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Aula 16
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AULA 16
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Sumário
1 - Considerações Iniciais ..................................................................................... 4
1.1 - Competências legislativa e administrativa para intervir na propriedade ............ 6
2 - Modalidades de intervenção na propriedade ....................................................... 6
3 - Servidão administrativa ................................................................................... 7
3.1 - Instituição da servidão e sua inscrição no registro imobiliário ......................... 9
3.2 - Indenização............................................................................................ 10
3.3 - Extinção................................................................................................. 11
3.4 - Características ........................................................................................ 11
4 - Requisição ................................................................................................... 13
4.1 - Espécies, objeto e indenização .................................................................. 14
4.2 - Instituição e extinção .............................................................................. 15
4.3 - Características ........................................................................................ 15
5 - Ocupação temporária .................................................................................... 17
5.1 - Instituição, extinção e indenização ............................................................ 18
5.2 - Características ........................................................................................ 18
6 - Limitações administrativas ............................................................................. 21
7 - Tombamento................................................................................................ 24
7.1 - Competência .......................................................................................... 25
7.2 - Espécies ................................................................................................ 27
7.3 - Instituição, extinção e indenização ............................................................ 28
7.4 - Procedimento ......................................................................................... 29
7.5 - Alienação de bens tombados .................................................................... 30
7.6 - Natureza jurídica..................................................................................... 30
8 - Desapropriação ............................................................................................ 33
8.1 - Desapropriações ordinárias ...................................................................... 33
8.2 - Desapropriações extraordinárias ............................................................... 33
8.3 - Expropriações ......................................................................................... 34
8.4 - Desapropriação por utilidade pública ou interesse social............................... 35
8.4.1 - Fase declaratória da desapropriação .................................................... 37
8.4.2 - Fase executória da desapropriação ...................................................... 40
8.5 - Desapropriação Indireta ........................................................................... 59
8.5.1 - Desapropriação Indireta X Limitação administrativa ............................... 61
8.6 - Retrocessão e Tredestinação .................................................................... 62
1 - Considerações Iniciais
O Século XX vem superar a ideia liberal clássica de que o direito de
propriedade é um direito praticamente absoluto. As atuais constituições
ocidentais passaram a dar um especial destaque ao interesse social da
propriedade. Na Constituição Federal de 1988, há diversos dispositivos com a
inteligência de que a propriedade deve cumprir sua função social como corolário
da supremacia do interesse público sobre o dos particulares.
São exemplos de dispositivos constitucionais relacionados à propriedade:
Constituição Federal
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
1
José dos Santos Carvalho Filho, Manual de direito administrativo, p. 796.
3 - Servidão administrativa
O instituto jurídico da servidão nasceu e se desenvolveu no âmbito do
direito privado. Hoje, é possível distinguir a servidão administrativa (regida pelo
Direito Público e objeto do presente estudo) e a servidão civil (regulada pelos
arts. 1.378 e 1.389 do Código Civil).
A servidão é caracterizada pela submissão de um prédio alheio (coisa
serviente ou res serviens) a outro prédio, considerado dominante (res
dominans), com a ressalva de que na servidão administrativa é também
admissível que a submissão seja a um serviço público dominante.
A sujeição decorre da necessidade imperiosa de transferência de parcelas
dos poderes típicos de domínio a um terceiro. Nesse ponto, destacamos que,
mesmo no caso de clara identificação de uma coisa dominante, os poderes
destacados são transferidos para seu proprietário, uma vez que coisas são
objetos de direito e não existe relação jurídica sem sujeitos. Percebe-se,
portanto, que o instituto tem a natureza de direito real sobre coisa alheia (jus in
re aliena).
A parcela de poderes transferida restringe-se à possibilidade de usar ou
gozar de determinada utilidade inerente à coisa serviente ou, ainda, a de extrair
determinados produtos, como ocorre da servidão instituída em benefício do
proprietário de imóvel vizinho (coisa dominante) sobre imóvel em que se
localiza um açude (coisa serviente), permitindo a retirada de água.
Como decorrência das características comuns apontadas, Maria Sylvia
Zanella Di Pietro 2 aponta alguns princípios que regem a servidão de direito
privado e que são aplicados também à servidão administrativa. São eles:
a) Princípio da perpetuidade (a servidão perdura enquanto subsiste a
necessidade do Poder Público e a utilidade do prédio serviente);
2
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 156.
3.2 - Indenização
Como a servidão administrativa não implica supressão da propriedade, em
regra o proprietário do imóvel serviente não tem direito à indenização.
Contudo, se da servidão decorrer efetivo prejuízo, os danos
porventura existentes deverão ser indenizados previamente. O ônus de
provar o prejuízo é do proprietário; não o fazendo, presume-se a inexistência
de dano, não havendo dever de indenizar por parte do Poder Público.
Como exemplo, podemos citar situação enfrentada pelo STJ quando do
julgamento do REsp 4.821/RS. O caso concreto tratava de uma servidão para a
passagem de eletrodutos, sendo necessária a colocação de torre de transmissão
no terreno serviente. Os prejuízos ao proprietário foram claramente apontados
no lapidar voto do Ministro Américo Luz (Relator), sendo pertinente a
transcrição do seguinte excerto:
A vista panorâmica do local fica afetada, tornando-se feia. Cria uma
situação de perigo constante. Provoca, ainda, um ruído permanente com a
passagem de energia elétrica de alta-tensão.
Limita a plantação e a construção imobiliária. Em caso de venda, no futuro,
o preço sofre tremenda redução.
Em casos como esses, o proprietário do prédio serviente fica em situação
semelhante a do desapropriado, sendo cabível a indenização que será acrescida
das parcelas referentes à atualização monetária, juros moratórios e
honorários de advogado (quando o procedimento for judicial).
Cabe também o pagamento de juros compensatórios, quando o uso
efetivo do bem pelo Poder Público anteceder o pagamento da indenização.
Foi seguindo a linha de raciocínio ora analisada que o STJ editou a Súmula
56, afirmando o seguinte: “Na desapropriação para instituir servidão
administrativa são devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da
propriedade”.
A redação da Súmula transcrita merece crítica porque, apesar de se referir
à “desapropriação”, caracteriza-a equivocadamente como uma “limitação de
uso”, e não como forma supressiva da propriedade. Aliás, a própria expressão
“desapropriação para instituir servidão” é contraditória, pois, se o Poder Público
3.3 - Extinção
Apesar do seu caráter de perpetuidade, conforme lição da Professora Di
Pietro,5 as servidões administrativas podem ser extintas nos seguintes casos:
a) perda da coisa gravada (ou seja, desaparecimento do bem gravado);
b) transformação da coisa gravada por fato que a torne incompatível com
seu destino;
c) desafetação da coisa dominante (desinteresse do Poder Público na
utilização do bem imóvel); e
d) incorporação do imóvel serviente ao patrimônio público (porque não há
servidão sobre coisa própria).
3.4 - Características
A partir dos comentários anteriores é possível destacar as seguintes
características básicas do instituto da servidão administrativa:
a) natureza de direito real sobre coisa alheia;
b) incide sobre bens imóveis, públicos ou privados;
c) objetiva atender a uma finalidade pública;
d) o titular do direito real é o Poder Público (União, Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios) ou seus delegados (pessoas jurídicas
públicas ou privadas autorizadas por lei ou contrato);
e) podem implicar não apenas uma obrigação de deixar de fazer
(negativa), mas também uma obrigação de fazer (positiva);
f) em regra não dão direito à indenização, exceto se causarem prejuízos
(indenizados previamente);
g) estão fora do comércio;
h) observam o princípio da indivisibilidade;
i) tendem à perpetuidade, mas em algumas situações podem ser
extintas;
5
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 160.
4 - Requisição
A requisição é a modalidade de intervenção estatal na propriedade
mediante a qual o Poder Público, por ato unilateral e autoexecutório, utiliza
bens móveis, imóveis e serviços de particulares para enfrentar situações
transitórias de perigo público imediato ou iminente, sendo assegurada ao
proprietário, se houver dano, indenização posterior.
A requisição tem previsão expressa na Constituição Federal:
Art. 5.º, XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao
proprietário indenização ulterior, se houver dano.
6
Hely Lopes Meirelles, Direito administrativo brasileiro, p. 661.
7
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 144.
4.3 - Características
De modo resumido, são as seguintes as principais características da
requisição administrativa:
a) é direito pessoal da Administração;
b) é efetivada por ato unilateral;
c) é medida autoexecutória;
d) seu pressuposto é o perigo público imediato ou iminente;
e) incide sobre bens imóveis, móveis ou serviços;
f) possui natureza transitória;
g) a indenização depende da existência de dano e é paga posteriormente.
8
Hely Lopes Meirelles, Direito administrativo brasileiro, p. 661
Aplica-se o prazo do DL 3.365/41: "Art. 10 [...] Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos
o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do
Poder Público.
Gabarito: Incorreta.
Questão 06 (FUNDATEC, Prefeitura de Porto Alegre/RS, Procurador Municipal, 2016 –
adaptada) Acerca da intervenção do Estado na propriedade, julgue o item que segue:
( ) A requisição, em qualquer das hipóteses, não é indenizável.
Comentário:
CRFBArt 5. XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano.
Gabarito: Incorreta.
Questão 07 (FUNDATEC, PGE-RS, Procurador do Estado, 2015 - adaptada) Julgue o
item que segue:
( ) As requisições de bens fungíveis se equiparam às desapropriações no que se refere ao
requisito da prévia e justa indenização em dinheiro.
Comentário:
“A requisição pode abranger bens móveis, imóveis e serviços. A requisição de coisas
móveis e fungíveis assemelha-se à desapropriação, mas com ela não se confunde,
primeiro porque a indenização é a posteriori; segundo, porque é executada diretamente
pela Administração, independentemente de ordem judicial para imissão na posse. A
requisição
de imóveis tem por objetivo, em regra, a sua ocupação temporária, que examinaremos no
tópico seguinte (d), mas pode visar também a sua destruição, total ou parcial, para debelar
o perigo, como ocorre nos casos de incêndio e inundação.” (Hely Lopes Meirelles, Direito
Administrativo Brasileiro, p. 525-526, 15ª. Edição, RT).
Gabarito: Incorreta.
Questão 08 (FGV, DPE-RJ, 2014) Um Município foi atingido por extraordinárias e fortes
chuvas no mês de janeiro de 2014, que deixaram centenas de desabrigados. Em razão do
iminente perigo público, inclusive diante da necessidade de remoção de diversas famílias
que moravam em área de risco, a administração pública municipal, após a lotação dos
prédios públicos disponíveis, viu-se obrigada a utilizar o prédio de uma escola particular.
Por não concordar com a medida, João, o proprietário da escola particular, buscou
orientação jurídica, sendo informado de que se tratava de estado de calamidade pública,
reconhecido por decreto municipal, que autorizava a intervenção do Estado na propriedade
particular, com vistas à satisfação do interesse público. O instituto em tela se chama.
A) servidão administrativa, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver
dano.
B) requisição, tendo o particular direito à indenização ulterior, se houver dano.
C) ocupação temporária, tendo o particular direito à posterior indenização, se houver
dano.
5 - Ocupação temporária
A ocupação temporária ou provisória é a forma de intervenção estatal na
propriedade que permite a utilização transitória, remunerada ou gratuita,
de imóveis de terceiros pelo Poder Público, tendo por objetivo apoiar a
execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público.
Como exemplo de ocupação temporária, pode-se citar a ocupação de
terreno à margem de uma rodovia que vai ser asfaltada, com o objetivo de
possibilitar a instalação do canteiro de obras, ou, ainda, a ocupação de uma
escola ou clube para servir de posto de apoio a campanhas de vacinação.
Alguns autores defendem a possibilidade de o instituto da ocupação
temporária se aplicar também a móveis ou mesmo a serviços, da mesma forma
que a requisição. Contudo, predomina na doutrina o entendimento de que a
ocupação incide apenas sobre bens imóveis.
Nesse ponto é necessário destacar que a ocupação temporária é instituto
que muito se assemelha à requisição de bens imóveis, diferindo desta última
por não ter como requisito situação presente ou iminente de perigo público.
Contrária a esse entendimento, a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro 9
defende que a requisição administrativa, quando recai sobre imóvel, confunde-
se com a ocupação temporária.
9
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 144.
5.2 - Características
De forma resumida, é possível apontar as seguintes características da
ocupação temporária:
a) cuida-se de direito de caráter pessoal;
b) só incide sobre a propriedade imóvel;
c) tem caráter de transitoriedade;
d) a situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de
obras e serviços públicos normais;
e) a questão da indenização varia de acordo com a modalidade de
ocupação: se for vinculada à desapropriação, haverá obrigatoriamente
dever de indenizar; se não for, somente será indenizável se houver
prejuízo para o proprietário.
Questão 09 (CEBRASPE, DPE-AL, Defensor Público, 2017) Com o intuito de dar apoio
logístico à obra de construção de um hospital municipal, o prefeito de determinada cidade
exarou ato declaratório informando a necessidade de utilização, por tempo determinado,
Comentário:
Ocupação Temporária - Indenização: varia conforme a modalidade de ocupação:
a) Se for vinculada à desapropriação, haverá indenização.
É o que dispõe o art. 36 do Decreto 3.365/41, que trata da desapropriação por utilidade
pública: “É permitida a ocupação temporária que será indenizada afinal por ação própria de
terrenos não edificados vizinhos às obras e necessários à sua realização”.
b) Na ocupação temporária desvinculada da desapropriação, a indenização: é
condicionada ao dano. Assim, nos casos de obras em estradas e serviços eleitorais, não
há, em regra, indenização.
Gabarito: Letra “b”.
6 - Limitações administrativas
A limitação administrativa é um ato genérico por meio do qual o poder
público impõe a proprietários indeterminados obrigações com o objetivo de
fazer com que aquela propriedade atenda à sua função social.
Tratam-se, assim, de medidas de caráter geral direcionadas a todos os
proprietários daquela determinada região, fundamentadas no poder de polícia
do Estado, “gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas,
com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar
social” (professora Di Pietro).
Podem ser instituídas em lei ou regulamento de qualquer ente da
Administração e, por constituírem imposições gerais destinadas a propriedades
indeterminadas, não ensejam nenhuma indenização por parte do Poder Público
em favor dos proprietários.
Na generalidade dos casos, a limitação administrativa é gratuita, surgindo
o dever de indenizar tão somente em casos de redução do valor econômico do
bem. Todavia, o proprietário do bem não fará jus a qualquer direito
indenizatório se tiver adquirido o bem após a limitação administrativa já ter
sido imposta.
Ressalte-se que os danos causados em caso de limitação administrativa
devem ser objeto de ação pessoal, cujo prazo prescricional é de cinco anos. Ex:
Limitação à altura dos prédios em determinada região da cidade.
B) dirigidas a uma propriedade específica, através das quais o Poder Público impõe ao
proprietário obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de condicionar a
propriedade ao atendimento de sua função social.
C) de caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários
determinados somente obrigações positivas para o fim de condicionar as propriedades ao
atendimento da função social.
D) de caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários
indeterminados somente obrigações negativas para o fim de condicionar as propriedades
ao atendimento da função social.
E) de caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários determinados
obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades
ao atendimento da função social.
Comentário:
ATOS GERAIS = destinatários indeterminados.
ATOS INDIVIDUAIS = destinatário determinados. Ex.: tombamento.
Gabarito: Letra “a”.
7 - Tombamento
O tombamento é uma das formas de intervenção do Estado na
propriedade, cuja finalidade é a proteção e a preservação do patrimônio
histórico, artístico e cultural. Pode incidir sobre bens móveis ou imóveis,
materiais ou imateriais, públicos ou privados.
Não custa esclarecer que a expressão patrimônio cultural imaterial (ou
patrimônio cultural intangível) abrange as manifestações culturais e as
tradições que um grupo de indivíduos preserva para as gerações futuras, em
respeito à sua ancestralidade, a exemplo das festas e danças populares, lendas,
músicas, costumes e outras tradições.
O patrimônio cultural brasileiro é o conjunto de bens de qualquer natureza
(materiais ou imateriais) que sejam portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos
quais incluem-se (CRFB, art. 216):
1. as formas de expressão;
2. os modos de criar, fazer e viver;
3. as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
4. as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
5. os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico; e
7.1 - Competência
A União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência
concorrente para legislar sobre proteção ao patrimônio histórico, cultural,
artístico, turístico e paisagístico (CRFB, art. 24, inciso VII). Por sua vez, os
10
José dos Santos Carvalho Filho, Manual de direito administrativo, p. 822.
público, que, nas hipóteses vertentes, está protegido em dose dupla” (STJ, RMS
18.952/RJ).
7.2 - Espécies
As espécies de tombamento são classificadas de acordo com os seguintes
critérios:
Quanto à sua forma de constituição ou procedimento pode ser de ofício,
voluntário e compulsório:
O tombamento de ofício é aquele que recai sobre bem público, conforme
previsto no art. 5.º do Decreto-lei nº 25/1937.
Já o tombamento voluntário e o compulsório incidem sobre bens
particulares. O tombamento voluntário é aquele em que o proprietário requer a
adoção da medida ou, sendo notificado do início do procedimento, concorda
com a inscrição do bem. O compulsório é aquele feito contra a vontade do
proprietário do bem.
Quanto à eficácia pode ser provisório ou definitivo:
O tombamento provisório é aquele feito no curso do processo
administrativo de tombamento, enquanto o definitivo ocorre quando o processo
é concluído, com a devida inscrição do bem no Livro de Tombo. O tombamento
provisório, salvo para os efeitos expressamente previstos em lei, equipara-se ao
tombamento definitivo.
A propósito do tema, o STJ já decidiu que “o instituto do tombamento
provisório não é uma fase procedimental antecedente do tombamento
definitivo, mas uma medida assecuratória da eficácia que este último poderá,
ao final, produzir. A caducidade do tombamento provisório, por excesso de
prazo, não é prejudicial ao tombamento definitivo” (Vide Informativo de
Jurisprudência 152 do STJ, out. 2002).
Esse entendimento foi literalmente cobrado pelo CEBRASPE na prova de
Advogado da União/2009:
7.4 - Procedimento
O tombamento se efetiva por meio de um encadeamento de atos, que
serve para preparar o ato final que é a inscrição do bem no Livro do Tombo. O
procedimento a ser adotado varia de acordo com a modalidade de tombamento:
de ofício, voluntário ou compulsório.
No caso do tombamento de ofício, aplicável a bens públicos, o
procedimento é bastante simples. É inaugurado com a manifestação do órgão
técnico. Na sequência, a autoridade administrativa determina de ofício a
inscrição do bem no Livro de Tombo e notifica a entidade a quem pertencer ou
que o tenha sob sua guarda (Decreto-lei nº 25/1937, art. 5.º).
No caso de tombamento voluntário requerido pelo proprietário, a
Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que “será também ouvido o
órgão técnico e, em caso de preencher os requisitos, será determinada a sua
inscrição no Livro do Tombo e a transcrição no Registro de Imóveis, desde que
se trate de bem imóvel”.11
Ainda de acordo com a ilustre professora, no caso de o procedimento
começar por iniciativa do Poder Público, as seguintes fases devem ser
observadas:
1. manifestação do órgão técnico sobre o valor do bem para fins de
tombamento;
2. notificação ao proprietário para anuir ao tombamento dentro do prazo
de 15 dias, a contar do recebimento da notificação ou para, se quiser,
impugnar e oferecer as razões dessa impugnação;
3. se o proprietário anuir, por escrito, à notificação, ou não impugnar,
tem-se o tombamento voluntário, com a inscrição no Livro do Tombo;
4. havendo impugnação, será dada vista, no prazo de mais 15 dias, ao
órgão que tiver tomado a iniciativa de tombamento, a fim de sustentar
as suas razões;
5. a seguir, o processo será remetido ao IPHAN, que proferirá decisão a
respeito, no prazo de 60 dias a contar do recebimento;
6. se a decisão for contrária ao proprietário, será determinada a inscrição
no Livro do Tombo; se for favorável, o processo será arquivado;
7. a decisão do Conselho Consultivo terá que ser apreciada pelo Ministério
da Cultura (Lei n.º 6.292, de 15.12.1975), o qual poderá examinar todo
o procedimento, anulando-o, se houver ilegalidade, ou revogando a
11
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 149.
12
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, p. 149-150.
José dos Santos Carvalho Filho explica que o tombamento não tem
natureza de servidão administrativa pelas seguintes razões: a) o tombamento
não é um direito real, como é a servidão; e b) inexiste no tombamento a figura
do prédio dominante e serviente. Aduz, ainda, que o tombamento também não
possui natureza de limitação administrativa (constituindo-se em categoria
própria), dado que a limitação administrativa se reveste de caráter geral e o
tombamento de caráter específico, pois incide sobre bens determinados.
Questão polêmica é a natureza jurídica do tombamento quando este incide
em caráter genérico, como ocorre quando um bairro ou uma cidade inteira é
tombada. Nesse caso, em face da generalidade da medida, o tombamento em
muito se assemelha à limitação administrativa.
Comentário:
Acontece quando o Poder Público não observa formalidades necessárias, simplesmente
toma o bem. Ex. servidão e tombamento disfarçados. É chamado de “esbulho
administrativo”.
É um esbulho do Estado, toma o bem sem realizar qualquer procedimento.
A única coisa que o proprietário pode pleitear é a indenização.
Gabarito: Incorreta.
Questão 20 (VUNESP, TJ-RS, Juiz de Direito Substituto, 2018) A respeito do
tombamento, é correto afirmar que
A) o Supremo Tribunal Federal já afirmou que a hierarquia verticalizada dos entes
federados prevista expressamente na Lei de Desapropriação (Decreto-lei no 3.365/41) não
se estende ao tombamento, não havendo vedação a que Estado possa tombar bem da
União, tampouco que Município possa tombar bem estadual ou federal.
B) se constitui mediante decreto expedido pelo Poder Legislativo Federal, Estadual,
Distrital ou Municipal, reconhecendo o valor histórico, artístico, paisagístico, turístico,
cultural ou científico de um bem ou bens, individual ou coletivamente considerados,
culminando com ato administrativo de registro em livro próprio.
C) se recair sobre bem particular, sua instituição pelo Poder Público, em regra, admite
pagamento de indenização por limitação de uso da propriedade.
D) se recair sobre bem público, poderá ser provisório ou definitivo, conforme a fase do
procedimento administrativo, que se conclui com a inscrição do bem no competente Livro
do Tombo.
E) se recair sobre bem público, poderá se dar de ofício pela autoridade competente e a
prévia notificação do ente proprietário constitui condição de validade do ato administrativo
de tombamento.
Comentário:
a) CORRETA. No tombamento, prevalece o entendimento segundo o qual não há
necessidade de observância à hierarquia federativa, tal como previsto no procedimento de
desapropriação;
b) INCORRETA. Há divergências sobre a possibilidade de instituição de tombamento por
lei. No entanto, prevalece o entendimento da impossibilidade. O tombamento é
procedimento administrativo e, portanto, só poderia ser realizado por ato do Poder
Executivo.
c) INCORRETA. O tombamento, em regra, não gera direito à indenização, porquanto não
retira o direito de usar ou gozar do bem.
d) INCORRETA. No caso de tombamento de bem público (tombamento de ofício), a
medida começa a produzir efeitos pela simples notificação (art. 5º, DL 25/37)
e) INCORRETA. Art. 5º, Decreto-lei 25/37 - O tombamento dos bens pertencentes à União,
aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem
pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários
efeitos. Não se trata de validade, mas sim de produção de efeitos.
8 - Desapropriação
A desapropriação consiste na forma mais drástica de intervenção do Estado
na propriedade e que afeta o próprio caráter perpétuo e irrevogável do direito
de propriedade.
Por meio dela, o poder público toma o domínio da propriedade de seu
titular para o fim de vinculá-la a algum interesse público, consistente em
necessidade ou utilidade pública, bem ainda em interesse social. Trata-se de
forma de aquisição originária de propriedade.
Existem dois tipos de desapropriação: as desapropriações ordinárias e as
desapropriações extraordinárias.
CRFB. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
8.3 - Expropriações
O artigo 243 da Constituição Federal trata, ainda, não de uma modalidade
de desapropriação, mas de expropriação, uma vez que a União não indeniza o
proprietário da terra. Este simplesmente perde o bem em razão de penalidade
constitucionalmente prevista.
Art. 5º No que esta lei for omissa aplicam-se as normas legais que regulam a
desapropriação por unidade pública, inclusive no tocante ao processo e à justa
indenização devida ao proprietário.
Decreto-lei nº 3.365/1941.
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se
judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do
respectivo decreto e findos os quais este caducará.
Em verdade, não.
É que a fase declaratória da desapropriação dá início ao procedimento de
desapropriação, indicando-se, no decreto expropriatório, os fundamentos, o
sujeito passivo, o objeto e a destinação a ser dada ao bem.
Inexiste nesta etapa qualquer transferência do bem para o Poder Público.
Em verdade, o bem permanece com o proprietário, com todos os poderes
inerentes ao direito de propriedade.
Sendo assim, não assiste direito de indenização ao proprietário
pela mera declaração de necessidade ou utilidade pública do bem a ser
desapropriado. São efeitos da declaração (ALEXANDRINO, 2015, pg. 1077):
a) Sujeição do imóvel à força expropriatória do Estado;
13
§ 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando feitas
com autorização do expropriante.
Estado ou
União DF STF14
14
CRFB, Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: (...) f) as causas e os conflitos entre a União e os
Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta;
15
CRFB, Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;
16
Competência residual.
Além disso, em que pese ato típico do Poder Executivo, poderá o Poder
Legislativo iniciar o procedimento de desapropriação, nos termos do artigo 8º,
do Decreto-lei nº 3.365/1941:
CITAÇÃO
De acordo com o artigo 16, do Decreto-lei nº 3.365/1941, no processo de
desapropriação a citação do marido dispensa a da mulher:
Art. 16. A citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a
do marido dispensa a dá mulher; a de um sócio, ou administrador, a dos
demais, quando o bem pertencer a sociedade; a do administrador da coisa no
caso de condomínio, exceto o de edifício de apartamento constituindo cada um
propriedade autônoma, a dos demais condôminos e a do inventariante, e, se
não houver, a do cônjuge, herdeiro, ou legatário, detentor da herança, a dos
demais interessados, quando o bem pertencer a espólio.
Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, mas ciente de que se
encontra no território da jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado
marcará desde logo hora certa para a citação, ao fim de 48 horas,
independentemente de nova diligência ou despacho.
essa regra não foi recepcionada pela Constituição Federal, por ofender a
garantia do devido processo legal, deixando de conferir à parte um processo
justo, com resultado efetivo.
Até porque assim dispõe o artigo 73, do CPC sobre as ações que versem
sobre direitos reais:
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que
verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.
Art. 23. Findo o prazo para a contestação e não havendo concordância expressa
quanto ao preço, o perito apresentará o laudo em cartório até cinco dias, pelo
menos, antes da audiência de instrução e julgamento.
Exatamente por isto, o juiz não está adstrito ao valor da causa na ação de
desapropriação, podendo, inclusive, a sentença acolher valor menor do que o
indicado na petição inicial, conforme já decidiu o STJ:
Neste sentido:
Súmula 652 - STF. Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dec.-lei
3.365/1941 (Lei da Desapropriação por utilidade pública).
Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença, à disposição do juiz da causa,
é considerado pagamento prévio da indenização.
§ 1º O depósito far-se-á no Banco do Brasil ou, onde este não tiver agência, em
estabelecimento bancário acreditado, a critério do juiz.
§ 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do
arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta
por cento) do depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15,
observado o processo estabelecido no art. 34.
Art. 182.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e
justa indenização em dinheiro.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O artigo 27, do Decreto-lei nº 3.365/1941 disciplina em seu parágrafo 1º o
pagamento de honorários advocatícios em ações de desapropriação:
Art. 30. As custas serão pagas pelo autor se o réu aceitar o preço oferecido; em
caso contrário, pelo vencido, ou em proporção, na forma da lei.
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com
efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado, e com
ambos os efeitos, quando o for pelo expropriante.
§ 1 º A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro
da oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição.
JUROS NA DESAPROPRIAÇÃO
A sentença no processo de desapropriação deve fixar o valor da justa
indenização a ser paga pelo expropriante, fixando também a incidência de juros
e correção monetária.
Os juros compensatórios são devidos para compensar a perda da posse
do imóvel pelo particular. É dizer: os juros compensatórios são devidos a partir
da imissão provisória da posse pelo ente público, pois este é o momento em
que o particular perde a possibilidade de usufruir do bem (BARROS, 2015, pg.
453).
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-
se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da
indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão
de até seis por cento ao ano, a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte
àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da
Constituição.
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STJ, Súmula 102. A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações expropriatórias,
não constitui anatocismo vedado em lei.
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não
podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo
de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em
perdas e danos.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de
título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a
qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele
realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
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Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel,
adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o
declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Artigo 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório
especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de
reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Artigo 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma
agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que
seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade
produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua
função social.
Legitimidade
De acordo com o artigo 2º, da LC 76/93, a competência para propor a
Desapropriação para fins de reforma agrária é privativa/exclusiva da União
Federal, sendo proposta pelo órgão executor (INCRA) perante a Justiça Federal.
Contestação
A contestação na ação de desapropriação para fins de reforma agrária é
mais ampla que no Decreto-lei nº 3.365/1941, eis que poderá o réu alegar
qualquer matéria de defesa, exceto a relativa à existência de interesse social.
Para discutir o interesse social, seria possível o manejo de ação própria
(Mandado de Segurança, Ação Cautelar, enfim). Ex: possibilidade de se alegar
que o imóvel é produtivo e que está em regime de pousio (descanso).
Não se questiona a imissão provisória na posse, eis que não pode ser
matéria de contestação. Mesmo antes de ser citado, já fora declarada a imissão
provisória na posse, independente de manifestação prévia do expropriado.
Além disso, o direito de extensão visto acima está expressamente previsto
em lei:
Artigo 5º.
8º Na hipótese de decisão judicial transitada em julgado fixar a indenização
da terra nua ou das benfeitorias indenizáveis em valor superior ao ofertado pelo
expropriante, corrigido monetariamente, a diferença será paga na forma do art.
100 da Constituição Federal.
§ 9o Se houver imissão prévia na posse e, posteriormente, for verificada
divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na
sentença definitiva, expressos em termos reais, sobre a diferença
eventualmente apurada incidirão juros compensatórios a contar da imissão de
posse, em percentual correspondente ao fixado para os títulos da dívida agrária
depositados como oferta inicial para a terra nua, vedado o cálculo de juros
compostos
Art. 10. Havendo acordo sobre o preço, este será homologado por sentença.
Parágrafo único. Não havendo acordo, o valor que vier a ser acrescido ao
depósito inicial por força de laudo pericial acolhido pelo Juiz será depositado em
espécie para as benfeitorias, juntado aos autos o comprovante de lançamento
de Títulos da Dívida Agrária para terra nua, como integralização dos valores
ofertados.
Art. 12. O juiz proferirá sentença na audiência de instrução e julgamento ou nos
trinta dias subseqüentes, indicando os fatos que motivaram o seu
convencimento.
§ 1º Ao fixar o valor da indenização, o juiz considerará, além dos laudos
periciais, outros meios objetivos de convencimento, inclusive a
pesquisa de mercado.
§ 2º O valor da indenização corresponderá ao valor apurado na data da perícia,
ou ao consignado pelo juiz, corrigido monetariamente até a data de seu efetivo
pagamento.
§ 3º Na sentença, o juiz individualizará o valor do imóvel, de suas benfeitorias e
dos demais componentes do valor da indenização.
§ 4º Tratando-se de enfiteuse ou aforamento, o valor da indenização será
depositado em nome dos titulares do domínio útil e do domínio direto e
disputado por via de ação própria.
Art. 13. Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com
efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado e, em
ambos os efeitos, quando interposta pelo expropriante.
§ 1º A sentença que condenar o expropriante, em quantia superior a cinqüenta
por cento sobre o valor oferecido na inicial, fica sujeita a duplo grau de
jurisdição.
§ 2º No julgamento dos recursos decorrentes da ação desapropriatória não
haverá revisor.
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Rememore-se que no procedimento previsto no Decreto-Lei nº 3.365/1941 o reexame necessário é
cabível sempre que a sentença condenar em montante superior ao dobro do preço ofertado.
A resposta é positiva.
Contudo, o artigo 182, da Constituição Federal prevê duas hipóteses de
desapropriação. A primeira é uma hipótese de desapropriação ordinária (por
utilidade ou necessidade pública ou por interesse social) prevista no parágrafo
3º:
8.8.1 - REQUISITOS
Art. 5º Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições
e os prazos para implementação da referida obrigação.
Art. 6º A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à
data da notificação, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou
utilização previstas no art. 5o desta Lei, sem interrupção de quaisquer prazos.
§ 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a
que se refere o caput do art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor
referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.
Desapropriação
Passados cinco anos da cobrança do IPTU progressivo sem o cumprimento
das obrigações por parte do proprietário, poderá o Município proceder à
desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida pública.
Referidos títulos terão prévia autorização pelo Senado Federal e serão
resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e
sucessivas, mantendo-se o valor real da indenização e juros legais de seis por
cento ao ano.
§ 3º Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para
pagamento de tributos.
Procedimento Expropriatório
Isto porque, conforme lições de José dos Santos Carvalho Filho (2013, pg.
153):
10 - Jurisprudência Correlata
A seguir, transcreve-se novamente toda a jurisprudência utilizada na
presente aula para que o aluno possa tentar memorizar os trechos mais
importantes.
11 - Resumo da Aula
Servidão Administrativa
A servidão administrativa é uma restrição específica que atinge parcial e concretamente o direito de
propriedade, incidindo sobre o caráter exclusivo de propriedades determinadas.
A servidão consiste em uma obrigação de tolerar ou deixar fazer e autoriza o Poder Público a usar da
propriedade imóvel do particular para assegurar a realização e conservação de obras e serviços de utilidade
pública.
i. Ônus real;
ii. Incidente sobre bem particular (imóvel alheio);
iii. Com o fim de permitir uma utilidade pública;
Requisição
Cuida-se de direito pessoal da Administração, é efetivada por ato unilateral, é medida autoexecutória,
seu pressuposto é o perigo público imediato ou iminente, incide sobre bens imóveis, móveis ou serviços,
possui natureza transitória, a indenização depende da existência de dano e é paga posteriormente.
Ocupação Temporária
Cuida-se de direito de caráter pessoal, só incide sobre a propriedade imóvel, possui caráter de
transitoriedade, a situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de obras e serviços
públicos normais.
Limitação administrativa
A limitação administrativa é um ato genérico por meio do qual o poder público impõe a proprietários
indeterminados obrigações com o objetivo de fazer com que aquela propriedade atenda à sua função social.
Tombamento
Cuida-se de instituto com previsão constitucional que visa a proteção e a preservação do patrimônio
histórico, artístico e cultural, podendo incidir sobre bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, públicos
ou privados.
A União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência concorrente para legislar sobre
proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico (CRFB, art. 24, VII). Por sua vez,
os Municípios são competentes para suplementar, no que couber, essa legislação federal e estadual (CRFB,
art. 30, II e IX).
Por implicar apenas uma restrição parcial ao direito de propriedade, o tombamento, em regra, não cria
obrigação de indenizar por parte do Estado.
O tombamento de ofício recai sobre bem público, já o tombamento voluntário e o compulsório incidem
sobre bens particulares.
O tombamento é considerado geral quando atinge todos os bens situados em um bairro ou uma
cidade, e individual quando incide apenas sobre um determinado bem.
Inexiste o direito de preferência em favor do Poder Público quando da alienação de bens tombados.
Desapropriação
A desapropriação consiste na forma mais drástica de intervenção do Estado na propriedade, que afeta
o próprio caráter perpétuo e irrevogável do direito de propriedade.
Tanto a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, quanto a desapropriação por interesse
social serão regidas pelas disposições do Decreto-lei nº 3.365/1941.
Apenas juízes estaduais ou federais podem processar a demanda, sendo certo não haver hipótese de
competência delegada, ou seja, se o bem não estiver situado na cidade sede de Justiça Federal, a ação de
desapropriação deve ser proposta na Seção Judiciária da Justiça Federal com competência para aquela
região.
O mérito da contestação é de cognição limitada, podendo abranger apenas eventual vício no processo
judicial ou o valor da indenização, razão pela qual é incabível a propositura de reconvenção.
Para o Supremo Tribunal Federal o laudo particular é útil para a imissão provisória na posse de imóvel
rural, sendo necessário o laudo judicial apenas para definição do justo preço e consequente transmissão da
propriedade de forma definitiva.
Para o STJ, possível a desistência a qualquer tempo da ação de desapropriação desde que ainda não
tenha sido pago integralmente o valor da indenização ao particular. Assim, mesmo que iniciado o pagamento,
a desistência será viável, se não concluído, restituindo-se o bem ao particular no mesmo estado que
recebido.
Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse
e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.
O imóvel que poderá sofrer a desapropriação para fins de reforma agrária será apenas aquele imóvel
rural que não atende a sua função social, sendo certo que o objetivo da reforma agrária é exatamente dar
função social a este bem.
A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para fins de reforma agrária.
Há, ainda, outra modalidade de desapropriação extraordinária voltada para a zona urbana. Trata-se da
desapropriação para fins urbanísticos cuja indenização será paga com títulos da dívida pública.
Verificado que o imóvel se trata de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, lei
municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a
utilização compulsórios, fixando as condições para o cumprimento desta obrigação.
Passados os cinco anos de cobrança de IPTU progressivo, o Município poderá ou manter a cobrança
do IPTU em valores máximos até que o proprietário cumpra sua obrigação ou proceder à desapropriação do
imóvel.
A tredestinação lícita ocorre quando o bem é desapropriado para um fim, mas lhe é dado fim diverso
pelo poder público, porém ainda permanecendo o interesse público. Exemplo: o poder público desapropria
um terreno para a construção de uma escola, mas por questões de conveniência e oportunidade decide
construir um hospital.
Já a tredestinação ilícita ocorre quando ao bem desapropriado é dado destino desprovido de interesse
público (transferência do bem a terceiro, por exemplo).
O direito de retrocessão é, pois, aquele que assiste ao proprietário do bem exigi-lo de volta caso, após
efetivada a desapropriação, a ele seja dada destinação desprovida de interesse público. Assim, sempre será
cabível o direito de retrocessão em caso de tredestinação ilícita.
Em caso de tredestinação lícita, passando o bem para finalidade diversa, mas igualmente
fundamentada no interesse público (bem desapropriado para construção de uma escola, mas se construiu
um hospital), não haverá direito de retrocesso.
Art. 14. O valor da indenização, estabelecido por sentença, deverá ser depositado
pelo expropriante à ordem do juízo, em dinheiro, para as benfeitorias úteis e necessárias,
inclusive culturas e pastagens artificiais e, em Títulos da Dívida Agrária, para a terra nua.
De acordo com a Resolução 19/2007, o Senado Federal suspendeu parte deste
dispositivo em razão da decisão proferida pelo STF nos autos do RE 247.866/CE. É que
tais valores deverão ser pagos através da sistemática dos precatórios previstos no artigo
100, da Constituição Federal.
Assim, seja através da sentença judicial ou através de acordo previsto no artigo 10,
sempre que houver majoração dos valores referentes às benfeitorias úteis e necessárias a
serem pagos pelo ente expropriante, tais valores serão pagos através da sistemática dos
precatórios. E, se inferior a 60 Salários Mínimos, poderá ser utilizada a sistemática de
RPV.
Já quanto à terra nua, os valores majorados deverão ser pagos imediatamente através de
Títulos da Dívida Agrária.
Gabarito: Incorreta.
Questão 26 (CEBRASPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2015)
Julgue o próximo item, em relação ao poder de polícia, à desapropriação e
aos serviços públicos.
( ) No caso de desapropriação por interesse social, se a área medida for
maior que a escriturada no Registro de Imóveis pelo proprietário, a
indenização devida, conforme o entendimento do STJ, corresponde apenas
à área registrada, já que a ausência de registro ou averbação da área real
decorreu de sua omissão voluntária.
Comentários:
ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. INTERESSE SOCIAL. REFORMA AGRÁRIA.
JUROS COMPENSATÓRIOS. IMÓVEL IMPRODUTIVO. INCIDÊNCIA. JUROS
COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS. SÚMULA 102/STJ. IMÓVEL EXPROPRIADO.
DIVERGÊNCIA. ÁREA REGISTRADA E ÁREA MEDIDA. RETENÇÃO. DIFERENÇA.
PASSIVO AMBIENTAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. DEDUÇÃO DO VALOR DA
INDENIZAÇÃO. CABIMENTO.
1. Trata-se de desapropriação de imóvel rural por interesse social para fins de reforma
agrária, bem como de pedido de retenção de valores referentes à recomposição de
passivo ambiental.
2. A Primeira Seção reiterou o entendimento de que são devidos juros compensatórios,
mesmo no caso de desapropriação de imóvel improdutivo para reforma agrária (REsp
1.116.364/PI, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 10.9.2010).
3. Todavia, é preciso reconhecer a inexigibilidade dos juros compensatórios no período em
que os parágrafos do art. 15-A do DL 3.365/1941 tiveram eficácia, ou seja, entre sua
Exemplo: o poder público desapropria um terreno para a construção de uma escola, mas
por questões de conveniência e oportunidade decide construir um hospital.
Já a tredestinação ilícita ocorre quando ao bem desapropriado é dado destino
desprovido de interesse público (transferência do bem a terceiro, por exemplo).
Gabarito: Incorreta.
Questão 35 (CEBRASPE - Def PF/DPU, 2010)
O poder público pode intervir na propriedade do particular por atos que
visem satisfazer as exigências coletivas e reprimir a conduta antissocial do
particular. Essa intervenção do Estado, consagrada na Constituição
Federal, é regulada por leis federais que disciplinam as medidas
interventivas e estabelecem o modo e a forma de sua execução,
condicionando o atendimento do interesse público ao respeito às garantias
individuais previstas na Constituição. Acerca da intervenção do Estado na
propriedade particular, julgue o item subsequente.
As indenizações referentes a processo de desapropriação sempre devem
ser pagas em moeda corrente ao expropriado.
Comentários:
Há hipóteses de desapropriação que são pagas em títulos da dívida.
Exemplo disto temos a desapropriação urbanística e a desapropriação para reforma
agrária que é parcialmente paga em títulos.
O sempre previsto na questão tornou o item falso.
Gabarito: Incorreta.
Questão 36 (CEBRASPE - CL (SEN)/SEN/Transportes e Desenvolvimento Urbano,
2002)
O parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios, o imposto
predial e territorial urbano (IPTU) progressivo no tempo e a desapropriação
são instrumentos de política urbana que, se bem aplicados, podem
promover uma reforma urbana estruturada por política fundiária que
garanta a função social da cidade e da propriedade. Em relação a esses
instrumentos, julgue o item seguinte.
( ) O Estatuto da Cidade estabelece que, decorridos cinco anos sem que o
proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou
utilização, o município deverá proceder à aplicação do IPTU progressivo no
tempo.
Comentários:
Passados cinco anos da cobrança do IPTU progressivo sem o cumprimento das
obrigações por parte do proprietário, poderá o Município proceder à desapropriação do
imóvel com pagamento em títulos da dívida pública.
armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente
aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de
reservas florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam
apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas.
Gabarito: Letra “a”.
Questão 44 (FCC –Procurador do Município de Cuiabá, 2014)
No tocante à desapropriação, o Município
a) tem competência exclusiva para executar a desapropriação- sanção, em
caso de descumprimento da função social da propriedade urbana.
b) possui competência para legislar acerca do procedimento
desapropriatório, no tocante às desapropriações necessárias ao
desenvolvimento urbano.
c) não possui competência para desapropriar por interesse social imóveis
situados em zona rural.
d) tem competência declaratória e executória, sendo que ambas são
indelegáveis.
e) pode desapropriar bens pertencentes à União e aos Estados, mediante
autorização legislativa desses entes.
Comentários:
Cabe ao município a desapropriação por descumprimento da função social da propriedade
urbana.
A alternativa B está falsa uma vez que o Município não possui competência para legislar
acerca do procedimento licitatório.
A alternativa C está falsa, eis que imóveis situados na zona rural do município não se
confundem com desapropriação para fins de reforma agrária (esta sim exclusiva da União).
A alternativa D está falsa, uma vez que é possível a delegação da competência executória
da desapropriação.
Já a alternativa E está falsa uma vez que o Município não poderá desapropriar bens dos
entes maiores:
PROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. QUESTÃO DE ORDEM
PÚBLICA. INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. CONHECIMENTO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE.
ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INTENTADA POR MUNICÍPIO. BEM DE
PROPRIEDADE DE AUTARQUIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. IMPOSSIBILIDADE.
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO.
2. O art. 103, § 2°, do Dec. Lei 9.760/46, com a redação dada pela Lei 9.636/98, regulou
especificamente a indenização de imóvel enfiteutico desapropriado, não mais cabendo a
aplicação do revogado artigo 693 do Código Civil de 1916. Precedentes.
3. O Dec. Lei 9.760/46 trata de bens da União, o que não impede seja aplicado quando em
litígio desapropriação de imóvel pertencente aos demais entes da Federação.
4. Recurso especial provido.
(REsp 923.530/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em
01/09/2009, DJe 22/09/2009)
Gabarito: Letra “c”.
Questão 48 (FCC – Procurador do Estado/MT, 2011)
Em relação à reforma agrária é INCORRETO afirmar:
a) Toda pequena e média propriedade rural são insuscetíveis de
desapropriação para fins de reforma agrária.
b) A propriedade rural improdutiva que não cumprir sua função social
poderá ser desapropriada para fins de reforma agrária.
c) A competência para desapropriar para fins de reforma agrária é
exclusiva da União.
d) Na desapropriação para fins de reforma agrária, a indenização será
prévia e justa em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do segundo ano de
sua emissão.
e) As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
Comentários:
Nem toda pequena e média propriedade rural serão insuscetíveis de desapropriação.
Segundo o artigo 185, da Constituição Federal:
Artigo 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra;
Gabarito: Letra “a”.
Questão 49 (FCC – Promotor de Justiça/MPE – PA, 2014)
A União editou Decreto de Desapropriação da Fazenda Santa Rita,
localizada no Estado do Pará, declarando interesse social para fins de
reforma agrária. Após este ato, ingressou administrativamente no imóvel,
com auxílio de força policial, para promover sua vistoria e avaliação. A
conduta da Administração pública foi
12.2 - Gabaritos
2) E 3) E 4) E 5) E
1) E
7) E 8) E 9) A 10) E
6) E
12) B 13) E 14) A 15) E
11) B
17) E 18) E 19) E 20) A
16) A
22) C 23) E 24) C 25) E
21) E
27) E 28) E 29) E 30) C
26) E
32) E 33) D 34) E 35) E
31) E
37) C 38) A 39) E 40) C
36) E
42) D 43) A 44) A 45) D
41) D
47) C 48) A 49) D 50) C
46) D
13 - Considerações Finais
Amigos,
Chegamos ao final de mais uma aula.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco.
Espero que tenham aproveitado. Até a próxima!
Bons estudos!
Renato Borelli
14 – Referências bibliográficas
ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. DIREITO ADMINISTRATIVO
DESCOMPLICADO. 23ª edição. São Paulo: Método, 2015.
BARROS, Guilherme Freire de Melo. PODER PÚBLICO EM JUÍZO PARA
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