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antes de qualquer coisa, em harmonia com a Constituição”, bem como que “os órgãos
componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer dados e
conhecimentos específicos à ABIN quando comprovado o interesse público da
medida, afastada qualquer possibilidade desses dados atenderem interesses pessoais
ou privados”
Mais adiante, afirma que “Há, partindo dessa premissa legal, nítido
desvio de finalidade em se utilizar a Abin para promover uma espécie de
contrainvestigação criminal - sendo que a finalidade legal da Abin sequer é
investigatória, mas de mero assessoramento em assuntos públicos com a produção de
relatórios de inteligência.”
52
devidamente motivada para eventual controle de legalidade pelo Poder Judiciário ”.
Além, é claro, do natural controle externo da atividade de inteligência promovido
I6
pelo Poder Legislativo, responsável legal pela fiscalização de referidos atos.”
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que, dentro das suas atribuições legais, não lhe competia qualquer providência a
respeito do tema.”
:47 I
:30 AD
ABIN diversas condutas irregulares, sendo a mais importante delas a produção de
relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de Senador da República.
Tal posicionamento foi posteriormente ratificado pelo Ministro de
20 10
Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República,
em perfil da rede Twitter, na data de 28/10/2020:
0 - 1-
“O jornalista Guilherme Amado afronta, outra vez, a honestidade
02 .98
posicionamento anterior:
: 1 : 00
seguinte:1. Mais uma vez, o repórter, obcecado pelo assunto, redige extensa matéria,
na tentativa de difamar o GSI, a Abin e seus servidores.
2. O GSI reitera, na íntegra, a Nota à Imprensa, de 23 Out 2020, em
que afirmou que não realizou qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das
es
suas atribuições legais, não lhe competia qualquer providência a respeito do tema.
3. As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas
narrativas e abordam supostos documentos, que não foram produzidos pela Agência
Brasileira de Inteligência.
4. Lamentamos a insistência manifesta da Revista, em agir contra
Instituições de Estado, apesar de manifestações oficiais anteriores, que
apresentaram, à sociedade e à imprensa, de forma transparente, a verdade dos fatos.
Ainda em 14/12/2020, como será melhor desenvolvido mais adiante,
esta ABIN encaminhou pedido à Assessoria Jurídica do órgão para atuação perante o
Poder Judiciário, no intuito de obter os citados relatórios. Do Relatório Fático
assinado naquela oportunidade, extrai-se o seguinte trecho:
“Ressaltando posicionamento emitido anteriormente pelo Gabinete de
Segurança Institucional, conforme já ressaltado anteriormente, afirmo que esta
Agência não emitiu relatórios de inteligência referidos na matéria, ou qualquer
documento relacionado ao tema.
O ocorrido se deu conforme descreve a nota do GSI: após a
reunião, não houve qualquer ação decorrente, seja por parte do GSI, conforme
apontam as notas destacadas, seja no âmbito da ABIN, por não se tratar de
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República compete:
I - assistir diretamente o Presidente da República no desempenho de
DI
suas atribuições, especialmente quanto a assuntos militares e de segurança;
II - analisar e acompanhar assuntos com potencial de risco, prevenir a
ocorrência de crises e articular seu gerenciamento, na hipótese de grave e iminente
ameaça à estabilidade institucional;
III - coordenar as atividades de inteligência federal;
IV - coordenar as atividades de segurança da informação e das
comunicações no âmbito daadministração pública federal;
V - planejar, coordenar e supervisionar a atividade de segurança da
informação no âmbito da administração pública federal, nela incluídos a segurança
cibernética, a gestão de incidentes computacionais, a proteção de dados, o
credenciamento de segurança e o tratamento de informações sigilosas;
VI - zelar, assegurado o exercício do poder de polícia:
a) pela segurança pessoal:
1. do Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
:
3. dos titulares dos órgãos de que trata o caput do art. 2º desta Lei e,
excepcionalmente, de outras autoridades federais, quando determinado pelo
res
E
Presidente da República; e
b) pela segurança dos palácios presidenciais e das residências do
Presidente da República e do Vice-Presidente da República;
m
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deveria ser feito para obter os documentos que permitissem embasar um pedido de
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anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos, obtidos pela coluna e cuja
autenticidade e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin
DI
detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita
Federal (RFB) (...). Enviados em setembro para Flávio e repassados por ele para
seus advogados, os documentos contrastam com uma versão do general Augusto
Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que afirmou
publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a
defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem,
diretor da Abin, em 25 de agosto.”
“Um dos documentos é autoexplicativo ao definir a razão daquele
trabalho. Em um campo intitulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj
demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados
fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por
ele repassados para sua advogada Luciana Pires.”
“No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender
FB no caso Alerj”, a Abin classifica como uma “linha de ação” para cumprir a
missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’, demonstrando acessos
:
para a obtenção dos dados pedidos à Receita e, num padrão que permanece ao longo
do texto, faz imputações a servidores da Receita e a ex-secretários, a exemplo de
o
Everardo Maciel.”
:
conforme relatório anterior. Se a sugestão de 2019 tivesse sido adotada, nada disso
estaria acontecendo, todos os envolvidos teriam sido trocados com pouca
repercussão em processo interno na RFB!”, explica o texto.”
Em reportagem publicada no Jornal “O Globo”
(https://oglobo.globo.com/brasil/revista-epoca-abin-fez-relatorios-para-orientar-
defesa-de-flavio-bolsonaro-na-anulacao-do-caso-queiroz-1-24792193), o mesmo
jornalista Guilherme Amado afirma que:
“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos
dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que
deveria ser feito para obter os documentos que permitissem embasar um pedido de
anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos, obtidos pelo colunista Guilherme
Amado, da Revista Época, e cuja autenticidade e procedência foram confirmadas pela
defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa
em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de
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Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório
que gerou o inquérito das rachadinhas. Enviados em setembro para Flávio e
repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam com uma versão
do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
que afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo
após a defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre
Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.” (grifo nosso)
9
enviou a algumas pessoas.” (grifo nosso)
DI
11/12/2020, firmada por Felipe Frazão e Tania Monteiro sob o título “Abin orientou
defesa de Flávio a agir em inquérito das 'rachadinhas'” (https://www.terra.com.br
/noticias/abin-orientou-defesa-de-flavio-a-agir-em-inquerito-das-
rachadinhas,19d116b40beecf696acc00a9873ee2d5yswawqvt.html)
“BRASÍLIA - A Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
encaminhou orientações por escrito a advogados do senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, sobre como agir para tentar
inocentá-lo no caso das rachadinhas. A informação foi revelada pela revista Época e
confirmada pelo Estadão.
(...)
As orientações foram repassadas por integrantes da cúpula da
Abin para a defesa do senador pelo WhatsApp. São dois textos digitados
diretamente no aplicativo e não compartilhados como relatórios de inteligência
em arquivo timbrado da Abin ou papel digitalizado.” (grifo nosso)
ABIN” e seu formato seria de “(...) dois textos digitalizados diretamente no aplicativo
e não compartilhados como relatórios de inteligência em arquivo timbrado da ABIN
ou papel digitalizado”
Isso dificulta sobremaneira o exercício do contraditório/ampla defesa
por parte da Agência, já que as notícias jornalísticas carecem de precisão. Nesse
sentido, a defesa da União fica prejudicada, pela miríade de versões apresentadas,
conforme o veículo adotado.
De todo modo, o que persiste, e que já foi repisado diversas vezes
neste documento, é que nenhum documento foi produzido de forma institucional pela
Agência.
A prova de tal fato torna-se impossível, tendo em vista que a ABIN
não teve acesso aos documentos. Até mesmo para possibilitar atuação cível, criminal
e administrativa de correção, foi que o Diretor-Geral tomou providências no sentido
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gestão documental.
Os Relints, antes de sua difusão, passam por revisão, aprovação e
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controle pela Alta Direção da instituição. A redação de um Relint não comporta
iniciais de pessoas como forma de identificação ou códigos além do já citado NUP.
DI
Os trechos dos supostos documentos citados na matéria jornalística não guardam
qualquer correlação com nenhum relatório de inteligência produzido dentro da ABIN.
Toda a entrada e saída de Relints é controlada, portanto a agência
pode afirmar, com segurança, que não houve qualquer Relatório de Inteligência
produzido pelo órgão sobre o caso em questão.
Os sistemas internos de gestão documental inclusive estão sempre
passando por constante aprimoramento para que sejam mais ágeis e seguros e
otimizados para melhor aproveitamento da força de trabalho.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores,
gravemente e sem provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de
finalidade, em arrepio ao texto constitucional, é manifesto”. Ora, de que desvio de
finalidade estamos falando se a ABIN não produziu Relatório de Inteligência
algum nesse caso? Estamos vivendo um regime de exceção não pelo que afirmam as
matérias sensacionalistas citadas e reproduzidas sem qualquer zelo pelos autores, mas
sim, pela antijuridicidade de um pedido que não apresenta provas e ainda assim
:
Em por
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gravemente e sem provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de
finalidade, em arrepio ao texto constitucional, é manifesto”. Não se pode falar em
I6
desvio de finalidade, tendo em consideração que não existe atuação institucional.
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2
Concluindo, no que tange aos pedidos apresentados:
I6
Quanto ao primeiro pedido (i), a ABIN concorda plenamente.Isto
não somente porque não se trata de atuação institucional, conforme
já repisado por diversas vezes neste relato, mas ainda por não ter
acontecido nenhuma atuação institucional da Agência.Ressalte-se,
ainda, que o Acórdão proferido na ADI 6529 está sendo cumprido
pela Agência em sua integralidade, e os fatos relatados na notícia
não representam a atuação institucional, se é que são verdadeiros;
No que tange ao terceiro pedido (iii), resta ele prejudicado, tendo
em vista que os papéis não foram produzidos institucionalmente
pela ABIN, e esta Agência não detém nenhum relatório ou
documento, no âmbito desta Agência, que trate do tema.
desde logo, que o signatário seja intimado para obter ciência dos mesmos."
pre
3. Conforme apontado, as informações foram divididas em tópicos, tratando de cada um dos pontos
principais. Seriam cinco pontos importantes: 1) inexistência de ato formal praticado pela ABIN; 2) Comparativo
Im
entre as notícias jornalísticas apresentadas; 3) e 4) tramitação de documentos no âmbito da ABIN e controles aos quais
a Agência está sujeita; e 5) providências já adotadas no âmbito da ABIN.
4. Nesse sentido, os pontos constantes do item 1, 3 e 4, já se encontram suficientemente destrinchados na
peça. A complementação se dará com apresentação de uma preliminar, relativa à utilização de petição em lugar de
reclamação constitucional, em relação ao ponto 2, no que diz respeito à utilização de notícia jornalística como prova,
em relação ao ponto 5, sobre as providências no âmbito da ABIN, especificamente quanto ao pedido formulado pela
Agência.
2. DA ANÁLISE JURÍDICA
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6. No presente caso, como a citação já ocorreu, o aditamento não poderia mais ser deferido.
7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se dá exatamente nesse sentido:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS ESTADUAIS (ANAMAGES).
LEGITIMIDADE ATIVA. LEI COMPLEMENTAR 1.031/2007 DO ESTADO DE SÃO
29
PAULO. NORMA DE INTERESSE DA MAGISTRATURA ESTADUAL. NÃO
IMPUGNAÇÃO À NORMA DO MESMO COMPLEXO NORMATIVO. AUSÊNCIA DE
65
INTERESSE DE AGIR. IMPOSSIBILIDADE DE ADITAMENTO DA INICIAL.
NECESSIDADE DE NOVAS INFORMAÇÕES. DESPROVIMENTO DO AGRAVO
DI
REGIMENTAL.
1. Embora a ANAMAGES represente apenas fração da classe dos magistrados, a
jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL passou a reconhecer a sua legitimidade
ativa quando a norma objeto de controle de constitucionalidade referir-se exclusivamente à
Magistratura de determinado ente da Federação. Precedentes.
2. A não impugnação de todas as normas que integram o conjunto normativo apontado como
inconstitucional implica a ausência do interesse de agir da parte requerente. Precedentes.
3. Entendimento desta CORTE no sentido de que o aditamento da inicial só é possível,
observados os princípios da economia e da celeridade processuais, quando a inclusão de
nova impugnação dispensa a requisição de novas informações. No presente caso, não é
possível tal aditamento com a finalidade de corrigir vício relativo à legislação não
impugnada do complexo normativo.
4. Agravo Regimental a que se nega provimento.
(ADI 4265 aGr - Rel. Min. Alexandre de Moraes. Julgamento: 09/04/2018)
:
Em por
8. Nesse sentido, tendo em consideração que o aditamento exigiu apresentação de novas "provas" - as
notícias jornalísticas - a petição deve ser desconsiderada, pois encontra-se extemporânea.
o
:
ss
pre
2.2 preliminarmente - mera petição não substitui Reclamação Constitucional - violação ao juiz
natural
Im
9. O Partido Político Rede Sustentabilidade, por meio de petição apresentada no âmbito da ADI nº
6.529/DF, e sob a narrativa de que estaria trazendo fatos novos ao ao processo, busca conseguir providência incidental
que, a toda evidência, reclama o manejo de instrumento apropriado, qual seja, o de uma Reclamação.
10. Com efeito, ao se analisar toda a argumentação trazida pelo Partido Político na petição ora em
comento, é possível se perceber que busca construir uma narrativa que converge para o imaginado fato de que a
Agência Brasileira de Inteligência estaria descumprindo o Acórdão proferido na ADI-MC nº 6.529/DF.
11. Ora, se o referido Partido Político pretende alertar o Supremo Tribunal Federal para um suposto
descumprimento de decisão sua, proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade, e dotada de efeitos erga omnes,
deveria o referido Partido ter se valido do instrumento apropriado para isso, previsto em no Regimento Interno do
referido Tribunal, qual seja, a Reclamação, tal como prevê a norma constante do § 1º do art. 70 do RISTF, e não ter
apresentado uma petição no bojo do processo onde foi proferido o Acórdão.
12. Com efeito, ao adotar o procedimento acima referido, o Partido Político além de desrespeitar a
sistemática prevista para a situação no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, acaba também direcionando a
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sua irresignação para um Relator que ele mesmo houve por bem em escolher, o que, por certo, ofende a garantia do
juiz natural prevista constitucionalmente, uma vez que, segundo o § 1º do art. 70 do RISTF, acima referido, a
reclamação constitucional deve ser submetida à livre distribuição quando tiver como causa de pedir o descumprimento
de súmula vinculante ou de decisão dotada de efeito erga omnes.
13. Por atribuição constitucional, presta-se a reclamação para preservar a competência do STF e garantir a
autoridade de suas decisões (art. 102, inciso I, alínea l, CF/88), bem como para resguardar a correta aplicação de
súmula vinculante (art. 103-A, § 3º, CF/88).
14. Observe-se que a REDE Sustentabilidade utilizou-se de mera petição atravessada nos autos para
garantir a autoridade de decisão proferida nos autos desta ADI 6529. No entanto, não é a forma como a jurisprudência
se posiciona, conforme aponta texto da ADI 2.212-1:
2
PROCESSUAL CONSTITUCIONAL, SITUADO NO ÂMBITO DO DIREITO DE
65
PETIÇÃO PREVISTO NO ARTIGO 5º, INCISO XXXIV, ALÍNEA A DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ART. 22,INCISO I DA CARTA.
DI
1. A natureza jurídica da reclamação não é a de um recurso, de uma ação e nem de um
incidente processual. Situa-se ela no âmbito do direito constitucional de petição previsto
no artigo 5º, inciso XXXIV da Constituição Federal. Em conseqüência, a sua adoção pelo
Estado-membro pela via legislativa local, não implica em invasão da competência privativa da
União para legislar sobre direito processual (art. 22, I da CF).
2. A reclamação constitui instrumento que, aplicado no âmbito dos Estados-membros, tem
como objetivo evitar, no caso de ofensa à autoridade de um julgado, o caminho tortuoso e
demorado dos recursos previstos na legislação processual, inegavelmente inconvenientes
quando já tem a parte uma decisão definitiva. Visa, também, à preservação da competência
dos Tribunais de Justiça estaduais, diante de eventual usurpação por parte de Juízo ou outro
Tribunal local.
3. A adoção desse instrumento pelos Estados-membros, além de estar em sintonia com o
princípio da simetria, está em consonância com o princípio da efetividade das decisões
judiciais.
4. Ação direta de inconstitucionalidade improcedente.”(Grifou-se)
:
Em p r
15. Ada Pellegrini Grinover, em artigo sobre o tema, corrobora com esse entendimento:
“A meu ver, a providência em questão constitui uma garantia especial que pode ser subsumida
o
:
na cláusula constitucional que assegura “o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
ss
de direito ou contra a ilegalidade ou abuso de poder” (CF, art. 5, inciso XXXIV, letra a).”
p
16. No mesmo artigo, ela afasta a ideia de ser a Reclamação Constitucional recurso, ou até mesmo uma
Im
ação, assim proclamando:“[...] não se trata de ação, uma vez que não vai se rediscutir a causa com um terceiro; não
se trata de recurso, pois a relação processual já está encerrada,nem se pretende reformar a decisão mas antes
garanti-la.”
17. A vista do exposto, pugna, preliminarmente, esta Agência Brasileira de Inteligência para que a Petição
ora apresentada pelo Partido Político não seja recebida no âmbito da ADI-MC nº 6.529/DF.
18. Caso não seja acolhida esta preliminar, e apenas por amor ao debate, segue argumentação no que
tange ao mérito.
19. Como afirmado anteriormente, o Partido Político, com base em mera notícia (matéria jornalística),
imputa à Agência Brasileira de Inteligência a elaboração de Relatórios de Inteligência que teriam por objetivo
favorecer a defesa de Senador da República, filho do Presidente da República, em inquérito ao qual o parlamentar
responde.
20. Segundo a afirmação ora feita pelo Partido Político, amparada unicamente na reportagem acima
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referida, a ABIN teria elaborado tais relatórios contra a sua finalidade institucional, com desvio de finalidade, sem
motivação e de maneira contrária ao interesse público.
21. No entanto, contrariamente ao alegado na referida matéria jornalística, e consoante já exposto ao
longo do relatório fático apresentado, inexistiu qualquer ato produzido institucionalmente pela ABIN tendente a
produzir os relatórios de inteligência referidos na aludida reportagem, conforme esclarecido em notas pelo Gabinete
de Segurança Institucional e pela própria Agência Brasileira de Inteligência.
22. Com efeito, conforme já exposto linhas acima, a referida alegação do Partido Político autor encontra-
se ancorada apenas em uma especulação jornalística, o que, além de muito dificultar a produção de provas por parte da
Administração Pública, também não deveria servir de amparo para qualquer ação do Supremo Tribunal Federal, tendo
em vista que carece de devida precisão. Conforme apontado, a consulta a diversos órgãos de imprensa, leva a uma
ampla variedade de versões fáticas, o que dificulta sobremaneira a elaboração de defesa.
23. No presente caso, como não existiu qualquer relatório produzido institucionalmente, a defesa da
Agência centra-se na negativa de produção. Demais disso, como dito, os fatos apresentados pela imprensa tendem a se
revelar de variadas formas. A jurisprudência deste STF indica que notícia jornalística não pode ser tomada como
prova, verbis:
6
existência de fatos supostamente ilícitos praticados por membro do Superior Tribunal de
DI
Justiça e por familiares. Manifesto descabimento da presente pretensão. Representação não
acompanhada de documento ou qualquer indício ou meio de prova minimamente aceitável que
noticie ou demonstre eventual ocorrência das práticas ilícitas apontadas pelo agravante.
Afirmações que partem de simples matérias jornalísticas anexadas aos autos. Ausência
de base empírica mínima. A parte se limitou a fazer interpretações de ordem conjectural a
respeito das reportagens. Investigação de magistrado que só pode ser feita pela própria
magistratura. Inteligência do art. 33, parágrafo único,da LOMAN. Prerrogativa que não
objetiva favorecer aqueles que exercem a magistratura, mas garantir a independência do
exercício de suas funções, além de evitar manipulações políticas de investigações e a
subversão da hierarquia. Doutrina e precedentes. Argumentos insuficientes para infirmar a
decisão agravada. Agravo regimental ao qual se nega provimento." (STF - Ag. Reg. na Petição
9.018 - Distrito Federal. Rel. Min. Dias Toffoli)
proteger direito líquido e certo, que é aquele comprovado de plano, que se apresenta manifesto
na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração.
ss
E, por isso, exige a prova pré-constituída, sem a qual não se pode admitir o regular
desenvolvimento do processo de mandado de segurança, visto que não admitida a dilação
pre
probatória. Caso em apreço, no qual não se constata de plano a existência do direito alegado.
Matéria jornalística apresentada, que não se presta a tornar inequívoca a alegação do
impetrante acerca da afronta ao seu direito de propriedade. Imperiosa aplicação do
artigo 10, ‘caput’ , da Lei do Mandado de Segurança, ante a ausência do requisito legal
consistente na prova pré-constituída do direito líquido e certo. Precedente do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL.” (MS nº 4199-75.2014.8.19.0000, Rel. Des.
ALCIDES DA FONSECA NETO – grifei)
24. Assim, a juntada de mera notícia jornalística não pode, em absoluto, ser tomada como prova de fato, e
muito menos como comprovação de ocorrência dos fatos ora em discussão imputados à Agência Brasileira de
Inteligência.
25. Conforme salientado ao longo da presenta peça processual, a Agência Brasileira de Inteligência
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(ABIN), tomou conhecimento de matéria jornalística divulgada pela Revista Época, em 11.12.2020, com o título "A
ABIN E A OPERAÇÃO PARA "DEFENDER FB" E ENTERRAR O CASO QUEIROZ".
26. Referida reportagem assevera informações inverídicas, destacadas em posicionamento oficial da
Agência datado de 14 de dezembro de 2020, no seguinte sentido:
Em relação a reportagens veiculadas pela imprensa, a Agência Brasileira de Inteligência
(ABIN) reitera que:
1 – Os mencionados relatórios não foram produzidos pela ABIN. Supostos trechos divulgados
apresentam-se mal redigidos, com linguajar atécnico que não guarda relação com a Atividade
de Inteligência;
2 – A Agência desenvolve seus trabalhos de maneira integrada e cooperativa, não havendo
setores fragmentados de sua institucionalidade, sendo falsa a afirmação de existência de
“ABIN paralela” ou “ABIN clandestina”;
A
3 – As acusações se pautam em torpe narrativa, desprovida de conjunto probatório,
supostamente contida em documentos que não foram produzidos pela Agência Brasileira de
-10
5.9 9
Inteligência;
4 – O intuito único é desacreditar uma instituição de Estado e os servidores que compõem seus
81
.79 I 5
quadros;
5 – Reitera-se, na íntegra, a Nota à Imprensa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), de
D
23 de outubro de 2020, na qual é declarado não ter sido realizada qualquer ação por entender
que, dentro das suas atribuições legais, não competia ao GSI ou à ABIN qualquer providência
a respeito do tema;
6 – A ABIN acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para que adote medidas capazes de
27.
restabelecer a verdade dos fatos.
05
Tal conduta extrapola o mero exercício do direito de liberdade de informação, já que a reportagem
70
ultrapassa os limites da função jornalística, que é de informar à coletividade fatos e acontecimentos, de maneira
objetiva, sem alteração da verdade. Aliás, a eficácia do próprio direito à informação decorre da veiculação de
0:4
informações verídicas, sob pena de prejudicar o direito de ser informado de cada cidadão.
28. Com efeito, muito embora a referida matéria jornalística tenha imputado a elaboração dos relatórios à
0:3
ABIN, em momento algum apresentou documento, material, ou qualquer comprovação de sua origem. Registre-se que
a aludida matéria jornalística se limitou a divulgar apenas trechos dos relatórios recebidos, que, inclusive, chamaram a
-2
atenção desta Agência justamente por se apresentarem com redação fora do padrão de documentos produzidos no
âmbito do órgão, com adoção de linguajar atécnico que não guarda relação com a atividade de inteligência.
/
29. Ou seja, a Agência Brasileira de Inteligência ora se depara com uma acusação que, além de ser
/12
Em or
desprovida de suporte probatório, tenta se sustentar em relatórios que não foram produzidos institucionalmente por
ela.
1: 5
30. Diante deste cenário, a apresentação dos documentos por parte do jornalista que os detém torna-se
o
imprescindível, a fim de que a Agência possa não apenas averiguar o seu conteúdo bem como adotar medidas
ss
tendentes ao pronto esclarecimento da verdade dos fatos, além de facultar o exercício do seu direito constitucional de
pe
fonte estará plenamente preservado, tendo em vista que o que se busca obter não seria a revelação da origem dos
relatórios, mas os documentos em si, a fim de comprovar sua ilegitimidade e, a partir daí, adotar as providências
cabíveis.
32. Deste modo, e com amparo no artigo 401 do Código de Processo Civil, a partir de pedido formulado
pelo Diretor da Agência em seu Relatório Fático (em anexo), pugna a Agência Brasileira de Inteligência para que o
jornalista responsável pela reportagem ora em comento seja citado e instado a apresentar os relatórios referidos na
notícia, que se encontram em seu poder, e que, segundo a sua ótica, teriam sido produzidos pela ABIN.
3. CONCLUSÃO
33. Diante do exposto, requer-se, inicialmente, o acolhimento das preliminares suscitadas, no sentido de
não se admitir aditamento após a citação e de não reconhecer a fungibilidade entre a Reclamação e mera petição
atravessada nos autos, em virtude de afronta ao princípio do juiz natural.
34. No mérito, caso superada a preliminar, a Agência Brasileira de Inteligência informa que os pedidos
formulados nos itens I e III não geram efeitos práticos no âmbito do órgão, tendo em vista que não existe relatório
produzido institucionalmente no âmbito da ABIN, e que o teor da decisão proferida nos autos desta ADI está sendo
13 of 14 15/12/2020 18:49
Firefox https://sapiens.agu.gov.br/documento/552576497
29
fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00091015460202012 e da chave de acesso 358ba15f
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Data e Hora: 15-12-2020 18:49. Número de Série: 17156653. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.
14 of 14 15/12/2020 18:49
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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
ASSESSORIA JURÍDICA JUNTO A AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA
GABINETE
SPO ÁREA 05, QUADRA 01, BLOCO A ASA SUL CEP:70610-905, TEL: (61)3445-8000
DESPACHO n. 00269/2020/ASJUR-ABIN/CGU/AGU
NUP: 00091.015376/2020-07
INTERESSADOS: ABIN AGENCIA BRASILEIRA DE INTELIGENCIA
ASSUNTOS: DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
6
1. Aprovo o documento em anexo.
2. Observo que a demanda judicial se faz necessária a fim de que se confirme que o documento
referenciado na matéria jornalística, conforme aponta o relato fático do Sr. Diretor-Geral, não foi produzido
institucionalmente pela ABIN.
3. A partir dessa confirmação, será possível a eventual adoção de outras providências judiciais, na seara
cível e criminal, e administrativas.
Documento assinado eletronicamente por MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550656380 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO.
Data e Hora: 11-12-2020 20:47. Número de Série: 17156653. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.
1 of 1 15/12/2020 18:31
Processo nº 00091.015500/2020-26
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Gabinete do Diretor Geral da Agência Brasileira de Inteligência
29
no cia jornalís ca, denúncia da existência de reunião man da entre o Ministro-Chefe do GSI e o Diretor-
Geral da ABIN e as advogadas de Senador da República.
6
Observe-se que tal matéria já está sendo tratada no âmbito do MS 37.504, relatoria do
Min. Ricardo Lewandowski, no âmbito do qual, inclusive, foi protocolada pe ção semelhante pela mesma
DI
REDE sustentabilidade, na mesma data de 12/12/20.
Segundo a peça ora em comento, após a reunião, confirmada pelo GSI e pelas advogadas
do Senador, teria havido relatório supostamente produzido no âmbito da ABIN e encaminhado à defesa
do Senador. Tal afirmação, repise-se, está fundamentada exclusivamente em no cia jornalís ca, o que
dificulta imensamente a produção de informações.
Como será demonstrado a seguir, a ancoragem exclusiva em fato no ciado pela imprensa
não pode servir de base para qualquer ação do Supremo Tribunal Federal. Isto porque: 1) carece da
devida precisão pois, ao se consultar outros órgãos de imprensa, os fatos tendem a ser um pouco
diversos; 2) a jurisprudência do STF não aceita como prova a mera no cia jornalís ca.
Tornando ao caso concreto, a peça protocolada argumenta que “as iniciais preocupações
com a u lização de Abin, GSI (e até mesmo o Serpro) para fins meramente pessoais da família do Sr.
Presidente da República efe vamente se concre zaram da pior forma possível, com a produção de
:
verdadeiros relatórios de uma inteligência estatal quase paralela, avessa às finalidades cons tucional e
Em por
determina “que as solicitações realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência sejam eivadas de
ss
mo vação que consiga demonstrar que os dados pretendidos estejam de acordo com as finalidades
pre
previstas na legislação e, antes de qualquer coisa, em harmonia com a Cons tuição”, bem como que “os
órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer dados e
conhecimentos específicos à ABIN quando comprovado o interesse público da medida, afastada qualquer
Im
29
de: 1) abster-se de atuar, junto à Receita e ao SERPRO, no sen do de auxiliar defesa de Senador da
65
República; 2) fornecer ao STF cópia integral das fundamentações fá cas e jurídicas, dos relatórios
produzidos e dos processos, procedimentos, protocolos, registros de acesso e quaisquer outras
DI
informações que possibilitem o controle judicial dos procedimentos de inteligência emi dos no caso.
Em primeiro lugar, será demonstrado que inexis u qualquer ato oficialmente produzido
pela ABIN.
A seguir, será traçado um compara vo entre diversas notas que foram publicadas na
imprensa, a fim de ressaltar suas nuances e deixar claro que não podem servir como prova para
fundamentar qualquer medida judicial.
Em con nuação, esta peça vai listar os controles aos quais a ABIN está subme da, todos
estabelecidos a fim de impedir a perpetração de a vidades irregulares no âmbito da Agência.
Em um úl mo tópico, serão listadas as providências adotadas pela Agência a par r do
conhecimento da no cia jornalís ca.
Pires e Juliana Bieerenbach, informação acerca de supostas irregularidades, que teriam sido come das
em relatórios da Receita Federal.
p
De acordo com as citadas advogadas, tais denúncias foram trazidas ao GSI, em tese, por
Im
a ngir integrante da família presidencial. Entretanto, à luz do que nos foi apresentado, o que poderia
parecer um assunto de segurança ins tucional, configurou-se como um tema, tratado no âmbito da
Corregedoria da Receita Federal, de cunho interno daquele órgão e já judicializado.
Diante disso, o GSI não realizou qualquer ação decorrente. Entendeu que, dentro das suas
atribuições legais, não lhe compe a qualquer providência a respeito do tema.”
Na matéria publicada na data de 12/12/2020, o jornalista imputa à ABIN diversas condutas
irregulares, sendo a mais importante delas a produção de relatórios de inteligência a fim de auxiliar a
defesa pessoal de Senador da República.
Tal posicionamento foi posteriormente ra ficado pelo Ministro de Estado Chefe do
Gabinete de Segurança Ins tucional da Presidência da República, em perfil da rede Twi er, na data de
28/10/2020:
“O jornalista Guilherme Amado afronta, outra vez, a hones dade intelectual e acusa GSI e
ABIN de par cipar da defesa do Sen Flávio Bolsonaro. As duas ins tuições não realizaram qq
procedimento ou providência nesse assunto, exatamente por não ser afeto à Seg Ins tucional."
Na data de 14/12/2020, o GSI emi u nova nota, reiterando posicionamento anterior:
Em relação à matéria publicada hoje, na Revista Época, assinada pelo repórter Guilherme
Amado, com o tulo “Abin fez relatórios para orientar defesa de Flávio Bolsonaro na anulação de caso
Queiroz”, informamos o seguinte:
1. Mais uma vez, o repórter, obcecado pelo assunto, redige extensa matéria, na tenta va de difamar o
GSI, a Abin e seus servidores.
2. O GSI reitera, na íntegra, a Nota à Imprensa, de 23 Out 2020, em que afirmou que não
realizou qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das suas atribuições legais, não lhe
compe a qualquer providência a respeito do tema.
3. As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas narra vas e abordam
supostos documentos, que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência.
9
4. Lamentamos a insistência manifesta da Revista, em agir contra Ins tuições de Estado,
52
apesar de manifestações oficiais anteriores, que apresentaram, à sociedade e à imprensa, de forma
transparente, a verdade dos fatos.
Ainda em 14/12/2020, como será melhor desenvolvido mais adiante, esta ABIN
DI
encaminhou pedido à Assessoria Jurídica do órgão para atuação perante o Poder Judiciário, no intuito de
obter os citados relatórios. Do Relatório Fá co assinado naquela oportunidade, extrai-se o seguinte
trecho:
“Ressaltando posicionamento emi do anteriormente pelo Gabinete de Segurança
Ins tucional, conforme já ressaltado anteriormente, afirmo que esta Agência não emi u relatórios de
inteligência referidos na matéria, ou qualquer documento relacionado ao tema.
O ocorrido se deu conforme descreve a nota do GSI: após a reunião, não houve qualquer
ação decorrente, seja por parte do GSI, conforme apontam as notas destacadas, seja no âmbito da
ABIN, por não se tratar de assunto de segurança ins tucional, mas de tema de cunho interno da
Receita Federal, já tratado no âmbito da Corregedoria daquele órgão.”
Nesse sen do, inexiste qualquer ato pra cado pelo Diretor-Geral da Agência Brasileira de
Inteligência que tenha relação com a no cia, sendo a pe ção apresentada pela REDE Sustentabilidade
:
respeito da situação. O que exis u, e tanto a nota emi da pelo GSI quanto o Tweet do Gen. Heleno
so
:
confirma, é apenas a realização de uma reunião, marcada para verificar ocorrência de eventual violação
de segurança ins tucional, entre o Gabinete de Segurança Ins tucional, com par cipação do Diretor-
res
29
violação de segurança ins tucional, não houve nenhuma providência decorrente do encontro.
65
A especulação constante da pe ção inicial diz respeito às consequências de tal reunião.
Conforme apontam os documentos citados – notas oficiais do GSI e Relatório Fá co firmado pelo Diretor-
DI
Geral da Agência – não houve adoção de qualquer providência no âmbito do GSI e da Agência Brasileira
de Inteligência que tenha decorrido da reunião man da, por se tratar de assunto já judicializado, e
tratado no âmbito da Corregedoria da Receita Federal.
bolsonaro-suspeita-que-pode-anular-caso-queiroz-governo-se-mobiliza-para-encontrar-prova-24706926 -
cópia em anexo).
A reportagem, como afirmado anteriormente, já foi devidamente desmen da, de forma
s
res
oficial, por diversas vezes, pelo Ministro-Chefe do GSI, tendo em vista que tais relatórios não foram
produzidos ins tucionalmente pela ABIN.
Segue os principais trechos da matéria:
Im
9
24792193), o mesmo jornalista Guilherme Amado afirma que:
65
“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos dois relatórios de
orientação para Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os
documentos que permi ssem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos,
DI
ob dos pelo colunista Guilherme Amado, da Revista Época, e cuja auten cidade e procedência foram
confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa
em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um
escru nio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.
Enviados em setembro para Flávio e repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam
com uma versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Ins tucional, que
afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do
senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da Abin, em 25 de agosto.”
(grifo nosso)
O colunista Lauro Jardim, em blog sediado no sí o eletrônico de “O Globo”,
(h ps://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tenta va-de-flavio-bolsonaro-para-diminuir-o-fogo-
dos-relatorios-da-abin.html) (cópia em anexo), publicou matéria em que afirma:
“A Abin já afirmou em nota que não produziu relatório algum. Um truque retórico, pois o
m: por:
material não foi confeccionado de forma oficial. O fato é que foi gestado na Abin, que o enviou a Flavio
Bolsonaro. O 01, por sua vez, o enviou a algumas pessoas.” (grifo nosso)
so
O portal Terra também publicou matéria sobre o tema, na data de 11/12/2020, firmada
por Felipe Frazão e Tania Monteiro sob o tulo “Abin orientou defesa de Flávio a agir em inquérito das
res
6
Cabe aqui ressaltar a distância entre o teor dos supostos relatórios de inteligência que
DI
teriam sido recebidos pelas advogadas e o padrão de documentos produzidos pela ABIN.
Os Relatórios de Inteligência (Relints) produzidos pela ABIN tramitam de forma segura e
controlada. Seguem normas procedimentais e são iden ficados a par r de seu Número Único de
Protocolo (NUP) e, quando finalizados, recebem o tratamento adequado ao seu caráter sigiloso. A difusão
eletrônica de documentos é feita por meio de criptografia e acompanhada pela área de gestão
documental.
Os Relints, antes de sua difusão, passam por revisão, aprovação e controle pela Alta
Direção da ins tuição. A redação de um Relint não comporta iniciais de pessoas como forma de
iden ficação ou códigos além do já citado NUP. Os trechos dos supostos documentos citados na matéria
jornalís ca não guardam qualquer correlação com nenhum relatório de inteligência produzido dentro da
ABIN.
Toda a entrada e saída de Relints é controlada, portanto a agência pode afirmar, com
m: or:
segurança, que não houve qualquer Relatório de Inteligência produzido pelo órgão sobre o caso em
questão.
Os sistemas internos de gestão documental inclusive estão sempre passando por constante
so
aprimoramento para que sejam mais ágeis e seguros e o mizados para melhor aproveitamento da força
de trabalho.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores, gravemente e sem
pr
provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de finalidade, em arrepio ao texto
Im
cons tucional, é manifesto”. Ora, de que desvio de finalidade estamos falando se a ABIN não produziu
Relatório de Inteligência algum nesse caso? Estamos vivendo um regime de exceção não pelo que
afirmam as matérias sensacionalistas citadas e reproduzidas sem qualquer zelo pelos autores, mas sim,
pela an juridicidade de um pedido que não apresenta provas e ainda assim tramita junto à mais alta
corte do País.
4. Controles aos quais a solicitação de dados e informações pela ABIN está subme da
É importante destacar que o objeto originário da ADI 6529 foi o compar lhamento de
dados e informações dos órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) com a ABIN. Na decisão da
medida cautelar foi determinado que:
“a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência somente podem fornecer
dados e conhecimentos específicos à ABIN quando comprovado o interesse público da medida, afastada
qualquer possibilidade desses dados atenderem interesses pessoais ou privados; b) toda e qualquer
decisão que solicitar os dados deverá ser devidamente mo vada para eventual controle de legalidade
pelo Poder Judiciário; c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes às
comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva de jurisdição não podem ser compar lhados na
forma do disposi vo em razão daquela limitação, decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e d)
nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à ABIN, é imprescindível procedimento
formalmente instaurado e a existência de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso,
inclusive para efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou abusos, nos termos
do voto da Relatora, vencido o Ministro Marco Aurélio, que indeferia o pedido”.
A ABIN solicita informações aos demais integrantes do SISBIN mediante Pedido de
Conhecimento de Inteligência (PCI).
Os PCI são documentos formais previstos em norma vos internos cuja elaboração, assim
como ocorre com os Relints, segue rigoroso processo de revisão pela Alta Direção do órgão, com vistas a
iden ficar o cumprimento dos requisitos como interesse público, finalidade, mo vação e respeito à
reserva de jurisdição. Sua difusão eletrônica é feita seguindo protocolos de segurança, com a adoção de
9
criptografia e a tramitação por meios seguros.
Observa-se, dessa forma, que toda solicitação de informações pela ABIN está em perfeita
I6
consonância com a decisão cautelar proferida na presente ADI. No entanto, é imperioso destacar que não
houve qualquer requisição à Receita Federal, ao Serpro ou a qualquer outro órgão de informações ou
dados relacionados ao “Caso Queiroz”.
A Agência não trabalha à margem da legalidade como os autores, gravemente e sem
provas, afirmam em sua peça quando dizem que “o desvio de finalidade, em arrepio ao texto
cons tucional, é manifesto”. Não se pode falar em desvio de finalidade, tendo em consideração que não
existe atuação ins tucional.
Após relatar como a situação ocorreu, ressalta a necessidade de que a Agência tenha
E po
acesso a tais relatórios constantes da no cia, não apenas para restabelecer a verdade, já que não existe
relatório produzido ins tucionalmente pela ABIN, mas também com o propósito de atuar no sen do de
o
:
que a Agência está tendo prejuízo em sua imagem com a divulgação de tais no cias:
Cumpre observar que a matéria já gerou consequências nefastas para a imagem da
Im
Agência Brasileira de Inteligência, como se pode notar em outra matéria jornalís ca publicada pelo sí o
eletrônico “O Antagonista”, sob o tulo “"É inaceitável em todos os sen dos. A Abin passou de qualquer
limite", diz presidente do Sindifisco”, que entrevistou o Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal do Brasil (h ps://www.oantagonista.com/brasil/e-inaceitavel-em-todos-os-
sen dos-a-abin-passou-de-qualquer-limite-diz-presidente-do-sindifisco/). Ressalte-se, em relação à
matéria, que o prejuízo à imagem da Agência é manifesto, conforme aponta o seguinte trecho:
“Se não bastasse a gravidade de se ter uma agência de inteligência mobilizada para
defender o filho do presidente da República, acusado de atos ilícitos, não se pode admi r que um órgão
de governo busque interferir num órgão de Estado, protegido pela Cons tuição Federal, sugerindo
afastamentos de servidores públicos.”
9
Nesse sen do, encareço ao STF a citação do jornalista que detém os dados do suposto
65
documento produzido pela ABIN para que forneça os relatórios citados a fim de que seja possível a
adoção das eventuais medidas cabíveis.
Concluindo, no que tange aos pedidos apresentados:
1. Quanto ao primeiro pedido (i), a ABIN concorda plenamente. Isto não somente porque
não se trata de atuação ins tucional, conforme já repisado por diversas vezes neste relato, mas ainda por
não ter acontecido nenhuma atuação ins tucional da Agência. Ressalte-se, ainda, que o Acórdão
proferido na ADI 6529 está sendo cumprido pela Agência em sua integralidade, e os fatos relatados na
no cia não representam a atuação ins tucional, se é que são verdadeiros;
2. No que tange ao terceiro pedido (iii), resta ele prejudicado, tendo em vista que os papéis
não foram produzidos ins tucionalmente pela ABIN, e esta Agência não detém nenhum relatório ou
documento, no âmbito desta Agência, que trate do tema.
Por fim, muito agradeceria a Vossa Excelência, tendo em vista a gravidade das alegações
do autor da pe ção em comento, que REQUISITASSE informações e cópia do alegado “relatório” para o
Jornalista Guilherme de Abreu Monteiro de Freitas Amado.
:
Não se pretende com essa sugestão, de forma alguma, a obtenção de informações sobre
E po
quem teria entregue o referido “relatório”, de maneira a se preservar o sigilo da fonte, direito
fundamental de todos nós, mas apenas esclarecer os fatos e se o quadro descrito pelo autor é realmente
o
:
grave.
Caso, a par r do pedido de exibição de documentos, o Supremo Tribunal Federal obtenha
re
acesso aos relatórios no ciados na reportagem, requer-se, desde logo, que o signatário seja in mado
mp
Processo nº 00091.015376/2020‐07
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Gabinete do Diretor Geral da Agência Brasileira de Inteligência
Na data de hoje, o sí1o eletrônico da revista Época publicou matéria assinada pelo jornalista
Guilherme Amado, in1tulada “A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz”
(hCps://epoca.globo.com/guilherme‐amado/a‐abin‐a‐operacao‐para‐defender‐E‐enterrar‐caso‐queiroz‐
9
24791200) (cópia em anexo).
Trata‐se de con1nuação de matéria anterior, publicada em 23/10 pelo mesmo jornalista, sob o
6
Ktulo “Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queiroz; governo se mobiliza para
DI
encontrar prova” (hCps://epoca.globo.com/guilherme‐amado/defesa‐de‐flavio‐leva‐bolsonaro‐suspeita‐
que‐pode‐anular‐caso‐queiroz‐governo‐se‐mobiliza‐para‐encontrar‐prova‐24706926 ‐ cópia em anexo).
A peça jornalís1ca em questão já havia sido devidamente desmen1da pelo Gabinete de
Segurança Ins1tucional em nota oficial do GSI, nos seguintes termos:
“Chegou ao conhecimento do GSI, de maneira informal, por meio das advogadas Luciana Pires e
Juliana Bieerenbach, informação acerca de supostas irregularidades, que teriam sido come"das em relatórios da
Receita Federal.
De acordo com as citadas advogadas, tais denúncias foram trazidas ao GSI, em tese, por a"ngir
integrante da família presidencial. Entretanto, à luz do que nos foi apresentado, o que poderia parecer um assunto
de segurança ins"tucional, configurou‐se como um tema, tratado no âmbito da Corregedoria da Receita Federal,
de cunho interno daquele órgão e já judicializado.
Diante disso, o GSI não realizou qualquer ação decorrente. Entendeu que, dentro das suas
r:
Na matéria publicada na data de hoje, o jornalista imputa à ABIN diversas condutas irregulares,
o
m:
ss
sendo a mais importante delas a produção de relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de
Senador da República.
Segue os principais trechos da matéria:
mp
“A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu pelo menos dois relatórios de orientação para
Flávio Bolsonaro e seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que permi"ssem
embasar um pedido de anulação do caso Queiroz. Nos dois documentos, ob"dos pela coluna e cuja auten"cidade
e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta
organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB) (...). Enviados em setembro para Flávio e repassados
por ele para seus advogados, os documentos contrastam com uma versão do general Augusto Heleno,
ministro‐chefe do Gabinete de Segurança Ins"tucional, que afirmou publicamente que não teria ocorrido atuação
da Inteligência do governo após a defesa do senador levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem,
diretor da Abin, em 25 de agosto.”
“Um dos documentos é autoexplica"vo ao definir a razão daquele trabalho. Em um campo
in"tulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de
acessos imo"vados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por
ele repassados para sua advogada Luciana Pires.”
“No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender FB no caso Alerj”, a Abin
classifica como uma “linha de ação” para cumprir a missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’,
Relatório 01/DG (0271089) SEI 00091.015376/2020-07 / pg. 1
1 de 3 11/12/2020 17:31
SEI/PR - 2278871 - Relatório https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento...
demonstrando acessos imo"vados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então sobre a dificuldade para a
obtenção dos dados pedidos à Receita e, num padrão que permanece ao longo do texto, faz imputações a
servidores da Receita e a ex‐secretários, a exemplo de Everardo Maciel.”
“O relatório sugere a subs"tuição dos “postos”, em provável referência a servidores da Receita, e,
sem dar mais detalhes, afirma que essa recomendação já havia sido feita em 2019.
“Permanece o entendimento de que a melhor linha de ação para tratar o assunto FB e
principalmente o interesse público é subs"tuir os postos conforme relatório anterior. Se a sugestão de 2019 "vesse
sido adotada, nada disso estaria acontecendo, todos os envolvidos teriam sido trocados com pouca repercussão
em processo interno na RFB!”, explica o texto.”
9
informamos o seguinte:
1. Mais uma vez, o repórter, obcecado pelo assunto, redige extensa matéria, na tenta"va de difamar o GSI, a Abin
5
e seus servidores.
2. O GSI reitera, na íntegra, a Nota à Imprensa, de 23 Out 2020, em que afirmou que não realizou
D
qualquer ação decorrente, por entender que, dentro das suas atribuições legais, não lhe compe"a qualquer
providência a respeito do tema.
3. As acusações são desprovidas de veracidade, se valem de falsas narra"vas e abordam supostos
documentos, que não foram produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência.
4. Lamentamos a insistência manifesta da Revista, em agir contra Ins"tuições de Estado, apesar de
manifestações oficiais anteriores, que apresentaram, à sociedade e à imprensa, de forma transparente, a verdade
dos fatos.
decorrente, seja por parte do GSI, conforme apontam as notas destacadas, seja no âmbito da ABIN, por não
se tratar de assunto de segurança ins tucional, mas de tema de cunho interno da Receita Federal, já tratado
so
:
Brasileira de Inteligência, como se pode notar em outra matéria jornalís1ca publicada pelo sí1o eletrônico “O
Antagonista”, sob o Ktulo “"É inaceitável em todos os sen1dos. A Abin passou de qualquer limite", diz
presidente do Sindifisco”, que entrevistou o Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal do Brasil (hCps://www.oantagonista.com/brasil/e‐inaceitavel‐em‐todos‐os‐sen1dos‐a‐abin‐passou‐
de‐qualquer‐limite‐diz‐presidente‐do‐sindifisco/). Ressalte‐se, em relação à matéria, que o prejuízo à imagem
da Agência é manifesto, conforme aponta o seguinte trecho:
“Se não bastasse a gravidade de se ter uma agência de inteligência mobilizada para defender o
filho do presidente da República, acusado de atos ilícitos, não se pode admi"r que um órgão de governo busque
interferir num órgão de Estado, protegido pela Cons"tuição Federal, sugerindo afastamentos de servidores
públicos.”
Nesse sen1do, cumpre à ABIN obter acesso aos ditos “relatórios” que embasaram a matéria, a
fim de adotar medidas judiciais tendentes ao restabelecimento da verdade. A par1r do acesso aos relatórios,
ob1dos judicialmente, será possível comprovar que tais documentos não foram emi1dos pela ABIN, já que
não houve qualquer ação ins1tucional decorrente da reunião man1da com as advogadas do Senador, sem
prejuízo de demais providências necessárias.
Relatório 01/DG (0271089) SEI 00091.015376/2020-07 / pg. 2
2 de 3 11/12/2020 17:31
SEI/PR - 2278871 - Relatório https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento...
Pelo exposto, remeto o processo à Assessoria Jurídica junto à Agência Brasileira de Inteligência,
a fim de dar prosseguimento ao assunto junto à Advocacia‐Geral da União.
A autenticidade do documento pode ser conferida informando o código verificador 2278871 e o código CRC
5
FAB6FD94 no site:
https://sei-pr.presidencia.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&
I
id_orgao_acesso_externo=0
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
ASSESSORIA JURÍDICA JUNTO A AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA
ASSESSORIA JURÍDICA
PARECER n. 00254/2020/ASJUR-ABIN/CGU/AGU
NUP: 00091.015376/2020-07
INTERESSADOS: ABIN AGENCIA BRASILEIRA DE INTELIGENCIA
ASSUNTOS: DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
5
EMENTA: ADMINISTRATIVO. Notícia Jornalística. Produção de relatório para auxiliar
DI
defesa de Senador. Necessidade de adoção de medidas judiciais. Pelo encaminhamento do
relato à Procuradoria-Geral da União.
1. DOS FATOS
1. Por meio do Relatório Fá1co nº 01/2020/GAB/ABIN, de 11 de dezembro de 2020, o Diretor-Geral da
Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, Dr. Alexandre Ramagem, encaminhou a essa Assessoria Jurídica -
ASJUR/ABIN manifestação e documentos acerca de publicação pela revista Época, em seu sítio eletrônico e nessa
mesma data, de matéria assinada pelo jornalista Guilherme Amado, intitulada "A Abin e a operação para "defender
FB" e enterrar o caso Queiroz" (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-defender-fb-
enterrar-caso-queiroz-24791200) (doc. anexo).
2. Na sobredita manifestação, o Diretor-Geral da ABIN, pontua que a aludida matéria jornalística seria
uma continuação de matéria anterior do mesmo jornalista, publicada em 23/10, sob o título "Defesa de Flávio leva a
r:
3. Já a respeito da matéria publicada na data de hoje, afirma o Diretor-Geral da ABIN que o jornalista
e
teria imputado à Agência Brasileira de Inteligência diversas condutas irregulares, consistindo a mais importante delas
na produção de relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de Senador da República.
5. Destacou o Diretor-Geral da ABIN, também, que a matéria jornalística ora em comento já teria gerado
consequências nefastas para a imagem da Agência Brasileira de Inteligência, citando como exemplo uma outra
matéria publicada pelo sítio eletrônico "O Antagonista", sob o título "É inaceitável em todos os sentidos. A Abin
passou de qualquer limite", diz presidente do Sindifisco ("https://www.oantagonista.com/brasil/e-inaceitavel-em-
todos-os-sentidos-a-abin-passou-de-qualquer-limite-diz-presidente-do-sindifisco/").
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Firefox https://sapiens.agu.gov.br/documento/550565510
de Inteligência ter acesso aos ditos "relatórios" que embasaram a matéria jornalística ora em comento, a fim de que
possa, então, após analisá-los, "adotar medidas judiciais tendentes ao restabelecimento da verdade. A partir do acesso
aos relatórios, obtidos judicialmente, será possível comprovar que tais documentos não foram emitidos pela ABIN, já
que não houve qualquer ação institucional decorrente da reunião mantida com as advogadas do Senador, sem prejuízo
de demais providências necessárias."
7. Diante de todo o exposto, e após encaminhar a referida manifestação a essa Assessoria Jurídica,
solicitou o Diretor-Geral da ABIN que o assunto fosse levado à Advocacia-Geral da União para a adoção de
providências.
2. DA ANÁLISE JURÍDICA
9
matéria jornalística, da prática de condutas irregulares, consistindo as mais importantes delas na produção de
52
relatórios de inteligência a fim de auxiliar a defesa pessoal de Senador da República.
9. Constatamos, também, que o Diretor-Geral da ABIN afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência
I
não emitiu os relatórios de inteligência referidos na matéria jornalística ora em comento, assim como qualquer outro
documento sobre o tema, não tendo havido qualquer ação da ABIN nesse sentido.
10. Percebemos, ainda, que a referida matéria jornalística já teria gerado consequências negativas para a
imagem da Agência Brasileira de Inteligência, conforme também aponta o relatório. O interesse público parece se
encontrar presente, portanto, nesse restabelecimento da verdade e, com ele, da própria imagem do órgão.
11. Sabe-se que nenhum direito pode ser tomado como absoluto, nem mesmo a liberdade de imprensa.
Aliás, o próprio sítio eletrônico da Revista Época, editora da coluna do jornalista Guilherme Amado, traz os princípios
editoriais da publicação, definindo o conceito de "verdade", que merece citação:
"(...) A simplificação chegou a tal ponto que, hoje, não é raro ouvir que, não existindo nem
verdade nem objetividade, o jornalismo como busca da verdade não passa de uma utopia. É
um entendimento equivocado. Não se trata aqui de enveredar por uma discussão sem fim, mas
r:
a tradição filosófica mais densa dirá que a verdade pode ser inesgotável, inalcançável em sua
po
plenitude, mas existe; e que, se a objetividade total certamente não é possível, há técnicas que
permitem ao homem, na busca pelo conhecimento, minimizar a graus aceitáveis o
so
subjetivismo.
(...)
É para contornar essa simplificação em torno da “verdade” que se opta aqui por definir o
pr
jornalismo como uma atividade que produz conhecimento. Um conhecimento que será
constantemente aprofundado, primeiro pelo próprio jornalismo, em reportagens analíticas de
Im
maior fôlego, e, depois, pelas ciências sociais, em especial pela História. Quando uma crise
política eclode, por exemplo, o entendimento que se tem dela é superficial, mas ele vai se
adensando ao longo do tempo, com fatos que vão sendo descobertos, investigações que vão
sendo feitas, personagens que resolvem falar. A crise só será mais bem entendida, porém, e
jamais totalmente, anos depois, quando trabalhada por historiadores, com o estudo de
documentos inacessíveis no momento em que ela surgiu. Dizer, portanto, que o jornalismo
produz conhecimento, um primeiro conhecimento, é o mesmo que dizer que busca a verdade
dos fatos, mas traduz com mais humildade o caráter da atividade. E evita confusões.
(...)
2) A correção:
Correção é aquilo que dá credibilidade ao trabalho jornalístico: nada mais danoso para a
reputação de um veículo do que uma reportagem errada ou uma análise feita a partir de dados
equivocados. O compromisso com o acerto deve ser, portanto, inabalável em todos os veículos
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Firefox https://sapiens.agu.gov.br/documento/550565510
do Grupo Globo. É evidente que, depois de tudo o que aqui já foi dito sobre o conceito de
"verdade", não é demais dizer que estar correto é procurar descrever e analisar os fatos da
maneira mais acurada, dadas as circunstâncias do momento. Nesse sentido, a correção é um
processo, uma construção que vai se dando dia após dia. O jornalista investiga os fatos, pouco
a pouco, e vai montando um quebra-cabeça. O retrato final estará ainda incompleto, à espera
da História, mas terá de ser já, necessariamente, uma silhueta com contornos visíveis. Não há
fórmula, e nem jamais haverá, que torne o jornalismo imune a erros, porém. Quando eles
acontecem, é obrigação do veículo corrigi-los de maneira transparente, sem subterfúgios, num
movimento que é ele próprio essencial à busca da informação correta. Um dos mecanismos
que mais contribuem no controle de qualidade posterior à publicação das informações é a
reação do público. É essencial, portanto, que todos os veículos do Grupo Globo tenham, cada
um à sua maneira, estruturas que recebam amplamente as observações do público, críticas ou
elogiosas, para processá-las, entendê-las e dar seguimento a elas.
12. Nesse sentido de busca pela correção dos fatos, é que faz-se necessário a obtenção da documentação
em questão: cópia dos relatórios supostamente produzidos pela ABIN. De posse de tais documentos, como afirmado
pelo Sr. Diretor-Geral, será possível eventual adoção de providências cabíveis.
3. CONCLUSÃO
13. Deste modo, e em razão do caso em análise cuidar da imputação a um órgão do Poder Executivo
Federal da prática de atos irregulares, entendemos que, nos termos do parágrafo único do art. 1º c/c o art. 9º da Lei
Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, ele deva ser levado ao conhecimento da Procuradoria-Geral da
União, a fim de que ela, analisando-o, possa adotar medidas judiciais tendentes à defesa dos interesses da ABIN na
situação acima exposta.
À consideração superior.
ADVOGADO DA UNIÃO
CHEFE DA ASJUR-ABIN
:
Documento assinado eletronicamente por LEONARDO ZARAMELA FRAGA, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550565510 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): LEONARDO ZARAMELA FRAGA.
Data e Hora: 11-12-2020 20:22. Número de Série: 38922482608081514407903350241. Emissor: Autoridade
Certificadora SERPRORFBv5.
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Firefox https://sapiens.agu.gov.br/documento/550565510
Documento assinado eletronicamente por MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550565510 no endereço
eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO AKIYOSHI LOUREIRO.
Data e Hora: 11-12-2020 20:32. Número de Série: 17156653. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.
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A tentativa de Flavio Bolsonaro para diminuir o fogo dos relatórios da... https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tentativa-de-flavio-b...
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QUEM ESCREVE
BRASIL
Flávio Bolsonaro, até segunda ordem, não vai se manifestar sobre os dois
relatórios produzidos pela Abin com orientações e estratégias para a sua defesa no
caso das rachadinhas.
1 of 24 15/12/2020 18:27
A tentativa de Flavio Bolsonaro para diminuir o fogo dos relatórios da... https://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/tentativa-de-flavio-b...
A ideia é tentar que diminua o fogo alto da revelação. Responder agora seria, na
visão de Flavio e do seu grupo mais próximo, botar mais lenha na fogueira.
A Abin já afirmou em nota que não produziu relatório algum. Um truque retórico,
pois o material não foi confeccionado de forma oficial. O fato é que foi gestado na
Abin, que o enviou a Flavio Bolsonaro. O 01, por sua vez, o enviou a algumas
pessoas.
5
mudanças na Receita Federal neste momento.
Veja: Ministério Público pede que TCU investigue se Bolsonaro usou governo
para favorecer Flavio em caso Queiroz
LEIA MAIS:
Mudanças na Receita?
COMENTE
2 of 24 15/12/2020 18:27
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Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
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Flávio Bolsonaro arregaçou as mangas (dele e do governo do pai) para tentar encontrar prova que anule caso
Queiroz. Foto: Mateus Bonomi / AGIF / AFP
1 of 11 15/12/2020 18:25
Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
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Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
Leia também: Preso no Rio afirma ter doado para campanha de Flávio
Bolsonaro
9
práticas ilegais de investigação por parte de colegas. As advogadas
52
sustentaram que esses servidores seriam perseguidos por se recusarem a
participar de ações irregulares praticadas por colegas, a exemplo da
DI
fabricação de denúncias apócrifas, o que representaria um desvio de
finalidade da inteligência tributária.
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FLÁVIO BOLSONARO
3 of 11 15/12/2020 18:25
Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
Queiroz (à dir.) é ex-motorista e ex-segurança do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Foto:
Reprodução
29
servidores da Corregedoria, afirmando não ver conexão nos fatos
alegados por eles com alguma violação do estatuto do sindicato. Não
I6
houve nenhuma comprovação, portanto, de que eles de fato eram
perseguidos — nem de que não eram. O sindicato não se aprofundou no
assunto. Procurada, a Corregedoria da Receita afirmou que não
responderia se foi ou não aberta uma investigação sobre o caso.
A tese da defesa era que o relatório que trata dos supostos esquemas no
gabinete de Flávio e de outros 21 deputados da Alerj tem características
idênticas às práticas irregulares de que a Corregedoria da Receita no Rio
foi acusada.
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4 of 11 15/12/2020 18:25
Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
da Inteligência da Receita.
2
Barroso Tostes Neto, a quem foi entregue um documento narrando todas
I6
essas suspeitas. Agentes da Abin registraram esse encontro num relatório
de inteligência. O conteúdo da petição entregue ao chefe da Receita foi
compartilhado por ele com um círculo de pessoas de sua extrema
confiança. Nela, a defesa de Flávio Bolsonaro requisitava que fosse
pesquisado o histórico de acessos aos dados do filho do presidente,
inclusive — e aqui o roteiro ganha ainda mais ares de teoria da
conspiração — as consultas feitas por meio de uma suposta senha
invisível, que seria usada na Corregedoria para investigar funcionários
sem deixar rastros.
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m
Planalto.
Flávio partiu para uma nova tentativa, desta vez junto a Gileno Gurjão
Barreto, diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de
Dados do governo (Serpro).
5 of 11 15/12/2020 18:25
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9
No GSI, o assunto vem sendo tratado com extrema cautela. Heleno
52
considera que o tema envolve de fato a segurança da família presidencial,
mas, indagado, evitou fazer qualquer comentário oficial sobre o tema. A
DI
Abin segue no caso, auxiliando a defesa de Flávio Bolsonaro.
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Rodrigo Roca — recusaram-se a falar sobre o tema. Para o zero um, cujo
pó da ampulheta segue caindo, comprovar a tese de suas advogadas seria
quase como uma nova eleição para o Senado. Encontrado um vício de
origem no relatório de inteligência financeira, o caso Queiroz estaria
morto. O governo Bolsonaro mataria seu maior fantasma e, de quebra,
ainda fortaleceria o papo de que, sob o Mito, não há corrupção.
6 of 11 15/12/2020 18:25
Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
9
família do Senhor Presidente da República".)
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SOBRE OS AUTORES
PERSONAGEM DA SEMANA
SENADO
7 of 11 15/12/2020 18:25
Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso Queir... https://epoca.globo.com/guilherme-amado/defesa-de-flavio-leva-bolso...
DUELO DA PESTE
A VACINA DA DISCÓRDIA
A CoronaVac tem se mostrado segura nos testes feitos no Brasil, mas o
excesso de ambição política e a paranoia ideológica podem prejudicar a
imunização dos brasileiros
CRÔNICAS DA BARRA
QUASE UM BOLSONARO
D
Em campanha para ser vereador no Rio de Janeiro, Waldir Ferraz, fiel
escudeiro do presidente, diz que os tempos de guerra acabaram e
desmerece a gravidade da rachadinha: “Todo deputado faz”
É QUIBE, UAI!
UM MINEIRO ESPALHAFATOSO
Com popularidade inusitada para um candidato à reeleição, Alexandre
Kalil é líder isolado na corrida pela prefeitura de Belo Horizonte
governando com petistas, tucanos e aliados do mundo do futebol
CONCORDAMOS EM DISCORDAR
op
disputas eleitorais
9 PERGUNTAS PARA...
I
CELSO AMORIM
Ex-chanceler e ex-ministro da Defesa de governos petistas explica por
que decidiu apoiar o candidato do PSOL em São Paulo e a do PCdoB em
Porto Alegre
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8 of 11 15/12/2020 18:25
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HORA DE MUDAR
O acadêmico Sanford V. Levinson explica como a Constituição
americana contribui para o mal-estar atual nos Estados Unidos
RESSACA PÓS-IPO
A ALEGRIA NÃO É PARA TODOS
Por que metade das empresas que lançaram ações na Bolsa neste ano
viu seus papéis perderem valor
NA CANELA
ONDE PELÉ NEM SEMPRE É REI
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Na cidade onde o Rei nasceu, o pequeno município de Três Corações, em
Minas Gerais, sua história é negligenciada e alvo de disputas por
políticos locais
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extrema-direita
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Guilherme Amado
O governo e o enterro do caso Queiroz
Monica de Bolle
O peso da desigualdade
9 of 11 15/12/2020 18:25
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Eduardo Barretto
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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...
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Abin produziu pelo menos dois relatórios de orientação para Flávio Bolsonaro e
seus advogados sobre o que deveria ser feito para obter os documentos que
permitissem embasar um pedido de anulação do caso Queiroz
11/12/2020 - 03:00
Flávio Bolsonaro, denunciado pelo MP, contou com a atuação do governo do pai na busca de documentos para sua
defesa. Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
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1 of 11 15/12/2020 18:24
A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...
29
funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita
Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito
6
um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que
DI
gerou o inquérito das rachadinhas. Enviados em setembro para Flávio e
repassados por ele para seus advogados, os documentos contrastam com
uma versão do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional, que afirmou publicamente que não teria
ocorrido atuação da Inteligência do governo após a defesa do senador
levar a denúncia a Bolsonaro, a ele e a Alexandre Ramagem, diretor da
Abin, em 25 de agosto.
Pires.
Leia: Defesa de Flávio leva a Bolsonaro suspeita que pode anular caso
Queiroz; governo se mobiliza para encontrar prova
2 of 11 15/12/2020 18:24
A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...
9
missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’, demonstrando
52
acessos imotivados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então
sobre a dificuldade para a obtenção dos dados pedidos à Receita e, num
DI
padrão que permanece ao longo do texto, faz imputações a servidores da
Receita e a ex-secretários, a exemplo de Everardo Maciel.
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3 of 11 15/12/2020 18:24
A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...
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5
instaura sindicância para apurar os fatos no âmbito da Corregedoria e
DI
Inteligência da Receita Federal; Comissão de Sindicância requisita a
Apuração Especial ao Serpro para instrução dos trabalhos. Em caso de
recusa do Serpro (invocando sigilo profissional), CGU requisita
judicialização da matéria pela AGU. (...) FB peticiona acesso à CGU aos
autos da apuração especial, visando instruir Representação ao PGR Aras,
ajuizamento de ação penal e defesa no processo que se defende no RJ”,
recomenda o texto, resumindo qual é a estratégia: “Em resumo, ao invés
da advogada ajuizar ação privada, será a União que assim o fará, através
da AGU e CGU — ambos órgãos sob comando do Executivo”.
m: o
“Existem fortes razões para crer que o atual CGU (Gilberto Waller
Júnior) não executar(ia) seu dever de ofício, pois é PARTE do problema e
tem laços com o Grupo, em especial os desmandos que deveria escrutinar
no âmbito da Corregedoria (amizade e parceria com BARROS NETO)”,
disse o texto.
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A Abin e a operação para ‘defender FB’ e enterrar o caso Queiroz - Época https://epoca.globo.com/guilherme-amado/a-abin-a-operacao-para-def...
O outro documento enviado pela Abin a Flávio e repassado por ele a sua
advogada traça uma “manobra tripla” para tentar conseguir os
documentos que a defesa espera.
29
As orientações da agência aqui se tornam bem específicas.
I
também da defesa de Flávio) deve visitar o Tostes, tomar um cafezinho e
informar que ajuizará a ação demandando o acesso agora exigido”, diz a
primeira das três ações, chamadas pela Abin de “diversionária”.
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DI
feitas nos relatórios nem se produziu mais documentos além dos dois
obtidos pela coluna. Alexandre Ramagem, diretor da agência, atualmente
voltou a ser cotado para comandar a Polícia Federal, caso Bolsonaro seja
inocentado no inquérito que investiga se ele queria controlar a corporação
ao nomear Ramagem, amigo de seus filhos, para a direção da PF.
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SOBRE OS AUTORES
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Guilherme Amado
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Guilherme Amado
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