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UNIVERSIDADE CEUMA
PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA

ADÉLIA DOS SANTOS DA SILVA

INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA


NO CONTEXTO FAMILIAR

São Luís
2020
0

ADÉLIA DOS SANTOS DA SILVA

INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA


NO CONTEXTO FAMILIAR

Artigo científico apresentado ao curso de graduação em


Psicologia da Universidade CEUMA, como requisito
obrigatório para obtenção do grau de psicólogo.
Orientadora: Profa. Ms. Marcela Lobão de Oliveira

São Luís
2020
1

ADÉLIA DOS SANTOS DA SILVA

INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA


NO CONTEXTO FAMILIAR

Aprovado em:______/______/_______
Nota: __________________________

BANCA AVALIADORA

_________________________________________________________
Profa. Ms. Marcela Lobão de Oliveira (Orientadora)
Universidade CEUMA

_________________________________________________________
1º Avaliador
Universidade CEUMA

_________________________________________________________
2º Avaliador
Universidade CEUMA
2

INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA


NO CONTEXTO FAMILIAR

Adélia dos Santos da Silva1


Marcela Lobão de Oliveira2

RESUMO

Entre as formas de agressão à mulher idosa, a infantilização é uma das que apresenta
maior complexidade em ações de precaução e impedimento. Nesse contexto, este
estudo tem como objetivo discutir a infantilização como forma de violência contra a
idosa no âmbito familiar. Trata-se de uma revisão de literatura, de caráter explicativo
e de abordagem qualitativa. Para construção desse estudo, foram feitas pesquisas
nas bases de dados da SciELO e o Periódicos Eletrônicos em Psicologia – PePSIC.
Para contemplação do objetivo do trabalho, emergiram 03 eixos temáticos, sendo
eles: infantilização como um tipo de violência da mulher idosa; contextos sociais para
o desenvolvimento da infantilização da mulher idosa e consequências do ato da
infantilização na autonomia da mulher idosa. Conforme estudos pesquisados,
verificou-se que a infantilização é um padrão comportamental ao qual a pessoa
interage com a idosa de maneira infantil, logo, como observado no estudo, essa ação
torna-se um tipo de violência velada, em que, na maioria das vezes, os familiares não
percebem em seus atos e na sua comunicação, ambos atrelados a um discurso de
amor e afeto, a condição de infantilização em que colocam as idosas. Portanto, assim,
considera-se que esta temática, a infantilização, realizada por meio da linguagem e
de atitudes infantilizadas, deve merecer, por parte da comunidade acadêmica, maior
atenção, visto que, a literatura sobre o tema é escassa e por se tratar de uma
violência camuflada em forma de bem-estar e cuidados.

Palavras-chave: Mulher. Idosa. Violência. Infantilização.

1
Graduada em Psicologia pela Universidade CEUMA. E-mail: adeliaefesios6@uol.com.br
2 Prof.(a) Ms. da Universidade CEUMA. E-mail: marcela005138@ceuma.com.br
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ABSTRACT

Among the forms of aggression against elderly women, infantilization is one of the most
complex in precautionary and preventive actions. In this context, this study aims to
discuss infantilization as a form of violence against elderly women in the family context.
It is a literature review, of an explanatory character and a qualitative approach. For the
construction of the study, researches were carried out on the databases of SciELO and
the Electronic Journals in Psychology - PePSIC. To contemplate the objective of the
paper, three thematic axes emerged, they are: infantilization as a type of violence
against elderly women; social contexts for the development of infantilization against
the elderly woman and consequences of the infantilization act on the autonomy of the
elderly woman. According to the researched studies, it was found that infantilization is
a behavioral pattern in which a person interacts or treats the elderly in a childlike way,
so, as was observed in the study, it is a type of veiled violence, which most often, family
members do not perceive in their acts and in their communication, the infantilized
condition that elderly women face, due to the veiled speech of love and affection.
Therefore, it is considered that this theme, infantilization, carried out through language
and infantilized attitudes, should deserve more attention from the academic
community, since the literature on the topic is scarce, as it is a violence practiced in
the form of good-being and care.

Keywords: Woman. Elderly. Violence. Infantilization.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo refere-se a uma revisão de literatura e aborda a seguinte


temática: “A infantilização como forma de violência contra a mulher idosa” e tem
como objetivo geral discutir a infantilização como forma de violência contra a mulher
idosa no contexto familiar.
O estudo motivou-se devido à escassez de trabalhos voltados para o tema
e da falta de visibilidade sobre o assunto no contexto científico, visto que, ao se
abordar a questão da violência, geralmente relaciona-se às agressões físicas, no
entanto, a infantilização também se configura como uma ação violenta que pode
ocorrer de maneira remota, tornando mais complicada a sua verificação, já que nessas
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situações a idosa é levada a consentir, de forma passiva, ser dependente de outros


indivíduos.
Para o desenvolvimento do artigo, buscou-se como objetivos específicos:
descrever a infantilização como um tipo violência à mulher idosa; levantar em quais
contextos sociais são mais comuns os indícios da infantilização contra a idosa e
conhecer as consequências do ato da infantilização na autonomia da mulher idosa.
A violência física é um ato que se apresenta de maneira mais explícita para
a sociedade, o que faz com que outros tipos de violências recebam menor atenção,
ou não sejam perceptíveis. No que se refere à mulher idosa, os debates sobre outras
representações de violência são insuficientes, sobretudo quando se trata de violência
psicológica, como a infantilização. Sendo assim, destaca-se esta forma de agressão,
pois a idosa é afetada de modo velado, com a justificativa de que esta seria,
aparentemente, “poupada” de circunstâncias com as quais teria capacidades
intelectuais e afetivas de enfrentar sozinha.
Diante do exposto, chegou-se a algumas questões norteadoras: Quais
são as consequências da infantilização na autonomia da mulher idosa? Haveria
alguma forma de amenizar essa infantilização por parte da família?
A violência contra as mulheres idosas é um problema de saúde pública,
pois impacta tanto na saúde individual quanto na coletiva, ou seja, é uma ação que
modifica, de forma negativa, tanto a vida das vítimas, como também a da família e a
dos profissionais que as assistem (DAMACENO et al., 2018).
A pesquisa mostra sua relevância, pois o que se verifica atualmente é a
ocorrência de casos de maus-tratos contra a mulher, contudo, pouco é divulgado nos
contextos científicos, jornalísticos, nas mídias sociais e outros, sobre a violência
contra a mulher idosa, principalmente a psicológica, visto que, em muitos casos, a
infantilização é associada ao cuidado, ao zelo, em virtude da percepção de que se
trata de uma pessoa frágil física e emocionalmente. Além disso, existem casos em
que a idosa, teme expor os seus algozes, por receio de sofrer retaliações e também
pelo fato de, em muitos casos, nutrir afeição por seus agressores. Consequentemente,
a infantilização dessas pessoas ainda é uma forma de agressão pouco conhecida para
a sociedade.
Portanto, justifica-se a realização desse estudo, uma vez que ressaltar
sobre a temática possibilita a quebra de alguns estigmas desenvolvidos em torno da
figura da idosa. Apesar da relevância do tema, as publicações sobre violência voltadas
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para a infantilização em mulheres idosas mostram-se ainda incipientes, nesse sentido,


torna-se um assunto que necessita ser abordado com mais frequência, para que
ocorra uma conscientização da prevenção desse tipo de violência e,
consequentemente, para que haja uma mudança na percepção da estrutura social, na
qual a idosa foi instituída como improdutiva e dependente. Vale ressaltar que,
inicialmente, o estudo visava a uma pesquisa de campo, contudo, devido a não
liberação do Comitê dentro do tempo estipulado, não foi possível realizá-la.
Nesse contexto, este estudo objetivou discutir a infantilização como forma
de violência contra a mulher idosa. O artigo apresenta-se em cinco itens, sendo que
o primeiro se refere a parte introdutória. O segundo trata da fundamentação
metodológica, em que aborda o contexto do envelhecimento para autonomia da
mulher, a violência contra a idosa e sobretudo a temática do estudo, que é a
infantilização como forma de violência psicológica. No terceiro item, apresenta-se a
metodologia do artigo. No quarto item, aborda-se a discussão do tema, cuja
contextualização foi realizada para contemplar os objetivos específicos. Por fim, as
considerações finais.

2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

Para que o presente artigo atinja sua finalidade, é necessário que se faça
uma contextualização acerca da temática por meio de artigos e periódicos de forma
que fique claro o propósito do trabalho para que, assim, tenha consistência
técnica/científica. Dessa forma, é requerida uma abordagem dividida nos seguintes
temas: 1- Envelhecimento: representações da velhice na autonomia da mulher; 2 -
Breve contextualização da violência contra a idosa e 3 - Infantilização da Idosa como
violência simbólica.

2.1 Envelhecimento: representações da velhice na autonomia da mulher

O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da


expectativa de vida. Esse fato se justifica, sobretudo com a diminuição da mortalidade
infantil, com os programas de prevenção de epidemias e de doenças infecciosas; com
as campanhas de vacinação; com a progressiva universalização da atenção básica
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em saúde; com a melhoria na educação; com o aumento da infraestrutura de


saneamento básico e com o aumento da renda e do consumo (BRASIL, 2014).
Essa etapa da vida humana não é determinada simplesmente pelo tempo,
e sim pelo estado cognitivo, físico e de vitalidade da pessoa, lembrando que cada
indivíduo possui um processo de envelhecimento próprio e distinto. Logo, o
envelhecimento humano compõe um padrão de transformações e não um processo
singular, mas a somatória de diversos processos entre si, compreendendo fatores
biopsicossociais. Mudanças que não significam adoecimento ou falta de saúde como
a redução do vigor físico, constituem-se apenas em alterações fisiológicas normais
atribuídas ao processo de envelhecer. A pele enrugada, o cabelo grisalho, a
diminuição da acuidade visual e auditiva, demonstram que o organismo está
envelhecendo, porém não estão relacionados às incapacidades e doenças (MEREGHI
et al., 2013).
Em 2012, as pessoas com 60 anos ou mais representavam quase 11,5%
da população global e, até 2050, esse número deve dobrar para 22%. As mulheres
idosas superam os homens: em 2012, para cada 100 mulheres com 60 anos, havia
84 homens e para cada 100 mulheres com 80 anos ou mais, havia apenas 61 homens.
A feminização do envelhecimento, representando a interseção da idade e do gênero,
tem implicações importantes para a política à medida que o mundo continua
envelhecendo (DIAS; LOPES; LEMOS, 2018).
Diante do exposto, as mudanças sociais influenciam diretamente nos
modos de envelhecer, pois esse, é um processo verificado não só pela cronologia ou
por fatores físicos, mas também pela condição social que vivencia e pela singularidade
individual de cada mulher. Contudo, isso se deve a comportamentos específicos do
homem e da mulher: mulheres procuram mais os centros de saúde, homens estão
mais expostos a acidentes de trabalho e de trânsito, além da prevalência de
alcoolismo, drogas e tabagismo, vícios que afetam também mulheres, mas em menor
escala (LIMA; BUENO, 2009).
Nesse sentido, ao envelhecer, a mulher busca sempre manter a sua
autonomia, tanto em suas atividades diárias no meio doméstico, como também no seu
aspecto social, uma vez que essa autonomia seja vista como uma conquista de sua
vida pregressa e perpetua-se no presente. Assim, se configura que a mulher idosa
preza pela autonomia, mas vive em uma condição que a coloca, de algum modo,
ligada a outra pessoa. Ressalta-se ainda que à medida que envelhece, a sua
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qualidade de vida pode tornar-se comprometida, atrelada à incapacidade de manter


sua total autonomia e independência, logo, para maioria das mulheres idosas, o
processo de envelhecimento pode estar vinculado a perda da autonomia em suas
atividades cotidianas (MEREGHI et al., 2013).
Nessa fase da vida, as mulheres veem-se mergulhadas em um contexto
social que chama a ter relações intersubjetivas necessárias, como as que acontecem
na esfera familiar. A literatura expõe que existe a ideia de que a velhice corresponde
a uma “segunda infância”, quando existe um aumento da dependência e da perda de
autonomia, conduzindo a uma redução do seu status social. Logo, a relação familiar
é permeada por um mundo cultural que confere às idosas, padrões socialmente
constituídos de acordo com a nova fase vivida, os quais são construídos no mundo
intersubjetivo (MEREGHI et al., 2013).

2.2 Breve contextualização da violência contra a mulher idosa

Sabe-se que a violência de gênero contra a mulher é classificada como


uma ocorrência social, cujos números de casos inclinam-se a aumentar com o passar
do tempo. Ribeiro e Coutinho (2011) ressaltam que, na América Latina, a violência
doméstica atinge entre 25% a 50% das mulheres; uma mulher que sofre violência
doméstica, geralmente ganha menos do que aquela que não vive essa situação;
estima-se que o custo da violência doméstica oscila entre 1,6% e 2% do PIB de um
país, fatos esses que demonstram que a violência contra a mulher sai do âmbito
familiar e atinge a sociedade como um todo, configurando-se em fator que
desestrutura o tecido social.
De acordo com esse cenário, destaca-se a violência contra a mulher idosa,
segundo Dias et al. (2019, p. 484) “a violência contra as idosas deve ser analisada
como algo que se dá em um âmbito geracional, que ganha maior visibilidade por conta
da situação de gênero”. Entre tantos os fenômenos que cercam a mulher idosa, como
a redução da capacidade produtiva, suas incapacidades por causa da idade, medo
real da morte, as múltiplas perdas que sofreu até o momento, acrescenta-se à
correria dos dias atuais, a idosa acaba se tornando um fardo para seus filhos e netos
e em muitos casos isso pode levar a violência (GUIMARÃES et al., 2018).
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Segundo Serra (2005, p. 02):

No estudo da violência, os maus-tratos contra as idosas foram os últimos a


serem contemplados como um fenômeno político e como questão de saúde
pública. O interesse pelo assunto “violência” começou em 1960, com o foco
no abuso da criança, em 1970 expandiu-se para incluir o abuso do cônjuge,
e somente em 1980 voltou-se para o abuso em pessoas idosas, quando foi
reconhecida como questão de saúde pública, não somente do ponto de vista
dos traumatismos físicos, mas também decorrente dos sérios efeitos que
acarreta à saúde mental de quem a sofre.

Na história da civilização, a violência contra a mulher idosa sempre se fez


presente, mas apenas com seu significativo crescimento nas últimas décadas passou
a construir um novo desafio para a sociedade. Foi somente na década de 1960, nos
países mais desenvolvidos que a violência começou a ser percebida como um
emergente problema de saúde pública (DIAS et al., 2018). A Organização Mundial da
Saúde (OMS) utiliza uma definição de violência contra as mulheres. Nessa definição,
a violência é definida como uso intencional de força ou poder físico, ameaçado ou
real, contra si mesmo, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulte
ou tenha uma alta probabilidade de resultar em ferimentos, morte, dano psicológico
ou privação (DIAS; LOPES; LEMOS, 2018).
Logo, essa violência pode ser definida como um ato único e repetido, ou
com a falta de medidas apropriadas em situações de abuso que ocorrem em qualquer
relacionamento que haja expectativa de confiança e que cause danos ou angústia a
idosa. Quanto à natureza da violência, existe uma tipologia básica praticada contra
essa população que consiste em violência psicológica (agressão verbal ou gestual),
violência física (uso de força física com a intenção de causar dano e restrições),
violência sexual (ato contra a vontade ou sem consentimento), abandono (falta de
cuidado pelo indivíduo responsável), negligência (recusa de cuidado pelo indivíduo
responsável), exploração material e / ou financeira (não uso consensual de bens
materiais e / ou financeiros) e abnegação (qualquer tipo de comportamento do idoso
que ponha em risco sua saúde e segurança) (DIAS et al., 2019).
O Estatuto do Idoso (cap. IV, art. 19, $ 1º) declara que: “violência contra o
idoso é qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico” (BRASIL, 2003, p. 12). Nesse caso,
a violência está intimamente relacionada às questões culturais, sobretudo no
ambiente familiar no qual a idosa vive, uma vez que não é raro vincular essa idosa a
uma pessoa inútil. Logo, a violência contra a mulher idosa é um tipo de ação que
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apresenta, além de uma dimensão de saúde pública, uma dimensão sociológica, pois
está associada a imagem de que a mulher idosa é uma pessoa com posição de
subordinação e desvalorização (DAMACENO et al., 2018).
Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos (2018), o disque 100 recebeu no ano de 2018, o número de 37.454
denúncias de violências contra a pessoa idosa, sendo que 62,6% dos casos foram de
mulheres idosas violadas. O estudo de Silva e Dias (2016) sobre a incidência de maus-
tratos e de violência praticadas contra as mulheres idosas, demonstra que o perfil da
vítima, geralmente é a mulher com mais de 70 anos, viúvas, emocionalmente
dependentes, residindo, na maioria dos casos, com familiares, um dos quais é quase
sempre apontado como seu possível agressor.
Embora a violência possa afetar todos os idosos, é mais provável que as
mulheres idosas experimentem várias formas e níveis de atos violentos do que os
homens idosos. Segundo Dias, Lopes e Lemos (2018) as mulheres vivem mais e, na
sua maioria com doenças crônicas para as quais podem precisar de apoio no lar e na
comunidade. Segundo, é menos provável que as idosas tenham pensões adequadas
e outros benefícios que os homens idosos, dando-lhes menos recursos para garantir
sua independência. Finalmente, as mulheres ao longo da vida experimentam
desvantagens cumulativas e status inferior ao dos homens, deixando-as mais
vulneráveis a abusos e negligências na velhice.
Considerando os fatores associados a maus tratos contra a mulher idosa,
a literatura destaca que a história de abuso de álcool ou drogas e de distúrbio
psicopatológico em sua família são fatores de risco bem conhecidos. Silveira (2018)
ressalta que a diminuição de capacidade cognitiva e física e, consequentemente, uma
maior dependência, também são consideradas fatores de risco para a violência contra
esse público. Consequentemente, essa violência ocasiona fatores negativos para a
idosa como: a quebra dos laços afetivos, depressão, isolamento, tristeza profunda,
visão ruim da vida, às vezes até chegando a óbito (SILVEIRA, 2018).
A presença desses fatores pode favorecer o aumento da dependência para
o autocuidado em atividades da vida diária e, portanto, aumentar a possibilidade de
sofrer abuso em seu ambiente comunitário. A idosa que sofre a violência tende a se
ver frágil e incapaz de reagir diante das más condições as quais é exposta, o que em
muitas situações, gera o afastamento, de modo geral, dos seus familiares. Logo,
conforme Damasceno et al. (2018) a mulher idosa que sofre violência intrafamiliar se
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encontra em um posicionamento muito frágil dentro dessa estrutura, por ser


dependente de seus familiares, vive em meio ao sofrimento e a violação dos seus
direitos básicos como a dignidade, ocasionando traumas imponderáveis e muitas
vezes irreparáveis.

2.3 Infantilização da mulher idosa como violência simbólica

Conforme Serra (2010) existem classificações para os tipos de violência


contra a mulher idosa, contudo elas não são uniformes, mas adotam-se classificações
de órgãos internacionais, os quais integram um consenso entre países integrantes da
Rede (INPEA), nessa perspectiva, identificam-se as agressões a essa população,
como: violência física, psicológica, financeira, violação sexual e abandono. A violência
física, que abrange dano físico ou mental, violação sexual, privação de nutrição, de
vestimentas e de suporte médico, compreendem a maioria dos casos registrados pela
produção literária acadêmica e científica, porém, com a alteração da concepção sobre
a violência direcionada a mulher idosa, vem crescendo a atenção para uma agressão
silenciosa, no âmbito psicológico.
Apresentando-se de maneira sutil, como uma ação velada, a violência
psicológica se manifesta numa relação de dominação e submissão, e por possuir uma
aparência ilusória de algo espontâneo e verdadeiro, acaba por não ser facilmente
identificável. De acordo com Mascarenhas et al. (2012) esse tipo de violência é a mais
constante entre as mulheres idosas. Segundo pesquisa dos autores, os quais
analisaram 3.593 notificações de violência contra idosos nos estabelecimentos
notificadores do Sinan Net no ano 2010, foram observados que 52,3% referiam-se a
vítimas do sexo feminino, sendo que dessa porcentagem, a violência psicológica se
encontrava em segundo lugar, com 29,1%.
Esse tipo de violência, segundo Serra (2010, p. 5) pode ser denominada
também de “violência simbólica”, cujo ato é considerado legítimo, socialmente aceita,
escondida entre as relações de força entre dominantes e dominados, ou seja:

Violência simbólica, aquela que, no essencial, é exercida pelas vias


puramente simbólicas da comunicação e do conhecimento ou, mais
precisamente, do desconhecimento, do reconhecimento ou, no limite, do
sentimento, [...] resultam da incorporação de classificações assim
naturalizadas, de que seu ser social é produto (SERRA, 2010, p.6).
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Na argumentação da autora supracitada, essa forma de violência associa-


se ao lugar de submissão da idosa em nossa sociedade e como consequência a
negação do seu direito de “direito de ir e vir”, de vivenciar suas atividades diárias ou
de escolher o que é melhor para si, ou seja, trata-se de um processo de eliminação
das suas decisões sociais. Serra (2010, p. 101) afirma que nessa situação “joga-se
a idosa no passado, negando-lhe o presente e fechando-lhe o futuro”.
Entre os tipos de violência simbólica, destaca-se o ato de infantilizar a
idosa, que passa a ser um ato de difícil percepção e reconhecimento, tanto por quem
pratica, como também por quem sofre a ação. Nesse caso, a idosa passa a ser
tratada como criança por meio de uma linguagem que abusa dos diminutivos e com
ações e posturas do cotidiano que a transformam no “bebê da família”. O elemento
obstaculizador da percepção desse tipo de violência é a forma como ela é aplicada,
visto que é justificada em nome do carinho, do bem cuidar e do amor. A visão da
mulher idosa como uma criança grande transcorre por gerações, constituída e
corroborada pela cultura vigente, naturalizada e aceita pela mulher idosa, que em
muitos casos associa isso como um ato amor e do bem-querer (SERRA, 2010).
Marques (2016) ressalta que esse ato também pode ser visto como uma
discriminação sutil, que se caracteriza por comportamentos, na maioria das vezes,
aplicados de forma inconsciente, “embora bem-intencionados, podem ser idadistas
e prejudiciais, porque tendem a promover a incapacidade e a dependência”
(MARQUES, 2016, p.20).
Dessa forma, os familiares passam a ter uma visão distorcida da idosa,
pois, para eles, ela voltou a ser criança por causa da sua dependência física e
sobretudo por causa da diminuição das atividades da vida diária e diante desse
contexto, creem que se esse cuidado não for atingido, as necessidades da idosa
podem não ser atendidas. No processo senescente, algumas alterações fisiológicas
são mais percebíveis e a capacidade funcional da idosa pode estar ou ficar
comprometida. Logo, a dependência, a perda da autonomia e o comprometimento de
funções que impedem a realização de atividades simples da vida, podem manifestar-
se na idosa, exigindo cuidados constantes, reforçando esse ato de violência simbólica
(FLORIANO et al., 2012).
A família, ao infantilizar a mulher idosa, não a vê mais como uma pessoa
adulta, com suas vivências, suas capacidades cognitivas, dentre outras coisas.
Dessa forma, age de forma negativa e inapropriada para com essa idosa e
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consequentemente, contribui para sua perda de autonomia, além de gerar o


desenvolvimento de uma dependência emocional com seu familiar, passando a
aceitar esse seu comportamento infantil (FLORIANO et al., 2012). Serra (2010, p.
100) relata ainda que:

E esta ruptura com a história de vida, expressa concretamente uma


dominação simbólica, na medida em que, em nome do bem-estar material e,
também, da própria comodidade dos filhos, netos e parentes em exercer o
cuidado, a vontade do idoso é desconsiderada. Com efeito, afirma-se o poder
da família de decidir pelo idoso onde ele deve morar, tratando-o como objeto
manipulável, sem direito de expressar sua vontade própria. E mais: esse
poder está legitimado socialmente como uma prerrogativa das novas
gerações sobre aqueles e aquelas que deixam de ser vistos como sujeitos
capazes de decidir sua vida pela condição de “ser velho”.

Dados do relatório do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos


Humanos (BRASIL, 2018), no Estado do Maranhão foram registrados 943 casos,
sendo que deste número, 253 casos foram violência psicológica, contudo somente
dois casos de infantilização foram registrados. Logo, esse ato de violência simbólica
tira a capacidade da idosa de gerir sua própria vida, mesmo que seja considerado
uma forma de proporcionar bem-estar, seus familiares desconsideram totalmente
seus anseios e consequentemente tomam as decisões por ela, manipulando-a como
um objeto, retirando dela o direito de expressar as suas próprias vontades, anulando-
a de viver sua autonomia (SANTOS; LAURENTINO, 2015).
Para as idosas, essa violência velada desrespeita a sua autonomia e atinge
negativamente sua qualidade de vida. Evidencia-se que, mesmo com algum tipo de
dependência, a autonomia deve ser estabelecida e sustentada no cotidiano da idosa,
principalmente, por meio do respeito às suas preferências e à sua liberdade de ação
(SANTOS et al., 2016). Flores et al. (2010) afirmam ainda que a tomada de decisões
das idosas sobre suas vidas é associada a viver bem, apesar de outras limitações
orgânicas naturais do processo de envelhecimento, mas a privação de suas tomadas
de decisões faz com que essa mulher se sinta desvalorizada e excluída da família e
da sociedade.
Portanto, a infantilização é um dos estereótipos mais prejudiciais para as
idosas, uma vez que surge da ideia errada de que essas pessoas são como as
crianças, possuem a capacidade intelectual diminuída, além de apresentarem
problemas de saúde como a má audição e as funções cognitivas mais lentas.
Ressalta-se que algumas mulheres idosas aceitam de forma positiva esse ato,
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contudo, há também quem a considere uma atitude controladora e de falta de respeito,


uma vez que esse ato incentiva a dependência e também desvaloriza a
individualidade de cada pessoa.
Outrossim, Dias, Lopes e Lemos (2018) ressaltam ainda que a percepção
estereotipada de uma idosa seria a de viver o “restante” de seus dias de forma
submissa a esse padrão comportamental que foi construído pela sociedade, que
impõe um modo dependente apenas por ela ser “idosa” e essa imposição surge
multifacetada e “silenciosa”. Portanto, a infantilização, subestima o potencial cognitivo
de um ser humano nessa fase do desenvolvimento em que a autonomia é
essencialmente importante para a dignidade humana, posto que o sentir-se bem é
essencial na saúde física e mental, principalmente, no processo biopsicossocial da
mulher idosa.

3 MÉTODO

A metodologia adotada foi a de uma revisão de literatura, de caráter


explicativo, visto que faz uma análise de informações obtidas, e, por meio de artigos
e periódicos, construiu-se a base para as explicações necessárias sobre a temática.
Com relação à abordagem, segundo Gil et al. (2018, p. 23), a pesquisa
realizada é tida como qualitativa, pois tal abordagem “trabalha com o universo de
significados, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais aprofundado
das relações, dos processos, dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis”. Outro ponto relevante a ser considerado nesse tipo
de abordagem, trata-se da relação desta com a realidade social e psicológica,
delimitada por um conjunto complexo de variáveis que possuem implicações
diferentes, ainda que aplicadas a um mesmo grupo ou amostra constituindo-se uma
riqueza de resultados que devem ser avaliados de forma específica e não através de
números quantitativos (GIL et al., 2018).
Partindo de uma leitura construcionista, os artigos que fizeram parte do
contexto deste artigo foram consultados em duas bases de dados: a SciELO
(http://www.scielo.br) e o Periódicos Eletrônicos em Psicologia - PePSIC
(http://pepsic.bvsalud.org), com base nos Descritores em Ciência da Saúde (DESC):
mulher, idosa, violência e infantilização. Os critérios de inclusão foram: artigos
completos, no idioma português e publicações entre os anos de 2009 a 2019. Justifica-
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se um escopo de 10 anos de publicação sobre o tema, uma vez que existem poucas
publicações acerca do assunto e por terem sido encontrados artigos publicados em
2009 e 2011 com uma relevante importância. Não foram incluídos artigos incompletos,
repetidos, em outros idiomas, cartas ao editor, editoriais e os textos completos que
não correspondiam à temática.
Com os critérios de inclusão e não inclusão, buscou-se artigos que
discutem os principais fatores para o acontecimento da infantilização da mulher idosa,
bem como apresentem a existência de publicações que tematizem a questão das
consequências do ato da infantilização na autonomia dessa mulher. Numa primeira
análise dos resumos dos artigos encontrados, excluiu-se aqueles cujos focos não
estavam relacionados com a temática estudada, como, por exemplo, artigos que falam
de violência em idosa, numa contextualização geral. Também foram excluídos os
artigos repetidos e produzidos antes de 2009, assim como aqueles elaborados em
uma língua estrangeira, uma vez que o interesse do artigo é analisar as produções
cientificas nacionais sobre tema abordado.
Após a seleção dos artigos, fez-se a leitura dos textos na íntegra, em
seguida, para coleta de dados dos artigos, foi elaborado um instrumento baseado em
um protocolo de revisão para o fichamento, composto dos seguintes itens: autor (ano),
tipo de estudo, método utilizado e resultado encontrado, com isso, foram
estabelecidas categorias no intuito de caracterizar a produção encontrada para
finalmente partir para a elaboração do artigo em questão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram selecionados 10 artigos que mais atendiam os objetivos propostos


do estudo, desse modo, emergiram 03 eixos temáticos relacionados, sendo eles:
Infantilização como um tipo de violência da mulher idosa; contextos sociais para o
desenvolvimento da infantilização contra a mulher idosa e consequências do ato da
infantilização na autonomia da mulher idosa.
15

4.1 Infantilização como um tipo violência a mulher idosa

Na atualidade, a violência contra a mulher, principalmente a idosa, vem


sendo tema de diversas discussões, no entanto, a violência psicológica ainda possui
pouca divulgação entre a sociedade civil, ficando mais restrita a debates entre órgãos
responsáveis pela proteção a pessoa idosa. Nesse cenário, a infantilização
caracteriza-se como um tipo de violência psicológica que ao rotular a mulher idosa
como um ser “muito frágil”, dependente, sem autonomia, gera situações que vão de
encontro ao Estatuto do Idoso que ressalta no art. 10, § 3o : “É dever de todos zelar
pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”(BRASIL, 2003, p. 03).
Santos e Laurentino (2015) ressaltam ainda que esse tipo de violência
velada é associada ao carinho, afeto e atenção e quem a pratica não percebe que
comete um ato que tira do idoso sua capacidade de individualidade, e o anula como
ser de desejo. Nessa perspectiva, Santos et al. (2016) afirmam que várias vezes, a
velhice passa a impressão de que a idosa retorna à infância, sobretudo quando esta
necessita de assistência à saúde, visto que o tratamento dirigido a mulher idosa possui
expressões infantis e que menosprezam a sua capacidade de compreensão.
Uma forma bastante utilizada de infantilização seria a comunicação voltada
para um linguajar mais infantil, passando a ideia de que a idosa possui a capacidade
intelectual reduzida, com má audição e funções cognitivas mais lentas, geralmente, a
mulher idosa corresponde de forma positiva a essa atitude, segundo Santos e
Laurentino (2015), entretanto, Marques (2016) ressalta que essa atitude é uma forma
de controlar, além de ser uma falta de respeito, pois incentiva uma dependência que
desvaloriza a individualidade da idosa.
Ressalta-se que usar conversas como se estivesse falando com um bebê,
é a forma mais comum de comportamento infantilizante com a mulher idosa. Segundo
Dias et al. (2019) a fala secundária do bebê é um tipo de fala condescendente em que
o falante usa uma entonação exagerada, uma voz mais aguda e um vocabulário
infantil enquanto fala devagar e em voz alta. O uso repetido desse tipo de fala com a
idosa, a impede de interagir no nível real de competência, o que pode resultar em
níveis mais baixos de capacidade.
Portanto, apresenta-se um impacto negativo nesse tipo linguagem, pois
está associado à falta de dignidade, à identidade, à autoestima, às habilidades
16

linguísticas e à percepção de auto eficácia das pessoas idosas, apesar de ser


realizada de forma inconsciente, o que pode levar a que este tipo de discriminação
social seja aceito ou tolerado. Marques (2016) e Santos et al. (2016) demonstraram
que a discriminação com base na idade é mais aceita, mais tolerada e menos
denunciada quando comparada aos maus-tratos referentes aos cuidados.
Essa aceitação e tolerância estão relacionadas ao fato desse tipo de
violência ainda ser pouco conhecido e abordado, pois segundo Marques (2016) as
próprias vítimas desse tipo de discriminação possuem dificuldade em classificar tais
atos como violência, e nesse sentido, nasce a necessidade do conhecimento do que
é considerado discriminação, para que não ocorram dúvidas e para que esse tipo de
atitude não seja menosprezado. Logo, a tolerância implica em aceitar, em vez de
confrontar, visto que assim não se quebram os laços familiares existentes.
Santos e Laurentino (2015) relatam ainda que essa aceitação faz com que
esse tipo de violência se repita e seja aceitável por parte de quem a pratica e por quem
sofre, nesse caso, a idosa, que está sendo alvo desse tipo de violência que aceita e
tolera, irá desencadear um processo de reforço e legitimação do ato de maus tratos
velado.

4.2 Contextos sociais para o desenvolvimento da infantilização contra a mulher


idosa

Santos e Laurentino (2015) afirmam ainda que essa violência velada,


geralmente acontece com idosas provindas das estruturas sociais e de seus
mecanismos de desigualdade e exclusão, no entanto, é através da infantilização que
é possível observá-la onde não se costuma ser divulgado, nas classes média/alta,
uma vez que nas idosas de classe baixa, os maus-tratos físicos são os mais
divulgados e percebidos pela sociedade.
De acordo com Dias et al. (2019), ainda existem na sociedade vários sinais
de discriminação contra a mulher idosa, contudo, a infantilização assume a forma mais
sutil. Essa sutileza, na maioria das vezes, é aplicada de forma inconsciente e sem
objetivo de magoar a idosa, entretanto, embora bem-intencionada, pode ser idadista
e prejudicial, pois proporciona incapacidade e dependência. Logo, pode-se ressaltar
que se trata de uma forma de construir e representar socialmente a velhice, ou seja,
a infantilização seria uma forma de cuidado na visão do contexto social, em que fica
17

difícil ser idosa numa sociedade onde culturalmente as pessoas valem mais pelo que
fazem, isto é, pela sua ligação com o mundo social ativo.
Nesse sentido, Martins e Rodrigues (2015) afirmam que existem
estereótipos sociais para as idosas, como “são pessoas doentes que tomam muita
medicação” ou “fazem raciocínios senis” e entre outros, apesar de não estarem
associados às características específicas do envelhecimento. Um exemplo disso é a
ideia de que “todas as idosas são solitárias”, demonstrando que a infantilização seria
uma forma de influenciar a forma como os indivíduos interagem com essa mulher.
Vale ressaltar que a sociedade em si possui uma imagem sobre as
mulheres idosas que nem sempre é a mais correta, pois, geralmente, elas são
estereotipadas como uma pessoa com habilidades físicas e cognitivas diminuídas, o
que pode levar os familiares a assumirem a ideia de incapacidade, em vez de atender
às necessidades reais da idosa, conforme Dias, Lopes e Lemos (2018). Santos et al.
(2016) afirmam ainda que o discurso paternalista e infantilizante pode ser ainda mais
prejudicial para as idosas que aceitam passivamente serem tratadas como confusas
ou esquecidas, do que àquelas que agem defensivamente, uma vez que a aceitação
pode realmente criar uma espécie de autocuidado, provocando o comportamento
esperado em uma idosa dependente.
Diante do exposto, Santos e Laurentino (2015) afirmam que apesar da
sociedade atualmente ver a idosa como uma fonte de conhecimento devido a todo
contexto histórico de conquistas das mulheres, entretanto, em alguns aspectos
sociais, essa fase da vida também significa impotência e inutilidade, sobretudo quando
ocorre essa violência sutil, com a infantilização, pois os maus tratos a idosa e o seu
isolamento social não ficam evidentes, apesar de mesma passar a ser incluída em um
grupo homogêneo de pessoas que apresentam diminuição das suas capacidades
vitais e dos recursos socioeconômicos, conforme os familiares impõem.

4.3 Consequências do ato da infantilização na autonomia da mulher idosa

Dentre as decorrências da infantilização da mulher idosa, está o desprezo


por sua autossuficiência, pois pressupõe-se que ela “voltou a ser criança” e, por
conseguinte, não dispõe de condições de responsabilizar-se por decisões positivas
para o seu bem-estar. Essa relação entre a velhice e a infância solidifica a
compreensão da idosa como um ser dependente. Diante desse cenário, Santos et al.
18

(2016) afirmam que a visão infantilizada do familiar referente à idosa, por vezes resulta
na dependência física e consequentemente, tira a autonomia dessa mulher. Nesse
sentido, Serra (2010) enfatiza que se o familiar a infantiliza, ignora suas experiências,
sua história, suas capacidades, atuando de maneira impresumível e imprópria,
cooperando para perda de sua autonomia, ocasionando dependência emocional desta
para com o familiar.
Floriano et al. (2012) e Damasceno et al. (2019) concordam que a
autonomia está relacionada à autodeterminação e à capacidade de fazer escolhas.
Santos et al. (2016) citam as definições de Hertz, sobre autonomia que seriam:
voluntariedade, individualidade e auto direção. Logo, a partir dessas definições, torna-
se evidente que a noção de autonomia é multidimensional e dependente do contexto
em que é inserido, no qual toda a autonomia individual esteja incorporada em
relacionamentos e circunstâncias particulares. Contudo, segundo Dias, Lopes e
Lemos (2018), a independência é frequentemente usada como sinônimo de
autonomia. No entanto, talvez seja mais apropriadamente visto como uma dimensão
ou um fator que contribui para a autonomia pessoal.
Logo, referente a infantilização, Serra (2010) afirma que existe a
necessidade de que a autonomia possa entrar em conflito com a necessidade de
promover a independência: as pessoas que necessitam de cuidados podem optar por
se tornar mais dependentes, visto que o relacionamento geralmente implica em um
grau de desigualdade entre a idosa dependente e o familiar e é caracterizado por
perda de liberdade pessoal, ou seja, passa a ter dependência do ciclo de vida física,
psicológica e também social e econômica. As idosas que necessitam de cuidados de
familiares frequentemente dependem de algumas ou de todas as dimensões
biopsicossociais.
Nesse sentido, Floriano et al. (2012) ressaltam que se o familiar a
infantiliza, a desconsidera como uma pessoa adulta, com suas vivências, sua história,
suas capacidades intelectuais, cognitivas, dentre outras, este pode estar atuando de
maneira negativa e inapropriada para com essa idosa e, dessa forma, colaborando
para perda de sua autonomia, bem como, estimulando a dependência emocional da
mulher idosa para com o familiar, a ponto dela começar a ter comportamento infantil.
Dias et al. (2019) relatam ainda que o ato de infantilizar a idosa afeta de maneira
intrínseca na vida desta, prejudicando o seu estado biopsicossocial de forma geral ou
especificamente, pois vive em meio ao sofrimento e a violação dos seus direitos
19

básicos como a dignidade, e consequentemente, esta violência ocasiona fatores


negativos como: a quebra dos laços afetivos, depressão, isolamento, tristeza profunda
e principalmente, consequências na qualidade de vida.
Conforme Serra (2010) a infantilização traz em si uma dinâmica própria,
que expressa poder e afeto, paradoxalmente. Nesse tipo de relação, faz-se presente
a subordinação e a dominação. Assim, nas diversas relações que se constroem na
família como – homem/mulher, pais/filhos, diferentes gerações, entre outras – os
indivíduos encontram-se em posições opostas, e desempenham papeis rígidos que
os obriga a criar uma dinâmica específica e particular, visto que, observa-se que a
idosa perde a posição de comando e decisão que estava acostumada a exercer e as
relações na família passam a ter conflitos e tensões emocionais de difícil solução.
Serra (2010) afirma ainda que esse ato de violência enfraquece os fatores
emocionais e, por conseguinte, toda essa experiência vivenciada negativamente pela
idosa alimenta sentimentos incongruentes, tais como, incapacidade, remorso,
arrependimento, baixa estima, episódios de depressão, transtorno de ansiedade,
fobia, atitudes vexatórias, à medida em que se somatizam, o que seria a
representação física do desequilíbrio psíquico e biológico do indivíduo, podendo levar
a morte.
Portanto, para Damasceno et al. (2019) quando ocorre esse tipo de
violência psicológica, observa-se que o convívio entre as idosas e seus familiares
passa a ser bastante conturbado, uma vez que há uma inversão de papéis de que as
idosas, antes dona do lar ou provedora da renda familiar, passam a ser “cuidadas”
pelos seus familiares mais jovens como uma criança, ou seja, como uma pessoa frágil,
sem autonomia e totalmente dependente, sendo este um fator que contribui para um
futuro risco da idosa sofrer algum tipo de abuso ou maus tratos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do trabalho, verifica-se que a infantilização é um padrão


comportamental no qual uma pessoa interage ou trata a mulher idosa de maneira
infantil, logo, como foi observado no estudo, é um tipo de violência velada, os
familiares não percebem, nos seus atos e na sua comunicação, a condição de
infantilização em que colocam as idosas por meio do discurso velado de amor e de
afeto.
20

Compreende-se que a infantilização da idosa demanda uma ação


paternalista e este ato está em oposição à percepção sobre cuidado ético que destaca
o respeito pelo indivíduo e pela vida humana, a liberdade de escolha, a autonomia,
especialmente a prevenção das circunstâncias emocionais. Essa prática se expressa
não apenas por meio da linguagem empregada, mas também, através da eliminação
do reconhecimento das competências efetivas da idosa, e principalmente, deixando-
a sem o direito de expressar sua vontade própria. Portanto, esse tipo de violência, é
provinda do contexto social e de seus mecanismos de desigualdade, pois vai além
dos maus-tratos físicos e psicológicos.
Partindo desse cenário, o presente estudo evidencia que a infantilização é
uma forma de violência alicerçada na subjugação, envolta por padrões
representativos, em uma área de fator emocional-afetivo, pessoal e de credibilidade,
facilitando ato de dominação, sustentada e banalizada pelos seus integrantes, a idosa
e seu familiar. Logo, o entendimento dessa ação, propicia aquisição de informação
sobre uma violência realizada em forma de zelo e de bem-estar, pois, os efeitos
cumulativos do vínculo afetivo que associam velhice com atos infantis, podem levar a
respostas negativas, como comportamentos agressivos, adoção de menor senso de
responsabilidade e sobretudo, comportamentos infantis. Dessa forma, é fundamental
que os familiares busquem auxílio de profissionais, como o Psicólogo, para que o
cuidado seja através de respeito a idosa, reconhecendo sempre a sua habilidade em
tomar decisões próprias e assim fortalecer a sua autonomia.
Diante do exposto, sugere-se a realização de outros estudos sobre o tema,
com o intuito de verificar se ações que se qualificam como cuidado não estão
desenvolvendo de fato uma violência psicológica. Ressalta-se também que o papel
do psicólogo é fundamental no auxílio às mulheres idosas vítimas de violência
psicológica, pois ele é capaz de não só realizar um trabalho de acolhimento, mas
também contribuir para a compreensão desse ato e sua relação família-idosa, através
do diálogo e da análise sobre os aspectos positivos da autossuficiência na qualidade
de vida e no bem-estar de ambos envolvidos no processo de infantilização. Desse
modo, estudar sobre o tema possibilitará ao profissional de Psicologia refletir e
assimilar como a submissão da mulher idosa ao seu familiar pode resultar em
complicações em seu aspecto físico e mental. Portanto, é importante que o psicólogo,
inicie o entendimento do processo de envelhecimento e da velhice ainda na sua
graduação e assim contribua para a erradicação de preconceitos e estigmas comuns
21

às pessoas que passam por essa experiência. Nesse sentido, pretende-se realizar o
estudo de campo conforme interesse inicial após a liberação do Comitê de ética.

REFERÊNCIAS

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do Disque 100 registra aumento de 13% em denúncias de violações contra a
pessoa idosa. 2018. Disponível em: https://www.mdh.gov.br/todas-as-
noticias/2019/junho/balanco-anual-do-disque-100-registra-aumento-de-13-em-
denuncias-de-violacoes-contra-a-pessoa-idosa Acesso em: 10 set. 2019.

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2013: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito
telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2014.

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mulheres idosas vítimas de violência. CIAIQ2019, v. 2, n.1, p. 1156-1165, 2019.
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sociais de mulheres vítimas de violência doméstica na cidade de João Pessoa-PB.
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23

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desrespeito à autonomia na assistência de enfermagem. Revista de Pesquisa em
Saúde, n.1, v. 7, p:179-183, set-dez, 2016. Disponível em: <
file:///C:/Users/Carol%20Moraes/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_
8wekyb3d8bbwe/TempState/Downloads/6793-20892-1-PB%20(1).pdf> Acesso em:
20 abr. 2020.

SERRA, Jacira do Nascimento. Violência simbólica contra os idosos: forma sigilosa e


sutil de constrangimento. Revista de Políticas Públicas, v. 14, n. 1, p. 95-102,
2010. Disponível: < https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-
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2020.

SILVA, Cirlene Francisca Sales; DIAS, Cristina Maria de Souza Brito. Violência
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v.1, n. 2, p. 563-581, 2016. Disponível em: <
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5555888> Acesso em: 05 mar.
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policiais. Anais da Semana de História, v.1, n. 2, p.1-9, 2018. Disponível em: <
http://teste.periodicos.ufes.br/semanadehistoria/article/view/23104> Acesso em: 01
mar. 2020.
24

ANEXOS
25

ANEXO A - TCC - Encaminhamento

Aluna: Adélia dos Santos da Silva


CPD: 61537
Orientador: Profa. Ms. Marcela Lobão de Oliveira

Título de Trabalho de Conclusão de Curso:


INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA
NO CONTEXTO FAMILIAR

À Coordenadoria do Curso de Psicologia,

Tendo acompanhado a elaboração e examinado a versão final da monografia/TCC


realizada, considero satisfatório o resultado da pesquisa e recomendo seu
encaminhamento à banca examinadora.

Atenciosamente,

Assinatura da orientadora

Em: ____de_____________de 2020

DIA E HORA DA DEFESA: _____________________________________


26

ANEXO B - TCC – Banca examinadora

Aluna: Adélia dos Santos da Silva CPD: 61537

Curso: Psicologia

Orientador: Profa. Ms. Marcela Lobão de Oliveira

Título do Trabalho de Conclusão de Curso:

INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA


NO CONTEXTO FAMILIAR

Senhora Orientadora,

Ficam indicados os professores, abaixo listados, para sob a presidência de V.Sa.,


formarem a banca examinadora do TCC:

1. ___________________________________________________
2. ___________________________________________________

Atenciosamente,

______________________________

Assinatura do (a) Coordenador (a)

Em: ____de_____________de 2020

DIA E HORA DA DEFESA: ______________________________________


27

ANEXO C - Ata de defesa de trabalho de conclusão de curso

1 IDENTIFICAÇÃO
▪ ALUNO: Adélia dos Santos da Silva
▪ CPD: 61537
▪ CURSO: PSICOLOGIA
2 TÍTULO DO TCC: INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE VIOLÊNCIA CONTRA A
MULHER IDOSA NO CONTEXTO FAMILIAR
3 APRESENTAÇÃO DO TCC
▪ Data:
▪ Horário:
▪ Tempo utilizado para apresentação: ______ minutos.
▪ Tempo utilizado para arguição: ______ minutos.
4 NOTAS
BANCA
NOTA
ITEM EXAMINADORA MÉDIA
MÁXIMA
1º 2º
Conteúdo 5,0 pts
Redação 4,0 pts
Normalização 1,0 pt
Total de Pontos 10,0 pts

Ciência do aluno:________________________________________________
5 JULGAMENTO FINAL

APROVADO REPROVADO APROVAÇÃO CONDICIONADA

DATA DA NOVA APRESENTAÇÃO: ____/______/______

RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO: ___________________________________


6 DATA: _____/ ______/2020.
7 ASSINATURAS
BANCA EXAMINADORA: ASSINATURA
Presidente
Membro:
28

ANEXO D - Parecer final sobre o TCC com aprovação condicionada

Aluna: Adélia dos Santos da Silva CPD: 61537

Curso: Psicologia

Título do Trabalho de Conclusão de Curso: INFANTILIZAÇÃO COMO FORMA DE


VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA NO CONTEXTO FAMILIAR

Data da defesa: _____ / ______/ _________

Professor (a) responsável pela verificação:

__________________________________________________________________

À Coordenadoria do Curso de Psicologia,

Tendo examinado a versão corrigida do Trabalho de Conclusão de Curso


acima, verifiquei que a aluna cumpriu integralmente as exigências feitas pela Banca
Examinadora e que seu trabalho está apto a receber aprovação final.

Atenciosamente,

_________________________________________________________

Assinatura do (a) orientador (a) ou membro da banca responsável.

Em ____ de ______________________ de 2020


29

ANEXO E - Frequência nas orientações de TCC

Nome do Aluno: Adélia dos Santos da Silva


CPD: 61537

N° Data Tarefa Apresentada Orientação para Visto do Visto do


pelo aluno a semana Aluno Professor
Roteiro para elaboração Construção do
01 14/02
do cronograma – TCC. cronograma
Cronograma e introdução Fundamentação
02 28/02
– TCC. teórica
Introdução,
Devolutiva por e-mail:
03 06/03 fundamentação
fundamentação teórica.
teórica
Apreciação da carta
de autorização de
Devolutiva por e-mail: pesquisa por parte
04 09/03 Introdução, do Espaço Clarear.
fundamentação teórica Aguardar o
posicionamento do
Comitê de Ética
Metodologia do estudo
trocado: de pesquisa de
campo para revisão de
literatura. A troca ocorreu
Reescrita da
devido ao quadro da
05 17/03 metodologia e dos
pandemia e
objetivos
consequentemente houve
a quarentena na cidade
que impossibilitou a
pesquisa de campo
Ajustes e correções
Devolutiva por e-mail:
06 18/03 na metodologia.
método.
Leituras de artigo
científico
Devolutiva por e-mail: relacionados ao
07 19/03
método. tema.
Correções na
metodologia
Devolutiva por e-mail: Ajustes finais na
08 25/03
método. metodologia
Informações sobre a
estruturação do
09 26/03 Ajustes finais no método. artigo, quanto ao
número de páginas
em cada item.
Informações sobre
prazos referentes ao
Ajustes na estruturação depósito e defesa
quanto ao número de TCC. Verificação
10 24/04
adequado de páginas de de e-mail com
cada item do TCC. orientações e
contribuição acerca
do TCC
30

Iniciar a produção
Devolutivas via e-mail:
11 27/04 do resultado e
ajustes no TCC.
discussão.
Melhorar a
sistematização do
resultado e
discussão e
Devolutiva via e-mail:
12 28/04 avançar.
resultado e discussão.
Vídeo chamada
marcada para
ajustes finais no
TCC
Ajustes finais:
13 04/05 Vídeo chamada. resultado e
discussão.
Orientação via e-
mail para a
Resultado e discussão
14 produção das
finalizados.
considerações
finais.
Ajustes finais nas
Devolutiva via e-mail:
15 06/05 considerações
considerações finais.
finais.
Alterações nas
Considerações finais
16 11/05 considerações
concluída.
finais.
Preenchimento da
Devolutiva via e-mail: ficha de frequência.
17 12/05
considerações finais. Assinatura digital.
Carta informativa
Fazer as devidas
correções
18 20/05 Artigo em fase final. solicitadas para o
envio completo do
TCC.
Artigo finalizado, com Fazer o deposito
revisão das normas da conforme as
19 22/05
ABNT e correções orientações
ortográfica. vinculadas.

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