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Observação
Ao longo do manual, surgem vários símbolos:

Indicação de texto gravado.

fi
Na secção Funcionamento da Língua, este símbolo remete para a consulta do Caderno de Fichas Informativas.

poio na Internet
www.portoeditora.pt/manuais

Este projecto dispõe de uma página na Internet que contém um conjunto de materiais auxiliares para utilização ao longo do ano lectivo.

Nestas bandas laterais, como indicação apenas para o professor, surgem ainda os seguintes símbolos:

Acetato 12

Indicação do acetato que poderá ser usado em determinada actividade.

e educação
para a cidadania
Sendo a educação para a cidadania uma “formação transdisciplinar” (art.° 6.° do Dec.-Lei n.° 6/2001, de 18 de Janeiro), assinalam-se algumas das acti-
vidades que para ela contribuem, no âmbito do desenvolvimento das competências específicas da Língua Portuguesa.

estudo
acompanhado

Actividades no âmbito da Língua Portuguesa que favorecem o desenvolvimento dos objectivos de cada uma destas áreas não disciplinares, podendo,
eventualmente, o seu desenvolvimento ocorrer no espaço horário reservado àquelas áreas.

Páginas 4 e 5

estudo
acompanhado

“Localizar e seleccionar informação relevante para a concretização de projectos de trabalho, a partir da consulta de índices de livros” surge, no
Programa de Língua Portuguesa, como um dos processos de operacionalização da Leitura para Informação e Estudo.

Por outro lado, saber ler índices é uma competência transversal e transdisciplinar que importa desenvolver, no âmbito da aquisição de técnicas de
estudo e de pesquisa.
Na área de Estudo Acompanhado, esta pode ser uma das tarefas a realizar, alargando-a para a observação de índices de gramáticas e de manuais de
outras disciplinas.

“Um índice, ‘uma lista metódica ou alfabética de nomes de autores, de livros consultados, de assuntos, de capítulos, geralmente com indicação de
página, que se encontra no princípio ou fim de uma obra…’, constitui um instrumento de trabalho privilegiado para a aquisição de técnicas de consulta.
Pode-se trabalhar com os livros de aprendizagem no quotidiano ou trabalhar com obras especiais, enciclopédias ou outras obras de referência, e
criar múltiplas situações explorando as diferentes formas que esses auxiliares de leitura assumem: bibliografias temáticas, índices remissivos, sumá-
rios, lista de ilustrações, índices onomásticos, etc. Cada um pode ser uma entrada para o conhecimento do livro, enquanto fonte de acesso ao saber,
e para a aquisição de uma técnica específica de leitura.
É, pois, possível a partir do índice, alcançar a página e tratar o texto a partir das palavras-chave que ao mesmo nos conduziram, ou partir de um texto
de onde se procura extrair as palavras-chave que, eventualmente, se encontrarão no índice.
Outra actividade muito produtiva em termos de leitura selectiva é a construção de um índice de um caderno diário. Esta actividade mobiliza os alu-
nos para a organização deste material de estudo, familiariza-os com vocabulário específico de aprendizagem, como por exemplo saber distinguir um
conteúdo a estudar dentro da descrição de um objectivo de aprendizagem. Igualmente produtiva é a construção de um índice de um livro com textos
sem título, o que leva à leitura atenta para a procura da palavra-chave que será um título pertinente, por exemplo. Este exercício pode ainda ser uma
boa oportunidade de aprenderem a nominalização.”
M.a Emília Barbosa e M.a Vitória de Sousa, “Saber ler… para aprender: a leitura de índices”, in Palavras, n.° 15, 1999,
Associação de Professores de Português

Página 10

As fotos e as informações sobre os autores e a reprodução de capas das obras poderão constituir um incentivo para a leitura da obra integral ou de
outros livros de um mesmo autor. Por outro lado, permite-se que o aluno situe cada autor no tempo e que o encare como um ser humano com um con-
junto de experiências e um percurso de vida próprios.

O Programa apresenta uma lista de obras para leitura orientada, determinando que, desta lista, sejam seleccionadas de três a cinco obras.
Dada a extensão de todas elas, optámos por reproduzir na íntegra um dos contos indicados:
• A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho de Mário de Carvalho
Este conto surge no bloco 1.f – Contos –, acompanhado de linhas de leitura.
Ainda neste bloco, apresentamos um conto completo de Alice Vieira e um guião de leitura da obra Uma Questão de Cor de Ana Saldanha (cujo livro
é oferecido a todos os alunos).

Relativamente à selecção de poemas, contemplámos todos os poetas indicados no Programa e outros.

Páginas 24 a 27

ESTUDAR PORTUGUÊS, PARA QUÊ? (pág. 25)


Com esta actividade pretende-se que os alunos reflictam sobre a importância do estudo da língua materna na formação de cidadãos mais livres, mais
autónomos, mais informados, mais exigentes, mais autoconfiantes e mais capazes de uma intervenção cívica.
Após a realização desta actividade, poderá ser oportuna a análise colectiva da ficha das páginas 30 e 31 – Avalio o meu trabalho e o meu compor-
tamento –, de modo a que os alunos identifiquem claramente os domínios da língua a desenvolver (e a avaliar), ao longo do ano.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA (pág. 25) Compreendo o que ouço?

Muito grande é o mar


Estava o rapazinho a olhar para o mar com todo o seu olhar deslumbrado de primeira vez, quando “a voz” lhe perguntou quando é que iam ao banho. O
rapazinho não queria dar parte de fraco – fraquezas nunca tinham sido com ele – mas estava francamente assustado e também, é certo, possesso de um
deslumbramento sem limites que era quase doloroso interromper. Ele não sabia que era deslumbramento o que sentia, não sabia muitas coisas, sabia
mesmo poucas, e então pensava coisas à sua medida como “Isto é grande como tudo. Isto é maior do que todos os rios juntos. Muito grande é o mar”.
O outro riu com um riso amalandrado: “Olha para aquela, ali. Olha que vale a pena”. Ele desviou o olhar para a rapariga que passava, mas o olhar não
se lhe deteve muito tempo nela, ultrapassou-a, transformou-a em ser transparente, voltou a abarcar aquele mar quase rio de praia popular, mas que a
ele lhe parecia terrivelmente agitado e perigoso. Havia uma onda a fazer espuma, sempre ali, no mesmo sítio, porquê?
“Aquela onda, pá.”
“E então?” riu o outro, cheio de experiência porque já estava em Lisboa havia dois anos e fora duas ou três vezes à praia.
“Porque é que ela faz aquilo, pá?”
“Sei lá. Rebenta, pronto. Quero é ir tomar banho. Estou com um destes calores. Anda daí.”
“Achas que não há perigo?”
A voz riu, troçou, rebolou-se, no gozo. “Tens cada uma! Não vês aquela gaja?”
“Sabe nadar.”
“Qual! Ali há pé. Mexe os braços a fingir, é o que eu faço. Mas um dia destes vou aprender, olá se vou. Não é só levar batatas e feijões a casa das
freguesas. Uma pessoa tem que viver. Não achas que uma pessoa tem que viver?”
O rapazinho não sabia bem o que era viver. Então não vivia, ele? Comia, dormia, viera da terra há um mês para a loja do sr. Firmino, trabalhava por-
tanto, sempre a subir e a descer escadas. Mas o outro dizia viver, como quem sabe que viver é outra coisa. Então...
“Vamos?”
“Está bem... “ (Com reticências, sem grande vontade. Com um certo ou até um grande receio.) “Está bem, pá.”

O corpo apareceu dias depois. Ninguém o chorou verdadeiramente, porque era órfão, e ninguém já se lembra do seu rostinho melancólico até por-
que isto aconteceu há já alguns anos. Quantos, não sei.
Maria Judite de Carvalho, A Janela Fingida, Ed. Seara Nova, 1975

1.
a. PF (o rapazinho era órfão)
b. V
c. F (“…rostinho melancólico…”)
d. PF (“…viera da terra há um mês…”)
e. V
f. F (“…fora duas ou três vezes à praia.”)
g. V
h. F (“Com reticências, sem grande vontade.”)
i. F (“Ninguém o chorou verdadeiramente…”)

2. Notícia
Um passeio de veleiro ia sendo fatal para três cidadãos suecos, que escaparam à morte depois de estarem mais de 19 horas à deriva em alto mar.
Os náufragos viajavam entre Peniche e a Madeira, quando a embarcação sofreu um rombo, obrigando os velejadores a abandonar o barco, que aca-
baria por afundar. Já na balsa, os cidadãos suecos lançaram, pelas 18 horas de anteontem, pedidos de socorro via satélite, através de rádio-
-baliza. Foi então que o Centro Coordenador de Buscas e Salvamento Marítimos (MRCC) iniciou as operações de salvamento. “Foram lançados vários
avisos aos navegantes e aos navios que estavam na zona, mas ninguém respondeu”, indicou, ao JN, fonte do MRCC. Mas os pedidos de socorro via
satélite continuaram noite dentro. Na manhã de ontem, um avião PT3-Orion da Força Aérea Portuguesa foi então enviado para o local, para averiguar
o que se passava e detectou, a meio caminho entre Peniche e a Madeira, a balsa.
Localizados os náufragos, o MRCC lançou um pedido aos navios que viajavam perto para alterarem a sua rota e socorrerem os náufragos. O primeiro
a ali chegar foi o navio britânico “Oriana”, que recolheu os cidadãos suecos. Os velejadores, que apresentavam indício de hipotermia, já foram assis-
tidos por um médico a bordo e encontram-se fora de perigo de vida. Devem rumar agora a Inglaterra, o destino final do navio britânico.
in Jornal de Notícias, 11-11-2001
1.
3 ; 2 ; 1

2.
a. V
b. F
c. F
d. V
e. F
f. V
g. F
h. V
i. V
j. V
k. F
l. V

1.2. Adjectivo:
Os passageiros sobreviventes reencontraram-se.

1.3. sobreviventes – sujeito; recordam a queda do avião – predicado; a queda do avião – complemento directo; em Santiago – complemento circuns-
tancial de lugar.
Nota: O complemento determinativo (do avião) só será estudado no 8.o ano.

2. No 7.o ano, os alunos deverão ter estudado as orações coordenadas (copulativas, adversativas, disjuntivas e conclusivas) e as orações subordina-
das temporais e causais.

4. O reencontro destes homens foi muito emotivo, porque trouxe à memória recordações penosas. Cada um deles recordará, certamente, os compa-
nheiros mortos, bem como o medo e a angústia que os acompanharam durante aqueles longos 70 dias. No entanto, todos sentiram que era sua obri-
gação estarem presentes em Santiago do Chile. “Era um compromisso moral, não podíamos faltar”, explicou um dos sobreviventes.

Página 29

1. Quatro: Índice geral (págs. 2 a 8); Índice de Ilustradores (pág. 8); Índice Remissivo (pág. 9); Índice de Autores (págs. 10 a 21).
2. Nas primeiras páginas do manual.
3. O Índice Geral está organizado por unidades/blocos; os outros três, por ordem alfabética.
4.1. Em três colunas.
4.2. Seis:
a. Os dias da escola
b. Amores… e desamores
c. Vidas… em família
d. Olhar os outros
e. Somos livres?
f. Contos
4.2.1. “A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho” de Mário de Carvalho
“Temos de começar a jantar à mesa” de Alice Vieira
“Uma questão de cor” de Ana Saldanha
4.3. Doze textos gravados.
4.4. Unidade 1:
“Ser jovem ontem e hoje”
Unidade 2:
“Poesia… procura-se!”
Unidade 3:
“Vamos fazer teatro”
4.5. Catorze.
5. É o escritor Alexandre O’Neill.
6.1. Ler ~ Compreender
Ouvir ~ Falar
Funcionamento da língua
Ler mais / Escrever
Queres jogar?
7. Este símbolo remete para a consulta de uma determinada ficha do Caderno de Fichas Informativas.
8.1. A ficha n.o 9 (“Formação de palavras”), como se pode constatar pela consulta do índice (pág. 2).
8.2.

9. Para o professor é apresentado um conjunto de propostas de exploração junto do Banco de Imagens.

Página 30

A apresentação/explicação colectiva desta ficha de auto-avaliação e o seu periódico preenchimento individual por parte dos alunos contribuirão
para dar resposta a uma das indicações metodológicas presentes no Programa:
“Os alunos, quer tenham quer não tenham participado na elaboração dos instrumentos de avaliação, deverão sempre conhecer previamente os
aspectos que serão objecto de observação, bem como os critérios a ter em conta na avaliação a efectuar no âmbito dos diferentes domínios
(OUVIR/FALAR; LER e ESCREVER) e das diversas situações comunicativas.”

Página 34

Ao longo das unidades 1, 2 e 3, antes de cada texto, a azul, surgem algumas sugestões de pré-leitura e/ou um breve texto de apresentação da obra
que permite, no caso de excertos, contextualizá-los.

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Ao longo do manual, nesta secção – Ler~Compreender –, optámos por destacar a negro todos os verbos que indicam as tarefas a realizar (observa,
identifica, comprova, justifica, …), como forma de ensinar os alunos a “saber ler” uma instrução. Se necessário, poderá ir sendo registado no cader-
no diário um glossário com os diferentes verbos que vão surgindo, os seus respectivos significados e exemplos para cada caso.

1. Expressões temporais: ainda hoje [ll. 5 e 42]; ainda agora [l. 39].

2.3. “A própria denominação deste tempo – PRETÉRITO IMPERFEITO – ensina-nos o seu valor fundamental; o de designar um facto passado, mas não con-
cluído (imperfeito = não perfeito, inacabado). Encerra, pois, uma ideia de continuidade, de duração do processo verbal mais acentuada do que os
outros tempos pretéritos, razão por que se presta especialmente para descrições e narrações de acontecimentos passados. Empregamo-lo, assim:
1.o) quando, pelo pensamento, nos transportamos a uma época passada e descrevemos o que então era presente (…).”
Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo,
1.a ed., João Sá da Costa Ed., 1984

4.1. “(…) vivia-se um ambiente carregado de terror.” [l. 38]

4.2. Reacções imediatas: “Alguns deixaram a escola por causa dele.” [l. 40]; reacções a longo prazo: “Mas os que ficaram, (…) ainda hoje não ousam
cometer um erro de ortografia.” [l. 41]

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1. Texto gravado:
A: Antigamente é que se aprendia. Os alunos sabiam ler, escrever e contar. Havia ordem e disciplina nas aulas.
B: Pois, mas só alguns é que iam à escola. Pelo menos, agora, todos podem estudar.
A: Olha, mais valia que assim não fosse! Muitos não querem estudar e, como estão contrariados, só vêm para as aulas perturbar.
B: Isso é verdade, mas tem de haver uma solução para esses casos, não te parece?
A: Por mim, era fácil: voltava a introduzir a palmatória e garanto-te que estavam todos caladinhos que nem ratos!...

1.1. Com este exercício, pode ser feita uma revisão/chamada de atenção para alguns erros frequentes:
a. vírgula a separar o verbo do complemento directo (“…usavam a palmatória.”);
b. no pretérito perfeito, tu vivestes em vez de tu viveste (confusão com a segunda pessoa do plural: vós vivestes);
c. confusão entre j/g (imaginar).

Poderá ser proveitoso organizar um registo estruturado dos erros mais frequentes a evitar, sugerindo aos alunos que reservem para o efeito duas
ou três folhas do caderno diário. Nelas, poderá ser desenhado um quadro como este, que irá sendo preenchido ao longo do ano:

Digo / Escrevo Não digo / Não escrevo


tu viveste tu vivestes
imaginar imajinar
… …
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1. No primeiro trabalho, a palmatória foi transformada no sinal de trânsito que indica a obrigação de parar (STOP). Neste caso, parar com a violência
sobre os alunos, mensagem que é reforçada pela presença das pombas – símbolo da paz – sobre o sinal.

Página 40

c. 3 1 4 2

Páginas 41 e 42

1.1. “buscá-la”; “Ela”.

2. O uso predominante do pretérito imperfeito do indicativo e ainda as seguintes expressões: “Na fotografia que resta desses tempos que passou no
colégio (…)” (5.o §); “(…) vulnerável à crueldade como nunca esteve depois.” (6.o §); “Mais tarde (…)” (7.o §)

3.1. Saudade, desgosto, medo, solidão, opressão, angústia.

3.2. Este exercício prepara a realização da actividade proposta na secção Escrever (pág. 43), visando a aquisição da noção de descrição subjectiva.

5. O tema: recordações dos tempos da escola.


O narrador: no primeiro texto, encontramos um narrador presente e subjectivo; neste texto, um narrador ausente e subjectivo.
Momento da narração dos factos: em ambos os textos, os factos narrados reportam-se a realidades do passado da vida das personagens.

Página 43

1.3. Eis um levantamento das principais diferenças entre o português do Brasil e o português de Portugal, presentes no poema:
• A colocação do pronome átono antes do verbo:
“(…) venha me buscar.” [v. 3]; “Me abençoe.” [v. 28].
• A utilização do determinante possessivo sem artigo:
“longe de minhas coisas, meu chinelo,/ meu sono só meu (…)” [vv. 22-23].
• A utilização do verbo ter com o sentido de haver:
”(…) e tem jardins fantásticos (…)” [v. 9].
• A utilização da forma de tratamento você em vez de tu ou de o senhor, a senhora:
neste poema, o sujeito lírico dirige-se à mãe utilizando as duas formas de tratamento: “Diz a Papai (…)” [v. 3]; “(…) guardou / para quando eu vol-
tar?” [vv. 13-14].
• A utilização de variantes lexicais:
“Mamãe (…)” [v. 1]; “Diz a Papai (…) [v. 3]; “que a sineta corta ao meio feito pão:” [v. 18].

Outras diferenças (não presentes no poema):


• A utilização de nele/nela (em ele/ela) em vez de lhe:
Eu preguei um susto nela.
• A utilização do pronome ele em vez do pronome o:
É preciso educar ele.
• A diferente utilização das preposições:
Chegaram na praia.
• A utilização do gerúndio:
Estou pensando em você.
M. Olga Azeredo et al., Da Comunicação à Expressão, 1.a ed., Lisboa Ed., 1996 (adaptado)

1. Algumas hipóteses: paciência; transferir; mérito; escola; malandro; carta; transferência; carpa; cita; ciência; pata; tapa; mota.

Página 44

a. Na perspectiva da formação de leitores, consideramos ser esta actividade bastante relevante. É necessário ajudar o aluno/leitor a recolher e a valo-
rizar as informações paratextuais: identificar a obra a que pertence o texto, o nome da colecção, a época em que foi publicada, o tradutor (no caso
de obras de autores de outras línguas), o número da edição, a editora. Nos casos em que o texto apresenta supressões, o aluno deverá saber reco-
nhecer, no texto, o elemento que as assinala: (…).
Páginas 48 e 49

5.
a. Marcam uma suspensão provocada por uma hesitação de Cágado.
b. Assinalam o corte que Cágado fez ao seu próprio discurso, quando se apercebeu de que ia utilizar uma palavra menos apropriada naquele contexto
(gajo).
c. As duas primeiras reticências indicam que a ideia que se pretendeu exprimir ficou incompleta por a sua conclusão ser facilmente subentendida; as
reticências no final da fala da personagem surgem pelo motivo indicado em b..
d. Indicam uma hesitação provocada pela dor de falar da morte do amigo.

Ouvir~Falar
e educação
para a cidadania

Funcionamento da língua
(ver Observação da pág. 59)
1.1. Um registo mais familiar foi utilizado pelo professor como forma de conquistar a confiança e a colaboração do aluno. Para tal contribuiu, ainda, o
facto de ser uma conversa particular, fora do contexto da sala de aula. Alguns exemplos: “– Acontece que continuo a matutar no raio do acidente
do Pontes…” [l. 15]; “E não me venhas com tangas, pá, (…)” [l. 22]; “– Está bem, pá, tens a minha palavra, que diabo! Desembucha (…)” [l. 36].
O Cágado utiliza um registo familiar sobretudo quando se entusiasma no relato dos factos ocorridos na biblioteca. No entanto, é de salientar que,
no início, ele não esquece quem é o seu interlocutor e procura usar um registo corrente, autocensurando-se quando se apercebe de que está a usar
um registo familiar (ver, por exemplo, linhas 39, 57 e 68). Alguns exemplos do uso de um registo familiar por parte do aluno: “– O gajo passou-se por
completo…” [l. 84]; “(…) lhe dava um encontrão do caraças.” [l. 92]

Observação:
“Gajo e caraças são termos que sentimos como grosseiros. Fazem parte do calão, nível de língua de uso geral, mas que aparece por vezes asso-
ciado à língua popular.
No entanto, pessoas cultas utilizam também o calão em situações de familiaridade, até porque este é particularmente expressivo.
Nem sempre é fácil distinguir o calão da língua familiar. A língua está em constante mutação, a que não é alheia a influência da televisão e da
rádio. Nota-se um nivelamento progressivo dos níveis culturais e sociais e, por isso, os limites entre os níveis de língua tendem a tornar-se menos
rígidos. Certos termos que há anos eram considerados calão, como porreiro, bestial, chato, por exemplo, são hoje já de uso perfeitamente familiar.”
M. Olga Azeredo et al., in ob. cit.

2.1. Frases interrogativas [ll. 43, 52, 61, 75, 83, 101, 110].

2.2. Frase declarativa: “– O senhor Armando já é um bocado velhote, como sabes.” [l. 46]
Frase imperativa: “Mas continua!” [l. 47]
Frase exclamativa: “Mas que raio de comentário!” [l. 65]

Páginas 50 e 51

1.1.
• Falsa. O autor diz que é “particularmente crítico quando se fazem generalizações, susceptíveis de influenciarem e serem aplicadas a todo um uni-
verso social”. [l. 7]
• Falsa. “Para nós, o problema da delinquência juvenil é um problema social que só pode ser resolvido no plano social, com instrumentos sociais.” [l. 11]
• Verdadeira.
• Verdadeira.
• Verdadeira.

1.2.1.
• Introdução: primeiro parágrafo.
• Desenvolvimento: do segundo ao penúltimo parágrafo.
• Conclusão: último parágrafo.

1.3.
e educação
para a cidadania

1.
a. gramaticais
b. mortal
c. digitais
d. pluvial
e. fluviais
Página 52

a. A noção de campo lexical é do Programa: o campo lexical de uma palavra é o conjunto de palavras que com ela representam uma determinada área
da realidade. No poema, sublinhámos as palavras e as expressões que os alunos poderão identificar durante a sua audição:

Dança com Nomes

Pedir meças1 à Cristina


Que dança tango à maneira
É a forma de quem atina
Dar ao pé a noite inteira.

Agora é a vez do António,


Estende o convite à Joana.
Ao som de rufo e harmónio
Salsa não puxa, só abana.

O Rui, que é mais expedito,


Pisca o olho à Micaela:
O que está dito, está dito,
Lambada é pouco p’ra ela.

A Teresa, que é menos lesta,


Aprendeu o cha-cha-cha.
Como todos, quer é festa,
Mas só o Luís troco lhe dá.

Isto não é tudo, há mais!


Vêm aí os da pesada.
Com rock a coisa é de mais,
Já não há malta encostada.

Quando a noite der à costa,


E houver já quem durma em pé,
Então é que a Rita gosta
De ver saltar o André.

Já com o dia a nascer,


Esquecem quem os engana.
C’o capacete a doer
Só voltarão p’rà semana.
Vergílio Alberto Vieira, Do Alto do Cavalo Azul, Ed. Caminho, 2000

1. pedir meças: desafiar.

b. baile; luzes; cheiro do ponche; cheiro a suor; voar; bailarinos; rodopiam; valsando; toca; viola-baixo; barulho; acorde.

Páginas 53 e 54

1.1.1. pergunta-me; saltamos; respeita; afastam-se; rodopiam; passa; sorriem; deixou; consegue ver; rodeiam; dança. À excepção de deixou, todos os
verbos se encontram no presente do indicativo. O presente histórico ou narrativo emprega-se para dar vivacidade a factos ocorridos no passado.
Sobre o valor afectivo deste tempo, leia-se o seguinte:
“Ao empregarmos o PRESENTE HISTÓRICO ou NARRATIVO (denominações provenientes do seu tradicional e largo uso nas narrativas históricas), ima-
ginamo-nos no passado, visualizando os factos que descrevemos ou narramos. É um processo de dramatização linguística de alta eficiência, se
utilizado de forma adequada e sóbria, pois que o seu valor expressivo decorre da aparente impropriedade, de ser acidental num contexto organi-
zado com formas normais do pretérito.”
Celso Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.

1.3.1. Discurso indirecto [ll. 10 a 13]


Discurso directo [ll. 38 a 40]

1.
e
1.1. bom (antes do nome);
agradável (depois do nome).
1.2. óptimo; agradabilíssimo (o Programa determina a verificação de casos especiais da flexão dos adjectivos, em número, género e grau).

2. Pronomes pessoais: ele [ll. 28, 29, 35]; o [l. 30]; lhe [l. 37].
Determinante possessivo: seus [l. 32].
Página 56

1. Meter água: fazer asneira; ter um deslize; errar; falhar.

Página 57

Sobre a interjeição, leia-se o que escreveram Celso Cunha e Lindley Cintra:


“INTERJEIÇÃO é uma espécie de grito com que traduzimos de modo vivo as nossas emoções.
A mesma reacção emotiva pode ser expressa por mais de uma interjeição. Inversamente, uma só interjeição pode corresponder a sentimentos varia-
dos e, até, opostos. O valor de cada forma interjectiva depende fundamentalmente do contexto e da entoação.”
Estes dois autores não incluem a interjeição entre as classes de palavras, por considerarem que “traduzindo sentimentos súbitos e espontâneos,
são as interjeições gritos instintivos, equivalendo a frases emocionais”.

Páginas 58 e 59

1. “(…) acabar o ano lectivo (…)” [l. 8]; “ (…) nos últimos minutos da última aula do último período.” [l. 12]; “Era a nossa última aula (…)” [l. 14]; “(…) a
meio de Julho (…)” [l. 27]; “Mais um ano chegou ao fim (…)” [l. 29].

2.3.1. Interjeições e locuções interjectivas. Poderá aproveitar para recordar, exemplificando, que “a mesma reacção emotiva pode ser expressa por mais
de uma interjeição. Inversamente, uma só interjeição pode corresponder a sentimentos variados e, até, opostos. O valor de cada forma interjecti-
va depende fundamentalmente do contexto e da entoação.”
Celso Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.

3.1.
e
3.2. “Levantei-me devagarinho, fui muito, mas muito lentamente até ao quadro.”
A repetição do advérbio de intensidade muito reforça a ideia da lentidão com que a narradora obedeceu à chamada da professora. Esta ideia é ainda
reforçada pelo emprego do advérbio devagar na forma diminutiva (devagarinho), que tem valor de superlativo.
4.1. “Saímos todos aos tropeções e aos gritos, ansiosos por nos vermos lá fora, livres, livres, livres!” A repetição foi usada como forma de sugerir a
intensidade de um sentimento.

1.1. As reticências indicam que a personagem interrompeu uma ideia que começou a exprimir, introduzindo uma observação a meio.
1.2.1. Após a realização desta actividade, os alunos já estarão em condições de compreender o humor presente nesta frase dita pela narradora:
“(…) este assunto da passiva não é fácil de ser compreendido por mim (…), nem o exercício seria feito por esta aluna com o mínimo de aten-
ção.” [l. 22]
Com efeito, ao mesmo tempo que afirma que a passiva é um assunto difícil, a narradora exprime-se usando a forma passiva. Os alunos poderão
reescrever a frase na forma activa:
Não é fácil eu compreender este assunto da passiva, nem esta aluna faria o exercício com o mínimo de atenção.

Observação:
Nesta secção – Funcionamento da língua – surge frequentemente o símbolo fi , que remete para a consulta de determinada ficha do Caderno de
Fichas Informativas, onde o conteúdo em análise é apresentado de forma desenvolvida e sistematizada. Poderá, pois, ser o momento oportuno para
usar este instrumento de trabalho. Chama-se a atenção para o facto de, em todas as fichas, à apresentação do conteúdo se seguir um conjunto alar-
gado de exercícios de aplicação, que constituem um “banco” de actividades a realizar na aula (individualmente, em pares, em pequenos grupos ou
colectivamente) e/ou em casa.

Página 60
1.1. Pouco qualificados.

1.2. Somando-se as duas “fatias” superiores do gráfico, conclui--se que, em 2001, os portugueses com o 1.o Ciclo do Ensino Básico ou menos repre-
sentavam metade da população.

1.1. É a senhora a quem arranjei o cabelo hoje de manhã?

2.
• sacar / rasca / arcas / caras / sacra
• sistema

Página 61

Esta subunidade é dedicada ao tema do amor, tal como os primeiros poemas apresentados na unidade 2 (página 202 e seguintes). Se se considerar
oportuno, a abordagem de alguns desses poemas poderá ser integrada nesta subunidade.
a. Estar pela beiça (ou pelo beiço ou pelo beicinho); estar caidinho por alguém; estar gamado.

“Durante o terceiro ano de finalista, Pere Molins viverá uma série de experiências decisivas que afectarão as suas relações com os pais e condi-
cionarão a sua evolução pessoal.
O ambiente desenfreado do Instituto e o relacionamento com os adultos e com o que resta da família ajudam-no a manter o equilíbrio e a defrontar
os conflitos e as dificuldades. Oriol Vergés, que é professor de História num Instituto de Barcelona, soube modelar, num estilo fresco e directo, a visão
dos adolescentes de hoje, proporcionada pelo contacto directo com os alunos. A narrativa, em forma de diário, tanto retrata as histórias quotidianas
do Instituto, como os conflitos do protagonista, combinando a espontaneidade da linguagem com a riqueza dos sentimentos.”
(Texto da contracapa do livro Que Ano Aquele!)

Página 63
1.2. No primeiro parágrafo, surgem cinco frases interrogativas.

2.1. “ (…) com os olhos cor… de que cor são os olhos dela?” [l. 8]; “Pensava como era diferente a Mónica que conhecia das aulas (…) e a que caminhava
a meu lado (…)” [l. 22]; “Uma Mónica completamente diferente da das aulas!” [l. 43].

Página 64
1.1. Terceira estrofe:
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…

Página 65

1.
a. velhice
b. mililitro
c. sedento
d. inumano ou desumano
e. cabra
f. aparelho digestivo
g. albicastrense
h. paupérrimo
i. cidadãos
j. interviemos

Páginas 66 e 67

FECHAR OS OLHOS E VER

A Ilha do Chifre de Ouro


Álvaro Magalhães, Dom Quixote,
1999, 246 págs.
A partir dos 12 anos

Ana e Rui são as personagens centrais deste romance de aventuras, cujo início se situa numa tarde, num centro comercial do Porto, e no Porto há-
-de acabar, mas ao ar livre durante a noite, mais exactamente numa madrugada de S. João, o santo padroeiro da cidade. Acaba durante a noite, com
os dois de mão dada, no meio da multidão, pois a noite é esse lugar mágico que nos reconcilia com a vida, que permite a coexistência da fantasia e da
realidade, a convivência pacífica entre seres que existem e outros que já não fazem parte deste lado da vida, como que a mostrar que tudo o que habi-
ta a Terra já antes a habitou (…).
Ana e Rui (os protagonistas deste romance que está aliás na base da peça Enquanto a Cidade Dorme), mal acabam de se conhecer, são postos à prova,
começando pelo teste que envolve a descoberta de alguém com quem, por acaso, nos cruzamos no elevador de um centro comercial. Será esse fascínio
pela descoberta de coisas novas, pela crença em mundos/ilhas de felicidade que percorre toda a narrativa e prende o leitor até à última página.
Mas acreditar na felicidade implica ser capaz de assumir o confronto com obstáculos, ter sabedoria e serenidade para os ultrapassar, merecer o
estatuto de cúmplice nas aventuras que a vida nos oferece, descobrir o lado bom das pessoas, sem ignorar a maldade que também existe à face da
Terra. Implica acreditar na parte do mundo que não se vê, para se conseguir aguentar os abanões, os ventos ciclónicos que varrem a vida de cada um
de nós. Implica ser capaz de esperar calmamente pela noite que nos há-de transportar para o lado do sonho e devolver-nos a magia das coisas e dos
seres (…).
Ana e Rui também sentem desencanto pela vida que cada um leva, mas o encontro daquela tarde será o início de um outro mundo, um mundo que
juntos vão descobrir, ficando a saber que existe um mundo antes de cada um deles existir.
Ana e Rui são dois adolescentes cheios de vontade de viver, de experimentar a frescura da liberdade e portadores de um bem precioso: o “aor”.
E só quem possui essa riqueza é que é capaz de dar força à Pedra da Vida, esse coração secreto que fica na Ilha do Chifre de Ouro (p. 80).
E o que é o “aor”? Nem a Ana nem o Rui sabiam (…).
E o leitor também fica à espera que se desvende o mistério, sentindo que “aor” é uma palavra que funciona como um íman, mas deixando-se enre-
dar saborosamente na acção, no enredo sabiamente entretecido pela escrita poética de Álvaro Magalhães, fazendo com que ao virar de cada página
o ar se encha de perfumes mágicos, enquanto a boca experimenta o sabor de tantos e tantos frutos exóticos, de polpa doce e suave (p. 135).
E haverá alguém que seja capaz de viver sem a energia do “aor”? E como saber o que é o “aor”? A Ilha do Chifre de Ouro desvenda o mistério.
Maria Elisa Sousa, in revista Malasartes, n.o 3, Julho 2000

Página 69

2. • Verdadeira.
• Falsa. Ele considerava a sua vida monótona, sem aventura e mistério. (“Que fardo! Não eram as pizzas que lhe pesavam mas a monotonia quoti-
diana.” [l. 7]; “Onde estavam as experiências, as aventuras, os riscos, os desafios? Porque não lhe abria o mundo a porta dos seus mistérios?” [l. 20])
• Verdadeira.

• Falsa. Rui pergunta-lhe se ela é uma “estrela de cinema” [l. 43]; no entanto, a rapariga não chega a responder-lhe.

• Parcialmente falsa. O advérbio calmamente não corresponde à verdade, como o comprova a leitura dos dois últimos parágrafos do texto.

1.2. “piercing” [l. 73]; “flippers” [l. 83]; “in-line” [l. 84]

1.3. As aspas.

2.1.
e
2.2. O Programa determina o estudo do plural dos nomes compostos. Este exercício permitirá a sistematização de uma das regras da formação do plu-
ral dos nomes compostos: “Quando o primeiro termo do composto é verbo ou palavra invariável e o segundo substantivo ou adjectivo, só o segun-
do vai para o plural.”
Celso Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.

Neste exemplo – guarda-costas –, a palavra não sofreu alteração visto que o substantivo costas só se usa no plural. No entanto, ao passar a frase
para o plural, os alunos verificam que os determinantes que antecedem o nome sofreram alteração, indicando que a palavra guarda-costas está no
plural: É o palerma do meu guarda-costas. • São os palermas dos meus guarda-costas.

Página 70

1.1.
1. O Rui reparou na beleza da rapariga.
2. A rapariga explicou ao Rui que fugia do seu guarda-costas.
3. O Rui e a rapariga saíram do elevador.
4. Apareceu outro guarda-costas.
5. O Rui e a rapariga escaparam na mota do Rui.
6. Durante duas horas, o Rui e a rapariga percorreram a cidade.

Exemplo de articulação das frases num parágrafo:


O Rui reparou na beleza da rapariga. Ela explicou-lhe que fugia do seu guarda-costas. Quando ambos saíram do elevador, apareceu outro guarda-
-costas. Então, os dois escaparam na mota do Rui e, durante duas horas, percorreram a cidade.

1. R É P T I L
Páginas 72 e 73

Ler~Compreender
1. Sobre a noção de crónica, leia-se o seguinte texto:

CRÓNICA
NATUREZA
A crónica é uma informação comentada. Deste modo, nasce da notícia e do acontecimento, tendo em muitos periódicos um dia certo da semana
para aparecer. Goza de uma grande liberdade de extensão e de estilo, ao depender muito das marcas do seu autor, nunca dispensando, porém, as três
qualidades dos textos informativos: concisão, clareza e captação do leitor. Quanto à sua natureza, ela participa de uma certa ambivalência informati-
vo-interpretativa, o que leva os autores a dividirem-se na sua colocação entre os textos informativos ou entre os interpretativos.

ESTILO
A crónica apresenta um estilo muito variado, atendendo ao estilo do autor e ao tipo de crónica. Apesar de tudo ela exige uma grande disciplina men-
tal, pondo-se de lado a improvisação e a criação literária. A estrutura mais aconselhada é a da reportagem de acção (ou action story) num estilo direc-
to e simples, essencialmente objectivo, mas ao mesmo tempo com uma focagem e uma avaliação pessoal.

TIPOS
Os tipos mais frequentes de crónicas são: de sucesso, desportiva, local, de correspondente no estrangeiro.
A crónica de sucesso trata de acontecimentos de interesse humano, isto é, sem qualquer relação com a política, a economia ou a cultura. Nela
encontramos relatos sobre homicídios, catástrofes, acidentes e ainda atentados contra o sexo ou a propriedade privada. O estilo deve ser simples e
directo, com um tom familiar e quase paternalista pois, frequentemente, dirige-se a pessoas sem grande desenvolvimento intelectual.
A crónica desportiva explica o sucesso desportivo do dia-a-dia, nas diferentes modalidades. Ao lado do relato do que aconteceu, avalia a qualida-
de do jogo e a estratégia ou a táctica, colocadas no terreno. As exigências estilísticas da crónica desportiva são a forma cuidada, acessível a todos os
públicos, e a clareza.
A crónica local é a que narra os acontecimentos mais significativos de uma localidade ou região, relativos à vida social, cultural, nocturna... O fun-
damental é interpretar os factos com um sentido de universalidade, não caindo na adulação nem no elogio fácil.
A crónica de correspondente no estrangeiro tem como missão recolher e enviar notícias para o jornal. Pode ainda ter uma função orientadora,
comentando as notícias transmitidas. O correspondente deve ocupar-se de notícias que passam à margem das agências noticiosas, escolhendo aque-
las que achar mais interessantes para os leitores do seu jornal e deve conhecer bem o país e as suas gentes.

J. Esteves Rei, Curso de Redacção II – O Texto, Porto Editora, 1995

2.1.1. Foi no fim da tarde, em Lisboa…; Em Lisboa, ao fim da tarde…; No fim do dia, em Lisboa…

2.3. O pronome pessoal eles.

2.4.1. Há uma referência implícita à história bíblica de Adão e Eva. Nos primeiros momentos do seu passeio, os dois jovens viviam ainda num estado de
“inocência”, que vai terminar com a sua condenação – “a expulsão do Paraíso”, no momento em que são descobertos pela senhora que sai do carro.

Página 75

2.
Acetato 1
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 1
COM TODAS AS LETRAS pág. 75

Uma imagem vale mais do que mil palavras

Robert Caputo, Agosto 1993, in National Geographic – 100 Melhores Imagens

1. TRADUTOR DO CHORO DE BEBÉ

Um inventor espanhol, intrigado com o choro persistente do seu filho, criou um detector que ele garante ser capaz de dizer aos pais, em 20 segundos, se a
criança chora de fome, de cansaço, de ansiedade, desconforto ou até de tédio.
É verdade. Com tanta coisa grave por resolver, ainda há quem procure a solução para simples preocupações domésticas. Foi o que fez o engenheiro
electrónico Pedro Monagas. O aparelho, a que ele chamou de “Por que Chora”, será vendido nas farmácias espanholas, por perto de cem euros, já a
partir do final deste mês.
Pedro Monagas começou a estudar os diferentes tipos de choro do seu próprio filho e depois alargou a observação a mais cem bebés.
Identificou assim cinco tipos distintos de choro, que o aparelho, sensível ao ruído, é capaz de reconhecer.
O dispositivo, do tamanho de uma calculadora e que funciona a pilhas, possui um pequeno visor onde aparecem cinco caritas de bebé, representando as
possíveis razões por que é que a criança está a chorar. O bebé chora, acciona-se o “Por que chora”, e em vinte segundos acende-se o rosto que correspon-
de ao motivo do choro.
O inventor catalão, que está a pensar dar uma parte dos lucros que possa obter com este tradutor do choro a uma organização que cuida de crian-
ças, já está a trabalhar num modelo mais avançado. A intenção, diz ele, é “tornar o ambiente familiar um pouco mais fácil”.
in TSF, Francisco Amaral, 09-10-2002

Página 76

Outros provérbios sobre o tema da paixão, do amor :


• A afeição apaixonada cega a razão mais fortificada.
• A coração apaixonado, nada se deve crer.
• Antes um pobre alegre que um rico apaixonado.
• Homem apaixonado e pássaro com visgo, quanto mais se debatem mais se prendem.
• Homem apaixonado não admite conselho.
• Homem apaixonado quer ser consolado.
• Amor, amor, princípio mau, fim pior.
• Amor ausente, amor para sempre.
• Amor do coração, que só de boca não.
• Amor e morte, nada é mais forte.
• Amor que nasce de súbito mais tempo leva a curar.
• Amor verdadeiro não envelhece.
• Amores arrufados, amores dobrados.
• Amores da mocidade prometem mel e dão fel.
• Amores velhos nunca se esquecem.

Página 77

1.1. Dar bola: interessar-se; aceitar namoro; dar atenção.


Orlando Neves, Dicionário de Expressões Correntes, 2.a ed., Ed. Notícias, 2000

1.2. Algumas hipóteses:


Ela estava apaixonada pelo Marcos, mas este não lhe dava atenção.
Ela sentia-se apaixonada pelo Marcos, mas ele não se interessava / não manifestava interesse por ela.

2.1. Algumas hipóteses:


A menina escreveu o nome dos dois num caderno, que alguém arrancou das suas mãos e foi mostrar ao Marcos.
A menina escreveu o nome dos dois num caderno, que alguém arrancou das suas mãos, indo mostrá-lo ao Marcos.

Página 78

1. 4 1
3 2

Esta banda desenhada poderá ser pretexto para actividades de expressão escrita e/ou oral: reconto (escrito/oral); atribuição de um título; redacção
do diálogo entre pai e mãe; dramatização…

Página 79
a.
5
7
1
4
9
2
6
3
8
Uma mãe tinha três filhas, e todas eram tatás: para fazer com que elas não perdessem casamento, disse-lhes:
– Meninas, é preciso estarem sempre caladas quando vier aqui a casa algum rapaz; senão nada feito.
De uma vez trouxe-lhes um noivo para ver se gostava de alguma delas, e não se tinha esquecido de fazer a recomendação às filhas. Estavam elas
na presença do noivo, que ainda não tinha dado sinal de sua simpatia, quando uma delas sentiu chiar no lume, e diz logo muito lampeira:
– Ó mãe, o tutalinho fede. (Isto é, o pucarinho ferve.)
Diz dali a outra irmã:
– Tira-le o têto e mete-le a tolé. (Isto é: tira-lhe o testo e mete-lhe a colher.)
A última, zangada por ver que as irmãs não obedeciam à recomendação da mãe, exclamou:
– A mãe não di que não falará tu? pois agora não tasará tu. (Isto é: a mãe não disse que não falaras tu? pois agora não casarás tu.)
O noivo assim que viu que todas elas eram tatibitate desatou a rir e fugiu pela porta fora.

Páginas 80 e 81

Outro “anúncio” poético:

(Matemático poeta
dado às rimas exóticas
procura rima correcta
para a palavra “incógnitas”…)
Manuel António Pina,
Pequeno Livro da Desmatemática,
1. ed., Assírio e Alvim Ed.
a

2. Eis uma versão da fábula “A Lebre e a Tartaruga”:


“Uma tartaruga e uma lebre estavam sempre a discutir qual das duas era mais veloz. Para resolver o caso, decidiram fazer uma aposta. No dia
marcado, os dois animais partiram.
A lebre, conhecendo a sua natural rapidez, não se preocupou. Depois de uma breve corrida, a meio caminho resolveu descansar; deitou-se na
erva e adormeceu. A tartaruga, pelo contrário, consciente da sua lentidão, não parou de correr e chegou à meta em primeiro lugar. Vitória!
A fábula mostra que mesmo a boa vontade e a persistência são mais úteis que os dons naturais que não se cultivam.”

Andrée Bertino, 366 Histórias de Animais, trad. de M.a Isabel Mendonça Soares, Ed. Ulisseia

2.2. As tartarugas representam a lentidão dos outros automóveis em comparação com a rapidez da lebre – o Renault Twingo.

2.3. “Não é uma fábula. (…) Com ele vai ser sempre o primeiro.”

2.4. Os parênteses empregam-se para intercalar num texto qualquer indicação acessória, como, por exemplo, uma reflexão, um comentário à margem
do que se afirma. O facto de, na imagem, a lebre/Renault Twingo surgir entre parênteses poderá querer realçar o carácter único daquele automó-
vel – um caso à parte, isolado, no conjunto dos automóveis existentes no mercado.
No texto, a palavra corridas surge entre aspas para realçar o valor significativo desta palavra neste contexto: as corridas “de todos os dias” são
distintas das corridas das provas desportivas.

2.5.1. Grau normal: novo/novas/ novos; duplo; laterais; estabilizadoras; preparado;


grau comparativo de superioridade: [mais] dinâmico [que]; [mais] forte; [mais] seguro; [mais] equipado.
O grau comparativo de superioridade forma-se “antepondo-se o advérbio mais e pospondo-se a conjunção que ou do que ao adjectivo” (Celso
Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.). No caso dos adjectivos forte, seguro e equipado, encontra-se subentendida a conjunção que (ou do que): mais
forte (que nunca ou que todos os outros automóveis).

Páginas 82 a 87
Acetato 2
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 2
COM TODAS AS LETRAS pág. 82

Lenda da que mal pica (resumo)

Lenda da que mal pica (resumo)

Após a leitura do texto e das actividades propostas na secção Ler ~ Compreender / Ouvir ~ Falar, os alunos poderão resumir colectivamente a lenda,
seguindo estes passos:
1. Ordenação das imagens: 3 6 1 2 5 4
2. Identificar as vinhetas correspondentes à introdução (vinheta assinalada com o número 1, ao desenvolvimento (vinhetas 2, 3, 4 e 5) e à conclusão
(vinheta 6).

3. Redigir colectivamente frases que legendem as diferentes imagens ordenadas e que permitam obter um resumo da lenda.
Exemplo:
– vinheta 1: Numa noite de Inverno, um fidalgo arrogante chegou a um povoado próximo de Castelo Branco e entrou em casa do velho chefe, que
vivia com a neta Aninhas.
– vinheta 2: Encantado com a beleza da rapariga, o fidalgo propôs-lhe que fosse com ele para Lisboa, mas ela recusou.
– vinheta 3: Não desistindo, o fidalgo falou das suas intenções com o avô da menina, que não consentiu e o convidou a abandonar a povoação.
– vinheta 4: Irritado, o vilão chicoteou o velho e expulsou-o das suas terras, juntamente com a neta e todos os companheiros do povoado.
– vinheta 5: Ao fim de vários dias de caminhada, decidiram parar junto a uma ermida, mas surgiu uma praga de formigas. Tiveram, pois, de prosse-
guir caminho, apesar do desalento geral. Foi então que Aninhas propôs que soltassem as vacas, para que estas fossem procurar um sítio onde se
sentissem bem.
– vinheta 6: Algum tempo depois, os caminhantes depararam com um local deslumbrante onde as vacas pastavam tranquilamente, sem que as pou-
cas formigas existentes as picassem. Por esse motivo, o velho chefe decidiu chamar àquele local Malpica.
4. Proceder à leitura e eventual correcção das legendas, de forma a garantir coerência e articulação entre as frases.

5. A versão final, organizada em parágrafos, poderá ser copiada para os cadernos diários.

Cautela com o fogo – É muito frequente ouvir-se na província expressões maliciosas, como estas: “Não se chegue muito ao fogo, que se pode quei-
mar”, “Quem muito ama, muito se queima”, “Veja lá se pega fogo”, etc. Estou em crer que todas elas se baseiam, mais de longe ou mais de perto, no
bem conhecido provérbio popular: “O fogo ao pé da estopa, vem o diabo e sopra”.
Palácio em Lisboa – Tem um sabor estranho esta frase, dentro da narração... Mas deixei-a ficar, porque dá – ingenuamente, é claro – uma ideia da
riqueza do senhor fidalgo que persegue a Aninhas. Pois se ele até possui um palácio em Lisboa!...
Avô e neta – Porque se trata de elementos fundamentais na história da família, quer-me parecer que tais personagens são escolhidos intencional-
mente. À velhice e ao desânimo de um, opõem-se a juventude e a esperança do outro. E, em contrapartida, o impulso e a audácia de um são reforça-
dos pela experiência e pela sabedoria do outro. Assim se completam e conjugam perfeitamente, alcançando decerto a intenção a que se destinam:
mostrar que, unidos, os membros da família podem resistir às maiores contrariedades e vencer todos os obstáculos.
Ermida de Nossa Senhora das Neves – Encontra-se situada a cerca de meia légua da actual povoação de Malpica do Tejo e diz-se que é a capela
mais antiga do lugar, mais antiga ainda que a própria igreja matriz.
Todos os anos, na segunda-feira de Páscoa, efectua-se ali uma romaria muito pitoresca, na qual se reúnem habitantes da terra e dos arredores.
Praga de formigas – Acerca do tema desta história lendária, o Dr. Alfredo da Cunha, no seu livro Subsídios para a História Regional da Beira, dá uma
importante achega revelando que “o alvará de 12 de Setembro de 1750 mandou acrescentar ao capítulo da ordenação sobre devassas gerais no mês
de Janeiro o referente aos daninhos formigueiros, para se evitarem os grandes danos que em todas as terras deste Reino cometem, e a fim de contra
eles se proceder”.
Formiga que Mal Pica... – Dessa frase terá nascido o nome de Malpica do Tejo, asseguram todos aqueles que acreditam no bom fundamento das
lendas para explicar a realidade.
Malpica do Tejo – Esta freguesia do distrito e concelho de Castelo Branco fica muito perto de Espanha, pois é limitada a norte e a oeste pelo rio
Ponsul, a leste pelas freguesias de Monforte da Beira e Ladoeiro e ao sul pelo Tejo.
Já em 1708 o Padre António Carvalho da Costa, na sua “Corografia Portuguesa”, fazia a seguinte breve referência a seu respeito: “Meia légua dis-
tante do Tejo e três de Castelo Branco, é vigairaria da Ordem de Cristo, e tem 200 vizinhos, com duas ermidas”.
Segundo as idóneas pesquisas do Prof. Diogo Correia, e publicadas no seu notável livro já referido, também ficamos a saber:
“1.° – Que Malpica ainda não existia nos fins do século XII.
2.° – Que a igreja de S. Domingos de Malpica não existia ainda em 1623.
3.° – Que em 8 de Fevereiro de 1646 foi passada carta de apresentação da igreja de S. Domingos de Malpica a Frei Mateus Luís.”
Quanto à origem do nome da terra, tem sido objecto de vários estudos sem se ter chegado a qualquer conclusão definitiva.
O Prof. Diogo Correia inclinou-se para a hipótese do nome derivar de uma planta herbácea chamada malpica.
O professor e crítico Dr. José Pedro Machado corrobora a opinião que tal nome deve ser originário de certa espécie botânica, então muito frequente
na região mas hoje inexistente.
No critério do Dr. Diogo da Silveira, o nome de Malpica deve ter vindo por transformação num nome próprio – como tantas vezes tem acontecido.
E, finalmente, D. Benigno Rocamonde, cura de Malpica de Bergantinhos, na Galiza, província da Corunha – porto de mar cuja povoação se estende
pelo istmo do cabo de Hornos, muito batido pelos ventos – sugeriu ao Professor Diogo Correia que talvez ambas as Malpicas, a portuguesa e a espa-
nhola, tenham a mesma origem: “mar picado”, devido ao mar estar sempre picado, tanto mais que os Espanhóis tratam os moradores da Malpica gale-
ga por marpiqueiros... A verdade é que também lhes chamam malpicanes e que existem em Espanha mais duas Malpicas: uma na província de Toledo,
num plaino da margem esquerda do Tejo, junto à confluência do rio Pusa, outra na província de Saragoça, num vale à direita do rio Arba de Mesia. E
junto da nossa Malpica o Tejo nunca está picado...
(“NOTAS E COMENTÁRIOS” de Gentil Marques sobre a Lenda da Que Mal Pica)

Após a realização destas actividades, sugerimos o resumo colectivo da lenda, a partir da projecção do acetato n.° 2 (ver propostas apresentadas na
banda lateral da página 82).

Páginas 88 e 89
1.
e
1.1. Chegara: pretérito mais-que-perfeito do indicativo; havia, vivia, punha: pretérito imperfeito do indicativo; parou, dirigiu: pretérito perfeito do indica-
tivo; acendei: imperativo; ouvis: presente do indicativo.
1.2. Havia chegado o Inverno: pretérito mais-que-perfeito composto.
De acordo com o Programa, no 7.o ano, os alunos deverão ter estudado “os tempos compostos dos modos conjuntivo, condicional e infinitivo e das
formas nominais, formados com o auxiliar ter”. Para o 8.o ano, o Programa determina o estudo dos “tempos compostos de todos os modos e das for-
mas nominais, formados com os auxiliares ser e haver”.
1.2.1. O auxiliar ter: Tinha chegado o Inverno.

1.1.
1. Não há amor como o primeiro. / Não há amor como o primeiro, nem pão como o alvo, nem carne como a de carneiro.
2. Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
3. Sol posto, boi solto.
4. A ambição cega a razão. / A ambição cerra o coração.
5. Quem semeia ventos colhe tempestades.
6. Quando o Sol nasce é para todos.

1.2. “Sol”

1.3. Deverá ser esclarecido o significado da palavra breviário:


breviário s. m. antigo nome do conjunto de orações e leituras prescritas pela Igreja para serem recitadas diariamente pelos sacerdotes e monges;
livro que continha estas orações e leituras; [fig.] livro predilecto; sinopse; resumo. (Do lat. breviarı̌u-, “resumo”)

in Dicionário da Língua Portuguesa 2003, Porto Editora

1.

arma A M
ouro O R
égua É U
mafrense M F
organizado O G
orquestra O Q
utente U E
atrasado A R
dieta D E
soerguer S E
misturar M S
ervilha E V
eira E R

Amor é um fogo que arde sem se ver

Páginas 91 e 92

1.1. A caminho da festa: aflição (“E ela cheia de aflição.” [l. 16]); quando o avô a deixa: medo (“O medo não cabia nela.” [l. 31]); no regresso a casa, de novo
na companhia do avô: segurança, tranquilidade (último parágrafo).

1.2.1. “(…) como uma trovoada a aproximar-se.” [l. 26]; “(…) sentiu subir por si acima uma pressão violenta (…)” [l. 34]; “E, de súbito, (…) soltou um grito
terrível (…)” [l. 36].

1.2.2. Pressão no peito, dificuldade em respirar, paralisia [ll. 34-36].

1.2.3. A repetição: “Era um medo de perder não sabia o quê, de não conseguir escapar a um perigo, não sabia qual, de não poder defender-se, não sabia
de que agressão.” [ll. 31-33].

1.2.4. “A confusão de vozes aumentava como uma trovoada a aproximar-se.” [l. 26]; “ (…) carícias tão automáticas como vindas de maquinetas.” [l. 29]; “
(…) soltou um grito terrível como se estivesse a afundar-se num grande mar e implorasse socorro.” [l. 37].

Página 94

Alguns provérbios sobre a velhice:


• A velhice faz o homem prudente.
• Aproveita o que o velho diz, que actua como juiz.
• De velho se torna a menino.
• Juventude leviana faz a velhice desolada.
• Mal que não tem cura: a velhice e a loucura.
• Mocidade desprevenida, velhice arrependida.
• Mocidade ociosa, velhice trabalhosa.
• O velho por não poder e o moço por não saber deitam as coisas a perder.
• Quem de novo não morrer, de velho não escapa.
• Quem não ouve conselho não chega a velho.
• Se és velho ou comilão, encomenda o teu caixão.
• Se queres bom conselho, pede-o ao velho.
• Velho que de si cura cem anos dura.

Página 95

2.1.
a. Linha a azul: esperança de vida à nascença dos homens; linha a vermelho: esperança de vida à nascença das mulheres.
b. Representam os valores em idades.
c. Mulheres: 40 anos; homens: 35,8 anos.
d. Para as mulheres.

2.2.
a. “Em 80 anos, os portugueses passaram a viver, em média, o dobro.”
b. “(…) deveu-se não só à diminuição da mortalidade infantil mas também ao aumento dos níveis de sobrevivência em idades mais avançadas.” [1. o
pará-
grafo]
d. Não, porque o gráfico apresenta apenas dados nacionais.
e. Uma previsão. Os investigadores fazem estudos científicos que lhes permitem avançar com previsões. Não se trata, pois, de uma simples opinião,
que traduz uma maneira de pensar estritamente pessoal e subjectiva. Por outro lado, nunca poderia ser um facto, pois este remete para algo que
aconteceu em determinado tempo e lugar e, obviamente, em 2020, nada aconteceu ainda. Poderá ser interessante pedir aos alunos que transcrevam
do dicionário os significados das palavras facto, opinião e previsão.

1.
b. algo
c. repentinamente
d. subitamente
e. novamente
f. finalmente; regressara

2. Solução:
A vida mal passada faz a velhice pesada.

Página 98

1.1.
1.a parte: linhas 1 a 14.
2.a parte: linhas 16 a 19.
3.a parte: linhas 19 a 52.
4.a parte: linhas 53 a 58.

2. Profissão provável: professora (“Quando saiu para a escola (…)” [l. 5]);
algumas das coisa de que não gosta: “Para lá do telefone e das calorias das trouxas de ovos, a minha mãe também odeia palavras foleiras (…)”
[ll. 9 e 10];
maneira de ser: é exigente (veja-se o rigor que gosta de usar na linguagem); preocupa-se com a sua imagem (daí o “ódio” às calorias das trouxas
de ovos); é sensível (chora no cinema), mas também orgulhosa (não gosta de reconhecer que se comove).

3.1. O recurso à ironia permite concluir que a narradora discorda daquela “visão” da família. Sobre a ironia, recorde-se o que é dito na página 73 do
manual.

1.3.
e
1.4. predicativo do sujeito (frase a.) e atributo (frase b.). De acordo com o Programa, os alunos deverão ter estudado, no 7.o ano, o predicativo do sujei-
to. O estudo do atributo surge no 8.o ano.

Página 99

1.
a. portuguesa (1)
b. um amante de cinema (2)
c. nenhum lado igual (2)
d. José Saramago (X)
e. camelos (1)
f. parónimas (X)
g. a quinta língua (X)
h. Gutenberg (2)
i. na Ásia (1)
j. em 1974 (X)

Página 100
b. V
F
V
F
F

Páginas 101 e 102


2.1.1. 1.o §: os quatro últimos períodos; 2.o §: o primeiro e os dois últimos períodos; 3.o §: “Pobre incauta! Vá de retro! Parva! Odiosa!”

2.1.2. Frases exclamativas.

2.2.1. Hipérboles: “(…) virou a minha casa de pernas para o ar.” [l. 3]; “Cada vez que se senta rebenta com as cadeiras.” [l. 8].
Comparações: “(…) parece que usa uma peruca feita com barbas de espiga de milho.” [l. 11]; “Tem os olhos como os orientais (…)” [l. 12]; “Parece-se
com o bando dos maus, nos filmes de guerra.” [l. 13]; “(…) tem um riso tão falso que (…) parece que estamos a ouvir uma hiena.” [l. 14].
Metáforas: “Era essa bruxa (…)” [l. 2]; “Semelhante mastodonte!” [l. 8]; “Deve ser o bicho mais asqueroso que existe sob as estrelas.” [l. 29].
Sarcasmo: “Diziam na televisão que os burros correm perigo de extinção; será que não a conhecem?” [l. 16].

3. De pernas para o ar – Desorganizado; em confusão.


Virar de pernas para o ar – Revolver tudo; pôr tudo em confusão; baralhar; confundir.
Orlando Neves, in ob. cit.

Página 103
1.1. “Não Te Cases, Papá!”: “Texto perturbador pela violência dos sentimentos e das reacções, traça, de forma realista e sem falsos pudores, o per-
curso psicológico acidentado de uma adolescente (…)” [5.o §]; todo o último parágrafo.
“A Cidade e os Ladrões”: “ (…) não é um filme por aí além. Mas, para lá de uma série de momentos de boa-disposição, poderá fazer pensar um
pouco sobre o que é a vida na cidade.” [1.o §]; “Através de uma série de episódios cómicos, somos levados por um verdadeiro labirinto do qual pare-
ce ser impossível sair, povoado pelas mais estranhas personagens (…)” [3.o §].

Página 104
1.
a. que causa asco
b. superpoderoso
c. de Guimarães
d. interactivo
e. bianual
f. que se realiza de seis em seis meses
g. elegível
h. eleitor
i. ágil
j. infindável

2.
a. fonte
b. Outono
c. sexta-feira
d. aqui
e. responder
f. após
g. falecer
h. orvalho
Páginas 105 a 107
b. “pequena” [l. 29]; “grata” [l. 40].

ALICE VIEIRA
Obra adulta
Ultimamente editou dois livros: o romance juvenil Um Fio de Fumo nos Confins do Mar e Vinte Cinco a Sete Vozes, este último uma pequena história
na colecção da Caminho do 25 de Abril. Continua a ser a mais lida escritora de literatura juvenil. É Alice Vieira, uma mulher que continua igual a si pró-
pria. Sem medo de ser adulta.
Já está a ter algum feedback em relação ao seu livro Um Fio de Fumo nos Confins do Mar?
Já. Sinto quase logo as reacções. Todos os livros têm um cupão que os miúdos preenchem e mandam para a editora. Deste, já houve vários que
leram e que reagiram muito bem. Sabia que iam reagir bem a Um Fio de Fumo nos Confins do Mar. Trata-se de um livro muito actual, se bem que nós
nunca saibamos o que vai sair bem e o que não vai.
E às vezes não fica com um bocado de medo de não conseguir atingir os miúdos, sobretudo a nível de linguagem?
Não fico não. É assim: eu não sou eles! Não gosto muito dessa coisa do “jovem ou criança que há em si”. É que não há nada, sou adulta e acabou-
-se! Sou um adulto e escrevo para eles, sempre sem ares pedagógicos. A pedagogia foi uma coisa horrível que aconteceu na literatura. Talvez por isso,
quando escrevo na pele de um personagem jovem, não deixo de ser eu. O que tenho é boa memória e não me esqueci de quando era jovem. As coisas
não são muito diferentes e ando todos os dias em contacto com eles. Praticamente estou nas escolas todos os dias. Faço uma média de 80 escolas
num ano lectivo. Mas como já ando nisto há mais de 20 anos, quando folheio os meus livros antigos, reparo que a linguagem dos jovens é diferente. O
calão juvenil é bastante efémero. Há 20 anos, ninguém dizia cromos ou cotas.
Com esse tempo todo de actividade, acha que já tem uma obra literária? É capaz de colocar as coisas nesses termos?
Não as coloco assim, apesar de evidentemente haver uma continuidade. Em termos muito práticos, o que posso dizer é que ultimamente é a minha
profissão. E quanto a ter um estilo definido, não gosto disso. Estou a fazer hoje um livro e não sei como vai ser o outro. Quero ser sempre diferente.
Seria absolutamente incapaz de fazer séries muito compridas com os mesmos personagens.
Entrevista de Rui Pedro Tendinha, in Notícias Magazine

1. O narrador é do sexo feminino, jovem, presente.

4.1. Discurso indirecto: linhas 24 a 30.


Discurso directo: “– Se vivesses num bairro de lata era bem pior. (…) Devemos estar sempre gratos por aquilo que temos.” [ll. 31 e 37]

1.1.
e
1.2. O Programa determina o estudo, no 8.o ano, de diferentes processos de formação de palavras, designadamente a derivação imprópria. Sobre este
assunto, leia-se o que escreveram Celso Cunha e Lindley Cintra:
“As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer modificação na forma. Basta, por exemplo, antepor-se o artigo a qualquer vocábulo
da língua para que ele se torne um substantivo*. Assim:
Ele examinou os prós e os contras da proposta.
Esperava um sim e recebeu um não.
A este processo de enriquecimento vocabular pela mudança de classe das palavras dá-se o nome de DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA, e por ele se expli-
ca a passagem:
a. de substantivos próprios a comuns: damasco, macadame (de Mac Adam), quixote;
b. de substantivos comuns a próprios: Coelho, Leão, Pereira;
c. de adjectivos a substantivos: capital, circular, veneziana;
d. de substantivos a adjectivos: burro, (café)-concerto, (colégio)-modelo;
e. de substantivos, adjectivos e verbos a interjeições: silêncio! bravo! viva!
f. de verbos a substantivos: afazer, jantar, prazer;
g. de verbos e advérbios a conjunções: quer… quer, já… já;
h. de particípios (presentes e passados) a preposições: mediante, salvo;
i. de particípios (passados) a substantivos e adjectivos: conteúdo, resoluto.”
* É precisamente o que acontece no exemplo que os alunos vão analisar: a preposição contra (1.a frase) transforma-se num substantivo pela ante-
posição do artigo: um contra (2.a frase).

Páginas 108 e 109


1.1. Para além do uso de verbos no imperativo (“Põe a aparelhagem mais baixo!!”), existem outros meios para exprimir os diferentes matizes deste modo
verbal: exortação, conselho, súplica, convite, comando, ordem. Eis algumas formas de atenuar a rudeza de uma ordem:
a. O imperfeito do conjuntivo transforma a ordem numa simples sugestão:
E se pusesses a aparelhagem mais baixo? [= Põe a aparelhagem mais baixo!]
b. Nas frases de entoação interrogativa, colocar o verbo que exprime a ordem no infinitivo, antecedido do verbo querer no presente:
Queres pôr a aparelhagem mais baixo? [= Põe a aparelhagem mais baixo!]
c. O emprego de formas de polidez, de cortesia, tais como: por favor, tenha a bondade de, se não se importa, por gentileza, etc.:
Põe a aparelhagem mais baixo, se não te importas.
Convém chamar a atenção dos alunos para a importância da entoação que se dá a uma frase imperativa. Por exemplo, a frase “Põe a aparelha-
gem mais baixo!”, dita com um determinado tom de voz, pode transformar-se numa súplica. Ao contrário, a frase “Por favor, põe a aparelhagem
mais baixo!”, apesar de conter uma fórmula de cortesia, pode tornar-se dura e seca, quando dita com determinada entoação.
2.2. sensações auditivas: “Quando ouço os meus discos,”; “Sinto o som de minhas asas / em surdina.”
sensações olfactivas: “Sinto perfumes de múltiplas / e invisíveis flores.”
sensações gustativas: “Na boca sinto o mel / e o gosto de valsas e sonhos.”
sensações tácteis: “até tocar as nuvens”
sensações visuais: “e apanhar pedaços coloridos / do arco-íris.”

1.
• onde (= em que lugar)
• onde (= em que lugar)
• aonde (= a que lugar)
• onde (= em que lugar)
• aonde (= a que lugar)

2.
a. ouvinte
b. inoportuno
c. interrupção
d. adelgaçar
e. esculpir

Páginas 110 a 112


A leitura deste texto de apresentação da obra Sentados no Silêncio poderá motivar os alunos para a sua leitura integral:

MUNDO PALERMA

Começa com uma bofetada. “Catrapum!”, uma mão branca sobre uma cara cor-de-rosa. Decorria a aula de Português: “Está a pôr-me na rua? Muito
agradecida. Que na rua é que eu estou bem.”
É a irmã da Filipa quem protagoniza este episódio e narra a história de Alexandre Honrado em Sentados no Silêncio.
Toda a gente é parva, decidiu no dia em que levantou a mão contra o insuportável colega, o Engraçadinho. Sem excepção. O mundo inteiro é uma
imensa palermice, principalmente a professora de Português. “Se eu não andasse com tanto para pensar, até talvez fosse agradável ouvir as coisas
que ela diz. Poemas. Por exemplo, os poemas que ela lê, que diz, que vive” (pág. 7).
Uma miúda tenta encontrar o seu caminho num quotidiano confuso, como muitos: “Vida tão torta.”
Gosta de vestir o blusão da irmã. Não lhe tapa o frio mas leva-a pelas ruas “como se andasse com um braço dos dela sobre os ombros”. Foi-se embo-
ra a Filipa, desistiram dela. É toxicodependente.
A reflexão aberta sobre as inquietações dos adolescentes em Sentados no Silêncio enquadra-se no tipo de produção literária que surgiu a partir de
1974. Até então, temas como conflitos familiares, sexualidade, discriminação, droga eram arredados dos livros para estas idades. O autor trata-os aqui
sem drama nem leveza, antes com sensibilidade e ironia.
O pai das miúdas, o Tenho Pressa, está para mudar de namorada. Resolveu apaixonar-se pela “stora” de Português, que a de Educação Física já o
cansou. Antes, chamava-lhe o Desculpa Lá, mas Tenho Pressa, “agora, a pressa é tanta que é só resumo”. (…)
O Tosco (o querido da mãe) já vive lá em casa. Há ainda a Mastigadora-Mor (a irmã mais nova, filha do pai e da mãe), o Bernardo, o futuro irmão
(filho do Tosco e da mãe), a futura irmã (filha do pai e da “stora”). E o André (o amigo que será namorado). Confuso, mas possível.
Pelo meio, um rapaz dança à chuva do outro lado do pátio e o avô Zé escuta guitarra. “Quem toca assim nunca morre”, diz de Carlos Paredes (pág. 181).
Um final positivo encerra a narrativa, o que faz sempre bem aos adolescentes. E nunca fez mal aos outros.

Rita Pimenta, in Público, 02-02-2002

1. São vários os esquemas que podem ser adoptados, partindo todos eles da expressão “Ao contrário de todas as previsões”. Alguns exemplos:

Ao contrário de
todas as previsões Ao contrário
de todas Ao contrário de todas as previsões
as previsões…
Página 112
1.1.
e
1.2. (página anterior)

Acetato 3
Língua Portuguesa › 8.°
COM TODAS AS LETRAS pág. 111

Tipos de esquemas

n
Acetato 3

Acetato 4
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 4
COM TODAS AS LETRAS pág. 111

Relações familiares

1.1.
a. de ferro • caracteriza o nome poste
b. de pés • caracteriza o nome bicos

1.2.
a.
e
b. de ferro e de pés • complemento determinativo
c. de mini-saia • complemento circunstancial de modo
d. da festa • complemento circunstancial de lugar

2. A rapariga: sujeito;
levou o telemóvel da mãe: predicado;
o telemóvel da mãe: complemento directo;
da mãe: complemento determinativo;
à festa da Joana: complemento circunstancial de lugar;
da Joana: complemento determinativo.

Página 113
1.2.
e
1.3. As contradições, que sugerem estados de alma opostos, são aqui expressas através do recurso a antíteses: “Sol e lua / noite e dia. // Sou o fui / e
o serei.”; “morte e vida”.
1.4. ritual – (…) conjunto de práticas consagradas pelo uso ou pelas normas e que devem ser observadas em determinadas ocasiões; cerimonial; eti-
queta; protocolo (do lat. rituále-, “id.”).

in Dicionário da Língua Portuguesa 2003, Porto Editora

1.
• pediatra
• obstetra
• cardiologista
• dermatologista
• pneumologista
• otorrinolaringologista
• neurologista
• nefrologista
2. 4 limpar
9 adoçar
6 encurtar
3 secar
1 aquecer
7 consertar
5 clarear
8 alisar
2 amolecer

Página 117

1. Posteriormente. Veja-se o emprego predominante do pretérito perfeito do indicativo, que remete para o passado (neste caso, um passado próximo:
“Hoje, de manhã”).

Página 118
1. A consulta de um dicionário permitirá identificar a origem e os diferentes significados da palavra marginal (sublinhámos os significados adequados
aos três contextos em que aquela palavra surge):
marginal adj. 2 gén. (Do lat. margo, -gı̌nis ‘fronteira’ + +suf. -al) da margem; que diz respeito à margem; que segue ao longo da margem; que vive nas
margens ou proximidades de um curso de água; que é feito ou elaborado à margem, à parte ou a propósito de um assunto; que não se integra ou
aceita o sistema de valores predominantes da sociedade ou da maioria; que tem uma importância menor; que não tem uma importância fulcral,
central; s. 2 gén. indivíduo que vive fora da lei, à margem da sociedade; vadio; delinquente, vagabundo, criminoso; avenida, rua ou estrada situa-
da ao longo do litoral ou dum curso de água.

Página 119

1.1. Outro texto a propósito de livro:

ABRES UM LIVRO
Abres um livro e assedias as palavras. Entre os negros fios de uma voz, um rosto a pouco e pouco se desenha. Calcorreias as rugas desse rosto
e outra vida, a tua vida, te surpreende.
Dos lugares do amor, do medo, da incerteza, chega a melodia que o silêncio acolhe. E dos cenários que uns olhos corroeram, outros nascem,
compostos letra a letra – partitura por onde corre o sangue.
Um livro abre-te e as palavras te assediam.
João Pedro Mésseder, Alguns Negativos, Ed. Plenilúnio, 2001

Acetato 5
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 5
COM TODAS AS LETRAS pág. 119

O prazer de ler

Publicidade de Tectona

Página 120

1.
• cronógrafo, cronograma, cronologia, cronológico, cronometrar, cronometragem, cronometria, cronómetro, …
• geobotânica, geocêntrico, geocíclico, geoclimatologia, geocronologia, geodinâmica, geoeconomia, geófago, geofísica, geografia, geógrafo, geologia,

• hemiciclo, hemifacial, hemiologia, hemiopia, hemiplegia, hemiplégico, hemisfério, …
• hidroavião, hidrocarbonato, hidrocefalia, hidrocéfalo, hidrocução, hidrodinâmica, hidroeléctrica, hidroextractor, hidrofobia, hidrografia, hidrográfico,
hidromassagem, hidromecânica, hidromotor, hidrosfera, hidrostática, …
• microampere, microbicida, micróbio, microbiologia, microcéfalo, microcircuito, microcirurgia, microcirurgião, microclima, microcomputador, micro-
cosmo, microfilme, microfone, microlitro, microondas, microrganismo, microscópio, …
• neurobiologia, neurocirurgia, neurofisiologia, neurologia, neurologista, neuromuscular, neurónio, neuroparalisia, neuropatia, neuropatologia, neurop-
sicologia, neuropsiquiatra, neurose, neurótico, …
• pentacarpo, pentáculo, pentaedro, pentagonal, pentágono, pentâmetro, pentassílabo, pentalto,…
• quilocaloria, quilograma, quilolitro, quilómetro, quilotonelada,…
• termoacumulador, termodinâmica, termoeléctrico, termógrafo, termomecânica, termómetro, termonuclear, termóstato, termoterapia, …

Página 121
a.

BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente


Como quem chama por mim…
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
E a chuva não bate assim…

É talvez a ventania;
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim levemente,


Com tão estranha leveza
Que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía


Do azul cinzento do céu,
Branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.


Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
Os passos imprime e traça
Na brancura do caminho.

Fico olhando esses sinais


Da pobre gente que avança
E noto, por entre os mais,
Os traços miniaturais
Duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos…
A neve deixa inda vê-los
Primeiro bem definidos,
– Depois em sulcos compridos,
Porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador


Sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza


Uma funda turbação
Entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza…
– E cai no meu coração.
Augusto Gil, Luar de Janeiro, 1.a ed.,
Ed. Ulmeiro, 1997
Páginas 122 e 123
Ler~Compreender
(página ao lado)

1.1.
• “O Inverno na Sardenha (…)” [l. 1];
“ (…) nos montes da Barbagia (…)” [l. 3]; “Lá em cima, durante uma tempestade de neve (…)” [l. 9].
• “(…) Raffaele – um rapaz de doze anos que tinha ido com um velho tio ao serviço do pastor Sanna (…)” [l. 8].
• “(…) Raffaele (…) perdeu uma ovelha e teve que voltar para a procurar por todo o planalto.” [l. 10]

1.2. A conjunção coordenativa adversativa “mas” marca uma oposição, um contraste, ou seja: ao contrário do Inverno na Sardenha, que é curto e
ameno, o Inverno nos montes da Barbagia é rigoroso.

2.1. “(…) a tempestade atirou-lhe com a neve à cara, comprimiu-lhe o peito, tirando-lhe a respiração. Raffaele não via os seus próprios pés (…)” [l. 31];
“E tu, vento, como gritas.” [l. 38]; “Rajadas de vento geladas (…)” [l. 50]; “(…) a neve lhe entrava nos ouvidos e no pescoço.” [l. 57]; “(…) quando a neve
os atingia, dura como areia gelada.” [l. 71].

2.2. “«Isto não é noite», pensava excitado, «é como estar num buraco e dar voltas sem saber onde se bate com o nariz»” [l. 37]

2.3. “Raffaele não via os seus próprios pés e muitas vezes teve que procurar com as mãos o caminho (…), apalpando as moitas de giestas e de zimbro, as
pedras.” [l. 33]; “(…) se estiver demasiado escuro reconhecê-la-ei pelo cheiro (…)” [l. 42]; “Os seus olhos estavam habituados a não fazer a diferença entre
o dia e a noite, e as pernas (…) tê-lo-iam levado sozinhas de um lado ao outro do planalto (…)” [l. 44]

1. A observação destas frases complexas por coordenação poderá permitir o estudo de algumas regras sobre o uso da vírgula, podendo conduzir à
consulta de uma gramática ou de um prontuário:
“A vírgula usa-se para separar orações coordenadas, excepto quando são ligadas pela conjunção e, embora, neste caso, tal possa acontecer por
uma questão de estilo*. Assim, separam-se geralmente por vírgula as orações coordenadas introduzidas por mas, nem, ou, logo, porém, portanto,
etc., e obrigatoriamente as que não são ligadas por uma conjunção (assindéticas):
Não era muito inteligente, mas conseguia bons resultados.
Passeamos, vamos ao cinema, jantamos fora.

Observação: Quando a conjunção não inicia a oração, mas ocorre intercalada, deve isolar-se por vírgulas:
Foi um período difícil. Os pais, porém, nunca o abandonaram.
Não seremos exaustivos. Muitos casos particulares ficarão, portanto, de fora.”
Magnus Bergström e Neves Reis,
Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, 41.a ed., Ed. Notícias, 2001

* A este propósito, leia-se o seguinte:


“Separam-se geralmente por vírgula as orações coordenadas unidas pela conjunção e, quando têm sujeito diferente:
O sol já ia fraco, e a tarde era amena.
Costuma-se também separar por vírgula as orações introduzidas por essa conjunção quando ela vem reiterada:
Comigo, o mundo canta, e
[cisma, e chora, e reza,
E sonha o que eu sonhar.
(Teixeira de Pascoaes)”
Celso Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.

Página 124
1.1.
a. A comemoração do 1.o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil.
b. Organização Internacional do Trabalho.
c. O gráfico referente à “distribuição geográfica do trabalho infantil”. Palavras retiradas: a Ásia e o Pacífico, a África subsariana e a América Latina.

Página 125
1.2.
a. As aspas indicam que a palavra esventradas é aqui usada em sentido figurado.
c. Gráfico “Distribuição geográfica (…)”: Ásia e Pacífico – 60%.
Gráfico “Distribuição (…) por ramo de actividade”: Indústria – 8,3%.

Página 126
1.
• infantilizar
• invernal; invernoso
• discrição (de discreto)
• ora (advérbio, conjunção, interjeição e forma do verbo “orar”)
• curral, aprisco
• molho (da salada)
• surdos-mudos
• bode
• casarão
• pavor

Página 127

Acetato 6
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 6
COM TODAS AS LETRAS pág. 127

Cartoons – intenção crítica

Jin Hui (China), in II Porto Cartoon, Museu Nacional da Imprensa, Porto 2000 Plantu (França), A Preto e Branco, 2.o vol., 1.a ed.,
Publ. Dom Quixote, 1987

Luis Mendiguren Tarrés (Espanha), in II Porto Cartoon, Museu Nacional da Imprensa, Porto 2000

Página 129
1.
b.
e
c. Primeiro parágrafo: Barcos – “Mantêm-se, contudo, a uma indiferente, a uma gélida, a uma cruel distância. Coisa natural: são organismos de ferro,
matéria insensível.” [ll. 12-14]
Segundo parágrafo: Gaivotas – “Mas as magníficas aves mantêm-se a uma indiferente, a uma gélida, a uma cruel distância. Coisa talvez natural: são
organismos não-pensantes.” [ll. 31-33]
Terceiro parágrafo: Homens – “Mantêm-se a uma indiferente, a uma gélida, a uma cruel distância. Coisa deveras singular, pois são organismos pen-
santes.” [ll. 45-46]

Página 130
1.1.1. Sujeito: Esta atitude / Esta distância / Este facto / Isto; Predicado: é uma coisa deveras singular.

1.2. Conjunções e locuções conjuncionais causais: porque, porquanto, visto que, dado que, posto que, já que, uma vez que.

2. Hipótese: [Esta atitude é uma] coisa talvez natural, [pois as gaivotas] são organismos não-pensantes.

Página 131

1. B A R C O
P A R C O
P E R C O
P E R R O
S E R R O
S E R R A
S E R R A

Páginas 134 e 135

1. “(…) a Primavera chegou” [ll. 1 e 10]; “(…) o ar luminoso da manhã.” [l. 9]; “(…) o relógio de pêndulo bate sete horas.” [l. 45]; “(…) na manhã de sol…” [l. 55].

2.1. I: à janela do seu quarto;


II: no quarto, sentado ao piano; III: de novo à janela;
IV: a caminho do refeitório
da pensão.
3. Ponto de observação: “(…) de sua janela (…)”.
Modo de observação: fixa.
Ordenação das observações: do mais próximo para o mais distante (“Longe”, “Mais longe ainda”).
Predominância de verbos no presente do indicativo: vê, espiam, está, ilumina, cruza, debruçam, …
Predominância de verbos dinâmicos: brincar, atirando, cruza, corre, grita, sacode, agita, …
Recursos expressivos:
• sensações: visuais – “As glicínias roxas”; “o sol lhe ilumina o rosto pálido, atirando-lhe (…) um polvilho de ouro.”; “asas coruscantes contra o azul
nítido.”; etc.; auditivas – “roncando”, “grita”; tácteis – “Amaro sente no rosto a carícia leve do vento.”.
• personificação: “As glicínias roxas espiam por cima do muro”; “as glicínias se debruçam sobre o muro”.
• metáfora: “atirando-lhe sobre os cabelos um polvilho de ouro.”; “a porcelana pura do céu.”.
• diferentes tipos de frase: frases declarativas, exclamativas e interrogativas.
Sentimentos: prazer (“Infla as narinas e sorve o ar luminoso da manhã.”), entusiasmo (“– Lindo! – exclama Amaro interiormente.”), alegria (“Grita,
sacode a cabeleira negra, agita os braços, pára, olha, ri (…) ”).

4.2.1. magros, tímidas, desamparadas, desanimada, morto, familiares, desfeita, empilhados, brancas, mortuária, oval, lisa, triste.

5. “(…) as flores se desprendem e tombam como uma chuva de pequenas borboletas rosadas.” [l. 36]

6. Vive numa pensão – a pensão de D. Eufrasina.

Página 137
a. A palavra “cego”.

Página 138
1. Hipótese: Homens apetrechados com guizos para o orientarem ajudaram Erik a escalar o Evereste. Erik tornou-se o segundo deficiente físico a con-
seguir realizar aquele feito. O primeiro foi Whitaker, em 1998, com uma só perna.

2.1. Relato do que “ouviu”: a transcrição das palavras de Erik [ll. 1-3].
Relato do que “sentiu”: “Chega a ser assustador (…) ” [l. 7]

4. “(…) tecto do mundo.” [última linha]

Página 139
a.
Acetato 7
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 7
COM TODAS AS LETRAS pág. 139

A notícia

TÍTULO
Dois quadros de
Van Gogh roubados
É o segundo assalto registado
SUBTÍTULO
numa semana, na Holanda
Duas pinturas de Vincent Van Gogh (1853-1890) Quem?
foram roubadas, ontem de manhã, do museu que detém O quê?
o nome do famoso pintor holandês, em Amesterdão. Quando?
LEAD “Paroquianos saindo da igreja calvinista de Nuenen” e Onde?
“Vista do mar em Scheveningen” são as obras em causa,
segundo afirmou Saskia Beukers, porta-voz do museu,
citado pela agência Reuters.
Na versão da polícia holandesa, os audaciosos assal- Como?
tantes entraram pelo telhado, usando uma escada de mão
e cordas. O alarme soou, mas quando a polícia chegou ao
local os assaltantes tinham já desaparecido com os qua-
dros de Van Gogh. Um processo de averiguação do caso foi
entretanto aberto pelas forças policiais locais.
Numa conferência de imprensa improvisada à entrada
CORPO do Museu Van Gogh, o seu director, John Leighton, revelou
DA que as obras roubadas valem “muitos milhões de euros” Porquê?
NOTÍCIA
e não estavam seguradas. (…)
Este roubo de dois quadros de Van Gogh (…) aconteceu
na mesma semana do espectacular assalto ao museu
municipal da capital da Holanda, em que os autores leva-
ram consigo meia centena de jóias, as mais importantes
das quais (seis) eram portuguesas.
in Público, 08-12-2002 (adaptado)

Paroquianos saindo da igreja Vista do mar em Scheveningen, 1882


calvinista de Nuenen, 1884

1. 1 V I S Ã O
2 Ó R F Ã O
3 C A S A R
4 G U I Z O
5 L A D O S
6 S O N H O
7 T E N A Z
Página 140

Acetato 8
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 8
COM TODAS AS LETRAS pág. 140

Cartoon – intenção crítica

Quino

Para enriquecer a abordagem do texto, antes ou depois da sua exploração, poderá ser projectado este acetato, como ponto de partida para uma
troca de impressões sobre o comportamento humano. Sugestão de alguns tópicos de análise:
a. Na primeira tira, o que chama a atenção nas figuras humanas desenhadas?
b. O que distingue, na segunda tira, a figura central? Que alteração na postura física das outras figuras se observa?
c. Como interpretar a atitude da figura central?
d. Que consequências teve essa atitude?
e. Que sentimento revela a expressão do rosto da figura central na terceira e quarta tiras?
f. O que aconteceu com o indivíduo que “ousou” ter uma expressão própria? (Comparar a primeira com a última tira.)
g. A experiência dos alunos: Já fizeste algo contra a vontade, pensando apenas no que os outros podem julgar? E valeu a pena o resultado? O que se
deve fazer para perder o receio de afirmar a sua própria vontade, as suas próprias opiniões?
h. Tópico de reflexão: É possível mantermos a nossa individualidade num mundo em que a moda, a televisão, a publicidade… tentam impor os mesmos
comportamentos?

Página 141
Ilustração
Pode-se pedir aos alunos que identifiquem as passagens do texto que inspiraram as duas ilustrações desta página. Primeira: linhas 17 a 22. Segunda:
linhas 39 a 41 (a.P. – antes da publicidade; d.P. – depois da publicidade).

Páginas 142 e 143


Ler~Compreender

1.1. António Prezado, dirigindo-se ao narrador.

1.2. No café do Retorta.

2.1. “(...) será possível definir o homem por o que ele faz, por o que ele pensa, ou por o que ele diz? ” [ll. 9-11]

2.2. “Cheguei à seguinte conclusão: as três hipóteses servem para definir o homem. Mas em períodos diferentes.” [ll. 15-17]

2.3. A publicidade: “(…) desde há séculos, vagarosa e progressivamente, uns tantos sujeitos tecem frases de grande efeito publicitário, levando insen-
sivelmente os homens a ser tal e qual os definem nessas frases.” [ll. 35-38]

2.4. “Pode até dividir-se a humanidade em dois únicos períodos: antes e depois da publicidade. A saber: o período em que o homem ganhava o pão de
cada dia com o suor do seu rosto, e o período em que ganha os electrodomésticos, as viagens de turismo, os carros utilitários, etc., etc., com o suor
das suas prestações.” [ll. 39-45]

Analisado o texto, os alunos poderão tentar representar através de um esquema a argumentação de António Prezado. Exemplo:

Questão (a colocação do problema): “Afinal, o que é um homem?”

Hipótese: ”(…) será possível definir o homem por o que ele faz, por o que ele pensa, ou por o que ele diz? ”

Tese: “(…) as três hipóteses servem para definir o homem. Mas em períodos diferentes.”

1.os tempos da humanidade


O homem é “aquilo que faz”.
Começo das eras propriamente históricas
O homem é “aquilo que pensa”.
Actualmente
O homem é “aquilo que lhe dizem que ele é”.
Reformulação da tese: A humanidade divide-se em dois períodos.
Antes da publicidade
Depois da publicidade
“O homem é a publicidade. Ou vice-versa.”

Exemplo para comprovar a tese: História da Lua que foi rebocada para uma praça.

Página 145

1. e educação
para a cidadania

Páginas 146 e 147


A Publicidade em destaque (indicações bibliográficas dos anúncios do MANUAL)

A (tinta) Suvinil

B Vírgula, Nestlé – Kit Kat, in Anuário//Anual # 3, Clube de Criativos de Portugal

C (tabuleiro de xadrez) SOS Racismo

D 6.a feira 13, Telepizza, in Anuário//Anual # 3, Clube de Criativos de Portugal

E Escola, Pedrosa e Rodrigues, in Anuário//Anual # 3, Clube de Criativos de Portugal

F Tesoura, Boheringer, in Anuário//Anual # 3, Clube de Criativos de Portugal

G Grávida, Ajuda de Mãe, in Anuário//Anual # 3, Clube de Criativos de Portugal

Página 148

1. Publicidade não comercial: anúncios S.O.S. Racismo e S.O.S. Grávida.


Publicidade comercial: todos os outros.

1. Texto retirado do anúncio: “For healthy teeth and a correct bite, 8 out of 10 orthodontists recommend NUK before any other brand.” (Para dentes sau-
dáveis e gengivas fortes, 8 em 10 ortodentistas recomendam NUK em vez de qualquer outra marca.)

Página 150

1.1. Composição; Apresentação; Propriedades; Indicações; Contra-indicações; Efeitos secundários; Posologia e modo de administração;
Recomendações.

1.1.1. posologia s. f. MEDICINA indicação das doses em que se devem aplicar e tomar os medicamentos; dosologia (do gr. pósos, “quanto” + lógos, “tra-
tado” + -ia).
in Dicionário da Língua Portuguesa 2003, Porto Editora

1.2.1. As cinco primeiras partes dirigem-se especialmente ao médico; daí o emprego de uma linguagem médica.

1.2.2. Todas as outras secções interessam ao doente, porque previnem para o aparecimento de alguns efeitos secundários, indicam como tomar o medi-
camento e as quantidades e fazem um conjunto de recomendações/alertas.

1.3.
• Posologia e modo de administração
• Indicações
• Contra-indicações
• Propriedades
• Propriedades e Efeitos secundários

1.4. analgésico adj. que torna insensível à dor.


terapêutica s. f. parte da medicina que ensina a tratar as doenças e a aplicar os remédios.
entubação s. f. inserção de tubos artificiais pelas vias respiratórias e digestivas, com o objectivo de assegurar as funções vitais do paciente.
lactação s. f. acto ou efeito de amamentar.
prurido s. m. comichão.
dispneia s. f. dificuldade de respirar.
Páginas 152 e 153
1. No 7.o ano, os alunos deverão ter estudado as orações coordenadas e as subordinadas temporais e causais. No 8.o ano, o Programa determina o estu-
do das orações subordinadas finais, condicionais e completivas (ou integrantes).
a. Após ter recebido várias queixas – oração subordinada temporal; a empresa cessou a expedição do prospecto – oração subordinante.
b. Este anúncio falhou – oração subordinante; porque semeou a discórdia entre casais – oração subordinada causal.
c. Para que o anúncio tivesse resultado – oração subordinada final; era necessário – oração subordinante; que o publicitário tivesse pensado em
todas as consequências – oração subordinada integrante.
d. Se o tivesse feito – oração subordinada condicional; teria evitado uma grande perda de dinheiro – oração subordinante.

1. Poderá ser oportuno (re)lembrar a estrutura de uma notícia, projectando o acetato n.o 7 (“A notícia”).

Acetato 9
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 9
COM TODAS AS LETRAS pág. 152

Em cada esquina uma notícia

Boris Tsygankov (Rússia), in III Porto Cartoon,


Museu Nacional da Imprensa, Porto 2001

2. O Programa do 8.o ano indica a carta de reclamação como um dos modelos de escrita a treinar, no âmbito da Escrita para Apropriação de Técnicas
e de Modelos.

1. Título retirado:

Cofre-forte roubado
numa cadeira de rodas

Páginas 154 e 155


Título retirado:

Um parto que valeu


por três… gémeas
Com uma semana de vida,
as meninas estão prestes a sair
das incubadoras

Título retirado:

Garrafa de “ketchup”
salva montanhistas
bloqueados

Título retirado:

PAI, MÃE E CRIANÇA

Dez dias
à deriva

Páginas 159 e 160


2. alegado adj. que é dito, citado ou apresentado como justificação.
potenciar v. tr. tornar mais forte a acção ou o efeito de alguma coisa.
diabolizar v. tr. tornar diabólico, perverso.
sucinto adj. breve.

3.1. De facto, os únicos detalhes acrescentados à notícia inicial são os nomes dos irmãos, há quanto tempo durava a relação de um deles com a cunha-
da e a entrega voluntária do agressor à polícia.
3.2. Para assinalar as constantes interrupções provocadas pelo jornalista.

4. “– Sónia! Sónia Sofia, estasma ovir?” [l. 41]

5. e educação
para a cidadania

1.1.1. A duração excessiva dos telejornais.

1.2.1. No primeiro caso, as aspas acentuam a ironia presente na afirmação de que “a demissão de Toni” seria um “grande acontecimento”. Nos outros
dois casos, as aspas assinalam transcrições de possíveis notícias.

1.2.2. Neste parágrafo critica-se o critério seguido na selecção das notícias de abertura dos noticiários televisivos.

1.3.2. “Devido ao frio, mulher ia caindo de um escadote ao procurar um cachecol na parte de cima de um velho armário.” [ll. 26-29]

1.3.3. “(…) a inevitável pergunta:” [l. 36]; “(…) o sagaz repórter (…)” [l. 43]; “(…) pelo magno problema (…)” [l. 57].

1.4.1. Critica-se a ausência de informação sobre acontecimentos da vida cultural do país, privilegiando-se apenas as notícias que possam ser seguidas
“apaixonadamente pelas audiências”.

2. Em ambos os casos, à notícia dada em estúdio, segue-se a audição directa dos protagonistas e/ou familiares e “testemunhas”. Para “dar a dimen-
são política e social da ocorrência” [l. 55 do texto B], são ouvidos “especialistas”.

Página 161
1. O Programa determina o estudo de algumas regras da concordância do verbo com o sujeito composto.

1.2.
b. estáveis (tu e ela = vós) ou estavam (tu e ela = vocês)
c. estavam (eles)
d. estavam
e. estavam

Páginas 162 e 163


2.1. “As aberturas são dominadas por notícias-choque e assuntos ligados ao desporto, leia-se, quase sempre, ao futebol.” [ll. 35-37]

2.2. Acidentes ou catástrofes (19,96%); notícias sobre o Estado e a política internacional (14,65%); problemas sociais (12,82%); desporto (10,62%).

4. Texto retirado: “Não tem um aparelho mais positivo?”

Página 164
Nesta subunidade, reproduzimos na íntegra dois contos, acompanhados de linhas de leitura, e um guião de leitura da obra Uma Questão de Cor, que
foi oferecida a todos os alunos.
O conto A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho integra a lista de obras indicadas no Programa para leitura orientada. Lembramos, no entan-
to, que o próprio Programa define que “se o perfil da turma o exigir, é possível seleccionar uma ou duas obras que não constem da lista apresenta-
da”. Dar outras possibilidades de escolha foi precisamente o nosso objectivo ao seleccionarmos um conto de Alice Vieira – Temos de Começar a Jantar
à Mesa, e a obra de Ana Saldanha – Uma Questão de Cor.

Página 165
c. inaudito adj. que nunca se ouviu dizer; de que não há exemplo; espantoso; extraordinário; incrível.

Página 171
“Lete, o esquecimento, é filha de Éris (a Discórdia) e, segundo uma tradição, mãe das Cáritas (as Graças). Deu o seu nome a uma fonte, a Fonte do
Esquecimento, situada nos Infernos, de que os mortos bebiam para esquecer a sua vida terrena. De igual modo, na concepção dos filósofos, de que
Platão se fez eco, antes de regressar à vida e de retomar um corpo, as almas bebiam desse líquido, que lhes tirava a memória do que tinham visto no
mundo subterrâneo.
Perto do oráculo de Trofónio, em Lebadeia, na Beócia, existiam duas nascentes, donde deviam beber os que o consultavam: a Fonte do
Esquecimento (Lete) e a Fonte da Memória (Mnemósine).
Lete transformou-se numa alegoria, o Esquecimento, irmã da Morte e do Sono. É a esse título que ela é frequentemente mencionada pelos poetas.”
Pierre Grimal, Dicionário de Mitologia Grega e Romana, Ed. Difel, 1992
Página 172
1.2. 4 de Junho de 1148 e 29 de Setembro de 1984, na Avenida Gago Coutinho, em Lisboa.

2. Personagens
• Séc. XII – a tropa de Ibn-el-Muftar (o exército / a moirama / os árabes / os beduínos); Ibn-el-Muftar; Ali-ben-Yussuf; Mamud Beshewer.
• Séc. XX – os automobilistas; o agente da PSP Manuel Reis Tobias; o governador civil; o ministro; Polícia de Intervenção; Manuel da Silva Lopes;
comissário Nunes; a multidão (os civis); capitão Aurélio Soares; companhia de intendentes; piquete da Companhia dos Telefones; a tropa; coronel
Vaz Rolão.

3. Parágrafos 7.o, 10.o e 13.o das páginas 166 e 167.

7. automobilistas: “(…) multidão apeada (…)”; “(…) peonagem (…)”; “(…) turba circundante, de estranhas vestimentas vestida (…)” [pág. 167, dois últimos §]
automóveis: “(…) objectos metálicos com rodas (…)” [pág. 168, 1. §]
o

vidro: “(…) estranho material transparente (…)” [pág. 168, 1. §]


o

Página 173
1. Clio: uma das nove filhas de Zeus e Mnemósine, que protegiam as Ciências e as Artes. Clio é a musa da História e surge representada com um rolo
de pergaminho.

2. Lisboa – origem do nome:


“A respeito da origem do nome da nossa capital alguma tinta tem corrido ultimamente, alguma para dar expressão a polémicas sobre assunto acer-
ca do qual apenas se sabe: 1. – Que Lisboa é a forma actual da resultante do árabe Lixbûnâ; 2. – que este provém do latim Olisipōne, Olysipōne ou
Olisippōne. Em compensação, nada sabemos sobre a época desde que este era empregado na Hispânia antes da chegada dos Romanos, de que idio-
ma eles o tomaram, nem mesmo (ou ainda menos) em que falar ele se formou. Tudo que vá para além disso é invenção e fantasia.”
José Pedro Machado, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, vol. III, 4.a ed., Ed. Livros Horizonte, 1987

Páginas 178 e 179


1.
1.1.
e
1.2. Mundo real: Carolina (filha); avó Eduarda; mãe; pai; Zé Pedro (filho).
Reino da ficção: Felicidade/ /Abigaíl Gusmán neste primeiro capítulo fica-se sem se saber exactamente quem são estas personagens, embora, pela
leitura do 1.° parágrafo, se possa deduzir que são uma só; mais adiante, saber-se-á que Felicidade pertence ao mundo real e é meia-irmã de Carolina
e Zé Pedro, sendo Abigaíl Gusmán uma personagem de telenovela.

2.1. O emprego de diferentes tempos do modo indicativo (mais-que-perfeito simples – dissera; presente – estão; pretérito imperfeito – andava, chegava,
ficavam) justifica-se pelo facto de serem narrados factos que ocorreram em momentos diferentes.
Sobre o emprego destes tempos do indicativo, leia-se a nota da página 36, relativa ao uso do pretérito imperfeito, e a seguinte:
“O pretérito mais-que-perfeito indica uma acção que ocorreu antes de outra acção já passada (…).”
Celso Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.

Páginas 181 e 182


4.1. É o pai.
4.2. Comunicar à mulher e aos filhos que tinha uma outra filha de vinte e cinco anos.

6.2. As falas das personagens são antecedidas de travessão; os diálogos televisivos surgem entre aspas.

7. Na linha 109, as reticências assinalam o corte da fala da mãe pela interferência da fala do pai; as reticências no início da fala da mãe [l. 111] assinalam
que a fala da mãe continuou normalmente depois daquela interferência; na linha 112, as reticências indicam a interrupção voluntária da fala da mãe.

Página 183
11.1. “Hei-de dar cabo de você, Abigaíl Gusmán, nem que seja a última coisa que faça nesta vida” [l. 166]
11.1.1. Linhas 143 a 145.

Página 187
13. Em casa da avó materna, porque não quis assistir à transmissão do programa com os pais e o irmão.
14. Linhas 237 a 239.
Página 188
18.
• Era o dia em que Felicidade viria jantar pela primeira vez a casa do pai.
• Estavam todos à espera da chegada de Felicidade.

19.1.
• “(…) apressara-se a dizer o apresentador do programa, ali destacado para mostrar ao mundo famílias reunidas, e felizes para sempre.” [ll. 287-289]
• “De repente sentia que ainda era capaz de começar a simpatizar com a inimiga (…), e isso seria a última coisa que queria admitir.” [ll. 295-298]

20.1. A repetição da conjunção coordenativa disjuntiva (ou alternativa) ou no início de vários parágrafos põe em evidência as diferentes hipóteses que
Carolina coloca, em alternativa, para exprimir a sua raiva.

20.2. Esta conjunção marca a oposição, o contraste, que existe entre o que apetece à Carolina fazer e a atitude que ela “sabe” que tem de ser tomada.

Página 190
21.2. Durante o programa televisivo que reuniu pai e filha, quando o pai e o apresentador insistem na ideia de que “agora vamos todos ser uma famí-
lia”, Felicidade murmura: “Passaram-se tantos anos…” [l. 286]; “Passaram-se vinte e cinco anos” [l. 292]. Estes comentários revelam algum cepticis-
mo, alguma dúvida, relativamente à possibilidade de vir a considerar como sua a família que só agora conhece.

22.1. Linhas 316 a 327.

22.2. Agradeço muito, mesmo muito [o convite para jantar]. O dia em que conheci o meu pai foi um dos mais felizes da minha vida. Mas vinte e cinco
anos são muitos anos. Muitos Natais. Muitas festas de aniversário. Muitas idas à Feira Popular. Muita vida que não foi feita em comum. Talvez seja
melhor deixarmos passar algum tempo – e depois logo se verá. Eu tenho a vossa morada, vocês têm a minha, um dia, quem sabe?, até poderemos
vir mesmo a ser uma família como o pai, tão simpático, garantiu. Mas é melhor não haver pressas. Temos todo o tempo do mundo para nos conhe-
cermos melhor. Aproveito para mandar estas rosas para a Sra. D. Helena, com quem simpatizei muito, e beijinhos para todos.

Página 191

Acetato 10
Língua Portuguesa › 8.° n Acetato 10
COM TODAS AS LETRAS pág. 191

Criatividade

Texto A
Eu vejo a minha mãe como a Cinderela, sempre debruçada
nas tarefas da casa e em nós. Mas ela qualquer dia revolta-se
e ainda nos mete um bicharoco qualquer ao fazer as nossas
camas (e são logo 4); se calhar em vez de temperar a comida
com sal, põe açúcar, queima as minhas jeans preferidas com
o ferro, e “esquece-se” dos nossos Chocapics e Estrelitas no
supermercado...
É uma Cinderela, mas nunca vai ter vida de princesa:
quando chega a casa do emprego, atafulhada de papéis, liga
o computador, enquanto põe a borbulhar o panelão para o
nosso jantar, água a correr para os nossos banhos, o ferro
ligado para a montanha de roupa, as máquinas de lavar a
trabalhar.
Como que por encanto, tudo parece encaixar-se como as
rodinhas de uma engrenagem! E no meio disto tudo sobra-lhe
um niquinho de tempo para um sorriso, embrulhado em
suspiros e apertado por 2 rugas.
Se isto não é magia, então o que é?
Teresa Rosário, 13 anos

Texto B
Eu gosto muito da minha mãe, porque foi ela que me deu
à luz e sofreu bastante por isso. Também se sacrifica muito
por mim e dá-me uma boa educação e é boa para mim e
compra-me tudo o que eu quero e trabalha muito. Nós
devemos gostar sempre das nossas mães e nunca sermos
ingratos, mesmo quando nos ralham que é para nosso bem
e devemos ser bons filhos e não fazê-las sofrer porque elas
nos dão carinho e amor. É isto o que eu tenho a dizer na
composição para o dia da Mãe.
Ana Sofia Baltasar, 13 anos

Teresa Guedes, Composição – Oh, não!, 2.a ed., Ed. Caminho, 1997

Na sua obra Composição – Oh, não!, Teresa Guedes identifica as principais dificuldades detectadas nas composições dos alunos: 1. compreensão
do tema; 2. clareza da mensagem; 3. criatividade. A propósito desta última dificuldade, a autora sugere um exercício de comparação de textos, que
poderá permitir uma importante reflexão com os alunos. É esse exercício que agora propomos, como preparação das actividades de escrita:
a. Projecção do acetato n.o 10 (dois textos de alunos sobre a mãe).
b. Análise colectiva dos dois textos, considerando os seguintes tópicos: “Sendo a mensagem dos dois textos semelhante, indica qual o texto que:
• refere pormenores interessantes da situação mãe/filha;
• apresenta “coisas” que toda a gente já sabe;
• parece uma lição de moral e que por isso se torna enfadonho;
• despertará mais curiosidade ao ser ouvido;
• é mais fora do vulgar, mais original, mais criativo.”
Teresa Guedes, Composição – Oh, não!,
2.a ed., Ed. Caminho, 1997

Página 195
educação
1.3. e para a cidadania

Este testemunho foi escrito expressamente para integrar este manual. Os nossos agradecimentos à escritora Ana Saldanha.
Página 197
Acetato 11
Língua Portuguesa › 8.°
COM TODAS AS LETRAS pág. 197

A intolerância na pintura

Brueghel, o Velho, A matança dos inocentes, 1567 Francisco Goya, O três de Maio de 1808, 1814

n
Acetato 11

Henri Rousseau, A guerra, 1894 Pablo Picasso, Guernica, 1937

Página 202
Esta unidade começa com alguns poemas de amor. Sobre este tema, muitos outros poderiam ter sido seleccionados, designadamente alguns dos que
integram o CD “Eu Quero Amar, Amar… – 25 Poemas de Amor ditos por Vítor de Sousa”, e que poderão ser dados a ouvir aos alunos.

1. Amar – Florbela Espanca (Voz de Sofia Aparício) 1:10


2. Amor – Luís de Camões 1:00
3. Variedade dos efeitos do amor – Bocage 1:04
4. Este inferno de amar – Almeida Garrett 1:31
5. Creio nos anjos… – Natália Correia (Voz de Fernanda Serrano) 0:57
6. O teu retrato – António Nobre 1:01
7. Canção grata – Carlos Queirós 1:06
8. Soneto de amor – José Régio 1:09
9. Segredo de ti – Maria Teresa Horta (Voz de Sofia Aparício) 0:29
10. De tarde – Cesário Verde 0:49
11. Se ao menos tu soubesses... – Joaquim Pessoa 1:09
12. Se eu pudesse guardar os teus sentidos... – Reinaldo Ferreira 0:48
13. Dizer amor – Rosa Lobato Faria (Voz de Fernanda Serrano) 1:31
14. Eu não sei se te amo... – Vasco de Lima Couto 1:01
15. Meu amor, meu amor... – J. C. Ary dos Santos 1:26
16. Não canto porque sonho... – Eugénio de Andrade 0:45
17. Amor – Miguel Torga 0:56
18. Não mintas dessa maneira... – António Botto 0:46
19. Ascese – António Manuel Couto Viana 1:01
20. Tu – José Gomes Ferreira 1:02
21. Largo do Espírito Santo, 2 – 2.o – Sebastião da Gama 2:17
22. Amor de Verão – Guilherme de Melo 1:03
23. Coração amarrotado – Herman José 1:11
24. As facas – Manuel Alegre 0:58
25. Amor sem tréguas – António Gedeão 1:02

Página 203
1. “Sou feio, sou feio…” / “Sou lindo, sou lindo,” [vv. 1 e 12]

1.1. excepto; salvo

1.2.
a. se não
b. se não
c. senão
d. senão

1.3. Frases simples: c. e d..


Frases complexas: a. e b..
1.4.
a. Se não me sorrires – oração subordinada condicional; acho-me feio – oração subordinante.
b. Telefona – oração subordinante; se não puderes vir – oração subordinada condicional.

Página 204
2. Um trava-língua a propósito de tempo:
O tempo pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

Página 205

De Que Cor É o Desejo?


João Pedro Mésseder (texto) / José Miguel Ribeiro (ilustração)
Ed. Caminho, 2000

A beleza das pequenas coisas, quase sempre escondida por detrás de um visão utilitária da vida, é revelada neste livro colorido por palavras de
todas as cores e ilustrado por um conhecido e premiado autor do cinema de animação: José Miguel Ribeiro.
De poema em poema, João Pedro Mésseder presta uma terna homenagem às dádivas da terra, desde os frutos, as águas e os ventos, até aos sen-
timentos humanos – a mais misteriosa dádiva, na qual o poeta coloca o grande ponto de interrogação do livro.
De Que Cor É o Desejo? pinta com palavras suaves e luminosas pequenos quadros de uma simplicidade infantil, embora, ou talvez por isso mesmo,
repletos de sabedoria e sensibilidade.
Lembrando velhas palavras (“Que palavras? – dizes tu. / palavras que o mundo tem / tão antigas como a noite, / o vento, a lua, as estrelas”) ou pro-
curando uma palavra nova, “aberta de par em par / como o rosto de um menino / com paisagens no ouvido / e cantigas no olhar”, João Pedro Mésseder
viaja pelo tempo em busca de novos espaços, como quem procura a utopia “a ocidente do ocidente” num “oriente dourado”.
Sofia Meneses, in revista Malasartes, n.° 5, Abril 2001

Página 206

Se eu fosse… Se tu fosses…
➔ Acontecia…
peixe mar
➔ vivia em comunhão contigo
pássaro ar
➔ voava através de ti
sol neve
➔ derretia a neve, transformava-
-a em rio, vias o mar
chuva terra
➔ transformava-te num jardim
vento vela
➔ mostrava-te o mundo

Página 207
A ABELHA
Por que é que esta abelha
tem um ar tão apressado?
Porque se perdeu do enxame,
ou porque viu um ciclame,
ali, na página ao lado?
O COGUMELO
Por que é que o cogumelo
nunca tira o chapéu?
É porque não tem cabelo,
ou será porque tem medo,
que lhe caia em cima o céu?

Página 208
Por ocasião do centenário do nascimento de Carlos Drummond de Andrade, o Jornal de Letras, Artes e Ideias publicou um conjunto de textos sobre
o poeta. Este que aqui transcrevemos é da autoria de Eugénio de Andrade:

UMA VOZ FASCINANTE


Com o brasileiro Carlos Drummond de Andrade morreu um grande poeta português. Eu sei que há outros poetas no Brasil, e alguns deles até os li –
embora eu tivesse lido pouca poesia brasileira –, mas foi Drummond aquele de quem sempre me senti perto, sobretudo quanto mais brasileiro ele era.
Mesmo agora, quando me anunciam a sua morte, e pego, como se pega nessas ocasiões, num dos seus livros, o que me apaixonou foi um poema de
que só conheço três ou quatro palavras, mas que é tão bonito:

Açaí de terra firme


jurema branca esponjeira
bordão de velho borragem
taxi de flor amarela
ubim peúva do campo
caju mando mamão bravo...
Perante uma tal música, e ela vai por aí fora, compreende-se que Drummond tenha dito que a matéria do poeta é o nada. Mas há outro Drummond,
esse da “vida real e quente / que a gente vê apalpa assimila / ante a irrealidade de tudo mais”, em que a ternura mais difícil, porque aliada à ironia, se
faz verbo de uma maneira tão transparente, que o poema ora parece uma lágrima ora o simples trote da mulinha do leiteiro, a servir-nos de relógio.
Foi esta voz que nos morreu, a todos nós, brasileiros e portugueses. Esta voz que continua a ser, pelo seu “discurso de geral amor”, pela desenvol-
tura com que serviu a língua portuguesa e os seus ritmos, uma das mais fascinantes do nosso tempo.
in JL, 02-10-2002

Página 209
1. Erros ortográficos:
– introduzir (1.o cartaz);
– proibido (2.o);
– plásticos, papéis (9.o).

Página 210
4.1.
• repetições: “vamos” [vv. 7-8]; “o verbo” [vv. 9, 10, 12, 13]
• interjeição: “vamos!” [v. 7]
• enumeração: “acima das gramáticas / e do medo e da moeda e da política,”[vv. 10-11]
• adjectivação: “o verbo fundamental essencial, / o verbo transcendente” [vv. 9-10]
• neologismos: “sempreamar”, “pluriamar” [vv. 12-13]

Página 212
1.
b. autorizo-te
c. excepção
d. minoria
e. semelhanças; parecenças
f. óptimo
g. desconhecemos

Página 213
Pintura de 1944.

Pintura de 1468.
Página 214

1. “Senhora”, “vós”, “meu bem”.

3. Senhora, meus olhos partem tão tristes por vós, meu bem, que nunca vistes outros nenhuns tão tristes por ninguém.

3.1. cem mil vezes mais desejosos da morte que da vida

5. Personificação: os olhos personificam o sujeito lírico, sendo-lhes atribuídos acções e sentimentos próprios: partem, tristes, saudosos, doentes, can-
sados, chorosos, desejosos da morte…
Hipérbole: “da morte mais desejosos / cem mil vezes que da vida”

1.1. Partem: forma do verbo partir; tão: advérbio de quantidade/ /intensidade; tristes: adjectivo; os: determinante artigo definido; tristes: nome.

1.2. Derivação imprópria.

2.1.
• nome
• advérbio de modo
• adjectivo

Página 215
Escrever

Acetato 12
Língua Portuguesa › 8.°
COM TODAS AS LETRAS pág. 215

Jogo poético

Adjectivo Advérbio ou Verbo ou Nome/Adjectivo


Nome
RIMA locução adverbial locução verbal RIMA

Homem apaixonado não ouve conselhos

Cão nunca morde artelhos

alado

de manhã
n

vai contar
Acetato 12

Livro

Com este exercício (adaptado de Javier González Darder e outros, Expresión Escrita, Alhambra Longman, 1995) pretende-se que os alunos adquiram
intuitivamente o conceito de paralelismo e que exercitem o uso da rima final e interna.
Algumas palavras para as listas:
Advérbios: nunca, jamais, sim certamente, decerto, realmente, acaso, porventura, possivelmente, talvez, também, até, apenas, só, unicamente, agora,
ainda, antigamente, cedo, já, pouco, sempre, aqui, atrás, fora, longe, assim, bem, devagar, mal, quase, sobretudo…
Apaixonado: cansado, pasmado, encurralado, sintonizado, alimentado, criticado, elogiado, esperançado, alado, sussurrado, murmurado, chapado, tro-
cado, amado, calado, esganiçado, enrolado, dedicado, esforçado, casado…
Conselhos: velhos, escaravelhos, artelhos, fedelhos, vermelhos, joelhos, relhos, quelhos, coelhos, grupelhos…

1. • encarecer • empalidecer
• engrandecer • enfraquecer
• amolecer • endurecer
• escurecer • apodrecer
• enlouquecer • enfurecer
• emudecer • emagrecer
• fortalecer • ensurdecer
• amadurecer

Página 216
1.1. Sensações visuais e auditivas.

1.2. Comparação: “(…) neste céu / Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.”
Personificação: “Ainda palpitante voa um beijo.”

3. “É uma ave estranha”; “Um coração vermelho pelo ar.”; “E é a força sem fim de duas bocas”.

4. “Vai batendo como a própria vida,” [v. 10]

1. Ver nota da página 202.


Página 218
2. No poema “Opressão”, observe-se a ideia de esmagamento, de violência, sugerida pela palavra que vai sendo comprimida, mas também a ideia de
libertação, expressa pela palavra opção, que se liberta do jugo, da tirania da opressão.

4. Para a compreensão deste poema, poderá começar-se por pedir aos alunos que esclareçam o significado da palavra ambição:
ambição s. f. desejo imoderado ou veemente, especialmente de riqueza, poder, glória, honra.
O tema do poema – a ambição – é sublinhado pelo número crescente de sílabas métricas dos versos: de 1 a 12 sílabas. Daí resulta a forma do poema,
que sugere o desejo de querer sempre mais.

1.

T E R C E I R A

F E R R E I R A

A C A B A S T E

A T R I B U T O

S E P A R A D O

A V I O N E T A

Página 219
1.1. Abril

3. O mês de Abril e o jardim estão personificados.


A aliteração foi usada na repetição dos seguintes sons consonânticos:
Vinhas descendo ao longo das estradas.
Mais leve do que a dança
Como seguindo o sonho que balança
Através das ramagens inspiradas.
E o jardim tremeu,
Pálido de esperança.

1. Provavelmente, será sugerida a alteração da última palavra do poema: esperança. Algumas hipóteses de substituição: frio, angústia, desconfiança,
desânimo…

Página 221
Após a leitura deste artigo, os alunos poderão realizar a seguinte actividade:

Escolhe a hipótese correcta para completar cada uma das seguintes afirmações sobre Sophia de Mello Breyner Andresen:
a. Nasceu em 1919, em…
Lisboa / Porto / Coimbra
b. Tem antepassados…
dinamarqueses / suecos /
ingleses
c. Até aos dezassete anos estudou…
em casa / no Porto /
em Coimbra
d. Publicou o seu primeiro livro em…
1939 / 1941 / 1944
e. Ganhou vários prémios, entre os quais o Prémio Camões, em…
1977 / 1999 / 2001

Página 223
2.1. À cor branca: cal; brancos; brancura; sal; brancas; caiado.

3. No sentido literal, pedra e cal referem os materiais utilizados na construção da cidade; em sentido figurado, a expressão de pedra e cal diz-se de
algo firme, duradouro, sólido, estável.

4. “De pedra e cal a cidade / Toda quadriculada / Como um xadrez jogado / Só com pedras brancas”
Página 224
1.
AUSÊNCIA
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda
[do que a tua.

Página 226
2. “Os infinitos céus”, “a brisa”, “a luz, as horas, as colinas”.

3. “Absoluto e cego”
(absoluto: puro; perfeito; completo, total)

4.1. O uso da forma passiva põe em destaque um sujeito passivo, isto é, um sujeito que sofre a acção de outrem. Ou seja, o soldado é uma peça de um
jogo que outros jogam.

Página 227
Sobre a distinção história / estória:
“Não são sinónimos. É a mesma palavra com dupla grafia, e derivada do latim «historia(m)». No português medieval, escrevia-se historia, estoria,
istoria (…). Compreende-se, porque a ortografia ainda não estava fixada.
No Brasil, talvez por influência do inglês story (conto, novela, lenda, fábula, anedota, etc.) e history (narração metódica dos factos notáveis ocorri-
dos na vida dos povos), começaram a empregar o português antigo estória para significar o mesmo que o inglês story. (…)”
J. N. H., in http://www.ciberduvidas.com

Página 228
1.1. hediondo adj. repugnante; nojento; feio; depravado; horrível.
2. A divisão em duas estrofes corresponde a momentos diferentes da “estória”: a actuação de heddy hondo e a intervenção de buffalo bill.
2.1.2. O emprego da conjunção coordenativa mas marca uma oposição, ou seja, a adversidade provocada pela intervenção de Buffalo Bill.
3.1. a eddy honda avó de noventa anos / parou o fio tricotante (de tricotar)
O mesmo processo foi usado no poema abaixo (de que reproduzimos apenas uma parte). A sua leitura aos alunos poderá servir de motivação para
as suas próprias criações.

Dois cortejos
(à maneira de Jacques Prévert)

Um moço da República
e um presidente de fretes
um vereador do exército
e um general da cultura
uma senhora de giro
e um polícia com calos
um cortador de seguros
e um angariador de carnes verdes
um guardador de táxis
e um motorista de gansos
um assentador de realejos
e um tocador de tijolos
um escritor de facas
e um amolador de romances
um ajudante do tribunal
e um escrivão de cozinha
um contador de escravos
e um traficante de histórias
um guarda-chapas
e um bate-portões
um frade nocturno
e um guarda franciscano
um ministro de cabras
e um pastor da educação
um domador de vinhos
e um provador de leões.
João Pedro Mésseder, Versos com Reversos, 1.a ed., Ed. Caminho, 1999

5. O BEM poderá corresponder às palavras finais com que terminam os filmes e as histórias americanas do Oeste: THE END. Nas referidas histórias,
no final, O BEM vence sempre O MAL.

Páginas 229 e 230


1.1.

• Não, mas o Nicolas viu! Diz que é o máximo!


• Vamos?
• Aviso-te já, Cédric, o golpe de “varrer passeios” já é velho! Já não funciona!
• Então, vamos lavar carros?
• Também não!
• He! Ho! Não se importariam de ir brincar para outro lugar?
• OK, está bem! Percebi! Isto chega-vos para ir comprar bombons?!
• Gostamos mais de ir ao cinema!
• Podias ter-lhe dito que também gostamos de bombons!
• Não se pode pedir de mais!

Página 231

1. Sobre o soneto, Celso Cunha e Lindley Cintra escrevem o seguinte na Nova Gramática do Português Contemporâneo:
“Há duas variedades de soneto: o soneto italiano e o soneto inglês.
1. Compõe-se o soneto italiano de catorze versos, geralmente decassílabos ou alexandrinos, agrupados em duas quadras e dois tercetos.
As rimas das quadras são as mesmas. Um par de rimas serve a ambas, segundo um dos dois esquemas: abba-abba ou abab-abab. (…)
Nos tercetos podem combinar-se duas ou, mais frequentemente, três rimas. (…)
2. O soneto inglês, modernamente introduzido nas literaturas de língua portuguesa, também consta de catorze versos, mas distribuídos em três qua-
dras e um dístico final, que se escrevem sem espacejamento. Obedece a um dos dois esquemas: a) abab bcbc cdcd ee; b) abab cdcd efef gg.”

1.1. Estes versos não são decassílabos, sendo acentuados da seguinte forma:
Os acentos errados é favor não ver;
nem os versos errados, que também [sei hacer…
Ao décimo primeiro dediquei uma [hora.

Página 232
1. No segundo já posso prometer – oração subordinante; que no terceiro vai haver mais arte – oração subordinada completiva (ou integrante).

2. péssimo: superlativo absoluto sintético do adjectivo mau. Antónimo: óptimo.


O Programa determina a sistematização de casos especiais da flexão dos adjectivos (número, género e grau). Poderá ser oportuno registar os com-
parativos e superlativos anómalos dos adjectivos bom, mau, grande e pequeno, num quadro como este:

bom
mau
Adjectivo
grande
pequeno
melhor
Comparativo
pior
de
maior
superioridade
menor
Absoluto
óptimo
péssimo
máximo
mínimo
Superlativo
Relativo
o melhor
o pior
o maior
o menor
“Observações:
1.a Quando se compara a qualidade de dois seres, não se deve dizer mais bom, mais mau e mais grande; e sim: melhor, pior e maior. Possível é, no entanto, usar as formas
analíticas desses adjectivos quando se confrontam duas qualidades do mesmo ser:
Ele foi mais mau do que desgraçado.
Ele é bom e inteligente; mais bom do que inteligente.
Em lugar de menor usa-se também mais pequeno, que é a forma preferida em Portugal.
2.a A par de óptimo, péssimo, máximo e mínimo, existem os superlativos absolutos regulares: boníssimo e muito bom, malíssimo e muito mau, grandíssimo e muito grande,
pequeníssimo e muito pequeno.
3.o Grande e pequeno possuem dois superlativos: o maior ou o máximo e o menor ou o mínimo.”
Celso Cunha e Lindley Cintra, in ob. cit.

Páginas 238 e 239


1. A consulta de um dicionário permitirá compreender o significado da palavra a partir da descoberta dos elementos que lhe deram origem.
biografia s. f. descrição da vida de alguém; obra que retrata a vida de alguém (Do gr. bíos, «vida» + gráphein, «escrever», pelo fr. biographie, «id.»)

in Dicionário da Língua Portuguesa 2003, Porto Editora

Ainda a propósito de biografia:


“[Na biografia] não há regras nem sistemas fixos, pelo que, no dizer de G. Martín Vivaldi (…), “uma biografia deve ser o retrato completo de uma per-
sonagem segundo a visão que dela tenhamos”. O estilo directo impõe-se: o leitor deve ver o biografado tal como foi na vida; não se adjectiva, por
exemplo, como sendo “inteligente”, demonstra-se, antes, com factos que o era.”

J. Esteves Rei, Curso de Redacção II, 1.a ed., Porto Editora, 1995

2.2. Metáfora: “Vulcão de exterior/ / Tão apagado,”

2.4. Comparação: “Como chispa que salta da fogueira / Numa agressiva fúria se liberta.”

Página 240

1.

1 A R T E S Ã O
2 D E R R O T A
3 O R I E N T E
4 L A M Ú R I A
5 F E I T I Ç O
6 O R G U L H O
7 R E C U S A R
8 O R I U N D O
9 C A R D U M E
10 H A B I T A R
11 A R T É R I A

Página 241
a. maninho adj. não cultivado; estéril (Do lat. maninu-, «estéril», do lat. ibér. manna-, «estéril»)
b. arrancai, escavando, raiz, plantai, pegou, terreno, plantação.

Páginas 242 e 243

1. que [v. 1]: pronome relativo;


o [vv. 2 e 3], lhe [v. 2]: pronomes pessoais;
nenhum [v. 4]: pronome indefinido.

2. Sujeito: vós (subentendido);


predicado: plantai-o;
complemento directo: o;
c. circunstancial de lugar: no vosso coração.

3. O terreno da plantação era tão infeliz!


Sujeito: o terreno da plantação;
complemento determinativo: da plantação;
predicado: era tão infeliz;
predicativo do sujeito: tão infeliz.
1. Palavras retiradas por ordem: brócolos, arroz, espargos, milho, tremoço, pencas, nabiças, grelos, alho, cebola, ervilha, rabanete, salsa, hortelã,
cenoura, alface.

b. Os óculos, o chapéu.

c. Tinha 13 anos, como é, aliás, referido na nota apresentada ao lado do poema.

Página 244
1.1. “Quando eu me sento à janela”
1.2. “Vejo a doce imagem dela / Quando passa… passa… passa…”; “Julgo ver a imagem dela / Que já não passa… não passa…”
2. Personificação da mágoa: “Lançou-me a mágoa seu véu:”
4.1. abab cdc abab

4.2. Todos os versos são heptassílabos.

1. Estrofes retiradas:

Pia número TRÊS,


Para quem espirra só meia vez.

Pia número QUATRO,


Para quem manda as ventas ao
[teatro.

Pia número CINCO,


Para quem come a chave do
[trinco.

Pia número SEIS,


Para quem se penteia com
[bolos-reis.

Pia número SETE,


Para quem canta até que o
[telhado se derrete.

Pia número OITO,


Para quem parte nozes quando
[é afoito.

Pia número NOVE,


Para quem se parece com uma
[couve.

Páginas 245 e 246

a. Poderá ser oportuno fazer a distinção entre pseudónimo e heterónimo.


Heterónimo: personalidade criada por um escritor, com uma visão do mundo e um carácter próprios.
Pseudónimo: nome suposto ou falso adoptado por um escritor, pintor, escultor, para assinar as suas obras.

Poderá ser lido aos alunos (ou pedir-lhes que investiguem) o retrato que Fernando Pessoa traçou dos seus heterónimos Álvaro de Campos, Alberto
Caeiro e Ricardo Reis:

Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (à 1,30 da tarde, diz-me o Ferreira Gomes; e é verdade, pois, feito o horóscopo
para essa hora, está certo). Este, como sabe, é engenheiro naval (por Glasgow), mas agora está aqui em Lisboa em inactividade. Caeiro era de esta-
tura média, e, embora realmente frágil (morreu tuberculoso), não parecia tão frágil como era. Ricardo Reis é um pouco, mas muito pouco, mais baixo,
mais forte, mas seco. Álvaro de Campos é alto (1,75 m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se. Cara rapada todos – o
Caeiro louro sem cor, olhos azuis; Reis de um vago moreno mate; Campos entre branco e moreno, tipo vagamente de judeu português, cabelo porém
Iiso e normalmente apartado ao lado, monóculo.
Caeiro, como disse, não teve mais educação que quase nenhuma – só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em
casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Ricardo Reis, educado num colégio de Jesuítas, é, como disse, médico;
vive no Brasil desde 1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico. É um latinista por educação alheia, e um semi-helenista por edu-
cação própria. Álvaro de Campos teve uma educação vulgar de liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e
depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o “Opiário”. Ensinou-lhe latim um tio beirão que era padre.

Como escrevo em nome desses três?...


Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que
subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê. (…)
O difícil para mim é escrever a prosa de Reis – ainda inédita – ou de Campos. A simulação é mais fácil, até porque é mais espontânea, em verso.
(Excerto de uma carta de Fernando Pessoa dirigida a Adolfo Casais Monteiro, sobre a origem dos seus heterónimos. Publicada na revista Presença, n.° 49, Junho 1937).

in Obras Completas de Fernando Pessoa,


Poesias de Álvaro de Campos, Ed. Ática, 1978

Página 247
1. Ordenação correcta dos parágrafos: 3, 5, 4, 1, 6, 2.

Páginas 248 e 249


1.2. “Um ponto de referência de quem sou” [v. 10]

1.3. “Dou / Ao diabo o bem-estar que trazia.” [vv. 2-3]

2.1. “Mas ao menos a ele alguém o via” [v. 17]

3. Verifica-se uma repetição das mesmas rimas em todas as estrofes, segundo o esquema abab (rima cruzada).

1. memória; privilégio; tilintar; prateado; feminino; indefinido; açoriano; crânio; desequilibrado; petróleo; piscina; mercearia; fêmea; folhear.

Página 252
1.1. Às viagens espaciais.

1.2. Todas as viagens foram motivadas pelo aborrecimento (“O homem (…) chateia-se na Terra”).

1.3. A viagem interior: “só resta ao homem / (…) / a difícil dangerosíssima viagem / de si a si mesmo:” [vv. 50-53]

3.3.1.
e
3.3.2. Desilusão, enfado – “é isto?”

3.3.3. A repetição da palavra latina idem (que significa o mesmo; a mesma coisa) acentua a monotonia, o enfado, que aquelas viagens provocam no
homem. A falta de entusiasmo é tal que já nem justifica o “cansaço” de descrever as diferentes acções realizadas pelo homem.

3.4. Em Marte, o homem ainda se dá ao trabalho de caminhar, dar passos (pisa); em Vénus, já só pousa o pé, de passagem (põe o pé).

5. A descoberta d’a perene, insuspeitada alegria / de conviver.

Páginas 253 e 254

Ouvir~Falar

Drummond nasceu em Itabira, uma pequena cidade de Minas Gerais. Era o ano de 1902, dia 31 de Outubro.
O pequeno Carlos logo descobre a sedução das palavras e aprende como usá-las. No seu primeiro colégio, os textos do menino-escritor já come-
çam a receber os primeiros elogios.
Bem jovem, Drummond vai trabalhar como caixeiro numa casa comercial. Precocemente participava das reuniões do Grêmio, Dramático e Literário
Artur de Azevedo. Lá, ele recebe os primeiros convites para realizar conferências – um menino de 13 anos fazendo palestras sobre arte, literatura!
Aos 14 anos, Drummond vai para um internato em Belo Horizonte. No colégio não termina o segundo período escolar porque, adoentado, é obriga-
do a voltar para Itabira. Para não perder o ano escolar, Carlos começa a ter aulas particulares.
No ano seguinte, em 1918, já restabelecido, Drummond é novamente matriculado num colégio interno na cidade de Nova Friburgo, onde o seu talen-
to com a palavra vai ficando cada dia mais evidente. O seu irmão Altivo, percebendo que o jovem precisava ser incentivado, publica o poema em prosa
“Onda” num jornalzinho de Itabira. É o início.
A vida no internato não foi fácil para o jovem adolescente. Aos 17 anos, Carlos Drummond de Andrade desentende-se com seu professor de português.
A consequência desse incidente é a expulsão do colégio no final do ano escolar de 1919.
No ano de 1920, a família Drummond transfere-se para Belo Horizonte. A ida para a capital mineira abre novas portas ao adolescente. Os seus pri-
meiros trabalhos começam a ser publicados no Diário de Minas, e ele aproxima-se de escritores e políticos mineiros na Livraria Alves e no Café Estrela.
Dois anos depois, recebe um prémio pelo conto “Joaquim do Telhado” e publica os seus trabalhos no Rio de Janeiro. Apesar destas realizações na
área literária, Drummond, no ano seguinte, 1923, decide matricular-se na Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. O poeta, porém, jamais
irá exercer a profissão de farmacêutico.
Ainda estudante, em 1925, Carlos Drummond casa-se com Dolores Dutra de Morais e, formado, retorna a Itabira com a esposa e lecciona geografia
e português no Ginásio Sul-Americano. No ano seguinte, recebe convite para trabalhar no jornal Diário de Minas como redactor e decide retornar a
Belo Horizonte.
Em 1928, o seu poema “No meio do caminho” é publicado em São Paulo, na revista Antropofagia e transforma-se num escândalo literário.
Este ano de 1928 torna-se marcante para Drummond. Nasce a sua filha Maria Julieta, e o poeta vai trabalhar na Secretaria de Educação de Minas
Gerais. Dessa data em diante, Drummond ocupa vários cargos ligados às áreas de Educação e de Cultura dos governos de Minas e federal, trabalha
nos principais jornais de Minas e do Rio de Janeiro e vai publicando as suas poesias.
A fama chega, e Drummond torna-se um dos mais conhecidos autores brasileiros – os seus textos são traduzidos e lidos em diferentes países.
No dia 5 de Agosto de 1987 morre a sua filha Julieta; 12 dias depois, a 17 de Agosto, falece o poeta.

in Carlos Drummond de Andrade, A Palavra Mágica, 5.a ed., Rio de Janeiro –


São Paulo, Ed. Record, 1999 (texto adaptado)

Página 255
1.
a. É a palavra reduzida (+ ultra = ultra-reduzida).
b. A letra m (minuto; momento).
c. A palavra é “QUÊ” (se retirarmos as duas últimas letras, a letra “Q” lê-se “QUÊ”).
d. Mil capacetes ou mil cassetes.
e. Todos eles.
f. É a tua mãe.
g. Tem 9 elementos. Uma vez que cada rapariga partilha o mesmo irmão, existem 6 raparigas, 1 rapaz, o pai e a mãe.
h. Doze.
i. Um monte enorme.

Páginas 262 e 263


a.

OS DOZE DE INGLATERRA

(…) a viagem decorria tão bem que os marinheiros procuravam distrair-se, contando e ouvindo histórias. E foi assim que (…) Fernão Veloso decidiu
contar a história de Magriço e dos Doze de Inglaterra.
Era uma história de cavalaria, ocorrida no tempo do rei D. João I, genro do Duque inglês de Lencastre. Por essa altura, alguns nobres ingleses, fugin-
do ao respeito e honrarias devidas às damas, tinham insultado algumas senhoras britânicas, duvidando da sua honestidade. Havia, pois, que encontrar
quem, em torneio de cavalaria, as defendesse, combatendo em duplo os ofensores. Só que não foi possível encontrar entre os cavaleiros ingleses quem
estivesse disposto a enfrentá-los, defendendo as damas ofendidas.
Por isso, e em desespero de causa, o Duque de Lencastre enviou um mensageiro com cartas, em que as damas solicitavam ao Rei de Portugal que
as socorresse. De imediato, o Rei português escolheu, de entre os muitos voluntários, doze cavaleiros que deveriam partir numa armada que sairia do
Porto. Só que um deles, de nome Magriço, que gostava muito de viajar, decidiu fazer por terra a viagem, garantindo aos companheiros que lá estaria
com eles na data e hora combinadas.
No dia do torneio, e à hora aprazada, porém, de Magriço nem notícias, pelo que a dama que ele deveria vingar vestia de negro e estava muito cho-
rosa, apesar de os onze restantes cavaleiros se comprometerem a substituir o ausente.
E foi no momento exacto em que o torneio ia começar que surgiu, no meio de grande alvoroço, a cavalo, o bravo Magriço que, com os seus compa-
nheiros, vinha defender sua dama. Saíram vitoriosos os portugueses e foram durante longo tempo muito festejados, até regressarem à terra. Magriço,
porém, sempre desejoso de aventuras, ainda percorreu a Europa, prestando serviço de cavalaria aqui e acolá e consta que por lá se terá deixado ficar.

Os Lusíadas em prosa, adaptação de Amélia Pinto Pais, Areal Ed.

Página 266
3.1.
acto • 2
cena • 4
indicações cénicas • 6
cenógrafo • 5
dramaturgo • 1
encenador • 3

4.1. Quando se dirige ao Rei, Magriço usa um registo cuidado; com os outros cavaleiros, oscila entre um registo corrente e familiar.

Página 268
1. O Rei perguntou a Álvaro Gonçalves Coutinho se as damas inglesas também lhe tinham pedido a ele auxílio.
Magriço explicou que a mensagem tinha vindo destinada ao seu irmão mais velho, que morrera/tinha morrido em Ceuta.
2. No primeiro caso, as reticências assinalam a interrupção da fala, provocada pela surpresa causada pela presença de Magriço; na segunda situa-
ção, as reticências poderão marcar uma hesitação ou, o que parece mais provável dado o tom das falas seguintes, assinalar uma mudança de tom
de voz (trocista).
Páginas 269 e 270
a.
A PASSAGEM DO CABO BOJADOR
Julga-se que até 1421 os portugueses nunca ultrapassaram a zona do cabo Não. Até aí a costa ocidental de África era povoada. Havia aldeias, cam-
pos cultivados, água. Se os navegadores precisassem de se reabastecer podiam fazê-lo.
Para lá do cabo Não tudo se complicava bastante. Os navios corriam o risco de encalhar, porque se pensava que junto à costa não havia profundi-
dade suficiente para uma navegação segura. Além disso, a terra era muito seca, sem ponta de verde, pois tratava-se da orla do deserto do Sara. Seria
portanto impossível obter água doce ou mantimentos frescos.
Apesar das dificuldades, foi-se insistindo, avançando, procurando soluções. Mas um obstáculo parecia intransponível: o cabo Bojador. Naquela
zona, além dos baixios surgiam pedras traiçoeiras e correntes fortíssimas. Os cronistas referem que nas várias tentativas feitas para dobrar esse cabo
se perderam navios e tripulações.
E os homens tinham medo. Receavam a viagem de ida mas receavam sobretudo não poder regressar.
O infante, no entanto, não desistiu. Em 1433 escolheu Gil Eanes e enviou-o com a incumbência de dobrar o cabo Bojador. Esta tentativa falhou. Mas
no ano seguinte Gil Eanes voltou a partir por ordem do infante, que, segundo os cronistas, lhe terá feito um discurso encorajador. Desta vez tudo cor-
reu bem.
A barca onde viajava passou além do “terrível” obstáculo, usando apenas como instrumentos de navegação a bússola e a sondareza, que servia
para avaliar a profundidade do oceano. É fácil imaginar a alegria do navegador, embora não esteja descrita em lado nenhum.
Como não encontrou nem gente, nem bichos, nem coisas que pudesse trazer, apanhou umas ervas que no regresso seriam um testemunho da sua
proeza.
O infante ficou muito satisfeito ao saber da novidade e recompensou-o com terras, com o título de cavaleiro e com um bom casamento, que se cele-
brou na vila de Lagos, de onde Gil Eanes era natural.
Luís de Albuquerque, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada,
Os Descobrimentos Portugueses – Viagens e Aventuras, I vol., 4.a ed., 1991

b. Uma leitura possível: Gil Eanes surge rodeado de linhas emaranhadas que poderão simbolizar as águas do mar Tenebroso.
O Infante D. Henrique surge rodeado de objectos marítimos, trazidos como prova das descobertas realizadas pelos homens que ele enviou sucessi-
vamente para o mar. A presença da cor escura que domina o retrato de Gil Eanes é aqui substituída por tons claros e vivos, que poderemos inter-
pretar como significando a “luz” que se foi fazendo a cada nova descoberta. Ou seja: Gil Eanes e outros navegadores enfrentaram as trevas para que
se pudesse fazer luz.

Páginas 271 e 272

DEPOIS DO CABO
LUCINDA CANELAS
Quando nos pedem para nomear um livro que tenha ficado da infância é quase certo que nos venha à memória um dos que Sophia de Mello Breyner edi-
tou na Figueirinhas. Recordamos, sem esforço, Os Contos Exemplares, as florestas misteriosas de O Cavaleiro da Dinamarca, o mundo fantástico de A
Menina do Mar, as surpreendentes transformações de A Fada Oriana. É que Sophia compreende as crianças e, embora a geração dos jogos electrónicos
e das bandas desenhadas japonesas pareça não ligar às estórias mais tradicionais, o facto é que não lhe são indiferentes.
O Bojador, peça de teatro recentemente lançada pela Caminho, não tem os príncipes nem os cavaleiros dessas estórias, mas conta com a presença de
um ilustre infante e de um não menos ilustre navegador. Sophia escreveu-a no início dos anos 60 a pensar nas suas filhas, que então frequentavam o 3.° ano
do liceu, dedicando-a aos professores de história do seu país.
Em pouco mais de 30 páginas, O Bojador faz desfilar uma galeria de personagens que traduz alguns dos conflitos que caracterizaram a expansão portu-
guesa. No centro da acção, um rapaz que se deixa intrigar pelo olhar do Infante D. Henrique e que rejeita o pessimismo de um velho que não anda longe do
Velho do Restelo que Camões criou para condenar a epopeia lusíada.
Em causa está a conquista do “mar tenebroso”, o confronto com monstros marinhos, o domínio de ventos e tempestades. Em causa está a crença no
sonho humanista de um infante, um sonho que Sophia transporta para o discurso de um rapaz que acredita que Gil Eanes vai passar o Bojador.
No promontório de Sagres, o infante olha o mar, aguardando o regresso das suas caravelas. “Ele vê bem o que está longe”, diz a Mãe à Criança. “Era
melhor que visse o que está perto”, contrapõe o Velho. “Pois que há no mar? Distância, solidão, nevoeiro, abismos, temporais, sede, fome, naufrágios, morte.
Do mar não vem glória nem proveito.”
Mas o Velho engana-se. Vencendo o medo causado pelas lendas que ouviu contar nas Canárias, Gil Eanes dobra o cabo e vence o limite imposto à nave-
gação dos homens.
A Criança celebra a chegada da barca branca do navegador e o Infante escreve uma carta ao irmão D. Pedro, dando-lhe conta de que a viagem acaba-
ra de começar, de que a sua ciência nova não se aprendia nos livros e de que, em Sagres, continuava a comportar-se como um capitão à proa do seu barco.
Falando da “verdade do mundo encoberta à nossa espera”, O Bojador – acessível à interpretação infantil – foca um dos mais importantes episódios
da expansão, sem enfatizar o lado heróico de D. Henrique ou de Gil Eanes. Nas palavras de Sophia, são apenas dois homens que se encontram no dia
em que alguém, contrariando a profecia do Velho, voltou para contar que tinha dobrado o cabo.

O Bojador
AUTOR Sophia de Melo Breyner Andresen
ILUSTRADOR Henrique Cayatte
32 págs.
in Público, 16-12-2000
Página 273
1. Cinco: o Infante, a Mulher, a Criança, o Velho e o Rapaz. Apenas as três primeiras personagens estão em palco durante toda a representação.

Página 275

1. É o teatro de fantoches, representação pelo manuseamento de bonecos a que o sujeito lírico chama “bonecos de cachaporra”, referência às cenas
de pancadaria “protagonizadas” pelas personagens “de pasta e de trapo” [v. 11] (cachaporra: cacete; moca; pau grosso e curto que serve para bater).

“O teatro de fantoches representa uma das mais antigas e generalizadas formas de distracção pública. (…) O Roberto português adquiriu o seu nome
possivelmente da representação popularizada da figura de Roberto do Diabo, mas tem congéneres em quase todos os países.
O tipo mais frequente do fantoche português (diferente da marioneta, movida por cordéis) é o boneco de luva. O corpo do boneco é constituído por
uma espécie de luva a que a mão do fantocheiro imprime movimento.”

Maria Leonor Carvalhão Buescu, Dizer e Representar, Porto Editora

Página 280
Ao longo das unidades, foram apresentadas variadas propostas de actividades de escrita para apropriação de técnicas e de modelos e de escrita
expressiva e lúdica, de acordo com as orientações programáticas.
As actividades aqui apresentadas pretendem ser propostas lúdicas que proporcionem o prazer da escrita.
Elas constituem um “banco” de ideias e sugestões a “agarrar” pelo professor, em situação de aula, ou pelos alunos, livremente, fora dos tempos lectivos.
Quantas vezes os alunos se “queixam” de que não escrevem porque não sabem sobre o que falar, que tema desenvolver…
Talvez possam encontrar aqui a(s) ideia(s) que lhes falta(m).

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