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Resumo
Operações estabelecedora são consideradas como operações motivacionais, definidas
como sendo eventos ambientais, operações, ou condições de estímulos que possuem duas
propriedades combinadas: a) afetam um organismo pela alteração momentânea na
efetividade reforçadora ou punitiva de um outro evento e b) alteram momentânea a força
daquelas partes do repertório do organismo que foram reforçadas ou punidas por esses
eventos. A primeira é considerada como sendo uma propriedade alteradora de repertório
(ou estabelecedora), por modificar o valor de um reforço ou de um estímulo punitivo. Por
exemplo, a privação de alimento é uma operação estabelecedora (EO) que aumenta o
valor reforçador do alimento, ou seja, torna-o momentaneamente mais efetivo como
reforço. Uma operação estabelecedora pode também diminuir o valor de um reforço,
como é o caso da operação de saciação. Portanto, existe uma implicação de
bidirecionalidade no que se refere ao efeito alterador de repertório. A segunda é a
propriedade evocativa que também tem implicação bidirecional, pois ela pode ter efeito
na direção oposta, suprimindo comportamentos. Por exemplo, a privação de alimento
evoca os comportamentos que no passado produziram alimento e a operação de saciação
suprime esses comportamentos. Devido ao fato de as operações estabelecedoras atuarem
sobre a relação de contingência do comportamento operante, pode-se observar que, além
de evocarem o comportamento, elas alteram a efetividade do estímulo discriminativo
evocar os comportamentos que foram reforçados ou punidos em sua presença e tornam
mais prováveis as respostas mantidas por reforçadores condicionais relacionados aos
reforçadores incondicionais. No que se refere ao efeito alterador de repertório, as
operações estabelecedoras podem ser incondicionais - filogeneticamente determinadas;
ou condicionais - ontogeneticamente determinadas. Exemplos de operações
estabelecedoras incondicionais são: privação/saciação de água, alimento, atividade e
sono; mudança de temperatura; alterações hormonais; estimulação dolorosa etc. Para
exemplificar as operações estabelecedoras condicionais, pode-se citar contingências de
esquiva em que um evento ambiental que inicialmente é neutro (por exemplo, trovoadas)
adquire propriedade de alterar o repertório do organismo sob análise porque esse evento
foi emparelhado com uma EO incondicional (por exemplo, tempestade). Pesquisas
aplicadas têm demonstrado a importância desse conceito para intervenções clínicas em
casos de depressão e de distúrbios de comportamento, e no ensino de comportamento
verbal a pessoas com atraso no desenvolvimento. Prolongados períodos com níveis
insuficientes de reforços, ou com elevados níveis de punição, e/ou a perda das principais
fontes de reforço, privação de atenção, privação de estimulação e a sustentação de
exigências são consideradas operações estabelecedoras que contribuem para o
desenvolvimento e a manutenção de, por exemplo, depressão, comportamentos aberrantes
e comportamentos autolesivos. A intervenção, nesses casos, tem sido feita de modo
eficaz pela modificação das EOs que evocam esses comportamentos e estabelecem as
funções das conseqüências que os mantém. Isto é feito como a apresentação de atenção e
de estimulação não-contingentes, a redução de exigências e ameaças, e a suspensão da
punição. Essas modificações consistem, portanto, em alterar a motivação dos
comportamentos-alvo de intervenção clínica, em vez de alterar ou manipular as relações
de contingências em si, como é feito usualmente.