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A OUSADIA DE MUDAR (ou “O desafio da mudança”)

“Por que tantas pessoas opõem uma resistência tão feroz à mudança” (Lucien
Auger)

A mudança é o elemento que traz energia, variedade, surpresa, côr e vida à


vida.
Temos, sim, capacidade de realizar mudanças em nossas idéias, atitudes,
percepções... e essa capacidade nos ajuda a extrair toda a seiva possível da
novidade da vida.
A capacidade de mudar desenvolve-se mudando, e atrofia-se quando
permanecemos estacionados.
Mudar em coisas pequenas prepara o caminho para mudar em coisas grandes,
e mudar com frequência facilita o continuar mudando sempre.
A mudança contém um componente “discursivo-racional” e um componente
“afetivo”.
Algo que entendemos e algo que sentimos; ambos influenciam-se
mutuamente, e é importante
que ambos se dêem as mãos se queremos esperar mudanças
criativas.
Em 1º lugar, é saudável questionar-se, abrir-se e aventurar-se a ver as coisas de maneira diferente e a
responder às circunstâncias com espontaneidade nova.
No componente discursivo-racional trata-se de descobrir, examinar, purificar e substituir nossos hábitos
inertes, esquemas mentais fechados, condutas petrificadas...
É trabalho árduo, porque nos acostumamos a viver de esteriótipos, marcos de referência, coordenadas,
parâmetros ou paradigmas que formatam nossas atitudes, estreitam nossos pensamentos e condicionam
nossa conduta.
Romper com isso não é fácil. No entanto, a mudança suave e gradual em nossa visão das coisas, dos
fatos, das pessoas, do nosso lugar... leva-nos a maior vitalidade, entusiasmo e energia.
O componente afetivo é o mais delicado: os sentimentos são muito mais difíceis de descrever, calibrar,
aceitar e orientar.
A resistência emocional à mudança vem fundamentalmente da “preguiça existencial”.
No fundo, todos nós, seres humanos, por mais ativos e empreendedores que sejamos, sentimos na alma
um fundo de preguiça, um peso de inércia, uma tendência a ficar como estamos, a manter-nos no que
somos... “Mais vale o mal conhecido que o bem por conhecer”.
E esse situação nos imobiliza, pois nos faz suspeitar de toda mudança como ocupação desagradável,
risco inútil e perda de identidade.
Tal preguiça existencial que nos convence a que não mudemos, pretende ocultamente defender nosso
passado, agarrar-se à segurança da permanência, evitar riscos e fracassos, conservar a imagem que temos
diante de nós e diante dos outros...
Em resumo: a resistência à mudança baseia-se na defesa do passado e no medo do futuro.

“Se eu mudar - argumenta o eu interior - parece que estou declarando que minha atitude até agora
não era acertada, já que me vi obrigado a mudá-la. Sejam elas crenças, valores, motivos, costumes ou
preferências, se eu abandonar minha postura anterior e adotar uma nova, pareço estar dizendo que a
antiga não era autêntica; e o que é pior: se eu mudar agora, depois de uma longa permanência em um modo
de vida, quem me garante que não terei de voltar a mudar dentro em pouco, já que, como admiti uma vez a
necessidade de mudança, terei de admiti-la, pela mesma razão, quantas vezes se apresentar?
De qualquer maneira, parece mais cômodo guardar o passado intacto, defendê-lo diante das inovações...”

Aprofundando mais: dispor-se a mudar pode provocar, em maior ou menor


escala, uma crise de identidade. Diante de nós mesmos e dos outros, nós nos
definimos pelo que pensamos e pelo que fazemos. Se isso muda, toda a estrutura
de nossa personalidade e nossa maneira de ver-nos e apresentar-nos podem ser
abaladas.
No entanto, a comodidade pode degenerar em aborrecimento, e a imobilidade
pode fechar seriamente os horizontes de nossa vida. Perdemos algo em
crescimento pessoal e em contribuição social quando enterramos talentos,
ancoramos idéias e fossilizamos condutas.
É imprescindível ter uma alma ágil, exercitada, animada e vivificada para a
mudança, a aventura e a novidade. A arteriosclerose pode se também uma
doença da alma.

(Cf. Carlos G. Vallés sj – Eu sou assim... é possível mudar? – Ed.Loyola

“Tá faltando tempo? Até para mudar de vida?”


Esta é a pergunta que cala fundo e nos mobiliza a buscar saídas.

Em 1º lugar, diante dos desafios, do novo, do diferente..., a postura que conduz à


mudança consiste em não forçar a mudança; não é questão de puro
voluntarismo, nem de imposição ou cobrança externa. Trata-se de um “hábito
do coração”. O ser humano é, em sua essência, mudança, movimento,
dinamismo, energia... Deus não nos deu um espírito de timidez, de medo, de
fuga, de acomodação... mas de audácia, de criatividade, de luta, de
participação...
A mudança acontece, contanto que a deixemos acontecer.
Não é preciso “forçar-se a mudar”, quando basta “deixar-se mudar”. Ter confiança na vida.
Para isso: tomar consciência da situação pessoal, reconhecer o momento atual, espreitar possibilidades e
necessidades de mudança e deixar que as coisas comecem a se mover, que as perspectivas sejam
ampliadas, que tenha início as explorações, que a imaginação seja desempoeirada, que os sentidos sejam
ativados, que se renovem os tecidos da alma e sejam removidos os véus do espírito para que ele avance
em direção às novas fronteiras do espaço sem limites, que nos espera aberto e acolhedor.

E confiar na Graça de Deus, que desperta nossa vida e acompanha nosso


crescimento.
Movidos por sua força, vemos a possibilidade de questionar toda nossa atitude
conformista, sacudir nossas convicções, ampliar nossos horizontes e animar
nossa vida.
Toda mudança implica sair de nós mesmos, de nosso estreito mundo, de nossas
práticas arcaicas, daquilo que nos protege e nos esteriliza.
E essa atitude traz alegria à alma, já que o fato de abrir janelas refresca o
ambiente, deixa entrar a brisa, enche o espaço de luz e oferece paisagens
longínquas ou novas aventuras.
E essa mudança é suficiente para conservar a esperança, contagiar o
entusiasmo e alimentar a alegria.
Pouco a pouco vamos nos mudando pelos caminhos da vida.
Empapados no carisma fundante (fonte) e inspirados no melhor da tradição inaciana, somos chamados
a uma “mudança permanente” na nossa ação pedagógica; esta não é pura função, nem mera repetição
mecânica, nem formalismo, nem tecnicismo frio... mas uma pedagogia alimentada por uma intuição,
uma chama, uma espiritualidade...
A fonte desta espiritualidade encontra-se nos Exercícios Espirituais, método dinâmico e vital que
arranca a pessoa de seu imobilismo e de sua acomodação. Tal dinamismo gera audácia, desperta a cria-
tividade, abre ao diferente, suscita respostas novas, usa os melhores meios para atingir o fim desejado...
A fidelidade criativa ao carisma inaciano nos impulsiona a “inventar” constantemente, a “ousar” sem
medo, a “deslocar-nos” sem parar, a sair de nossos esquemas fechados, mentalidades ultrapassadas,
modos de agir arcaicos...
Se é verdade que devemos buscar nas origens, no carisma inaciano, a inspiração para mudanças que
são necessárias, não é simplesmente uma volta ao passado que nos ajudará a sermos criativos.
Fidelidade criativa significa uma “leitura” atenta dos sinais dos tempos e abertura dócil a uma
realidade em continua mudança que define o campo de nossa criatividade.
É a ousadia, motivada e sustentada pelo amor de Deus, mas também pelo zelo apostólico e por uma
sensibilidade para perceber as novas necessidades do nosso tempo, que nos ajudará, com a graça de
Deus, a exercer essa criatividade.
Isto consiste em colocar-nos nos “passos” de Deus, com suficiente visão da realidade para ir adiante, e
com bastante disponibilidade para mudar de caminho quando o sopro do Espírito assim nos sugerir.
“Que for medroso ou tímido volte para trás” (Jz. 7,3)

Textos bíblicos: Mt. 25, 14-30 2Tim. 1,6-18

Para a oração: - qual é o seu estado de “animo e generosidade” (EE. 5) diante do próximo encontro de
pro-
fessores de Ensino Religioso/agentes de Formação Cristã?
- você está aberto à “mudança”? ou sente resistências? medos?...
- o que você está vislumbrando no seu horizonte pessoal, profissional...?

“Sempre em marcha, sem encurtar os passos, o peregrino


Inácio avança
como homem livre, sem deixar-se aprisionar por
nada nem por ninguém,
aberto aos acontecimentos, pronto a servir a
Deus ali onde O encontra”.

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