Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1. O Iluminismo
A influência destes mestres foi muito grande em David F. Strauss (séc. XIX), filósofo e
teólogo alemão protestante. Ele sintetizou o sobrenatural e o natural no conceito de
mito. Declarou que os Evangelhos estão cheios de sagas, lendas criadas pela Igreja
apostólica sobre Jesus.
Finalmente, alguém assumiu claramente o que já estava oculto, que era o abandono da
doutrina da inspiração e inerrância das Escrituras. Johann Semler (séc. XVIII), teólogo
luterano alemão da Universidade de Halle fez a separação entre palavra de Deus e
Escritura Sagrada, e com isso rejeitou o conceito de inspiração. O cânon era uma
questão puramente histórica. As Escrituras deveriam ser entendidas como testemunhas
de uma época histórica específica – sem relevância para hoje. Insistiu também em
separar o AT e o NT. Esse conceito levou à rejeição da doutrina da revelação,
inspiração e da intervenção sobrenatural de Deus no mundo. Como resultado, a Bíblia
passou a ser estudada como qualquer outro livro, e o método histórico-crítico passou a
ser a única ferramenta que poderia descobrir a verdade.
Não demorou muito para que as igrejas européias atingidas por esta forma de
“cristianismo” começassem a se esvaziar. E este processo continua até o dia de hoje.
Graças a Deus já podemos observar uma reação na própria Alemanha, de estudiosos que
voltam a insistir em interpretar a Bíblia levando em conta o fato de que ela é a Palavra
de Deus, como Peter Stuhlmacher, Gerhard Maier e Eta Linnemann.
A ala progressista da Igreja Católica, influenciada por este tipo de abordagem da Bíblia,
também traduz e publica muito material desta linha, utilizando-se de editoras católicas.
Os cursos superiores de teologia das universidades católicas são via de regra dentro do
“estudo científico” da Bíblia.
Entretanto, não se pode dizer que o humanismo “teológico” no sentido descrito acima é
a linha predominante na Igreja evangélica brasileira, muito embora faça sentir sua
presença, especialmente nas igrejas mais antigas e históricas.
Talvez a maior ameaça hoje às igrejas evangélicas do Brasil seja algo oposto, mas que
ao final, leva ao mesmo efeito. Refiro-me ao experiencialismo e ao pragmatismo, que
também acabam por tirar a autoridade máxima da Palavra de Deus. Mas, sobre isto
falaremos em outra ocasião.
CONCLUSÃO
Não podemos desprezar e rejeitar tudo que vem do humanismo racionalista. A sua
influência nos estudos da Bíblia serviram para alertar a Igreja da necessidade de estudar
mais seriamente a Bíblia e utilizar-se de outras ciências que podem funcionar como
auxiliares da teologia. Por outro lado, precisa-se ter cuidado com os princípios por
detrás dos métodos de interpretação e das teologias surgidas debaixo do impacto do
racionalismo. Deus é deixado de fora como Aquele que existe e atua diretamente neste
mundo que Ele criou para a Sua glória.
Penso que devemos ter uma teologia, uma vida cristã e igrejas que sejam firmadas na
verdade, que valoriza os estudos e o desenvolvimento do conhecimento teológico, e que
por outro lado não abre mão da infalibilidade das Escrituras e sua autoridade para nós
hoje.