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AS DUAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO

SÉCULO XX: UM PAÍS DIVIDIDO


• Período de grandes mudanças políticas, econômicas e sociais no Brasil.
• Auge da produção agropecuária no Sudeste;
• Intenso processo de urbanização nas grandes cidades, principalmente, São Paulo;
• Mudança da mão de obra negra e absorção da população imigrante, sobretudo a italiana;
• Decadência da produção canavieira no nordeste.
• Evidenciação dos contrastes sociais: de um lado, uma burguesia rica e culta; de outro,
um classe média operária e proletária.
PRÉ-MODERNISMO: UMA LITERATURA DE TRANSIÇÃO
• Refere-se às produções culturais brasileiras do • Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana;
princípio do século XX até a Semana de Arte • Exposição da realidade social brasileira;
Moderna.
• Regionalismo e nacionalismo;
• Não há um conjunto unitário de ideário no que se
refere aos escritores desse período, mas podem ser • Marginalidade das personagens: o sertanejo, o
citadas algumas características das obras desse caipira, o mulato;
período: • Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e
• Ruptura com o academicismo; sociais.
EUCLIDES DA CUNHA E OS MISTÉRIOS DA TERRA E DO
HOMEM: A GÊNESE E OS SERTÕES (1902)
• Euclides da Cunha (1866-1909) é considerado um dos autores de vulto da literatura brasileira por uma
única obra, Os sertões, publicado em 1902.
• Como correspondente do jornal A província de São Paulo, observou e colocou a nu questões do conflito de
Canudos, como aquelas que envolviam a terra e o homem da região.
• Mostra a tragicidade que cerca o homem nordestino.
• É considerado um precursor dos romances de seca e do cangaço da década de 1930.
• A obra é dividida em três partes: A terra, O homem e A luta.
• Obra de protesto e de análise. No centro da análise: a figura messiânica de Antônio Conselheiro.
A TERRA
• Primeiras impressões
• “É uma paragem impressionadora as condições estruturais da terra lá se vincularam à violência máxima
dos agentes exteriores para o desenho de relevos estupendos. O regímen torrencial dos climas excessivos,
sobrevindo, de súbito, depois das insolações demoradas, e embatendo naqueles pendores, expôs há
muito, arrebatando-lhes para longe todos os elementos degradados, as séries mais antigas daqueles
últimos rebentos das montanhas: todas as variedades cristalinas, e os quartzitos ásperos, e as filades e
calcários, revezando-se ou entrelaçando-se, repontando duramente a cada passo, mal cobertos por uma
flora tolhiça — dispondo-se em cenários em que ressalta predominante, o aspecto atormentado das
paisagens.
• [...]
• As forças que trabalham a terra atacam-na na contextura íntima e na
superfície sem intervalos na ação demolidora, substituindo-se, com
intercadência invariável, nas duas estações únicas da região.”
• (CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Três, 1984 (Biblioteca do
Estudante).
O HOMEM
• “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do
litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica
impecável, a desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É desgracioso,
desengonçado, torto. Hércules-quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem
firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados.
Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de
humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede
que encontra; A cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre
um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça
trajetória retilínea e firme [...]
• Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço
geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais
vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeira conversa com um
amigo, cai logo — cai é o termo — de cócoras, atravessando largo tempo numa posição
de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fica suspenso pelos dedos grandes dos
pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e
adorável. É o homem permanentemente fatigado.”
• (CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Três, 1984. Biblioteca do Estudante.)
A LUTA
• “Estava conquistada a montanha após três horas de conflito. A vitoria, porem, resultava
da coragem cega junta à mais completa indisciplina de fogo — e compreende-se que
mais tarde a ordem do dia relativa ao feito desse preeminente lugar as praças
graduadas. Os seus cabos de guerras foram os cabos de esquadra. Sobre os jagunços
em fuga confluíram cargas em desordem: soldados em grupos, turbas sem comando,
disparando à toa as carabinas, num fanfarrear irritante e numa alacridade feroz de
monteiros no último lance de uma batida a javardos. Os jagunços escapavam-se-lhes
adiante. Perseguiram-nos. A artilharia, embaixo, começou a rodar, puxada a pulso, pelas
ladeiras acima.” (CUNHA, Euclides da. Os Sertões. São Paulo: Três, 1984. Biblioteca do
Estudante.)
GRAÇA ARANHA (1868-1931) E O DESEJO PELA TERRA
PROMETIDA: O DISCURSO DIALÉTICO EM CANAÃ
(1902)
• Canaã é o fruto da observação da vida de uma pequena comunidade de imigrantes alemães fixados no
espírito santo.
• A obra sugere uma estrutura de romance de tese.
• “Estruturalmente, a obra se organiza a partir das teses antagônicas defendidas pelos personagens
principais – Lentz e Milkau. Lentz defense a dominação por parte dos arianos diante do mestiço,
empregando em seus argumentos uma postura determinista [...]. Milkau, por sua vez, prega a integração
entre estrangeiros e nativos. Esse conflito, apresentado na postura do imigrante, indica o contraste entre o
racismo e o universalismo.”
O REGIONALISMO E O RESGATE DO BRASIL DE
MONTEIRO LOBATO
• Monteiro Lobato (1882-1948) teve importante papel como intelectual no início do século XX.
• Defendeu a bandeira de progresso social e intelectual dos brasileiros.
• Sua obra possui um caráter ambivalente e paradoxal, oscilando ora entre uma postura progressista, ora
conservadora.
• Distancia-se do Modernismo de 1922, pois era contrário às estéticas vanguardistas, como o futurismo,
cubismo, expressionismo e surrealismo.
• O autor via essas estéticas como artes de importação estrangeira, não considerando-as um caminho para a
construção de uma arte brasileira em suas raízes.
URUPÊS: A GÊNESE DA VIDA INTERIORANA
• A obra de estreia de Monteiro Lobato, Urupês (1918) é uma série de contos que apresentam ao leitor o
cotidiano a vida interiorana, as figuras que permeiam esse ambiente e seus dramas.
• É em Urupês que Lobato brinda o leitor com um dos personagens mais fortes do imaginário cultural
brasileiro – Jeca Tatu -, o caipira indolente e preguiçoso que passa a representar o homem do interior do
país.
• “O Jeca Tatu é o representante máximo do caboclo que vive na lei do menor esforço, alimentando-se e
curando-se daquilo que a natureza lhe oferece. Sem nenhum tipo de educação e alheio a tudo o que
acontece pelo mundo, o Jeca Tatu representa a ignorância do homem do campo. Por fim, pode-se dizer que
ele é a denúncia do descaso do governo com relação às pessoas da zona rural uma vez que, segundo
Monteiro Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”. Guia do estudante
LIMA BARRETO (1881-1922): O RETRATO DAS
REALIDADES SOCIAIS

• Caráter paradoxal de sua obra: tom de humor caricato, retratando o caráter ridículo do nacionalismo
exacerbado, em ações com registro de crônica, descrição de costumes e do cotidiano da época – o
pitoresco da vida ordinária. Rompe com o nacionalismo ufanista e faz críticas ao positivismo.
• Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), escrito numa linguagem coloquial, é uma obra que apresenta um
personagem marcado pelo tom caricatural. Nela, o autor faz crítica à sociedade urbana da época.
• Tudo em Quaresma é caracterizado pelo exagero, beirando a deformação, que na narrativa se transfigura
na menção da loucura, com que as pessoas próximas aos personagem acreditam que ele mergulhou.
RESUMO DA OBRA TRISTE FIM DE POLICARPO
QUARESMA
• O romance fala de Policarpo Quaresma, um funcionário público que pretende valorizar a cultura do país.
• A história inicia em fins do século XIX, e tem como espaço a cidade do Rio de Janeiro, onde Quaresma é o
subsecretário do ministro de guerra.
• Uma de suas ações é propor ao ministro o reconhecimento da língua tupi como língua nacional. Policarpo
tem uma postura nacionalista forte e, segundo ele, os índios são os verdadeiros brasileiros.
• Após esse evento, Quaresma é tido como louco e permanece um tempo internado. Durante esse período,
Olga, o compadre de Quaresma e o professor de violão, Ricardo coração dos outros, que acreditam em
suas ideias, são os únicos a visitá-lo.
• Após sair do hospital psiquiátrico, ele resolve se afastar da sociedade e passa a viver em um sítio. O local,
situado na cidade interiorana de curuzu, ficou conhecido como “sítio do sossego”.
• Ainda que sua proposta inicial estivesse associada ao cultivo e à dedicação à agricultura, com o tempo
quaresma começa a se aproximar de algumas pessoas.
• A partir daí, ele se envolve com diversos políticos locais. Durante a revolta da armada, vai ao Rio de
Janeiro com o intuito de apoiar o governo do Marechal Floriano, que estava sendo enfrentado pela marinha
do país. No entanto, acaba sendo preso.
• Desiludido com a falta de patriotismo do povo, Quaresma encontra na figura do presidente um totalitário e
cruel ditador.
• Acusado de traição pelo Marechal Floriano, além de preso é condenado ao fuzilamento.
• (Toda matéria)
A AFILHADA

• “Como lhe parecia ilógico com ele mesmo estar ali metido naquele estreito calabouço? Pois ele, o
quaresma plácido, o quaresma de tão profundos pensamentos patrióticos, merecia aquele triste fim? De
que maneira sorrateira o destino o arrastara até ali, sem que ele pudesse pressentir o seu extravagante
propósito, tão aparentemente sem relação com o resto da sua vida? Teria sido ele com os seus atos
passados, com as suas ações encadeadas no tempo, que fizera com que aquele velho deus docilmente o
trouxesse até à execução de tal desígnio? Ou teriam sido os fatos externos, que venceram a ele,
quaresma, e fizeram-no escravo da sentença da onipotente divindade? Ele não sabia, e, quando teimava
em pensar, as duas coisas se baralhavam, se emaranhavam e a conclusão certa e exata lhe fugia.
• [...]
• Por que estava preso? Ao certo não sabia; o oficial que o conduzira, nada
lhe quisera dizer; e, desde que saíra da ilha das enxadas para a das cobras,
não trocara palavra com ninguém, não vira nenhum conhecido no caminho,
nem o próprio ricardo que lhe podia, com um olhar, com um gesto, trazer
sossego às suas dúvidas. Entretanto, ele atribuía a prisão à carta que
escrevera ao presidente, protestando contra a cena que presenciara na
véspera.” (BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 17. ed. São
Paulo: Ática, [s.d.]. Bom Livro.)
AUGUSTO DOS ANJOS (1884-1914) E O EXISTENCIALISMO
MÍSTICO
• Apesar de ser considerado simbolista, o poeta Augusto dos Anjos teve grande destaque no período pré-
moderno.
• É conhecido como o "poeta da morte" pelos temas inquietantes e sombrios explorados,.
• Sua única obra publicada em vida, Eu (1912), reúne diversos poemas que chocam pelos temas, pela
agressividade, pelo uso de uma linguagem coloquial e cotidiana, bem como o de palavras consideradas
antipoéticas. Sua poesia centra-se numa reflexão sobre a relação do homem com o universo, pautada na
perspectiva existencialista em que angústia, solidão e melancolia revelam um modo de vida vinculado ao
mistério que cerca a existência.
• O poeta recorre ao cientificismo em vários momentos.
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Já o verme — este operário de ruínas —


Monstro de escuridão e rutilância, Que o sangue podre das carnificinas
Sofro, desde a epigénesis da infância, Come, e à vida, em geral, declara guerra,
A influência má dos signos do zodíaco.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
Profundissimamente hipocondríaco, E há de deixar-me apenas os cabelos,
Este ambiente me causa repugnância... Na frialdade inorgânica da terra!
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia,
Que se escapa da boca de um cardíaco. Publicado no livro Eu (1912).

In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e


prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.64. (Ensaios, 32
EXERCÍCIO
1. Apenas uma das afirmações abaixo não se referem a Canaã,
obra mais conhecida de Graça Aranha. Indique qual.
a) Seus personagens principais são Milkau e Lentz.
b) Aborda a imigração alemã no Espírito Santo.
c) Narra os acontecimentos da Guerra de Canudos.
d) Tem como pano de fundo discussões ideológicas.
e) Explora o tema do racismo.
• 2. PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que:
A) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
B) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
C) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia.
D) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
E) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

3. (PUC-RS) Na figura de ________, Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos
poderes públicos.
a) O Cabeleira
b) Jeca Tatu
c) João Miramar
d) Blau Nunes
e) Augusto Matraga
4. (Cesmac) Engenheiro e ensaísta social, Euclides da Cunha (1866-1909) é autor de uma das
obras clássicas da interpretação social do Brasil: Os sertões (1902).
Sobre essa obra é correto afirmar o que segue.
a) Os sertões encerra uma prosa coloquial, clara e denotativa.
b) Os sertões aborda a Guerra de Canudos, na Bahia.
c) Os sertões trata da Guerra do Contestado, em Alagoas.
d) Os sertões narra a vida do Conselheiro e de Lampião.
e) Os sertões é um livro que faz a defesa veemente da Monarquia.

5. ________, autor de apenas um livro, Eu, morreu com apenas 30 anos, e foi um incompreendido. Numa edição
póstuma do seu livro, foram divulgados poemas inéditos.
O nome do autor que completa a informação acima é:
a) Augusto dos Anjos
b) Sousândrade
c) Clarice Lispector
d) Aluísio de Azevedo
e) Jorge Amado

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