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Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães
2122816 (PR)
MÓDULO
Temperatura –
dilatação – gases
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 Temperatura e dilatação
Objetivos:
TEMPERATURA – ESCALAS TERMOMÉTRICAS
c Relacionar e aplicar
os conceitos de Equilíbrio térmico
temperatura e
Usando o tato, podemos perceber, entre dois corpos, qual é o mais quente e qual é o mais
equilíbrio térmico.
frio, isto é, sabemos reconhecer qual dos dois tem temperatura mais elevada. Em outras palavras,
c Identificar e relacionar a temperatura de um corpo é uma propriedade relacionada com o fato de ele estar mais quente ou
temperaturas em mais frio.
diferentes escalas Suponha que tivéssemos, em um ambiente isolado de influências externas, dois corpos com
termométricas. temperaturas diferentes: uma pedra de gelo e uma chaleira com água fervente, por exemplo. À medida
que o tempo passa, mesmo que os corpos não estejam em contato, notamos que a água fervente
c Reconhecer os fatores irá esfriar, enquanto o gelo irá se aquecer, derretendo. Depois de certo tempo, os corpos atingirão a
que influenciam na mesma temperatura, isto é, as temperaturas dos corpos deixarão de sofrer alterações. Dizemos, então,
dilatação térmica de que os corpos atingiram uma situação final, denominada estado de equilíbrio térmico. Portanto:
sólidos e líquidos.
Dois (ou mais) corpos, isolados de influências externas, tendem para um estado final, de-
nominado estado de equilíbrio térmico, no qual a temperatura dos corpos é a mesma.
Termômetros
A comparação das temperaturas dos corpos por meio do tato nos fornece apenas uma ideia
qualitativa dessas temperaturas. A temperatura, grandeza que caracteriza o estado de equilíbrio
térmico dos corpos, pode ser medida com um termômetro.
Existem vários tipos de termômetros (fig. 1), cada um deles utilizando a variação de certa pro-
priedade física, provocada por uma variação da temperatura. Há termômetros construídos com base
nas variações que a temperatura provoca no comprimento de uma haste metálica, no volume de um
Fig. 1 – Diversos tipos de termômetros. gás, na resistência elétrica de um material, na cor de um sólido muito aquecido, etc.
Termômetro
ILUSTRAÇÕES: AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
MÁXIMA
GES
IMA
do no interior de um tubo capilar de vidro (fig. 2). Nesse termômetro, variações na temperatura
W
provocam dilatações ou contrações do líquido, fazendo a coluna subir ou descer dentro do tubo
GLO
CK/
de vidro. A cada altura da coluna, podemos atribuir um número, correspondente à temperatura
O
RST
que determinou aquela altura.
TTE
HU
O líquido mais utilizado nesse tipo de termômetro é o mercúrio (Hg), que em contato com um
J/S
corpo quente se expande e aumenta o comprimento da coluna de líquido no tubo de vidro. Alguns
SKI
V
DO
termômetros mais baratos utilizam álcool colorido, geralmente de cor vermelha.
VO
RAZ
Termômetros e escalas
GEJ
SER
Para que possamos medir temperaturas, será necessário graduar o termômetro, isto é, marcar
nele as divisões e atribuir números a elas. Quando procedemos dessa maneira, estamos construindo Fig. 2 – Termômetro comum de líquido
uma escala termométrica. As escalas mais conhecidas são Celsius, Kelvin e Fahrenheit. (mercúrio ou álcool) em tubo de vidro.
A proposta de Celsius
de 1 °C) corresponde a uma variação de temperatura que é representada por Δ (1 °C), como
indicado na figura 4. Fig. 4 – Termômetro marcando 20 °C na
escala termométrica Celsius. Intervalo de
Depois dessas operações, o termômetro estará pronto para nos fornecer, na escala Celsius, a 1 °C, isto é, Δ (1 °C). Os intervalos são
temperatura de um corpo com o qual ele tenha entrado em equilíbrio térmico. iguais ao longo da escala do termômetro.
ebulição 373 100 O limite inferior para a temperatura de um corpo é 2273 °C. Essa temperatura é denomi-
da água 363 90
353 80 nada zero absoluto.
343 70
333 60
323 50 Kelvin propôs como zero de sua escala (representado por 0 K) a temperatura do zero absoluto e
313 40 um intervalo unitário igual ao de 1 °C, isto é, Δ (1 K) 5 Δ (1 °C). Pela figura 5, podemos perceber que:
303 30
293 20
Ponto de 283 10
0K corresponde a 2273 °C
congelamento 273 0 1K corresponde a 2272 °C
da água 263 210 2K correspondem a 2271 °C
253 220
243 230
233 240 273 K correspondem a 0 °C
223 250
213 260
203 270
193 280 373 K correspondem a 100 °C, etc.
183 290
Zero absoluto 2273 De modo geral, designando por T a temperatura Kelvin e por TC a temperatura Celsius corres-
pondente, observando a figura 5, concluímos que:
Fig. 5 – Comparação entre T 5 TC 1 273
as escalas Kelvin e Celsius.
Observando a figura, Logo, para expressar, na escala Kelvin, uma temperatura dada em graus Celsius, basta adicionar
concluímos que T 5 TC1 273. 273 a esse valor.
COMENTÁRIOS
É comum ouvirmos algumas pessoas dizerem que “temperatura é uma medida do calor do corpo”. Essa afirmativa não é correta, pois a tempe-
ratura é um número usado para traduzir o estado de quente ou frio de um corpo. Logo, a expressão calor do corpo não tem significado físico.
Uma maneira correta de conceituar a temperatura seria dizer que ela é uma medida da maior ou menor agitação das moléculas ou átomos
que constituem o corpo. No capítulo seguinte, veremos que, quanto maior for a temperatura de um gás, maior será a energia cinética de suas
moléculas. Da mesma forma, quando a temperatura de um gás diminui, a agitação de suas moléculas torna-se menor. Assim, o zero absoluto
corresponderia a uma situação de energia cinética mínima dos átomos e moléculas do corpo.
Tabela 1 – Algumas temperaturas notáveis, desde o zero absoluto até a temperatura do Sol
1 000
2 000
4 000
5 000
6 000
7 000
3 000
–200
–273
–100
200
300
400
500
600
700
800
900
100
°C
0
er ol o h o
rio on lio
Ág po o g do
em um o
eb no
ão
io
da
l
s g do
ão
So
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ín
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pa
Co ão d ela
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Fu on la
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um
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Eb ero
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rio
a
M lco
ua
sã
am
en
Su
cú
Fu
Á
m
Ch
er
la
M
Fi
TC T − 32 T T − 32
5 F ou C 5 F
100 180 5 9
Essa expressão nos permite converter as leituras Celsius em leituras Fahrenheit e vice-versa. Por
exemplo, sabendo-se que os termômetros de Nova York, em um dia quente de verão, acusam 104 °F, FRENTE A
podemos obter a temperatura equivalente na escala Celsius da seguinte maneira:
TC 104 − 32 Projeto de
∴ TC 5 40 °C
FÍSICA
5 Desenvolvimento
5 9
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
Embora a escala Fahrenheit seja a mais popular nos EUA, tem sido feito um grande esforço aprofunde-se no assunto.
para substituí-la pela escala Celsius, não só nos trabalhos científicos, mas também entre a população.
1 Dois corpos, A e B, com temperaturas diferentes, sendo TA . TB, b) “A energia cinética das moléculas do gás em A é maior do
são colocados em contato e isolados de influências externas. que a energia cinética das moléculas do gás em B.”
Correto, pois, quanto maior for a temperatura de um corpo,
a) Diga o que se passa com os valores de TA e TB.
maior será a energia de agitação dos seus átomos ou moléculas.
O corpo mais aquecido esfria-se e o corpo mais frio se
aquece, isto é, TA diminui e TB aumenta.
2 Para medir a temperatura de uma pessoa, devemos manter Nesse termômetro, o valor na escala Celsius correspondente
o termômetro em contato com ela durante um certo tempo. à temperatura de 313 K é igual a: c T 5 TC 1 273
Por quê? a) 20. c) 40. TC 5 T 2 273
TC 5 313 2 273
b) 30. d) 60.
Procedemos assim para que seja alcançado o equilíbrio térmico TC 5 40 ºC
entre o termômetro e a pessoa, isto é, para que a temperatura do 6 (UEA-AM) Um turista leu em um manual de turismo que a
aparelho seja igual à da pessoa. m
Ene-5
temperatura média do estado do Amazonas é de 87,8 graus,
C 7
H-1 medido na escala Fahrenheit. Não tendo noção do que esse
m valor significa em termos climáticos, o turista consultou um
Ene-6
3 a) A temperatura normal do corpo humano é cerca de 37 °C. C 1
H2
- livro de Física, encontrando a seguinte tabela de conversão
Ene
m Expresse essa temperatura na escala Kelvin. entre escalas termométricas:
C-5 1
H-2 Temos: T 5 TC 1 273 5 37 1 273 [ T 5 310 K
b) A temperatura de ebulição do nitrogênio líquido é 78 K. Celsius Fahrenheit
Qual é o valor dessa temperatura em °C?
De T 5 TC 1 273, obtemos:
Fusão do gelo 0 32
TC 5 T 2 273 5 78 2 273 [ TC 5 2195 °C
Ebulição da água 100 212
c) A temperatura de um corpo se elevou em 52 °C. Qual foi a
elevação da temperatura Kelvin desse corpo? Com base nessa tabela, o turista fez a conversão da tempe-
Devemos nos lembrar que Δ (1 K) 5 Δ (1 °C), isto é, são iguais os ratura fornecida pelo manual para a escala Celsius e obteve
“tamanhos” dos graus K e °C. Então, uma variação de 52 °C será TC T − 32
o resultado: b 5 F
equivalente a uma variação de 52 K, ou seja, se a temperatura
Celsius do corpo elevou-se em 52 °C, podemos afirmar que sua a) 25. c) 21. T 87,89 − 32 e) 16.
5
C
temperatura Kelvin elevou-se em 52 K. b) 31. d) 36. 5 5 9
TC 5 31 oC
4 Dois recipientes, A e B, contêm massas iguais de um mesmo 7 Conta-se que Fahrenheit, ao estabelecer os pontos fixos de sua
gás, a temperaturas diferentes, sendo TA . TB. Lembrando-se m
Ene-5
escala, definiu que 100 °F corresponderia à temperatura do corpo
C 1
do que você leu no texto neste capítulo, responda se é corre- H2
- humano. Se isso fosse verdadeiro, o que se poderia dizer sobre o
to dizer: estado de saúde da pessoa que Fahrenheit usou como referência?
a) “O gás em A possui mais calor do que o gás em B.” Temos:
TC TF − 32 T 100 − 32
Errado, pois, como discorremos, a expressão calor em um corpo = ⇒ C = ∴ TC 37,7 °C
5 9 5 9
é destituída de sentido físico. Isto é, a temperatura de 100 °F equivale a 37,7 °C. Logo, a pessoa
estaria com febre.
O título do livro é Fahrenheit 451, tendo servido de base para o enre- m correspondendo ao máximo (175 °N) de sua escala, que era
Ene-6
do de um filme com o mesmo nome (é possível que esse fato seja C 1
H-2
dividida em cem partes iguais. Dessa forma, uma temperatura
do conhecimento de alguns estudantes). de 55°, na escala N, corresponde, na escala Celsius, a uma tem-
peratura de: b
9 Existe uma temperatura na qual um termômetro Celsius e um a) 10 °C.
Fahrenheit marcam o mesmo valor. Qual é essa temperatura? b) 20 °C.
Como TF 5 TC, vem:
c) 25 °C.
TC TC − 32
d) 30 °C.
= ⇒ 9TC = 5TC − 160 ⇒ e) 35 °C.
5 9
⇒ 4TC = − 160 ∴ TC = − 40 °C Esquematicamente a escala é dada por:
Portanto, a temperatura de 240 °C corresponde a 240 °F.
100 °C 175 °N
m
Ene-5
mula 1, os pilotos ficam sujeitos a um microambiente quente
C 1 0 °C 25 °N
H-2 no cockpit que chega a atingir 50 °C, gerado por diversas fon-
m tes de calor (do Sol, do motor, do terreno, do metabolismo
Ene-5
C 7
H-1 cerebral, da atividade muscular, etc.). Essa temperatura está
m
muito acima da temperatura corporal média tolerável, por A relação dada pela figura é dada por:
Ene-6
C 1
H-2
isso, eles devem se manter sempre com bom condiciona- TC 2 0 55 2 25
5
mento físico. 100 2 0 175 2 25
TC 30
5
As corridas de Fórmula Indy são mais tradicionais nos EUA, 100 150
onde se adota a leitura da temperatura na escala Fahrenheit. TC 5 20 oC
A figura 8 mostra uma experiência simples que ilustra a dilatação de um sólido: à temperatura
ambiente, a esfera metálica pode passar, com pequena folga, pelo anel (fig. 8-A e 8-B). Aquecendo-se
apenas a esfera, verifica-se que ela não poderá mais passar pelo anel (fig. 8-C e 8-D). Devido à elevação
da temperatura, a esfera se dilatou. Se você esperar que a temperatura volte ao valor inicial, a esfera
se contrairá e tornará a passar pelo anel.
Bola de metal
Haste
Anel de metal
C D
A Baixa
temperatura
B Alta
temperatura
T0
L0
ΔL
ΔL ∝ L0ΔT ∴ ΔL 5 aL0ΔT
a5 ∆
L
L 0 ∆T
∆L
Pela expressão a 5 , vemos que a unidade de medida de a é o inverso de uma unidade
L 0 ∆T
∆L
de temperatura, pois é um número adimensional (número puro, sem unidades). Logo, a pode
L0
ser expresso em: FRENTE A
1 5 C21 ou 1 5 K21
°
°C K
FÍSICA
Realizando-se experiências com barras feitas de diferentes materiais, verifica-se que o valor de
a é diferente para cada um desses materiais. Isso pode ser entendido se lembrarmos que as forças
que ligam os átomos e as moléculas variam de uma substância para outra, fazendo com que as
substâncias se dilatem diferentemente. A tabela 2 a seguir nos fornece os coeficientes de dilatação
linear de alguns materiais.
Substância a (°C21)
Alumínio 23 ? 1026
Cobre 17 ? 1026
Invar 0,7 ? 1026
Vidro (comum) 9,0 ? 1026
Zinco 25 ? 1026
Vidro (pirex) 3,2 ? 1026
Tungstênio 4 ? 1026
Chumbo 29 ? 1026
Sílica 0,4 ? 1026
Aço 11 ? 1026
Diamante 0,9 ? 1026
Observe que, na tabela 2, os coeficientes estão expressos em °C21 e todos têm mesma potência
(10 ) para facilitar a comparação. Para o cobre, por exemplo, temos a 5 17 ? 1026 °C21. Isso significa
26
que uma barra de cobre, de 1 cm (ou 1 m, ou 1 km, etc.) de comprimento, aumenta em 17 ? 1026 cm
(ou m, ou km, etc.) quando a temperatura é elevada em 1 °C.
ΔA ∝ A0ΔT [ ΔA 5 bA0ΔT
T0 A0 b0
a0
T A b
b 5 2a
Se desejarmos saber, por exemplo, o valor de b para o aço, consultaremos a tabela 2 e obteremos:
b 5 2a 5 2 ? 11 ? 1026 ou b 5 22 ? 1026 °C21
De maneira idêntica, verificamos que a dilatação volumétrica, isto é, a variação do volume de
um corpo com a temperatura, segue as mesmas leis. Se um corpo de volume V0 tem sua temperatura
aumentada em ΔT, seu volume aumenta em ΔV 5 V 2 V0:
ΔV 5 gV0ΔT
EXERCÍCIO RESOLVIDO
PARA CONSTRUIR
12 a) Explique por que um copo de vidro comum provavelmen- c) Por que o copo não se quebrará se for de vidro pirex?
te se quebrará se você o encher parcialmente com água Porque, como mostra a tabela 2, o vidro pirex tem um coefi-
fervendo. ciente de dilatação relativamente pequeno, isto é, o copo de vidro
A parte do copo em contato com a água se aquecerá mais e, por- pirex dilata-se muito pouco e, por isso, não se quebra quando
FRENTE A
tanto, se dilatará mais do que a parte superior. Isso provavelmente é aquecido.
fará com que o copo se quebre.
13 (Fuvest-SP) Uma lâmina bimetálica de bronze e ferro, na tem-
m
Ene-6
peratura ambiente, é fixada por uma de suas extremidades,
b) Por que, enchendo-o completamente, há menor probabi- C 1
H-2 como visto na figura a seguir.
FÍSICA
barras. Vemos então que, se elas possuírem diferentes valores c) 270 m. ΔL 5 1026 ? 900 000 ? (24 2 (26))
d) 45 m. ΔL 5 27 m
de a (barras feitas de materiais diferentes), sofrerão dilatações
e) 27 m.
diferentes.
18 Uma esfera de aço está flutuando na superfície do mercúrio
m
Ene-6
contido em um recipiente. Suponha que, por um processo
b) Duas barras, A e B, de mesmo material, sofrem a mesma C 1
H-2 qualquer, apenas a temperatura da esfera seja aumentada.
elevação de temperatura. As dilatações dessas barras po-
a) A densidade da esfera aumentará, diminuirá ou não sofre-
derão ser diferentes? Explique.
rá alteração?
Examinando novamente a expressão ΔL 5 aL0ΔT, vemos que,
A esfera de aço se dilatará, isto é, terá o volume aumentado. Então,
( )
agora, a e ΔT são iguais para as duas barras. Entretanto, m
sua densidade se tornará menor lembre-se de que ρ 5 .
elas poderão apresentar dilatações diferentes, se seus V
Substância g (°C21)
Dilatação aparente
Para observarmos a dilatação de um líquido, devemos colocá-lo em um frasco e aquecer esse
conjunto. Ambos se dilatarão e, como a capacidade do frasco aumenta, a dilatação que observare-
mos, para o líquido, será apenas aparente. A dilatação real do líquido será maior do que a observada.
Essa dilatação real é igual à soma da dilatação aparente com a dilatação volumétrica do recipiente.
Quando usamos um recipiente cujo coeficiente de dilatação é muito pequeno, a dilatação aparente
torna-se praticamente igual a sua dilatação real.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
2 Um frasco de vidro, cujo volume é exatamente 1 000 cm3 a a) Como sabemos, essa dilatação é dada por:
0 °C, está completamente cheio de mercúrio a essa tempe- ΔVHg 5 gHgV0ΔT
ratura. Quando o conjunto é aquecido até 100 °C, entornam Nesse caso, o volume inicial do mercúrio é V0 5 1 000 cm3
15,0 cm3 de mercúrio (veja figura abaixo). e o aumento de temperatura vale ΔT 5 100 °C. O valor do
a) Qual foi a dilatação real do mercúrio? coeficiente de dilatação volumétrica do mercúrio é forneci-
b) Qual foi a dilatação do frasco? do pela tabela 3: gHg 5 0,18 ? 1023 °C21. Assim:
c) Qual o valor do coeficiente de dilatação linear do vidro de ΔVHg 5 0,18 ? 1023 ? 1 000 ? 100 ∴ ΔVHg 5 18,0 cm3
que é feito o frasco?
b) A dilatação aparente do mercúrio é dada pela quantidade
RESOLUÇÃO: que entornou, isto é, 15,0 cm3. Como a dilatação real foi de
18,0 cm3, é claro que a dilatação do frasco foi:
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
20 Uma pessoa encheu completamente o tanque de gasolina b) Se o conjunto recipiente 1 líquido for aquecido, o nível
m do carro e deixou-o estacionado ao sol. Depois de certo tem- do líquido subirá, descerá ou não sofrerá alteração?
Ene-6
C 1
H-2 po, verificou que, em virtude da elevação de temperatura, Deve-se observar que o líquido e o alumínio possuem o mesmo
certa quantidade de gasolina havia entornado. coeficiente de dilatação volumétrica. Então, aquecendo-se igual-
a) O tanque de gasolina se dilatou? mente o líquido e o recipiente, eles se dilatarão igualmente e,
É de se esperar que, em virtude da elevação de temperatura, assim, o nível do líquido não se modificará.
tenha ocorrido a dilatação do tanque de gasolina (a capacidade
c) Qual foi a dilatação aparente do líquido?
tornou-se um pouco maior).
A dilatação aparente, isto é, aquela que é observada, terá
sido evidentemente nula.
b) A quantidade que entornou representa a dilatação real
que a gasolina sofreu?
Não, como vimos, em virtude de ter ocorrido a dilatação no tanque,
22 Um recipiente, cujo volume inicial é V0 5 100 cm3, está
completamente cheio de glicerina à temperatura de 20 °C.
o volume que entornou representa a dilatação aparente da
Aquecendo-se o conjunto até 50 °C, verifica-se que entorna
gasolina. 1,5 cm3 de glicerina.
a) Qual foi a dilatação aparente da glicerina?
c) A dilatação real da gasolina foi maior, menor do que a di- A dilatação aparente é aquela que observamos. Nesse caso
latação do tanque ou igual a ela? terá sido, então, de 1,5 cm3.
Se entornou uma parte da gasolina, concluímos que sua dilatação
b) Consulte a tabela 3, e calcule a dilatação real sofrida pela
real foi maior do que a dilatação do tanque. glicerina.
Na tabela 3, vemos que, para a glicerina, temos:
g 5 0,5 ? 1023 °C21
d) E o coeficiente de dilatação da gasolina é maior, menor ou Então, a dilatação real foi:
igual ao coeficiente de dilatação volumétrica do material ΔV 5 gV0ΔT 5 0,5 ? 1023 ? 100 ? (50 2 20)
[ ΔV 5 1,5 cm3
de que é feito o tanque?
O tanque e a gasolina apresentavam o mesmo volume inicial V0
(tanque cheio) e sofreram a mesma elevação de temperatura c) Qual é o valor do coeficiente de dilatação do recipiente?
ΔT. Como houve maior aumento no volume da gasolina, Vemos que a dilatação aparente da glicerina foi igual à dilatação
concluímos, pela expressão ΔV 5 g V0 ΔT, que o valor de g para real. Então, não houve dilatação do recipiente, isto é, o coeficiente
a gasolina é maior do que para o material do tanque. de dilatação é nulo (muito pequeno).
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
Cone de
Olhando mais atentamente, é possível notar que os cabos
madeira são colocados arqueados ou, como se diz popularmente, “fa-
zendo barriga”.
Antes Depois
A razão dessa disposição é que:
(20 °C) (100 °C) a) a densidade dos cabos tende a diminuir com o passar dos
FRENTE A
anos.
8 (Ifsul-RS) Com uma régua de latão (coeficiente de dilatação b) a condução de eletricidade em alta tensão é facilitada
linear a 5 2,0 ? 1025 °C21) aferida a 20 °C, mede-se a distância desse modo.
entre dois pontos. Em qual temperatura, acima de 20 °C essa c) o metal usado na fabricação dos cabos é impossível de ser
medida deveria ter sido feita para ter um desvio de 0,05%?
FÍSICA
esticado.
a) 50 °C d) os cabos, em dias mais frios, podem encolher sem derru-
b) 45 °C bar as torres.
c) 40 °C e) os ventos fortes não são capazes de fazer os cabos, assim
d) 35 °C dispostos, balançarem.
1,05
a) Usar um líquido de maior coeficiente de dilatação.
1,04 b) Aumentar o volume do depósito de líquido.
c) Diminuir o diâmetro do tubo capilar de vidro.
1,03
d) Usar um vidro de menor coeficiente de dilatação.
1,02 e) Aumentar, exclusivamente, o comprimento do tubo de
vidro.
1,01
2 (AFA-SP) Dois termômetros idênticos, cuja substância ter-
1,00
0 20 40 60 80 100 m
Ene-5
mométrica é o álcool etílico, um deles graduado na escala
C 7
B
Temperatura (°C) H-1 Celsius e o outro graduado na escala Fahrenheit, estão sendo
Volume específico (cm3/g)
H2
-
2L S
R
L
Objetivos: Suponha que em um dia de verão, depois de remar com uma prancha
inflável no mar, você tenha deixado a prancha exposta ao sol sobre a areia
c Identificar algumas da praia. Depois de algumas horas, o que deve acontecer com a pressão na
transformações que
prancha inflável? E com a temperatura dela? Existe alguma relação entre
um gás pode sofrer.
essas grandezas e o volume de ar dentro da prancha inflável?
c Descrever o O estudo dos gases permite entender essa e outras situações
comportamento dos envolvendo a matéria nesse estado físico.
gases reais.
c Associar temperatura e
energia cinética média
de moléculas.
AGE FOTOSTOCK/KEYSTONE BRASIL
O Stand Up Paddle (SUP) é um dos esportes aquáticos que mais ganha adeptos no Brasil. As pranchas infláveis de
SUP suportam pressão de 10 até 17 psi (libras por polegada quadrada).
TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
No capítulo anterior, ao estudarmos a dilatação dos sólidos e líquidos, não fizemos nenhuma
referência sobre a influência da pressão nesse fenômeno, porque somente grandes variações na
pressão podem influenciar sensivelmente as dimensões de sólidos e líquidos. De modo geral, em FRENTE A
situações comuns, a influência da pressão na dilatação de sólidos e líquidos pode ser desprezada.
Analisando o comportamento de um gás, entretanto, percebemos que as variações de pressão
Portal
SESI podem provocar variações apreciáveis no volume e na temperatura do gás analisado. Estudando
Educação
FÍSICA
www.sesieducacao.com.br experimentalmente o comportamento de uma dada massa de gás, verificou-se que seria possível
expressar esse comportamento por meio de relações matemáticas simples entre sua pressão, P, seu
Acesse o portal e veja a experiên-
volume, V, e sua temperatura, T. Uma vez que sejam conhecidos os valores dessas grandezas (massa,
cia presente no vídeo Compor-
tamento dos gases. pressão, volume e temperatura), a situação em que está o gás fica definida ou, em outras palavras,
fica definido o seu estado.
Transformação
Estado 1 Estado 2
Nas leis que veremos a seguir serão estudadas algumas transformações que um gás pode sofrer.
Essas leis são válidas apenas, aproximadamente, para os gases que existem na natureza, denominados
gases reais (O2 , H2 , N2 , etc.). Um gás que se comporte de acordo com tais leis é denominado gás
ideal. Os gases reais, submetidos a pequenas pressões e altas temperaturas, comportam-se como
ideais; portanto, nessas condições, o estudo que faremos neste capítulo poderá ser usado para des-
crever, com boa aproximação, o comportamento dos gases reais.
1,0 atm 2,0 atm 3,0 atm AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
Ar
Fig. 2 – Em uma transformação isotérmica, quando a pressão
sobre o gás aumenta, o volume diminui.
(As moléculas de gás estão ampliadas para que
possam ser representadas no desenho.) A B C
P (atm) 1 2 3
V (mm3) 60 30 20
Se a temperatura T de uma dada massa gasosa for mantida constante, o volume V desse
gás será inversamente proporcional à pressão P exercida sobre ele, ou seja, PV 5 constante (se
T 5 constante).
O gráfico P 3 V
Na figura 3, apresentamos o gráfico P 3 V, construído com os valores de P e V da tabela relativa
à transformação isotérmica da experiência que descrevemos. Veja como foram lançados, no gráfico,
os dados da tabela e observe que a curva obtida mostra a variação inversa do volume com a pressão
(enquanto V aumenta, P diminui).
Como, nessa transformação, P e V estão relacionados por uma proporção inversa, podemos
concluir que a curva da figura 3 é uma hipérbole. Por descrever uma transformação isotérmica,
essa curva também é denominada uma isoterma do gás.
3,0 atm
2,0 atm
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
1,0 atm
3,0
Pressão (atm)
2,0 FRENTE A
1,0
FÍSICA
20 30 60
Volume
(mm3) Fig. 3 – Isoterma de um gás ideal.
ρ∝P
isto é, se mantivermos constante a temperatura de uma dada massa gasosa, sua densidade será
diretamente proporcional à pressão do gás.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Um recipiente contendo O2 é provido de um pistão (ver figu- a) Qual o volume V2 do oxigênio nesse novo estado?
ra) que permite variar a pressão e o volume do gás. Verifica-se b) Supondo que a densidade do O2, no estado inicial, fosse
que, quando está submetido a uma pressão P1 5 2,0 atm, o de 1,2 g/L, qual seria sua densidade no estado final?
O2 ocupa um volume V1 5 20 L. Comprime-se lentamente o
RESOLUÇÃO:
gás, de modo que sua temperatura não varie, até que a pres-
são atinja o valor P2 5 10 atm. a) Supondo que o O2 esteja se comportando como um
gás ideal, podemos aplicar a lei de Boyle, por se tratar
de uma transformação isotérmica. Portanto, como PV 5
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
5 constante:
P2V2 5 P1V1 ou 10 ? V2 5 2,0 ? 20 [ V2 5 4,0 L
b) Em uma transformação isotérmica, ρ é diretamente pro-
porcional a P. A pressão passou de P1 5 2,0 atm para P2 5
5 10 atm, isto é, foi multiplicada por 5. Consequentemen-
te, a densidade também ficará 5 vezes maior e o novo va-
lor de ρ será:
A B ρ 5 5 ? 1,2 [ ρ 5 6,0 g/L
PARA CONSTRUIR
1 a) Quais são as grandezas que determinam o estado de um 2 a) O que são gases reais?
m gás? São os gases existentes na natureza: O2 , H2 , N2 , CO2 , etc.
Ene-6
C 1
H-2
O estado de um gás fica definido quando conhecemos as seguintes
grandezas: sua massa m, seu volume V, sua pressão P e sua
b) Em que condições os gases reais se comportam como um
temperatura T. gás ideal?
b) O que significa dizer que um gás sofreu uma transformação? Os gases existentes na natureza, quando submetidos a pressões
Dizemos que um gás sofreu uma transformação quando variam baixas e a altas temperaturas, comportam-se como um gás ideal.
pelo menos duas das grandezas que caracterizam seu estado.
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA
O que é uma transformação isobárica (P 5 constante)
Consideremos uma certa massa de gás, em um tubo de vidro, suportando uma pressão igual à
pressão atmosférica mais a pressão de um pequeno peso (fig. 4-A). Aquecendo-se o gás e deixando-
-o expandir-se livremente, a pressão sobre
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
A B
ele não se altera, pois continua exercida pela
atmosfera e pelo peso (fig. 4-B).
Uma transformação como essa, em que
o volume do gás varia com a temperatura,
enquanto a pressão é mantida constante, Peso
FRENTE A
é denominada transformação isobárica
Ar
(isos 5 “igual” 1 baros 5 “pressão”).
FÍSICA
Se tomarmos um dado volume de gás a uma certa temperatura inicial e o aquecermos sob
pressão constante até outra temperatura final, a dilatação observada será a mesma, qualquer
que seja o gás usado na experiência, isto é, o valor do coeficiente de dilatação volumétrica é o
mesmo para todos os gases.
O gráfico V 3 T
Em suas experiências, Gay-Lussac realizou medidas do volume e da temperatura de determina-
do gás enquanto esse gás era aquecido e se expandia à pressão constante. Com os resultados dessas
medidas, ele construiu um gráfico do volume V em função da temperatura T, expressa em graus
Celsius. Obteve um gráfico retilíneo, semelhante ao da figura 5, concluindo que o volume de uma
dada massa gasosa, sob pressão constante, varia linearmente com sua temperatura Celsius.
Fim
2V
Início
No gráfico da figura 5, vemos que o gás ocupa um volume V a T °C. O volume do gás se redu-
ziria gradualmente à medida que a temperatura se reduzisse. Pensando nessa redução, Gay-Lussac
procurou determinar a que temperatura o volume do gás se anularia (se isso fosse possível), pro-
longando a reta do gráfico, como mostra a figura 5. Dessa maneira, verificou que o ponto em que
V V 5 0 corresponde à temperatura T 5 2273 °C. Essa temperatura é denominada zero absoluto e
considerada o zero da escala Kelvin.
Considerando esses fatos, se construirmos um gráfico do volume, V, do gás, à pressão constante,
em função de sua temperatura absoluta, T, obteremos uma reta passando pela origem (fig. 6). Isso
nos mostra que o volume do gás é diretamente proporcional a sua temperatura Kelvin, portanto, o
quociente V é constante.
T
Em resumo, para uma transformação isobárica, podemos afirmar que (lei de Gay-Lussac):
T (K)
O volume V de uma dada massa gasosa, mantida à pressão constante, é diretamente pro-
Fig. 6 – Sob pressão constante, o volume
de um gás é diretamente proporcional à porcional a sua temperatura absoluta T, ou seja, V 5 constante (se P 5 constante).
sua temperatura absoluta. T
desse gás ρ 5 m terá valores diferentes para diferentes valores da temperatura. Baseando-se nas
V
conclusões a que chegamos a respeito da transformação isobárica, podemos deduzir que, para uma
certa massa m do gás, teremos:
duplicando T → V duplica → ρ fica dividido por 2;
triplicando T → V triplica → ρ fica dividido por 3;
quadruplicando T → V quadruplica → ρ fica dividido por 4, e assim sucessivamente.
Com base nesse esquema, podemos concluir que:
ρ ∝ 1
T
isto é, sendo mantida constante a pressão de uma dada massa gasosa, sua densidade varia em pro-
porção inversa a sua temperatura absoluta.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
P
T1 5 27 °C → T1 5 27 1 273 [ T1 5 300 K
T2 5 177 °C → T2 5 177 1 273 [ T2 5 450 K
Como V1 5 10 L:
V2
5 10 ∴ V2 5 115 L
450 300
b) Vimos que, em uma transformação isobárica, a densidade
de um gás é inversamente proporcional a sua temperatura
A B absoluta. Como ela passou de T1 5 300 K para T2 5 450 K,
isto é, foi multiplicada por 1,5, concluímos que a densida-
a) qual será o volume final, V2, do gás? de será dividida por esse fator. Portanto, a densidade do
b) Supondo que a densidade inicial do CO2 fosse 1,8 g/L, gás, no estado final, será:
qual será sua densidade no estado final? ρ 5 1,8 : 1,5 [ ρ 5 1,2 g/L
PARA CONSTRUIR
I 273 200 150 200 K para 400 K), a densidade ρ do gás será reduzida à metade
(passará de 6,0 g/L para 3,0 g/L). Com raciocínio análogo, concluímos
II 127 400 300 que os valores de ρ nos estados III e IV serão 2,0 g/L e 1,5 g/L.
13. A P constante, quando V → 2V, temos T → 2T 5 800 K. Quando TAREFA PARA CASA: Para praticar: 3 e 4 Para aprimorar: 2
T é constante, PV é constante e se 2V → V, temos P0 → 2P0.
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
TRANSFORMAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA
O que é uma transformação isovolumétrica (V 5 constante)
Consideremos a situação mostrada na figura 7, na qual o pistão foi fixado às paredes do recipiente,
impedindo que o volume do gás aumente ou diminua. Aquecendo-se o gás, sua temperatura T e pressão
P aumentam e ele, então, sofre uma transformação denominada transformação isovolumétrica (ou seja,
V 5 constante), também conhecida como transformação isocórica.
V 5 constante
Fig. 7 – Em uma expansão isovolumétrica, o volume não se altera.
Se o volume de uma dada massa gasosa for mantido constante, sua pressão vai variar em
proporção direta a sua temperatura Kelvin, isto é:
P
constante se V 5 constante
T
Ou seja:
P1 P P
5 2 5 3 5
T1 T2 T3
EXERCÍCIO RESOLVIDO
PARA CONSTRUIR
14 (Cefet-PB – Adaptada) Relacione os tipos de transformação 15 (UFPR) Segundo o documento atual da FIFA “Regras do Jogo”,
m para gases na coluna da esquerda com os fenômenos ligados m no qual estão estabelecidos os parâmetros oficiais aos quais
Ene-5 Ene-5
C 7 C 4
H-1 aos mecanismos de transformação na coluna da direita. H-2 devem atender o campo, os equipamentos e os acessórios
para a prática do futebol, a bola oficial deve ter pressão entre
m
Ene-6 (1) Transformação isotérmica ( 3 ) O volume do gás m
Ene-5 0,6 e 1,1 atm ao nível do mar, peso entre 410 e 450 g e cir-
C 1 C 7
H-2 não se altera, mas va- H-1
cunferência entre 68 e 70 cm. Um dia antes de uma partida
riam a temperatura e m oficial de futebol, quando a temperatura era de 32 °C, cinco
Ene-6
a pressão. C 1
H-2 bolas, identificadas pelas letras A, B, C, D e E, de mesma marca
e novas foram calibradas conforme mostrado na tabela:
C 0,80
(3) Transformação isocórica ( 2 ) A pressão perma-
nece constante, va- D 0,90
riando o volume e a E 1,00
temperatura.
P P0
5
T T0
T 286
P 5 P0 P5 P0
T0 305
Para cada valor da tabela, teremos:
286
PA 5 ? 0,6 5 0,56 atm
305
286
PB 5 ? 0,7 5 0,67 atm
305
286
PC 5 ? 0,8 5 0,75 atm
305
286
PD 5 ? 0,9 5 0,84 atm
305
286
PE 5 ? 1,0 5 0,93 atm
305
LEI DE AVOGADRO
A hipótese de Avogadro
Até o início do século XIX, os cientistas já haviam obtido uma razoável quantidade de informa-
ções sobre as reações químicas observadas entre os gases. O cientista italiano Amedeo Avogadro,
baseando-se nessas informações e em resultados de experiências realizadas por ele próprio, formulou,
em 1811, uma hipótese muito importante, relacionando o número de moléculas existentes em
duas amostras gasosas.
Segundo Avogadro, se considerarmos dois recipientes, de mesmo volume, contendo gases
diferentes, ambos à mesma temperatura e pressão, o número de moléculas contidas em cada
recipiente deveria ser o mesmo (fig. 8).
Fig. 8 – Segundo Avogadro, essas duas amostras gasosas, ocupando Mesmo número
volumes iguais, sob a mesma pressão e temperatura, têm o mesmo de moléculas
número de moléculas.
O número de Avogadro
Uma vez conhecida a lei de Avogadro, pode-se indagar qual é o número de moléculas existente
em uma dada massa do gás. Suponha, por exemplo, 1 mol de vários gases diferentes (2 g de H2 , 32 g
de O2 , 28 g de N2 , etc.). O número de moléculas em cada uma dessas amostras é o mesmo. Esse
número é denominado número de Avogadro e é representado por N0.
O cientista Perrin, no início do século XX, realizou uma série de experiências procurando determi-
nar o valor de N0 e concluiu que esse valor estaria compreendido entre 6,5 ? 1023 e 7,2 ? 1023 moléculas
em cada mol. Por esse trabalho, Perrin recebeu o prêmio Nobel de Física, em 1926. Posteriormente,
medidas mais precisas mostraram que o valor de N0 é mais próximo de 6,02 ? 1023 moléculas/mol.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
4 Considere dois recipientes, um deles contendo 6 g de H2 e o b) Como verificamos na questão anterior, o número de mols
outro, 96 g de O2. é o mesmo para os dois gases. Consequentemente, as
a) Qual o número de mols de H2 e O2 em cada amostra? duas amostras terão o mesmo número de moléculas. Em
b) Qual o número de moléculas existente em cada amostra? 1 mol há 6,02 ? 1023 moléculas (número de Avogadro);
c) Supondo que as duas amostras estejam à mesma pressão portanto, em 3 mols teremos:
e temperatura, qual é a relação entre os volumes que elas 3 ? (6,02 ? 1023) ∴ 1,8 ? 1024 moléculas
ocupam?
d) Considerando ainda que as duas amostras estejam à mes- c) Já que ambas estão à mesma pressão e temperatura e
FRENTE A
ma pressão e temperatura e que a densidade do H2 é de contêm o mesmo número de moléculas, concluímos,
0,1 g/L, qual é a densidade do O2? pela lei de Avogadro, que os volumes ocupados pelas
duas amostras são iguais.
RESOLUÇÃO: d) Vimos que, nessas condições, a densidade de um gás é
FÍSICA
a) Em 1 mol de H2, há 2 g desse gás. Logo, em nossa amostra diretamente proporcional a sua massa molecular (ρ ∝ M).
de 6 g, teremos 3 mols de H2. Para o O2, 1 mol correspon- Portanto, já que a massa molecular do O2 é 16 vezes
de a uma massa de 32 g, portanto, 96 g correspondem a maior do que a do H2, teremos, para o O2, uma densidade
3 mols de O2. 16 ? 0,1 g/L ou 1,6 g/L.
16 Três recipientes, A, B e C, de volumes iguais, contêm, respec- b) Quantas moléculas de água o estudante bebeu?
m tivamente, HCl, H2O e NH3, todos no estado gasoso, à mesma (Considere o número de Avogadro igual a 6 ? 1023.)
Ene-6 Se em cada 1 mol temos 6 ? 1023 moléculas, o estudante tomou
C 1
H2
- pressão e temperatura. Suponha que o recipiente A conte-
20 ? 6 ? 1023 5 1,2 ? 1025 moléculas.
nha 1,0 ? 1024 moléculas de HCl.
m
Ene-7
c) Baseando-se nas respostas dadas em (a) e (b), calcule, em
C 4
H-2
a) Quantas moléculas de vapor de H2O existem em B? E gramas, a massa de uma molécula de água.
quantas moléculas de NH3 existem em C? Como em 360 g de água temos 1,2 ? 1025 moléculas, é claro que
Como as três amostras gasosas possuem o mesmo volu- a massa de cada molécula será:
me, mesma pressão e mesma temperatura, sabemos, pela
360
lei de Avogadro, que elas têm o mesmo número de moléculas m5 ∴ m 5 3,0 ? 10−23
1,2 ? 1025
(1,0 ? 1024 moléculas em cada recipiente).
b) Qual é o número de átomos de H existentes em cada reci-
piente?
Cada molécula de HCl tem apenas um átomo de H. Logo, no 18 Considere os gases contidos nos recipientes A, B e C do exer-
recipiente A teremos, evidentemente, 1,0 ? 1024 átomos de hi-
m cício 16.
drogênio. Ene-6
C 1
Cada molécula de H2O tem dois átomos de hidrogênio. Logo, em H-2 a) Coloque os gases em ordem crescente de suas massas
B teremos 2 ? 1,0 ? 1024 5 2,0 ? 1024 átomos de H. Em C teremos moleculares.
m
3 ? 1,0 ? 1024 5 3,0 ? 1024 átomos de H. Ene-7 Consultando uma tabela periódica, podemos obter as seguin-
C 4
H-2
c) Quantos gramas de hidrogênio seriam recolhidos na de- tes massas moleculares: HCl 5 36,5; H2O 5 18; NH3 5 17.
composição de cada um desses gases? (A massa de um Então, em ordem crescente dos valores de M, temos: NH3;
H2O; HCl.
átomo de H é 1,7 ? 10224 g.)
Em A, a massa de H recolhida seria: b) Como foi estudado, os três gases têm o mesmo volume,
(1,0 ? 1024) ? (1,7 ? 10224) 5 1,7 g mesma pressão e mesma temperatura. Nessas condições,
Em B seria duas vezes maior (3,4 g) e, em C, três vezes maior (5,1 g). qual é a relação entre a densidade ρ e a massa molecular
M de cada um dos gases?
17 Um estudante de Química informa a um colega que, para
“matar” a sede, teve de beber 20 mols de água. Vimos que, nessas condições, temos ρ ∝ M.
m
Ene-6
C 1
H-2 a) Quantos gramas de água o estudante bebeu? c) Considerando as respostas dadas em (a) e (b), coloque os
m
(Considere a massa atômica do oxigênio igual a 16 u e a gases em ordem crescente de suas densidades.
Ene-7
C 4
H-2
do hidrogênio igual a 1 u.) Tendo em vista a resposta do item anterior, a ordem crescente
Com os dados fornecidos, concluímos que 1 mol de H2O tem
massa de 18 g. Portanto, a massa de água que o estudante to- dos valores de r é a mesma dos valores de M.
mou foi de:
20 ? 18 g 5 360 g.
ρ ∝ PM
T
Sendo m a massa da amostra gasosa, temos:
m ∝ PM ou PV ∝ m T
V T M
Observações:
A equação PV 5 nRT define um estado do gás. Isso significa que, para uma dada massa gasosa (um valor
determinado, n, de mols), se medirmos sua pressão, seu volume e sua temperatura, em certa situação, o
produto PV será igual ao produto nRT quaisquer que sejam os valores encontrados.
Se colocarmos n mols de um gás em um recipiente, é possível escolher arbitrariamente para ele os
valores apenas de duas das três variáveis de estado (P, V e T). Por exemplo, se escolhermos arbitra-
riamente o volume que o gás vai ocupar e sua temperatura, a pressão que ele exercerá não poderá
ser escolhida por nós, como foi feito para o volume e a temperatura. A pressão, nessas condições,
atingirá um valor que satisfaça à equação PV 5 nRT. Em contrapartida, se escolhêssemos arbitra-
riamente a pressão e a temperatura, o gás ocuparia um volume não arbitrário, determinado pela
equação PV 5 nRT.
A equação PV 5 nRT pode ser escrita assim:
PV 5 nR
T
Portanto, para uma dada massa de gás (n 5 constante), como R também é constante, con-
cluímos que PV 5 constante. Assim, se a massa gasosa passar de um estado (1), caracterizado
T
por P1, V1 e T1, para outro estado (2), definido por P2, V2 e T2, poderemos relacionar os dois estados
pela equação:
P1V1 PV
5 2 2
T1 T2
Não podemos nos esquecer de que a equação PV 5 nRT se refere a um gás ideal. Entretanto, de
acordo com o que foi dito no início deste capítulo, essa equação pode ser aplicada, com muito boa
aproximação, a um gás qualquer, desde que sua temperatura não seja muito baixa e sua pressão
não seja muito elevada.
Por exemplo, verifica-se experimentalmente que, considerando-se 1 mol de qualquer gás P 5 1 atm
R 5 8,31
( N/m ) ? m
2 3
ou R 5 8,31
joule
mol ? K mol ? K
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
5 Uma pessoa afirma que colocou 3,5 mols de um gás (com- 6 Suponha que um recipiente, fechado e que não se dilata,
portando-se como gás ideal) em um recipiente de volume contenha hidrogênio. Aquecendo-se o gás, de uma tempe-
igual a 8,0 L e que, após atingido o estado de equilíbrio, a ratura Kelvin T1 até uma temperatura T2, como será o gráfico
temperatura do gás era de 27 °C e sua pressão de 5,0 atm. P × T para essa transformação?
PARA CONSTRUIR
19 Verifica-se que, para um gás contido em um recipiente, o pro- 20 O reservatório de um frigorífico, cujo volume é 0,15 m3, con-
m duto nRT vale 26 atm ? L. m tém 480 g de O2 à pressão de 2,0 ? 105 N/m2.
Ene-6 Ene-6
C 1 C 1
H-2 a) Qual é o valor do produto PV para o gás nesse estado? H-2 a) Quantos mols de O2 existem no reservatório?
Como, em qualquer estado do gás, devemos ter PV 5 nRT, con- Como 1 mol de O2 corresponde a 32 g, teremos:
m
cluímos que PV também é igual a 26 atm ? L. Ene-7 480
C 4 n5 ∴ n 5 15 mols
H-2 32
Como o número de colisões é muito grande, não se percebe o efeito do choque de cada par-
tícula. O que se observa é o efeito médio da frequente sucessão de colisões, que ocasiona o apare-
cimento de uma força contínua, sem flutuações, pressionando as paredes do recipiente. Portanto:
A pressão que um gás exerce sobre as paredes do recipiente que o contém se deve às
incessantes e contínuas colisões das moléculas do gás contra essas paredes.
P 5 1 N mv 2
3 V
Analisando essa expressão, concluímos que:
1) P ∝ N – esse resultado é intuitivo, pois, quanto maior o número total de moléculas,
maior o número de colisões contra as paredes, portanto maior a pressão exercida pelo gás.
1
2) P ∝ – de fato, quanto maior o volume do recipiente, maior a distância que uma
V
molécula terá de percorrer para colidir contra as paredes, consequentemente menor será o
número de colisões, isto é, menor a pressão exercida pelo gás.
3) P ∝ m – esse resultado era esperado, pois, quanto maior a massa de uma molécula, maior
sua quantidade de movimento, portanto maior a força que ela exerce ao colidir contra a parede do
recipiente.
4) P ∝ v 2 – realmente, quanto maior v 2, mais rapidamente as moléculas estarão se movimen-
tando. Podemos perceber que, nessas condições, maior será a força que cada molécula exercerá ao
colidir contra a parede e maior será o número de colisões.
PV 5 1 Nmv 2
3
Comparando-a com a equação de estado de um gás ideal, PV 5 nRT, que havia sido obtida
experimentalmente, conclui-se que:
1 Nmv 2 5 nRT
3
Mas, como N0 (número de Avogadro) é o número de moléculas existente em 1 mol e n, o
número de mols que corresponde a N moléculas:
N 5 nN0
Substituindo esse valor de N na igualdade anterior:
1 nN mv 2 5 nRT mv 2 5 3 R T
3 0 N0
FRENTE A
Dividindo-se os dois membros dessa igualdade por 2:
1 mv 2 5 3 R T
FÍSICA
2 2 N0
Observe que o primeiro membro dessa expressão representa a energia cinética média das
moléculas (a soma das energias cinéticas das moléculas dividida pelo número delas). Essa energia
1
cinética média será representada por εc , isto é, εc 5 mv 2 .
2
A temperatura absoluta, T, de um gás ideal está relacionada com a energia cinética média,
εc , de suas moléculas pela expressão:
εc 5 3 kT , em que k é a constante de Boltzmann.
2
T1 T2
Fig. 12 – Quanto
maior a
temperatura de
um gás, maior a T2 . T1
energia cinética
média de suas
moléculas.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
7 a) Um recipiente contém H2 a 27 °C. Qual é a energia cinética c) Como devemos ter εc 5 1 mv 2, temos:
2
média de suas moléculas? 1 (3,3 ? 10227 )v 2 5 6,2 10221 ∴ v 5 1,9
6, 2 ? 10 1, 9 ? 11003 m
m/s
b) Qual seria a εc para as moléculas de O2 à mesma tempera- 2
tura do item anterior? Esse resultado nos mostra que o movimento das molé-
c) Sabendo-se que a massa de uma molécula de H2 é 3,3 ? culas é muito rápido, pois 1,9 ? 103 m/s equivalem a cerca
? 10227 kg, qual deve ser sua velocidade para que ela tenha de 7 000 km/h.
uma energia cinética igual ao valor médio calculado em (a)? d) A massa de uma molécula de O2 é 16 vezes maior do que
d) Qual seria a resposta para o item anterior se a molécula a massa de uma molécula de H2, isto é, para uma molécula
fosse de O2? de O2, temos:
RESOLUÇÃO: m 5 16 ? 3,3 ? 10227 ou m 5 53 ? 10227 kg
a) Sabemos que εc 5 3 kT e, em nosso caso, T 5 300 K (273 1 De εc 5 1 mv 2 obtemos:
2 2
1 27). Logo:
1 (533 ? 10
εc 5 3 kT 5 3 ? 1, 38 ? 10223 ? 300 ∴ εc 5 6,2
6, 2 ? 10
10221 J 2
10227 ) mv 2 5 6,2
6, 2 ? 10
10221
2 2
∴ v 5 4,8 4 ,8 ? 102 m/s
Observe que esse valor de εc é muito pequeno, pois se
refere à energia cinética média por molécula. É importante perceber que, a uma mesma temperatura, o
valor da energia cinética média das moléculas é igual para
b) A expressão εc 5 3 kT nos mostra que a energia cinética
2 todos os gases, mas o valor médio das velocidades des-
média das moléculas só depende da temperatura, não da sas moléculas varia de um gás para outro: quanto maior
natureza do gás. Como o O2 e o H2 estão à mesma tempe- a massa molecular do gás, menor a velocidade média de
ratura, o valor de εc é o mesmo para os dois gases. suas moléculas.
25 Como vimos, os cientistas procuraram interpretar o compor- 28 Uma amostra de gás hélio está à temperatura de 1 000 K.
m tamento dos gases formulando algumas hipóteses sobre sua a) Calcule a energia cinética média, εc , das moléculas dessa
Ene-6
C 1
H-2 constituição. No texto, foram citadas quatro dessas hipóteses. amostra.
Quais são elas? Sabemos que:
m
Ene-7
C 4
1a) Um gás é constituído de pequenas partículas (moléculas e
εc 5 3 kT 5 3 ? 1,38 ? 10223 ? 1000 ∴ εc 5 2,07 ? 10220 J
H2
- 2 2
átomos).
b) Se duplicarmos a temperatura absoluta da amostra, por
quanto será multiplicado o valor de εc ?
2a) O número de moléculas é muito grande.
Como εc ∝ T, concluímos que o valor de εc também será dupli-
3a) A distância entre as moléculas é muito maior do que o tamanho cado.
de uma delas.
c) A que temperatura a εc das moléculas do gás se anularia?
4a) As moléculas se movimentam constantemente em todas a 3
A relação εc 5 kT mostra-nos que, se T 5 0, teremos εc 0, isto
2
direções. é, a energia cinética das moléculas se anulará no zero absoluto.
26 De acordo com o modelo cinético, por que um gás exerce 29 (ITA-SP) Um recipiente é inicialmente aberto para a atmos-
pressão contra as paredes do recipiente que o contém? m fera à temperatura de 0 °C. A seguir, o recipiente é fechado
Ene-5
C 7
Como as moléculas estão em constante movimento, elas colidem H-1 e imerso num banho térmico com água em ebulição. Ao
sucessivamente contra as paredes do recipiente. Essas colisões
atingir o novo equilíbrio, observa-se o desnível do mercúrio
m
Ene-6 indicado na escala das colunas do manômetro. Construa um
C 1
dão origem à pressão exercida pelo gás. H-2
gráfico P 3 T para os dois estados do ar no interior do reci-
piente e o extrapole para encontrar a temperatura T0 quan-
do a pressão P 5 0, interpretando fisicamente esse novo
27 Um recipiente de volume V contém N moléculas de H2, com
estado à luz da teoria cinética dos gases.
m um certo valor de v 2, uma pressão de 1,2 atm. Supondo que
Ene-5
C 1
H-2 o valor de v 2 não se altere, diga qual será o valor da pressão
cm
cm
do gás em cada um dos casos seguintes. 14 14
m
Ene-6
C 1
H-2 a) Mantém-se o valor de V e mais N moléculas de H2 são in- 0 0
troduzidas no recipiente. P1T1 P2T2
O aluno responderá facilmente às questões desse exercício usan-
214 214
do a relação P 5 1 N mv 2 . Temos:
3 V
O valor de N foi duplicado. Como as demais grandezas não va- Temos uma relação linear, pois a pressão é proporcional à tempera-
riaram, concluímos que P duplicará, pois P ∝ N. Assim, a nova tura conforme a equação de Clapeyron:
pressão será: PV 5 nRT
P 5 2 ? 1,2 5 2,4 atm. nR
P5 T
V
P1 5 1 atm 5 760 mmHg
P2 5 760 1 280 5 1 040 mmHg
b) Aumenta-se o volume para 2V, e o número de moléculas
T (°C)
para 2N.
Como o valor de N foi duplicado e o de V também, vemos fa- T2 5 100 °C
cilmente pela equação anterior que o valor de P não se altera, T1 5 0 °C
permanecendo, pois, igual a 1,2 atm.
He será 2 vezes maior do que a pressão do H2, isto é, será: 2T0 100
5
P 52 ? 1,2 5 2,4 atm. 760 280
T0 5 2271,43 °C (zero absoluto)
Gás real
Fig. 13 – Um gás real é comprimido no interior
de um cilindro provido de um manômetro.
Ur 5 57% 80 355
Se o vapor no ambiente estivesse saturado, sua umidade relativa seria Ur 5100% e, se não hou- 100 760
vesse vapor presente na atmosfera, teríamos Ur 5 0. Nessa última situação, a velocidade de evaporação
120 1 490
da água colocada em um recipiente aberto seria muito alta, e no primeiro caso (Ur 5 100%) a água
não se evaporaria. 140 2 710
PARA CONSTRUIR
30 Considere um gás contido em um recipiente a alta pressão e 32 (Unicamp-SP) Pressão parcial é a pressão que um gás perten-
m baixa temperatura. Duplicando-se isotermicamente a pressão m cente a uma mistura teria se o mesmo gás ocupasse sozinho
Ene-3 Ene-5
C 0 C 1
H1
- desse gás, verifica-se que seu volume não se reduz à metade. H2
- todo o volume disponível. Na temperatura ambiente, quan-
Supondo que não tenha havido escapamento do gás, que do a umidade relativa do ar é de 100%, a pressão parcial de
m m
Ene-6 Ene-6 vapor de água vale 3,0 ? 103 Pa. Nessa situação, qual seria a
C 1
H-2 explicação você daria para o fato observado? C 1
H-2
porcentagem de moléculas de água no ar?
O volume se reduz à metade ao duplicarmos a pressão (com
Dados: A pressão atmosférica vale 1,0 ? 105 Pa. Considere que
temperatura constante) quando se trata de um gás ideal. No caso
o ar se comporta como um gás ideal. d
mencionado, temos um gás real que não está se comportando como
a) 100% P 5 1 ? 105 Pa 100%
um gás ideal (o gás real está a alta pressão e baixa temperatura). b) 97% p 5 3 ? 103 Pa x
c) 33% p
31 a) O que se entende por pressão de vapor? x5
d) 3% P
3
m 3 ? 10 ? 100
Ene-6 O gás vai sendo comprimido isotermicamente e se condensa x5 5 3%
C 1 1 ? 105
H-2
quando a pressão sobre ele atinge um certo valor. Esse valor
é denominado pressão de vapor. 33 Considere um ambiente quente e seco (como o de uma sau-
na, por exemplo), no qual a temperatura é de 60 °C e a umi-
b) Certa massa de vapor de água encontra-se a 20 °C. Qual
dade relativa do ar é 30%. Qual é a pressão parcial do vapor
a pressão que se deve exercer sobre esse vapor para con-
de água nesse ambiente?
densá-lo?
A 60 °C, a pressão de vapor de água é de 150 mmHg. Então, como
Na tabela 4, vemos que a pressão de vapor de água a 20 °C é Ur 5 30% 5 0,30, vem:
17,5 mmHg. Portanto, o vapor de água, a 20 °C, se condensa pressão parcial
0,30 5 ∴ pressão parcial 5 45 mmHg
150
quando a pressão sobre ele é de 17,5 mmHg.
sistema.
cilindro? Suponha que a tempe-
6 (UFTM-MG – Adaptada) Considere os processos termodinâ- ratura foi mantida constante e
micos isobárico, isotérmico e isocórico em um gás ideal. É que a pressão atmosférica local P
correto afirmar que, nos processos: seja 1,0 ? 105 N/m2.
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR 5 (Unicamp-SP) Existem inúmeros tipos de extintores de in-
m cêndio que devem ser utilizados de acordo com a classe do
Ene-5
C 8
H-1 fogo a se extinguir. No caso de incêndio envolvendo líquidos
1 (Fuvest-SP) Um equipamento possui um sistema formado por
inflamáveis, classe B, os extintores à base de pó químico ou
m um pistão, com massa de 10 kg, que se movimenta, sem atrito, de dióxido de carbono (CO2) são recomendados, enquanto
Ene-5
C 1
H-2 em um cilindro de secção transversal S 5 0,01 m2. Operando extintores de água devem ser evitados, pois podem espalhar
em uma região onde a pressão atmosférica é de 10,0 ? 104 Pa o fogo.
m
Ene-6 (1 Pa 5 1 N/m2), o ar aprisionado no interior do cilindro man-
C 1
H-2 a) Considere um extintor de CO2 cilíndrico de volume interno
tém o pistão a uma altura H 5 18 cm. Quando esse sistema
V 5 1 800 cm3 que contém uma massa de CO2 m 5 6 kg.
é levado a operar em uma região onde a pressão atmosférica
Tratando o CO2 como um gás ideal, calcule a pressão no
é de 8,0 ? 104 Pa, mantendo-se a mesma temperatura, a nova
interior do extintor para uma temperatura T 5 300 K.
altura H no interior do cilindro passa a ser aproximadamente de:
Dados: R 5 8,3 J/mol K e a massa molar do CO2 M 5
5 44 g/mol.
b) Suponha que um extintor de CO2 (similar ao do item a),
g completamente carregado, isolado e inicialmente em re-
10 kg pouso, lance um jato de CO2 de massa m 5 50 g com
velocidade v 5 20 m/s. Estime a massa total do extintor
Mext e calcule a sua velocidade de recuo provocada pelo
lançamento do gás. Despreze a variação da massa total do
cilindro decorrente do lançamento do jato.
H
6 (Unicamp-SP) Os balões desempenham papel importante em
m pesquisas atmosféricas e sempre encantaram os espectadores.
Ene-6
C 1
H-2 Bartolomeu de Gusmão, nascido em Santos em 1685, é consi-
S derado o inventor do aeróstato, balão empregado como aero-
nave. Em temperatura ambiente, Tamb 5 300 K, a densidade do
a) 5,5 cm. c) 20 cm. e) 36 cm.
ar atmosférico vale ρamb 5 126 kg/m3. Quando o ar no interior
b) 14,7 cm. d) 22 cm.
de um balão é aquecido, sua densidade diminui, sendo que a
2 (Fatec-SP) Um gás ideal exerce pressão de 2 atm a 27 °C. O pressão e o volume permanecem constantes. Com isso, o balão
gás sofre uma transformação isobárica na qual seu volume é acelerado para cima à medida que seu peso fica menor que o
sofre um aumento de 20%. Supondo não haver alteração na empuxo.
massa do gás, sua temperatura passou a ser, em °C: a) Um balão tripulado possui volume total V 5 3,0 ? 106 li-
a) 32. c) 87. e) 120. tros. Encontre o empuxo que atua no balão.
b) 54. d) 100. b) Qual será a temperatura do ar no interior do balão quan-
do sua densidade for reduzida a ρquente 5 1,05 kg/m3? Con-
3 Três recipientes A, B e C, de volumes iguais, contêm respecti- sidere que o ar se comporta como um gás ideal e note
vamente os gases NO, NO2 e N2O3 à mesma pressão e tempe-
FRENTE A
m
Ene-6 que o número de mols de ar no interior do balão é pro-
C 1
H-2 ratura. Decompondo esses gases, um estudante recolheu o porcional à sua densidade.
oxigênio desprendido em cada recipiente, obtendo resulta-
m
Ene-7
C 4 dos que confirmaram a lei de Avogadro. Quais das alternati- 7 Um gás ideal está no interior de um cilindro metálico, provido de
H-2
vas seguintes poderiam corresponder às massas de oxigênio um êmbolo e de uma torneira, a uma pressão inicial de 4,0 atm.
FÍSICA
1 (UFJF-MG) Durante uma aula no laboratório de Física, o Quando a temperatura for de 20 °C, a altura da coluna de
m professor colocou dois termômetros em um forno cuja líquido, em mm, será de:
Ene-5
C 2
H-2 temperatura pode atingir até 500 °C. O primeiro termô- a) 25.
metro tinha graduação em Celsius e o segundo, em Fah- b) 30.
renheit. O professor esperou o equilíbrio térmico e notou c) 35.
que o termômetro graduado na escala em Celsius indicava d) 40.
um valor que correspondia exatamente à metade do valor e) 45.
indicado no termômetro graduado na escala Fahrenheit.
A temperatura medida pelo professor, em graus Celsius, é: 6 (PUC-PR) Dona Maria do Desespero tem um filho chama-
a) 130 °C. c) 160 °C. e) 180 °C. m do Pedrinho, que apresentava os sintomas característicos
Ene-5
b) 142 °C. d) 174 °C. C 7
H1
- da gripe causada pelo vírus H1N1: tosse, dor de garganta,
dor nas articulações e suspeita de febre. Para saber a tem-
2 (PUC-RJ) Temperaturas podem ser medidas em graus Cel- m
Ene- 6
C 1 peratura corporal do filho, pegou seu termômetro digital,
H-2
sius (°C) ou Fahrenheit (°F). Elas têm uma proporção linear entretanto a pilha do termômetro tinha se esgotado.
entre si. Temos: 32 °F 5 0 °C; 20 °C 5 68 °F. Qual a tempe- Como segunda alternativa, resolveu utilizar o termôme-
ratura em que ambos os valores são iguais? tro de mercúrio da vovó, porém constatou que a escala
a) 40 c) 100 e) 0 do termômetro tinha se apagado com o tempo, sobran-
b) 220 d) 240 do apenas a temperatura mínima da escala 35 °C e a tem-
peratura máxima de 42 °C.
3 (UERN) Em um determinado aeroporto, a temperatura
Lembrou-se, então, de suas aulas de Termometria do En-
ambiente é exibida por um mostrador digital que indica,
sino Médio. Primeiro ela mediu a distância entre as tem-
simultaneamente, a temperatura em 3 escalas termomé-
peraturas mínima e máxima e observou h 5 10 cm. Em
tricas: Celsius, Fahrenheit e Kelvin. Se em determinado
seguida, colocou o termômetro embaixo do braço do
instante a razão entre a temperatura exibida na escala
filho, esperou o equilíbrio térmico e, com uma régua, me-
Fahrenheit e na escala Celsius é igual 3,4, então a tempe-
diu a altura da coluna de mercúrio a partir da temperatura
ratura registrada na escala Kelvin nesse mesmo instante é:
de 35 °C, ao que encontrou h 5 5 cm.
a) 272 K. c) 293 K.
b) 288 K. d) 301 K. Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a) Pedrinho estava com febre, pois sua temperatura era
4 No interior de um freezer, a temperatura se mantém a de 38,5 °C.
220 °C. Quanto valeria a soma algébrica das indicações b) Pedrinho não estava com febre, pois sua temperatura
de dois termômetros graduados nas escalas Fahrenheit e era de 36,5 °C.
Kelvin, após o equilíbrio térmico ser estabelecido, se am- c) Uma variação de 0,7 °C corresponde a um desloca-
bos fossem colocados no interior desse congelador? mento de 0,1 cm na coluna de mercúrio.
d) Se a altura da coluna de mercúrio fosse h 5 2 cm, a
5 (Vunesp) Um termoscópio é temperatura correspondente seria de 34 °C.
m um dispositivo experimental, e) Não é possível estabelecer uma relação entre a altura
Ene-5
C 7
H-1 como o mostrado na figura,
da coluna de mercúrio com a escala termométrica.
capaz de indicar a tempera-
m
Ene- 6 tura a partir da variação da
C 1
7 (Cefet-MG) Nos pontos de fusão e de ebulição da água, as
H-2
colunas líquidas de um termômetro de mercúrio valem,
altura da coluna de um líqui- FRENTE A
do que existe dentro dele. Um respectivamente, 10,0 cm e 25,0 cm. Para a temperatura
aluno verificou que, quando de 33,3 °C, a altura aproximada dessa coluna, em centí-
a temperatura na qual o ter- metros, vale:
FÍSICA
21 de julho de 2002.
Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo.
Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um fluido
especial é bombeado para o coração, espalhando-se
pelo corpo e empurrando para fora os fluidos naturais.
O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio,
onde os fluidos endurecem em vez de congelar. Assim 10 (UEM-PR) Duas barras de materiais diferentes A e B têm o
que atinge a temperatura de 2321°, o corpo é levado mesmo comprimento a 20 °C. Colocando-se a barra A num
para um tanque de nitrogênio líquido, onde fica de refrigerador e a barra B num forno, elas atingem, respectiva-
cabeça para baixo. mente, as temperaturas de 210 °C e 200 °C, passando a apre-
Na matéria, não consta a unidade de temperatura usada. sentar uma diferença de 0,06 cm nos seus comprimentos.
Considerando que o valor indicado de 2321° esteja cor- Sendo os coeficientes de dilatação linear dos materiais de
reto e que pertença a uma das escalas Kelvin, Celsius ou A e B, respectivamente iguais a 22 ? 1026 °C21 e 3 ? 1026 °C21,
Fahrenheit, pode-se concluir que foi usada a escala: então o comprimento inicial das barras a 20 °C é:
a) Kelvin, pois trata-se de um trabalho científico e essa é a) 30 cm. c) 50 cm.
a unidade adotada pelo Sistema Internacional. b) 60 cm. d) 40 cm.
b) Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero absoluto
e, portanto, só pode ser medido nessa escala. 11 (Unesc) Normalmente encontra-se como invólucro de
c) Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não admi- m cigarros, no interior do maço, uma folha que apresenta
Ene- 6
C 1
tem esse valor numérico de temperatura. H-2 duas faces: uma de papel comum e outra de alumínio,
d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos negativos coladas entre si. Se pegarmos essa folha dupla e a aproxi-
para a indicação de temperaturas. marmos, cuidadosamente, de uma fonte de calor, o que
e) Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em observaremos em relação à dilatação dessa folha?
língua portuguesa e essa ser a unidade adotada ofi- a) A folha curva-se para o lado do papel.
cialmente no Brasil. b) A folha não sofre nenhum tipo de curvatura.
c) A folha curva-se para o lado do alumínio.
9 (FGV-SP) O princípio de um termostato pode ser esque- d) A folha curva-se ora para o lado do papel, ora para o
matizado pela figura abaixo. Ele é constituído de duas lado do alumínio.
lâminas de metais, A e B, firmemente ligadas. e) A folha dilata sem sofrer curvatura.
ENEM
m água e do volume interno de um recipiente em função
Ene-6
C 4
H-2 da temperatura foram medidas separadamente e estão
a) aço e níquel. d) ouro e Iatão. representadas no gráfico abaixo, respectivamente, pela
b) alumínio e chumbo. e) cobre e bronze. m
Ene-6 linha contínua (água) e pela linha tracejada (recipiente).
C 5
H- 2
c) platina e chumbo.
Volume
b) 4 ? 1025 °C21. e) 7 ? 1025 °C21. vação do nível do mar causada, inclusive, pela expansão
c) 5 ? 1025 °C21. térmica, causando inundação em algumas regiões costei-
FRENTE A
ras. Supondo, hipoteticamente, os oceanos como siste-
15 (Famerp-SP) À tempe- mas fechados e considerando que o coeficiente de dilata-
m ratura de 20 °C, uma
ção volumétrica da água é aproximadamente 2 ? 1024 °C21
Ene-5
C 7 arruela (disco metálico
H1
- e que a profundidade média dos oceanos é de 4 km, um
R
FÍSICA
com um orifício cen- r aquecimento global de 1 °C elevaria o nível do mar, devi-
m
Ene-6
C 1
tral) tem raio externo do à expansão térmica em, aproximadamente:
H-2
R e raio interno r. a) 0,3 m. c) 0,8 m. e) 1,7 m.
b) 0,5 m. d) 1,1 m.
10 mL
T (°C)
II. P (Pa)
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AGSTOCKUSA/KEYSTONE BRASIL
ANIMALS/KEYSTONE BRASIL
A B
A soja faz parte da alimentação oriental desde a China antiga, à aplicação descontrolada de inseticidas e fungicidas na lavoura, que
cerca de 5 000 anos atrás, ao lado de outros grãos como o arroz e o mi- eliminam as populações dos inimigos naturais dessa lagarta, como
lho. A expansão do cultivo da soja pelo mundo aconteceu lentamente. as vespas Copidosoma sp. e os fungos que provocam a doença branca
Do sul da China a soja seguiu para Coreia, Japão e países do sudeste (Nomuraea rileyi), ou a doença marrom (Pandora sp. e Zoophthora sp.),
asiático, chegando ao ocidente muitos anos depois, na época das gran- que causariam a morte da lagarta.
des navegações europeias. Os EUA começaram o cultivo comercial da
1 Existe uma grande variedade de pratos que podem ser prepara-
oleaginosa no século XX, quando a soja ganhou destaque devido ao
dos com soja. Desde saladas, pratos principais e até sobremesas,
alto teor de óleo e proteína do grão, tornando-se um item de comér-
a soja vem sendo largamente empregada na culinária.
cio exterior. No Brasil, apesar de existirem registros de cultivo do grão
em 1882 na Bahia, o grão começa a ser mais facilmente encontrado Válvula com pino
Válvula de
com o aumento da migração japonesa no ano de 1908. Somente nos segurança
anos 1970, a soja viria a ser cultivada em larga escala com a expansão
da indústria do óleo. Hoje, a soja está presente nas refeições de prati- Vapor
camente todos os brasileiros. Em todo supermercado há grande varie-
dade de produtos feitos de soja, que vão desde óleos, leite (extrato de Água
Grãos de soja
soja), carnes, molhos, salgados, farinhas, queijos (tofu), até chocolates
e biscoitos. Entretanto, plantar oleaginosas nem sempre é fácil e requer
cuidados especiais para não perder a lavoura com o ataque de lagartas
de normal ocorrência na cultura. A lagarta falsa-medideira (Pseudoplu-
sia includens), considerada como praga secundária na cultura da soja, Na maior parte das receitas, sugere-se cozinhar a soja em uma
se transformou, nas últimas safras, na praga principal. Ela se chama panela de pressão coberta com 1 litro de água por 20 minutos
falsa-medideira, pois ao se deslocar, forma um arco quando aproxima para que fique macia.
a parte da frente do corpo da parte de trás (figura 1), movimento si- Uma panela de pressão é utilizada para cozinhar soja em uma
milar ao da lagarta mede-palmo (Trichoplusia ni) ou bicho agrimensor, cozinha onde o termômetro está marcando 27 °C. Considerando
que recebe esse nome por se movimentar de forma semelhante ao que o vapor de água dentro da panela de pressão é um gás ideal
movimento de medir com a palma da mão. Ambas as lagartas são da e sabendo que a água no interior da panela de pressão entra em
mesma família (Noctuidae) e da mesma ordem (Lepidoptera) e adoram ebulição a 120 °C, calcule a razão aproximada entre a pressão
atacar as folhas da soja, raspando-as e provocando pequenas manchas inicial e a pressão final da água. Despreze o pequeno volume de
claras enquanto são lagartas pequenas e, à medida que crescem, ficam água que se transformou em vapor escapando pela válvula de
vorazes e destroem completamente as folhas. Uma falsa-medideira segurança. b
pode atingir mais do que 15 mm e chega a consumir de 120 a 200 cm² a) 0,50 c) 1,31 e) 4,40
de área foliar. Os pesquisadores acreditam que essa mudança deve-se b) 0,76 d) 0,23
Veja comentários desta questão no Guia do Professor.
55
QUADRO DE IDEIAS
Temperatura
CEO: Mário Ghio Júnior
Direção: Carlos Roberto Piatto
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite,
Escalas Eduardo dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic,
termométricas: Dilatação de Gases ideais Lidiane Vivaldini Olo, Luís Ricardo Arruda de Andrade,
Gases reais Marcelo Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel,
Celsius, Fahrenheit sólidos e líquidos PV 5 nRT Marisa Sodero, Ricardo Leite, Ricardo de Gan Braga,
Tania Fontolan
e Kelvin
Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Edição: Tatiana Leite Nunes (coord.), Pietro Ferrari
Assistência editorial: Carolina Domeniche Romagna,
Linear: ΔL 5 aL0ΔT Rodolfo Correia Marinho
TC T 2 32 Transformação isotérmica
5 F Superficial: ΔA 5 bA0ΔT Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
5 9 (T 5 constante) Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni,
Volumétrica: ΔV 5 g V0ΔT Marília Lima, Tatiane Godoy, Tayra Alfonso,
T 5 TC 1 273 (b 5 2a; g 5 3a) Vanessa Lucena; colaboração: Aparecida Maffei
Coordenação de produção:
Fabiana Manna da Silva (coord.);
Transformação isobárica colaboração: Adjane Oliveira, Dandara Bessa
2015
ISBN 978 85 08 17421-8 (AL)
ISBN 978 85 08 17424-9 (PR)
1ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação