Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Uma semana atrás, antes de me deitar pra dormir eu parei pra fazer algo que já é
uma espécie de rito meu: assistir um vídeo do canal de YouTube Meteoro Brasil que,
atualmente, é um dos veículos de jornalismo crítico e divulgação cientifica que eu mais
respeito e admiro. Bom, naquela noite eu ainda não sabia o que havia acontecido em
mais uma operação criminosa da PM no rio. Estava afastado das demais redes sociais
pra tentar dar uma equilibrada na sanidade durante o período de recuperação da Covid.
Mas, manter a sanidade, vivendo onde vivemos, confrontando a realidade que temos
torna-se questão de luxo.
RECORTES JORNAIS
PODER SIMBÓLICO
Quem me conhece sabe que sou muito mais chegado ao Bourdieu que ao no
Foucault. Reconheço o tamanho da importância e revolução possibilitadas por suas
teorias e até tenho lido um pouco mais sobre. Mas, como todo grande revolucionário, o
que acaba gestando ranço à sua figura é o fã clube. Então, pode ser que inicialmente,
isso tenha me aproximado mais do Bourdieu ou não, vai saber "tudo é relativo". Mas,
um fato é, que por uma questão de abordagem epistemológica do campo em que
estabeleço minhas pesquisas, as categorias do Bourdieu acabaram se tornando
indispensáveis. Quis estabelecer esse nexo aqui pra tbm falar um pouco sobre Poder
Simbólico
Acredito que seja importante expandirmos um pouco as noções de poder dentro
das relações sociais para caminhar pra um entendimento mais consistente do que
estamos discutindo aqui. Para esse exercício vamos convocar o sociólogo francês Pierre
Bourdieu e a categoria com a qual este trabalha, o PODER SIMBÓLICO. Grosso modo,
o poder simbólico seria um poder “invisível” presente em toda e qualquer dinâmica de
interação social e que somente pode ser posto em prática com a cumplicidade daqueles
que tanto não fazem questão de saber se a ele estão sujeitos ou mesmo que o exercem. E
é a isso que vamos chamar VIOLÊNCIA SIMBÓLICA.
– digo ultrapassado pois, atualmente, temos as redes sociais que, desde as eleições
presidenciais de 2016 nos EUA, assumiram uma posição que além de coexistir com a
mídia clássica, dependendo das variáveis, chega a superá-la, vide o espetáculo das
FAKE NEWS
Com isso, chegamos em outro autor em que me sustento e que se resolve muito
bem com Bourdieu: Roger Chartier. Chartier trabalha com a categoria de
Representação, entendendo estas como esquemas intelectuais que constroem sentidos
mediados pelos interesses dos sujeitos envolvidos com os desdobramentos destas
construções. Logo, esses interesses/"acontecimentos" como o recente ASSASSINATO
do jovem João Pedro, devem ser lidos não como "simples fatos isolados" (e no Brasil há
um abismo antes que se possa fazer uso de tal eufemismo), mas sim buscando ver nas
entrelinhas das redes de poder que atravessam esses fatos.
Devemos chamar isso, sem receio, de racismo! Vivemos no Brasil um Racismo
velado, que se esconde muito cordialmente nas estruturas da sociedade, como
funcionamento normal, naturalizado, da vida cotidiana, O racismo enquanto estrutura
estruturante das relações sociais não só assume a forma de violência concreta mas,
sobretudo simbólica sendo a primeira consequência desta. O pensamento racista define
seus símbolos que são incorporados mentalmente, tornando-o assim algo lógico. Silvio
Almeida, autor indispensável para se compreender o Racismo Estrutural no Brasil
estabelece um tripé que sustenta essa lógica, e que pude distribuir ao longo do texto:
Economia, Política e Subjetividade. Não se pode ser racista, simplesmente sem querer,
não se compactua com o racismo apenas por desconhecimento, pois o pensamento
racista não é um ato espontâneo ele imprime sua própria lógica de opressão e que sendo
resultante de um poder simbólico se retroalimenta dos envolvidos em sua reprodução.
Como diz Angela Davis em sua célebre máxima “Não basta não ser racista, é necessário
ser antiracista”.
Então, o que temos observado no país é uma prática de genocídio e eugenia
cirúrgica e perversamente articulada a serviço de uma ordem neoliberal. A eliminação
de corpos negros, indígenas, corpos marginalizados e tornados descartáveis dentro das
engrenagens da atual fase do capitalismo. Vivemos hoje uma pandemia sem precedentes
e somos o país que está na lanterna dessa batalha. O discurso oficial do governo é de
que o país não pode parar, dentro da lógica das engrenagens do mercado, se a economia
quebrar os culpados são os trabalhadores que não optaram pela “nobre” ação de entregar
suas vidas como oferenda ao “Deus Mercado”. Os que lutam pelo direito de seguir
vivendo em meio ao caos da nossa realidade estão em desvantagem, a razão está
abandona à sombra da psicodelia perversa dos que estão no controle da situação. Já
perdemos mais de VINTE MIL irmão de pátria. o governo segue irredutível com seu
projeto de morte. Nunca foi Brasil acima de tudo, nunca foi pra “acabar com tudo isso
que tá aí”, sempre foram eles acima de tudo pra acabar com nós que estamos aqui.
Resistindo. seguimos resistindo!
neoliberalismo
Ainda que em sua retórica os neoliberais afirmem defender os preceitos
democráticos históricos do liberalismo clássico, em termos práticos, invariavelmente as
políticas neoliberais se estabeleceram através de expedientes antidemocráticos. Não é
um “acaso” que a primeira experiência de governo neoliberal no mundo tenha sido na
década de 1970 no Chile durante a ditadura de Augusto Pinochet. Promotora de
inúmeros crimes contra a humanidade, o banho de sangue de Pinochet foi vendido ao
mundo por vezes como inexistente ou então como um “mal menor” frente as conquistas
do chamado “milagre chileno”.
como uma ideologia a serviço do status quo o neoliberalismo soube conviver e assimilar
a uma gama de políticas e estruturas de desigualdades (racismo, machismo, xenofobia,
etc) que não necessariamente lhe seriam inatas.