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SEMANA 37 (EXTENSIVO) | SEMANA 17 (SEMIEXTENSIVO)

UFU & UNIEVANGÉLICA

TEXTO 1
Os crimes ocorridos, é importante que se diga, são parte da cultura do estupro. A cultura do estupro é, em termos gerais, a banalização e normalização desse
crime pela sociedade que compactua e estimula essa cultura de diversas maneiras, por exemplo, quando objetifica as mulheres nos meios de comunicação,
culpabiliza as vítimas, não vê problemas nos assédios que as mulheres sofrem diariamente nas ruas, incentiva os meninos desde criança a serem os “pegadores” e
as meninas a aceitarem serem beijadas e tocadas à força por seus colegas, afinal isso é “bonitinho”, como dizem os pais na maioria das vezes.
A cultura do estupro, por sua vez, faz parte de um sistema maior, o patriarcado. E é esse sistema maior que reforça a cultura do estupro. O sistema patriarcal
consiste na estrutura de pensamento que insiste no modelo de interação baseado na dominação dos homens sobre as mulheres. Nesse sistema de pensamento, o
dominador/homem crê ser superior à dominada/mulher. A crença deriva dos discursos de validação da hierarquia histórica e culturalmente estabelecida, tal como o
discurso, por exemplo, que define a mulher, dentre outros, como objeto do prazer masculino. Com esses discursos de validação da hierarquia o dominador procura
justificar as atrocidades cometidas pelos homens às mulheres.
Vânia dos Santos Silva. Patriarcado e a cultura do estupro no Brasil. Disponível em: https://diplomatique.org.br/cultura-do-estupro-no-brasil/ [Adaptado].

TEXTO 2
Na sexta passada, quem estava em Sergipe assistindo à TV viu, várias vezes, reproduzido o vídeo de um homem que flagrava outro estuprando uma menina
de 11 anos. Munido de uma faca, o agressor correu ao passo que a criança gritou notando a presença de um terceiro. Só a descrição do vídeo já seria chocante,
mas não bastou: emissoras mostraram o vídeo dezenas de vezes, sem cortes ou avisos de que seria uma cena de violência. Tanto a TV Sergipe, afiliada da TV
Globo, como a TV Atalaia, afiliada da TV Record, transmitiram estupro em looping, prendendo a audiência aos gritos da criança.
No sábado, um homem foi preso em Sabará, em Minas Gerais, acusado de “molestar uma criança”. Ele abordou a menina de 12 anos com sua caminhonete,
dizendo-se fotógrafo e que gostaria de tirar fotos dela. Convidou-a para entrar no carro, onde passou a mão nos seios, braços e pernas da garota, que saiu
correndo. Ele foi encontrado pouco depois e negou o ato. Porém, ao ser confrontado com as imagens do momento do crime, confessou “ter uma fraqueza”.
No mesmo dia, foram divulgados dados da Secretaria de Segurança Pública do Ceará, que apontou recorde no número registrado de crimes sexuais em
setembro, com 198 casos. Um dos casos destacados é o de um homem preso acusado de atrair pelo menos dez crianças para brincar com jogos eletrônicos em
seu celular, quando então cometia o estupro.
No dia 11 deste mês, uma menina de 11 anos foi dada como desaparecida em Petrolina, no interior de Pernambuco. Após buscas pela cidade, o corpo da
garota foi encontrado em um matagal próximo à rodovia. A avó da menina contou que o irmão do padrasto a abordou no mototáxi com uma boneca e bombons. Seu
corpo foi encontrado com sinais de estupro e esganadura.
No dia 12, Anizielly Errobidart, de 28 anos, morreu em Corumbá, em Santa Catarina. Não resistiu ao levar pelo menos dez facadas por denunciar o estupro de
sua filha de oito anos. O filho do homem acusado, que se encontra preso, foi até a casa dela e cometeu o crime. Anizielly deixa outros dois filhos, uma menina de
seis anos e um menino de dois. A família se mobiliza pela condenação do pai e do filho.
No dia 13, foi divulgada a história de uma adolescente em Mombuca, no interior de São Paulo, que foi estuprada pelo pai dos nove aos 12 anos, assim como
suas duas irmãs. Após a prisão do pai, um homem, pastor evangélico e guarda civil municipal que mantinha contato próximo com ela desde que era criança, pediu a
guarda provisória na Justiça, que aceitou com parecer favorável do Conselho Tutelar. Durante a visita da mãe biológica à criança, foi notada uma intimidade entre
ambos que chamou a atenção, além do fato de a mulher do pastor ter quebrado o celular da menina. Em outra visita, a mãe flagrou o pastor abusando sexualmente
da garota. Ele fugiu, mas ao ser preso disse que trocavam bilhetes e que estava apaixonado. Foi descoberto que a mulher do pastor também sabia, mas não o
denunciou a fim de preservar o casamento. [...]
Está mais do que na hora de o tema ser pautado como se deve: a cultura do estupro como uma verdadeira pandemia no país.
Djamila Ribeiro. A cultura do estupro avança como uma verdadeira pandemia no Brasil. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamila-
ribeiro/2020/10/a-cultura-do-estupro-avanca-como-uma-verdadeira-pandemia-no-brasil.shtml [Adaptado]

TEXTO 3
Costuma dizer-se que a civilização e a sifilização andam juntas. O Brasil, entretanto, parece ter-se sifilizado antes de se haver civilizado. [...] A contaminação da
sífilis em massa ocorreria nas senzalas, mas não que o negro já viesse contaminado. Foram os senhores das casas-grandes que contaminaram as negras das
senzalas. Por muito tempo, dominou no Brasil a crença de que para um sifilítico não há melhor depurativo que uma negrinha virgem.
Gilberto Freyre. Casa Grande & Senzala. São Paulo: Global, 2011. p. 207-208. [Adaptado]

TEMA A CULTURA DO ESTUPRO NO BRASIL


Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva:

a) um artigo de opinião motivado pela reflexão promovida pela leitura do texto 3 e por um acontecimento recente que tenha tido
projeção nacional.
b) uma carta argumentativa para Djamila Ribeiro, colunista da Folha de S. Paulo, discutindo as causas do que ela chama de “uma
verdadeira pandemia no país”.

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