uma estrutura altamente
ramificada formada por resíduos de α−D−glicose unidos por
ligações glicosídicas α(1→4) na cadeia principal e ligações α(1→6)
nos pontos de ramificação, que ocorrem a cada 24-30 resíduos, como
pode ver num exemplo segmento da amilopectina:
116
A celulose biologicamente diferencia-se do amido e glicogénio
porque este não é digerível pelos seres humanos, isto é, não se
consegue hidrolisarem as ligações β(1→4) da celulose divido a
ausência de enzima celulases.
Experiência laboratorial
Para identificar a presença de amido, em amostras, use a reacção de Lugol.
O amido é um polissacarídeo constituído de duas glicosanas distintas, a
Actividade 1 amilose e a amilopectina. Em meio aquoso a cadeia linear longa, não
ramificada de amilose, assume várias formas, entre elas a helicoidal. Nesta
forma apresenta a propriedade de fixar iodo no interior da hélice, resultando
em complexo corado em azul. O glicogênio apresenta uma glicosana mais
ramificada que a amilopectina, adquirindo coloração vermelha na presença
de iodo.
Para esta actividade, prepare os materiais e as substâncias que
constam da tabela a seguir e coloque-os numa mesa.
117
Materiais Substâncias
Cinco (5) Tubos de ensaio Suco de fruta
Solução de amido
Suporte de tubos de ensaio neutralizado
Leite
Pipetas Batata
Solução de Lugol
Mel diluído
2 2ml de leite
http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/guia_praticas.htm
118
Sumário
Polissacarídeos são glícidos complexos formados por longas
cadeias, contendo centenas ou até milhares de unidades de
monossacarídeos unidas entre si por ligações glicosídicas.
Existem dois grupos de polissacarídeos, quanto à composição:
Homopolissacarídeos (glícidos complexos que contêm apenas um
único tipo de monossacarídeo) e Heteropolissacarídeos (aqueles que
contêm dois ou mais tipos diferentes de monossacarídeos).
O Amido é um homopolissacarídeo de glicose, constitui a forma de
reserva energética nas plantas. O amido é constituído por amilose (é
um polímero linear de α−D−glicose unidos por ligações glicosídicas
α1→4) e amilopectina (é um polímero de estrutura ramificada de
α−D−glicose unidos por ligações glicosídicas α1→4 na cadeia
principal e α1→6 nos pontos de ramificação, que ocorrem a cada
24-30 resíduos).
O Glicogénio é um homopolissacarídeo de reserva energética e é um
polímero de estrutura ramificada de α−D−glicose unidos por
ligações glicosídicas α1→4 na cadeia principal e α1→6 nos pontos
de ramificação, que ocorrem a cada 8−12 resíduos de glicose.
A Celulose é um polissacarídeo de D−glicose unidas por ligações
glicosídicas β(1→4), tem a forma linear e é responsável pela função
estrutural.
A presença de amido na amostra é evidenciada pelo aparecimento
da cor azul-escuro.
119
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) (2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada.
(4) MURRAY, Robert K.; BENDER, David A.; BOTHAM,
Kathleen M. at all; HARPER Bioquímica Ilustrada, McGraw
Hill Lange, 28a Edição.
Auto-avaliação
1. Indique as diferenças (biológicas e químicas) entre:
a) Amilopectina e Glicogénio.
b) Amilose e Celulose.
120
Lição n° 4
Biossíntese dos Glíicidos (Fotossíntese nas
plantas C3, C4 e CAM)
Introdução
Nas lições anteriores, você aprendeu sobre a estrutura, funções e
classificação dos glícidos. Nesta lição, vai aprender a produção de
glícidos na natureza, onde se vai destacar o mecanismo, assim como
as transformações químicas do processo da fotossíntese.
121
A fotossíntese é um processo de síntese de moléculas de de hexose
(C6H12O6), por incoporação de dióxido de carbono num conjunto de
reacções cíclicas. Em homenagem a cientista Melvin Calvinque
investigou sobre a fotossíntese, identificando o papel do
carbono neste processo, então as reacções cíclicas foram designadas
de Ciclo de Calvin
122
designado de ácido 3-fosfoglicérico (3-fosfo glicerato). Neste
processo, a molécula receptora é denominada de ribulose 1,5
bifosfato (RUBP) que sofre a adição de moléculas de CO2 através da
reação de carboxilação. Essa adição só é possível porque há a
presença de uma enzima conhecida como RUBISCO (ribulose 1,5
bifosfato carboxilase-oxigenase), isto corresponde a equação 1 do
esquema 6 a seguir.
123
3 – fosfoglicerato + ATP + NADPH →gliceraldeído 3-fosfato
(triose-fosfato) + ADP + Pi + NADP+
124
da primeira reação de carboxilação é um composto de 4 carbonos,
designado de ácido oxaloacético (oxaloacetato), catalisado pela
enzima PEPcase.
Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABH6MAC/apostila-
fotossintese-parte-3-plantas-c3-c4-
125
O oxaloacetato formado na 1ª etapa é convertido para malato ou
aspartato, dependendo da espécie, nos cloroplastos das células do
mesofilo, veja a transformação 2 no esquema acima. Estes por sua
vez são transportados das células do mesofilo para as células da
bainha do feixe vascular.
126
O processo fotossintético nas plantas CAM é uma modificação do
ciclo C4, nestas plantas o CO2, na forma de HCO3-, é capturado pela
carboxilase do PEP nocitosol, a qual combina o HCO3- com o
fosfoenolpiruvato, produzindo oxaloacetato. O que diferencia estas
plantas das demais é que este processo de fixação de CO2 ocorre
durante a noite. O oxaloacetato formado é então convertido para
malato, o qual se acumula nos vacúolos. Durante à noite, o malato é
acumulado no vacúolo dessas plantas e, durante o dia, esse ácido
orgânico é transportado para o citosol, onde é descarboxilado,
libertando o CO2 que é reduzido pelo ciclo de Calvin. Nesse ciclo
também são gastos 2 ATPs para a regeneração do PEP. Veja o
esquema 8 a seguir:
Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABH6MAC/apostila-
fotossintese-parte-3-plantas-c3-c4-
127
Sumário
A fotossíntese é um processo de síntese de moléculas de hexose
(C6H12O6), por incorporação de dióxido de carbono num conjunto
de reacções cíclicas.
A designação C3 porque o primeiro produto da reação de fixação
de CO2é um composto de três carbonos, designado de 3-fosfo
glicerato. Neste processo a molécula receptora é denominada de
ribulose 1,5 bifosfatoe a enzima que catalisa esta fixação é
RUBISCO.
A 2ª etapa da fotossíntese resume-se na transformação de 3-
fosfoglicerato numa triose fosfatada, designaga de gliceraldei 3-
fosfato. Enquanto na 3ª etapa, ocorre regeneração do receptor e
síntese de glícidos, onde 10 moléculas de gliceraldeido 3-fosfato
são usadas para a regeneração do receptor que é o riboluse 1,5
difosfato, com gasto de ATP e as duas moléculas de gliceraldeído
3-fosfato restante são os responsaveis pela síntese das hexoses.
A designação plantas C4 é porque possuem um ciclo de fixação de
carbono, onde o produto da primeira reação de carboxilação é um
composto de 4 carbonos, designado de oxaloacetato, catalisado
pela enzima PEPcase.
O oxaloacetato formado nas plantas C4 é convertido para malato e
transportado das células do mesofilo para as células da bainha do
feixe vascular, onde sofre a descarboxilação libertando o CO2 e
produzindo piruvato. O CO2 é então fixado pela enzima RuBisCO
nas reações do Ciclo de Calvin enquanto que o pituvato é
transportado das células da bainha do feixe vascular para as células
do mesofilo, onde ocorre a regeneração da molécula receptora que
é o fosfoenolpiruvato com gasto de duas moléculas de ATP.
Nas plantas CAM o processo fotossintético é uma modificação do
ciclo C4, onde o processo de fixação de CO2 ocorre durante à noite
128
e o oxaloacetato formado é convertido para malato, o qual se
acumula nos vacúolos. Durante o dia, o malato é transportado para
o citosol, onde é descarboxilado libertando o CO2 que é reduzido
pelo ciclo de Calvin. Nesse ciclo também são gastos 2 ATPs para a
regeneração do PEP.
Leitura Básica
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) MURRAY, Robert K.; BENDER, David A.; BOTHAM, Kathleen
M. at all; HARPER Bioquímica Ilustrada, McGraw Hill Lange,
28a Edição.
(4) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER, Denise
R. Bioquímica Ilustrada.
Auto-avaliação 4
1. Mostre as diferenças bioquímicas entre as plantas C3 e C4.
2. Represente esquematicamente as transformações de síntese
da glicose, a partir do gliceraldeido 3-fosfato.
129
Lição n° 5
Digestão e absorção dos glícidos
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu o processo de síntese dos glícidos
nos organismos vivos, onde se destacou a fotossíntese nas plantas
C3, C4 e CAM. Nesta aula vamos focalizar um processo inverso que
é a degradação dos glícidos, que podemos também de designar de
digestão.
130
Recordando a ocorrência dos monossacarídeos, dissacarídeos e
polissacarídeos, indique alimentos de natureza glicídica que podem
constituir a dieta humana e o que acontece quantos estas substâncias entram
Actividade 2 no organismo? Pense e discuta com o seu colega.
131
No final destas transformações dos dissacarídeos e polissacarídeos
em seus componentes, temos como produto final da digestão dos
glícidos complexos, os monossacarídeos, que serão absorvidos para
a corrente sanguínea através da difusão, isto é, movimentos dos
monossacarídeos “a favor” do gradiente de concentração (de um
compartimento de maior concentração de glicose para um
compartimento de menor concentração).
Experiência laboratorial
Materiais Substâncias
Seis (6) Tubos de ensaio
Solução de amido Solução salina a 0,9%
Dois (2) Copo de Bequer
Solução de lugol Solução de saliva (1ml
Suporte de tubos de
Solução de HCl de saliva + 9ml de
ensaio
1:2 água)
Pipetas
Gelo
Provetas
132
Da mistura (solução de amido e HCl) existente no copo de
Bequer, retire 5ml e coloque no tubo de ensaio HQ1 e deixe
em banho de gelo;
Da mistura (solução de amido e HCl) existente no copo de
Bequer, retire 5ml e coloque no tubo de ensaio HQ2, leve
para o banho de água fervente durante 10’ e depois coloque
em banho de gelo;
Da mistura (solução de amido e HCl) existente no copo de
Bequer, retire 5ml e coloque no tubo de ensaio HQ3, leve
para o banho de água fervente durante 20’ e depois coloque
em banho de gelo;
Retire os tubos de banho de gelo e quando todos os tubos
estiverem em temperatura ambiente adicione 10 gotas de
solução de lugol em cada tubo;
Observe a coloração das soluções;
Em que tubo de ensaio (HQ1, HQ2 e HQ3) ocorreu a
digestão química?
http://webpages.fc.ul.pt/~rfcruz/relats/reltlb09.html
ou http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/guia_praticas.htm
Experiência Laboratorial
133
Adicione ao copo de Bequer 1ml de solução da saliva;
Enumere três (3) tubos de ensaio com HE1, HE2 e HE3;
Coloque em cada um dos tubos de ensaio 5ml de água destilada;
Da mistura (solução de amido e solução da saliva) existente no copo
de Bequer, retire 5ml e coloque no tubo de ensaio HE1 e deixe em
banho de gelo;
Da mistura (solução de amido e solução da saliva) existente no copo
de Bequer, retire 5ml e coloque no tubo de ensaio HE2, leve para o
banho de água fervente durante 10’ e depois coloque em banho de
gelo;
Da mistura (solução de amido e solução da saliva) existente no copo
de Bequer, retire 5ml e coloque no tubo de ensaio HE3, leve para o
banho de água fervente durante 20’ e depois coloque em banho
degelo;
Retire os tubos de banho de gelo e quando todos os tubos estiverem
em temperatura ambiente adicione 10 gotas de solução de lugol em
cada tubo;
Observe a coloração das soluções;
Em que tubo de ensaio (HE1, HE2 e HE3) ocorreu a digestão
química?
ou http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/guia_praticas.htm
134
Sumário
O produto final da digestão dos glícidos são os monossacarídeos e
isto ocorre na boca e no intestino delgado por acção de enzimas
amilase e enzimas da superfície intestinal, como maltase, sacarase
e lactase.
A presença de amido pelo teste de lugol verifica-se pelo
aparecimento de um composto de cor azul-escuro. E o
desaparecimento desta cor é por causa da acção do HCl e/ou da
enzima amilase salivar ter convertido todo o amido em moléculas
de maltose.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(2) NIETO, S. Sánchez; Manual de prácticas de Bioquímica
Experimental; Facultade de Química, Departamento de
Bioquímica.
135
Lição n° 6
Glicólise (características, transformações e
rendimento energético)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu o processo digestivo dos glícidos,
onde se destacou que este processo ocorre na boca e no intestino
delgado por acção de enzimas digestivas. Nesta aula vamos focalizar
a glicolise como 1ª etapa da respiração, dando para as características,
transformações e rendimento energético.
Glicólise
136
A primeira etapa da respiração celular é a glicólise, ocorre no
citoplasma, onde cada molécula de glicose é convertida em duas
moléculas de piruvato em condições anaeróbicas, isto é, na ausência
de oxigénio. Esta etapa é constituída por dez (10) transformações,
como pode ver no esquema 9 a seguir:
137
pela ação da enzima aldolase, veja a equação 3 e 4 do esquema
acima.
138
Meu caro estudante, as dez (10) reacções que constituem a glicólise
podem ser resumidos na seguinte transformação:
Oxidação de piruvato
139
As duas moléculas de acetil-CoA vão entrar na 2ª etapa da respiração
que é um mecanismo cíclico de recções que é designado de ciclo de
ácido cítrico ou também chamado de ciclo de Krebs.
Sumário
O produto final da digestão dos glícidos são os monossacarídeos e
isto ocorre na boca e no intestino delgado por acção de enzimas
amilase e enzimas da superfície intestinal, como maltase, sacarase
e lactase:
A glicólise ocorre no citoplasma das células, em condições
anaeróbicas, onde cada molécula de glicose é convertida em duas
moléculas de piruvato e com um rendimento energético de 2 ATP
e 2 NADH.
As reacções que constituem a glicólise podem ser resumidas na
seguinte transformação:
Glicose + 2 ADP + 2 Pi + 2 NAD+→ 2 Piruvato + 2 NADH + 2 H+
+ 2 ATP + 2 H2O
As duas moléculas de piruvato formadas na glicólise são
transportadas até as mitocôndrias onde em condições aeróbicas, são
oxidados para a síntese de acetil−CoA que segue para o ciclo do
ácido cítrico.
140
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) (2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER, Denise
R. Bioquímica Ilustrada.
(4) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
Auto-avaliação 6
1. A glicólise caracteriza-se por ser uma etapa anaeróbica da
respiração celular.
a) Explique o significado do termo anaeróbico.
b) Represente a equação global da glicólise.
141
Lição n° 7
Ciclo de Ácido Cítrico e Cadeia Respiratória
(características, transformações e rendimento energético)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu que a glicólise constitui a 1ª etapa
da respiração celular, ocorre no citoplasma, em condições
anaeróbicas e consiste na transformação de hexose em duas
moléculas de piruvato e um rendimento energético de 2 ATP e 2
NADH. Também aprendeu que as duas moléculas de piruvato são
transportadas até as mitocôndrias onde em condições aeróbicas, são
oxidados para a síntese de acetil−CoA.
142
NADH, uma de FADH2 e uma molécula energética que é o GTP
(guanosina trifosfato) ou ATP, como pode ver-se no esquema 10
abaixo:
143
para formar succinil−CoA, NADH e CO2, veja as equações 3 e 4 do
esquema acima.
144
Hidrogenado) Com isto vê-se que o rendimento energético do ciclo
de krebs é de 2 GTP, 6 NADH e 2 FADH2.
No total entram na cadeia respiratória dez (10) moléculas NADH e duas (2)
FADH2, caso tenha respondido assim, já é bom. Isso mostra que está no
caminho certo. Caso contrário, veja novamente as transformações destas
Comentário da actividade 2 etapas aprendidas anteriormente.
145
Estas moléculas quando chegam nas cristas mitocondriais ocorre a
transferência de elétrons e protões (H+) do NADH e FADH2 para O2
e a medida que os electrões são transferidos ao longo da cadeia de
proteínas, ocorre a liberação de energia livre suficiente para
sintetizar ATP a partir do ADP e Pi. Como por exemplo de proteínas
existentes na mitocôndria com função de transporte de electrões e
protões, temos a NADH Desidrogenase, Ubiquinona e Citocromo b,
c, c1 e oxidase. Podemos esquematizar a cadeia de proteínas
existente na mitocôndria da seguinte forma:
146
NADH que entra na cadeia respiratória rende 3 ATP, enquanto cada
FADH2 rende 2 ATP.
Glicólise 2 ATP
TOTAL 38 ATP
Fonte: Autor (2017)
147
Sumário
O piruvato, o produto da via glicolítica, é convertido a acetil−CoA,
o substrato que entra no ciclo do ácido cítrico.
O ciclo do ácido cítrico é uma série de oito reações sucessivas que
oxidam completamente as duas moléculas de piruvato em 4
moléculas de CO2; seis moléculas de NADH, duas moléculas de
FADH2 e duas moléculas de GTP.
As moléculas de NADH e FADH2 produzidas na glicólise, na
oxidação do piruvato e ciclo do ácido cítrico geram energia na
cadeia mitocondrial transportadora de electrões, onde a via consiste
Numa série de carreadores redox que recebem electrões do NADH
e FADH2, no final do caminho os eletrões, juntamente com os
protões, são doados para o oxigênio para formar H2O.
Durante a oxidação de NADH, existem três etapas nas quais a
energia liberada é suficiente para sintetizar ATP, por isso diz-se que
cada NADH produz teoricamente 3 moléculas de ATP, enquanto na
oxidação do FADH2 existem apenas 2 etapas que geram energia,
sendo assim cada molécula de FADH2 produz 2 moléculas de ATP.
O saldo energético total, por molécula de glicose, é de: 2 ATP na
glicólise + 2 TP no ciclo de Krebs, + 34 ATP na cadeia respiratória,
gerando 38 ATP ao final do processo.
148
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER,
Denise R. Bioquímica Ilustrada.
(4) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
Auto-avaliação 7
1. Explique o destino aeróbico do piruvato produzido na
glicólise e mostre a sua transformação.
2. Entre o ciclo de krebs e a cadeia respiratória, qual é a etapa
que produz mais energia? Justifique.
3. Na cadeia respiratória, o rendimento de NADH é diferente
do FDH2. Mostre as razões da diferença no rendimento
energético entre estas duas moléculas.
149
Lição n° 8
Fermentação (características, tipos,
transformações e rendimento energético)
Introdução
Nas lições anteriores, você aprendeu a respiração celular e viu que
neste processo se degradam as hexoses para fins energéticos, onde
teoricamente cada hexose fornece 38 moléculas de ATP. Nesta aula
vai aprender a fermentação, como mais um processo degradativo de
hexoses. Também vai aprender que muitos produtos de importância
biológica e económica, como antibióticos e bebidas alcoólicas, são
obtidos através da fermentação.
Fermentação
150
oxigénio. Este processo ocorre no citoplasma em duas etapas, que
são glicólise e formação de produtos específicos.
Tipos de fermentação
As duas moléculas de piruvato provenientes da glicólise ao se
mantiverem em condições anaeróbicas são transformadas em
substâncias orgânicas características (Etanol, Ácido Acético e
Lactato), como se pode ver no esquema 12 a seguir:
151
Esquema 12: Transformações bioquímicas da fermentação
Fonte: Autor (2017)
152
humano, quando estamos a praticar exercícios físicos,
frequentemente sentimos dor muscular, também chamada de fadiga
muscular. Isso ocorre porque as células musculares não recebem a
quantidade de oxigênio necessária para realizar a respiração celular
e passam a quebrar glicose de forma anaeróbia, produzindo ácido
láctico e o acúmulo desse ácido faz com que sintamos dor.
153
A2 no esquema acima. A fermentação acética é usada para a
produção de vinagre a partir do vinho e pode ser resumida a partir
do seguinte esquema: Glicose + 2 ADP + 2 Pi + 2 H2O → 2 Ácido
Acético + 2 ATP + 2 CO2
Experiência laboratorial
Garrafa Amostra
Plástica
154
Em que garrafa plástica ocorreu a fermentação alcoólica?
Justifique.
Sumário
Fermentação é um processo anaeróbico de obtenção de energia que
causa a decomposição de moléculas de açúcares para formar um
produto específico que pode ser lactato, etanol ou ácido acético.
A fermentação é designada de acordo com o produto final, quando
o produto for ácido láctico (lactato) é chamada de fermentação
láctica, caso seja etanol é alcoólica e acética se o produto for ácido
acético.
155
O rendimento energético do processo fermentativo é determinado na
primeira etapa, que é a glicólise, por isso diz que a fermentação
produz apenas 2 moléculas de ATP.
A fermentação tem uma importância biológica e econômica, porque
é usada para obtenção de antibióticos, bebidas alcoólicas e produtos
alimentares, como por exemplo iogurte, queijo, pão, etc.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) CHAMPE, Pamela; HARVEY, Richard A & FERRIER, Denise
R. Bioquímica Ilustrada.
(4) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
Auto-avaliação
1. Tomando em consideração que a fermentação é um
processo degradativo, assim como a respiração celular,
indique as diferenças entre eles.
2. Indique dois produtos de uso constante no seu dia-a-dia que
são resultantes de um processo fermantativo.
156
Lição n° 9
Glicogénese, Glicogenolise e Gliconegenese
(características, locais e condições de ocorrência).
Introdução
Nas lições anteriores, você aprendeu a respiração celular e
fermentação como processos degradativos dos glícidos. Nesta aula
vai aprender três processos metabólicos que têm relação com o teor
ou nível de glicose no organismo: Glicogénese, Glicogenólise e
Gliconegénese. Vamos destacar as condições de ocorrência, local de
ocorrência e as principais transformações.
Objectivos
Glicogénese
157
todo organismo animal já nasce com um teor de glicogénio, que é
designado de glicogénio pré-existente. Então o que acontece na
glicogénese é acréscimo de unidade de glicose à molécula de
glicogénio pré-existente.
158
A molécula de glicose antes se ligar ao glicogénio, passa por uma
fase de activação, como pode ver nas transformações 1, 2 e 3. Na
transformação 1, a molécula de glicose é fosforilada por acção de
uma enzima hexoquinase e forma-se a glicose 6-fosfato. Enquanto
na transformação 2 ocorre uma mutação do grupo fosfato da posição
6 para a posição 1, por acção da enzima fosfoglicomutase para
formar a glicose 1-fosfato.
Glicogenólise
159
podemos dizer que glicogenólise é um processo degradativo do
glicogénio para fornecer moléculas de glicose ao organismo.
160
A glicose−6−fosfato formada na transformação 2, já pode ser
utilizada pela glicólise ou pela via das pentoses-fosfato, mais no
fígado, devido a ação da enzima glicose 6−fosfatase, ocorre a
desforilação da glicose-6-fosfato para a formação de glicose, veja a
transformação 3 do esquema acima. A glicose resultante é liberada
da célula para a circulação e transportada para outros tecidos. Este
processo repete-se retirando em cada degradação uma molécula de
glicose que será fornecida ao organismo.
Gliconeogenese
161
Esquema 15: Transformações bioquímicas da gliconeogénese
Fonte: Autor (2017)
162
Sumário
Glicogênese é a síntese de glicogênio e ocorre numa fase após
alimentação.
Glicogenólise ocorre numa fase de um jejum curto e consiste
na degradação da reserva de glicogénio para fornecer
moléculas de glicose ao organismo.
Gliconegenese ocorre numa fase de jejum prolongado e
consiste na formação de novas moléculas de glicose a partir
de precursores não-carboidratos e ocorre no fígado.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos
que leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) (2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios
de Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica;
4ª Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(4) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica;
2ª Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
163
Auto-avaliação 9
1. Indique as diferenças entre glicogênese, glicogenólise e
gliconegenese.
Comentários da Auto-avaliação 1
164
diferenciando apenas na posição do grupo OH no carbono 4, como
já nos referimos anteriormente.
Comentário da Auto-avaliação 2
165
3. A maltose é um glicido redutor porque em solução básica, a
maltose reduz iões metálicos de cobre, formando óxido de cobre I
que apresenta a cor vermelho tijolo e a maltose se oxida formando
ácidos carboxílicos.
Comentário da Auto-avaliação 3
1. a) Amilopectina e Glicogénio
b) Amilose e Celulose
166
Comentário da Auto-avaliação 4
1. Nas plantas C3, o dióxido de carbono é recebido pela ribulose 1,5
bifosfato para formar um primeiro produto de três carbonos, que é o
3-fosfo glicerato. As moléculas de 3-fosfoglicerato são
transformadas em gliceraldeido 3-fosfato. Destas moléculas, umas
são usadas para a regeneração do receptor e outras são os
responsáveis pela síntese das hexoses. Enquanto nas plantas C4, o
dióxido de carbono é recebido pelo PEP (fosfoenol piruvato) e forma
um produto de quatro átomos de carbonos, designado de
oxaloacetato. Este produto é convertido para malato, que por sua vez
sofre a descarboxilação, libertando o CO2 e produzindo piruvato. O
CO2 aqui libertado é então fixado pela enzima RuBisCO nas reações
do Ciclo de Calvin para produzir hexoses, enquanto o pituvato é
usado na regeneração da molécula receptora que é o
fosfoenolpiruvato com gasto de duas moléculas de ATP.
Comentário da Auto-avalição 6
1. A glicólise caracteriza-se por ser uma etapa anaeróbica da
respiração celular.
1.1 O termo anaeróbico significa ausência de oxigénio, isto quer
dizer que a glicólise ocorre na ausência de oxigénio.
1.2 As reacções que constituem a glicólise podem ser resumidas na
seguinte transformação:
167
Glicose + 2 ADP + 2 Pi + 2 NAD+→ 2 Piruvato + 2 NADH + 2 H+
+ 2 ATP + 2 H2O
Comentário da Auto-avaliação 7
Comentário da Auto-avaliação 8
1. A Fermentação é um processo anaeróbico de obtenção de energia
que causa a decomposição de moléculas de açúcares para formar um
produto específico que pode ser lactato, etanol ou ácido acético e
produz apenas 2 moléculas de ATP. Enquanto a respiração celular é
168
um processo de obtenção de energia que degrada moléculas de
açúcares para formar dióxido de carbono, água e 38 moléculas de
ATP.
2. Alguns produtos de uso constante no dia-a-dia que são resultantes
de um processo fermentativo são bebidas alcoólicas, iogurte, queijo,
pão, etc.
Comentário da Auto-avaliação 9
Resumo da Unidade
Nesta unidade, você aprendeu que:
Os Glícidos são substâncias constituídas por carbono,
hidrogénio e oxigénio de acordo com a fórmula geral [CH2O]n
onde n ≥ 3. Quimicamente são compostos de função mista do
tipo poliálcool aldeído ou poliálcool cetona.
Os glícidos são biomoléculas responsáveis pelas funções
energéticas, estrutural e reserva energética.
Os glícidos de acordo com o número de unidades simples
podem ser monossacarídeos (glícidos mais simples que podem
apresentar de 3 a 9 carbonos), oligossacarídeos (glicidos
complexos constituídos de dois a dez unidades de
169
monossacarídeos ligados entre si) ou polissacarídeos (glícidos
complexos formados por longas cadeias, contendo centenas ou
até milhares de unidades de monossacarídeos unidas entre si).
A fotossíntese é um processo de síntese de moléculas de hexose
(C6H12O6), por incorporação de dióxido de carbono num
conjunto de reacções cíclicas. Este processo ocorre em três
etapas: (i) fixação de dióxido de carbono, (ii) transformação de
3-fosfoglicerato numa triose fosfatada, designaga de
gliceraldeido 3-fosfato e (iii) regeneração do receptor e síntese
de glícidos, onde 10 moléculas de gliceraldeido 3-fosfato são
usadas para a regeneração do receptor que é o riboluse 1,5
difosfato, com gasto de ATP e as duas moléculas de
gliceraldeído 3-fosfato restante são os responsáveis pela síntese
das hexoses.
A designação C3 é porque nestas plantas, o primeiro produto
da reacção de fixação de CO2 é um composto de três carbonos,
designado de 3-fosfo glicerato. E a molécula receptora de
dióxido de carbono no processo é ribulose 1,5 bifosfato.
A designação plantas C4 é porque possuem um ciclo de fixação
de carbono, onde o produto da primeira reação de carboxilação
é um composto de 4 carbonos, designado de oxaloacetato,
catalisado pela enzima PEPcase. Enquanto as plantas CAM
constituem uma modificação do ciclo C4, onde o processo de
fixação de CO2 ocorre durante a noite e o oxaloacetato formado
é convertido para malato, o qual se acumula nos vacúolos.
Durante o dia, o malato é transportado para o citosol, onde é
descarboxilado libertando o CO2 que é reduzido pelo ciclo de
Calvin. Nesse ciclo também são gastos 2 ATPs para a
regeneração do PEP.
A digestão dos glícidos complexos ocorre na boca, por acção
da enzima amílase salivar e no intestino delgado por acção de
enzimas digestivas do tipo amílase pancreática, maltase,
170
sacarase e lactase. O produto final da digestão dos glícidos são
os monossacarídeos.
A 1ª etapa da respiração celular é designada de glicólise, ocorre
no citoplasma das células, em condições anaeróbicas, onde
cada molécula de glicose é convertida em duas moléculas de
piruvato e com um rendimento energético de 2 ATP e 2 NADH.
As reacções que constituem a glicólise resume-se em:
o Glicose + 2 ADP + 2 Pi + 2 NAD+→ 2 Piruvato + 2 NADH +
2 H+ + 2 ATP + 2 H2O
O ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs constitui a 2ª etapa
da respiração celular. Esta etapa é uma série de oito reacções
sucessivas que oxidam completamente as duas moléculas de
piruvato em 4 moléculas de CO2; seis moléculas de NADH,
duas moléculas de FADH2 e duas moléculas de GTP.
A 3ª etapa da respiração celular é uma cadeia transportadora de
electrões ou cadeia respiratória. Esta etapa consiste numa série
de carregadores redox que recebem electrões do NADH e
FADH2 (moléculas energéticas produzidas na glicólise, na
oxidação do piruvato e ciclo do ácido cítrico), onde no final do
caminho os electrões, juntamente com os protões são doados
para o oxigénio para formar H2O.
Na cadeia respiratória, cada molécula de NADH oxidado
produz teoricamente 3 moléculas de ATP, enquanto na
oxidação do FADH2 gera apenas 2 moléculas de ATP.
O saldo energético teórico total, por molécula de glicose é de
38 ATP (2 ATP na glicólise + 2 ATP no ciclo de Krebs, + 34
ATP na cadeia respiratória).
A fermentação é um processo anaeróbico de obtenção de
energia (2 moléculas de ATP) que causam a decomposição de
moléculas de açúcares para formar um produto específico que
pode ser lactato, etanol ou ácido acético.
A fermentação tem uma importância biológica e económica,
porque é usada para obtenção de antibióticos, bebidas
171
alcoólicas e produtos alimentares, como por exemplo iogurte,
queijo, pão, etc.
Glicogênese é o armazenamento de glicose na forma de
glicogénio e ocorre numa fase após alimentação.
Glicogenólise ocorre numa fase de um jejum curto e consiste
na degradação da reserva de glicogénio para fornecer
moléculas de glicose ao organismo.
Gliconegenese ocorre numa fase de jejum prolongado e
consiste na formação de novas moléculas de glicose a partir de
precursores não-carboidratos e ocorre no fígado.
Auto-avaliação da Unidade
1. Represente a fórmula de Fischer e Haworth para a glicose e
fructose.
2. Entre os glicidos representados na pergunta 1 acima, indique o
glícido do tipo aldose e justifique.
3. Diferencie fermentação alcoólica da fermentação láctica.
4. Um organelo citoplasmático realiza a importante função de
fornecer energia à célula por meio da respiração celular. Esse
processo compreende três etapas, sendo que as duas primeiras
são, respectivamente:
a) Fosforilação Oxidativa e Acetil Coenzima A. ( )
b) Fosforilação Oxidativa e Glicólise. ( )
c) Acetil Coenzima A e Fermentação. ( )
d) Fermentação e Glicólise. ( )
e) Glicólise e Ciclo de Krebs. ( )
172
5. Os esquemas representam três rotas metabólicas possíveis,
pelas quais a glicose é utilizada como fonte de energia.
173
Conteúdos
Aminoácidos
UNIDADE
Lição n° 1 177
Aminoácidos (Definição, fórmula geral, funções e
identificação)................................................................. 177
4
Lição n° 2 184
Aminoácidos (classificação e propriedades dos
aminoácidos) ................................................................. 184
Lição n° 3 194
Biossíntese geral dos aminoácidos (condições
de ocorrência, origem das substâncias iniciais e
famílias anabólicas) .................................................... 194
Lição n° 4 203
Catabolismo geral dos aminoácidos (condições
de ocorrência, destino das substâncias finais e
famílias catabólicas) ................................................ 203
Unidade 4: Aminoácidos
175
Introdução
Na unidade anterior aprendeu que numa fase de jejum prolongado, o
organismo recorre à substâncias não glicídicas para obter a glicose,
como exemplo de substâncias não glicídicas apontam-se os
aminoácidos.
Esta unidade é constituída por quatro (4) lições, onde está prevista
uma experiência laboratorial de identificação de aminoácidos.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Representar a fórmula estrutural geral dos aminoácidos;
Indicar as características e funções dos aminoácidos;
Identificar a presença de aminoácidos em amostra;
Classificar os aminoácidos;
Descrever as propriedades dos aminoácidos;
Descrever o mecanismo geral de síntese e degração dos
aminoácidos.
176
Lição n° 1
Aminoácidos (Definição, fórmula geral, funções e identificação)
Introdução
Nesta primeira lição da unidade sobre aminoácidos, você irá
aprender as características e as funções dos aminoácidos que existem
na natureza. Ainda poderá aprender a representar a estrutura química
dos aminoácidos.
177
A representação “ii)” é a ideal para um aminoácido que está dentro
do organismo vivo e comum para todos aminoácidos que constituem
as proteínas, diferindo apenas do tipo de radical (R) que o
aminoácido apresenta.
178
Para além das funções gerais dos aminoácidos, existem funções específicas
de cada aminoácido. Veja a seguir algumas funções específicas de alguns
aminoácidos na tabela a seguir:
Aminoácido Funções
Auxilia o organismo na eliminação da
Ácido Aspártico
amônia, assim como na proteção do
(Aspartato)
sistema nervoso central.
É o principal combustível cerebral e é o
Ácido
grande responsável pelo bom
Glutâmico
funcionamento do cérebro.
(Glutamato)
Auxilia na desintoxicação do organismo e
atua no sistema imunológico. Está também
Cisteína
envolvido no crescimento dos cabelos,
unhas e na regeneração cutânea.
Está envolvido no sistema imunológico do
organismo e é importante para a produção
Lisina
de células brancas.
Auxilia na manutenção do fígado e dos
rins, assim como no controlo do colesterol.
Metionina
Fonte: Adaptado do
http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/imagens/TABELA_AA.
GIF
Experiência laboratorial
Actividade 3 Ninidrina. Neste teste, a ninidrina atua como um agente oxidante dos
179
aminoácidos, resultando amônia, CO2 e aldeído, como você pode ver na
equação a seguir:
Materiais Substâncias
Quatro (4) Tubos de Ensaios Solução aquosa de aminoácidos
Pipetas (ex: glicina e valina)
Copo de Bequer Reagente de ninidrina
Fogão Água
Leite
Suco de fruta
180
Enumere os quatro (4) tubos de ensaio de 1 até 4.
3 2ml de leite
Sumário
Os aminoácidos constituem uma classe de compostos orgânicos de
função mista, isto é, apresentam dois grupos funcionais diferentes,
ligados a um átomo de carbono, neste caso concreto, há um grupo
carboxilo (-COOH) e grupo amina (-NH2).
Os aminoácidos são importantes na síntese de proteínas e
fornecimento de glicose e energia na fase de jejum prolongado.
Na natureza, os aminoácidos que constituem as moléculas protéicas
são sempre de configuração L.
A presença de aminoácidos em amostras é verificada pelo
aparecimento da cor Azul púrpura, usando o teste com ninidrina.
181
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) ARZOLA, C. & LICÓN, Célia; Manual de Prácticas de
Bioquímica - Universidad Autónoma de Chihuahua-Facultad de
Zootecnia.
(3) DOS SANTOS, Ana Paula; Bioquímica Práctica-Protocolos para
análise de biomoléculas e exercícios complementares.
182
assimétrico e o grupo amino (-NH3+) está projectado para o lado
esquerdo, assim sendo, este aminoácido é de configuração L. Na
natureza, os aminoácidos que constituem as moléculas protéicas
são sempre de configuração L.
Comentário da Actividade 3:
A presença de aminoácidos em amostras é verificada pelo
aparecimento da cor azul púrpura, usando o teste com ninidrina.
Neste caso concreto, tanto no leite, assim como no suco de frutas
verificou-se o aparecimento de cor azul.
Auto-avaliação 1
1. A treonina é um aminoácido essencial, cujo radical é -
CH(OH)-CH3.
a) Represente a estrutura química da treonina no organismo
vivo.
b) Indique a configuração (D ou L) da estrutura representada
em 1.1. e Justifique.
183
Lição n° 2
Aminoácidos (classificação e propriedades dos aminoácidos)
Introdução
Na lição anterior, você irá aprender as características e as funções
dos aminoácidos que existem na natureza. Aprendeu também a
representar a estrutura química dos aminoácidos. Nesta lição, você
irá aprender a classificação e a descrever as propriedades dos
aminoácidos.
b) A sua essencialidade
184
O termo essencial e não essencial não tem relação com o ser
importante ou não importante, porque todos os aminoácidos são
fundamentais em todos os organismos vivos. Aqui estes termos
traduzem a capacidade ou incapacidade de produzir os aminoácidos.
Sendo assim, podemos afirmar que os aminoácidos essenciais são
aqueles que o organismo humano não consegue sintetizar e devem
ser adquiridos através da dieta alimentar, enquanto os aminoácidos
não essenciais são sintetizados pelos organismos. Os aminoácidos
essenciais também são chamados de indispensáveis, enquanto os não
essenciais são designados de dispensáveis.
185
outro. Por exemplo, nos vegetais todos aminoácidos são não
essenciais.
186
Pense e discuta com os seus colegas as características de uma substância de
carácter anfótero.
Actividade 2
187
Estas representações de aminoácidos dependem muito do nível de
acidez do meio em que se encontra o aminoácido. Comecemos pela
representação B. Recorda o que constatámos na estrutura química B?
Espero que sim. Caso não se recorde, volte a ler. Nesta estrutura,
vimos que há igualdade de cargas positiva e negativa, e designamos
de neutra. Esta representação é a mesma que está na fórmula geral
“2”, representada logo no início da lição. Para além de ser designada
de aminoácido na forma neutra, também se pode designar de
Zwiterion ou Ião dipolar.
Glicina 5,97
Alanina 6,01
Histidina 7,59
Lisina 9,74
Arginina 10,76
188
Agora vamos falar das representações A e C, que só aparecem
quando o aminoácido está num meio cujo nível de acidez está acima
ou abaixo do seu ponto isoeléctrico. Comecemos por mostrar o que
acontece quando o nível de acidez do meio em que se encontra o
aminoácido está abaixo do seu ponto isoeléctrico.
189
substância ácida. Com base nisso, podemos dizer que o aminoácido
de forma neutra comportou-se como um ácido, libertando um protão
para o meio, formando água e transforma-se num aminoácido
aniónico, como podemos ver no esquema a baixo. Isto só é possível,
quando o aminoácido neutro se encontra num meio onde o nível de
acidez do meio está acima do ponto isoeléctrico do aminoácido em
causa.
190
Oligopeptídeos: quando apresentam de 3 á 10 aminoácidos
ligados entre si.
Polipeptídeos: quando apresentam de 11 á 100 aminoácidos
ligados entre si.
Proteínas: quando apresentam mais de 100 aminoácidos ligados
entre si.
Sumário
Os aminoácidos constituem uma classe de compostos
orgânicos de função mista, isto é, apresentam dois grupos
funcionais diferentes ligados a um átomo de carbono, neste
caso concreto, tem um grupo carboxilo (-COOH) e grupo
amina (-NH2).
Os aminoácidos são importantes na síntese de proteínas e
fornecimento de glicose e energia na fase de jejum
prolongado.
Quanto à sua essencialidade, existem aminoácidos essenciais
e não essenciais, os aminoácidos essenciais são aqueles que o
organismo não consegue produzir e devem ser adquiridos na
dieta alimentar, enquanto os aminoácidos não essenciais são
aqueles que o organismo consegue produzir.
Os aminoácidos são anfóteros porque actuam como ácidos,
libertando o protão para o meio transformando num
aminoácido aniónico ou podem actuar como base ganhando o
protão do meio, transformando-se em aminoácido catiónico.
191
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos
que leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição e
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica;
4ª Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(4) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica;
2ª Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 2
1. A proteína K é responsável pelo mecanismo de
coagulação de sangue e apresenta 120 aminoácidos,
dispostos apenas em uma cadeia polipeptídica. Dos
aminoácidos que formam a proteína que destaca-se a
treonina, aminoácido essencial e glicocetogénico, cujo
ponto isoleléctrico é 5,87 e R = -CH(OH)-CH3.
a) Explique o significado dos termos “Essencial” e
“Glicocetogénico”.
b) Qual será o comportamento químico da treonina, num
meio cujo pH é 3,0. Represente a equação química
que ilustre este comportamento químico.
192
Leitura Complementar
Fonte:http://www.infoescola.com/bioquimica/os-20-aminoacidos-
essenciais-ao-organismo/
193
Lição n° 3
Biossíntese geral dos aminoácidos (condições de ocorrência,
origem das substâncias iniciais e famílias anabólicas)
Introdução
Nas lições anteriores, você aprendeu a estrutura, funções,
classificação e propriedades dos aminoácidos. Nesta lição, vai
aprender a produção de aminoácidos na natureza, onde se vai
destacar o mecanismo geral de síntese, assim como as principais
transformações químicas deste processo de síntese.
Objectivos
Comentário da actividade 1
194
Para abordar a biossíntese dos aminoácidos, dividimos o aminoácido em
duas partes distantes, como podemos ver a seguir:
195
O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em algumas etapas, das quais
nos interessa focalizar a 1ª que é a fixação de biológicas, que consiste
na transformação do nitrogênio gasoso em uma das substâncias
aproveitáveis pelos seres vivos, que é o ião amônio. Esta
transformação ocorre graças a presença de bactérias fixadoras e
enzimas do complexo nitrogenase, num processo endergônica (gasto
de energia), como podemos ver na equação a seguir:
196
Esquema 16: Intermdiários anabólicos dos aminoácidos
Fonte: Adaptado de
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABb_cAE/sintese-
aminoacidos
197
Piruvato - fornece esqueleto carbónico dos aminoácidos alanina,
valina e leucina.
Com isto podemos ver que existem seis (6) intermediários que
fornecem esqueleto carbónico para a síntese de aminoácidos. Cada
um destes intermediários constitui uma família anabólica para o
grupo de aminoácidos. Como por exemplo disto, diz-se que a família
do α-cetoglutarato, onde obtém-se os aminoácidos glutamato,
glutamina, prolina e arginina, como podem ver no esquema a seguir:
198
Voltando ao esquema acima, vemos que a síntese de glutamato
ocorre a partir do intermediário α-Cetoglutarato. Esta síntese ocorre
numa única recção onde α-Cetoglutarato vai reagir com o ião amónio
na presença da enzima glutamato desidrogenase e coenzima NADPH
(nicotina adenina dinucleotideo fosfato hidrogenase) vai formar o
aminoácido glutamato, veja a transformação representada a seguir:
199
Esquema 17: Transformações de síntese de prolina e arginina
Fonte: Autor (2017)
200
Esquema 18: Transformações de síntese de cisteína, serina e glicina
Fonte: Autor (2017)
Este são apenas alguns exemplos para mostrar como é que ocorre a
síntese de um aminoácido ocorre, a partir do ião amónio e do
intermédio que fornece o esqueleto carbónico.
Sumário
A parte do ião amónio que constitui um aminoácido provém do
ciclo de nitrogénio enquanto a parte do esqueleto carbónico
provém de um intermediário da glicólise ou do ciclo de krebs
no processo da respiração celular.
Existem seis (6) famílias anabólicas dos aminoácidos, onde
cada família fornece esqueleto carbónico a um grupo especifico
de aminoácidos.
201
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) (4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquímica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 3
1. Explique e demonstre a formação de ião amónio que entra
na biossíntese dos aminoácidos.
2. Os aminoácidos alanina e valina pertencem a mesma
família anabólica de aminoácidos? Justifique.
202
Lição n° 4
Catabolismo geral dos aminoácidos (condições de ocorrência,
destino das substâncias finais e famílias catabólicas)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu o processo de produção de
aminoácidos na natureza, onde se destacou o mecanismo geral de
síntese, assim como as principais transformações químicas. Nesta
lição, vamos focalizar um processo inverso que é a degradação dos
aminoácidos, que podemos também designar de digestão e
aproveitamento energético dos aminoácidos.
Objectivos
203
Quando abordámos a gliconeogénese na unidade sobre os glícidos,
dissemos que o organismo humano usa os aminoácidos como fonte
de energia apenas na fase de jejum prolongado, que é uma fase de
escassez de substâncias glicídicas. Nesta fase o organismo recorre às
Comentário da actividade 1
proteínas corporais, onde são hidrolisados e os seus aminoácidos
serão degradados oxidativamente.
204
Esquema 19: Transformações de degradação de aminoácido
Fonte: Autor (2017)
205
Você aprendeu que o ião amónio é formado na 1ª etapa do ciclo de
nitrogénio, graças a presença de bactérias fixadoras e enzimas do complexo
nitrogenase, e com gasto de energia. Após a formação do ião no processo
catabólico ou degradação oxidativa, este não volta para o ciclo de
Comentário da actividade 2
nitrogénio, e sim, é conduzido ao ciclo da ureia, veja o esquema 20 a seguir:
206
vivos, por isso, entra no ciclo da ureia para ser transformado em ureia
que é um produto menos tóxico.
207
Esquema 21: Intermediários catabólicos dos aminoácidos
Recorde-se que na lição anterior, você aprendeu que existem seis (6)
intermediários anabólicos, que são a ribose 5-fosfato, 3-fosfato
glicerato, PEP-Eritrose 4fosfato, piruvato, oxaloacetato e α-
Cetoglutarato. E nesta aula acabaste de aprender que também existem
Comentário da actividade 5
seis (6) intermediários catabólicos, que são acetil CoA, piruvato,
oxaloacetato, fumarato, succnil CoA e α-Cetoglutarato.
208
Analisando esta informação, notámos que existem três (3)
intermediários anabólicos que já não são intermediários catabólicos
e em substituição destes aparecem três (3) intermediários
catabólicos. Só para ilucidar isto, veja no esquema de intermediários
de biossíntese dos aminoácidos que alguns aminoácidos usam a
ribose 5-fosfafto, 3-fosfo glicerato e fosfo enol piruvato-eritrose 4-
fosfato como intermediário que forneçe o esqueleto carbónico para
a sua síntese. E no esquema de catabolismo dos aminoácidos, vemos
três novos intermediários que são acetil CoA, fumarato e succinil
CoA.
Para além desta situação, podemos ver que existem aminoácidos que
mudam de intermediários, isto é, para a sua biossíntese usa-se um
intermediário, mas na sua degradação vai formar um outro
intermediário.
209
intermediários específicos de acordo com a classe (glicogenico,
cetogenico e glicocetogenico) a que o aminoácido pertence. As
transfornações bioquímicas nesta situação são convergentes, onde
esqueleto carbónico de diversos aminoácidos se transformam num
tipo de intermediário. Veja no texto complementar, as
transformações que os aminoácidos triptofano, lisina, fenilalanina,
tirosina, leucina e isoleucina sofrem para entrar no metabolismo
energético via acetil CoA e succinil CoA (esquema A). E o esquema
B mostra as transformações que a treonina, serina, triptofano, alanina
e cisteina sofrem para entrar no metabolismo energético via piruvato.
Sumário
Os aminoácidos são usados pelo organismo como fonte de
energia na fase de jejum prolongado e quando existe uma
dieta muito rica em proteínas.
O ião amónio formado após a degradação oxidativa dos
aminoácidos é conduzido ao ciclo da ureia, para diminuir a
sua toxicidade e eliminado na forma de ureia que é um
produto menos tóxico.Enquanto o esqueleto carbónico vai ser
conduzido ao processo metabólico energético, entrando por
intermediários específicos de acordo com a classe
(glicogenico, cetogenico e glicocetogenico).
Existem seis (6) famílias catabólicas dos aminoácidos, onde
cada família é ponto de entrada do esqueleto carbónico de um
grupo especifico de aminoácidos.
As famílias anabólicas de um aminoácido nem sempre
corresponde a família catabólico do mesmo aminoácido.
210
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos
que leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e
VIANA, Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L;
Barcelona, Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
211
aminoácidos glicocetogénicos: aqueles que sem degradam
num intermediário glicídico ou em corpo cetónico, do tipo
acetil CoA.
Comentário da Actividade 4:
Com base nisto, podemos ver que também existe seis (6) famílias
de substâncias intermediárias no catabolismo dos aminoácidos.
Apesar de ser o mesmo número, existem três intermediários
catabólicos que são diferentes dos intermediários anabólicos.
Auto-avaliação 4
212
1. A treonina é um aminoácido essencial e glicocetogenico, cujo
radical é -CH(OH)-CH3. Explique a degradação oxidativa da
treonina e mostre o esquema, indicando características, o
objectivo, os produtos e o destino de cada produto.
Leitura Complementar
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre as transformações
catabólicas dos aminoácidos, observe as representações no
esquema A (família catabólica de aminoácidos que entram via
acetil CoA) e B (família catabólica de aminoácidos que entram
via piruvato).
213
Fonte: NELSON & COX (2002)
214
Fonte: NELSON & COX (2002)
215
por letra, use-as para verificar se foi ao encontro da ideia principal
apresentada.
Comentário da Auto-avaliação 1
Comentário da Auto-avaliação 2
216
Comentário da Auto-avaliação 3
Comentário da Auto-avaliação 4
217
O esqueleto carbónico são transformados em GLICÓSE
(glicogénicos) e/ou CORPOS CETÓNICOS
(cetogénicos), entrando assim no metabolismo
energético através dos intermediários metabólicos
Intermediários
218
Triptofano Eritrose 4-fosfato e Piruvato e Acetil CoA
PEP
Resumo da Unidade
Nesta unidade, você aprendeu que:
Os aminoácidos constituem uma classe de compostos
orgânicos de função mista, isto é, apresentam dois grupos
funcionais diferentes ligados a um átomo de carbono, neste
caso concreto, tem um grupo carboxilo (-COOH) e grupo
amina (-NH2).
Os aminoácidos são importantes na síntese de proteínas e
fornecimento de glicose e energia na fase de jejum
prolongado.
A presença de aminoácidos em amostras é verificada pelo
aparecimento da cor Azul púrpura, usando o teste com
ninidrina.
Existem dois grupos de aminoácidos, que são (i) aminoácidos
essenciais ou indispensáveis(aqueles que o organismo não
consegue produzir e devem ser adquiridos na dieta alimentar)
e (ii) aminoácidos não essenciais ou dispensáveis (aqueles
que o organismo consegue produzir).
Os aminoácidos podem actuar como ácidos (quando libertam
o protão para o meio, transformando num aminoácido
aniónico), assim como podem actuar como base (quando
219
ganham o protão do meio, transformando-se em aminoácido
catiónico).
A biossíntese geral dos aminoácidos consiste na condensação
do ião amónio (que provém do ciclo de nitrogénio) e o
esqueleto carbónico (que provém de um intermediário da
glicólise ou do ciclo de Krebs no processo da respiração
celular, designado de intermediário anabólico). Para cada
grupo de aminoácidos existe uma família (intermediário)
anabólica, onde cada família fornece esqueleto carbónico a
um grupo específico de aminoácidos.
O catabolismo geral dos aminoácidos é designado de
degradação oxidativa. Neste processo resulta o esqueleto
carbónico (intermeriário catabólico do aminoácido) e o ião
amónio.
O ião amónio obtido do catabolismo dos aminoácidos é
conduzido ao ciclo da ureia, para diminuir a sua toxicidade e
é eliminado na forma de ureia que é um produto menos
tóxico. Enquanto o esqueleto carbónico vai ser conduzido ao
processo metabólico energético, entrando por intermediários
específicos de acordo com a classe (glicogenico, cetogenico
e glicocetogenico).
As famílias anabólicas de um aminoácido nem sempre
correspondem a família catabólico do mesmo aminoácido.
Auto-avaliação da Unidade
1. Represente um aminoácido que constitui as proteínas à sua
escolha e destaque os grupos funcionais.
2. Explique o carácter anfotero de um aminoácido, com base num
exemplo concreto.
3. A ligação peptídica ocorre por uma reacção de desidratação,
explique como ocorre essa reacção.
220
4. Consideram-se aminoácidos essenciais para um determinado
animal, aqueles:
a. de que ele necessita e sintetiza a partir de outras substâncias.
( )
b) de que ele necessita, mas não consegue sintetizar, tendo que
recebê-los em sua dieta. ( )
c) de que ele necessita apenas nas primeiras etapas de seu
desenvolvimento. ( )
d) obtidos diretamente a partir de vegetais, que são os únicos
organismos a sintetizá-los. ( )
e) resultantes da degradação de suas próprias proteínas. ( )
221
Conteúdos
Proteinas
UNIDADE
Lição n° 1 225
5
Proteínas (Definição, funções, classificação e
identificação)................................................................225
Lição n° 2 235
Proteínas (Níveis estruturais e
propriedades)...............................................................235
Lição n° 3 246
Biossíntese das proteínas .......................................246
Lição n° 4 253
Catabolismo geral dos aminoácidos (condições
de ocorrência, destino das substâncias finais e
famílias catabólicas) .................................................253
Unidade 5: Proteinas
223
Introdução
Na unidade anterior aprendeu que os aminoácidos são muito
importantes na síntese de proteínas. Nesta unidade vamos discutir
em torno das proteínas que constituem uma classe de compostos
orgânicos que são consideradas biomoléculas mais importantes dos
seres vivos, por apresentarem diversas funções.
Esta unidade é constituída por quatro (4) lições, onde está prevista
uma experiência laboratorial de identificação, desnaturação e
digestão das proteinas.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Caracterizar as proteínas de uma forma geral;
Indicar as funções das proteínas;
Classificar as proteínas;
Descrever as principais propriedades das proteínas;
Identificar a presença de proteínas em amostras;
Verificar a desnaturação e digestão das proteínas;
Descrever o mecanismo geral de síntese e degração das proteínas.
224
Lição n° 1
Proteínas (Definição, funções, classificação e identificação)
Introdução
Nesta primeira lição da unidade sobre proteínas, você irá aprender
as características, as funções e os tipos de proteínas que existem na
natureza. Poderá, igualmente, aprender a identificação das proteínas.
Aprender sobre este grupo de nutrientes é uma grande valia para si,
pois as proteínas são fundamentais na formação e renovação das
células e tecidos no organismo vivo.
225
a) Enzimática: pôde aprender, na segunda unidade, que todas as
enzimas são proteínas.
Você aprendeu que as enzimas são catalisadores biológicos que,
geralmente, aumentam a velocidade das reações químicas que
ocorrem no interior das células dos organismos vivos. Sabe-se que
todas as reacções do organismo são catalisadas por enzimas.
226
g) Contração: algumas proteínas actuam na contração de células e
produção de movimento, como é o caso da actina e da miosina, que
se contraem produzindo o movimento muscular.
227
O segundo critério de classificação das proteínas que vamos ver tem
a ver com a conformação. Segundo este critério, as proteínas podem
ser:
Fibrosas - apresentam-se na forma cilíndrica e são insolúveis
em água. Estas proteínas constituem a estrutura de tecidos
como as unhas, o cabelo entre outros, desempenhando a função
estrutural.
Globulares - apresentam-se na forma de glóbulos, formadas
por moléculas dobradas com uma forma esferoidal e são
solúveis em água. Neste grupo de proteínas existem proteínas
de todo tipo, com a excepção das estruturais, isto é, existem
proteínas globulares de função enzimática, transporte, defesa,
regulação, contração e energética.
228
necessárias, no mínimo, duas ligações peptídicas para que a
reação ocorra.
Reacção com Ninidrina: onde a presença de proteínas, assim
como de aminoácidos em amostra é verificada pela formação
de um produto de coloração azul/violeta.
Reacção Xantoproteica: onde a presença de aminoácidos
aromáticos (especialmente tirosina) na proteína é evidenciada
pela formação de um produto de cor amarela que se intensifica
por alcalinização.
Experiência laboratorial
229
Coloque em cada tubo, 2ml de cada amostra a ser analisada,
de acordo com a tabela a seguir:
2 2ml de leite
Experiência laboratorial
Experiência laboratorial
230
Observe a cor da solução;
Com base nos resultados, indique a(s) evidência(s) da
presença da proteína mucina na saliva.
Sumário
Proteínas são macromoléculas formadas pela união de
unidades menores chamadas aminoácidos através de ligações
peptídicas.
As proteínas desempenham diversas funções nas células do
organismo, dentre as quais destacam-se as funções
enzimática, transporte, estrutural, defesa, regulação,
energética e contração.
Quanto à composição das proteínas, estas podem ser simples
quando são constituídas apenas por uma sequência de
aminoácidos ligados entre si ou conjugadas quando são
constituídas por uma sequência de aminoácidos ligados a um
radical diferente, chamado de grupo prostético.
De acordo com a conformação, existem proteínas fibrosas,
que se apresentam na forma cilíndrica e são insolúveis em
água e proteínas globulares, que se apresentam na forma de
glóbulos ou esferas e são solúveis em água.
As proteínas fibrosas desempenham a função estruturas,
enquanto as globulares podem desempenhar as funções
enzimática, transporte, defesa, regulação, contração e
energética.
Quanto ao número da cadeia polipeptídica, as proteínas
podem apresentar uma única cadeia e são designadas de
monoméricas ou podem apresentar duas ou mais cadeias e
recebem a designação de oligoméricas.
231
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos
que leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e
VIANA, Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L;
Barcelona, Espana 2014.
(4) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica;
2ª Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
232
Comentário da Actividade 3:
http://www.explicatorium.com/experiencias/detetar-proteinas.html
Comentário da Actividade 4:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfYewAH/reacao-
qualitativa-identificacao-proteinas-aminoacidos
Comentário da Actividade 5:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfYewAH/reacao-
qualitativa-identificacao-proteinas-aminoacidos
233
Auto-avaliação 1
1. A proteína Z, responsável pelo transporte de substâncias em
mamíferos, apresenta 120 aminoácidos, arranjados numa única
cadeia polipeptídicas, enquanto a proteína K que constitui a base
fundamental na formação do tecido muscular em mamíferos,
apresenta 540 aminoácidos, arranjados em três cadeias
polipeptídicas.
234
Lição n° 2
Proteínas (Níveis estruturais e propriedades)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu as características, as funções e os
tipos de proteínas que existem na natureza. Nesta lição, vai aprender
os níveis estruturais das proteínas, assim como os processos de
desnaturação e hidrólise, como propriedades das proteínas.
Objectivos
235
Existem quatro (4) níveis estruturais que uma proteína pode assumir
dependendo da sua natureza, que são:
236
Fonte: https://pt.slideshare.net/MillenoMota/aula-de-receptores-
farmacolgicos-qumica-farmacutica-e-medicinal.
237
Fonte: Adapatado de
http://www.biomedicinabrasil.com/2011/11/aminoacidos-e-
constituicao-das.html
238
O último nível estrutural das proteínas é o quaternário e atingem este
nível apenas as proteínas globulares oligoméricas. A estrutura
quaternária das proteínas caracteriza-se pela associação das várias
subunidades de cadeias polipeptídicas, formando uma estrutura
globular composta, através de forças covalentes e não covalentes.
239
Você aprendeu que a reacção de hidrólise consiste na quebra de ligação
covalente pela presença da molécula de água. Neste caso, as proteínas ao
sofrerem a reacção de hidrólise significa que as ligações peptídicas que
unem os vários aminoácidos que constituem a proteína vão ser quebradas
Comentário da actividade 2 de modo a formar os aminoácidos livres, como podemos ver no esquema a
seguir:
Proteínas + Água → “n” Aminoácidos
240
Figura 18: Desnaturação de uma proteína
Fonte: https://pt.slideshare.net/marciaazevedo96155/aminocidos-peptdeos-e-
protenas
Experiência laboratorial
241
Etiquete cinco (5) tubos de ensaio da seguinte forma 1C,
2C, 3C, 4C e 5C.
Pegue outros cinco (5) tubos de ensaio e etiquete da
seguinte forma 1L, 2L, 3L, 4L e 5L.
Coloque em cada tubo, as substâncias de acordo com a
tabela a seguir:
242
presentes no interior das moléculas, acarretando a interação destes
grupos e a coagulação protéica, evidenciada através de precipitado.
Nestas experiências, foi visível este processo por acção de solventes
orgânicos, do ácido forte e de sais.
Sumário
Existem quatro (4) níveis estruturais das proteínas, onde
temos: nível primário que se caracteriza por ser uma sequência
linear dos aminoácidos que formam a proteína, unidos por
ligações peptídicas; nível secundário caracteriza-se por um
arranjo geométrico da cadeia polipetídica ao longo de um eixo,
sob a forma de alfa-hélice ou folha-β; o nívelterciário que é o
enrolamento da estrutura secundária sobre si mesmo
estabilizada por forças covalentes, como pontes dissulfeto, e
ligações não covalentes, como pontes de hidrogênio e
interações hidrofóbicas; nível quaternário caracteriza-se pela
associação das várias subunidades de cadeias polipeptídicas,
formando uma estrutura globular composta, através de forças
covalentes e não covalentes.
243
A hidrólise das proteínas consiste numa reacção com água
quebrando as ligações peptídicas para formar os aminoácidos.
Desnaturação é a perca das propriedades funcionais das
proteínas devido a presença de agentes desnaturantes, que
quebram as ligações que estabilizam a estrutura activa.
A desnaturação pode ser causada por calor, ácidos fortes,
solventes orgânicos, sais de metais pesados, radiações UV e
raios X. Este processo é visível pela mudança de cor,
aglutinação e precipitação da proteína em causa.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
244
Auto-avaliação 2
1. A proteína Z, responsável pelo transporte de substâncias em
mamíferos, apresenta 120 aminoácidos, arranjados em uma
única cadeia polipeptídica, enquanto a proteína K que constitui
a base fundamental na formação do tecido muscular em
mamíferos, apresenta 540 aminoácidos, arranjados em três
cadeias polipeptídicas.
a. Qual é nível estrutural e conformacional para que estas
proteínas se tornem activas?
b) 1.2 Qual é a diferença entre desnaturação da proteína Z e
hidrólise da proteína K?
245
Lição n° 3
Biossíntese das proteínas
Introdução
Nas lições anteriores, você aprendeu as características, funções,
classificação, níveis estruturais e propriedades das proteínas. Nesta
lição, vamos abordar a síntese de proteínas nos organismos vivos,
onde se vão destacar os processos envolvidos, os locais de
ocorrência, assim como as principais transformações químicas deste
processo de síntese.
Objectivos
246
Pense e discuta no seu grupo sobre a função do DNA e do código genético.
Usem os conhecimentos adquiridos no módulo de BCM (Biologia Celular e
Molecular).
Actividade 1
Com isto podemos ver que o código genético é um código que faz
correspondência entre os quatro nucleótidos que entram na composição do
DNA e os vinte aminoácidos que entram na composição das proteínas, veja
o quadro do código genético no texto complementar. Também aprendeu
que a unidade mais pequena de mensagem genética é um tripleto formado
por três nucleótidos consecutivos. Esta informação que está no núcleo tem
que chegar ao citoplasma onde encontramos as ribossomas que são os
organelos responsáveis pela síntese protéica, para tal, existem cinco (5)
etapas principais:
247
consiste na descodificação da mensagem, contida no RNA-m, em
aminoácidos, que serão usados para a síntese das proteínas.O
primeiro codão da cadeia de RNA-m a ser traduzido é o codão de
iniciação (AUU), que corresponde à colocação do aminoácido
metionina, como pode ver na figura 20 abaixo:
248
Este complexo movimenta-se em direcção à ribossoma, ligando-se
no local P ou peptidil da ribossoma. Após a colocação do aminoácido
metionina que é codificado pelo codão de iniciação, ocorre a ligação
da subunidade maior da ribossoma ao conjunto, tornando-se este
activo. Estas acções constituem a 3ª etapa da síntese protéica.
249
Esquema 22: Crescimento da cadeia polipeptídica pela ligação de
aminoácidos
Fonte: Autor (2017)
250
Sumário
A síntese de proteínas ocorre nas ribossomas, organelos
encontradas no citoplasma e no retículo endoplasmático rugoso,
mas é controlada pelo DNA.
A síntese de proteínas ocorre em cinco (5) etapas, que são: a
transcrição, tradução, activação dos aminoácidos, crescimento da
cadeia polipeptídica e término.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 3
1. Indique e caracterize os processos envolvidos na síntese
protéica.
251
Leitura Complementar
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre o código genético,
observe o quadro a seguir, onde vai ver a relação entre a sequência de
bases no DNA e a sequência correspondente de aminoácidos. Também
vai ver os codões STAR (iniciação) e STOP (finalização).
Fonte:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/AcNucleico6.php
252
Lição n° 4
Catabolismo geral dos aminoácidos (condições de ocorrência,
destino das substâncias finais e famílias catabólicas)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu o processo de produção de proteínas
nos organismos vivos, onde se destacaram os processos envolvidos,
assim como as principais transformações químicas. Nesta aula
vamos focalizar um processo inverso que é a degradação das
proteínas, que também podemos designar de digestão e
aproveitamento das proteínas.
Objectivos
253
podem entrar na dieta humana, através de alimentos como feijão, soja,
ervilha, carne, peixe, frango, ovos, leite e seus derivados.
254
dos aminoácidos são muito importantes porque são usados para
síntese de novas proteínas que o organismo necessita e garantem o
fornecimento glicose e energia na fase de jejum prolongado.
255
Experiência laboratorial
Materiais Substâncias
Cinco (5) Tubos de ensaio Clara de ovo cozida
Estante para tubos de ensaio Água
Proveta Suco de Papaia
Pipeta Suco de Limão
Suco de Ananás
Leite
256
Coloque no tubo número cinco (5), cerca 10ml de leite e
adicione 5ml de suco de limão
Observe.
Em que tubo de ensaio a proteína da clara de ovo foi
digerida? Justifique.
https://sites.google.com/site/cientistamax/Home/turmas-
series/8cie/experiencias-sobre-digestao
Sumário
A digestão das proteínas ocorre no estômago e duodeno, onde por
acção de enzimas específicas, as proteínas são quebradas em
moléculas simples que são os aminoácidos.
Os aminoácidos passam para a corrente sanguínea utilizando
transportadores específicos para o fígado, onde são usados para
síntese de novas proteínas que o organismo necessita e garantem
o fornecimento de glicose e energia na fase de jejum prolongado.
257
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação
1. As proteínas constituem um recurso energético numa fase
de escassez de substâncias glicídicas no organismo
humano. Explique como é que as proteínas são usadas para
fins energéticos.
258
exactamente letra por letra, use-as para verificar se foi ao encontro
da ideia principal apresentada.
Comentário da Auto-avaliação 1
Proteína Z Proteína K
Comentário da Auto-avaliação 2
Comentário da Auto-avaliação 3
259
2ª etapa é a tradução, consiste na descodificação da mensagem,
contida no RNA-m, em aminoácidos, que serão usados para a síntese
das proteínas.O primeiro codão da cadeia de RNA-m a ser traduzido
é o codão de iniciação (AUU), que corresponde ao aminoácido
metionina.
Comentário da Auto-avaliação 4
260
Resumo da Unidade
Nesta unidade, você aprendeu que:
As proteínas são macromoléculas formadas pela união de
unidades menores chamadas aminoácidos através de ligações
peptídicas.
As proteínas desempenham várias funções no organismo vivo,
dentre as quais destaca-se a função enzimática, de transporte,
estrutural, defesa, regulação, energética e contracção.
As proteínas, quanto à composição, podem ser simples (quando
são constituídas apenas por aminoácidos ligados entre si) ou
conjugadas (quando são constituídas por sequência de
aminoácidos ligados a um radical diferente).
De acordo com a conformação, existem proteínas fibrosas, que se
apresentam na forma cilíndrica e são insolúveis em água e
proteínas globulares, que se apresentam na forma de glóbulos ou
esferas e são solúveis em água.
Existem quatro (4) níveis estruturais das proteínas: (i) nível
primário (caracteriza por ser uma sequência linear de
aminoácidos), (ii) nível secundário (caracteriza-se por um arranjo
geométrico da cadeia polipetídica ao longo de um eixo, sob a
forma de alfa-hélice ou folha-β), (iii) nível terciário (é o
enrolamento da estrutura secundária sobre si mesmo estabilizada
por forças covalentes) e (iv) nível quaternário (caracteriza-se pela
associação das várias subunidades de cadeias polipeptídicas,
formando uma estrutura globular composta).
Existem duas propriedades principais das proteínas, que são a
hidrólise (reacção das proteínas com água quebrando as ligações
peptídicas para formar os aminoácidos) e a desnaturação (que é
perca das propriedades funcionais divido a presença de agentes
261
desnaturantes, que quebram as ligações que estabilizam a estrutura
activa).
A desnaturação das proteínas é visível pela mudança de cor,
aglutinação e precipitação. Os principais agentes desnaturantes
das proteínas são calor, ácidos fortes, solventes orgânicos, sais de
metais pesados, radiações UV e raios X.
A síntese protéica ocorre nas ribossomas, é controlada pelo DNA
e ocorre em cinco etapas, que são: a transcrição, tradução,
activação dos aminoácidos, crescimento da cadeia polipeptídica e
término.
A digestão das proteínas ocorre no estômago e no duodeno, por
acção de enzimas específicas. Ocorre, igualmente, a sua
degradação em moléculas mais simples que são os aminoácidos.
262
Auto-avaliação da Unidade
1. Indique as principais diferenças entre as proteínas fibrosas
e das globulares.
3. Relacione as Colunas.
A. Aminoacidos (___) aglomerado de um pequeno
grupo de aminoácidos unidos por ligações peptídicas.
B. Ligações peptídicas (___) ligações muito frequentes nas
proteínas responsáveis por estabilizar a sua estrutura
conformacional activa.
C. Peptídeos (___) moléculas orgânicas capazes
de formar proteínas.
D. Proteínas (___) ligações muito fortes e estáveis
que ligam aminoácidos.
E. Pontes de Hidrogénios (___) grandes moléculas
biológicas com funções diversas no organismo, sendo
formadas por uma sequência linear de aminoácidos.
263
II - As enzimas são proteínas que atuam como catalisadores
biológicos.
264
Conteúdos
Lípidos
UNIDADE
Lição n° 1 267
6
Lípidos: Definição, funções e classificação ...... 267
Lição n° 2 277
Sessão laboratorial.................................................... 277
Identificação de Algumas Propriedades dos
Lípidos ............................................................................. 277
Lição n° 3 283
Triglicerídeos (características, classificação e
biossíntese).................................................................. 283
Lição n° 4 294
Catabolismo dos triglicéridos ................................294
Unidade 6: Lípidos
265
Introdução
Depois de aprender sobre os glícidos, aminoácidos e proteínas, nesta
unidade vai aprender uma outra classe de compostos orgânicos que
são os lípidos. Vai aprender que ao contrário das outras classes de
compostos orgânicos, os lipídios não são caracterizadas por algum
grupo funcional comum, e sim, pela sua alta solubilidade em
solventes orgânicos e baixa solubilidade em água.
Os lípidos constituem um grupo de substâncias que se encontram
distribuídos em todos os tecidos do organismo humano,
principalmente, nas membranas celulares e nas células de gordura.
Neste grupo de substâncias, vamos abordar algumas substâncias com
extrema importância biológica, entre elas vamos destacar os
triglicerídeos.
Nesta unidade vamos abordar as características, funções,
classificação, propriedades e metabolismo dos triglicerídeos. Este
conteúdo é importante para si como futuro professor, porque poderá
explicar os mecanismos de síntese dos triglicerídeos, na perpesctiva
bioquímica, assim como a digestão e utilização dos triglicerídeos
como fonte de energia no organismo humano.
Esta unidade é constituída por quatro (4) lições, onde estão previstas
experiências laboratoriais de caracterização dos lípidos.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Representar as fórmulas estruturais dos principais tipos de lípidos;
Indicar as características e funções dos lípidos;
Classificar os lipidos;
Identificar algumas propriedades dos lípidos;
Descrever o mecanismo de síntese e degradação dos triglicerídeos;
Determinar o rendimento energético teórico dos triglicerídeos.
266
Lição n° 1
Lípidos: Definição, funções e classificação
Introdução
Nesta primeira lição da unidade sobre lipidos, você irá aprender as
características, as funções e os tipos de lípidos que existem na
natureza.
267
Esquema 24: Classificação e estrutura química dos lípidos.
Fonte: Autor (2017)
268
Alguns tipos de lípidos participam da composição de estruturas
no organismo, como é o caso das membranas celulares.
Nos animais endodérmicos, os lípidos atuam como isolantes
térmicos.
Ajudam no transporte das vitaminas lipossolúveis, quando
estão ligados as proteínas.
Reserva de energia em animais e sementes oleaginosas, sendo
a principal forma de armazenamento de triglicerídeos.
Fornecem moléculas mensageiras, como hormônios,
prostaglandinas, etc.
269
Esquema 25: Classificação e estrutura química dos lípidos saponificáveis.
Fonte: Autor (2017)
Depois de perceber que este grupo tem a função éster e, por isso,
chamados de saponificáveis, vamos mostrar, a seguir, como surge
esta função éster em cada tipo de lípidos saponificáveis, assim como
a sua função dentro do organismo.
270
R-COOH + R’-OH → R-COO-R’ + H2O
ou
271
colina, etanoamina, serina, de acordo com o tipo de fosfolipídio,
representada por X na representação acima.
ou
272
designados de lípidos não saponificáveis. Este grupo de lípidos são
os que anteriormente eram chamados de grupo B. Como exemplo de
lípidos que não têm a função ester, temos os:
273
temos a vitamina A, E e o carotenoides. Veja a seguir as suas
fórmulas químicas:
274
Sumário
Lípidos são um grupo heterogêneo de substâncias, que se
caracterizam por serem insolúveis em água.
Os lípidos fornecem energia para as células, permitem a formação
de estruturas no organismo e ajudam no transporte das vitaminas
lipossolúveis, quando estão ligados às proteínas.
Os lípidos são a maior fonte de reserva de energia em animais e
sementes oleaginosas, onde a principal forma de armazenamento
são triglicerídeos.
Lípidos saponificáveis são aqueles que apresentam pelo menos
uma função éster (-COO-) ou fosfo éster (-POO-). Como exemplo
deste grupo de lípidos temos os triglicerídeos, cerídeos,
fosfolípidos e esfingolipidos.
Lípidos não saponificáveis são aqueles que não têm a função éster.
Como exemplo temos os esteroides e terpenoides.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta lição, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
275
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 1
1. Os lípidos são um grupo heterogêneo de substâncias. Justifique
esta afirmação, mostrando as caraterísticas em comum.
276
Lição n° 2
Sessão laboratorial
Identificação de Algumas Propriedades dos Lípidos
Introdução
Na lição anterior aprendeu as características, as funções e os tipos de
lípidos que existem na natureza, onde se destacaou que este constitui
um grupo heterogêneo de substâncias, que se caracterizam por serem
insolúveis em água.
Objectivos
Experiência Laboratorial
277
Materiais Substâncias
Papel de filtro Óleo vegetal Fenolftaleína
Pipetas Água Solução etanólica
Oito (8) Tubos de Ácido Clorídrico de hidróxido de
Ensaio 0,1M potássio
Estante para tubos Hidróxido de Solução de
de Ensaio Sódio 0,1M Cloreto de cálcio
Pinça Etanol
Banho-maria Acetona
Experiência Laboratorial
278
Enumere os cinco tubos de ensaio com 1 até 5.
Coloque em cada tubo de ensaio as substâncias de acordo
com a tabela a seguie:
4 3ml de etanol
5 3ml de acetona
Adicione em cada tubo de ensaio 1ml de óleo de soja e
observe.
Indique o(s) solvente(s) onde o óleo de soja é solúvel e
justifique.
Experiência Laboratorial
279
Aquece em banho-maria fervente durante cinco minutos até
que a reacção de hidrólise alcalina esteja completa,
apresentando uma única fase;
Coloque 1ml de água no tubo de ensaio 2 e adicione 2 ml
dasolução de sabão (conteúdo do tubo 1);
Agite vigorosamente e observe;
Coloque 2 ml da solução de sabão (conteúdo do tubo 1) no
tubo de ensaio número 2 e adicione 5 gotas da solução de
cloreto de cálcio;
Agite bem e observe;
Indique a característica notória nos tubos de ensaio (2 e/ou 3)
da presença de sabão.
Sumário
Os lípidos caracterizam-se por formar uma mancha translúcida
tipica sobre o papel de filtro.
A solubilidade dos triglicerídeos depende da polaridade do
solvente. Considerando que “semelhante dissolve semelhante”, os
triglicerídeos são mais facilmente solúveis em solventes menos
polares, como a acetona.
Os lípidos do tipo triglicerídeos, na presença de bases, podem ser
hidrolisados liberando glicerol e sais de ácidos graxos (sabões),
onde a solução aquosa diminui a tensão superficial da água,
formando espuma sob agitação.
280
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) NIETO, S. Sánchez; Manual de prácticas de Bioquímica
Experimental; Facultad de Química Departamento de
Bioquímica; 2013.
(2) GEPEQ - Grupo de Pesquisa em Educação Química-Instituto de
Química- Atividades Experimentais de Química no Ensino
Médio - reflexões e propostas; São Paulo, 2009.
Disponível em:
https://www.passeidireto.com/arquivo/17174806/livro_atividades-
experimentais-de-quimica-no-ensino/14
http://licprofissionalamontada.blogspot.com/2012/10/experiment
o-identificando-lipidios.html
https://www.youtube.com/watch?v=QOQw_4B-Tj0
Comentário da Actividade 2:
281
solventes apolares. Para melhorar os seus conhecimentos sobre este
assunto, consulte os seguintes sites:
http://www.infoescola.com/quimica/atividade-experimental-com-
lipidios/
http://www.trabalhosfeitos.com/topicos/relatorio-sobre-
solubilidade-dos-lipideos/0
Comentário da Actividade 3:
282
Lição n° 3
Triglicerídeos (características, classificação
e biossíntese)
Introdução
Na lição anterior aprendeu a identificar algumas propriedades dos
lípidos, onde se pode destacar a solubilidade e a reacção de
saponificação. Nesta lição, você irá aprender acerca de uma classe
muito importante dos lípidos que são os triglicerídeos, onde se vão
abordar as caracteridisticas, classificação e síntese ao nível dos
organismos vivos.
283
Este grupo de lípidos que são os triglicerídeos actuam como alimento
de reserva em seres vivos, assim como isolantes térmicos em
animais, evitando a perda excessiva de calor para o meio ambiente.
Também são fundamentais como agente de proteção contra choques
mecânicos.
284
Os triglicerídeos, dependendo do tipo de ácido graxo que esterifica
o glicerol, existem triglicerídeos simples quando os três ácidos
graxos que esterificam o glicerol são iguais e triglicerídeos mistos
quando os três ácidos graxos que esterificam o glicerol são
diferentes. Também recebem a designação específicas de gorduras,
quando os ácidos graxos são saturados e óleos se os ácidos graxos
são insaturados.
Actividade 1
285
No triglicerídeo B também existem ácidos graxos iguais com
dezasseis (16) átomos de carbono cada e apresentam uma ligação
dupla, com isto também é designado de triglicerídeo simples por ter
o mesmo ácido graxo. Mas, por apresentar ácido graxo com uma
ligação dupla, que é característico de um ácido graxo insaturado,
logo este triglicerídeo, recebe a designação de óleo.
286
Para este processo, a molécula de acetil-CoA sofre uma
carboxilação, formando malonil-CoA pela enzima acetil-CoA
carboxilase, essa reação requer ATP e bicarbonato como fonte de
CO2, tal como pode ver na equação a seguir:
287
Esquema 26: Transformações de síntese de ácido laúrico (ácido
dodecanoíco).
Fonte: Autor (2017)
No esquema 26 acima podemos perceber que a síntese de ácidos
graxo ocorre através de uma condensação consecutiva de moléculas
de acetil-CoA até atingir o número de átomos de carbono do ácido
graxo pretendido. É importante notar que logo após a uma
condensação aumenta-se o tamanho da cadeia carbónica em dois
átomos. Por exemplo, na condensação número 1, podemos ver que a
molécula de malonil-ACP que tem dois átomos de carbono após
condensar-se com uma molécula de acetil-CoA que também tem o
mesmo número de átomos de carbono forma-se o butiril-ACP que
tem 4 átomos de carbono.
288
condensações de seis (6) moléculas acetil-CoA. Depois de se atingir
o tamanho da cadeia carbónico, ocorre uma hidrólise libertando-se
da proteína ACP e forma-se o ácido graxo. A síntese dos ácidos
graxos pode ser resumida na seguinte equação:
𝒏 𝒏
AcetilCoA + 𝟐 -1ATP + nNADPH + nH+ →
𝟐
𝒏 𝒏 𝒏
Ácido Graxo c/ n carbonos+ 𝟐CoA-SH + 𝟐 -1 ADP + 𝟐 -1 Pi + nNADP
𝒏
+ 𝟐-2 H2O
Com isto pode ver que a síntese de ácidos graxos ocorre através de
uma condensação sucessiva de acetil-CoA proveniente de outros
processos metabólicos. Depois disso vamos tratar da formação do
glicerol que constitui os triglicerídeos.
289
O glicerol 3-fosfato é a forma activa do glicerol e já está em
condições de receber os ácidos graxos para formar o triglicerídeo.
290
Esquema 27: Transformações de síntese de triglicerídeo
Fonte: Autor (2017)
291
esterificação com a terceira molécula de acil-CoA para formar o
triglicerídeo.
Sumário
Os triglicerídeos, dependendo do tipo de ácido graxo que esterifica
o glicerol, existem triglicerídeos simples, quando os três ácidos
graxos que esterificam o glicerol são iguais e triglicerídeos mistos
quando os três ácidos graxos que esterificam o glicerol são
diferentes. Também recebem a designação específicas de gorduras,
quando os ácidos graxos são saturados e óleos se os ácidos graxos
são insaturados.
A síntese de ácido graxo ocorre no citoplasma, através de uma
condensação sucessiva de acetil-CoA proveniente de outros
processos metabólicos.
A formação do glicerol depende de dihidroxiacetona fosfato, que é
um intermediário da glicólise.
A síntese de triglicerídeo ocorre no fígado, onde o acil-CoA que é
a forma activa do ácido graxo e que vai esterificar o glicerol 3-
fosfato que é a forma activa do glicerol, de uma forma faseada.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
292
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 3
1. Os triglicerídeos são exemplos típicos de lípidos
saponificáveis que constituem a dieta alimentar. Represente a
estrutura de um triglicerídeo misto e do tipo de gordura à sua
escolha.
2. 2. Indique a origem de cada um dos constituintes (glicerol e
ácidos graxos) dos triglicerídeos.
293
Lição n° 4
Catabolismo dos triglicéridos
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu as características e o processo de
produção de síntese de triglicerídeos nos organismos vivos. Nesta
lição, vamos focalizar um processo inverso que é a degradação dos
triglicerídeos, que também podemos designar de digestão e
aproveitamento energético dos triglicerideos.
Objectivos
Catabolismo dos triglicerideos
294
Essa hidrólise também ocorre no tecido adiposo por ação da “lípase
hormônio sensível” (LHS) que hidrolisa as ligações éster e separa as
partes componentes dos triacilgliceróis. Os produtos (glicerol e
ácido graxo) são conduzidos ao metabolismo energético dos
organismos, onde cada um vai a sua via de entrada. Por isso
trataremos em seguida do destino do glicerol e do ácido graxo.
295
quinase forma-se o glicerol 3-fosfato. Este produto sofre uma
desihidrogenação no carbono 2, transformando-se em
dihidroxiacetona 3-fosfato, que é um intermediário da glicólise.
Você aprendeu na etapa glicoíitica que o dihidroxiacetona 3-fosfato
não tem continuidade, para tal é convertido no seu isômero
gliceraldeído 3-fosfato pela acção da enzima triose fosfato
isomerase. A molécula de gliceraldeido 3-fosfato formada vai
continuar na via glicolítica, onde será transformada em piruvato e,
posteriormente, em acetil-CoA. Podemos resumir este processo no
seguinte esquema:
296
metabolismo energético rende cerca de ATP, 3 NADH e 1 acetil-
CoA.
297
Os ácidos graxos resultantes dos triglicerídeos sofrem metabolização
diferente, onde serão transformados em acetil-CoA, num um
processo desinado de β-oxidação. Este processo ocorre na matriz
mitocondrial e é dividido em três (3) etapas.
298
𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
AcetilCoA + 𝟐 -1NADH +𝟐 -1H+ + 𝟐 -1FADH2
𝟐
299
mas como houve gasto de 1 ATP na 1ª fase de activação do ácido graxo,
por isso obtém-se 96 ATP, veja os cálculos feitos a seguir:
Sumário
A digestão dos triglicerídeos ocorre no intestino delgado, por acção
da enzima lípase degradando em glicerol e ácidos graxos. E ao nível
do tecido adiposo ocorre a hidrólise dos triglicerídeos, mas por ação
da “lípase hormônio sensível” (LHS) que hidrolisa as ligações éster
e separa as partes componentes dos triacilgliceróis.
O glicerol é conduzido para a via glicolítica (glicólise) na forma de
gliceraldeído-3-fosfato, onde no seu todo fornece 22 moléculas de
ATP ao organismo.
300
Os ácidos graxos são transformados em acetil-CoA, num processo
desinado de β-oxidação e ocorre na matriz mitocondrial.
Equação geral de degradação de ácido graxo:
𝒏 𝒏 𝒏
o Ácido Graxo c/ n carbonos+ 𝟐CoA-SH + 𝟐 -1 NAD+ + 𝟐 -1 FAD+
𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
o → 𝟐AcetilCoA + 𝟐 -1NADH + 𝟐 -1H+ + 𝟐 -1FADH2
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 4
301
1. Explique a produção de energia a partir dos produtos da
digestão do triglicerídeo representado abaixo e determine o
rendimento energético no organismo vivo.
302
Comentários das Auto-avaliações
Depois de ter realizado as auto-avaliações das lições 1, 3, e 4 para
verificar o seu nível de aprendizagem, compare as suas respostas às
apresentadas a seguir. Não precisa de ter respondido exactamente letra
por letra, use-as para verificar se foi ao encontro da ideia principal
apresentada.
Comentário da Auto-avaliação 1
303
Esta situação faz com que os lípidos, em geral, não sejam definidos
em termos de composição química, ou grupos funcionais, mas sim
em termos da sua propriedade de ser altamente insolúvel em água.
Para além da insolubilidade em água, todos os lípidos são
caracterizados por serem substâncias untuosas ao tato e deixam
mancha translúcida sobre o papel.
Comentário da Auto-avaliação 3
1.
304
a formação do glicerol depende de dihidroxiacetona fosfato, que
é um intermediário da glicólise.
Comentário da Auto-avaliação 4
305
2º Ácido graxo como tem catorze (14) átomos de carbono terá um
rendimento de 113 ATP, como pode ver nos cálculos a baixo:
Resumo da Unidade
Escreva, no seu caderno, um resumo com um mínimo de 100
palavras e um máximo de 200, onde devem constar os seguintes
aspectos
306
(iii) o mecanismo de síntese e degração dos triglicerídeos e
(iv) determinação do rendimento energético teórico dos
triglicerídeos.
Auto-avaliação da Unidade
1. Assinale com “X” a alternativa correcta.
a) Monoglicerídios ( )
307
b) triglicerídios ( )
c) cerídios ( )
d) esterídios ( )
1.4 A síntese de ácido palmítico requer
a) 8 Acetil-CoA ( ) b) 14 NADH ( ) c) 7
ATP ( )
d) Alternativas a e c ( ) e) alternativasa, b e c ( )
Ácido Estrutural ou
Glicerol Esfingosina Fosfato Aminoálcool Energético
graxo
Triglicerídeo X X Energetico
Fosfolipido
Esfingolipido
308
Conteúdos
Bioenergética
UNIDADE
7
Lição n° 1 311
Bioenergética (Definição e conceito de energia e
acção termodinâmica dos seres vivos)............... 311
Lição n° 2 318
Mecanismo das reacções bioquímicas e
moléculas energéticas ..............................................318
Lição n° 3 324
Metabolismo (Definição, importância e
estágios).........................................................................324
Unidade 7: Bioenergética
309
Introdução
A bioenergética é a parte da bioquímica que está preocupada em estudar
os aspectos quantitativos da energia gerada e necessária nos seres vivos.
Esta unidade vem numa fase do módulo em que já abordámos os principais
grupos de nutrientes que são fundamentais para o organismo vivo. Aqui
poder perceber melhor sobre a energia na natureza e nos organismos vivos,
assim como a essência dos mecanismos de síntese e degradação das
substâncias ao nível dos seres vivos.
Nesta unidade vamos abordar:
Energia na natureza e leis da termodinâmica;
Mecanismo de reacções nos organismos vivos;
Moléculas energéticas;
Metabolismo, tipos e sua importância;
Este conteúdo é muito importante para si como futuro professor, visto que
estará habilitado a explicar sobre o princípio energético na natureza, assim
como as estratégias de reacções acopladas que o organismo adopta para
rentabilizar, em termos energéticos, as transformações bioquímicas
distribuídas por três (3) lições.
Objectivos da unidade
Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de:
Caracaterizar a bioenergética, metabolismo, anabolismo e
catabolismo;
Explicar a relação das leis da termodinâmica e a energia nos
organismos vivos;
Explicar o mecanismo das recções bioquímicas;
Indicar moléculas energéticas e os estágios do metabolismo.
310
Lição n° 1
Bioenergética (Definição e conceito de energia
e acção termodinâmica dos seres vivos)
Introdução
Nesta primeira lição, você irá aprender que a bioenergética estuda a energia
que acompanha as reacções bioquímicas. Também vai aprender acerca do
conceito energia e as várias formas de energia na natureza, assim como a
acção termodinâmica dos seres vivos em relação ao meio ambiente.
Bioenergética
Neste caso, o que será energia? A palavra energia é um termo que deriva
do grego “ergos” que significa originar trabalho. Por isso, em termos
físicos, a energia está associada à capacidade de produzir trabalho ou acção.
311
Na natureza existem várias formas de energias, mas a forma que nos
interessa aqui na bioquímica é aquela que se obtém a partir das ligações
químicas ou da quebra dessas ligações, que é designada de energia química.
É esta forma de energia que garante a nossa sobrevivência.
Com a figura 36, podemos aprender que existem dois grupos de seres
autotróficos e heterotróficos, onde os autotróficos aproveitam-se da luz
solar para converterem a matéria inorgânica (água e dióxido de carbono)
em matéria orgânica e oxigénio, num processo que é designado de
fotossíntese, enquanto os heterotróficos aproveitam a matéria orgânica e
312
oxigénio para a sua sobrevivência, num processo designado de respiração
celular.
313
a) ENTALPIA
b) ENTROPIA
c) ENERGIA LIVRE
314
A energia livre resulta da diferença entre a energia total (entalpia, ΔH) e a
energia ineficaz (quantidade de entropia, TΔS), como pode ver na equação
a seguir:
ΔG = ΔH – T.ΔS
Onde:
Sumário
A bioenergética estuda a energia que acompanha as reacções
bioquímicas ou a energia trocada entre os seres vivos com o seu
meio ambiente.
Energia está associada à capacidade de produzir trabalho, acção
ou movimento. A energia que garante a vida dos seres vivos
provém das ligações químicas ou da quebra dessas ligações e
recebe a designação de energia química.
A 1ª lei da termodinamica refere que para qualquer mudança física
ou química, a quantidade total de energia no universo permanece
315
constante, isto é, a energia pode mudar de forma, mas não pode
ser criada ou destruída.
A energia total que um sistema troca com o meio ambiente é
chamada de entalpia e a energia inaproveitável que tem relação
com a desordem no sistema é chamado de entropia. Enquanto a
energia livre é a energia capaz de realizar trabalho durante uma
reação.
Nos organismos vivos, as transformações bioquímicas só são
favoráveis se forem exergónicas, exotérmicas e energia entrópica
positiva.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
316
Auto-avaliação 1
1. A figura abaixo mostra o ciclo energético, onde a fonte de
toda energia usada pelos animais, plantas e de todos os
organismos vivos está na energia libertada pelo sol.
317
Lição n° 2
Mecanismo das reacções bioquímicas e moléculas energéticas
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu que a bioenergética estuda a energia que
acompanha as reacções bioquímicas. Também aprendeu que nos
organismos vivos, as transformações bioquímicas só são favoráveis caso
sejam exergónicas, isto é, devem libertar ou forncer energia ao organismo.
Nesta lição, você vai aprender o mecanismo das reacções bioquímicas no
organismo vivo e o tipo de moléculas energéticas que o organismo usa.
Objectivos
318
muitas das transformações bioquímicas são endergógicas (+ ΔG), precisam
de energia.
Com isto pode constatar que sempre que se trata de mecanismo das
reacções acopladas, a reação exergónica fornece uma quantidade de energia
mais que suficiente para o decurso da transformação desejada, de modo que
o balanço final da equação global seja também exergónico. Pode ver isso
no esquema acima, onde a equação geral tem o sinal exergónico - ΔG, por
ser exatamente exergónica.
319
funcionamento. Para tal, a pessoa deverá gastar alguns recursos para iniciar
seu projeto. O que temos nesta situação: uma pessoa que quer ter lucro, mas
deve investir, isto é, deve gastar. É desta forma que funciona o mecanismo
das reacções acopladas, há gasto de certa quantidade de energia para tornar
possível uma transformação endergónica, fundamental para o organismo.
Moléculas energéticas
Fonte:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bioquimica/bioquimica2.php
320
A hidrólise da molécula de ATP pode ocorrer pela hidrólise das ligações
fosfo éster, podendo libertar energia dependendo da partícula que se forma.
Veja, na tabela a seguir, a quantidade de energia gerada de acordo com o
tipo de ligação que se hidrolisa.
321
Veja a seguir um exemplo concreto de uma reacção acoplada.
Sumário
O mecanismo das reacções bioquímicas consiste nas reacções
acopladas, onde para o decurso da reacção enedergónica acopula-se
a uma reacção exergónica, isto é, transforma-se a reacção de
consumo de energia para uma que fornece energia ao organismo.
As principais moléculas energéticas no organismo vivo são
compostos fosforilados, tais como PEP (fosfo-enol-piruvato, CP
(creatina-fosfato), ATP (adenosina tri-fosfato) e GTP (guanosina tri-
fosfato). O ATP é o composto rico em energia mais utilizado nos
organismos vivos.
322
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação 2
1. Indique a importância das reacções acopladas no organismo
vivo.
2. Indique a molécula mais energética para o organismo vivo.
323
Lição n° 3
Metabolismo (Definição, importância e estágios)
Introdução
Na lição anterior, você aprendeu que o organismo adopta o mecanismo das
reacções acopladas, onde a reacção enedergónica acopula-se a uma reacção
exergónica, de modo que a reacção global forneça energia ao organismo.
Também aprendeu que as principais moléculas energéticas no organismo
vivo são compostas de fosforilados, tais como PEP (fosfo-enol-piruvato,
CP (creatina-fosfato), ATP (adenosina tri-fosfato) e GTP (guanosina tri-
fosfato). Nesta lição, vai aprender acerca do metabolismo, onde vamos
destacar a definição, fases e sua importância no organismo vivo.
Objectivos
324
A palavra metabolismo do grego “metabolé”, que significa “mudança,
troca”, pode ser definido como sendo o conjunto de transformações e
reações químicas através das quais ocorre o processo de síntese e
Comentário da actividade 1 degradação de substâncias nos organismos vivos.
325
Ainda no esquema é possível ver a relação de dependência entre o
anabolismo e o catabolismo, primeiro em termos de substâncias, onde as
moléculas energéticas que são degradadas no catabolismo são produzidas
no anabolismo. E segundo, em termos energéticos, podemos ver que a
energia usada no anabolismo provém do catabolismo.
Estágios do metabolismo
326
Esquema 31: Inter-relações de metabólitos (proteínas, glícidos e
lípidos) e os estágios metabólicos
Fonte: Autor (2017)
327
Esquema 32: Interconversão de todas susbtâncias simples em Acetil CoA
Fonte: Autor (2017)
Sumário
Metabolismo é o conjunto de reações que ocorre dentro da célula,
tendo como funções, obter energia química; converter moléculas de
nutrientes em moléculas próprias do organismo; polimerizar
precursores monoméricos em produtos poliméricos, como proteínas,
lipídios, polissacarídeos e outros componentes celulares.
Anabolismo é um processo que envolve a síntese de moléculas
orgânicas complexas, a partir de moléculas simples e ocorre com
gasto de energia; enquanto o catabolismo é um processo de
degradação de substâncias complexas para gerar energia.
O metabolismo pode ser dividido em três estágios, no 1º estágio
ocorrem as reações de conversão de macromoléculas em seus
constituintes monoméricos; no 2º estágio estes monômeros são
328
quebrados em intermediários simples, como Acetil-CoA; no 3º
estágio essas moléculas entram no ciclo de krebs e são transformadas
em produtos de excreção e energia em forma de ATP.
Leitura Básica
Para aprofundar os conteúdos estudados nesta licão, sugerimos que
leia os livros que lhe apresentamos a seguir:
(1) BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John & STYER, Lubert.
Bioquímica, 7ª edição.
(2) NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002.
(3) HERRERA, Emílio; RAMOS, Maria; ROCA, Pilar e VIANA,
Marta; Bioquímica Básica; Elsevier Espana, S.L; Barcelona,
Espana 2014.
(4) HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,;
PERRY, M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª
Edição; Pearson Educación; México, 2008.
(5) MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª
Edição; Guanabara koogan; Rio de Janeiro; 1999.
Auto-avaliação
1. O catabolismo e o anabolismo podem ser considerados
processos inversos e dependentes? Justifique.
2. Em termos energéticos, pode se considerar o anabolismo um
processo exergónico? Justifique.
329
Comentários das Auto-avaliações
Depois de ter realizado as auto-avaliações das lições 1 e 3 para
verificar o seu nível de aprendizagem, compare as suas respostas
às apresentadas a seguir. Não precisa de ter respondido
exactamente letra por letra, use-as para verificar se foi ao encontro
da ideia principal apresentada.
Comentário da Auto-avaliação 1
Comentário da Auto-avaliação 2
330
2. No organismo vivo existem várias moléculas energéticas, onde a
principal molécula é o ATP. Apesar disto, a molécula mais energética é o
PEP (fosfo enol piruvato), isto porque na hidrólise do PEP liberta-se cerca
de 61,9KJ/mol, como pode ver na equação de hidrólise a seguir:
Comentário da Auto-avaliação 3
331
Resumo da Unidade
Escreva no seu caderno um resumo com um mínimo de 100
palavras e um máximo de 200, onde devem constar os seguintes
aspectos (i) características da bioenergética, metabolismo,
anabolismo e catabolismo, (ii) relação das leis da
termodinâmica e a energia nos organismos vivos, (iii) o
mecanismo das recções bioquímicas, (iv) moléculas energéticas
e (v) estágios do metabolismo.
Auto-avaliação da Unidade
1. Indique o significado das siglas:
a) FAD
b) NAD
c) ATP
332
a) Identifique os estágios
de metabolismo presente
no esquema acima.
333
e 4 confronte com a informação da lição 2. Não há necessidade de trazer
respostas literais conforme as lições. Use-as para verificar se foi ao
encontro da ideia principal.
334
Conclusão
Caro(a) Estudante!
AUTOR DO MÓDULO
335
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HORTON, H R.; MORAN, L. A.; SCRIMGEOUR, K. G,; PERRY,
M. D.; RAWN, J. D.; Príncipios de Bioquímica; 4ª Edição; Pearson
Educación; México, 2008. Disponível em:
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o http://www.freelibros.org/bioquimica/principios-de-bioquimica-
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MARZZOCO, A. & TORRES, B.B.; Bioquimica Básica; 2ª Edição;
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http://paginapessoal.utfpr.edu.br/lbracht/bioquimica-
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MURRAY, Robert K.; BENDER, David A.; BOTHAM, Kathleen
M. at all; HARPER Bioquímica Ilustrada, McGraw Hill Lange, 28a
Edição Disponível em:
o http://batecabeca.com.br/mais/download-livro-bioquimica-
ilustrada-de-harper
NELSON, D. L. & COX, M. M.; Lenhinger Princípios de
Bioquímica; 3a Edição; São Paulo; 2002. Disponivel em:
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PRATT, Charlotte W.; CORNELY, K. Bioquímica Essencial, 2006.
QUINTAS, Alexandre; FREIRE, Ana P. & HALPERN, Manuel.
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VOET, Donald; VOET, Judith G.: Bioquímica. 3ª Ed. Artmed:
Porto Alegre, 2006
337