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antes de qualquer coisa, em harmonia com a Constituição”, bem como que “os órgãos
componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer dados e
conhecimentos específicos à ABIN quando comprovado o interesse público da
medida, afastada qualquer possibilidade desses dados atenderem interesses pessoais
ou privados”

Mais adiante, afirma que “Há, partindo dessa premissa legal, nítido
desvio de finalidade em se utilizar a Abin para promover uma espécie de
contrainvestigação criminal - sendo que a finalidade legal da Abin sequer é
investigatória, mas de mero assessoramento em assuntos públicos com a produção de
relatórios de inteligência.”

O segundo argumento refere-se à falta de motivação: “Em


segundo lugar , no acórdão proferido no bojo da presente ação, essa Eg. Corte
também foi clara ao estabelecer que “ toda e qualquer solicitação de dados deverá ser

52
devidamente motivada para eventual controle de legalidade pelo Poder Judiciário ”.
Além, é claro, do natural controle externo da atividade de inteligência promovido

I6
pelo Poder Legislativo, responsável legal pela fiscalização de referidos atos.”

Por fim, a petição trata da necessidade de dar cumprimento a outros


elementos do acórdão prolatado, principalmente em relação à rastreabilidade e à
formalização do documento. Veja-se:

“Em terceiro lugar , as reportagens investigativas mostram que a


Abin tenta obter dados sigilosos junto à Receita Federal e ao Serpro. Naturalmente,
alguns desses dados fiscais e gerais podem ser gravados pela cláusula constitucional
de reserva de jurisdição, o que, em tese, deveria impedir a tentativa de devassa das
informações sigilosas. Novamente, para se aferir a inconstitucionalidade nesse ponto,
é salutar que os órgãos referidos remetam a essa Eg. Corte quais foram, ao exato, os
dados que tentaram acessar, para que se verifique eventual atalho inconstitucional à
necessidade de ordem judicial levantando o sigilo.
Por fim, e em quarto lugar , outro preceito constitucional porventura
descumprido, e essencial para a adequada apuração judicial do caso, é justamente a
m: or

necessidade de formalização. Com efeito, o v. acórdão ora citado confirmou ser


fundamental que também haja demonstração de que tais solicitações tenham ocorrido
op

por “procedimento formalmente instaurado”, com “sistemas eletrônicos de segurança


e registro de acesso”. Somente com referidos registros de acesso e de procedimento é
ss

que se pode exercer um adequado controle das atividades de inteligência.”

Os pedidos, no que tange à Agência Brasileira de Inteligência, foram


formulados no sentido de: 1) abster-se de atuar, junto à Receita e ao SERPRO, no
Im

sentido de auxiliar defesa de Senador da República; 2) fornecer ao STF cópia integral


das fundamentações fáticas e jurídicas, dos relatórios produzidos e dos processos,
procedimentos, protocolos, registros de acesso e quaisquer outras informações que
possibilitem o controle judicial dos procedimentos de inteligência emitidos no caso.
Em primeiro lugar, será demonstrado que inexistiu qualquer ato
oficialmente produzido pela ABIN.
A seguir, será traçado um comparativo entre diversas notas que foram
publicadas na imprensa, a fim de ressaltar suas nuances e deixar claro que não podem
servir como prova para fundamentar qualquer medida judicial.
Em continuação, esta peça vai listar os controles aos quais a ABIN
está submetida, todos estabelecidos a fim de impedir a perpetração de atividades
irregulares no âmbito da Agência.
Em um último tópico, serão listadas as providências adotadas pela
Agência a partir do conhecimento da notícia jornalística.

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1. Da Inexistência de ato praticado pelo Diretor-Geral da ABIN


A peça jornalística em questão já havia sido devidamente desmentida
pelo Gabinete de Segurança Institucional em nota oficial do GSI, emitida em
23/10/2020, nos seguintes termos:
“Chegou ao conhecimento do GSI, de maneira informal, por meio
das advogadas Luciana Pires e Juliana Bieerenbach, informação acerca de supostas
irregularidades, que teriam sido cometidas em relatórios da Receita Federal.
De acordo com as citadas advogadas, tais denúncias foram trazidas ao
GSI, em tese, por atingir integrante da família presidencial. Entretanto, à luz do que
nos foi apresentado, o que poderia parecer um assunto de segurança institucional,
configurou-se como um tema, tratado no âmbito da Corregedoria da Receita Federal,
de cunho interno daquele órgão e já judicializado.
Diante disso, o GSI não realizou qualquer ação decorrente. Entendeu

29
que, dentro das suas atribuições legais, não lhe competia qualquer providência a
respeito do tema.”

Na matéria publicada na data de 12/12/2020, o jornalista imputa à

:47 I
:30 AD
ABIN diversas condutas irregulares, sendo a mais importante delas a produção de
relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de Senador da República.
Tal posicionamento foi posteriormente ratificado pelo Ministro de
20 10
Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,
em perfil da rede Twitter, na data de 28/10/2020:
0 - 1-
“O jornalista Guilherme Amado afronta, outra vez, a honestidade
02 .98

intelectual e acusa GSI e ABIN de participar da defesa do Sen Flávio Bolsonaro. As


duas instituições não realizaram qq procedimento ou providência nesse assunto,
2/2 795

exatamente por não ser afeto à Seg Institucional."

Na data de 14/12/2020, o GSI emitiu nova nota, reiterando


5/1 5.

posicionamento anterior:
: 1 : 00

Em relação à matéria publicada hoje, na Revista Época, assinada


pelo repórter Guilherme Amado, com o título “Abin fez relatórios para orientar
defesa de Flávio Bolsonaro na anulação de caso Queiroz”, informamos o
Em por

seguinte:1. Mais uma vez, o repórter, obcecado pelo assunto, redige extensa matéria,
na tentativa de difamar o GSI, a Abin e seus servidores.
2. O GSI reitera, na íntegra, a Nota à Imprensa, de 23 Out 2020, em
que afirmou que não realizou qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das
es

suas atribuições legais, não lhe competia qualquer providência a respeito do tema.
3. As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas
narrativas e abordam supostos documentos, que não foram produzidos pela Agência
Brasileira de Inteligência.
4. Lamentamos a insistência manifesta da Revista, em agir contra
Instituições de Estado, apesar de manifestações oficiais anteriores, que
apresentaram, à sociedade e à imprensa, de forma transparente, a verdade dos fatos.
Ainda em 14/12/2020, como será melhor desenvolvido mais adiante,
esta ABIN encaminhou pedido à Assessoria Jurídica do órgão para atuação perante o
Poder Judiciário, no intuito de obter os citados relatórios. Do Relatório Fático
assinado naquela oportunidade, extrai-se o seguinte trecho:
“Ressaltando posicionamento emitido anteriormente pelo Gabinete de
Segurança Institucional, conforme já ressaltado anteriormente, afirmo que esta
Agência não emitiu relatórios de inteligência referidos na matéria, ou qualquer
documento relacionado ao tema.
O ocorrido se deu conforme descreve a nota do GSI: após a
reunião, não houve qualquer ação decorrente, seja por parte do GSI, conforme
apontam as notas destacadas, seja no âmbito da ABIN, por não se tratar de

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assunto de segurança institucional, mas de tema de cunho interno da Receita


Federal, já tratado no âmbito da Corregedoria daquele órgão.”

Nesse sentido, inexiste qualquer ato praticado pelo Diretor-Geral da


Agência Brasileira de Inteligência que tenha relação com a notícia, sendo a petição
apresentada pela REDE Sustentabilidade inapta a produzir qualquer efeito.
Necessário, portanto, diferenciar o que é fato e o que configura mera
especulação a respeito da situação. O que existiu, e tanto a nota emitida pelo GSI
quanto o Tweet do Gen. Heleno confirma, é apenas a realização de uma reunião,
marcada para verificar ocorrência de eventual violação de segurança
institucional, entre o Gabinete de Segurança Institucional, com participação do
Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência, com a defesa de um Senador da
República e filho do Presidente da República. Nesse sentido, importante relembrar a
competência deferida ao GSI nos termos da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019:

Art. 10. Ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

5
República compete:
I - assistir diretamente o Presidente da República no desempenho de

DI
suas atribuições, especialmente quanto a assuntos militares e de segurança;
II - analisar e acompanhar assuntos com potencial de risco, prevenir a
ocorrência de crises e articular seu gerenciamento, na hipótese de grave e iminente
ameaça à estabilidade institucional;
III - coordenar as atividades de inteligência federal;
IV - coordenar as atividades de segurança da informação e das
comunicações no âmbito daadministração pública federal;
V - planejar, coordenar e supervisionar a atividade de segurança da
informação no âmbito da administração pública federal, nela incluídos a segurança
cibernética, a gestão de incidentes computacionais, a proteção de dados, o
credenciamento de segurança e o tratamento de informações sigilosas;
VI - zelar, assegurado o exercício do poder de polícia:
a) pela segurança pessoal:
1. do Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
:

2. dos familiares do Presidente da República e do Vice-Presidente


da República; e
o

3. dos titulares dos órgãos de que trata o caput do art. 2º desta Lei e,
excepcionalmente, de outras autoridades federais, quando determinado pelo
res
E

Presidente da República; e
b) pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do
Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
m

Desta forma, a reunião realizada é completamente regular, por estar


dentro das competências atribuídas legalmente ao GSI, órgão do qual a ABIN faz
parte. Como não foi constatada violação de segurança institucional, não houve
nenhuma providência decorrente do encontro.
A especulação constante da petição inicial diz respeito às
consequências de tal reunião. Conforme apontam os documentos citados – notas
oficiais do GSI e Relatório Fático firmado pelo Diretor-Geral da Agência – não houve
adoção de qualquer providência no âmbito do GSI e da Agência Brasileira de
Inteligência que tenha decorrido da reunião mantida, por se tratar de assunto já
judicializado, e tratado no âmbito da Corregedoria da Receita Federal.
2. Comparativo entre notícias publicadas
Conforme aponta a petição protocolada pelo partido REDE
sustentabilidade, na data de 11/12/2020, o sítio eletrônico da revista Época publicou
matéria assinada pelo jornalista Guilherme Amado, intitulada “A Abin e a operação

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para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz” (https://epoca.globo.com/guilherme-


amado/a-abin-a-operacao-para-defender-fb-enterrar-caso-queiroz-24791200) (cópia
em anexo).
Trata-se de continuação de matéria anterior, publicada em 23/10/20
pelo mesmo jornalista, sob o título “Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que
pode anular caso Queiroz; governo se mobiliza para encontrar prova”
(https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolsonaro-suspeita-
que-pode-anular-caso-queiroz-governo-se-mobiliza-para-encontrar-prova-24706926 -
cópia em anexo).
A reportagem, como afirmado anteriormente, já foi devidamente
desmentida, de forma oficial, por diversas vezes, pelo Ministro-Chefe do GSI, tendo
em vista que tais relatórios não foram produzidos institucionalmente pela ABIN.
Segue os principais trechos da matéria:
“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos
dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que

2
deveria ser feito para obter os documentos que permitissem embasar um pedido de

65
anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos, obtidos pela coluna e cuja
autenticidade e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin

DI
detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita
Federal (RFB) (...). Enviados em setembro para Flávio e repassados por ele para
seus advogados, os documentos contrastam com uma versão do general Augusto
Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que afirmou
publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a
defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem,
diretor da Abin, em 25 de agosto.”
“Um dos documentos é autoexplicativo ao definir a razão daquele
trabalho. Em um campo intitulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj
demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados
fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por
ele repassados para sua advogada Luciana Pires.”
“No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender
FB no caso Alerj”, a Abin classifica como uma “linha de ação” para cumprir a
missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’, demonstrando acessos
:

imotivados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então sobre a dificuldade


E por

para a obtenção dos dados pedidos à Receita e, num padrão que permanece ao longo
do texto, faz imputações a servidores da Receita e a ex-secretários, a exemplo de
o

Everardo Maciel.”
:

“O relatório sugere a substituição dos “postos”, em provável


referência a servidores da Receita, e, sem dar mais detalhes, afirma que essa
re

recomendação já havia sido feita em 2019.


“Permanece o entendimento de que a melhor linha de ação para
tratar o assunto FB e principalmente o interesse público é substituir os postos
I

conforme relatório anterior. Se a sugestão de 2019 tivesse sido adotada, nada disso
estaria acontecendo, todos os envolvidos teriam sido trocados com pouca
repercussão em processo interno na RFB!”, explica o texto.”
Em reportagem publicada no Jornal “O Globo”
(https://oglobo.globo.com/brasil/revista-epoca-abin-fez-relatorios-para-orientar-
defesa-de-flavio-bolsonaro-na-anulacao-do-caso-queiroz-1-24792193), o mesmo
jornalista Guilherme Amado afirma que:
“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos
dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que
deveria ser feito para obter os documentos que permitissem embasar um pedido de
anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos, obtidos pelo colunista Guilherme
Amado, da Revista Época, e cuja autenticidade e procedência foram confirmadas pela
defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa
em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de

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Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório
que gerou o inquérito das rachadinhas. Enviados em setembro para Flávio e
repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam com uma versão
do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
que afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo
após a defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre
Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.” (grifo nosso)

O colunista Lauro Jardim, em blog sediado no sítio eletrônico de “O


Globo”, (https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tentativa-de-flavio-
bolsonaro-para-diminuir-o-fogo-dos-relatorios-da-abin.html) (cópia em anexo),
publicou matéria em que afirma:
“A Abin já afirmou em nota que não produziu relatório algum. Um
truque retórico, pois o material não foi confeccionado de forma oficial. O fato é
que foi gestado na Abin, que o enviou a Flavio Bolsonaro. O 01, por sua vez, o

9
enviou a algumas pessoas.” (grifo nosso)

O portal Terra também publicou matéria sobre o tema, na data de

DI
11/12/2020, firmada por Felipe Frazão e Tania Monteiro sob o título “Abin orientou
defesa de Flávio a agir em inquérito das 'rachadinhas'” (https://www.terra.com.br
/noticias/abin-orientou-defesa-de-flavio-a-agir-em-inquerito-das-
rachadinhas,19d116b40beecf696acc00a9873ee2d5yswawqvt.html)
“BRASÍLIA - A Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
encaminhou orientações por escrito a advogados do senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, sobre como agir para tentar
inocentá-lo no caso das rachadinhas. A informação foi revelada pela revista Época e
confirmada pelo Estadão.
(...)
As orientações foram repassadas por integrantes da cúpula da
Abin para a defesa do senador pelo WhatsApp. São dois textos digitados
diretamente no aplicativo e não compartilhados como relatórios de inteligência
em arquivo timbrado da Abin ou papel digitalizado.” (grifo nosso)

Verifica-se, portanto, que, a depender da matéria ou do órgão de


m: p

imprensa escolhido, a versão é muito diferente. Conforme a reportagem original, do


jornalista Guilherme Amado, existem dois “documentos” produzidos pela ABIN, por
so

ele denominados “relatórios de orientação”.


Caso se adote a versão do colunista Lauro Jardim, não haveria
documento oficial, nem relatório, pois o material “não foi confeccionado de forma
pr

oficial”, mas teria sido “gestado na ABIN”.


Por fim, a versão do Portal Terra seria semelhante à de Lauro Jardim,
acrescentando que as orientações teriam sido “repassadas por integrantes da cúpula da
I

ABIN” e seu formato seria de “(...) dois textos digitalizados diretamente no aplicativo
e não compartilhados como relatórios de inteligência em arquivo timbrado da ABIN
ou papel digitalizado”
Isso dificulta sobremaneira o exercício do contraditório/ampla defesa
por parte da Agência, já que as notícias jornalísticas carecem de precisão. Nesse
sentido, a defesa da União fica prejudicada, pela miríade de versões apresentadas,
conforme o veículo adotado.
De todo modo, o que persiste, e que já foi repisado diversas vezes
neste documento, é que nenhum documento foi produzido de forma institucional pela
Agência.
A prova de tal fato torna-se impossível, tendo em vista que a ABIN
não teve acesso aos documentos. Até mesmo para possibilitar atuação cível, criminal
e administrativa de correção, foi que o Diretor-Geral tomou providências no sentido

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de instar a Advocacia-Geral da União para obter acesso a tais documentos, conforme


será detalhado em tópico a seguir.

3. Controles aos quais a produção de Relatórios de Inteligência da


ABIN está submetida

Cabe aqui ressaltar a distância entre o teor dos supostos relatórios de


inteligência que teriam sido recebidos pelas advogadas e o padrão de documentos
produzidos pela ABIN.
Os Relatórios de Inteligência (Relints) produzidos pela ABIN
tramitam de forma segura e controlada. Seguem normas procedimentais e são
identificados a partir de seu Número Único de Protocolo (NUP) e, quando
finalizados, recebem o tratamento adequado ao seu caráter sigiloso. A difusão
eletrônica de documentos é feita por meio de criptografia e acompanhada pela área de

29
gestão documental.
Os Relints, antes de sua difusão, passam por revisão, aprovação e

65
controle pela Alta Direção da instituição. A redação de um Relint não comporta
iniciais de pessoas como forma de identificação ou códigos além do já citado NUP.

DI
Os trechos dos supostos documentos citados na matéria jornalística não guardam
qualquer correlação com nenhum relatório de inteligência produzido dentro da ABIN.
Toda a entrada e saída de Relints é controlada, portanto a agência
pode afirmar, com segurança, que não houve qualquer Relatório de Inteligência
produzido pelo órgão sobre o caso em questão.
Os sistemas internos de gestão documental inclusive estão sempre
passando por constante aprimoramento para que sejam mais ágeis e seguros e
otimizados para melhor aproveitamento da força de trabalho.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores,
gravemente e sem provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de
finalidade, em arrepio ao texto constitucional, é manifesto”. Ora, de que desvio de
finalidade estamos falando se a ABIN não produziu Relatório de Inteligência
algum nesse caso? Estamos vivendo um regime de exceção não pelo que afirmam as
matérias sensacionalistas citadas e reproduzidas sem qualquer zelo pelos autores, mas
sim, pela antijuridicidade de um pedido que não apresenta provas e ainda assim
:
Em por

tramita junto à mais alta corte do País.

4. Controles aos quais a solicitação de dados e informações pela


o
:

ABIN está submetida


ss
pre

É importante destacar que o objeto originário da ADI 6529 foi o


compartilhamento de dados e informações dos órgãos do Sistema Brasileiro de
Im

Inteligência (SISBIN) com a ABIN. Na decisão da medida cautelar foi determinado


que:
“a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência
somente podem fornecer dados e conhecimentos específicos à ABIN quando
comprovado o interesse público da medida, afastada qualquer possibilidade desses
dados atenderem interesses pessoais ou privados; b) toda e qualquer decisão que
solicitar os dados deverá ser devidamente motivada para eventual controle de
legalidade pelo Poder Judiciário; c) mesmo quando presente o interesse público, os
dados referentes às comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva de jurisdição
não podem ser compartilhados na forma do dispositivo em razão daquela limitação,
decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e d) nas hipóteses cabíveis de
fornecimento de informações e dados à ABIN, é imprescindível procedimento
formalmente instaurado e a existência de sistemas eletrônicos de segurança e registro
de acesso, inclusive para efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões,
desvios ou abusos, nos termos do voto da Relatora, vencido o Ministro Marco

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Aurélio, que indeferia o pedido”.


A ABIN solicita informações aos demais integrantes do SISBIN
mediante Pedido de Conhecimento de Inteligência (PCI).
Os PCI são documentos formais previstos em normativos internos
cuja elaboração, assim como ocorre com os Relints, segue rigoroso processo de
revisão pela Alta Direção do órgão, com vistas a identificar o cumprimento dos
requisitos como interesse público, finalidade, motivação e respeito à reserva de
jurisdição. Sua difusão eletrônica é feita seguindo protocolos de segurança, com a
adoção de criptografia e a tramitação por meios seguros.
Observa-se, dessa forma, que toda solicitação de informações pela
ABIN está em perfeita consonância com a decisão cautelar proferida na presente
ADI. No entanto, é imperioso destacar que não houve qualquer requisição à Receita
Federal, ao Serpro ou a qualquer outro órgão de informações ou dados relacionados
ao “Caso Queiroz”.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores,

52
gravemente e sem provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de
finalidade, em arrepio ao texto constitucional, é manifesto”. Não se pode falar em

I6
desvio de finalidade, tendo em consideração que não existe atuação institucional.

5. Providências adotadas no âmbito desta ABIN


Na data de 11/12/2020, o Sr. Diretor-Geral da Agência Brasileira de
Inteligência firmou o Relatório Fático n 01/2020/GAB/ABIN, (cópia em anexo)
informando ter tomado conhecimento da notícia, e afirmando, taxativamente, que a
Agência “não emitiu relatórios de inteligência referidos na matéria, ou qualquer
documento relacionado ao tema”.
Após relatar como a situação ocorreu, ressalta a necessidade de que a
Agência tenha acesso a tais relatórios constantes da notícia, não apenas para
restabelecer a verdade, já que não existe relatório produzido institucionalmente pela
ABIN, mas também com o propósito de atuar no sentido de adotar providências
necessárias.
O Diretor-Geral cita ainda matéria veiculada pelo sítio “O
Antagonista”, para caracterizar que a Agência está tendo prejuízo em sua imagem
com a divulgação de tais notícias:
Em p r

Cumpre observar que a matéria já gerou consequências nefastas para


a imagem da Agência Brasileira de Inteligência, como se pode notar em outra matéria
jornalística publicada pelo sítio eletrônico “O Antagonista”, sob o título “"É
o
:

inaceitável em todos os sentidos. A Abin passou de qualquer limite", diz presidente


ss

do Sindifisco”, que entrevistou o Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores


pre

Fiscais da Receita Federal do Brasil (https://www.oantagonista.com/brasil/e‐


inaceitavel‐em‐todos‐os‐sentidos‐a‐abin‐passou‐de‐qualquer‐limite‐diz‐presidente‐
do‐sindifisco/). Ressalte‐se, em relação à matéria, que o prejuízo à imagem da
Im

Agência é manifesto, conforme aponta o seguinte trecho:


“Se não bastasse a gravidade de se ter uma agência de inteligência
mobilizada para defender o filho do presidente da República, acusado de atos ilícitos,
não se pode admitir que um órgão de governo busque interferir num órgão de Estado,
protegido pela Constituição Federal, sugerindo afastamentos de servidores públicos.”

A seguir, a Assessoria Jurídica desta ABIN emitiu o Parecer n.


00254/2020/ASJUR-ABIN/CGU/AGU, aprovado pelo DESPACHO n. 00269/2020
/ASJUR-ABIN/CGU/AGU. No sobredito parecer, a ASJUR/ABIN “em razão do
caso em análise cuidar da imputação a um órgão do Poder Executivo Federal da
prática de atos irregulares, entendemos que, nos termos do parágrafo único do art. 1º
c/c o art. 9º da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, ele deva ser
levado ao conhecimento da Procuradoria-Geral da União, a fim de que ela,
analisando-o, possa adotar medidas judiciais tendentes à defesa dos interesses da
ABIN na situação acima exposta.”

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No despacho supracitado, o Chefe da ASJUR/ABIN afirma que “ a


demanda judicial se faz necessária a fim de que se confirme que o documento
referenciado na matéria jornalística, conforme aponta o relato fático do Sr. Diretor-
Geral, não foi produzido institucionalmente pela ABIN.” e que, a partir de tal
confirmação, “(...)será possível a eventual adoção de outras providências judiciais, na
seara cível e criminal, e administrativas.”
Por fim, já no âmbito da AGU, o Subprocurador-Geral da União –
Substituto encaminhou a matéria, após constatar a existência de interesse público no
ajuizamento da medida a partir dos documentos apresentados, encaminhou a matéria
para a Procuradoria-Regional da União na 3ª Região Neste momento, a ABIN
aguarda posicionamento da AGU sobre o ajuizamento da ação.
Nesse sentido, encareço ao STF a citação do jornalista que detém
os dados do suposto documento produzido pela ABIN para que forneça os
relatórios citados a fim de que seja possível a adoção das eventuais medidas
cabíveis.

2
Concluindo, no que tange aos pedidos apresentados:

I6
Quanto ao primeiro pedido (i), a ABIN concorda plenamente.Isto
não somente porque não se trata de atuação institucional, conforme
já repisado por diversas vezes neste relato, mas ainda por não ter
acontecido nenhuma atuação institucional da Agência.Ressalte-se,
ainda, que o Acórdão proferido na ADI 6529 está sendo cumprido
pela Agência em sua integralidade, e os fatos relatados na notícia
não representam a atuação institucional, se é que são verdadeiros;
No que tange ao terceiro pedido (iii), resta ele prejudicado, tendo
em vista que os papéis não foram produzidos institucionalmente
pela ABIN, e esta Agência não detém nenhum relatório ou
documento, no âmbito desta Agência, que trate do tema.

Por fim, muito agradeceria a Vossa Excelência, tendo em vista a


gravidade das alegações do autor da petição em comento, que REQUISITASSE
informações e cópia do alegado “relatório” para o Jornalista Guilherme de Abreu
Monteiro de Freitas Amado.
Não se pretende com essa sugestão, de forma alguma, a obtenção de
o:

informações sobre quem teria entregue o referido “relatório”, de maneira a se


preservar o sigilo da fonte, direito fundamental de todos nós, mas apenas esclarecer
op

os fatos e se o quadro descrito pelo autor é realmente grave.


Caso, a partir do pedido de exibição de documentos, o Supremo
Tribunal Federal obtenha acesso aos relatórios noticiados na reportagem, requer-se,
s

desde logo, que o signatário seja intimado para obter ciência dos mesmos."
pre

3. Conforme apontado, as informações foram divididas em tópicos, tratando de cada um dos pontos
principais. Seriam cinco pontos importantes: 1) inexistência de ato formal praticado pela ABIN; 2) Comparativo
Im

entre as notícias jornalísticas apresentadas; 3) e 4) tramitação de documentos no âmbito da ABIN e controles aos quais
a Agência está sujeita; e 5) providências já adotadas no âmbito da ABIN.
4. Nesse sentido, os pontos constantes do item 1, 3 e 4, já se encontram suficientemente destrinchados na
peça. A complementação se dará com apresentação de uma preliminar, relativa à utilização de petição em lugar de
reclamação constitucional, em relação ao ponto 2, no que diz respeito à utilização de notícia jornalística como prova,
em relação ao ponto 5, sobre as providências no âmbito da ABIN, especificamente quanto ao pedido formulado pela
Agência.

2. DA ANÁLISE JURÍDICA

2.1 preliminarmente - impossibilidade de aditamento após citação


5. Conforme aponta a petição ora em comento, a REDE Sustentabilidade pugna um aditamento da
inicial. No entanto, conforme aponta o art. 329 do Código de Processo Civil, aditamentos não são permitidos após a
citação:

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Art. 329. O autor poderá:


I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de
consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.

6. No presente caso, como a citação já ocorreu, o aditamento não poderia mais ser deferido.
7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se dá exatamente nesse sentido:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS (ANAMAGES).
LEGITIMIDADE ATIVA. LEI COMPLEMENTAR 1.031/2007 DO ESTADO DE SÃO

29
PAULO. NORMA DE INTERESSE DA MAGISTRATURA ESTADUAL. NÃO
IMPUGNAÇÃO À NORMA DO MESMO COMPLEXO NORMATIVO. AUSÊNCIA DE

65
INTERESSE DE AGIR. IMPOSSIBILIDADE DE ADITAMENTO DA INICIAL.
NECESSIDADE DE NOVAS INFORMAÇÕES. DESPROVIMENTO DO AGRAVO

DI
REGIMENTAL.
1. Embora a ANAMAGES represente apenas fração da classe dos magistrados, a
jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL passou a reconhecer a sua legitimidade
ativa quando a norma objeto de controle de constitucionalidade referir-se exclusivamente à
Magistratura de determinado ente da Federação. Precedentes.
2. A não impugnação de todas as normas que integram o conjunto normativo apontado como
inconstitucional implica a ausência do interesse de agir da parte requerente. Precedentes.
3. Entendimento desta CORTE no sentido de que o aditamento da inicial só é possível,
observados os princípios da economia e da celeridade processuais, quando a inclusão de
nova impugnação dispensa a requisição de novas informações. No presente caso, não é
possível tal aditamento com a finalidade de corrigir vício relativo à legislação não
impugnada do complexo normativo.
4. Agravo Regimental a que se nega provimento.
(ADI 4265 aGr - Rel. Min. Alexandre de Moraes. Julgamento: 09/04/2018)
:
Em por

8. Nesse sentido, tendo em consideração que o aditamento exigiu apresentação de novas "provas" - as
notícias jornalísticas - a petição deve ser desconsiderada, pois encontra-se extemporânea.
o
:
ss
pre

2.2 preliminarmente - mera petição não substitui Reclamação Constitucional - violação ao juiz
natural
Im

9. O Partido Político Rede Sustentabilidade, por meio de petição apresentada no âmbito da ADI nº
6.529/DF, e sob a narrativa de que estaria trazendo fatos novos ao ao processo, busca conseguir providência incidental
que, a toda evidência, reclama o manejo de instrumento apropriado, qual seja, o de uma Reclamação.
10. Com efeito, ao se analisar toda a argumentação trazida pelo Partido Político na petição ora em
comento, é possível se perceber que busca construir uma narrativa que converge para o imaginado fato de que a
Agência Brasileira de Inteligência estaria descumprindo o Acórdão proferido na ADI-MC nº 6.529/DF.
11. Ora, se o referido Partido Político pretende alertar o Supremo Tribunal Federal para um suposto
descumprimento de decisão sua, proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade, e dotada de efeitos erga omnes,
deveria o referido Partido ter se valido do instrumento apropriado para isso, previsto em no Regimento Interno do
referido Tribunal, qual seja, a Reclamação, tal como prevê a norma constante do § 1º do art. 70 do RISTF, e não ter
apresentado uma petição no bojo do processo onde foi proferido o Acórdão.
12. Com efeito, ao adotar o procedimento acima referido, o Partido Político além de desrespeitar a
sistemática prevista para a situação no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, acaba também direcionando a

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sua irresignação para um Relator que ele mesmo houve por bem em escolher, o que, por certo, ofende a garantia do
juiz natural prevista constitucionalmente, uma vez que, segundo o § 1º do art. 70 do RISTF, acima referido, a
reclamação constitucional deve ser submetida à livre distribuição quando tiver como causa de pedir o descumprimento
de súmula vinculante ou de decisão dotada de efeito erga omnes.
13. Por atribuição constitucional, presta-se a reclamação para preservar a competência do STF e garantir a
autoridade de suas decisões (art. 102, inciso I, alínea l, CF/88), bem como para resguardar a correta aplicação de
súmula vinculante (art. 103-A, § 3º, CF/88).
14. Observe-se que a REDE Sustentabilidade utilizou-se de mera petição atravessada nos autos para
garantir a autoridade de decisão proferida nos autos desta ADI 6529. No entanto, não é a forma como a jurisprudência
se posiciona, conforme aponta texto da ADI 2.212-1:

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 108, INCISO VII, ALÍNEA


I DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ E ART. 21,INCISO VI, LETRA J DO
REGIMENTO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. PREVISÃO, NO ÂMBITO
ESTADUAL, DO INSTITUTO DA RECLAMAÇÃO. INSTITUTO DE NATUREZA

2
PROCESSUAL CONSTITUCIONAL, SITUADO NO ÂMBITO DO DIREITO DE

65
PETIÇÃO PREVISTO NO ARTIGO 5º, INCISO XXXIV, ALÍNEA A DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ART. 22,INCISO I DA CARTA.

DI
1. A natureza jurídica da reclamação não é a de um recurso, de uma ação e nem de um
incidente processual. Situa-se ela no âmbito do direito constitucional de petição previsto
no artigo 5º, inciso XXXIV da Constituição Federal. Em conseqüência, a sua adoção pelo
Estado-membro pela via legislativa local, não implica em invasão da competência privativa da
União para legislar sobre direito processual (art. 22, I da CF).
2. A reclamação constitui instrumento que, aplicado no âmbito dos Estados-membros, tem
como objetivo evitar, no caso de ofensa à autoridade de um julgado, o caminho tortuoso e
demorado dos recursos previstos na legislação processual, inegavelmente inconvenientes
quando já tem a parte uma decisão definitiva. Visa, também, à preservação da competência
dos Tribunais de Justiça estaduais, diante de eventual usurpação por parte de Juízo ou outro
Tribunal local.
3. A adoção desse instrumento pelos Estados-membros, além de estar em sintonia com o
princípio da simetria, está em consonância com o princípio da efetividade das decisões
judiciais.
4. Ação direta de inconstitucionalidade improcedente.”(Grifou-se)
:
Em p r

15. Ada Pellegrini Grinover, em artigo sobre o tema, corrobora com esse entendimento:
“A meu ver, a providência em questão constitui uma garantia especial que pode ser subsumida
o
:

na cláusula constitucional que assegura “o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
ss

de direito ou contra a ilegalidade ou abuso de poder” (CF, art. 5, inciso XXXIV, letra a).”
p

16. No mesmo artigo, ela afasta a ideia de ser a Reclamação Constitucional recurso, ou até mesmo uma
Im

ação, assim proclamando:“[...] não se trata de ação, uma vez que não vai se rediscutir a causa com um terceiro; não
se trata de recurso, pois a relação processual já está encerrada,nem se pretende reformar a decisão mas antes
garanti-la.”
17. A vista do exposto, pugna, preliminarmente, esta Agência Brasileira de Inteligência para que a Petição
ora apresentada pelo Partido Político não seja recebida no âmbito da ADI-MC nº 6.529/DF.
18. Caso não seja acolhida esta preliminar, e apenas por amor ao debate, segue argumentação no que
tange ao mérito.

2.3 Mérito - Matéria jornalística não pode ser considerada prova

19. Como afirmado anteriormente, o Partido Político, com base em mera notícia (matéria jornalística),
imputa à Agência Brasileira de Inteligência a elaboração de Relatórios de Inteligência que teriam por objetivo
favorecer a defesa de Senador da República, filho do Presidente da República, em inquérito ao qual o parlamentar
responde.
20. Segundo a afirmação ora feita pelo Partido Político, amparada unicamente na reportagem acima

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referida, a ABIN teria elaborado tais relatórios contra a sua finalidade institucional, com desvio de finalidade, sem
motivação e de maneira contrária ao interesse público.
21. No entanto, contrariamente ao alegado na referida matéria jornalística, e consoante já exposto ao
longo do relatório fático apresentado, inexistiu qualquer ato produzido institucionalmente pela ABIN tendente a
produzir os relatórios de inteligência referidos na aludida reportagem, conforme esclarecido em notas pelo Gabinete
de Segurança Institucional e pela própria Agência Brasileira de Inteligência.
22. Com efeito, conforme já exposto linhas acima, a referida alegação do Partido Político autor encontra-
se ancorada apenas em uma especulação jornalística, o que, além de muito dificultar a produção de provas por parte da
Administração Pública, também não deveria servir de amparo para qualquer ação do Supremo Tribunal Federal, tendo
em vista que carece de devida precisão. Conforme apontado, a consulta a diversos órgãos de imprensa, leva a uma
ampla variedade de versões fáticas, o que dificulta sobremaneira a elaboração de defesa.
23. No presente caso, como não existiu qualquer relatório produzido institucionalmente, a defesa da
Agência centra-se na negativa de produção. Demais disso, como dito, os fatos apresentados pela imprensa tendem a se
revelar de variadas formas. A jurisprudência deste STF indica que notícia jornalística não pode ser tomada como
prova, verbis:

"EMENTA: Agravo regimental na petição. Representação mediante a qual se noticia a

6
existência de fatos supostamente ilícitos praticados por membro do Superior Tribunal de

DI
Justiça e por familiares. Manifesto descabimento da presente pretensão. Representação não
acompanhada de documento ou qualquer indício ou meio de prova minimamente aceitável que
noticie ou demonstre eventual ocorrência das práticas ilícitas apontadas pelo agravante.
Afirmações que partem de simples matérias jornalísticas anexadas aos autos. Ausência
de base empírica mínima. A parte se limitou a fazer interpretações de ordem conjectural a
respeito das reportagens. Investigação de magistrado que só pode ser feita pela própria
magistratura. Inteligência do art. 33, parágrafo único,da LOMAN. Prerrogativa que não
objetiva favorecer aqueles que exercem a magistratura, mas garantir a independência do
exercício de suas funções, além de evitar manipulações políticas de investigações e a
subversão da hierarquia. Doutrina e precedentes. Argumentos insuficientes para infirmar a
decisão agravada. Agravo regimental ao qual se nega provimento." (STF - Ag. Reg. na Petição
9.018 - Distrito Federal. Rel. Min. Dias Toffoli)

“MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA DE PROVA


PRÉ-CONSTITUÍDA. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.
o:

Remédio constitucional previsto no artigo 5º, LXIX, da Constituição da República e


disciplinado no artigo 1º, ‘caput’, da Lei nº 12.06/09. Ação constitucional que se presta a
op

proteger direito líquido e certo, que é aquele comprovado de plano, que se apresenta manifesto
na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração.
ss

E, por isso, exige a prova pré-constituída, sem a qual não se pode admitir o regular
desenvolvimento do processo de mandado de segurança, visto que não admitida a dilação
pre

probatória. Caso em apreço, no qual não se constata de plano a existência do direito alegado.
Matéria jornalística apresentada, que não se presta a tornar inequívoca a alegação do
impetrante acerca da afronta ao seu direito de propriedade. Imperiosa aplicação do
artigo 10, ‘caput’ , da Lei do Mandado de Segurança, ante a ausência do requisito legal
consistente na prova pré-constituída do direito líquido e certo. Precedente do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.” (MS nº 4199-75.2014.8.19.0000, Rel. Des.
ALCIDES DA FONSECA NETO – grifei)

24. Assim, a juntada de mera notícia jornalística não pode, em absoluto, ser tomada como prova de fato, e
muito menos como comprovação de ocorrência dos fatos ora em discussão imputados à Agência Brasileira de
Inteligência.

2.4 Sobre o pedido de exibição de documento

25. Conforme salientado ao longo da presenta peça processual, a Agência Brasileira de Inteligência

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(ABIN), tomou conhecimento de matéria jornalística divulgada pela Revista Época, em 11.12.2020, com o título "A
ABIN E A OPERAÇÃO PARA "DEFENDER FB" E ENTERRAR O CASO QUEIROZ".
26. Referida reportagem assevera informações inverídicas, destacadas em posicionamento oficial da
Agência datado de 14 de dezembro de 2020, no seguinte sentido:
Em relação a reportagens veiculadas pela imprensa, a Agência Brasileira de Inteligência
(ABIN) reitera que:
1 – Os mencionados relatórios não foram produzidos pela ABIN. Supostos trechos divulgados
apresentam-se mal redigidos, com linguajar atécnico que não guarda relação com a Atividade
de Inteligência;
2 – A Agência desenvolve seus trabalhos de maneira integrada e cooperativa, não havendo
setores fragmentados de sua institucionalidade, sendo falsa a afirmação de existência de
“ABIN paralela” ou “ABIN clandestina”;

A
3 – As acusações se pautam em torpe narrativa, desprovida de conjunto probatório,
supostamente contida em documentos que não foram produzidos pela Agência Brasileira de

-10
5.9 9
Inteligência;
4 – O intuito único é desacreditar uma instituição de Estado e os servidores que compõem seus

81
.79 I 5
quadros;
5 – Reitera-se, na íntegra, a Nota à Imprensa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), de

D
23 de outubro de 2020, na qual é declarado não ter sido realizada qualquer ação por entender
que, dentro das suas atribuições legais, não competia ao GSI ou à ABIN qualquer providência
a respeito do tema;
6 – A ABIN acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para que adote medidas capazes de

27.
restabelecer a verdade dos fatos.
05
Tal conduta extrapola o mero exercício do direito de liberdade de informação, já que a reportagem
70
ultrapassa os limites da função jornalística, que é de informar à coletividade fatos e acontecimentos, de maneira
objetiva, sem alteração da verdade. Aliás, a eficácia do próprio direito à informação decorre da veiculação de
0:4

informações verídicas, sob pena de prejudicar o direito de ser informado de cada cidadão.
28. Com efeito, muito embora a referida matéria jornalística tenha imputado a elaboração dos relatórios à
0:3

ABIN, em momento algum apresentou documento, material, ou qualquer comprovação de sua origem. Registre-se que
a aludida matéria jornalística se limitou a divulgar apenas trechos dos relatórios recebidos, que, inclusive, chamaram a
-2

atenção desta Agência justamente por se apresentarem com redação fora do padrão de documentos produzidos no
âmbito do órgão, com adoção de linguajar atécnico que não guarda relação com a atividade de inteligência.
/

29. Ou seja, a Agência Brasileira de Inteligência ora se depara com uma acusação que, além de ser
/12
Em or

desprovida de suporte probatório, tenta se sustentar em relatórios que não foram produzidos institucionalmente por
ela.
1: 5

30. Diante deste cenário, a apresentação dos documentos por parte do jornalista que os detém torna-se
o

imprescindível, a fim de que a Agência possa não apenas averiguar o seu conteúdo bem como adotar medidas
ss

tendentes ao pronto esclarecimento da verdade dos fatos, além de facultar o exercício do seu direito constitucional de
pe

ampla defesa em sua plenitude.


31. Ressalte-se, conforme apontado no relatório fático apresentado pelo Diretor-Geral, que o sigilo da
Im

fonte estará plenamente preservado, tendo em vista que o que se busca obter não seria a revelação da origem dos
relatórios, mas os documentos em si, a fim de comprovar sua ilegitimidade e, a partir daí, adotar as providências
cabíveis.
32. Deste modo, e com amparo no artigo 401 do Código de Processo Civil, a partir de pedido formulado
pelo Diretor da Agência em seu Relatório Fático (em anexo), pugna a Agência Brasileira de Inteligência para que o
jornalista responsável pela reportagem ora em comento seja citado e instado a apresentar os relatórios referidos na
notícia, que se encontram em seu poder, e que, segundo a sua ótica, teriam sido produzidos pela ABIN.

3. CONCLUSÃO
33. Diante do exposto, requer-se, inicialmente, o acolhimento das preliminares suscitadas, no sentido de
não se admitir aditamento após a citação e de não reconhecer a fungibilidade entre a Reclamação e mera petição
atravessada nos autos, em virtude de afronta ao princípio do juiz natural.
34. No mérito, caso superada a preliminar, a Agência Brasileira de Inteligência informa que os pedidos
formulados nos itens I e III não geram efeitos práticos no âmbito do órgão, tendo em vista que não existe relatório
produzido institucionalmente no âmbito da ABIN, e que o teor da decisão proferida nos autos desta ADI está sendo

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observada pelo órgão.


35. Por fim, em virtude de pedido formulado pelo Diretor-Geral, e com amparo no artigo 401 do Código
de Processo Civil, requer a Agência Brasileira de Inteligência que o jornalista responsável pela reportagem ora em
comento seja citado e instado a apresentar os relatórios referidos na notícia, que se encontram em seu poder, e que,
segundo a sua ótica, teriam sido produzidos pela ABIN.
Brasília, 15 de dezembro de 2020.

MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO


ADVOGADO DA UNIÃO
CHEFE DA ASJUR-ABIN

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o

29
fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00091015460202012 e da chave de acesso 358ba15f

Documento assinado eletronicamente por MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 552576497 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO.
Data e Hora: 15-12-2020 18:49. Número de Série: 17156653. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.

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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
ASSESSORIA JURÍDICA JUNTO A AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA
GABINETE
SPO ÁREA 05, QUADRA 01, BLOCO A ASA SUL CEP:70610-905, TEL: (61)3445-8000

DESPACHO n. 00269/2020/ASJUR-ABIN/CGU/AGU

NUP: 00091.015376/2020-07
INTERESSADOS: ABIN AGENCIA BRASILEIRA DE INTELIGENCIA
ASSUNTOS: DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

6
1. Aprovo o documento em anexo.
2. Observo que a demanda judicial se faz necessária a fim de que se confirme que o documento
referenciado na matéria jornalística, conforme aponta o relato fático do Sr. Diretor-Geral, não foi produzido
institucionalmente pela ABIN.
3. A partir dessa confirmação, será possível a eventual adoção de outras providências judiciais, na seara
cível e criminal, e administrativas.

Brasília, 11 de dezembro de 2020.

MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO


ADVOGADO DA UNIÃO
CHEFE DA ASJUR-ABIN
Em r

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o


es

fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00091015376202007 e da chave de acesso 46497e09

Documento assinado eletronicamente por MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550656380 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO.
Data e Hora: 11-12-2020 20:47. Número de Série: 17156653. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.

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Processo nº 00091.015500/2020-26

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Gabinete do Diretor Geral da Agência Brasileira de Inteligência

Brasília, 15 de dezembro de 2020.


Relatório Fá co nº 02/2020/GAB/ABIN

Trata-se de pe ção protocolada pelo par do REDE Sustentabilidade, no âmbito da ADI


6529, que tramita perante o Supremo Tribunal Federal, que apresenta, exclusivamente com base em

29
no cia jornalís ca, denúncia da existência de reunião man da entre o Ministro-Chefe do GSI e o Diretor-
Geral da ABIN e as advogadas de Senador da República.

6
Observe-se que tal matéria já está sendo tratada no âmbito do MS 37.504, relatoria do
Min. Ricardo Lewandowski, no âmbito do qual, inclusive, foi protocolada pe ção semelhante pela mesma

DI
REDE sustentabilidade, na mesma data de 12/12/20.
Segundo a peça ora em comento, após a reunião, confirmada pelo GSI e pelas advogadas
do Senador, teria havido relatório supostamente produzido no âmbito da ABIN e encaminhado à defesa
do Senador. Tal afirmação, repise-se, está fundamentada exclusivamente em no cia jornalís ca, o que
dificulta imensamente a produção de informações.
Como será demonstrado a seguir, a ancoragem exclusiva em fato no ciado pela imprensa
não pode servir de base para qualquer ação do Supremo Tribunal Federal. Isto porque: 1) carece da
devida precisão pois, ao se consultar outros órgãos de imprensa, os fatos tendem a ser um pouco
diversos; 2) a jurisprudência do STF não aceita como prova a mera no cia jornalís ca.
Tornando ao caso concreto, a peça protocolada argumenta que “as iniciais preocupações
com a u lização de Abin, GSI (e até mesmo o Serpro) para fins meramente pessoais da família do Sr.
Presidente da República efe vamente se concre zaram da pior forma possível, com a produção de
:

verdadeiros relatórios de uma inteligência estatal quase paralela, avessa às finalidades cons tucional e
Em por

legalmente estabelecidas para os órgãos federais referidos.”


Alega ainda que o acórdão proferido nesta ADI teria sido descumprido, na parte em que
o
:

determina “que as solicitações realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência sejam eivadas de
ss

mo vação que consiga demonstrar que os dados pretendidos estejam de acordo com as finalidades
pre

previstas na legislação e, antes de qualquer coisa, em harmonia com a Cons tuição”, bem como que “os
órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer dados e
conhecimentos específicos à ABIN quando comprovado o interesse público da medida, afastada qualquer
Im

possibilidade desses dados atenderem interesses pessoais ou privados”


Mais adiante, afirma que “Há, par ndo dessa premissa legal, ní do desvio de finalidade
em se u lizar a Abin para promover uma espécie de contrainves gação criminal - sendo que a finalidade
legal da Abin sequer é inves gatória, mas de mero assessoramento em assuntos públicos com a produção
de relatórios de inteligência.”
O segundo argumento refere-se à falta de mo vação: “Em segundo lugar , no acórdão
proferido no bojo da presente ação, essa Eg. Corte também foi clara ao estabelecer que “ toda e qualquer
solicitação de dados deverá ser devidamente mo vada para eventual controle de legalidade pelo Poder
Judiciário ”. Além, é claro, do natural controle externo da a vidade de inteligência promovido pelo Poder
Legisla vo, responsável legal pela fiscalização de referidos atos.”
Por fim, a pe ção trata da necessidade de dar cumprimento a outros elementos do
acórdão prolatado, principalmente em relação à rastreabilidade e à formalização do documento. Veja-se:
“Em terceiro lugar , as reportagens inves ga vas mostram que a Abin tenta obter dados
sigilosos junto à Receita Federal e ao Serpro. Naturalmente, alguns desses dados fiscais e gerais podem
ser gravados pela cláusula cons tucional de reserva de jurisdição, o que, em tese, deveria impedir a
tenta va de devassa das informações sigilosas. Novamente, para se aferir a incons tucionalidade nesse
ponto, é salutar que os órgãos referidos remetam a essa Eg. Corte quais foram, ao exato, os dados que
tentaram acessar, para que se verifique eventual atalho incons tucional à necessidade de ordem judicial
levantando o sigilo.
Por fim, e em quarto lugar , outro preceito cons tucional porventura descumprido, e
essencial para a adequada apuração judicial do caso, é justamente a necessidade de formalização. Com
efeito, o v. acórdão ora citado confirmou ser fundamental que também haja demonstração de que tais
solicitações tenham ocorrido por “procedimento formalmente instaurado”, com “sistemas eletrônicos de
segurança e registro de acesso”. Somente com referidos registros de acesso e de procedimento é que se
pode exercer um adequado controle das a vidades de inteligência.”
Os pedidos, no que tange à Agência Brasileira de Inteligência, foram formulados no sen do

29
de: 1) abster-se de atuar, junto à Receita e ao SERPRO, no sen do de auxiliar defesa de Senador da

65
República; 2) fornecer ao STF cópia integral das fundamentações fá cas e jurídicas, dos relatórios
produzidos e dos processos, procedimentos, protocolos, registros de acesso e quaisquer outras

DI
informações que possibilitem o controle judicial dos procedimentos de inteligência emi dos no caso.
Em primeiro lugar, será demonstrado que inexis u qualquer ato oficialmente produzido
pela ABIN.
A seguir, será traçado um compara vo entre diversas notas que foram publicadas na
imprensa, a fim de ressaltar suas nuances e deixar claro que não podem servir como prova para
fundamentar qualquer medida judicial.
Em con nuação, esta peça vai listar os controles aos quais a ABIN está subme da, todos
estabelecidos a fim de impedir a perpetração de a vidades irregulares no âmbito da Agência.
Em um úl mo tópico, serão listadas as providências adotadas pela Agência a par r do
conhecimento da no cia jornalís ca.

1. Da Inexistência de ato pra cado pelo Diretor-Geral da ABIN


:
Em por

A peça jornalís ca em questão já havia sido devidamente desmen da pelo Gabinete de


Segurança Ins tucional em nota oficial do GSI, emi da em 23/10/2020, nos seguintes termos:
“Chegou ao conhecimento do GSI, de maneira informal, por meio das advogadas Luciana
ss

Pires e Juliana Bieerenbach, informação acerca de supostas irregularidades, que teriam sido come das
em relatórios da Receita Federal.
p

De acordo com as citadas advogadas, tais denúncias foram trazidas ao GSI, em tese, por
Im

a ngir integrante da família presidencial. Entretanto, à luz do que nos foi apresentado, o que poderia
parecer um assunto de segurança ins tucional, configurou-se como um tema, tratado no âmbito da
Corregedoria da Receita Federal, de cunho interno daquele órgão e já judicializado.
Diante disso, o GSI não realizou qualquer ação decorrente. Entendeu que, dentro das suas
atribuições legais, não lhe compe a qualquer providência a respeito do tema.”
Na matéria publicada na data de 12/12/2020, o jornalista imputa à ABIN diversas condutas
irregulares, sendo a mais importante delas a produção de relatórios de inteligência a fim de auxiliar a
defesa pessoal de Senador da República.
Tal posicionamento foi posteriormente ra ficado pelo Ministro de Estado Chefe do
Gabinete de Segurança Ins tucional da Presidência da República, em perfil da rede Twi er, na data de
28/10/2020:
“O jornalista Guilherme Amado afronta, outra vez, a hones dade intelectual e acusa GSI e
ABIN de par cipar da defesa do Sen Flávio Bolsonaro. As duas ins tuições não realizaram qq
procedimento ou providência nesse assunto, exatamente por não ser afeto à Seg Ins tucional."
Na data de 14/12/2020, o GSI emi u nova nota, reiterando posicionamento anterior:
Em relação à matéria publicada hoje, na Revista Época, assinada pelo repórter Guilherme
Amado, com o tulo “Abin fez relatórios para orientar defesa de Flávio Bolsonaro na anulação de caso
Queiroz”, informamos o seguinte:
1. Mais uma vez, o repórter, obcecado pelo assunto, redige extensa matéria, na tenta va de difamar o
GSI, a Abin e seus servidores.
2. O GSI reitera, na íntegra, a Nota à Imprensa, de 23 Out 2020, em que afirmou que não
realizou qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das suas atribuições legais, não lhe
compe a qualquer providência a respeito do tema.
3. As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas narra vas e abordam
supostos documentos, que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência.

9
4. Lamentamos a insistência manifesta da Revista, em agir contra Ins tuições de Estado,

52
apesar de manifestações oficiais anteriores, que apresentaram, à sociedade e à imprensa, de forma
transparente, a verdade dos fatos.
Ainda em 14/12/2020, como será melhor desenvolvido mais adiante, esta ABIN

DI
encaminhou pedido à Assessoria Jurídica do órgão para atuação perante o Poder Judiciário, no intuito de
obter os citados relatórios. Do Relatório Fá co assinado naquela oportunidade, extrai-se o seguinte
trecho:
“Ressaltando posicionamento emi do anteriormente pelo Gabinete de Segurança
Ins tucional, conforme já ressaltado anteriormente, afirmo que esta Agência não emi u relatórios de
inteligência referidos na matéria, ou qualquer documento relacionado ao tema.
O ocorrido se deu conforme descreve a nota do GSI: após a reunião, não houve qualquer
ação decorrente, seja por parte do GSI, conforme apontam as notas destacadas, seja no âmbito da
ABIN, por não se tratar de assunto de segurança ins tucional, mas de tema de cunho interno da
Receita Federal, já tratado no âmbito da Corregedoria daquele órgão.”
Nesse sen do, inexiste qualquer ato pra cado pelo Diretor-Geral da Agência Brasileira de
Inteligência que tenha relação com a no cia, sendo a pe ção apresentada pela REDE Sustentabilidade
:

inapta a produzir qualquer efeito.


Necessário, portanto, diferenciar o que é fato e o que configura mera especulação a
Em p

respeito da situação. O que exis u, e tanto a nota emi da pelo GSI quanto o Tweet do Gen. Heleno
so
:

confirma, é apenas a realização de uma reunião, marcada para verificar ocorrência de eventual violação
de segurança ins tucional, entre o Gabinete de Segurança Ins tucional, com par cipação do Diretor-
res

Geral da Agência Brasileira de Inteligência, com a defesa de um Senador da República e filho do


Presidente da República. Nesse sen do, importante relembrar a competência deferida ao GSI nos termos
mp

da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019:

Art. 10. Ao Gabinete de Segurança Ins tucional da Presidência da República compete:


I - assis r diretamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições,
especialmente quanto a assuntos militares e de segurança;
II - analisar e acompanhar assuntos com potencial de risco, prevenir a ocorrência de crises
e ar cular seu gerenciamento, na hipótese de grave e iminente ameaça à estabilidade ins tucional;
III - coordenar as a vidades de inteligência federal;
IV - coordenar as a vidades de segurança da informação e das comunicações no âmbito
daadministração pública federal;
V - planejar, coordenar e supervisionar a a vidade de segurança da informação no âmbito
da administração pública federal, nela incluídos a segurança ciberné ca, a gestão de incidentes
computacionais, a proteção de dados, o credenciamento de segurança e o tratamento de informações
sigilosas;
VI - zelar, assegurado o exercício do poder de polícia:
a) pela segurança pessoal:
1. do Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
2. dos familiares do Presidente da República e do Vice-Presidente da República; e
3. dos tulares dos órgãos de que trata o caput do art. 2º desta Lei e, excepcionalmente,
de outras autoridades federais, quando determinado pelo Presidente da República; e
b) pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do Presidente da República e
do Vice-Presidente da República;
Desta forma, a reunião realizada é completamente regular, por estar dentro das
competências atribuídas legalmente ao GSI, órgão do qual a ABIN faz parte. Como não foi constatada

29
violação de segurança ins tucional, não houve nenhuma providência decorrente do encontro.

65
A especulação constante da pe ção inicial diz respeito às consequências de tal reunião.
Conforme apontam os documentos citados – notas oficiais do GSI e Relatório Fá co firmado pelo Diretor-

DI
Geral da Agência – não houve adoção de qualquer providência no âmbito do GSI e da Agência Brasileira
de Inteligência que tenha decorrido da reunião man da, por se tratar de assunto já judicializado, e
tratado no âmbito da Corregedoria da Receita Federal.

2. Compara vo entre no cias publicadas


Conforme aponta a pe ção protocolada pelo par do REDE sustentabilidade, na data de
11/12/2020, o sí o eletrônico da revista Época publicou matéria assinada pelo jornalista Guilherme
Amado, in tulada “A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz”
(h ps://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-defender- -enterrar-caso-queiroz-
24791200) (cópia em anexo).
Trata-se de con nuação de matéria anterior, publicada em 23/10/20 pelo mesmo
jornalista, sob o tulo “Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queiroz; governo
:

se mobiliza para encontrar prova” (h ps://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-


Em por

bolsonaro-suspeita-que-pode-anular-caso-queiroz-governo-se-mobiliza-para-encontrar-prova-24706926 -
cópia em anexo).
A reportagem, como afirmado anteriormente, já foi devidamente desmen da, de forma
s
res

oficial, por diversas vezes, pelo Ministro-Chefe do GSI, tendo em vista que tais relatórios não foram
produzidos ins tucionalmente pela ABIN.
Segue os principais trechos da matéria:
Im

“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos dois relatórios de


orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os
documentos que permi ssem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos,
ob dos pela coluna e cuja auten cidade e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin
detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB) (...).
Enviados em setembro para Flávio e repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam
com uma versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Ins tucional, que
afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do
senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.”
“Um dos documentos é autoexplica vo ao definir a razão daquele trabalho. Em um campo
in tulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante
de acessos imo vados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para
Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.”
“No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender FB no caso Alerj”, a Abin
classifica como uma “linha de ação” para cumprir a missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’,
demonstrando acessos imo vados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então sobre a dificuldade
para a obtenção dos dados pedidos à Receita e, num padrão que permanece ao longo do texto, faz
imputações a servidores da Receita e a ex-secretários, a exemplo de Everardo Maciel.”
“O relatório sugere a subs tuição dos “postos”, em provável referência a servidores da
Receita, e, sem dar mais detalhes, afirma que essa recomendação já havia sido feita em 2019.
“Permanece o entendimento de que a melhor linha de ação para tratar o assunto FB e
principalmente o interesse público é subs tuir os postos conforme relatório anterior. Se a sugestão de
2019 vesse sido adotada, nada disso estaria acontecendo, todos os envolvidos teriam sido trocados com
pouca repercussão em processo interno na RFB!”, explica o texto.”
Em reportagem publicada no Jornal “O Globo” (h ps://oglobo.globo.com/brasil/revista-
epoca-abin-fez-relatorios-para-orientar-defesa-de-flavio-bolsonaro-na-anulacao-do-caso-queiroz-1-

9
24792193), o mesmo jornalista Guilherme Amado afirma que:

65
“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos dois relatórios de
orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os
documentos que permi ssem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos,

DI
ob dos pelo colunista Guilherme Amado, da Revista Época, e cuja auten cidade e procedência foram
confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa
em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um
escru nio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.
Enviados em setembro para Flávio e repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam
com uma versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Ins tucional, que
afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do
senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.”
(grifo nosso)
O colunista Lauro Jardim, em blog sediado no sí o eletrônico de “O Globo”,
(h ps://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tenta va-de-flavio-bolsonaro-para-diminuir-o-fogo-
dos-relatorios-da-abin.html) (cópia em anexo), publicou matéria em que afirma:
“A Abin já afirmou em nota que não produziu relatório algum. Um truque retórico, pois o
m: por:

material não foi confeccionado de forma oficial. O fato é que foi gestado na Abin, que o enviou a Flavio
Bolsonaro. O 01, por sua vez, o enviou a algumas pessoas.” (grifo nosso)
so

O portal Terra também publicou matéria sobre o tema, na data de 11/12/2020, firmada
por Felipe Frazão e Tania Monteiro sob o tulo “Abin orientou defesa de Flávio a agir em inquérito das
res

'rachadinhas'” (h ps://www.terra.com.br/no cias/abin-orientou-defesa-de-flavio-a-agir-em-inquerito-


das-rachadinhas,19d116b40beecf696acc00a9873ee2d5yswawqvt.html)
mp

“BRASÍLIA - A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) encaminhou orientações por escrito


a advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, sobre
como agir para tentar inocentá-lo no caso das rachadinhas. A informação foi revelada pela revista Época
e confirmada pelo Estadão.
(...)
As orientações foram repassadas por integrantes da cúpula da Abin para a defesa do
senador pelo WhatsApp. São dois textos digitados diretamente no aplica vo e não compar lhados
como relatórios de inteligência em arquivo mbrado da Abin ou papel digitalizado.” (grifo nosso)
Verifica-se, portanto, que, a depender da matéria ou do órgão de imprensa escolhido, a
versão é muito diferente. Conforme a reportagem original, do jornalista Guilherme Amado, existem dois
“documentos” produzidos pela ABIN, por ele denominados “relatórios de orientação”.
Caso se adote a versão do colunista Lauro Jardim, não haveria documento oficial, nem
relatório, pois o material “não foi confeccionado de forma oficial”, mas teria sido “gestado na ABIN”.
Por fim, a versão do Portal Terra seria semelhante à de Lauro Jardim, acrescentando que as
orientações teriam sido “repassadas por integrantes da cúpula da ABIN” e seu formato seria de “(...) dois
textos digitalizados diretamente no aplica vo e não compar lhados como relatórios de inteligência em
arquivo mbrado da ABIN ou papel digitalizado”
Isso dificulta sobremaneira o exercício do contraditório/ampla defesa por parte da
Agência, já que as no cias jornalís cas carecem de precisão. Nesse sen do, a defesa da União fica
prejudicada, pela miríade de versões apresentadas, conforme o veículo adotado.
De todo modo, o que persiste, e que já foi repisado diversas vezes neste documento, é que
nenhum documento foi produzido de forma ins tucional pela Agência.
A prova de tal fato torna-se impossível, tendo em vista que a ABIN não teve acesso aos
documentos. Até mesmo para possibilitar atuação cível, criminal e administra va de correção, foi que o
Diretor-Geral tomou providências no sen do de instar a Advocacia-Geral da União para obter acesso a
tais documentos, conforme será detalhado em tópico a seguir.

3. Controles aos quais a produção de Relatórios de Inteligência da ABIN está subme da

6
Cabe aqui ressaltar a distância entre o teor dos supostos relatórios de inteligência que

DI
teriam sido recebidos pelas advogadas e o padrão de documentos produzidos pela ABIN.
Os Relatórios de Inteligência (Relints) produzidos pela ABIN tramitam de forma segura e
controlada. Seguem normas procedimentais e são iden ficados a par r de seu Número Único de
Protocolo (NUP) e, quando finalizados, recebem o tratamento adequado ao seu caráter sigiloso. A difusão
eletrônica de documentos é feita por meio de criptografia e acompanhada pela área de gestão
documental.
Os Relints, antes de sua difusão, passam por revisão, aprovação e controle pela Alta
Direção da ins tuição. A redação de um Relint não comporta iniciais de pessoas como forma de
iden ficação ou códigos além do já citado NUP. Os trechos dos supostos documentos citados na matéria
jornalís ca não guardam qualquer correlação com nenhum relatório de inteligência produzido dentro da
ABIN.
Toda a entrada e saída de Relints é controlada, portanto a agência pode afirmar, com
m: or:

segurança, que não houve qualquer Relatório de Inteligência produzido pelo órgão sobre o caso em
questão.
Os sistemas internos de gestão documental inclusive estão sempre passando por constante
so

aprimoramento para que sejam mais ágeis e seguros e o mizados para melhor aproveitamento da força
de trabalho.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores, gravemente e sem
pr

provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de finalidade, em arrepio ao texto
Im

cons tucional, é manifesto”. Ora, de que desvio de finalidade estamos falando se a ABIN não produziu
Relatório de Inteligência algum nesse caso? Estamos vivendo um regime de exceção não pelo que
afirmam as matérias sensacionalistas citadas e reproduzidas sem qualquer zelo pelos autores, mas sim,
pela an juridicidade de um pedido que não apresenta provas e ainda assim tramita junto à mais alta
corte do País.

4. Controles aos quais a solicitação de dados e informações pela ABIN está subme da
É importante destacar que o objeto originário da ADI 6529 foi o compar lhamento de
dados e informações dos órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) com a ABIN. Na decisão da
medida cautelar foi determinado que:
“a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer
dados e conhecimentos específicos à ABIN quando comprovado o interesse público da medida, afastada
qualquer possibilidade desses dados atenderem interesses pessoais ou privados; b) toda e qualquer
decisão que solicitar os dados deverá ser devidamente mo vada para eventual controle de legalidade
pelo Poder Judiciário; c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes às
comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva de jurisdição não podem ser compar lhados na
forma do disposi vo em razão daquela limitação, decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e d)
nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à ABIN, é imprescindível procedimento
formalmente instaurado e a existência de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso,
inclusive para efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou abusos, nos termos
do voto da Relatora, vencido o Ministro Marco Aurélio, que indeferia o pedido”.
A ABIN solicita informações aos demais integrantes do SISBIN mediante Pedido de
Conhecimento de Inteligência (PCI).
Os PCI são documentos formais previstos em norma vos internos cuja elaboração, assim
como ocorre com os Relints, segue rigoroso processo de revisão pela Alta Direção do órgão, com vistas a
iden ficar o cumprimento dos requisitos como interesse público, finalidade, mo vação e respeito à
reserva de jurisdição. Sua difusão eletrônica é feita seguindo protocolos de segurança, com a adoção de

9
criptografia e a tramitação por meios seguros.
Observa-se, dessa forma, que toda solicitação de informações pela ABIN está em perfeita

I6
consonância com a decisão cautelar proferida na presente ADI. No entanto, é imperioso destacar que não
houve qualquer requisição à Receita Federal, ao Serpro ou a qualquer outro órgão de informações ou
dados relacionados ao “Caso Queiroz”.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores, gravemente e sem
provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de finalidade, em arrepio ao texto
cons tucional, é manifesto”. Não se pode falar em desvio de finalidade, tendo em consideração que não
existe atuação ins tucional.

5. Providências adotadas no âmbito desta ABIN


Na data de 11/12/2020, o Sr. Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência firmou o
Relatório Fá co n 01/2020/GAB/ABIN, (cópia em anexo) informando ter tomado conhecimento da
no cia, e afirmando, taxa vamente, que a Agência “não emi u relatórios de inteligência referidos na
matéria, ou qualquer documento relacionado ao tema”.
:

Após relatar como a situação ocorreu, ressalta a necessidade de que a Agência tenha
E po

acesso a tais relatórios constantes da no cia, não apenas para restabelecer a verdade, já que não existe
relatório produzido ins tucionalmente pela ABIN, mas também com o propósito de atuar no sen do de
o
:

adotar providências necessárias.


O Diretor-Geral cita ainda matéria veiculada pelo sí o “O Antagonista”, para caracterizar
pre

que a Agência está tendo prejuízo em sua imagem com a divulgação de tais no cias:
Cumpre observar que a matéria já gerou consequências nefastas para a imagem da
Im

Agência Brasileira de Inteligência, como se pode notar em outra matéria jornalís ca publicada pelo sí o
eletrônico “O Antagonista”, sob o tulo “"É inaceitável em todos os sen dos. A Abin passou de qualquer
limite", diz presidente do Sindifisco”, que entrevistou o Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal do Brasil (h ps://www.oantagonista.com/brasil/e-inaceitavel-em-todos-os-
sen dos-a-abin-passou-de-qualquer-limite-diz-presidente-do-sindifisco/). Ressalte-se, em relação à
matéria, que o prejuízo à imagem da Agência é manifesto, conforme aponta o seguinte trecho:
“Se não bastasse a gravidade de se ter uma agência de inteligência mobilizada para
defender o filho do presidente da República, acusado de atos ilícitos, não se pode admi r que um órgão
de governo busque interferir num órgão de Estado, protegido pela Cons tuição Federal, sugerindo
afastamentos de servidores públicos.”

A seguir, a Assessoria Jurídica desta ABIN emi u o Parecer n. 00254/2020/ASJUR-


ABIN/CGU/AGU, aprovado pelo DESPACHO n. 00269/2020/ASJUR-ABIN/CGU/AGU. No sobredito parecer,
a ASJUR/ABIN “em razão do caso em análise cuidar da imputação a um órgão do Poder Execu vo Federal
da prá ca de atos irregulares, entendemos que, nos termos do parágrafo único do art. 1º c/c o art. 9º da
Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, ele deva ser levado ao conhecimento da
Procuradoria-Geral da União, a fim de que ela, analisando-o, possa adotar medidas judiciais tendentes à
defesa dos interesses da ABIN na situação acima exposta.”
No despacho supracitado, o Chefe da ASJUR/ABIN afirma que “ a demanda judicial se faz
necessária a fim de que se confirme que o documento referenciado na matéria jornalís ca, conforme
aponta o relato fá co do Sr. Diretor-Geral, não foi produzido ins tucionalmente pela ABIN.” e que, a
par r de tal confirmação, “(...)será possível a eventual adoção de outras providências judiciais, na seara
cível e criminal, e administra vas.”
Por fim, já no âmbito da AGU, o Subprocurador-Geral da União – Subs tuto encaminhou a
matéria, após constatar a existência de interesse público no ajuizamento da medida a par r dos
documentos apresentados, encaminhou a matéria para a Procuradoria-Regional da União na 3ª Região
Neste momento, a ABIN aguarda posicionamento da AGU sobre o ajuizamento da ação.

9
Nesse sen do, encareço ao STF a citação do jornalista que detém os dados do suposto

65
documento produzido pela ABIN para que forneça os relatórios citados a fim de que seja possível a
adoção das eventuais medidas cabíveis.
Concluindo, no que tange aos pedidos apresentados:
1. Quanto ao primeiro pedido (i), a ABIN concorda plenamente. Isto não somente porque
não se trata de atuação ins tucional, conforme já repisado por diversas vezes neste relato, mas ainda por
não ter acontecido nenhuma atuação ins tucional da Agência. Ressalte-se, ainda, que o Acórdão
proferido na ADI 6529 está sendo cumprido pela Agência em sua integralidade, e os fatos relatados na
no cia não representam a atuação ins tucional, se é que são verdadeiros;
2. No que tange ao terceiro pedido (iii), resta ele prejudicado, tendo em vista que os papéis
não foram produzidos ins tucionalmente pela ABIN, e esta Agência não detém nenhum relatório ou
documento, no âmbito desta Agência, que trate do tema.
Por fim, muito agradeceria a Vossa Excelência, tendo em vista a gravidade das alegações
do autor da pe ção em comento, que REQUISITASSE informações e cópia do alegado “relatório” para o
Jornalista Guilherme de Abreu Monteiro de Freitas Amado.
:

Não se pretende com essa sugestão, de forma alguma, a obtenção de informações sobre
E po

quem teria entregue o referido “relatório”, de maneira a se preservar o sigilo da fonte, direito
fundamental de todos nós, mas apenas esclarecer os fatos e se o quadro descrito pelo autor é realmente
o
:

grave.
Caso, a par r do pedido de exibição de documentos, o Supremo Tribunal Federal obtenha
re

acesso aos relatórios no ciados na reportagem, requer-se, desde logo, que o signatário seja in mado
mp

para obter ciência dos mesmos.

ALEXANDRE RAMAGEM RODRIGUES


Diretor-Geral

Documento assinado eletronicamente por Alexandre Ramagem Rodrigues, Diretor-Geral, em


15/12/2020, às 18:25, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida informando o código verificador 2285226 e o


código CRC 6D0DB147 no site:
https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0

Referência: Processo nº 00091.015500/2020-26 SEI nº 2285226


SEI/PR - 2278871 - Relatório https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento...

Processo nº 00091.015376/2020‐07

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Gabinete do Diretor Geral da Agência Brasileira de Inteligência

Brasília, 11 de dezembro de 2020.


Relatório Fá1co nº 01/2020/GAB/ABIN

Na data de hoje, o sí1o eletrônico da revista Época publicou matéria assinada pelo jornalista
Guilherme Amado, in1tulada “A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz”
(hCps://epoca.globo.com/guilherme‐amado/a‐abin‐a‐operacao‐para‐defender‐E‐enterrar‐caso‐queiroz‐

9
24791200) (cópia em anexo).
Trata‐se de con1nuação de matéria anterior, publicada em 23/10 pelo mesmo jornalista, sob o

6
Ktulo “Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queiroz; governo se mobiliza para

DI
encontrar prova” (hCps://epoca.globo.com/guilherme‐amado/defesa‐de‐flavio‐leva‐bolsonaro‐suspeita‐
que‐pode‐anular‐caso‐queiroz‐governo‐se‐mobiliza‐para‐encontrar‐prova‐24706926 ‐ cópia em anexo).
A peça jornalís1ca em questão já havia sido devidamente desmen1da pelo Gabinete de
Segurança Ins1tucional em nota oficial do GSI, nos seguintes termos:
“Chegou ao conhecimento do GSI, de maneira informal, por meio das advogadas Luciana Pires e
Juliana Bieerenbach, informação acerca de supostas irregularidades, que teriam sido come"das em relatórios da
Receita Federal.
De acordo com as citadas advogadas, tais denúncias foram trazidas ao GSI, em tese, por a"ngir
integrante da família presidencial. Entretanto, à luz do que nos foi apresentado, o que poderia parecer um assunto
de segurança ins"tucional, configurou‐se como um tema, tratado no âmbito da Corregedoria da Receita Federal,
de cunho interno daquele órgão e já judicializado.
Diante disso, o GSI não realizou qualquer ação decorrente. Entendeu que, dentro das suas
r:

atribuições legais, não lhe compe"a qualquer providência a respeito do tema.”

Na matéria publicada na data de hoje, o jornalista imputa à ABIN diversas condutas irregulares,
o
m:
ss

sendo a mais importante delas a produção de relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de
Senador da República.
Segue os principais trechos da matéria:
mp

“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos dois relatórios de orientação para
Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que permi"ssem
embasar um pedido de anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos, ob"dos pela coluna e cuja auten"cidade
e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta
organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB) (...). Enviados em setembro para Flávio e repassados
por ele para seus advogados, os documentos contrastam com uma versão do general Augusto Heleno,
ministro‐chefe do Gabinete de Segurança Ins"tucional, que afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação
da Inteligência do governo após a defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem,
diretor da Abin, em 25 de agosto.”
“Um dos documentos é autoexplica"vo ao definir a razão daquele trabalho. Em um campo
in"tulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de
acessos imo"vados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por
ele repassados para sua advogada Luciana Pires.”
“No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender FB no caso Alerj”, a Abin
classifica como uma “linha de ação” para cumprir a missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’,
Relatório 01/DG (0271089) SEI 00091.015376/2020-07 / pg. 1
1 de 3 11/12/2020 17:31
SEI/PR - 2278871 - Relatório https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento...
demonstrando acessos imo"vados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então sobre a dificuldade para a
obtenção dos dados pedidos à Receita e, num padrão que permanece ao longo do texto, faz imputações a
servidores da Receita e a ex‐secretários, a exemplo de Everardo Maciel.”
“O relatório sugere a subs"tuição dos “postos”, em provável referência a servidores da Receita, e,
sem dar mais detalhes, afirma que essa recomendação já havia sido feita em 2019.
“Permanece o entendimento de que a melhor linha de ação para tratar o assunto FB e
principalmente o interesse público é subs"tuir os postos conforme relatório anterior. Se a sugestão de 2019 "vesse
sido adotada, nada disso estaria acontecendo, todos os envolvidos teriam sido trocados com pouca repercussão
em processo interno na RFB!”, explica o texto.”

Na data de hoje, o GSI emi1u nova nota, reiterando posicionamento anterior:


Em relação à matéria publicada hoje, na Revista Época, assinada pelo repórter Guilherme Amado,
com o Ktulo “Abin fez relatórios para orientar defesa de Flávio Bolsonaro na anulação de caso Queiroz”,

9
informamos o seguinte:
1. Mais uma vez, o repórter, obcecado pelo assunto, redige extensa matéria, na tenta"va de difamar o GSI, a Abin

5
e seus servidores.
2. O GSI reitera, na íntegra, a Nota à Imprensa, de 23 Out 2020, em que afirmou que não realizou

D
qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das suas atribuições legais, não lhe compe"a qualquer
providência a respeito do tema.
3. As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas narra"vas e abordam supostos
documentos, que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência.
4. Lamentamos a insistência manifesta da Revista, em agir contra Ins"tuições de Estado, apesar de
manifestações oficiais anteriores, que apresentaram, à sociedade e à imprensa, de forma transparente, a verdade
dos fatos.

Ressaltando posicionamento emi1do anteriormente pelo Gabinete de Segurança Ins1tucional,


conforme já ressaltado anteriormente, afirmo que esta Agência não emi u relatórios de inteligência referidos
na matéria, ou qualquer documento relacionado ao tema.
O ocorrido se deu conforme descreve a nota do GSI: após a reunião, não houve qualquer ação
E po

decorrente, seja por parte do GSI, conforme apontam as notas destacadas, seja no âmbito da ABIN, por não
se tratar de assunto de segurança ins tucional, mas de tema de cunho interno da Receita Federal, já tratado
so
:

no âmbito da Corregedoria daquele órgão.


Cumpre observar que a matéria já gerou consequências nefastas para a imagem da Agência
re

Brasileira de Inteligência, como se pode notar em outra matéria jornalís1ca publicada pelo sí1o eletrônico “O
Antagonista”, sob o Ktulo “"É inaceitável em todos os sen1dos. A Abin passou de qualquer limite", diz
presidente do Sindifisco”, que entrevistou o Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal do Brasil (hCps://www.oantagonista.com/brasil/e‐inaceitavel‐em‐todos‐os‐sen1dos‐a‐abin‐passou‐
de‐qualquer‐limite‐diz‐presidente‐do‐sindifisco/). Ressalte‐se, em relação à matéria, que o prejuízo à imagem
da Agência é manifesto, conforme aponta o seguinte trecho:
“Se não bastasse a gravidade de se ter uma agência de inteligência mobilizada para defender o
filho do presidente da República, acusado de atos ilícitos, não se pode admi"r que um órgão de governo busque
interferir num órgão de Estado, protegido pela Cons"tuição Federal, sugerindo afastamentos de servidores
públicos.”

Nesse sen1do, cumpre à ABIN obter acesso aos ditos “relatórios” que embasaram a matéria, a
fim de adotar medidas judiciais tendentes ao restabelecimento da verdade. A par1r do acesso aos relatórios,
ob1dos judicialmente, será possível comprovar que tais documentos não foram emi1dos pela ABIN, já que
não houve qualquer ação ins1tucional decorrente da reunião man1da com as advogadas do Senador, sem
prejuízo de demais providências necessárias.
Relatório 01/DG (0271089) SEI 00091.015376/2020-07 / pg. 2
2 de 3 11/12/2020 17:31
SEI/PR - 2278871 - Relatório https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento...

Pelo exposto, remeto o processo à Assessoria Jurídica junto à Agência Brasileira de Inteligência,
a fim de dar prosseguimento ao assunto junto à Advocacia‐Geral da União.

ALEXANDRE RAMAGEM RODRIGUES


Diretor‐Geral

Documento assinado eletronicamente por Alexandre Ramagem Rodrigues, Diretor‐Geral, em


11/12/2020, às 17:23, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto
nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida informando o código verificador 2278871 e o código CRC

5
FAB6FD94 no site:
https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&

I
id_orgao_acesso_externo=0

Referência: Processo nº 00091.015376/2020‐07 SEI nº 2278871

Relatório 01/DG (0271089) SEI 00091.015376/2020-07 / pg. 3


3 de 3 11/12/2020 17:31
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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
ASSESSORIA JURÍDICA JUNTO A AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA
ASSESSORIA JURÍDICA

PARECER n. 00254/2020/ASJUR-ABIN/CGU/AGU

NUP: 00091.015376/2020-07
INTERESSADOS: ABIN AGENCIA BRASILEIRA DE INTELIGENCIA
ASSUNTOS: DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

5
EMENTA: ADMINISTRATIVO. Notícia Jornalística. Produção de relatório para auxiliar

DI
defesa de Senador. Necessidade de adoção de medidas judiciais. Pelo encaminhamento do
relato à Procuradoria-Geral da União.

1. DOS FATOS
1. Por meio do Relatório Fá1co nº 01/2020/GAB/ABIN, de 11 de dezembro de 2020, o Diretor-Geral da
Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, Dr. Alexandre Ramagem, encaminhou a essa Assessoria Jurídica -
ASJUR/ABIN manifestação e documentos acerca de publicação pela revista Época, em seu sítio eletrônico e nessa
mesma data, de matéria assinada pelo jornalista Guilherme Amado, intitulada "A Abin e a operação para "defender
FB" e enterrar o caso Queiroz" (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-defender-fb-
enterrar-caso-queiroz-24791200) (doc. anexo).

2. Na sobredita manifestação, o Diretor-Geral da ABIN, pontua que a aludida matéria jornalística seria
uma continuação de matéria anterior do mesmo jornalista, publicada em 23/10, sob o título "Defesa de Flávio leva a
r:

Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queiroz" (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-


po

bolsonaro-suspeita-que-pode-anular-caso-queiroz-governo-se-mobiliza-para-encontrar-prova-24706926), bem como


que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República - GSI/PR já havia desmentido essa primeira
peça jornalística por meio de nota oficial.
E

3. Já a respeito da matéria publicada na data de hoje, afirma o Diretor-Geral da ABIN que o jornalista
e

teria imputado à Agência Brasileira de Inteligência diversas condutas irregulares, consistindo a mais importante delas
na produção de relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de Senador da República.

4. Neste ponto de sua manifestação, o Diretor-Geral da ABIN, ressaltando posicionamentos emitidos


pelo GSI/PR sobre o assunto, assevera que a ABIN não emitiu os relatórios de inteligência referidos na matéria
jornalística, ou qualquer relatório de inteligência sobre o tema, informando, ainda, que após a reunião mencionada na
aludida matéria jornalística, não teria havido qualquer ação da ABIN, em razão de não se tratar de assunto de
segurança institucional.

5. Destacou o Diretor-Geral da ABIN, também, que a matéria jornalística ora em comento já teria gerado
consequências nefastas para a imagem da Agência Brasileira de Inteligência, citando como exemplo uma outra
matéria publicada pelo sítio eletrônico "O Antagonista", sob o título "É inaceitável em todos os sentidos. A Abin
passou de qualquer limite", diz presidente do Sindifisco ("https://www.oantagonista.com/brasil/e-inaceitavel-em-
todos-os-sentidos-a-abin-passou-de-qualquer-limite-diz-presidente-do-sindifisco/").

6. Ao final de sua manifestação, o Diretor-Geral da ABIN pontuou a necessidade de a Agência Brasileira

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de Inteligência ter acesso aos ditos "relatórios" que embasaram a matéria jornalística ora em comento, a fim de que
possa, então, após analisá-los, "adotar medidas judiciais tendentes ao restabelecimento da verdade. A partir do acesso
aos relatórios, obtidos judicialmente, será possível comprovar que tais documentos não foram emitidos pela ABIN, já
que não houve qualquer ação institucional decorrente da reunião mantida com as advogadas do Senador, sem prejuízo
de demais providências necessárias."

7. Diante de todo o exposto, e após encaminhar a referida manifestação a essa Assessoria Jurídica,
solicitou o Diretor-Geral da ABIN que o assunto fosse levado à Advocacia-Geral da União para a adoção de
providências.

2. DA ANÁLISE JURÍDICA

8. Uma vez recebida a supramencionada manifestação do Diretor-Geral da ABIN nessa Assessoria


Jurídica, verificamos que ela tem por fundamento a imputação à Agência Brasileira de Inteligência, por meio de

9
matéria jornalística, da prática de condutas irregulares, consistindo as mais importantes delas na produção de

52
relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de Senador da República.

9. Constatamos, também, que o Diretor-Geral da ABIN afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência

I
não emitiu os relatórios de inteligência referidos na matéria jornalística ora em comento, assim como qualquer outro
documento sobre o tema, não tendo havido qualquer ação da ABIN nesse sentido.

10. Percebemos, ainda, que a referida matéria jornalística já teria gerado consequências negativas para a
imagem da Agência Brasileira de Inteligência, conforme também aponta o relatório. O interesse público parece se
encontrar presente, portanto, nesse restabelecimento da verdade e, com ele, da própria imagem do órgão.

11. Sabe-se que nenhum direito pode ser tomado como absoluto, nem mesmo a liberdade de imprensa.
Aliás, o próprio sítio eletrônico da Revista Época, editora da coluna do jornalista Guilherme Amado, traz os princípios
editoriais da publicação, definindo o conceito de "verdade", que merece citação:

"(...) A simplificação chegou a tal ponto que, hoje, não é raro ouvir que, não existindo nem
verdade nem objetividade, o jornalismo como busca da verdade não passa de uma utopia. É
um entendimento equivocado. Não se trata aqui de enveredar por uma discussão sem fim, mas
r:

a tradição filosófica mais densa dirá que a verdade pode ser inesgotável, inalcançável em sua
po

plenitude, mas existe; e que, se a objetividade total certamente não é possível, há técnicas que
permitem ao homem, na busca pelo conhecimento, minimizar a graus aceitáveis o
so

subjetivismo.
(...)
É para contornar essa simplificação em torno da “verdade” que se opta aqui por definir o
pr

jornalismo como uma atividade que produz conhecimento. Um conhecimento que será
constantemente aprofundado, primeiro pelo próprio jornalismo, em reportagens analíticas de
Im

maior fôlego, e, depois, pelas ciências sociais, em especial pela História. Quando uma crise
política eclode, por exemplo, o entendimento que se tem dela é superficial, mas ele vai se
adensando ao longo do tempo, com fatos que vão sendo descobertos, investigações que vão
sendo feitas, personagens que resolvem falar. A crise só será mais bem entendida, porém, e
jamais totalmente, anos depois, quando trabalhada por historiadores, com o estudo de
documentos inacessíveis no momento em que ela surgiu. Dizer, portanto, que o jornalismo
produz conhecimento, um primeiro conhecimento, é o mesmo que dizer que busca a verdade
dos fatos, mas traduz com mais humildade o caráter da atividade. E evita confusões.
(...)

2) A correção:

Correção é aquilo que dá credibilidade ao trabalho jornalístico: nada mais danoso para a
reputação de um veículo do que uma reportagem errada ou uma análise feita a partir de dados
equivocados. O compromisso com o acerto deve ser, portanto, inabalável em todos os veículos

2 of 4 15/12/2020 18:31
Firefox https://sapiens.agu.gov.br/documento/550565510

do Grupo Globo. É evidente que, depois de tudo o que aqui já foi dito sobre o conceito de
"verdade", não é demais dizer que estar correto é procurar descrever e analisar os fatos da
maneira mais acurada, dadas as circunstâncias do momento. Nesse sentido, a correção é um
processo, uma construção que vai se dando dia após dia. O jornalista investiga os fatos, pouco
a pouco, e vai montando um quebra-cabeça. O retrato final estará ainda incompleto, à espera
da História, mas terá de ser já, necessariamente, uma silhueta com contornos visíveis. Não há
fórmula, e nem jamais haverá, que torne o jornalismo imune a erros, porém. Quando eles
acontecem, é obrigação do veículo corrigi-los de maneira transparente, sem subterfúgios, num
movimento que é ele próprio essencial à busca da informação correta. Um dos mecanismos
que mais contribuem no controle de qualidade posterior à publicação das informações é a
reação do público. É essencial, portanto, que todos os veículos do Grupo Globo tenham, cada
um à sua maneira, estruturas que recebam amplamente as observações do público, críticas ou
elogiosas, para processá-las, entendê-las e dar seguimento a elas.

12. Nesse sentido de busca pela correção dos fatos, é que faz-se necessário a obtenção da documentação
em questão: cópia dos relatórios supostamente produzidos pela ABIN. De posse de tais documentos, como afirmado
pelo Sr. Diretor-Geral, será possível eventual adoção de providências cabíveis.

3. CONCLUSÃO

13. Deste modo, e em razão do caso em análise cuidar da imputação a um órgão do Poder Executivo
Federal da prática de atos irregulares, entendemos que, nos termos do parágrafo único do art. 1º c/c o art. 9º da Lei
Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, ele deva ser levado ao conhecimento da Procuradoria-Geral da
União, a fim de que ela, analisando-o, possa adotar medidas judiciais tendentes à defesa dos interesses da ABIN na
situação acima exposta.

À consideração superior.

Brasília, 11 de dezembro de 2020.

MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO


o

ADVOGADO DA UNIÃO
CHEFE DA ASJUR-ABIN
:

LEONARDO ZARAMELA FRAGA


ADVOGADO DA UNIÃO

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o


fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00091015376202007 e da chave de acesso 46497e09

Documento assinado eletronicamente por LEONARDO ZARAMELA FRAGA, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550565510 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): LEONARDO ZARAMELA FRAGA.
Data e Hora: 11-12-2020 20:22. Número de Série: 38922482608081514407903350241. Emissor: Autoridade
Certificadora SERPRORFBv5.

3 of 4 15/12/2020 18:31
Firefox https://sapiens.agu.gov.br/documento/550565510

Documento assinado eletronicamente por MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550565510 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO.
Data e Hora: 11-12-2020 20:32. Número de Série: 17156653. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.

4 of 4 15/12/2020 18:31
A tentativa de Flavio Bolsonaro para diminuir o fogo dos relatórios da... https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tentativa-de-flavio-b...

g1 ge gshow vídeos

QUEM ESCREVE

BRASIL

Por Lauro Jardim • 14/12/2020 • 08:05

Flávio Bolsonaro | Daniel Marenco

Flávio Bolsonaro, até segunda ordem, não vai se manifestar sobre os dois
relatórios produzidos pela Abin com orientações e estratégias para a sua defesa no
caso das rachadinhas.

A revelação dos documentos veio a público na sexta-feira, numa reportagem de


Guilherme Amado, na "Época".

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A tentativa de Flavio Bolsonaro para diminuir o fogo dos relatórios da... https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tentativa-de-flavio-b...

A ideia é tentar que diminua o fogo alto da revelação. Responder agora seria, na
visão de Flavio e do seu grupo mais próximo, botar mais lenha na fogueira.

A Abin já afirmou em nota que não produziu relatório algum. Um truque retórico,
pois o material não foi confeccionado de forma oficial. O fato é que foi gestado na
Abin, que o enviou a Flavio Bolsonaro. O 01, por sua vez, o enviou a algumas
pessoas.

Leia : Sem registrar em agenda, Bolsonaro recebeu advogados de Flávio


Bolsonaro para discutir relatórios do caso Queiroz

O impacto da notícia pode ter comprometido os planos bolsonaristas de promover

5
mudanças na Receita Federal neste momento.

Na semana passada, por exemplo, auditores da Receita foram sondados para


assumir a corregedoria-geral do órgão, hoje ocupada por José Barros. A alteração
aconteceria na sequência da demissão, ocorrida há duas semanas, de Christiano
Paes do cargo de chefe da corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro.

Veja: Ministério Público pede que TCU investigue se Bolsonaro usou governo
para favorecer Flavio em caso Queiroz

Entre os bolsonaristas, o desejo de mudanças na Receita passa também por José


Tostes Neto, o atual Superintendente do órgão. Tostes é visto pela turma
o:

bolsonarista como corporativista.


o

Trocar um integrante do alto escalão do Leão agora seria escancarar de modo


extremo a vontade de interferir no órgão. É improvável que aconteça. Mas, como
s

diz um aliado de Bolsonaro, "depois que demitiu o (Sergio) Moro e nada


aconteceu, o presidente se sente forte para qualquer ato". Em resumo, com
Bolsonaro nada é improvável.

LEIA MAIS:

Mudanças na Receita?

TAGS: Flavio Bolsonaro • ABIN • Jair Bolsonaro • General Heleno

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2 of 24 15/12/2020 18:27
A tentativa de Flavio Bolsonaro para diminuir o fogo dos relatórios da... https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tentativa-de-flavio-b...

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Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...

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Em reunião, advogadas de Flávio Bolsonaro apresentaram documentos que


provariam a existência de uma organização criminosa instalada na Receita
Federal. Se provada na Justiça, essa tese livraria o senador e todos os demais
o:

deputados investigados por rachadinhas no Legislativo fluminense

23/10/2020 - 06:00 / Atualizado em 23/10/2020 - 21:32

Flávio Bolsonaro arregaçou as mangas (dele e do governo do pai) para tentar encontrar prova que anule caso
Queiroz. Foto: Mateus Bonomi / AGIF / AFP

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Passava das 18 horas do dia 25 de


agosto quando um sorridente Jair
Bolsonaro abriu seu gabinete, no
terceiro andar do Palácio do
Planalto, para receber Luciana
Pires e Juliana Bierrenbach, as
advogadas de Flávio Bolsonaro no
caso Queiroz. Na mesa retangular,
esperavam Augusto Heleno, chefe
do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Alexandre Ramagem,
diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os três estavam
ávidos para ouvir delas o que Flávio, naquele dia recolhido devido à
Covid-19, havia relatado ao presidente: as duas afirmavam ter descoberto
a chave para derrubar o caso Queiroz. Se provada na Justiça, essa tese
livraria Flávio e todos os demais deputados investigados por rachadinhas
no Legislativo fluminense. Numa explanação que durou cerca de uma
hora, as duas apresentaram documentos que, na visão delas, provariam a
existência de uma organização criminosa instalada na Receita Federal,
:

responsável por levantar informações que embasariam os relatórios de


Em o

inteligência financeira pelo Conselho de Controle de Atividades


so

Econômicas (Coaf). Um desses relatórios teria sido difundido nos


primeiros dias de 2018 e dinamitado o esquema que, segundo o
pe

Ministério Público Federal, era comandado pelo filho do presidente.

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Segundo registros feitos posteriormente pelo GSI, as duas apresentaram


na reunião uma série de indícios no relatório do Coaf, que, na avaliação
da defesa, o distinguiria dos demais tradicionalmente feitos pelo órgão
por trazer informações das quais este não dispõe em seus bancos de
dados. E apresentaram documentos que mostram que um grupo de
funcionários da Receita, lotados na Corregedoria do Rio de Janeiro,
estaria alimentando os órgãos de controle, entre eles o Coaf, com dados

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Leia também: Preso no Rio afirma ter doado para campanha de Flávio
Bolsonaro

Um dos documentos seria um processo do Sindicato Nacional dos


Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), encaminhado
em 2017 para a Corregedoria-Geral do Ministério da Fazenda, relatando
que servidores da Corregedoria da Receita no Rio estariam sendo alvo de

9
práticas ilegais de investigação por parte de colegas. As advogadas

52
sustentaram que esses servidores seriam perseguidos por se recusarem a
participar de ações irregulares praticadas por colegas, a exemplo da

DI
fabricação de denúncias apócrifas, o que representaria um desvio de
finalidade da inteligência tributária.

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Meses depois da notificação pelo Sindifisco, o corregedor-geral da


Receita, José Pereira de Barros Neto, o mesmo até hoje no cargo,
respondeu questionando a competência do sindicato para tratar do
assunto e afirmando que teria orientado os citados a não responder. O
r:
po

corregedor insistiu, ainda em 2019, que o sindicato deveria arquivar a


apuração.
m

FLÁVIO BOLSONARO

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Queiroz (à dir.) é ex-motorista e ex-segurança do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Foto:
Reprodução

Em janeiro de 2020, após a conclusão da apuração, o Sindifisco arquivou


a acusação contra esses filiados supostamente perseguidos contra os

29
servidores da Corregedoria, afirmando não ver conexão nos fatos
alegados por eles com alguma violação do estatuto do sindicato. Não

I6
houve nenhuma comprovação, portanto, de que eles de fato eram
perseguidos — nem de que não eram. O sindicato não se aprofundou no
assunto. Procurada, a Corregedoria da Receita afirmou que não
responderia se foi ou não aberta uma investigação sobre o caso.

A tese da defesa era que o relatório que trata dos supostos esquemas no
gabinete de Flávio e de outros 21 deputados da Alerj tem características
idênticas às práticas irregulares de que a Corregedoria da Receita no Rio
foi acusada.

Leia também: O futebol pré-Covid de Flávio Bolsonaro e mais 30


or

Quando Pires e Bierrenbach concluíram o raciocínio, Bolsonaro estava


Em
s

estupefato. O presidente dirigiu-se a Ramagem e perguntou: “Você sabia


pe

disso?”. Um constrangido chefe da Abin deu uma resposta evasiva. Não


sabia.

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Eis que se chega à razão do envolvimento do chefe da Segurança


Institucional e o diretor de Inteligência naquela reunião. Heleno e
Ramagem saíram dali com a missão de, “em nome da segurança da
família presidencial”, checar se o roteiro narrado pela defesa do zero um
se sustentava. E o mais importante: conseguir um documento que

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da Inteligência da Receita.

O GSI não conseguiu, mas de lá para cá passou a acompanhar cada etapa


da investida da defesa do filho do presidente para conseguir uma prova
que possa anular o caso.

A estratégia de Flávio Bolsonaro, a partir daí, passou a ser outra.

O próprio e sua defesa se reuniram com o secretário da Receita, José

2
Barroso Tostes Neto, a quem foi entregue um documento narrando todas

I6
essas suspeitas. Agentes da Abin registraram esse encontro num relatório
de inteligência. O conteúdo da petição entregue ao chefe da Receita foi
compartilhado por ele com um círculo de pessoas de sua extrema
confiança. Nela, a defesa de Flávio Bolsonaro requisitava que fosse
pesquisado o histórico de acessos aos dados do filho do presidente,
inclusive — e aqui o roteiro ganha ainda mais ares de teoria da
conspiração — as consultas feitas por meio de uma suposta senha
invisível, que seria usada na Corregedoria para investigar funcionários
sem deixar rastros.

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m

O secretário da Receita nada entregou, o que causou estranheza ao


s

Planalto.

Bolsonaro chamou Tostes Neto para uma conversa há algumas semanas,


I

quando o questionou. Na conversa, o secretário da Receita afirmou que


havia feito uma busca e nada aparecera que corroborasse as suspeitas da
defesa. A explicação não convenceu. Procurado, ele também se recusou a
responder o que fez diante das denúncias que recebeu.

Flávio partiu para uma nova tentativa, desta vez junto a Gileno Gurjão
Barreto, diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de
Dados do governo (Serpro).

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Brasília, num discreto endereço, distante da sede do Serpro. O zero um


pediu que a empresa federal de dados levantasse diretamente os dados
que, para estranheza do Planalto, a Receita havia se recusado a fornecer.

O tiro também foi na água: o Serpro alegou ter um contrato de


confidencialidade com a Receita, que seria descumprido se qualquer dado
fosse fornecido.

9
No GSI, o assunto vem sendo tratado com extrema cautela. Heleno

52
considera que o tema envolve de fato a segurança da família presidencial,
mas, indagado, evitou fazer qualquer comentário oficial sobre o tema. A

DI
Abin segue no caso, auxiliando a defesa de Flávio Bolsonaro.

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Já na Receita, o tema caiu como uma bomba. Há um temor na cúpula


com dois possíveis desfechos para o caso, nenhum deles positivo para a
atual gestão. Se a defesa de Flávio Bolsonaro judicializar o caso, a Receita
pode se ver no meio de um tiroteio jurídico. Mas isso pode nem esperar
tanto: o medo é que Jair Bolsonaro troque o chefe da Receita antes
m por:

mesmo que o caso vá para a Justiça.

Flávio Bolsonaro e sua defesa — Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e


r s

Rodrigo Roca — recusaram-se a falar sobre o tema. Para o zero um, cujo
pó da ampulheta segue caindo, comprovar a tese de suas advogadas seria
quase como uma nova eleição para o Senado. Encontrado um vício de
origem no relatório de inteligência financeira, o caso Queiroz estaria
morto. O governo Bolsonaro mataria seu maior fantasma e, de quebra,
ainda fortaleceria o papo de que, sob o Mito, não há corrupção.

(Atualização, às 11h25 de 2020: Os advogados de Flávio


Bolsonaro enviaram nota à coluna sobre o encontro com o GSI.
Luciana Pires, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Roca afirmam
que foi a segurança da família presidencial que motivou a ida a
Heleno e Ramagem — conversa ocorrida com Jair Bolsonaro,

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Bolsonaro esclarece que levou ao conhecimento do GSI as


suspeitas de irregularidades das informações constantes dos
relatórios de investigação fiscal lavradas em seu nome, já que
diferiam, em muito, das características, do conteúdo e da
forma dos mesmos relatórios elaborados em outros casos,
ressaltando-se, ainda, que os relatórios anteriores do mesmo
órgão não apontavam qualquer indício de atividade atípica por
parte do Senador. Registre-se, finalmente, que o fato foi levado
diretamente ao GSI por ter sido praticado contra membro da

9
família do Senhor Presidente da República".)

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Com Eduardo Barretto e Naomi Matsui

SOBRE OS AUTORES

GUILHERME EDUARDO NAOMI


AMADO BARRETTO MATSUI
Guilherme Amado passou por O Eduardo Barretto passou pelo Naomi Matsui passou pela revista
Globo, Veja e Extra. Recebeu os jornal O Globo e pelos sites Veja e pelo site Poder 360.
prêmios Esso e Tim Lopes de Crusoé e Poder360. Colaborou Também colaborou com O Estado
Jornalismo Investigativo. É JSK também para a Associated de S. Paulo e o UOL. Cobriu
m

Fellow na Universidade Stanford, e Press e O Estado de S. Paulo. Congresso Nacional, Palácio do


integrante do Consórcio Estudou na Universidade de Planalto, e as eleições
Internacional de Jornalistas Brasília e na London School of presidenciais de 2018. Formada
Investigativos. Fica entre Brasília, Journalism. Fica baseado na em jornalismo pela Mackenzie,
São Paulo, Rio e onde mais houver Capital Federal, onde busca mora em Brasília, onde cobre as
uma boa história para contar. histórias sobre o poder. diferentes áreas do poder.

PERSONAGEM DA SEMANA
SENADO

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Jair Bolsonaro ao STF e ao TCU sem contestação e jogam para debaixo


do tapete azul o caso do dinheiro na cueca de Chico Rodrigues

DUELO DA PESTE
A VACINA DA DISCÓRDIA
A CoronaVac tem se mostrado segura nos testes feitos no Brasil, mas o
excesso de ambição política e a paranoia ideológica podem prejudicar a
imunização dos brasileiros

CRÔNICAS DA BARRA
QUASE UM BOLSONARO

D
Em campanha para ser vereador no Rio de Janeiro, Waldir Ferraz, fiel
escudeiro do presidente, diz que os tempos de guerra acabaram e
desmerece a gravidade da rachadinha: “Todo deputado faz”

É QUIBE, UAI!
UM MINEIRO ESPALHAFATOSO
Com popularidade inusitada para um candidato à reeleição, Alexandre
Kalil é líder isolado na corrida pela prefeitura de Belo Horizonte
governando com petistas, tucanos e aliados do mundo do futebol

CONCORDAMOS EM DISCORDAR
op

SÉRGIO BRAGA × FELIPE BORBA


m:

Os cientistas políticos discordam sobre a relevância da televisão nas


r s

disputas eleitorais

9 PERGUNTAS PARA...
I

CELSO AMORIM
Ex-chanceler e ex-ministro da Defesa de governos petistas explica por
que decidiu apoiar o candidato do PSOL em São Paulo e a do PCdoB em
Porto Alegre

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HORA DE MUDAR
O acadêmico Sanford V. Levinson explica como a Constituição
americana contribui para o mal-estar atual nos Estados Unidos

RESSACA PÓS-IPO
A ALEGRIA NÃO É PARA TODOS
Por que metade das empresas que lançaram ações na Bolsa neste ano
viu seus papéis perderem valor

NA CANELA
ONDE PELÉ NEM SEMPRE É REI

D
Na cidade onde o Rei nasceu, o pequeno município de Três Corações, em
Minas Gerais, sua história é negligenciada e alvo de disputas por
políticos locais

VIVI PARA CONTAR


ELES VIVERAM OUTRO LEBLON
Artistas e intelectuais evocam as memórias da boemia no bairro carioca
antes dos conversíveis, das brigas e das multidões sem máscara

SEM COMUNAS
A GRANDE CRISE DA GAUCHE
op

Um livro sobre a história pessoal de um filósofo descreve como a


m:

esquerda francesa perdeu o apoio da classe trabalhadora para a


s

extrema-direita

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O governo e o enterro do caso Queiroz

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O peso da desigualdade

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Uma candidatura em nome do filho

Larry Rohter
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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

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EXCLUSIVO PARA ASSINANTES

Abin produziu pelo menos dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e
seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que
permitissem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz

11/12/2020 - 03:00

Flávio Bolsonaro, denunciado pelo MP, contou com a atuação do governo do pai na busca de documentos para sua
defesa. Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

A Agência Brasileira de Inteligência


(Abin) produziu pelo menos dois
relatórios de orientação para Flávio
Bolsonaro e seus advogados sobre o
que deveria ser feito para obter os
documentos que permitissem
embasar um pedido de anulação do
caso Queiroz. Nos dois
documentos, obtidos pela coluna e cuja autenticidade e procedência
foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o

29
funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita
Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito

6
um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que

DI
gerou o inquérito das rachadinhas. Enviados em setembro para Flávio e
repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam com
uma versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional, que afirmou publicamente que não teria
ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do senador
levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da
Abin, em 25 de agosto.

Um dos documentos é autoexplicativo ao definir a razão daquele trabalho.


Em um campo intitulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj
or

demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados


op

aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por


WhatsApp para Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana
s

Pires.

Leia: Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso
Queiroz; governo se mobiliza para encontrar prova

O primeiro contato de Alexandre Ramagem com o caso foi numa reunião


no gabinete de Bolsonaro, em 25 de agosto, quando recebeu das mãos das
advogadas de Flávio uma petição, solicitando uma apuração especial para
obter os documentos que embasassem a suspeita de que ele havia sido
alvo da Receita. Ramagem ficou com o material, fez cópia e devolveu no
dia seguinte a Luciana Pires, que voltou ao Palácio do Planalto para pegar

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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

o documento, recebendo a orientação de que o protocolasse na Receita


Federal. A participação da Abin, a partir daí, seguiria por meio desses
relatórios, enviados a Flávio Bolsonaro, com orientações sobre o que a
defesa deveria fazer.

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No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender FB no


caso Alerj”, a Abin classifica como uma “linha de ação” para cumprir a

9
missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’, demonstrando

52
acessos imotivados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então
sobre a dificuldade para a obtenção dos dados pedidos à Receita e, num

DI
padrão que permanece ao longo do texto, faz imputações a servidores da
Receita e a ex-secretários, a exemplo de Everardo Maciel.

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Leia: PGR instaura apuração preliminar sobre envolvimento do governo


Bolsonaro na defesa de Flávio

“A dificuldade de obtenção da apuração especial (Tostes) e diretamente


m: r

no Serpro é descabida porque a norma citada é interna da RFB da época


op

do responsável pela instalação da atual estrutura criminosa — Everardo


Maciel. Existe possibilidade de que os registros sejam ou já estejam sendo
s

adulterados, agora que os envolvidos da RFB já sabem da linha que está


sendo seguida”, diz o relatório, referindo-se a José Tostes Neto, chefe da
Receita.

O relatório sugere a substituição dos “postos”, em provável referência a


servidores da Receita, e, sem dar mais detalhes, afirma que essa
recomendação já havia sido feita em 2019.

“Permanece o entendimento de que a melhor linha de ação para tratar o


assunto FB e principalmente o interesse público é substituir os postos
conforme relatório anterior. Se a sugestão de 2019 tivesse sido adotada,

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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

nada disso estaria acontecendo, todos os envolvidos teriam sido trocados


com pouca repercussão em processo interno na RFB!”, explica o texto.

A agência traça em seguida outra “alternativa de prosseguimento”, que


envolveria a Controladoria-Geral da União (CGU), o Serviço Federal de
Processamento de Dados (Serpro) e a Advocacia-Geral da União (AGU).

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“Com base na representação de FB protocolada na RFB (Tostes), CGU

5
instaura sindicância para apurar os fatos no âmbito da Corregedoria e

DI
Inteligência da Receita Federal; Comissão de Sindicância requisita a
Apuração Especial ao Serpro para instrução dos trabalhos. Em caso de
recusa do Serpro (invocando sigilo profissional), CGU requisita
judicialização da matéria pela AGU. (...) FB peticiona acesso à CGU aos
autos da apuração especial, visando instruir Representação ao PGR Aras,
ajuizamento de ação penal e defesa no processo que se defende no RJ”,
recomenda o texto, resumindo qual é a estratégia: “Em resumo, ao invés
da advogada ajuizar ação privada, será a União que assim o fará, através
da AGU e CGU — ambos órgãos sob comando do Executivo”.
m: o

Ainda nesse primeiro documento, outros dois servidores federais são


op

acusados pela Abin, o corregedor-geral da União, Gilberto Waller Júnior,


e o corregedor da Receita, José Barros Neto.
ss

“Existem fortes razões para crer que o atual CGU (Gilberto Waller
Júnior) não executar(ia) seu dever de ofício, pois é PARTE do problema e
tem laços com o Grupo, em especial os desmandos que deveria escrutinar
no âmbito da Corregedoria (amizade e parceria com BARROS NETO)”,
disse o texto.

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Um parêntese curioso. Neste trecho, já no fim do documento, a Abin,


comandada pelo delegado da PF Alexandre Ramagem, sugere que

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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

Bolsonaro demita Waller Júnior da Corregedoria-Geral e coloque no lugar


dele um policial federal: “Neste caso, basta ao 01 (Bolsonaro) comandar a
troca de WALLER por outro CGU isento. Por exemplo, um ex-PF, de
preferência um ex-corregedor da PF de sua confiança”.

O outro documento enviado pela Abin a Flávio e repassado por ele a sua
advogada traça uma “manobra tripla” para tentar conseguir os
documentos que a defesa espera.

29
As orientações da agência aqui se tornam bem específicas.

“A dra. Juliet (provável referência à advogada Juliana Bierrenbach,

I
também da defesa de Flávio) deve visitar o Tostes, tomar um cafezinho e
informar que ajuizará a ação demandando o acesso agora exigido”, diz a
primeira das três ações, chamadas pela Abin de “diversionária”.

Em seguida, o texto sugere que a defesa peticione ao chefe do Serpro o


fornecimento de uma apuração especial sobre os dados da Receita,
baseando-se na Lei de Acesso à Informação — o que de fato a defesa de
Flávio Bolsonaro faria. A Abin ressalta que o pedido deve ser por escrito.
“O e-sic (sistema eletrônico da Lei de Acesso) deve ser evitado pois
circula no sistema da CGU e GILBERTO WALLER integra a rede da
r:

RFB”, explicou a Abin.


m

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E, por fim, o relatório sugere “neutralização da estrutura de apoio”, a


I

demissão de “três elementos-chave dentro do grupo criminoso da RF”,


que “devem ser afastados in continenti”. “Este afastamento se resume a
uma canetada do Executivo, pois ocupam cargos DAS. Sobre estes
elementos pesam condutas incompatíveis com os cargos que ocupam,
sendo protagonistas de diversas fraudes fartamente documentadas”,
afirma o texto, sem especificar que condutas seriam essas. E cita os
nomes de três servidores: novamente o corregedor José Barros Neto; o
chefe do Escritório de Inteligência da Receita no Rio de Janeiro, Cléber
Homem; e o chefe do Escritório da Corregedoria da Receita no Rio,

5 of 11 15/12/2020 18:24
A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

Christiano Paes. Num indicativo de que Bolsonaro talvez esteja seguindo


a recomendação da Abin contra os servidores, Paes pediu exoneração do
cargo na semana passada.

Procurado, o GSI negou a existência dos documentos, mesmo informado


que a autenticidade de ambos havia sido confirmada pela defesa de Flávio
Bolsonaro, e manteve a versão de que não se envolveu no tema.
Procurada, a advogada Luciana Pires confirmou a autenticidade dos
documentos e sua procedência da Abin, mas recusou-se a comentar seu
conteúdo.

A Abin não respondeu aos questionamentos sobre a origem das acusações

DI
feitas nos relatórios nem se produziu mais documentos além dos dois
obtidos pela coluna. Alexandre Ramagem, diretor da agência, atualmente
voltou a ser cotado para comandar a Polícia Federal, caso Bolsonaro seja
inocentado no inquérito que investiga se ele queria controlar a corporação
ao nomear Ramagem, amigo de seus filhos, para a direção da PF.

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Com Eduardo Barretto e Naomi Matsui


r:

SOBRE OS AUTORES

GUILHERME EDUARDO NAOMI


I

AMADO BARRETTO MATSUI


Guilherme Amado passou por O Eduardo Barretto passou pelo Naomi Matsui passou pela revista
Globo, Veja e Extra. Recebeu os jornal O Globo e pelos sites Veja e pelo site Poder 360.
prêmios Esso e Tim Lopes de Crusoé e Poder360. Colaborou Também colaborou com O Estado
Jornalismo Investigativo. É JSK também para a Associated de S. Paulo e o UOL. Cobriu
Fellow na Universidade Stanford, e Press e O Estado de S. Paulo. Congresso Nacional, Palácio do
integrante do Consórcio Estudou na Universidade de Planalto, e as eleições
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Enquanto as privatizações do governo patinam, o BNDES conseguiu

7 of 11 15/12/2020 18:24
A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...

vender R$ 47 bilhões em ações de grandes empresas, reforçando seu


caixa no ano da pandemia

CONCORDAMOS EM DISCORDAR
ANTÔNIO GERALDO DA SILVA × ANA SANDRA FERNANDES
Os representantes dos conselhos de psiquiatria e psicologia opinam
sobre as mudanças no sistema de saúde mental em debate no governo
federal

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BONS EXEMPLOS
ELAS FORAM ALÉM
Há servidores públicos que conseguem fazer mais do que a burocracia
do funcionalismo impõe — e eles são cada vez mais numerosos

VIVI PARA CONTAR


JABUTI NA JANELA
Vencedor do principal prêmio de literatura infantil em 2020, Otávio
Júnior, o Livreiro do Alemão, usa a literatura e representatividade como
instrumentos de transformações sociais
r:

FÉ E PRECONCEITO
o

PERFEITA ILUSÃO
Quem é Ana Paula Valadão, a cantora gospel que leva milhões a
r

estádios, ex-ídolo de cristãos homossexuais e, agora, investigada por


homofobia pelo Ministério Público

TRAÇOS DE ARTE
O ALEIJADINHO ESQUECIDO
Restauração em igreja da Zona da Mata mineira acha indícios de uma
obra inédita do mestre artesão do século XVIII

Colunistas

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Guilherme Amado
Um governo mobilizado para “defender FB”

Monica de Bolle
As vacinas e a desigualdade

Helio Gurovitz
Da peste londrina de 1665 à vacina de 2020

Allan Sieber

Larry Rohter
A grande glória lispectoriana

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Abin orientou defesa de Flávio a agir em inquérito das 'rachadinhas' https://www.terra.com.br/noticias/abin-orientou-defesa-de-flavio-a-agi...

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