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Fábulas 

 
Uma  fábula  (em  grego,  ​mythos​)  é  um  pequena  história  fictícia  usada  para  expressar 
uma  moral.  O  nome  ​mythos  provém  de  um  antigo  verbo  grego,  ​mytheisthai​,  que  significa 
“dizer,  contar”;  em  latim,  seu  nome  passou  para  ​fabula​, do verbo ​fabulo, fabulare​, “falar”. Seu 
maior  cultor  foi  Esopo,  um  escravo  grego  do  século  VI a.C. Desde o início, as fábulas foram 
usadas  por  oradores  como  forma  de ilustrar o certo e o errado. É possível que o gênero fosse 
comum  em  todo  o  Oriente,  pois  também  na  Bíblia  podemos  encontrar  fábulas,  como  em II 
Samuel 12, quando o profeta Natã acusa o rei Davi de um pecado grave: 
 
1.O  Senhor  mandou  a Davi o profeta Natã. Este entrou em sua casa e disse-lhe: “Dois homens moravam 
na  mesma  cidade,  um  rico  e  outro  pobre.  2.O  rico  possuía  ovelhas  e  bois  em  grande  quantidade;  3.o 
pobre,  porém,  só  tinha  uma  ovelha,  pequenina,  que  ele  comprara.  Ele  a  criava  e  ela  crescia  junto  dele, 
com  os  seus  filhos,  comendo  do  seu  pão,  bebendo  do  seu  copo  e  dormindo  no  seu  seio;  era  para  ele  como 
uma  filha.  4.Certo  dia,  chegou  à  casa  do  homem  rico  a  visita  de um estranho e ele, não querendo tomar 
de  suas  ovelhas  nem  de  seus  bois para aprontá-los e dar de comer ao hóspede que lhe tinha chegado, foi e 
apoderou-se  da  ovelhinha  do  pobre,  preparando-a  para  o  seu  hóspede”.  5.Davi,  indignado  contra  tal 
homem,  disse  a  Natã:  “Pela  vida  de  Deus!  O  homem  que  fez  isso  merece  a  morte.  6.Ele  restituirá  sete 
vezes  o valor da ovelha, por ter feito isso e não ter tido compaixão”. 7.Natã disse então a Davi: “Tu és esse 
homem.  Eis  o  que  diz  o Senhor, Deus de Israel: Ungi-te rei de Israel, salvei-te das mãos de Saul, 8.dei-te 
a  casa  do  teu  senhor  e  pus  as  suas  mulheres  nos  teus  braços.  Entreguei-te  a  casa  de Israel e de Judá e se 
isso  fosse  ainda  pouco,  eu  teria  ajuntado  outros  favores. 9.Por que desprezaste o Senhor, fazendo o que é 
mau  aos  seus  olhos? Feriste com a espada Urias, o hiteu, para fazer de sua mulher a tua esposa e o fizeste 
perecer pela espada dos amonitas.” 
 
As  fábulas  são  consideradas  fictícias  e  verdadeiras.  Por  um  lado,  são  fictícias  pois 
usam  animais  falantes  ou  deuses  como  personagens;  por  outro  lado,  verdadeiras  por 
conterem  algum  ensinamento  moral  ou  ético.  Esta  moral  é  apresentada  numa  pequena 
máxima  ou  lição  escrita  antes  ou  depois  da  narração.  Quando  a  lição  aparece  antes, 
chama-se ​promythion​; quando depois, e​ pimythion​. 
Psicologicamente,  a  fábula  é  eficaz  por  usar  imagens  concretas  ao  apresentar 
verdades  gerais.  Seria  correto  dizer  que  “a  persistência  lenta  supera  o  talento  apressado”; 
porém,  esta  frase  parece  vazia  e  abstrata,  de  modo  que  o  fabulista  cria  um  conto 
expressando-a concretamente: “Havia uma tartaruga e uma lebre…” etc. 
O exercício da fábula auxilia no desenvolvimento das seguintes qualidades da escrita: 
- análise dos elementos (personagens, ação, desfecho); 
- capacidade de concretizar verdades gerais; 
- uso de conectivos (“então”, “assim”, “deste modo” etc.); 
- uso de linguagem didática; 
  
As formas mais comuns de se manipular uma fábula neste exercício são: 
- Expansão  (aumentar  a  fábula  através  de  detalhes,  discursos  das  personagens, 
comentários etc.); 
- Condensação  (reduzir  a  fábula  aos  elementos  constituintes:  personagens,  ação, 
desfecho e moral); 
- Confirmação  &  Refutação  (mostrar  a  possibilidade  ou  impossibilidade  da  fábula; 
confirmar ou contestar sua validade moral etc.); 
- Criar uma fábula a partir de uma lição de moral; 
   
Exemplos de fábulas: 
 
Diz  Aristóteles:  ​Um  exemplo  de  fábula  é  a  que  refere  Estesícoro  a  respeito  de  Fálaris  e  a  de 
Esopo  a  favor  de  um  demagogo.  Tendo  os  cidadãos  de  Hímera  escolhido  Fálaris  como 
estratego  [​general​]  com  plenos  poderes,  e  estando  a  ponto  de  lhe  atribuir  uma  escolta 
pessoal,  Estesícoro,  entre  outras  considerações,  contou-lhes  a  fábula  seguinte:  um  cavalo 
tinha  um  prado  só  para  si,  mas  chegou  um veado e estragou-lhe o pasto; o cavalo, querendo 
então  vingar-se  do  veado,  perguntou  a  um  homem  se  o  podia  ajudar  a  punir  o  veado.  O 
homem consentiu, com a condição de lhe pôr um freio e o montar armado com dardos. Feito 
o  acordo,  o  homem  montou  o  cavalo  e  este,  em  vez  de  se  vingar,  tornou-se  escravo  do 
homem.  “Assim  também  vós”,  disse  ele,  “acautelai-vos,  não  vá  acontecer  que,  querendo 
vingar  os  vossos  inimigos,  venhais  a  sofrer  a  sorte  do  cavalo;  já  tendes  o  freio  ao  eleger  um 
estratego  pleno  de  poderes;  se  lhe  dais  uma  guarda  pessoal e permitis que vos monte, então 
sereis escravos de Fálaris” 
Esopo,  por  sua  vez,  quando  falava  publicamente  em  Samos,  num  momento  em  que 
se  julgava  a  pena  capital  aplicada  a  um  demagogo,  contou-lhes  como  é  que  uma  raposa,  ao 
atravessar  um  rio,  foi  arrastada  para  um  precipício  e,  não,  podendo  de  lá  sair,  aguentou 
durante  muito  tempo,  além de ser atormentada por numerosos carrapatos agarrados à pele. 
Um  ouriço  que  andava  por  ali,  ao  vê-la,  aproximou-se  compadecido  e  perguntou-lhe  se 
queria  que  lhe  tirasse  os  carrapatos;  mas  a  raposa  não  permitiu.  E,  como  o  ouriço  lhe 
perguntasse  por quê, ela respondeu: “porque estes já estão fartos de mim e sugam-me pouco 
sangue;  se  os  tirar,  outros virão esfomeados e sugarão o sangue que me resta”. “Também  no 
vosso  caso,  homens  de  Samos,”  disse  Esopo, “este homem não vos prejudicará mais (porque 
já  é  rico);  mas,  se  o  matais,  outros  virão,  pobres,  que  vos  hão  de  roubar  e  esbanjarão  o  que 
vos resta.” 
As  fábulas  são  apropriadas  às  arengas  públicas  e  têm  esta  vantagem:  é  que  sendo 
difícil encontrar fatos históricos semelhantes entre si, ao invés, encontrar fábulas é fácil. 
 
Retirado do livro​ Retórica, 1393b—1394a, d​ e Aristóteles, trad. por Manuel Alexandre Júnior, 
et al., ​para a ed. Martins Fontes 
O caranguejo e a mãe 
“Não  caminhes  torto  por  aí”,  falava  a  mãe  ao  caranguejo,  “nem  esfregues  os  flancos 
na  rocha  molhada”.  E  ele  disse:  “Mãe,  anda  direito  tu—que  ensinas—e  eu,  vendo, 
imitar-te-ei”. 
Porque aos que censuram convém viver e andar direito, e só então ensinar igual. 
 
Os filhos do macaco 
Dizem  que  os  macacos  dão  à  luz  dois  filhos  e  que  uma  das  crias  eles  adoram  e 
alimentam  com  cuidado,  enquanto  odeiam  a  outra  e  dela  descuidam.  Acontece  que,  por 
uma  fatalidade  divina,  a  cria que pela mãe é docemente cuidada e obstinadamente abraçada 
acaba morrendo sufocada, enquanto a que é desprezada acaba se desenvolvendo. 
A história mostra que a fatalidade é mais poderosa do que toda e qualquer previdência. 
 
O bambu e a oliveira 
O bambu e a oliveira rivalizavam por causa da resistência, da força e da calma. O 
bambu, reprovado pela oliveira por ser impotente e facilmente inclinado para pelos ventos 
todos—o bambu ficou em silêncio, sem dizer nada. E ficou por baixo por pouco tempo: ao 
soprar um vento forte, o bambu—sacudido para baixo e para baixo inclinado pelos 
ventos—facilmente se safou, enquanto a oliveira, ao resistir aos ventos, partiu-se com 
violência. 
A história mostra que os que não se contrapõem às circunstâncias​—​e aos mais poderosos que 
eles​—s​ ão mais poderosos do que aqueles que gostam de disputar com os maiorais.  
 
Adaptadas do livro ​Fábulas, ​de Esopo, edição bilíngue de André Malta para a Editora 34 
Exercícios: 
 
 
01.Escolha uma das fábulas acima e reescreva-a de acordo com as formas de manipulação 
descritas (Expansão, Condensação, Confirmação & Refutação) 
 
02.Crie uma fábula a partir das seguintes frases, transformando-as em lições de moral: 
 
O homem é senhor do que pensa e escravo do que fala 
“Vai devagar que eu tenho pressa” ​(querendo dizer: o apressado estraga seu trabalho e faz mais 
de uma vez) 
“Dize-me com quem andas que te direi quem és” 
Uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco 
São verdadeiros amigos aqueles que amam as mesmas coisas, e as mesmas coisas odeiam 
Os rios mais profundos correm sem barulho 
 
03.Imagine que você esteja numa situação histórica importante: em Portugal, no século 
XVI, logo antes da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil; no Rio de Janeiro do século 
XIX, logo antes de os militares darem o golpe no Império e destronarem Dom Pedro II; na 
Rússia de 1918, logo antes de os bolcheviques assassinarem a família imperial; nos Estados 
Unidos, em 1945, logo antes de os Aliados soltarem as bombas atômicas sobre o Japão etc. 
Estando nesta situação, aconselhe as pessoas quanto às decisões a tomar: valerá a pena 
colonizar um novo continente, recém-descoberto? Valerá a pena destronar um imperador? 
Crie uma fábula expressando seu ponto de vista. Você pode ser favorável ou contrário; o 
importante é apresentar corretamente sua opinião dentro dos moldes da fábula, 
acrescentando-lhe uma pequena lição de moral. 

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