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INTRODUÇÃO

A motivação é actualmente, uma das palavras mais usadas pelos professores e


outros responsáveis pela educação formal para encorajar os escolares nas
diversas aprendizagens. Porém, alguns professores colocam a “falta de
motivação” dos alunos como primeiro obstáculo à aprendizagem dos conteúdos.
Nesta dualidade, interessa saber se os professores e afins têm a correcta noção
de motivação e do seu contrário pois, a motivação é a predisposição que cada
ser agissante tem para fazer bem ou não algo que o leva ao resultado desejado,
a satisfação da necessidade que a gerou (BALENDA, 2009: 4).

No entanto, tratando – se de um campo específico neste estudo, a motivação


escolar é uma área de investigação que permite, com alguma relevância,
explicar, prever e orientar a conduta, o comportamento do aluno em contexto
escolar. Sendo assim, o que sempre se verifica é o comportamento observável
pelo aluno quando colocado em exercício de avaliação. É o resultado dos
motivos e das pulsões que impelem o organismo a acção. Conquanto, a
desmotivação é a marcha no sentido inverso da motivação que consiste em
desencorajar o organismo a adoptar uma direcção tanto para o bem como para
o mal tendente à não satisfação da necessidade.

Por conhecimento, existem dois tipos de motivação, a extrínseca e a intrínseca


que estão devidamente tratadas no capítulo I dedicado à fundamentação teórica.
Via de regra, a desmotivação do aluno pode estar relacionada a factores de
ordem social e psicológico. Isto é, as influências do meio social e o tipo de
relações estabelecidas entre os jovens que frequentam a escola e os que não
vão às aulas no Município de Lubalo.

Tem havido grupos de jovens que tomam a escola como perca de tempo em
detrimento de ir a busca de ganho fácil, isto é, dedicar mais tempo na
exploração artesanal de diamantes, prática natural nas zonas das Lundas em
Angola. Por outro, o nível de escolaridade pese embora não seja um factor
determinante dos pais e, sobretudo dos encarregados de educação, das suas
condições socioeconómicas e nível de gestão educacional dos filhos são
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aspectos que tivemos em conta quanto à análise, à posição a assumirmos mas,
enquanto os resultados não forem analisados, seria imprudência científica ter –
se uma opinião.

Por sua vez, os factores psicológicos e didácticos relacionados com a interacção


professor-aluno-escola-sociedade pondo em relevo certas percepções aos
intervenientes do processo de aderência escolar. O que pode motivar ou
desmotivar os jovens. Porém, existem dois aspectos que devem ser
considerados para essa motivação.

Em termos quantitativos, a motivação pode ser maior ou menor, isto é, mais ou


menos intensa. Mas não se deve pensar que a motivação deve ser a mais
intensa possível, pois níveis excessivamente elevados de motivação
rapidamente acarretam fadiga, e assim, surge a emoção negativa da alta
ansiedade na própria aprendizagem.

Com esta abordagem, e pelas exigências que a reforma nos proporciona, que
duma ou de outra maneira as vezes, todos devem estar inseridos no processo
de ensino aprendizagem. No entanto, no bairro Muxinda, nem todos jovens
estão inseridos na aprendizagem escolar. Entretanto, na qualidade de ser
educador e ter como exercício profissional a docência, acumulei experiência
relativamente ao processo de ensino e aprendizagem. Facto que permitiu
desenvolver várias actividades educativas de modo a ajudar no melhor
enquadramento dos jovens na vida social e profissional.

Por outro, parece que no nosso contexto e sobretudo na escola em causa, pelas
observações participativas que fomos fazendo, denotamos que os jovens
adolescentes manifestam a falta de interesse pela formação, sobretudo na
aprendizagem escolar. Estas e outras questões nos levaram a propor o estudo
do tema: Análise de Alguns factores de desmotivação dos jovens face ao
processo de aderência escolar no Município do Lubalo/Lunda Norte/2016.

No âmbito da nossa actividade laboral na escola do Iº Ciclo do Ensino


Secundário de Lubalo/Lunda Norte, notamos um índice elevado de jovens com

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falta de interesse em relação ao processo de escolarização. No entanto, este
posicionamento dos jovens adolescentes é influenciado por inúmeros factores
(internos e externos) desde as condições sociais, psicológicas e económico-
financeiras das famílias.

Dessa forma, como educador, preocupado com a formação duma sociedade sã,
livre e democrática, esta realidade suscitou em nós o interesse de fazer algo
para gerir e prevenir as futuras gerações sobre a importância da aprendizagem
formal na vida dos indivíduos. Logo, nos propusemos escolher essa temática,
não apenas para analisar os factores de desmotivação dos jovens adolescentes,
mas também, contribuir para a valorização e melhoria da percepção da
sociedade face à aprendizagem formal.

A problemática estudada, conforme já foi dito anteriormente, analisou-se alguns


factores de desmotivação dos jovens adolescentes face ao processo de
aderência escolar no Lubalo/Lunda Norte-2016. O resultado da experiência do
autor deste trabalho enquanto docente naquela localidade, permitiu-me formular
o seguinte problema científico : Quais são os factores de desmotivação dos
Jovens face ao Processo de aderência escolar no Lubalo/Lunda Norte/2016?

Sendo que, o nosso objecto de estudo consubstancia-se em alguns factores de


desmotivação dos Jovens face ao processo de aderência escolar e, de acordo
com a relevância do tema e o objecto do estudo estabelecido, uma hipótese
designa qualquer suposição de algo a alcançar, confirmar ou verificar a partir da
qual se extrai uma conclusão (MILANO et al. 1996: 40). Portanto, no caso desta
abordagem, destacamos as seguintes hipóteses:

a) A percepção dos jovens face a aderência escolar vária em função dos


factores económicos e sociais do contexto;

b) Obtenção de lucros fáceis, constitui um dos factores da desmotivação;

c) A falta de orientação escolar e profissional dos jovens por parte dos seus
encarregados leva-os a aderirem a vida activa precoce.

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Com base nas hipóteses anteriores foram controladas as seguintes
variáveis:

 Dependente

- A desmotivação de jovens.

 Independentes

- Factores sócio – económicos;


- Grau de pobreza das famílias;
- A orientação deficitária.

Todo e qualquer trabalho têm um propósito. Portanto, este estudo propõe


alcançar os seguintes objectivos:

 Geral:

Analisar alguns factores da desmotivação dos Jovens face ao processo de


aderência a escolar no Lubalo/Lunda Norte-2016.

 Específicos:

 Determinar os fundamentos teóricos de desmotivação dos jovens;

 Identificar alguns factores de desmotivação dos jovens face a aderência


escolar no Município de Lubalo.

 Propor um conjunto de actividades motivacionais com intuito de estimular


o interesse dos jovens para o estudo.

O trabalho está estruturado em três capítulos. O primário trata da


fundamentação teórica onde se definiram alguns termos que dão suporte teórico
ao conteúdo tema. No segundo, fez – se a caracterização da área de estudo,
destaca os procedimentos metodológicos aplicados na indagação. Finalmente, o
terceiro capítulo trata da apresentação, análise de dados e interpretação dos
resultados incluindo as conclusões, referências bibliográficas, sugestões,
apêndices.

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CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

Este capítulo tem como finalidade oferecer aos responsáveis e profissionais de


educação, uma nova visão da educação, começando com a importância da

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aprendizagem, em termos de fundamentos conceituais teóricos na busca da
mudança e melhoria das percepções dos jovens.

Visto nesta óptica, definiram-se os termos factor, factores de desmotivação,


motivação, jovens adolescentes, processo de aprendizagem sustentado pelas
teorias behaviorista de J. Watson e de aprendizagem social por imitação de
Bandura, fundamentalmente.

1.1. Definição dos termos e Conceitos.

A definição de termos consiste a tornar clarificado o conteúdo versado no corpus


de um texto para facilitar a percepção e compreensão dos leitores. É nesta
perspectiva que Balenda, (2014), definiu o factor como sendo uma causa, um
motivo e ou tudo que estimula o organismo a assumir um determinado
comportamento observável ou não, tendente a satisfazer determinada
necessidade ou um conjunto de necessidades vitais. Factor é uma forma de
estímulo que ocasiona a ocorrência de outro fenómeno ou, uma série de
fenómenos (factos, eventos, etc).

Ex1. Quando o motorista arranca o motor da viatura através da ignição, surge


uma série de fenómenos; o motor entra em actividade; sinaliza com a pisca onde
vai, desactiva o mecanismo dos travões manuais depois de ter accionado a
primeira mudança, e a viatura marca o movimento de marcha para frente.
Tantos exemplos podem ser citados para ilustrar o termo factor.

Assim, os factores representam aquilo que faz alguma coisa, ou, simplesmente,
cada um dos números que concorrem para um resultado. Todo elemento que
pode ter estatuto de causa de um fenómeno, ou que pode influenciá-lo.
Tecnicamente, o termo frequente tomado como sinónimo, como variável
independente, os planos de experiência e dos planos factoriais. (COSTA, 2003:
40).

Por outro, Queiroz (2008: 47) diz que, o factor é uma causa, um motivo. Por
isso, torna-se o fenómeno que determina outro que o precede: causa-efeito.
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Para desencadear um comportamento é necessário uma motivação cujo
contrário chama-se desmotivação que é, o processo de desencorajamento do
organismo a assumir direcção inversa da prevista as vezes, aquela que a
sociedade reprova.

As aulas da língua portuguesa nos ensinam que o afixo “des”, colocado como
prefixo numa palavra, indica o antónimo da mesma. Assim, desmotivação
significa literalmente, não existência de motivação, a falta de motivação ou a
falta de impulso.

Segundo Jurjo Torres Santomé, citado por Araújo Kelson dos Santos (2006:4),
na sua resenha sobre a desmotivação dos professores, frisa que a mesma é
uma consequência considerada normal nas pessoas que vêm limitadas as suas
aspirações por várias causas. Outrossim, é caracterizada pela presença do
pensamento pessimista e pela sensação de desânimo, que surgem na
sequência da generalização de experiencias negativas vivenciadas, podendo ser
próprias ou alheias, e pela auto-percepção de incapacidade para alcançar
objectivos desejados.

Podemos frisar que a desmotivação é um estado interno de passividade que


inibe o organismo a satisfação das necessidades. No estudo da desmotivação
devemos procurar descobrir os factores que fazem com que um determinado
comportamento não ocorre ou, se ocorre, ocorre nos moldes não desejados.
Motivação consiste em impulsionar o organismo a satisfazer determinadas
necessidades.

A fome pode motivar alguém em usurpar algo alheio mas, ao mesmo tempo,
pode proceder-se ao exercício inverso, o de opor-se a este comportamento de
extravio do referido bem de outrem. Logo, aqui, estamos em presença dos dois
processos, um encoraja, outro, inibe o desencadear dos dois comportamentos.
Um outro exemplo, a prática do incesto entre irmãos que se realiza nos
primeiros momentos da socialização das crianças nas suas brincadeiras mas
que, depois da tomada de consciência social em como, o super-ego proíbe o
mesmo, desencadeia-se o processo de desmotivação inibindo a prática de actos
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incestuosos. Esta é a realidade da interpretação dos termos motivação e
desmotivação.

Também, se pode falar da lei de compensação em como por exemplo, os


estudos levam a ganhar salário uma vez concluídos e o indivíduo trabalhar. A
exploração artesanal também dá dinheiro mesmo não possuindo estudos, mas
dependendo dos esforços e da chance do explorador. Aqui, confirmamos o
behaviorismo de Watson sobre o comportamentalismo e educação em como, é o
meio que determina o que o individuo há de ser na vida. Evidencia-se de igual
modo, e na mesma percepção, a teoria ambientalista.

A desmotivação pode, no ensino, manifestar-se no absentismo, na falta de


interesse dos jovens na aderência escolar para dar prioridade ao ganho fácil
porque, enormes recursos minerais que as Lundas tem aos quais, os habitantes
das zonas rurais têm acesso livre aliás, muitas dessas parcelas são pertenças
de algumas famílias.

Assim, ganham facilmente avultadas somas de dinheiro de um lado, por outro,


muitos desses jovens já têm compromissos matrimoniais devendo para tal,
sustentar as suas famílias. Isso seria no seu ponto de vista, um atraso buscar
saberes escolares que levam demasiado tempo para serem concluídos e abrir
oportunidades de emprego que não há quase na zona em referência. Situação
agravada pela queda livre do preço do petróleo no mercado internacional.

No processo de ensino e aprendizagem, interagem múltiplos factores tanto


pessoais, impessoais, objectivos como subjectivos que facilitam ou,
desencorajam as aprendizagens escolares não apenas de jovens mas, de todos
os estratos sociais dependendo de tipos de políticas educativas implementadas
no país, nas regiões e do envolvimento da comunidade na assimilação destas
políticas e na estimulação dos interesses das populações ali residentes.

Segundo Veiga (1986: 164), a escola é um lugar mais apropriado para a


educação intelectual embora não seja exclusiva. Ainda para o autor, no centro e
no fim da escola e da educação intelectual está o homem.

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A escola deve satisfazer não só as necessidades de formação, escolar e
científica do aluno, como também, as necessidades de formação cultural e
humana, no aspecto de visões globais da vida e do mundo, com atitude crítica e
ética válida.

A desmotivação escolar é a falta de interesse em frequentar a escola. Portanto,


quando a satisfação das necessidades dos alunos não ocorre, surge a falta de
motivação escolar.

Já o Jovem é aquele que está no período da existência humana situado entre a


infância e a idade adulta, caracterizado por uma série de mudanças físicas e
psicológicas. No entanto, situa-se aproximadamente entre os 13 e 25 anos de
idade (QUEIROZ, 2008: 12).

Quem trabalha com adolescentes sabe o quão é difícil lidar com a adolescência
reconhecida por idade da crise em que, os pertencentes a esta faixa etária são
invadidos por percepções ilusórias de si, do outro e do mundo criando grande
confusão na tomada de decisões sempre não acertadas de e para vida!

No ponto de vista deste autor (op cit, 22), a aprendizagem é o acto de aprender.
Trata-se duma concepção construtivista de aprendizagem: aprender é construir.
Aprendizagem é a construção de conhecimentos. Assim sendo, não é copiar ou
reproduzir a realidade, mas sim elaborar uma representação pessoal sobre um
conteúdo.

Logo, aprendizagem designa o período durante o qual uma pessoa aprende um


novo saber para si e o processo pelo qual este novo saber se adquire chama-se
ensino (ARÉNILLA et all, 2000: 10). o termo aprendizagem é muito abordado em
todos os sectores profissionais e sociais, permaneceu longamente associado a
um campo relativamente restrito de significação: aprendizagem de novos
conhecimentos para vida e de uma profissão.

Etimologicamente, segundo Bzuneck (2004b, p.9), a palavra motivação tem a


sua origem no verbo latino “movere”, cujo tempo supino “motum” e o substantivo
“motivum”, determinam semanticamente a palavra motivo. Portanto, a motivação
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pode ser definida como “aquilo que move uma pessoa ou que a põe em acção
ou a faz mudar o curso da sua vida”.

Nessa direcção, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2004,) define a


motivação como “um conjunto de processos que dão ao comportamento uma
intensidade, uma direcção determinada e uma forma de desenvolvimento própria
da actividade individual”.

Em função das leituras feitas face às duas considerações, pode compreender-


se, a motivação, de um modo geral, como aquilo que impele uma pessoa a ter
determinado comportamento que pode ser expresso em comportamento
observável na perspectiva behaviorista pois, comportamento difere da atitude,
(comportamento) não revelado. No mesmo sentido,sigifica, empreender uma
acção diante de determinada situação ou circunstância.

No contexto escolar, as concepções de Brophy (1999) sobre motivação,


trouxeram importantes contribuições para o estabelecimento das diferenças
existentes entre motivação direccionada ao aprendizado e motivação para o
desempenho ou performance.

Uma importante contribuição deste autor reside no esclarecimento sobre a


distinção entre a motivação no contexto de sala de aula e a motivação em outros
ambientes.

Aprender diz respeito ao processamento da informação, buscar sentido e


avançar na compreensão ou assimilação, que acontece quando alguém está
adquirindo conhecimento ou habilidade, enquanto que performance diz respeito
à demonstração de conhecimentos ou habilidades anteriormente adquiridos.

No entanto, a motivação para aprender, segundo Brophy (1999: 2) “pode ser


considerada ou como uma disposição geral ou como um estado específico de
uma situação”. Isso significa dizer que os alunos que estão orientados para
aprender, norteiam-se para a conquista de conhecimentos, ou seja, almejam
habilidades ou o aperfeiçoamento dessas habilidades.

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Eles não se negam a enfrentar os desafios, esforçam-se de modo persistente,
procurando deter o controlo sobre a tarefa e envolvem-se mais profundamente
na busca de soluções criativas para as inquietações decorrentes das
dificuldades que surgem (BROPHY,1999).

Evidentemente, estes alunos (Jovens) não se interessam por todas as


actividades indiscriminadamente, mantendo suas preferências provenientes de
sua história pessoal, profissional, entre outros. Entretanto, conseguem separar
estes elementos de cunho pessoal, tirando proveito da actividade, percebendo
esta de modo significativo e importante para si, e por vezes, ampliam o seu
leque de preferências, acomodando actividades outrora desinteressante
(BROPHY,1999).

De outro lado, para alunos focados excessivamente na performance ou no


virtuosismo, segundo Bzuneck (2004: 56), “os resultados são associados ao
nível de capacidade”. Este mesmo autor afirma que, o ambiente de sala de aula
tem particularidades que, no tocante a motivação, difere substancialmente de
outros ambientes, seja do trabalho, lazer, entre outros. Estas diferenças se dão
pela própria obrigatoriedade da presença do aluno dentro da sala de aula para
aprender conteúdos curriculares e actividades previamente definidas. O número
elevado de alunos nas classes inviabiliza o atendimento mais individualizado, a
avaliação e a declaração de notas pelo professor segundo o desempenho em
trabalhos e provas etc.

Estas características, inerentes ao ambiente escolar, nos levam a crer que uma
actuação mais apropriada, preparada e adequada do professor se faz
necessária. Percebe-se que os professores enfrentam dificuldades para motivar
seus alunos, especialmente pelos motivos elencados acima. Os conteúdos
obrigatórios a cumprir em tempo pré-determinado, além do escasso tempo de
atendimento mais individualizado do aluno, são os aspectos mais relevantes
dessa situação escolar que privilegia o fracasso.

De acordo com Tollefson (2000), o fracasso dos alunos pode provocar conflitos
entre professores e alunos e tem consequência também na motivação destes
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últimos. São diversos os aspectos condicionantes deste fracasso e, de modo
geral, as causas atribuídas pelos alunos vão desde a alegação de que o
conteúdo é “chato, difícil”, as recompensas dadas pela realização da tarefa são
insignificantes ou mesmo a factores incontroláveis e externos como, por
exemplo, não conseguir enviar o arquivo por e-mail ou dizer que o livro da
biblioteca já estava emprestado.

Por parte do professor, há resistência em aceitar a crítica de que sua matéria é


desinteressante ou de que eles não a estariam tornando interessante, culpando
assim o próprio aluno pelo desinteresse. Os professores não aceitam as
justificativas dos alunos fundamentadas em factores externos ao ambiente
escolar, abstendo-se, desse modo de assumirem as responsabilidades pelas
suas omissões.

Ainda de acordo com Tollefson (2000), os professores podem ter uma crença de
auto-eficácia pessoal muito baixa, isto é, a auto-percepção negativa em relação
a sua capacidade de ensinar. Nesses casos, atribuir o fracasso dos alunos a
factores externos e fora do seu controle pessoal, tais como a baixa capacidade
dos seus alunos, às falhas no sistema educacional, à falta de apoio familiar,
entre outros, pode ser um meio para proteger seu senso de auto-eficácia. Um
círculo vicioso se forma para justificar ambos os comportamentos.

O aluno, com baixo desempenho escolar, culpa o professor pelo fracasso da sua
aprendizagem e o professor, acreditando que o aluno é o único responsável pelo
seu fracasso, não se empenha em motivá-lo para a aprendizagem.

Segundo Bzuneck (2004c), a motivação como objecto de socialização, não pode


ser ensinada e nem treinada, mas cabe ao professor o papel de motivar os seus
alunos, sendo, portanto, indispensável que se leve em conta, antes da acção
pedagógica, rever certas atitudes negativas e crenças erróneas que os
professores podem ter e que poderiam colocar em perigo o seu trabalho de
socialização para uma motivação positiva.

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Pode-se perceber, portanto, que analisar a motivação no contexto escolar
implica abordar um processo que envolve diversos factores e que recai
directamente no comportamento do aluno. Nesse sentido, Tapia (2009,51)
afirma que a motivação está relacionada à interacção dinâmica entre as
características pessoais do aluno e o contexto em que as actividades escolares
acontecem.

1.1.1. Teorias da motivação segundo Wakiyama

Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força
sobre os indivíduos, levando-os a acção. «Para que haja acção ou reacção é
preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa
ou proveniente do próprio organismo». Esta teoria dá-nos ideia de um ciclo, o
Ciclo Motivacional (GOUVEIA & BAPTISTA, 2007,5).

Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo


que poderá assumir várias atitudes tais como:

 Comportamento ilógico ou sem normalidade;

 Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;

 Nervosismo, insónia, distúrbios de saúde (circulatórios/digestivos);

 Falta de interesse pelas tarefas ou objectivos;

 Passividade, baixa moral, má vontade, pessimismo, resistência às


modificações, insegurança, não colaboração, etc.

Quando a necessidade não é satisfeita não significa que o indivíduo


permanecerá eternamente frustrado. De alguma maneira a necessidade será
transferida ou compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado cíclico
e constante na vida pessoal.

Para Maslow, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma


hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa
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que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em
seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la.
Poucas ou nenhuma pessoa procurará reconhecimento pessoal se as suas
necessidades básicas não estiverem satisfeitas. (op. Cit. 05). Para explicitar o
que acabamos de explicar, segue a pirâmide de hierarquia das necessidades de
Maslow sem comentários adicionais.

Já na percepção do Tapia & Fita apud Wakiyama (2009:77), motivação é “um


conjunto de variáveis que activam a conduta e a orientam em determinado
sentido para poder alcançar um objectivo”.

Segundo Tapia & Fita apud Wakiyama (2009), o contexto tem um papel
fundamental como activador do interesse em aprender, pois a motivação ou
desmotivação nos alunos não é algo abstracto e está directamente relacionado
ao significado que atribuem ao realizar um trabalho ou ao entenderem o
significado do contexto em relação aos objectivos. Além disso, é importante
saber quais os padrões de actuação do professor que podem influenciar a favor
da motivação, do interesse, e do esforço por aprender.

Também é preciso compreender que há variáveis pessoais que podem interferir


na motivação e no interesse, e que as diferentes pautas podem interagir com
essas características, dessa forma contribuindo ou não para a desmotivação do
aluno.
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Dessa forma, partindo do facto que as metas académicas constituem
determinantes consideráveis para a motivação, esta, segundo a classificação
utilizada por Cabanach et al. (apud WAKIYAMA (2011,) em seu trabalho, será
classificada em quatro tipos de metas:

1. Metas relacionadas com a tarefa: que buscam desenvolver a própria


competência; que se sentem absorvidas pela natureza da tarefa; que buscam
actuar com autonomia e não obrigadas;

2. Metas relacionadas com a auto-valorização: que buscam experimentar a


satisfação e o orgulho do êxito; buscam evitar a experiência da vergonha e da
humilhação que acompanha o fracasso;

3. Metas relacionadas com a valorização social: buscam experimentar a


aprovação dos adultos e evitar a rejeição; buscam experimentar a aprovação
dos colegas e evitar a rejeição;

4. Metas relacionadas à aquisição de recompensas: buscam conseguir tudo o


que signifique prémios e recompensas; buscam evitar tudo o que signifique
castigo ou perdas de situações, objectos ou possibilidades de valorização.

Dessa forma, partindo do facto que as metas académicas constituem


determinantes consideráveis da motivação, assim, para uma melhor
compreensão, Moraes & Varela citados por Wakiyama (2011) na sua obra,
utilizam as seguintes classificações de motivação:

• Motivação intrínseca. Na qual o aluno, por sua escolha, realiza determinadas


actividades, para assim aprender algo que faça sentido;

• Motivação extrínseca. Aquela em que o aluno trabalha para responder a algo


externo, como a aprovação, determinada nota ou conseguir a atenção e
aceitação dos demais.

Para Wakiyama (2011). A motivação extrínseca e intrínseca tem sido


amplamente estudada e a compreensão das particularidades inerentes a cada
uma delas, resultantes destes estudos, tem propiciado um acúmulo relevante de

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informações que possibilitam aclarar aspectos, por vezes obscuros, relacionados
às práticas educacionais.

Durante quase três décadas, estes dois tipos distintos de motivação foram foco
de interesse dos investigadores e, especialmente no que se refere à motivação
intrínseca, mais de 100 estudos foram realizados visando identificar as
consequências externas diante de comportamentos intrinsecamente motivados,
especialmente quando estes eram recompensados.

A motivação intrínseca tem sido associada directamente aos construtos de


competência, autodeterminação e autonomia, enquanto que a motivação
extrínseca articula-se com a performance com vistas a uma recompensa
fornecida por um agente externo (GUIMARAES, 2004).

O conceito de motivação intrínseca, segundo Ryan e Deci (2000a), está


relacionado com uma tendência natural para buscar novidades e desafios, bem
como para obter e exercitar as capacidades da pessoa. Para eles, a motivação
intrínseca é o fenómeno que melhor representa o potencial positivo da natureza
humana, sendo essencial para o desenvolvimento cognitivo e inserção social. A
motivação intrínseca é bastante evidente quando o indivíduo realiza uma
determinada actividade simplesmente pelo prazer em realizá-la, de forma
desapegada.

1.2. Alguns factores da desmotivação escolar dos jovens.


Conforme salientamos atrás, são vários os factores susceptíveis de produzir
desmotivação escolar nos alunos e a elaboração dessa proposta de trabalho
leva-nos a construir o pressuposto de que, as possíveis justificativas para a
desmotivação dos alunos podem ser acentuadas por vários aspectos. O primeiro
deles pode estar dentro das metas desenvolvidas pelo próprio discente, já que
factores intra-pessoais condicionam o aparecimento de expectativas ou
habilidades, e podem reflectir no rendimento de cada um. Deci & Ryan (2000)

Isto por sua vez, pode gerar uma série de alterações no comportamento do
aluno, denominando-o, motivado ou não. Assim, além da avaliação dos
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desempenhos e da consideração de comportamentos abertos, a identificação de
reais problemas de motivação pode depender de um conhecimento mais
acurado do aluno, de seu nível de capacidade, seus conhecimentos prévios, os
métodos de estudo e a disponibilidade de recursos didácticos nas salas de aula
e ao alcance do aluno.

Outra possível causa da desmotivação do aluno nas aulas pode estar associada
à apatia frente às tarefas escolares, onde muitas vezes o aluno pode até ir
motivado para a escola, mas somente com objectivo de encontrar-se com sua
turma, ou para consumir a merenda, praticar desportos e fugir das tarefas
caseiras impostas pelos pais. E neste caso, o problema motivacional começaria
na sala de aula ou quando se tratasse de levar tarefa para casa. (DECI & RYAN
2000)

È vidente, que por o aluno ter papel activo nesse processo, pode ser
considerado como o portador e maior prejudicado, mas isso não significa que ele
seja o responsável, muito menos o único, por essa condição. Contudo, o que
importa do ponto de vista educacional é os componentes do contexto de
aprendizagem corroborando assim com os dizeres de Deci & Ryan, (2000)

CAPITULO II – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O termo metodologia provém das palavras gregas: “méthodos” que significa: o


caminho a ser seguido; processo, maneira racional para atingir um determinado
fim e “logos”: ciência, estudo, observação, etc. Em ciência de Educação, a
metodologia é a parte da lógica que estuda os métodos nas diversas espécies
de conhecimento (MATOS, 2010: 10).

Já que a aplicação de métodos em toda pesquisa é sempre um dado a se ter em


conta, na medida em que o método é geralmente considerado como a
construção mental por aonde calcam os argumentos na sucessão da busca da
decifração e dos frutos esperados no termo de uma dada indagação, no trajecto
deste trabalho, pensamos ser extremamente importante o uso dos seguintes
métodos: Empíricos, Teóricos, e Estatísticos, que o dão maior clarividência

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científica e, achamos conveniente trabalhar com os jovens adolescentes,
professores, pais/Encarregados e entidades tradicionais do município de Lubalo-
Lunda Norte, 2016.

2.1 – Caracterização do Município de Lubalo/Lunda Norte/2016

A Província da Lunda Norte é uma das novas em Angola, fundada aos


04/07/1978, possui uma área de 103.760 km 2, governada hoje pelo Senhor
Ernesto Muangala.

Os habitantes da referida província chamam-se de Tchokwe Lunda. O povo


Tchokwe sobrevive de agricultura, pesca artesanal, caça e exploração artesanal
de diamantes que comercializa a preços módicos. A Província é constituída por
10 Municípios a saber: Cambulo, Caungula, Chitato, Cuango, Cuilo, Lôvua, ,
Lucapa, Xá-Muteba, Capenda Camulemba e Lubalo este último é a área do
presente estudo.

O Município de Lubalo actualmente dirigido Pelo José Muacabalo Tomás


(Administrador), é formado pelos povos Tchokwe, maioritariamente jovens
adolescentes. A população do município é estimada a 28.578 mil habitantes.
Lubalo ganhou a primeira escola do 1º ciclo do ensino secundário em 2010
desde a independência de Angola. A população de Lubalo é maioritariamente
camponesa, pescadora e caçadores os produtos mais cultivados no município
são a ginguba, a batata-doce, a mandioca, o feijão e o milho.

O Município tem duas (3) comunas, Lubalo (comuna sede), Luangue e


Muvulueji, ocupa uma extensão de 6.408km2. Localiza-se no Centro da província
da Lunda Norte. É limitado a Norte pelo município de Caungula, e a Este pelo
município de Capenda Camulemba, a Sul pelo município de Cacolo (Lunda Sul),
e a Oeste pelo município de Xá-Muteba.

Em termos culturais Lubalo é um município rico em cultura onde se destacam o


tchianda, maringa e candoa , a população deste município começou a dedicar a
sua vida na exploração artesanal de diamantes, este é um dos factor que

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impedem os jovens adolescentes deste município a aderir a escola ou mesmo
desistir. Desde a Independência até o ano de 2009, neste Município só estudava
– se até 6ª classe.

Apenas em 2010 ganhou uma escola do Iº Ciclo do Ensino Secundário e uma


Escola do 2º Ciclo do Ensino Secundário em 2013.

Face a essa realidade vimos que muitos encarregados de educação são


analfabetos e outros até estudaram pouco pelo menos até 2ª ou mesmo 3ª
classe nesta localidade, até o ano de 2010, havia professores a leccionar nas 5ª
e 6ª classe, com mesmo nível de escolaridade.

As dificuldades eram enormes para aqueles que tinham vontade de dar


continuidade dos seus estudos, mas não tinham onde recorrer, por falta de apoio
ou mesmo pela distância, sair de uma região para outra por vezes sem parentes
nem condições monetárias.

2.2 – População e amostra.

Qualquer investigação pressupõe uma recolha de dados. Os dados são


informações na forma de observações, medidas, valores de uma ou mais
variáveis normalmente fornecidos por um conjunto de entidades denominados:
universo ou população que, Hill & Hill (2012: 41), consideram como conjunto
total de casos da investigação (pessoais singulares, famílias, empresas,
conselhos ou qualquer outra entidade) sobre os quais se pretende retirar
conclusões. Este inclui um conjunto de indivíduos da mesma condição ou
profissão (Dicionário Acordo Ortográfico, 2010: 1263.

Neste caso, a população para o nosso estudo é considerada finita, abrangendo


a totalidade de 70 jovens e adolescentes dos quais 12 de género feminino, 10
professores 2 feminino; 60 Encarregados de educação 25 feminina, e 10
Entidades tradicionais com 2 do género feminino do município de Lubalo/ Lunda
– Norte. A mesma população escolar está sob cuidado de pessoas com nível de
escolaridade muito baixo e que se dedicam a exploração artesanal de pedras
preciosas, vulgo diamantes. Como o meio determina o advir dos jovens, esses
19
mais velhos servem de modelo para os referidos jovens adolescentes razão
porque, a escola não é ainda motivo convidativo para moldar o desenvolvimento
dos jovens adolescentes do Município estudado.

Pouca importância é dedicada à escola na referida zona devido da baixa renda


familiar cuja saída radica na exploração de diamantes que vendem a preços
módicos só para mitigar a fome e miséria pois, o seu nível sócio-financeira é
deplorável. Entre o esperar dos resultados do behaviorismo conductiviste e a
liberdade de acção, a escolha recai a liberdade porque, se ganha o que se
pretende sem esperar por diplomas que as vezes não são conseguidas.

O quadro 1 – Distribuição da população por estratos e género

Género
Masculino Feminino Total
População
Fr % Fr % Fr %
Jovens /adolescentes 58 82,8 12 17,2 70 100
Professores 08 80 02 20 10 100
Encarregados 35 58,3 25 41,6 60 100
Entidades tradicionais 08 80 02 20 10 100
Fonte: trabalho de campo – Lubalo/Lunda Norte, 2016.

Desta população, houve a necessidade de construir a amostra recorrendo a


critérios cientificamente aceites, isto é, proceder à amostragem estratificada dos
Jovens/adolescentes e Encarregados tendo optado por uma percentagem de
60% de cada estrato com mais de 10 indivíduos de modo credibilizar os
resultados da presente pesquisa. Mantivemos o tamanho de menor número de
indivíduos conforme figura na população. Em seguida, aplicamos uma entrevista
estruturada aos Professores e Entidades tradicionais.

20
Segundo Hill & Hill (2012: 42), é possível considerar uma parte dos casos que
constituem o universo designado por Amostra. No entender de Martins et al.
(2009: 14), a mesma é considerada como um subgrupo da população que se
observa com objectivo de tirar conclusões para a população donde foi tirada.

Com efeito, quase todas as pesquisas de natureza psicossocial efectuadas


tendo como base, a amostra, pois, o tamanho das populações pode tornar
impossível o estudo de todos elementos integrantes da população. Dessa forma,
optámos de maneira justificada pela amostragem estratificada na construção da
amostra constante do quadro 2 e quanto ao estrato dos Professores e Entidades
tradicionais devido ao seu número reduzido entendemos mantê-los com forme
consta no quadro abaixo.

Quadro 2. Distribuição da amostra por estratos e géneros.

Género
Masculino Feminino Total
Estratos
Fr % Fr % Fr %
Jovens /adolescentes 33 33,7 09 9,2 42 42,9
Professores 08 8,16 02 2,04 10 10,2
Encarregados 25 25,51 11 11,22 36 36,7
Entidades tradicionais 08 8,16 02 2,04 10 10,2
Total 72 75,5 24 24,5 98 100
Fonte: trabalho de campo – Lubalo/Lunda Norte, 2016.

2.3 – Métodos e técnicas de pesquisa

O método constitui a via real de acesso da mente humana nos processos de


pesquisa científica, permitindo o registro de elementos relevantes para solução
de determinado problema (RUIZ, 2008: 130). Em outros termos, o método é uma
construção racional de vias no plano mental durante a qual, aplicam – se os
procedimentos necessários, a introdução de dados nas fórmulas em busca de
solução conducente ao resultado esperado (BALENDA, 2014).

Em relação aos termos método e técnica, para o autor, existe uma grande
diferença. O método portanto, é o traçado das etapas fundamentais da pesquisa,

21
enquanto a técnica significa os diversos procedimentos ou utilização de diversos
recursos a cada objecto de pesquisa, dentro do método. Mas, cada método tem
os seus procedimentos (op. cit, p. 138).

De modo a conduzir sistemática e logicamente o nosso raciocínio na


averiguação dos factos inerentes ao tema e na comprovação ou refutação dos
resultados das perguntas científicas acima recorremos aos seguintes métodos:

 Métodos empíricos: Na óptica empirista, «não há propriamente teoria,


mas há passagem do plano observacional para cuidadas generalizações»
(Martins & Teófilo, 2009: 39). Entre os empíricos utilizou-se a entrevista e a
observação (primeiro passo desses métodos) que consistiram na observação
participantes e na constatação da problemática da desmotivação escolar durante
o diálogo com as pessoas implicadas no estudo e com os próprios jovens
adolescentes, visando obter uma opinião sobre o fenómeno.

 Assim, procedeu- se a:

1. Observação natural da ocorrência dos factos (falta sistemática às aulas


em detrimento de exploração de diamantes pelos alunos e jovens adolescentes).

2. Observação participante foi empregue onde o pesquisador participou nas


ocorrências dos factos por isso são reconhecidos como tal pelos intervenientes.

3. A entrevista estruturada baseada em conversas normais perguntas e


respostas com os elementos da amostra.

 Métodos teóricos: recorreu-se a este método nos aspectos bibliográfico


e documental tendo primeiro fazer o levantamento de toda a bibliografia e obras
ligadas ao tema sendo a linha de força, o recurso à análise documental das
obras de diferentes autores ao nosso dispor de modo a enriquecer o conteúdo
plasmado neste estudo com base nas suas experiências sobre a matéria (idem,
2009: 54).

22
 Para configurar a população, a amostra, a parte da análise, a
interpretação dos dados e dos resultados plasmados no capítulo III do presente
estudo, foi necessário o recurso aos métodos matemáticos e estatísticos
apoiados pelo procedimento qualitativo na interpretação dos mesmos. No
entanto, constituíram elementos valiosos por exprimirem grandes tendências no
campo de estudo (Carmo & Ferreira, 2001: 74).

Para além de fornecer de forma económica informação sobre o caso, serviram –


nos para calcular a população, a amostra e proceder ao cálculo dos resultados
do III capítulo em percentagens. O que possibilitou a apresentação, análise e
interpretação qualitativa dos resultados obtidos.

2.4 - Técnicas de pesquisa.


Tendo em conta o tipo da pesquisa, recorremos fundamentalmente à técnica de
questionário através do qual, elaboramos as perguntas dicotómicas do tipo sim
e não por estrato e um guião de entrevista não estruturada para colectar dados
via respostas dos inquiridos do modo a percebermos melhor o problema
estudado.

O inquérito por entrevista é um instrumento de colheita de dados que exige do


participante respostas verbais a um conjunto de questões estabelecendo deste
modo, um feedback, onde os entrevistados expõem livremente as suas opiniões
em relação a um assunto que, o pesquisador regista ou grava para que sejam
reproduzidas textualmente ou por discurso indirecto.

Quanto a Entrevista, trabalhamos com os professores e Entidades


tradicionais do Município de Capenda Camulemba no sentido de estabelecer um
diálogo em relação aos factores objectivos e subjectivos de desmotivação
escolar dos jovens adolescentes.

2.5 – Tipo de pesquisa

Para melhor compreensão do tema, resolvemos fazer um estudo relacionado


com os factores de desmotivação dos jovens face ao processo de aderência

23
escolar. Nesta óptica, a pesquisa assume-se simultaneamente como
bibliográfica, descritiva, quanti-qualitativa e projectiva.

 De acordo com Martins et al (2009: 55), a pesquisa bibliográfica tem


semelhança com à análise documental. A diferença está no facto da natureza
das fontes, pois a primeira utiliza fontes secundárias (materiais transcritos de
publicações disponíveis) ao passo que a segunda usa fontes primárias. Quer
dizer, materiais compilados pelo próprio autor do trabalho. É o caso da
experiência das bases teóricas plasmadas no capítulo I sobre os factores de
desmotivação dos jovens face ao processo de aderência escolar.

Permitiu fazer o levantamento de toda a bibliografia e obras ligadas ao tema


sendo a linha de força, o recurso à análise -síntese das obras de diferentes
autores ao nosso dispor de modo a enriquecer o capítulo de fundamentação
teórica plasmado neste estudo com base o asseguramento do tema.

 E quanto a pesquisa descritiva, este tipo de pesquisa tem como


finalidade fazer o estudo de caso de maneira grupal. Portanto, atendendo a
opinião de Burgess (1997: 134), começamos por descrever um fenómeno
educativo, partindo de um caso, de um local concreto em tempo determinado, a
fim de encontrar as características comuns e relações essenciais ou leis que
regem os fenómenos educativos e chegar a generalização. Daí, atribuímos o
carácter descritivo por ter descrito os diferentes comportamentos assumidos
pelos intervenientes na mesma. Por outro, permite a interpretação destes
elementos no contexto do nosso tema. Esta pesquisa liga-se directamente ao
estudo ex -post-factum, pois, é um fenómeno manifestado na demonstração dos
factos.

A descrição engloba respectivamente a análise de dados quantitativos que


depois interpretamos qualitativamente expressando os nossos pontos de vista
em relação aos comportamentos assumidos pelos respondentes.

 A pesquisa quantitativa pelo seu uso na qualificação, tanto na colecta


quanto no tratamento das informações utiliza-se estas técnica estatística

24
objectivando resultados que evitem possíveis distorções de análise e
interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança.

 A pesquisa qualitativa, por sua vez, descreve a complexidade de


determinado problema, sendo necessário compreender e classificar os
processos dinâmicos vivido nos grupos, contribuir no processo de mudança,
possibilitando o entendimento das mais variadas particularidades dos indivíduos.

De modo geral quantitativa é possível de ser medida em escala métrica e


qualitativa não.

 Em relação a pesquisa projectiva, serviu-nos em projectar as


actividades educativas que serão aplicadas em função dos resultados
encontrados na pesquisa, isto é, para estimular o interesse e a motivação
escolar dos jovens.

25
CAPITULO III – APRESENTAÇÃO, ANLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS.

Após a incursão teórica feita sobre o estudo, este capítulo está reservado para
apresentação estatística dos dados recolhidos que inevitavelmente nos
conduziram às conclusões e sugestões. Os resultados apresentados são
produtos das opiniões ou respostas obtidas do inquérito e entrevista dirigida aos
jovens adolescentes, professores, encarregados e entidades tradicionais do
Município de Lubalo a fim de perceber o seu grau de satisfação/insatisfação em
relação a desmotivação de jovens face a processo de aderência escolar nas
zonas de exploração mineira.

3.1 – Apresentação, Análise de Dados E Interpretação dos Resultados

Neste tópico ostentamos as concepções dos alunos sobre os motivos da sua


desmotivação escolar.

Tabela 01 – Dados sócio métricos dos alunos por género e Idade.

Género
o
N Faixas etárias Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 De 12 a 15 anos 06 14,8 02 4.76 08 19
2 De 16 a 18 anos 07 16,66 03 7,4 10 23,8
3 De 19 em diante 20 47,61 04 9,5 24 57,14
Total 33 78,57 09 21,42 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Na tabela 01 tem como objectivo conhecer a realidade sobre os dados sócio


métricos dos alunos e jovens. Constatou-se que, 57,14% correspondem a faixa

26
etária de “19 anos em diante”, seguido de 23,8% na faixa etária de 16 a 18 anos
de idade e 19% entre “12 a 15 anos” respectivamente.

Em relação a idade dos inqueridos, comprovou-se que as maiorias dos jovens


inqueridos encontram-se na faixa etária de 19 anos em diante. Portanto,
podemos deduzir que os inqueridos têm uma certa maturidade e consciência
moral. Visto que trata-se de uma idade adulta, onde a tomada de consciência e
responsabilidade depende deles mesmos.

Diante dessa realidade salientamos que os inqueridos apresentam a idade


normal para estar motivado na vida escolar. Isto não é por causa de notas, mas
sim com necessidades de se buscar outros ensinamentos complementares da
formação formal.

No entanto, atendendo a realidade vivida no referido local do estudo, os alunos


demonstram um fracasso na sua devida aprendizagem. Por outro, a motivação
depende de cada um deles em consonância com os encarregados de educação
como elementos principais na educação dos filhos, se não for o caso, sempre
haverá desmotivação escolar ou abandono dos estudos em detrimento de certas
actividades socioeconómicas e outras. Assim, importa destacar o desejo de
aprender a fazer “algo ou acção” com base na aquisição de novos
conhecimentos escolares.

Tabela 02 – Nível de escolaridade anterior dos jovens.

Género
o
N Nível Académico Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 Ensino Primário 03 7,4 01 2,38 04 9,5
2 Iº Ciclo de Ensino Secundário 16 38 04 9,5 20 47,6
3 IIº Ciclo de Ensino Secundário 14 33,3 04 9,5 18 42,9
Total 33 78,6 09 21,4 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/Lunda Norte 2016.

Na tabela nº2, passamos a apresentar as respostas dos alunos e jovens a cerca


do nível de escolaridade anterior. No entanto, numa ordem percentual salienta-

27
se que, 47,6% dos respondentes têm o (Io Ciclo de ensino secundário), seguido
do (IIo Ciclo de ensino secundário) com 42,9%, e por último 9,5% têm como nível
de escolaridade o ensino primário.

Em relação a realidade dos níveis de escolaridade, nota-se que os jovens


reconhecem a importância da formação académica na vida social, pois as
principais percentagens desta tabela, apresenta-nos certos indicadores
positivos.

Atendendo as duas percentagens maioritárias, os jovens mostram um certo


interesse na formação escolar, apesar de alguns constrangimentos
desmotivacionais notados nas zonas de exploração artesanal de diamantes.
Tendo em atenção o custo de vida, a maioria prefere evadir a escola para
dedicar-se à exploração de diamantes para o seu sustento.

Para nós, os estudos não devem ser prioridade para aqueles jovens
adolescentes, eles preferem possuir dinheiro aliás, quem estuda visa obter
dinheiro no fim. Se assim for, os jovens esquecem-se que dinheiro sem estudos
leva a perdição porque, faz enfrentar dificuldades de gestão financeira por falta
de conhecimentos científicos logo, há todo um interesse de despertar os
referidos jovens para que aprimorem os estudos para saírem do doloroso
analfabetismo anacrónico actual.

Tabela 03 – posicionamentos dos alunos em relação ao gosto de estudar.

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 Sim 32 76,19 9 21,43 41 97,62
2 Não 00 00 00 00 00 00
3 As vezes 01 2,38 00 00 01 2,38
Total 33 78,57 9 21,42 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Relativamente a tabela nº 3 relacionado ao posicionamento dos alunos em


relação ao gosto de estudar, 97,62% dos respondentes apresentaram um

28
posicionamento positivo de “sim” gostam de estudar para adquirir saberes ao
passo que 2,38% dos inqueridos disseram “as vezes” apresentando desta feita,
o espaço para dúvida interpretativa.

Aprendizagem é um processo que visa transformar o conhecimento


humano visando assim o desenvolvimento duma determinada sociedade. Por
outro, para BALENDA (2010, 32), “ Aprendizagem é o processo de interacção
e socialização entre o professor e o aprendente (aluno) que permite a este
último, a ser autor do seu próprio desempenho. É o processo mediante o qual
voluntariamente se leva à cognição o conhecimento, provocando mudanças no
aprendente produzidas pelo aprendizado. São componentes da aprendizagem o
desempenho, autoria e o aprendizado. Processo pelo qual o aluno captura,
aprende e assimila voluntária e conscientemente o conteúdo ensinado que, vai
utilizar nas práticas sociais como cultura historicamente adquirida para a sua
harmoniosa inserção social tornado -se útil à sociedade “.

É nesta senda que, o indicativo supremo da tabela acima afirma-nos que os


jovens em destaque gostam estudar. Embora encontramos vários motivos
desmotivadores de muitos alunos, jovens adolescentes do Município de Lubalo,
por quererem ter ou ganhar a vida fácil, isto é, trabalhar cedo, exploração
artesanal de diamantes e outros factores. De facto, o nível de satisfação dos
jovens que representa a maior percentagem na tabela monstra que os jovens de
Lubalo manifestam um certo interesse na vida escolar.

Tabela 04 – Razões que levam os jovens a ausência na escola.

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 Fome e falta de dinheiro 19 45,24 7 16,67 26 61,91
2 Falta de materiais escolares e 02 4,76 00 00 02 4,76
reprovações
3 O pai não deixa estudar 00 00 00 00 00 00
4 A mãe manda a lavra ou vender 00 00 00 00 00 00
5 Outros 12 28,57 02 4,76 14 33,33

29
Total 33 78,57 9 21,43 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Relativamente às Razões que levam a ausência escolar, os 42 jovens


adolescentes inquiridos apresentaram posições diferentes. No entanto, em
relação a tabela 04, os jovens assinalaram maioritariamente a “fome e falta de
dinheiro” com 61,91%, seguido de “outros motivos pessoais” com (33,33%), e
“falta de materiais escolares e reprovações” com 4,76%. Portanto, nenhum
jovem adolescente apontou as seguintes razões: “ o pai não deixa estudar” e “a
mãe manda a lavra ou vender” como condições que levam a ausência escolar.

Já que o ser humano necessita de estar sempre bem nutrida a fim de ganhar
uma disposição adequada para corresponder com todas actividades a realizar-
se, é nesta base em que referimos que, a fome leva os jovens a procurarem as
melhores condições de vida para o seu auto-sustento. Por este motivo,
justificam-se as ausências escolares por motivo das dificuldades relacionadas
com o tipo de professores que lhes ensinam e de outra ordem social nas
aprendizagens dos jovens.

Por sua vez, as razões apontadas podem ser os motivos de desmotivação


escolar dos jovens de (Lubalo) provocando assim, o desvio para buscar o gosto
pelo dinheiro, liberdade de viver, aumento de responsabilidades e outros.

Tabela 05 – Relacionamento entre professores e jovens escolares

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 a) Péssima 01 2,4 00 00 01 2,4
2 b) Má 00 00 00 00 00 00
3 c) Razoável 17 40,47 05 11,9 22 52,37
4 d) Boa 15 35,71 04 9,52 19 45,23
Total 33 78,58 9 21,42 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Na tabela nº 5, de uma forma global, os jovens inqueridos atribuíram um grau


normal de concordância em relação ao relacionamento entre professores e os

30
jovens. De facto, para tal, 52,37% dos respondentes afirmam que a relação é
“razoável”. Por sua vez, este posicionamento tende a melhorar quando 45,23%
dos inqueridos confirmaram que têm “boas relações” com os professores e os
jovens adolescentes. Por último, 2,4% disseram que as relações são “péssimas”.

No entanto, analisando a realidade encontrada a cerca do relacionamento


professor e jovens na localidade do estudo, nota-se que o posicionamento entre
ambos agentes sociais e educacionais é positivo.

Se dum lado a missão do professor é de educar a sociedade para uma boa


cidadania, mantendo boas relações com juventude é uma das formas de
motivar, estimular e prevenir os jovens sobre a importância da formação escolar.
Por outro, o interesse dos alunos em aprender é uma condição fundamental
para a valorização do processo docente-educativo.

Logo, é necessário que os professores mantenham relações agradáveis com os


alunos e a juventude; fundamentada em educação moral, cooperativa, de modo
a formar jovens capazes de corresponder com as expectativas do país.

Tabela 06 – Limite de escolaridade desejada pelos jovens

Género
o
N Nível Masculino Feminino Total %
Académico Fr % Fr %
1 Básico 00 00 00 00 00 00
2 Médio 04 9,5 03 7,1 07 16,6
3 Bacharelato 02 4,75 02 4,75 04 9,5
4 Licenciatura 27 64,3 04 9,5 31 73,8
Total 33 78,6 09 21,4 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

A tabela 06 apresenta-nos o nível académico que os jovens desejariam


alcançar. Logo, comprovou-se que 73,8% esperam alcançar a “Licenciatura”;
16,6% desejam atingir o “nível médio” e 9,5% “bacharelato”.

De facto, o nível desejado que representa a maior percentagem na tabela a cima


(Licenciatura) é o maior desejo dos jovens. Portanto, para tal, é preciso

31
coragem, dedicação, paciência e motivação escolar para alcançar esses
desejos.

Questão nº1: Dificuldades encontradas e que levam ao abandono escolar

Respostas: Em relação a questão a cima, notou-se que os jovens inqueridos


mencionaram várias posições de acordo a sua realidade. Com isso, as principais
razões foram centradas na falta de dinheiro para resolver os seus problemas e
atender as suas necessidades ou seja, falta de apoio por parte dos
encarregados, problemas familiares, aumento de responsabilidades, surgimento
de gravidezes precoces, desejo de trabalhar cedo mesmo sem formação
adequada. Outros jovens alegaram que o facto de estudar nos locais não
desejados, tendo um fracasso na assimilação dos conteúdos e sobretudo, a
facilidade de exploração artesanal de diamantes são os motivos de abandono
escolar frequente.

Em suma, digamos que a prioridade dos jovens é o desejo de trabalhar, pois, a


sua maioria dedicam-se a exploração de diamantes como forma rápida de
conseguir o dinheiro e sentir-se útil na sociedade, desvalorizando e colocando a
formação escolar em último lugar.

Tabela 07 – Propostas de razões possíveis para estimular a motivação


escolar dos jovens

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 Ter apoio familiar 09 21,44 03 7,14 12 28,58
2 Valorização dos estudos 11 26,19 03 7,14 14 33,33
3 Situação económica melhorada 00 00 00 00 00 00
4 Vontade própria do aluno 13 30,95 03 7,14 16 38,09
Total 33 78,58 09 21,42 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

No que diz respeito às maiores razões para estimular a motivação escolar, os


jovens questionados assinalaram 38,09% que é a “vontade própria do aluno”,

32
seguido de “ “valorização dos estudos” com 33,33% e “ter apoio familiar” com
28,58%.

Dessa forma, em relação a tabela a cima, verifica-se que os jovens têm


informações de que para estimular os estudos é preciso ter o interesse próprio
do aluno, valorizando o processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, a vontade de aprender deve partir do aluno, sem a valorização dos


estudos pelo próprio aluno, torna-se difícil estudar, principalmente quando não
tem apoio familiar, visto que, a família é a mola motivadora para que o aluno
aprende, uma vez este desmotivado, acaba por abandonar a vida escolar.

Tabela 08 – Aspectos que condicionam a desmotivação escolar dos jovens

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 Dificuldades em aprender 00 00 00 00 00 00
2 Não é importante estudar 14 33,33 06 14,28 20 47,61
3 A família não apoia 07 16,66 01 2,38 08 19,04
4 Dificuldades económicas 09 21,45 01 2,38 10 23,83
5 Estudar em zonas não 03 7,14 01 2,38 04 9,52
desejadas
Total 33 78,58 09 21,42 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

A tabela 08 mostra-nos os aspectos que condicionam a desmotivação escolar


dos jovens. Assim, importa destacar que 47,61% dos jovens inqueridos não
conhecem a “importância de estudar”. Por sua vez, 23,83% dos jovens
assinalaram “as dificuldades económicas” como causa da desmotivação escolar;
os 19,04% acusam a falta de apoio familiar, e por último, 9,52% disseram que a
desmotivação surge por “estudar em zonas não desejadas”.

Assim, a desmotivação pode, no ensino, manifestar-se no absentismo, na falta


de planificação das aulas, falta de interesse ou de preocupação dos jovens na
aprendizagem e assimilação de conceitos novos, etc.

33
No entanto, os aspectos de desmotivação dos jovens provenientes da
insatisfação e das necessidades adicionais podem representar um maior motivo
de desmotivação com as actividades de aprendizagem escolar e
consequentemente, um abandono escolar em busca da vida fácil (exploração
mineira, gosto pelo dinheiro, responsabilidades, biscates, ambulantes, e outras
actividades).

Tabela 09 – Motivos que atraem os jovens para vida fácil.

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
1 Ganhar o dinheiro 14 33,33 6 14,28 20 47,61
2 Autonomia financeira 00 00 00 00 00 00
3 Sair de casa 00 00 00 00 00 00
4 Sentir-se útil socialmente 04 9,52 02 4,76 06 14,28
5 Ocupar o tempo 00 00 00 00 00 00
6 Aumento da responsabilidade 11 26,19 01 2,38 12 28,57
Liberdade e independência
7 Outros 04 9,54 00 00 04 9,54
Total 33 78,58 09 21,42 42 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

De forma integral, a tabela 09, apresenta-nos os motivos que atraem os jovens


para vida fácil que se restringe no seguinte: 47,61% dos jovens são atraídos
pelo gosto de ganhar dinheiro, seguindo pelo aumento das responsabilidades
com 28,57%; sentir-se útil socialmente com 14,28% e finalmente, outros motivos
com 9,54%.

Se a motivação é descrita como activador e despertador de comportamento


estimulado com um grau de satisfação ou interesse, a desmotivação inibe esse
comportamento. Embora possa produzir efeitos negativos em todos níveis de
ensino.

34
No entanto, as razões apontadas e outras são os pontos principais que
condicionam a desmotivação e consequentemente o abandono escolar aos
jovens do município do Lubalo.

3.2 – Apresentação, análise e interpretação do questionário dirigido aos


professores

Tabela 10 - Dados sociométricos dos professores por género e tempo da


actuação profissional expresso em anos.

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
a) De 1 a 5 anos 05 50 01 10 06 60
b) De 6 a 10 anos 02 20 00 00 02 20
c) De 11 a 15 anos 00 00 01 10 01 10
d) De 16 em diante 01 10 00 00 01 10
Total 08 80 02 20 10 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Atendendo os dados sociométricos dos professores inqueridos por género e


tempo da actuação profissional, comprovou-se na tabela 10 que 60% dos
professores pertencem a escala de 1 a 5 anos de carreira profissional, seguido
de 20% dos professores com 6 a 10 anos. Por sua vez, nas escalas de 11 a 15
anos 10% e de 16 mais… encontrou-se uma percentagem de 10%
respectivamente.

De facto, os anos de actuação profissional dos professores que representam a


maior percentagem na tabela a cima podem ser uma das causas da fraca
estimulação dos jovens na vida escolar. Pois, se o professor limitar-se apenas
na transmissão dos conteúdos científicos sem promover a educação em valores
e para cidadania, a situação do alunado pode descambar a comportamento
irracionais tais como o abandono escolar. Quando o professor trabalhar com a
concepção dum educador, um conselheiro ou pai, os alunos serão sempre
motivados e dedicados em seguir os conhecimentos e valores transmitidos com

35
afecto e com vontade de ver os alunos bem-sucedidos na vida profissional
futura.

Por conseguinte, através da experiência e responsabilidades dos professores


em formar as novas gerações é possível pensar na possibilidade de manter um
clima positivo no seio da juventude. Por isso, nem sempre o tempo de actuação
profissional do professor causa motivação ou desmotivação dos alunos. Visto
que na vida humana existem factores internos e externos que condicionam a
desmotivação dos alunos.

Tabela 11 – Conceito de desmotivação escolar

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
a) A desmotivação escolar é um processo que prejudica
a produtividade de um país e representa sobretudo, 05 50 02 20 07 70
um desperdício, lamentável de vida jovem.
b) Alunos desmotivados estudam muito pouco ou, não 02 20 00 00 02 20
aprende.
c) A desmotivação é o resultado de desgosto dos alunos 00 00 00 00 00 00
na escola.
d) A desmotivação é um estado interno de passividade e
inibidor de comportamento, impedindo a satisfação 01 10 00 00 01 10
das necessidades.
Total 08 80 02 20 10 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Relativamente ao conceito mais completo de desmotivação escolar, os


professores assinalaram maioritariamente que, a “desmotivação escolar é um
processo que prejudica o desenvolvimento de um país e representa sobretudo,
um desperdício dos investimentos feitos pelo Estado na formação dos cidadãos.
Eles lamentam este facto por uma percentagem de 70%. Neste caso, notou-se
uma escolha massiva da alínea a), o que nos leva a dizer que a desmotivação
pode, no ensino, manifestar-se no absentismo, na falta de interesse ou de
despreocupação dos jovens na aprendizagem e assimilação de conceitos novos.

36
Por sua vez, 20% dos mesmos consideram a desmotivação em relação as
características dos alunos desmotivados que estudam muito pouco ou, não
aprendem quase nada. Por último, 10% afirmaram que a “desmotivação é um
estado interno de passividade e inibidor de comportamento. Impede a satisfação
das necessidades que seriam prioritárias neste caso, os estudos.

Logo, em relação a esses aspectos, podemos notar que um aluno, professor,


encarregado e outros agentes educativos desmotivados pode provocar
constrangimentos no processo de aprendizagem formal dos jovens daquele
município. É muito mais preocupante quando uma desmotivação a longo prazo
deriva de uma frustração resultante da não satisfação de uma necessidade
básica como alimentação, vestuário, casa e sobretudo, mulher/marido e
procriação a considerar as idades e a cultura da região.

Tabela 12 – Opinião dos professores em relação a existência de jovens


sem motivação escolar.

Género
o
N Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
a) Sim, não há motivação escolar dos 06 60 01 10 07 70
adolescentes
b) Não, há motivação escolar dos 02 20 01 10 03 30
jovens
c) As vezes têm havido motivação 00 00 00 00 00 00
escolar
Total 08 80 02 20 10 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2016.

Os resultados da tabela 12, mostram as opiniões dos professores em relação a


existência de jovens com motivação escolar. No entanto comprovou-se que 70%
dos respondentes desta classe afirmaram a existência de jovens sem a
motivação escolar contra 30% que disseram “não, há motivação escolar dos
jovens”. Sendo assim, nenhum indicador assinalou a probabilidade de “as
vezes”.

37
Dessa forma, a falta de motivação é uma das principais reclamações feitas pelos
professores. Segundo eles, os alunos não têm o interesse em aprender o que se
ensina, ou seja, eles parecem não se interessar em compreender os ditames da
vida futura sem habilitações literárias para os desafios da globalização que
exigem estudos para cada indivíduo no sentido de inserção nas diferentes
profissões.

Portanto, o nível de satisfação dos professores que representam a maior


percentagem na tabela confirma que os jovens de Lubalo manifestam pouco
interesse na vida escolar.

Tabela 13 – Possíveis razões do abandono escolar por parte dos jovens.

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
Fr % Fr %
a) Desvalorização dos estudos 01 10 00 00 01 10
b) Gostar de dinheiro 01 10 01 10 02 20
c) Dificuldades económicas 00 00 00 00 00 00
d) Insucesso escolar 00 00 00 00 00 00
e) Exploração de diamante 03 30 01 10 04 40
f) Estudar distante da família 00 00 01 10 01 10
g) Falta de orientação dos Encarregados 02 00 02 00 00 00
Total 08 80 02 20 10 100
Fonte: pesquisa de Lubalo Lunda Norte 2016.

No que diz respeito às maiores razões do abandono escolar, os professores


assinalaram na sua maioria a exploração de diamante com 40%, 20% acusam o
gosto pelo dinheiro e desvalorização pelos estudos ficam apontaram os 10%,
por sua vez, este posicionamento tende a reduzir quanto questionado sobre
“falta de orientação dos encarregados” com 20%, “estudar distante da família”
com 10% e por último insucesso escolar também sem acusação.

Tabela 14. As estratégias utilizadas para despertar a motivação escolar dos


jovens

Género
o
N Respostas Masculino Feminino Total %
38
Fr % Fr %
a) Aconselhamento 03 30 02 20 05 50
b) Realização de palestras 03 30 00 00 03 30
c) Implementação de actividades recreativas 02 20 00 00 02 20
d) Outras 00 00 00 00 00 00
Total 08 80 02 20 10 100
Fonte: pesquisa de Campo: Lubalo/ Lunda Norte 2013.

Os professores inquiridos a cerca das estratégias que utilizam para despertarem


a motivação escolar dos jovens apresentaram as seguintes técnicas: o
aconselhamento dos jovens para dar a importância aos estudos com 50%,
porque é a chave do sucesso de qualquer cidadão hoje em Angola e no mundo;
30% apontaram a realização de palestras e mobilização de jovens com ideal de
incutir o espírito inovador para o seu desenvolvimento pessoal; a implementação
de actividades recreativas na instituição ficou com 20% e outras fora dela.

Durante essas conversações, utilizaram também as histórias comparativas do


passado recente em que o colono nâo quis ver os Angolanos evoluir no sentido
de passar ao centro das suas riquezas e o presente do país, exemplicando o
desenvolvimento actual de certas localidades do país onde as pessoais já viam
dando interesse dos estudos desde muitos anos. Hoje Angola precisa da
participaçâo dos seus cidadâos para compartilharem do seu desenvolvimento
multisectorial.

Logo, percebem-se, os professores utilizam o diálogo com os pais e


encarregados de educação, com os alunos e a sociedade em geral, fazendo
demonstrações do que se passa no mundo.

3.3 – Resultado da entrevista não estruturada com os encarregados de


educação.

(…) Em relação à entrevista dirigida aos encarregados de educação comprovou-


se que há professores suficientes com formação profissional para o exercício
das actividades docentes mas, talvez lhes falta a habilidade motivacional dos
alunos. E que a questão do abandono escolar dos jovens não está relacionada

39
aos corpos docentes mas, sim aos factores sócio - financeiros e psicológicos
dos jovens.

(…) Portanto, os professores têm relações diversas na escola, mas o ponto mais
comum naquela localidade é o da formação escolar da sociedade. Logo, é na
escola onde interagem todas entidades promotoras da educação formal da
juventude. Em suma, essas relações são boas.

Quanto a questão de saber se os jovens do Lubalo gostam de ir a escola, os


entrevistados asseveraram que é relativa pois, as vezes gostam de ir a escola
estudar e as vezes vão nas minas de exploração artesanal de diamantes para
ganhar o dinheiro e resolver as suas diferenças (…).

(…) E no mesmo, existem jovens que nunca foram a escola, mas, vão na
exploração mineiras, isto por amor a dinheiro, valorização do trabalho de campo,
falta de apoio e ignorância. O que justifica certas linguagens como: a escola não
dá nada, todo caminho leva a Roma, a vida é minha, etc.

No entanto, nenhum dos encarregados gostaria que isso acontecesse com seu
filho ou encarregando, por que todo encarregado de educação sempre pensou
em preparar quadros competentes para garantir o seu futuro.

Por isso, os tipos de apoio prestados pelos encarregados naquela localidade são
de caracteres motivadores e estimuladores. Tendo a consciência de que a
conversa no bairro com os jovens e sensibilização sobre as vantagens e as
desvantagens do abandono escolar, fazendo apolo aos jovens adolescentes
dedicarem-se na formação (…).

3.4 Resultados da entrevista com as entidades tradicionais do


município.
(…) a análise do guião de entrevista dirigidas as entidades tradicionais
comprova que existem professores capazes com formação profissional. E o
abandono escolar dos jovens, está ligado aos factores sócio-financeiros e
psicológicos dos jovens.

40
(…) Portanto, os professores têm relações diversas na escola, mas o ponto mais
comum naquela localidade é o da formação escolar da sociedade. Assim, é na
escola onde interagem todas entidades promotoras da educação formal da
juventude. Em suma, essas relações são boas.

Quanto a questão de saber se os jovens do Muxinda gostam de ir a escola, os


entrevistados asseveraram que é relativa pois, as vezes gostam de ir a escola
estudar e as vezes vão nas minas de exploração artesanal de diamantes para
ganhar o dinheiro e resolver as suas diferenças (…).

(…) E no mesmo, existem jovens que nunca foram a escola, mas, vão na
exploração mineiras, isto por amor a dinheiro, valorização do trabalho de campo,
falta de apoio e ignorância. O que justifica certas linguagens como: a escola não
dá nada, todo caminho leva a Roma, a vida é minha etc.

No entanto, nenhuma das entidades tradicionais gostaria que isso acontecesse


com seu encarregando, por que sempre primou em formar bem o seu filho para
garantir o seu futuro.

Os apoios dispensados pelas entidades tradicionais são de caracteres


motivadores. Tendo a consciência de que a conversa no bairro com os jovens e
sensibilização sobre as vantagens e as desvantagens do abandono escolar,
apelar os jovens a dedicarem-se na formação (…).

Com isso, na comunidade de Lubalo, a maior parte dos entrevistados afirmaram


que os jovens são atraídos na vida activa por causa de exploração de diamante
como forma de ganhar o dinheiro rápido, isto para sentirem-se socialmente útil e
responder as suas necessidades (…).

Logo, as entidades tradicionais têm procurado manter uma relação mais aberta
com a juventude a fim de se enterrar a cerca dos verdadeiros motivos que tem
levado jovens a se afastar da escola. Nesta mesma relação procuro passar para
eles a importância que o aprendizado escolar tem, não como forma de ganhar
dinheiro, mas também como uma ferramenta indispensável para formação de
um carácter louvável em cada indivíduo dentro da sociedade.
41
3.5 – Propostas de actividades motivacionais para os jovens na aderência
escolar.

Através do presente estudo propõe-se um conjunto de actividades que visam


motivar os jovens na aprendizagem escolar. Dentro deste conjunto tem-se:

Actividade nº 1:

 Participar na vida escolar.


Objectivo: Chamar atenção aos jovens sobre a importância da aprendizagem
escolar.

42
Para está actividade os jovens devem compreender que possuir uma educação
formal, é um ponto de partida para o alcance de altos patamares sociais na vida
profissional, é a chave do sucesso de todo indivíduo. Pois, além dos problemas
aprenderem as questões relevantes da sociedade, os jovens absorvem valores
éticos, humanitários e aprofundam os laços da solidariedade. Para isso, é
indispensável a participação da família na vida escolar dos filhos. Quando o
jovem percebe que seus pais ou responsáveis estão acompanhando de perto
tudo o que está acontecendo, poderá preocupar-se em cumprir com o seu dever.
Para tal, os pais ou familiares devem:

 Verificar o rendimento escolar dos filhos;

 Perguntar como foram as aulas;


 Questionar os filhos se o professor deu tarefa de casa;
 Comprar o material didáctico para o filho;
 Os pais devem motivar o filho para que desfrute de um bom estado físico,
mental e afectivo. Assim, a sua auto-estima aumenta.
Porém, com esta actividade, julgamos que os jovens do Município de Lubalo
sentirão – se mais seguros e, apresentarão melhor desempenho nas actividades
escolares. Assim, os familiares estarão a cumprir com a gestão educativa dos
seus educandos.

Actividade nº 2:

 Doutrinar a valorizar a educação formal.


Objectivo: Motivar os pais e professores sobre a necessidade de ensinar aos
filhos a gerir o tempo e tudo que estiver ao seu alcance para os estudos.

Em relação a esta actividade, é caso para se dizer que todas as


actividades que o homem exerce na vida precisam de tempo; para tal, a família
e o professor devem:

 Incutir no aluno a compreensão das necessidades de respeito pelo


horário;

43
 Incentivar o aluno a usar a biblioteca da escola nos tempos livres, se
porventura existe;
 Estabelecer o horário para que o aluno ou filho estude em casa todos
dias;
 Evitar que os filhos durmam a horas tardias.
Actividade nº 3:

 Intercâmbio da direcção da escola – professor – família e


comunidade.
Objectivo: Incentivar a direcção da escola, as famílias, professores sobre a
necessidade de trabalhar juntos para melhorar a gestão educativa dos filhos.

Para esta actividade, é importante que se diga que a direcção da escola,


professores e a família, têm um objectivo de educar crianças, adolescentes e
jovens, por isso, parece evidente manter a relação de proximidade e
cooperação.

O que se tem observado, por um lado, é que a escola reclama a ausência da


família no acompanhamento do desempenho escolar da criança, da falta de
impulso dos pais para colocar limites aos filhos e das dificuldades que muitos
deles encontram em transmitir valores éticos e morais considerados importante
para convivência em sociedade. Para tal, a direcção da escola no geral e em
particular os professores devem:

 Convocar os pais regularmente a fim de fazer parte das reuniões;


 Planificar as reuniões periodicamente, isto, trimestralmente;
 Deve realizar as reuniões que instruem e encorajam as famílias no
sentido de prepará-los para gestão educativa dos filhos;
 Desenhar programas específicos para o trabalho com os encarregados de
educação;
 Informar periodicamente aos encarregados de educação sobre o
rendimento dos seus filhos;
 Incorporar um dia fixo no mês para as reuniões dos encarregados de
educação, despertando-os sobres aspectos positivos e negativos dos seus
educandos;

44
 Elaborar um regulamento dos pais encarregados de educação de modo a
dar a conhecer sobre os direitos e deveres dos mesmos.
Nesta actividade os encarregados de educação ou os familiares podem ainda
realizar visitas na escola onde estudem os seus educandos, no sentido de se
informar sobre o grau de aproveitamento dos mesmos. Devem-se estabelecer
com a escola um intercâmbio das famílias com os professores dos seus filhos
para conhecer as problemáticas que se apresentem; sendo assim, é
indispensável que a família esteja em harmonia com a instituição, uma vez que a
relação harmoniosa só pode enriquecer e facilitar o desempenho educacional
das crianças.

Actividade nº 4:

 Convidar os jovens a participar das aulas


Objectivo: Motivar os jovens a participar das aulas como forma de educação
formal.
Nesta actividade, o professor deve reflectir formas de motivar os jovens a
participar de uma maneira organizada nas aulas para saber como poderão
ajudar as suas famílias na resolução de tarefas domésticas. Por outro, terão a
oportunidade de receber uma educação formal, profissional e em valores.

Actividade nº 5:

 Realizar palestras e seminários que ajudam a preparar os


encarregados e alunos (jovens) durante os quais se abordaram temas
como:

a. Importância da relação escola-família


Objectivo: Convidar os pais a fazerem parte das palestras e seminários
escolares.

É importante mostrar que é necessário haver esta relação porque tanto a


família como a escola têm uma responsabilidade comum que é a de ensinar e

45
educar os jovens de uma forma integral por isso, a cooperação entre os agentes
educativos de suma importância para partilha das responsabilidades.

b. Como os pais devem ajudar seus filhos (jovens) na realização das


tarefas escolares em casa
Objectivo: Incentivar aos pais a ajudarem os seus filhos a realizarem as tarefas
escolares.
Uma das formas de os pais ajudarem os seus filhos na realização das tarefas
escolares é controlarem todos os dias os conteúdos aplicados pelo professor,
perguntar ao filho sobre o que aprendeu, se entendeu ou não a aula e se tem
tarefa. Em caso de qualquer dificuldade na resolução da tarefa os pais devem
ajudar.

c. Motivação escolar
Objectivo: Demonstrar a importância da motivação dos pais na vida escolar dos
seus filhos.

Os pais devem assistir os seus filhos em todos os sentidos desde material


didáctico até o acompanhamento a escola.

d. Relação entre a juventude – sociedade – escola – exploração de


diamantes

Objectivo: Ilustrar a juventude da relação existente entorno da sociedade –


exploração de diamantes – a escola.

Em torno desta actividade a juventude deve estar consciente de que maneiras


contribuam para o bem-estar da sociedade.

3.6 - Sínteses dos principais resultados do estudo.

Tendo em conta os resultados do questionário dirigidos aos alunos e


professores face ao Processo de Aderência escolar nas Zonas de Exploração
Mineira no Lubalo/ Lunda Norte-2013, na sua a análise e interpretação,
apresentou-se os seguintes resultados:

46
 Visando saber as realidades dos dados sócio métricos dos alunos e
jovens, constatou-se que 57,14% correspondem a faixa etária de “19 anos em
diante” Tabela – 1;

 As respostas dos alunos e jovens a cerca do nível de escolaridade


anterior ou frequente, aprovou-se a maior percentagem no II Ciclo de ensino
secundário com 42,85%, Tabela – 2;

 Relacionado ao posicionamento dos alunos em relação ao gosto de


estudar, 97,62% dos inquiridos apresentaram um posicionamento positivo
alegando que “sim” gostam de estudar para adquirir saberes Tabela – 3;

 Relativamente as Razões que levam a ausência escolar, os jovens


assinalaram maioritariamente a “fome e falta de dinheiro” com 61,91% Tabela –
4;

 Os jovens inqueridos atribuíram um grau normal de concordância em


relação ao relacionamento entre professores e os jovens com 52,37% dos
respondentes afirmam que a relação é “razoável”, Tabela – 5;

 No concernente o nível académico que os jovens desejariam alcançar


comprovou-se que 73,8% esperam alcançar a “Licenciatura”, Tabela – 6;

 No que diz respeito às maiores razões para estimular a motivação


escolar, os jovens questionados assinalaram 38,07% que é a “vontade própria
do aluno”, Tabela – 7;

 Sobre os aspectos que condicionam a desmotivação escolar dos jovens,


importa destacar que 47,61% dos jovens inqueridos não conhecem a
“importância de estudar”. Tabela – 8;

 Os motivos que atraem os jovens para vida activa47,61% dos jovens são
atraídos pelo gosto de ganhar dinheiro, Tabela – 9;

 Atendendo os dados sociométricos dos professores inqueridos por género


e tempo da actuação profissional, comprovou-se que, 60% dos professores
pertencem a escala de 0 a 5 anos de carreira profissional, Tabela – 10;
47
 Relativamente ao conceito mais completo de desmotivação escolar, os
professores assinalaram que, a “desmotivação escolar é um processo que
prejudica a produtividade de um país e representa, sobretudo um desperdício
lamentável de vida jovem”, com 70%, Tabela – 11;

 Apurou-se que 70% dos inqueridos afirmaram que existem jovens com
falta de motivação escolar, Tabela – 12;

 No que tange a maior razão do abandono escolar, os professores


afirmaram categoricamente, com 50% a “exploração de diamante”, Tabela – 13.

 No entanto, 50% dos professores optam no aconselhamento dos jovens


para dar a importância aos, Tabela – 14.

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento deste trabalho chegou-se às seguintes conclusões:

A presente investigação possibilitou uma análise concreta dos “factores de


desmotivação escolar” e tendo em conta os resultados obtidos e as limitações
próprias da pesquisa, pode concluir-se que, os jovens adolescentes,
evidenciaram um posicionamento negativo em relação a aprendizagem formal.
Este posicionamento tende a aumentar quando questionado sobre a exploração
artesanal de diamantes (confere a tabela nº 13), o gosto pelo dinheiro (tabela nº
9), a desvalorização dos estudos (tabela nº 12), o surgimento de
responsabilidades adicionais e falta de acompanhamento dos encarregados de
educação.

A desmotivação escolar é a falta de interesse em frequentar a escola. Logo é


uma das principais reclamações feitas pelos professores e que, segundo eles,
48
os alunos não tem o interesse em aprender o que se pretende ensinar, ou seja,
eles parecem não se interessarem em compreender e aprender. Entretanto, a
partir do estudo de diferentes autores, se pode apreciar que no estudo da
desmotivação devemos procurar descobrir os factores que fazem com que um
determinado comportamento não ocorra ou, se ocorre, ocorra nos moldes não
desejados. Se a motivação é dirigida a satisfação das necessidades, com a
desmotivação acontece o contrário.

Em relação a proposta de actividades específicas para estimular a motivação


aos jovens adolescentes em frequentar os estudos representa um conjunto de
fundamentos necessários à educação formal, social e integral, contribuindo para
a formação humana e a melhoria da qualificação de vida futura.

SUGESTÕES

Tendo em conta a abordagem e as conclusões emanadas dos resultados da


pesquisa de campo, torna-se pertinente sugerir o seguinte:

1. A Direcção da escola fazer com que a pesquisa tenha continuação com


outros pesquisadores em trabalhos de investigação, especialmente, aos
estudantes finalistas do Instituto Superiores Politécnica do Saurimo e das
escolas, ISCED de Cabinda e das e a Politécnica do Cuango/Lunda Norte.

2. Que os Encarregados e Professores tenham interligação, isto é, colaborar


na sensibilização, incentivo, aconselhamento e acompanhamento dos jovens
adolescentes a fim de aderirem a formação escolar. Que se crie na escola um
comité de sensibilização, que poderá ministrar palestras, debates, seminários e
outras actividades educativas que priorizem e valorizem a educação formal;

3. Aos professores, motivar a juventude, promovendo algumas actividades


recreativa (jogos, teatros, danças e etc.) como forma de entrar em contacto com
os jovens para dar a conhecer sobre a importância da educação.

49
4. Aos encarregados de educação, tomar maior responsabilidade de modos
a orientar adequadamente o processo de aprendizagem dos filhos (jovens), quer
escolar como profissional para o seu ajustamento social futuro;

5. Que os jovens adolescentes do Município de Lubalo ganhem a motivação


e valorizem os estudos para adquirir uma formação integral e projectarem bem o
seu futuro e o da Nação.

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