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Cada uma delas é uma proposição. Às duas primeiras se dá o nome de premissas, à última, conclusão. Ao
conjunto das três, dá-se o nome de silogismo.
Neste silogismo notamos três elementos: homem, mortal e Sócrates. Se eliminarmos 'homem' das duas
premissas, ficamos apenas com dois elementos: 'Sócrates' e 'mortal', elementos estes que aparecem na
conclusão.
Nele, o elemento intermediário é 'fruta'. Eliminando-se 'fruta' ficamos com 'semente' e 'mamão', que são os
que aparecem na conclusão. O silogismo é, portanto, formalmente, correto. Contudo a conclusão não é
verdadeira.
Um silogismo tem, assim, duas qualidades, a saber, sua forma e seu conteúdo (ou matéria). Pela sua forma,
ele pode ser correto ou incorreto; pelo seu conteúdo, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa.
Exercícios:
Vimos que um silogismo (se você acha que a palavra silogismo é complicada, tente substituí-la por
raciocínio lógico e continuar seus estudos) consiste de duas premissas e uma conclusão. A conclusão é
apoiada nas premissas. Se a conclusão é verdadeira ou falsa vai depender da veracidade das premissas. Um
silogismo pode ser formalmente correto, contudo seu conteúdo pode produzir uma conclusão falsa. Como
evitarmos conclusões falsas? Para responder esta pergunta devemos continuar nosso estudo.
Vimos na Seção 1 que os silogismos são formados por proposições. Agora vamos examinar os tipos de
proposições.
Mais exemplos:
Exercício
Nas seções anteriores, vimos que um silogismo é constituído por proposições – duas premissas e a
conclusão. Vimos, também, que as premissas podem ser afirmativas ou negativas, universais ou particulares,
e são caracterizadas pelas vogais A, E, I e O.
Antes de continuar, é importante que você tenha entendido os conceitos de silogismo, proposição, premissas
e conclusão. Toda ciência tem sua linguagem própria e é essencial dominar essa linguagem. Se tem alguma
dúvida, recomendamos reestudar as duas seções anteriores antes de prosseguir.
Agora vamos estudar com um pouco mais de detalhes a estrutura das proposições e enriquecer nosso
vocabulário específico do assunto.
Neste silogismo notamos a presença de três termos, a saber, homem, mortal e Sócrates.
Finalmente, o termo 'homem' se diz termo médio e se indica pela letra M. O termo médio também é chamado
de termo intermediário; é aquele que é eliminado na apresentação da conclusão (ver primeira seção). Em
geral, ele entra como sujeito numa das premissas e como predicado na outra.
A premissa que contém o termo maior chama-se premissa maior, e a que contém o termo menor se chama
premissa menor. No exemplo acima
Note que na conclusão (Portanto, Sócrates é mortal), o termo médio foi eliminado. Assim, na conclusão
aparecem apenas os termos maior e menor.
Exemplos
3.1
Um cachorro é um animal.
Totó é um cachorro.
Logo, Totó é um animal.
3.2
Toda figura geométrica de quatro lados é um quadrilátero.
Um retângulo é uma figura geométrica de quatro lados.
Logo, um retângulo é um quadrilátero.
3.3
Toda criança gosta de doce.
Joãozinho é criança.
Logo, Joãozinho gosta de doce.
Note que 'mortal' é um conceito mais amplo do que 'homem'. O conceito 'homem' está contido no conceito
'mortal'. Há outros mortais além do homem. Assim 'mortal' é uma classe maior, que contém 'homem'. Então,
dizemos que 'mortal' tem extensão maior do que 'homem'.
O conceito de extensão é relativo. Para entender o significado desta afirmação, considere os termos: animal,
cachorro e pequinês (estamos nos referindo a uma raça de cachorro e não àquele que nasceu em Pequim). O
termo 'animal' tem extensão maior do que o termo 'cachorro'. Todo cachorro é animal, mas nem todo animal
é cachorro. Por outro lado, o termo 'cachorro' tem extensão maior do que o termo 'pequinês'. Todo pequinês é
cachorro, mas nem todo cachorro é pequinês.
3.4 animal, homem, brasileiro. 'Animal' tem extensão maior do que 'homem'; este tem extensão maior do que
'brasileiro'.
3.5 vegetal, fruta, banana. 'Vegetal' tem extensão maior do que 'fruta'; esta tem extensão maior do que
'banana'.
3.6 polígono, quadrilátero, quadrado. 'Polígono' tem extensão maior do que 'quadrilátero' (todo quadrilátero é
um polígono, mas nem todo polígono é um quadrilátero; pode ser um triângulo, por exemplo). 'Quadrilátero'
tem extensão maior do que 'quadrado' (todo quadrado é um quadrilátero, mas nem todo quadrilátero é um
quadrado; pode ser um retângulo, por exemplo).
Se um mesmo termo entra no silogismo com extensões diferentes, ele é considerado como sendo dois
termos.
4. Regras do silogismo
Os silogismos devem observar algumas regras empíricas. As fundamentais são apenas três, mas, para
facilitar o estudo, costuma-se apresentar oito regras.
Esta regra talvez seja a que requer análise mais cuidadosa. Daremos alguns exemplos que ajudarão a
entendê-la.
O cão late.
O cão é uma constelação.
Logo, uma constelação late.
Neste exemplo, o termo médio 'cão' se apresenta com duas extensões. O silogismo tem, então, quatro termos.
Neste exemplo, o termo médio 'homens' é tomado numa premissa em parte de sua extensão e, na outra, em
outra parte de sua extensão. O silogismo tem, então, quatro termos.
Este silogismo tem quatro termos, porque 'astro' é tomado particularmente na premissa menor (a segunda), e
universalmente na conclusão. Para que o silogismo fosse correto seria necessário concluir: Portanto, algum
astro é um sol. ('astro' não teria duas extensões.)
4ª O termo médio tem que ter extensão universal pelo menos numa das premissas.
5ª Nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
No caso de duas premissas negativas, o termo médio não desempenha o seu papel de mediador entre os
termos maior e menor.
Estas oito regras estão contidas nas três regras fundamentais, indicadas a seguir.
Quem quiser ver como as oito regras anteriores se resumem a estas três fundamentais pode consultar a
bibliografia indicada.
Mais exemplos ilustrativos:
A) Açúcar é doce.
Açúcar é um metal.
Logo, metal é doce.
B) Os pássaros voam.
Os pássaros são animais.
Logo, os animais voam.
Peca-se contra contra a quinta regra. A conclusão lógica correta seria Logo, alguns quadrúpedes são mortais.
Ilegítimo, porque de duas premissas particulares nada se pode concluir (oitava regra).
H) Divirta-se (porque ninguém é de ferro): Perguntou-se a um lógico o que ele preferia: metade de um ovo
cozido ou a bem-aventurança na vida eterna. Ele respondeu
– Metade de um ovo, pois nada é melhor do que a bem-aventurança na vida eterna, e meio ovo é melhor do
que nada.