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O que é a filosofia?

O que é a filosofia?

Uma resposta inicial


O que é a filosofia?

A Filosofia surgiu pela primeira vez na Grécia antiga, embora


seja difícil determinar o momento em que tal sucedeu.

Contudo, julga-se que o matemático Pitágoras terá sido uma


das primeiras pessoas a usar o termo filósofo para designar
aqueles que se dedicavam à busca do conhecimento.
O que é a filosofia?

Filosofia é uma palavra composta que resulta das


palavras gregas philia (que significa amizade ou amor)
e sophia (que significa conhecimento ou sabedoria).

No sentido original, a filosofia é vista como a


atividade a que se dedicam todos os que amam ou
procuram o saber.
O que é a filosofia?

Os primeiros filósofos ocuparam-se com o estudo da


natureza (physis) e contribuíram para o desenvolvimento
da matemática e da geometria.

Interrogaram-se ainda sobre a predição dos eclipses, as


dimensões do Sol e da Lua, a forma da Terra, o
movimento dos planetas e propuseram teorias sobre a
natureza e origem do cosmos.
O que é a filosofia?

Tales de Mileto, que viveu no século VI a.C.,


argumentou que a água era o elemento básico a partir
do qual o universo fora originado.

Tales apelava à observação cuidada dos fenómenos


naturais com o objectivo de descobrir as causas que
lhes dão origem – (curiosidade pré-científica).
O que é a filosofia?

Os primeiros filósofos foram os primeiros


cientistas. Contudo, a sua curiosidade não se
limitou à investigação dos fenómenos naturais.

A filosofia incluía a busca do conhecimento em


todos os domínios.
O que é a filosofia?

Xenófanes, por exemplo, que viveu no século V


a.C., estava interessado em conhecer os
fenómenos físicos mas sobretudo em refletir
sobre a religião e a natureza de Deus.
O que é a filosofia?

O facto de os antigos gregos retratarem as


suas divindades com os vícios e as virtudes
humanas levou Xenófanes a desconfiar de
que tais deuses eram apenas uma
invenção humana.
O que é a filosofia?

Se as vacas e os cavalos se interessassem por


religião, disse Xenófanes, atribuiriam aos seus
deuses a forma de vacas e de cavalos.

A religião grega afigurava-se-lhe um simples


produto da imaginação humana.
O que é a filosofia?

Já em período contemporâneo, no século XIX, o filósofo


alemão Ludwig Feuerbach teve uma ideia semelhante,
mas aplicou-a ao monoteísmo, argumentando que não
foi Deus quem criou os homens mas sim os homens
que criaram Deus.
O que é a filosofia?

Se Xenófanes, na antiguidade clássica, ao


contrário do que pensavam os seus concidadãos,
admitia a existência racional de um Deus infinito
e eterno, Feuerbach, por seu turno, no século
XIX, defendeu que a razão exclui todos os
deuses, deixando clara a polissemia das
interpretações a esse respeito ao logo da História
do pensamento.
O que é a filosofia?

As reflexões de Xenófanes e de Feuerbach


permanecem hoje como exemplo de liberdade de
pensamento, amor pela verdade e sentido
crítico, características de toda a Filosofia.
O que é a filosofia?

Sócrates, que viveu na Grécia entre 469 a.C. e


399 a.C., apesar de nunca ter escrito qualquer
livro, refletiu longamente sobre questões de
filosofia moral.

Esclarecer em que consiste a justiça, a virtude, o


bem ou a coragem foram algumas das suas
preocupações.
O que é a filosofia?

Sócrates pensava que só a ignorância podia levar as


pessoas a praticar o mal e que alcançar o
conhecimento era o objetivo mais importante da vida.

A sua máxima - Conhece-te a ti mesmo - é reflexo disso.


O que é a filosofia?

Para Sócrates, as pessoas têm opiniões sobre os


difíceis problemas que enfrentam e que as fazem
pensar, levando-as a supor que sabem o que é o
bem, a justiça ou a virtude.

Mas ter uma opinião e ter conhecimento são


coisas muito diferentes.
O que é a filosofia?

Sócrates utilizava o seu sentido crítico para


desmascarar o que eram apenas opiniões
morais sem razão de ser.

Os seus contemporâneos não lhe perdoaram a


forma como colocava a busca da verdade,
acima das vaidades e preconceitos individuais.
O que é a filosofia?

A forma como Sócrates enfrentou o julgamento - a


que a cidade de Atenas o sujeitou - bem como a sua
recusa em fugir da prisão (onde o esperava a morte),
fizeram do seu amor pela verdade, um modelo de
coerência.
O que é a filosofia?

Platão, admirador, discípulo de Sócrates e autor de uma


vasta obra filosófica, no seu livro República, discutiu:

- questões de filosofia moral - como o porquê de agir


moralmente

- questões de filosofia política - como determinar o


tipo de organização da sociedade ideal.
O que é a filosofia?

Platão refletiu também sobre questões de ordem


metafísica.

A metafísica procura esclarecer em que consiste a


realidade última das coisas.

Platão argumentou que o mundo sensível – o mundo


que os nossos cinco sentidos captam – não passa de
aparência.
O que é a filosofia?

O espaço, o tempo, o movimento e a mudança são


abstrações em que os fenómenos se processam.
Para Platão, conhecer a realidade e ir além das
aparências, implica pôr de lado os sentidos e as ilusões
que deles decorrem.
O conhecimento é a obra de um só fator: o intelecto.
O que é a filosofia?

Por detrás das aparências, esconde-se uma realidade


eterna e imutável, que só o intelecto consegue captar, e
que constitui o objeto do conhecimento.

Esta realidade ideal – situada fora do espaço e do tempo –


é, segundo Platão, a única digna de ser contemplada – as
ideias
O que é a filosofia?

Em parte devido a estas ideias metafísicas, Platão


entendia que a arte – sob qualquer das suas formas –
não tinha lugar numa sociedade ideal.

Ao reforçar a ligação ao mundo dos sentidos, a arte


afasta a alma da verdade, tornando-se um obstáculo
ao conhecimento.
O que é a filosofia?

Para Platão, a arte é uma imitação.

Uma escultura não é mais que a imitação de um objeto


pertencente ao mundo sensível.
A arte, como tal, é uma aparência.

Por quê motivo haveria a alma (anima / vida) racional


interessar-se pela simples aparência?
O que é a filosofia?

Mas o desprezo de Platão pelo corpo e pelos sentidos


não era partilhado por todos os filósofos do seu tempo.

Aristóteles, por exemplo, argumentou que o mundo material


não é uma simples aparência mas a matéria prima da
ciência e da arte.
O que é a filosofia?

Aristóteles considerava a arte essencial para a vida


civilizada.

A tragédia (um género teatral sério) e a música tinham


um papel central na educação dos cidadãos porque
permitia a descarga (função catártica) dos sentimentos
mais intensos e até potencialmente destrutivos.
O que é a filosofia?

Como se pode ver, Tales, Xenófanes, Sócrates, Platão e


Aristóteles revelaram-nos uma variedade de interesses
que caracterizaram as reflexões dos primeiros filósofos.

Entre os gregos e nós decorreram mais de dois milénios,


mas muitos destes problemas continuam atuais e a ser
discutidos.
• FILOSOFAR É ENTÃO:

Aprender a raciocinar criticamente


e de modo rigoroso, metódico,
lógico sobre os problemas do
mundo que afetam o quotidiano
do homem.
É ainda ter em linha de conta que,
mesmo nos conceitos mais básicos
que temos das coisas:

1. Não existe clareza;


2. São usados, muitas vezes, sem
qualquer compreensão articulada,
desfasados do contexto em que
devem ser considerados.
Na FILOSOFIA, não se tratam, portanto de
problemas puramente empíricos, do
género:

- Qual é a raiz quadrada de 2?


- Pode o uso inconsequente do telemóvel
provocar cegueira?
- As tradições retratam aquilo que somos
historicamente?
- Qual é a composição química da água?
Bem pelo contrário, tratam-se de
questões conceptuais que não podem ser
estudadas por outras áreas do saber,
como por exemplo:
- Quem somos? Para onde vamos? De
onde vimos? Porquê cá estamos?
- O que é a verdade?
- Quais são os limites da Ciência?
- O que é o bem? O que é a liberdade?
Existe Deus?
O filosofar nasce no dia a dia do homem
e sempre que se depara com situações
que lhe provocam admiração ou
espanto, como situações de injustiça,
violência, guerra, doença, morte,
catástrofes naturais, etc.

Nasce em si, a interrogação.


O espanto e a consequente interrogação não são
exclusivos do filósofo - todo o homem tem a
capacidade de se interrogar - mas é através da
FILOSOFIA que:

1. Se conformam convenientemente essas


interrogações;

2. Se põe em dúvida;

3. Se procuram soluções as quais, por sua vez, se


constituem como um saber, o saber filosófico.
A Filosofia é assim uma:
• a) Atividade intelectual de
- Procura do conhecimento;
– Atitude reflexiva e problematizadora;
- Atitude crítica e antidogmática;
- Exercício da dúvida;
- Curiosidade.
• b) Reflexão crítica:
- Sobre o conhecimento existente e
sobre o mundo;
- Conjunto de respostas (subjetivas)
que se vão constituindo como
teorias acerca do mundo, do ser
humano e da própria vida.
• c) Atividade prática de procura de
sabedoria com vista a:
- Favorecer o encontro com novas
maneiras de conceber o mundo e a
vida;
- Definir o projeto da nossa existência;
- Buscar o autoaperfeiçoamento.
Especificidades da Filosofia:
• Autonomia: os filósofos fazem um uso próprio
da razão, independentemente de dogmas,
preconceitos e ideias feitas.
• A filosofia é uma atividade livre que não se
sujeita a constrangimentos.
• O filósofo é aquele que pensa e age por si,
orientando-se por finalidades que reconhece
como suas (experiências individuais).
• Radicalidade: procura os fundamentos de
todas as coisas.
• Interessam ao filósofo a indagação das
causas primeiras, da razão de ser das
coisas.
• Romper com tudo quanto lhe suscite
inconsistência.
• A filosofia pretende ir à raiz dos
problemas, ao porquê último das coisas.
• Historicidade: embora os filósofos
desenvolvam uma reflexão pessoal
inserida na história do pensamento,
respondem a problemas marcantes da
sua época, ainda que as suas respostas
possam perdurar para além do seu
tempo.
• A filosofia é um pensar situado no tempo
e no espaço.
• Universalidade: as reflexões
dos filósofos abordam
problemas que dizem respeito
a toda a humanidade.
• Nenhum assunto está, à
partida, excluído da reflexão
filosófica.
Problemas e questões da Filosofia
Domínios da Filosofia Questões Filosóficas
Problemas gnoseológicos/ O que é o conhecimento? O que é a
verdade? Donde vem o conhecimento?
Epistemológicos
O que é a realidade? Vivemos num sonho, numa
Problemas ontológicos (Ser) ilusão? É possível distinguir o sonho da realidade
e despertar?
O que é o Homem? O ser humano tem uma alma,
Problemas antropológicos além do corpo?
Quais os valores que devem guiar a nossa
Problemas existenciais e existência? O que é o bem e o mal? O que é o
axiológicos (Valores) belo e o feio?

Há vida depois da morte? Deus existe? Qual o


Problemas metafísicos sentido da nossa existência? O que é o tempo?
Ciência e Filosofia
Há problemas filosóficos colocados pela Filosofia que as
ciências também investigam, mas há problemas
especificamente filosóficos.
A Filosofia e a Ciência são duas formas de saber distintas e
complementares.

Enquanto que a Ciência procura explicar o funcionamento


da realidade, a Filosofia procura compreender os princípios
que devem orientar a existência e desvendar os fins para
que tudo supostamente caminha.
Teóricos e empíricos Reflexão, argumentação, discussão

Leis Gerais
Em síntese:
A Filosofia é:
- Uma atividade reflexiva e crítica que:
a) Versa sobre um conjunto de
problemas;
b) Procura compreender a realidade;
c) Persegue o autoaperfeiçoamento.
Pensar criticamente equivale:

a) A avaliar as afirmações (próprias ou de


terceiros);
b) Ponderar (em vez de aceitar) cada
proposição, independentemente de serem
óbvias e evidentes;
c) Não se acomodar às que chegam ou por
aceitação comum ou por serem defendidas
por alguém com autoridade.
Fazer Filosofia implica aplicar competências
específicas como:

• Problematizar – levantar e formular problemas que desafiem


a nossa reflexão a transcender os significados imediatos das
situações (Não aceitar o que é captado imediatamente)

• Conceptualizar - elaborar conceitos, isto é, noções gerais


organizadoras da pluralidade da experiência humana.

• Argumentar - construir proposições logicamente encadeadas


que permitam justificar uma posição ou tese com nexo.
A NATUREZA DOS PROBLEMAS FILOSÓFICOS
O conhecimento filosófico é um processo dialético entre o sujeito que
pensa a realidade e o mundo que pode ser interpretado.

Desde as suas origens, a Filosofia elegeu o questionamento como um


de seus principais métodos.

No entanto, o espanto, a admiração, a dúvida, a lógica, a dialética,


foram-se aos poucos juntando aos estudos filosóficos, e dependendo
do filósofo, da época e do contexto, alguns desses métodos tiveram
bastante sucesso.

A principal preocupação do conhecimento filosófico é assim questionar


e encontrar respostas racionais para determinadas questões, mas não
necessariamente comprovar algo, razão pela qual se pode afirmar que
este modelo de conhecimento é especulativo.
Assim, dentro desse universo de coisas, tangíveis e
intangíveis, que podem ser pensadas e interpretadas
pela mente humana, os filósofos elegem, em primeiro
lugar, a vida como sendo um dos maiores problemas
filosóficos de todos os tempos.

Depois, e não menos importante, eles elegem


o homem, o tempo, a morte, o conhecimento e deus.

A vida é portanto, uma questão que desafiou, desafia e


desafiará sempre a mente humana, levando-nos a,
sobre a mesma, construir uma conceção.
As interpretações que ela suscita são ambivalentes,
podendo ir de uma perspetiva ao seu oposto sem que
perca a sua validade enquanto vivência e experiência.

Vejamos:
Se para um, a vida pode ser uma sala de tortura, da
qual somente sairemos mortos.

Para outro, a vida pode ser saber segurar o guarda-


chuva quando chove.

Nenhuma das perspetivas, como é de supor, está


errada; pelo contrário, refletem soluções, encontros e
desencontros, opiniões e desilusões.
A NATUREZA DOS
PROBLEMAS
FILOSÓFICOS
SOLUÇÕES
Exercício I
SOLUÇÕES
Exercício II

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