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Curso básico sobre

Educar é um Risco

para

educadores, professores, pais, assistentes sociais e


policiais carcereiros

Organizado por Clara Broggi, Giovanna Orlanda, Luisa Cogo

Copyright AVSI

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ÍNDICE

1. Introdução
2. A proposta do curso “Educar é um risco”
A origem da iniciativa
O objetivo e a pretensão do Curso
O valor do Método
A escolha dos instrumentos
3. Curso “Educar é um risco” – Quadro sintético
Descrição
Conteúdos
Público-alvo
Objetivos
Método
Instrumentos
Avaliação
Duração
4. Educação à totalidade – Primeiro Módulo
Texto de referência
Antecedentes
Objetivos
Conteúdos
Instrumentos
Atividades e duração
Instrumentos ou textos complementares
5. Tradição e presente – Segundo Módulo
Texto de referência
Antecedentes
Objetivos
Conteúdos
Instrumentos
Atividades e duração
Instrumentos ou textos complementares
6. Autoridade: Uma proposta existencial – Terceiro Módulo
Texto de referência
Antecedentes
Objetivos
Conteúdos
Instrumentos
Atividades e duração
Instrumentos ou textos complementares

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7. Verificação pessoal e crítica - Quarto Módulo
Texto de referência
Antecedentes
Objetivos
Conteúdos
Instrumentos
Atividades e duração
Instrumentos ou textos complementares
8. O risco da liberdade – Quinto Módulo
Texto de referência
Antecedentes
Objetivos
Conteúdos
Instrumentos
Perguntas para o encontro de acompanhamento
Atividades e duração
Instrumentos ou textos complementares
9. Acompanhamento – Sexto Módulo
Referências
Objetivos
Conteúdos
Instrumentos
Atividades

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1. Introdução

Uma teoria ou uma técnica pode ser aprendida por meio de um livro com objetivo de ser, posteriormente,
repetida e aplicada. Uma experiência, ao contrário, só pode ser vivida: só quando se torna parte de si
mesmo pode ser comunicada e partilhada com os outros.

Este texto nasce de uma experiência, conseqüentemente não pode ser lido simplesmente como um manual
ou uma soma de instruções a serem colocadas em prática, visto que esse tipo de leitura mudaria uma
proposta que só pode ser a comunicação de si mesmo, atraído e envolvido na aventura de um encontro que
muda a vida.

Essa experiência possui o seu ponto de origem e de contínua retomada na figura de um grande mestre,
Luigi Giussani, e é compartilhada por várias pessoas de diversas nações e tradições que, como nós,
ficaram surpresas, fascinadas e se modificaram a partir do encontro com esse mestre, pela sua incansável
comunicação de si mesmo, pelo seu modo de enfrentar a realidade toda e pelo seu empenho com os
grandes questionamentos sobre a vida comum a todos os homens.

O objetivo deste texto é descrever um dos cursos de formação, “Educar é um risco”, realizado na Uganda, a
partir de 2002, no âmbito dos projetos AVSI. O grupo que coordenou e realizou essa atividade, inicialmente
composto por duas voluntárias italianas da AVSI mais um professor universitário ugandense, foi
progressivamente enriquecido com a presença de outras sete pessoas que, participando dos cursos, se
envolveram no trabalho com maior afeição, por assumi-lo como uma hipótese de mudança da própria
profissão e da própria vida.

O curso desenvolve os temas descritos na obra de Luigi Giussani ”Educar é um risco” com particular
referência ao 1° capítulo, “Dinâmica e fatores do acontecimento educativo”, cuja leitura indicamos.

Não é a nossa intenção, de fato, reescrever o texto de Luigi Giussani ou usar o seu ensinamento como uma
inspiração a fim de propor algo diferente, criado por nós; desejamos simplesmente oferecer aos outros a
possibilidade de encontrá-lo, comunicando aquilo que a sua experiência produziu em nós, “usando” a
nossa pessoa como meio de relançar a sua proposta.

Ao longo desses anos, o curso “Educar é um risco” foi proposto na Uganda a 847 professores, educadores,
assistentes sociais, pais e policiais carcereiros, e obteve sempre uma resposta extremamente positiva,
fazendo com que os participantes solicitassem um aprofundamento posterior dos conteúdos a serem
seguidos capilarmente em seus trabalhos diários e envolvessem os colegas para realizarem no ambiente
escolar uma proposta educativa comum.
Esse fato comprova que a educação é um acontecimento que move a liberdade das outras pessoas
somente com a força de uma energia originada pelo fascínio, pela estima, pela devoção dos educadores a
alguma coisa que lhes aconteceu e lhes provocou.

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Essa é exatamente a nossa experiência no encontro com Luigi Giussani e é a ele e somente a ele que
pertecem os frutos do nosso trabalho.

2. A Proposta do Curso “Educar é um risco”

A origem da iniciativa

A possibilidade de desenvolver alguns conteúdos do “Educar é um risco” em um curso para professores e


educadores surgiu em 2002, em Kampala, no âmbito de um projeto AVSI, financiado pelo Pontifício
Conselho ”Cor Unum”, no qual estavam previstas também atividades de formação.
O primeiro passo foi o estudo sistemático do texto de Luigi Giussani por parte de um pequeno grupo de
apenas três pessoas.
O conceito de educação desenvolvido no “Educar é um risco” se fundamenta naquilo que está na origem do
nosso ser homem e se desenvolve como a experiência da relação com o mestre, que acompanha os alunos
na sua original abertura à realidade, desperta a consciência de si mesmo como um desejo de beleza,
verdade, justiça, felicidade e sustenta a sua busca de um significado para a vida unitário e completo.

A leitura do livro e a discussão dos argumentos foram verdadeiramente um acontecimento educativo: a


natureza da proposta de Luigi Giussani obrigou-nos a colocar em jogo a verdade de nós mesmos,
estimulou-nos a utilizar o seu modo de compreender o dinamismo original da nossa natureza como uma
nova possibilidade de “leitura” das nossas diversas experiências e nos facilitou compartilhá-las entre nós
livremente, criando assim um profundo vínculo de amizade e de estima recíproca.

Um outro fator que se tornou imediatamente evidente foi como o desafio e a possibilidade de mudança em
relação à situação ugandense: o conceito de natureza humana e, então, de educação, proposto por Luigi
Giussani, contesta a idéia comum de que a escolarização como tal seja um fator que cria desenvolvimento.
De fato, a simples possibilidade de ter acesso ao sistema escolar, da forma como a Uganga Policy of
Universal Primary Education introduziu como direito para todos os jovens ugandenses, não é suficiente, se
a educação formal não for concebida e vivida em consonância com a introdução ao significado total da
realidade. Somente essa experiência permite a maturação de uma personalidade consciente das suas
necessidades profundas, livre, unitária e, portanto, capaz de viver, criar e contribuir para o desenvolvimento
do próprio país.

Essa consciência e a intensidade do estímulo recebido nos fez sentir, com urgência, a responsabilidade de
compartilhar a proposta de Luigi Giussani, impulsionando-nos a trabalhar com a possibilidade de comunicá-
la por meio de cursos de formação e seminários, pois aquilo que tinha interessado às nossas pessoas
poderia ser uma ajuda também aos outros.

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O Objetivo e a pretensão do curso

O curso pretendeu e pretende introduzir no contexto educativo e pedagógico ugandense uma proposta
plenamente respeitosa da tradição das pessoas que encontramos, entretanto, ao mesmo tempo,
absolutamente inovadora. Parece-nos, de fato, que a ênfase que Luigi Giussani coloca sobre o valor da
tradição como ponto de partida para a abertura à realidade e, ao mesmo tempo, a ênfase da necessidade
de uma educação para a crítica, corresponde realmente à urgência da sociedade e da cultura local.
Vários fatores (a elevada difusão da AIDS e a consequente destruição da família, a influência da cultura, a
urbanização e a massiva emigração da população do norte do país por causa da guerrilha) empobreceram
a estrutura tradicional da sociedade e a sua capacidade de educar as novas gerações.
As conseqüências, sobre a consciência dos indivíduos e das comunidades são enormes: as pessoas agem
no âmbito de um sistema de valores, hábitos e costumes geralmente heterogêneos, entretanto vivem em
um contexto social e cultural pobre de referência e habituado a reduzir a educação à homologação, a
simples repetição de comportamentos e de conhecimentos socialmente reconhecidos.
No âmbito da sociedade ugandense se revela uma séria crise de identidade: a maior parte das pessoas, de
fato, reproduz funções, hábitos e credos diversos, adaptando-se àquilo que diferentes contextos lhes
solicitam; isso documenta a falta de um processo de maturação de personalidades que, possuindo o
significado da realidade, saibam dar a razão das suas escolhas e das suas convicções.

Julgamos também que nesse contexto, como em todos os outros, a primeira urgência seja de “mestres”
capazes de ajudar as pessoas a verificar aquilo que lhes é ensinado, a comparar vários ideais e tradições, a
desenvolver a capacidade de tomar decisões e de encontrar soluções pessoais e criativas.
A essa necessidade buscamos responder com o nosso trabalho; pensamos, de fato, que se possa contribuir
para um verdadeiro e efetivo desenvolvimento do país com a formação de pessoas conscientes de si
mesmas e do valor da realidade, cuja personalidade seja unida, porque ligada de modo crítico à própria
tradição e, que saibam viver e enfrentar as mudanças, expressando uma consciência da realidade e não
repetindo esquemas pré-definidos.

O valor do método

Como diz a etimologia da palavra, “método” indica uma estrada, um caminho.

Durante o curso, o nosso interesse é o de promover um efetivo diálogo porque sempre, e principalmente no
campo educativo, o primeiro e fundamental recurso é a pessoa: é somente a pessoa, de fato, que comunica
o entusiasmo da descoberta e da compreensão da realidade, o fascínio da ação, a abertura à aventura da
verificação pessoal e da criatividade.
Por isso, os nossos cursos são organizados e estruturados como exemplo de um método de aprendizagem
baseado no trabalho comum de verificação, comparação e avaliação de uma proposta que é interessante e
que nos fascina.
O resultado é sempre a experiência de encontrar novas pessoas, de fazer novas descobertas, de receber
importantes estímulos e criar novos vínculos.

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O valor do método está no fato de que o conteúdo não é uma idéia ou uma teoria, mas uma experiência que
vivenciamos e que comunicamos por meio da nossa própria atividade de formadores (a unidade que
vivemos entre nós; o modo como nos relacionamos com os participantes, como comunicamos o conteúdo,
como expressamos a nós mesmos, etc.) Em outras palavras, na experiência que propomos existe uma
identidade entre conteúdo e método.
Por isso, para nós, o método não é uma estratégia para transmitir conhecimentos pré-definidos ou
desenvolver competências e comportamentos rigidamente colocados, mas a verdadeira e eficiente partilha
daquilo que nós somos, vivemos e a que visamos.

A escolha dos instrumentos

A escolha dos instrumentos para o nosso curso é resultado da educação recebida de Luigi Giussani, aberta
a todas as grandes expressões do coração do homem.
Em particular, propomos sempre obras de grandes artistas, escritores, músicos, pensadores e educadores
também não pertencentes à cultura africana, exatamente para sublinhar o valor universal da proposta de
Luigi Giussani e a necessidade de conhecer a mais significativa documentação da nossa natureza assim
como os gênios sabem expressar. O gênio, de fato, representa aquilo que é comum a todos os homens e a
todas as culturas e nos ajuda na descoberta de nós mesmos, isto constitui o principal objetivo da educação.

A lista dos instrumentos é continuamente enriquecida com sugestões e contribuições das pessoas que
participam dos cursos; nos módulos indicaremos alguns desses instrumentos para oferecer uma
exemplificação do percurso seguido, bem conscientes de que é preciso identificar os mais adequados, seja
no decorrer das próprias atividades, seja em outros contextos.

3. Curso “Educar é um risco” – Quadro sintético

Descrição
É o curso “básico”, estruturado em 5 módulos e 1 acompanhamento

Conteúdos
O curso
o Apresenta a educação como um processo em que a pessoa torna-se consciente do
valor da sua existência e das necessidades mais profundas que definem a sua
humanidade: a necessidade de significado, de beleza, de verdade, de justiça, de
felicidade;
o Identifica o vínculo com a tradição, o relacionamento com o professor, a verificação
pessoal do aluno e a liberdade como fator original e inevitável do evento educativo;
o Oferece exemplos adequados segundo o tipo de destinatário.

Público-alvo

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O curso é voltado a professores, diretores de escolas, assistentes sociais, pais, policiais
carcereiros e a todas as pessoas cujo trabalho é baseado no relacionamento pessoal com os outros
(enfermeiros, counsellors, etc).
N.B. Sendo que educar é promover a autoconsciência e a liberdade e que essa tarefa é própria de cada ser
humano, o curso, adequadamente modulado, pode ser proposto a qualquer categoria de pessoas.

Objetivos
Os objetivos gerais são:
o Introduzir à consciência do desejo de totalidade como aquilo que caracteriza a
dimensão e a natureza humana;
o Envolver os participantes em uma experiência de educação como introdução à
realidade total;
o Introduzir à descoberta dos fatores originais e das dinâmicas do evento educativo;
o Despertar a consciência de que a educação é a comunicação daquela verdade que
já se tornou experiência própria;
o Introduzir à compreensão crítica da própria experiência;
o Introduzir à compreensão crítica da concepção comum de educação e dos
objetivos, métodos, comportamentos geralmente aceitos e utilizados no âmbito
pedagógico.

Método
Sendo que os conteúdos e os objetivos pedem que o curso seja uma nova experiência de
ensino/aprendizagem, o método tem o objetivo de envolver os participantes em uma atividade construtiva
fundada na reflexão crítica da sua experiência profissional e humana.

O método compreende:
o Uma clara e detalhada proposta de conteúdos por meio de encontros que ofereçam
uma hipótese precisa de trabalho, ainda que desenvolvidos de acordo com a
sensibilidade do formador e segundo uma abordagem participativa.
o Valorização da experiência pessoal, das situações de vida cotidiana ou dos
testemunhos significativos, introduzindo à verificação dos conteúdos e a uma
capacidade de juízo pessoal;
o Comunicação aberta e discussão livre entre os participantes e os formadores
visando introduzir o hábito de comparar posições culturais e ideais diversos;
o Abertura e respeito por cada experiência e posição cultural ou ideal diversas;
o Uso dos meios multimídias visando facilitar a compreensão do valore universal dos
conteúdos e oferecer ocasiões de aprofundamento.

Instrumentos

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Os seguintes instrumentos são utilizados para favorecer o aprofundamento dos conteúdos
e para facilitar a comparação com a experiência dos outros e a discussão:

• Documentação das experiências significativas


• Slides de arte
• Trechos literários
• Trechos musicais
• Filme
• Síntese dos pontos chaves de cada encontro.

Além disso, no final dos cinco módulos, serão propostas aos participantes as linhas
condutoras para a preparação das contribuições, inerentes as suas experiências após o
curso, com objetivo de apresentar no encontro de acompanhamento sucessivo.

Avaliação

Para a avaliação das atividades são usados seja o método “quantitativo”, seja o
“qualitativo”.
No início e no final do curso, será distribuído a todos os participantes um questionário
(conferir anexo 1) com o objetivo de permitir aos fomadores identificar e medir os seguintes
aspectos:

• o conhecimento e a compreensão das dinâmicas originais da educação;


• a capacidade de escolher objetivos centrais do desenvolvimento da personalidade
do educando (autoconsciência, capacidade crítica, liberdade);
• a capacidade de escolher um método de trabalho adequadamente centrado na
pessoa do jovem.

Seguindo as tabelas anexas ao questionário, o formador pode medir o nível de


compreensão dos conteúdos e fazer uma comparação entre os resultados antes e depois
do curso.
Todavia, a avaliação do impacto real da nossa proposta implica sobretudo a avaliação de
como os participantes traduzem uma nova consciência de sua tarefa na vida cotidiana.
Trata-se, no entanto, de um tipo de avaliação “qualitativa” que requer uma abordagem
holística e um envolvimento pessoal dos formadores e dos participantes em um
relacionamento livre.
Um dos objetivos do sexto módulo do curso (o acompanhamento que se realiza depois de
cerca de um mês do quinto módulo) é exatamente fazer esse tipo de avaliação. É solicitado,
de fato, a todos que o acompanharam, que relatem suas experiências e evidenciem os
pontos de novidades, de dificuldades e os desafios que vieram à tona, na atuação daquilo

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que lhes foi proposto. Isso permite aos formadores expressarem um juízo sobre a eficácia
do curso e, principalmente, identificar os passos mais adequados para o futuro trabalho
comum, bem como as pessoas mais interessantes, mais sensíveis e mais disponíveis a se
envolverem com a proposta.

Duração
A duração de cada módulo é de pelo menos 3 horas.

4. Educação à totalidade – Primeiro Módulo

Texto de referência
Luigi Giussani, “Educar é um risco” EDUSC, Bauru, 2004, pág. 13-17

Antecedentes
Tanto na mentalidade e na prática comum, quanto no âmbito pedagógico, a educação é geralmente
concebida e vivida como uma aquisição de modelos culturais, éticos ou comportamentais.
À importância atribuída aos aspectos cognitivos ou de valores corresponde a ausência de referência ao
desenvolvimento da autoconsciência do jovem como principal objetivo de cada intervenção educativa
autêntica e, portanto, também de um efetivo processo de aprendizagem.
Além disso, algumas vezes, o verbo “inculcar” é utilizado como sinônimo do verbo “educar”, exatamente
para indicar que o dever de um educador é “produzir” nos jovens determinados resultados, mesmo sem o
envolvimento da sua autoconsciência e da sua liberdade.
No mesmo sentido está o fato de que, falando sobre educação, muito raramente é mencionada a presença
de um mestre, de um adulto que seja capaz de conduzir à descoberta do significado e do valor da existência
e da realidade.
Isso é documentado também por meio da análise do questionário que foi dado aos participantes antes do
início do curso: à pergunta acerca da definição de educação, os entrevistados respondem o seguinte:

1. Para você, educar é:


• 90% propiciar conhecimentos e competências
• 2% receber valores morais e espirituais
• 0% introduzir à realidade
• 6% promover os conhecimentos, as competências e as capacidades técnicas,
científicas e culturais necessárias para favorecer o desenvolvimento da nação
• 2% adquirir comportamentos corretos e educados.

Objetivos
Os objetivos específicos desse módulo são os seguintes:
ƒ Introduzir à consciência de que a natureza humana como tal é definida pelo desejo de totalidade;
ƒ Introduzir à consciência do vínculo inevitável entre a educação e o respeito pela natureza humana e
pelas suas dinâmicas originais;

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ƒ Introduzir à consciência de que a realidade é o fator que determina o processo educativo e é
também, ao mesmo tempo, o cumprimento;
ƒ Introduzir à compreensão crítica da concepção comum de educação e dos objetivos, métodos,
comportamentos geralmente aceitos e utilizados no âmbito pedagógico.

Conteúdos
No decorrer desse módulo são desenvolvidos os seguintes conteúdos:
ƒ Educar é dirigir-se ao fator próprio e característico de cada homem: o coração;
ƒ O coração é um conjunto de exigências e evidências originárias;
ƒ O coração do homem é infinito: o seu desejo pode encontrar a realização e a satisfação somente na
totalidade;
ƒ O fator que move o coração do homem é a realidade;
ƒ A educação é a introdução à realidade, à realidade total;
ƒ A educação é introduzir ao significado completo da realidade (de fato a realidade é afirmada
verdadeiramente somente quando é afirmado o seu significado);
ƒ A educação é um caminho realizado em conjunto: é necessário que o educador esteja sempre
disponível a se fazer educar, também por meio do aluno.

Instrumentos
Filme:
“Karatê Kid”, diretor John G. Avildesen, 1984.
O filme é sugerido como instrumento para aprofundar alguns conteúdos do encontro e para facilitar a
discussão.

História:
Daniel, um adolescente americano, é várias vezes ameaçado e agredido por um bando de coetâneos que
pratica karatê. O senhor Miyagi, porteiro da residência em que vive, durante um desses episódios de
violência, intervém para ajudar, mostrando-se como um grande mestre de karatê. Miyagi aceita ser o
treinador de Daniel e, enquanto ensina karatê, estabelece com ele um relacionamento educativo que
abrange todos os aspectos da vida.

O filme permite destacar a importância dos seguintes pontos:

ƒ O educador não leva em consideração somente um único detalhe da vida do aluno (A necessidade
de Daniel de aprender o Karatê), porém lhe oferece uma companhia que abrange todos os seus
interesses (ex. a namorada), aumentando o seu horizonte de vida e introduzindo-o a um olhar “total”
da realidade;
ƒ O educador utiliza a realidade e situações concretas de vida como instrumentos da sua ação
educativa (treinando ao ar livre, pintura da cerca etc);
ƒ O educador não oferece ao aluno apenas o seu conhecimento e a sua competência, mas coloca em
jogo toda a sua vida no relacionamento educativo (Miyagi conta sobre a sua família a Daniel);

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ƒ O educador acompanha o aluno sem forçar a sua liberdade e a sua capacidade de agir segundo os
ensinamentos recebidos (no momento culminante da competição não lhe sugere quais movimentos
utilizar);
ƒ O educador não é educador por ser isento de limites e erros (Miyagi fica bêbado no dia do
aniversário da morte da sua esposa)

Atividades e duração
As atividades do módulo e a sua duração aproximada são as seguintes:
1. Questionário inicial 30 minutos
2. Aula 45 minutos
3. Discussão 30 minutos
4. Filme 110 minutos
5. Discussão 30 minutos

Instrumentos ou textos complementares


• Albert Camus, Mr Bernard, de Il primo uomo,
• Luigi Giussani, Messaggio per l’incontro delle Nazioni “Children in armed conflicts”
New York, 5 Giugno 2001
• Luigi Giussani, “L’esperienza elementare”, O Senso Religioso, cap 1, item 5
• Luigi Giussani, Com o infinito no coração, Passos, outubro 2001

5. Tradição e presente – Segundo Módulo

Texto de referência
Giussani, “Educar é um risco” EDUSC, Bauru, 2004, pág. 49-58

Antecedentes
Na cultura africana contemporânea, o debate sobre o valor da tradição, que possui uma forte conseqüência
também no campo educativo, é um tema delicado e ainda não resolvido.
Por um lado, de fato, é sublinhada a importância de voltar aos valores da tradição autêntica, em oposição à
colonização econômica e cultural por parte dos brancos. Trata-se de uma posição que visa desenvolver
uma peculiar identidade africana, porém não oferece nenhuma indicação sobre o modo como se comportar
em relação à cultura ocidental e à sua inevitável e massiva influência (globalização, massmídia, sistema
educacional, etc.)
Por outro lado, ao contrário, a tradição é considerada um sistema de vida primitiva e, portanto, é rejeitada e
negada. Essa posição não leva em consideração o fato de que a tradição é ainda vivida e influencia
ativamente a identidade da pessoa; rejeitar a tradição significa, portanto, rejeitar parte da identidade
pessoal, dividindo-a e fragmentando-a, e condenar a sociedade africana a sujeitar-se a valores e desvalores
do mundo ocidental.

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Objetivos
Os objetivos específicos do módulo são os seguintes:
• Desenvolver a consciência da importância da tradição como o ponto de partida dado
pela natureza para enfrentar a realidade;
• Desenvolver a consciência da importância da tradição para a definição da
identidade pessoal;
• Desenvolver o respeito por cada tradição;
• Desenvolver a consciência de que é tarefa do educador acompanhar o jovem na
verificação pessoal daquilo que recebeu por meio da sua própria tradição;
• Desenvolver a consciência dos perigosos efeitos oriundos da rejeição da tradição.

Conteúdos
Durante o módulo são desenvolvidos os seguintes conteúdos:
• Toda pessoa cresce dentro de uma tradição, um ambiente cultural que lhe
proporciona conhecimentos, valores, regras e hábitos;
• Todas as tradiçoes são positivas, porque o seu valor está na tentativa de resposta
às perguntas mais profundas do coração do homem;
• A tradição oferece um significado, uma hipótese de explicação da realidade;
• A tradição é o ponto de partida oferecido pela natureza para permitir ao homem
enfrentar e compreender a realidade;
• A tradição como hipótese explicativa da realidade é condição para dar certeza ao
jovem;
• As conseqüências da rejeição da tradição são a insegurança, a indiferença, a
alienação, a falta de comprometimento com a realidade, o ceticismo.

Instrumentos
Uma escolha de trechos musicais do “Concerto para violino e orquestra” de Ludwig Van Beethoven, 1806.
É sugerida a audição desse concerto porque a música de Beethoven, mesmo que não seja familiar à cultura
africana, expressa com grande força comunicativa o drama da relação entre a tradição a qual se pertence e
a sua própria singularidade pessoal.
A orquestra representa o papel de uma tradição forte, determinada; mas também materna, em conflito com
a personalidade do indivíduo, representado pelo violino.
O concerto, de fato, é um diálogo entre a orquestra e o violino; este último, com freqüência, tenta “escapar”
da tarefa que lhe é dada e criar e propor uma melodia sua, diferente. A orquestra fica surpresa e lhe dá
espaço para expressar-se com o seu pranto e o seu desejo de novidade, porém continuamente o chama a
união, repropondo o tema musical comum. Algumas vezes docilmente, outras vezes violentamente.
O violino continua a escapar, porém a sua melodia torna-se mais desesperada, perde a beleza e a
harmonia (primeiro movimento). Posteriormente (segundo movimento) o violino, completamente derrotado,
aceita uma nova sugestão da orquestra e volta a tocar junto com os outros instrumentos, mas a esse ponto
tudo muda: o fato de que o violino aceite fazer parte muda o comportamento da orquestra, que introduz uma
nova melodia, na qual o violino e o seu tema musical possuem o papel principal. No final (terceiro

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movimento) o retorno da união da orquestra produz uma dança festiva, o rondó, no qual o tema principal é
proposto pelo violino ou pela orquestra ou por ambos em um diálogo novo, livre e vivo.

O concerto permite aprofundar os conteúdos do encontro e destacar os seguintes pontos:

• A importância atribuída à tradição não é nunca a negação da unicidade da pessoa,


mas é, ao contrário, a condição para a sua afirmação: somente no vínculo com a
própria tradição um jovem pode crescer e a sua personalidade única pode
amadurecer;
• O vínculo com a tradição não significa aceitá-la passivamente, mas requer que seja
compreendida até o ponto de afirmá-la de um modo diferente e de renová-la (a
novidade floresce sempre da tradição);
• A adolescência é geralmente o período da vida em que explode o conflito com a sua
própria origem; somente a presença paciente e decidida de um educador garante à
busca do jovem a possibilidade de coerência e dá forma a uma geração de pessoas
com uma personalidade unitária e forte.

Atividades e duração
As atividades do módulo e a sua duração aproximada são as seguintes:

1. Síntese do módulo anterior 15 minutos


2. Aula 60 minutos
3. Discussão 30 minutos
4. Música 45 minutos
5. Discussão 30 minutos

Textos e instrumentos complementares


• Luigi Giussani “Aspectos do compromisso”, O senso Religioso, cap.4, item 4
• John S. Mbiti, The nature of this ch’ange, from African Religion and Philosophy, East African
Educational Publisher, Nairobi, 2002
• Mabel Imoukhuede, Hanging in the Middle Way, from Keith Cole, Kenya: Hanging in the
Middle Way, The Highway Press, 1959
• Janet Museveni, Belonging and cultural roots, de Forward: Situation Analysis of orphans in
Uganda, Ministry of Gender, Labour and Social Development, the Uganda AIDS
Commission, Novembre 2002
• Angelo Scola, da Giussani’s thought, Washington, Georgetown Conference Center, April 4-
5, 2003
• M. Katherine Tillman, Mentality and personalità: Newman and Giussani on Catholic
Education, Washington, Georgetown Conference Center, April 4-5, 2003
• Thomas S. Eliot, Tradition and the Individual Talent, de English Crítical Texts, Oxford
University Press, 1970, pág. 293-296

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6. Autoridade: Uma proposta existencial – Terceiro Módulo

Texto de referência
Giussani, “Educar é um risco” EDUSC, Bauru, 2004, pág. 59-61

Antecedentes
No campo educativo, o conceito de autoridade às vezes é correlato ao papel exemplar desenvolvido por um
adulto pela sua capacidade de coerência, pela sua preparação acadêmica ou ainda exclusivamente pela
sua idade; muito mais freqüente, todavia, exatamente como na mentalidade comum, pensa-se a autoridade
como um exercício de poder e como uma capacidade de influenciar as ações dos outros.
Esse modo de pensar é confirmado também pela análise dos questionários que foram preenchidos no início
do curso pelos participantes; de fato, ao pedido para fornecer uma definição de autoridade, as respostas
foram as seguites:

Segundo você, uma autoridade é:


• 60% uma pessoa com um papel na sociedade que lhe dá poder sobre os outros
• 33% uma pessoa que acompanha e ajuda os outros a crescer
• 3% uma pessoa que pode obrigar os outros a fazer algo
• 1% uma pessoa que pode decidir pelos outros
• 3% outro, isto é.......................................................................................................

Objetivos
Os objetivos específicos do encontro são os seguintes:
• introduzir à consciência da importância de uma figura com autoridade no processo educativo;
• introduzir à distinção entre o conceito comum de autoridade como poder e a figura de uma
autoridade como educador;
• introduzir à identificação, na própria experiência, de pessoas que se colocaram com autoridade e ao
reconhecimento da importância do papel delas;
• introduzir à consciência da responsabilidade de oferecer ao jovem uma proposta completa e
pessoalmente vivida.

Conteúdos
Durante o módulo são desenvolvidos os seguintes conteúdos:
• a autoridade é o locus da mais madura expressão da tradição;
• a autoridade é o locus de uma hipótese de leitura da realidade;
• a autoridade é o locus que permite o crescimento do jovem;
• a autoridade é o meu eu mais verdadeiro;
• a autoridade é a condição para a coerência do processo educativo.

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Instrumentos
Filme “O carteiro e o poeta” diretor Massimo Troisi e Michael Radford, 1994.
A projeção do filme é sugerida com o objetivo de aprofundamento de alguns conteúdos do encontro e para
propiciar sua discussão.

História: Mário, um carteiro semi-analfabeto, estabelece um profundo relacionamento com Pablo Neruda, o
famoso poeta chileno que vive em exílio numa pequena ilha italiana onde Mário também mora. Graças à
companhia cheia de autoridade do grande poeta, o horizonte de Mário se alarga e ele aprende a amar a
poesia, a conquistar o amor de Beatriz até casar-se com ela, a empenhar-se na política e a perceber a
beleza de sua ilha.

O filme permite sublinhar os seguintes pontos relativos aos conteúdos desenvolvidos no módulo:

• uma autêntica autoridade, através de sua vida, revela alguma coisa que já está presente no aluno,
da qual, porém, o aluno não tem consciência (lendo uma poesia de Pablo Neruda, Mário encontra
alguma coisa que expressa uma experiência que também é sua, mas de que nunca tivera
consciência);
• uma autêntica autoridade não dá soluções “fechadas” ou não sugere normas a serem observadas,
mas introduz a fazer experiência da realidade (quando Mário pergunta como se escreve uma
poesia, Pablo o convida a ir à praia e a observar);
• uma autêntica autoridade dá valor à experiência do aluno e lhe oferece novos elementos para julgá-
la e compreendê-la verdadeiramente (Pablo lê uma das suas poesias e ajuda Mário a usar a sua
experiência para compreendê-la);
• uma autêntica autoridade é disponível a aprender também com o aluno (quando Mário disse “O
mundo é uma metáfora de alguma outra coisa “, Pablo ficou admirado com essa observação);
• uma autêntica autoridade abre o horizonte do aluno, além do seu interesse particular (Mário
descobre a beleza de sua ilha que nunca havia notado antes, ou começa a interessar-se pela
política);

Atividades e duração
As atividades do módulo e sua duração aproximada são as seguintes:

1. Síntese do módulo anterior 15 minutos


2. Aula 30 minutos
3. Discussão 30 minutos
4. Filme 110 minutos
5. Discussão 30 minutos

Instrumentos/textos complementares
• Filme “Tutti insieme appassionatamente” diretor Robert Wise, 1965, (primeira parte, 100 minutos)
• Luigi Giussani, de “Leopardi come amico”, em “Tu o dell’amicizia”, Rizzoli, Milao, 2000, pp 29-51

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• Dante Alighieri, “Brunetto Latini”, em “A Divina Comédia”, I, XV, vv. 79-85
• Seneca, “Lettere a Lucilio”, 108.23.4
• Frank Mc Court, “Question Quigley” de “Angela’s Ashes”, Harper Collins Publischer, London, 1996

7. Verificação pessoal e crítica - Quarto Módulo

Texto de referência
Giussani, “Educar é um risco” EDUSC, Bauru, 2004, pág. 61-72

Antecedentes
Na cultura africana, a pessoa nunca é concebida individualmente, mas é sempre considerada em relação ao
grupo, à realidade social à qual pertence.
Essa tradição cultural tem conseqüências muito positivas no desenvolvimento da personalidade, porque
corresponde à verdadeira natureza do homem, que é estruturalmente um ser dependente e que pertence a.
Todavia, essa posição pode tornar-se perigosa se associada à tendência comum de enfatizar mais o valor
do grupo que a sua singularidade, a sua responsabilidade de enfrentar por si a realidade e de verificar
pessoalmente a proposta educativa que recebe. Assim, a preocupação de muitos “bons” educadores em
formar pessoas que possam adaptar-se à sociedade, corre o risco de criar uma sociedade compacta, mas
repetitiva, sem personalidades inovadoras e críticas capazes de dar uma contribuição livre e pessoal ao
bem comum.

Objetivos
Os objetivos específicos do módulo são os seguintes:
• Introduzir à consciência da importância da verificação pessoal no processo educativo;
• Introduzir à compreensão de que a crítica é a comparação de cada experiência com a própria
origem e não necessariamente um comportamento rebelde e negativo diante da realidade;
• Introduzir à compreensão da importância de desenvolver a capacidade crítica para o
desenvolvimento da personalidade do jovem;
• Introduzir à consciência de que o dever do educador é o de formar personalidades capazes de
inovação, de pensamento livre, de criatividade.

Conteúdos
Durante o módulo são desenvolvidos os seguintes conteúdos:
• é necessário convidar o jovem a comparar pessoalmente cada nova experiência com a própria
origem (coração e tradição);
• a verificação deve ser uma iniciativa do jovem: o educador não pode substituir-se a ele;
• a verificação pessoal é uma condição inevitável para uma autêntica educação, que é
necessariamente educação à crítica;
• a capacidade crítica não coincide com a negação ou com a dúvida; ao contrário, é o comportamento
de quem busca a razão e o valor de cada realidade e de cada experiência;

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• a necessidade dessa comparação requer uma incansável solicitação à responsabilidade pessoal do
jovem e à sua necessidade de empenhar-se ativamente com a realidade;
• as condições da verificação;
• as dimensões da verificação.

Instrumentos
Uma série de imagens sobre as obras e sobre a vida de Vincent Van Gogh (conferir CD anexo)
Van Gogh nasceu na Holanda em 1853 e morreu na França em 1891, foi um dos pintores europeus mais
conhecidos de seu século. Foi um grande artista e um grande inovador.
Para introduzir um público sem familiaridade com a leitura de obras de arte ao reconhecimento simples da
genialidade e da grandeza de Van Gogh, as imagens mostram inicialmente algumas de suas obras-primas.
Sucessivamente são apresentadas as obras que permitem compreender como a sua singularidade tinha
nascido de uma tradição e de uma relação com um outro pintor, Millet, por ele reconhecido e seguido como
mestre.

As imagens permitem destacar os seguintes pontos, relativos aos conteúdos do módulo:


• O jovem tem a responsabilidade de seguir, mas também de verificar pessoalmente a proposta
recebida do mestre;
• A autêntica fidelidade ao mestre não é a imitação passiva, mas a interpretação pessoal;
• A tradição representada pelo mestre é amada e respeitada somente se renasce como criação
pessoal; do contrário é mera repetição de formas e de hábitos sem raízes e sem significados;
• A novidade nasce da tradição, é o seu fruto maduro.

Atividades e duração
As atividades do módulo e a sua duração aproximada são as seguintes:

1. Síntese do módulo anterior 15 minutos


2. Aula 45 minutos
3. Discussão 30 minutos
4. Imagens de arte 30 minutos
5. Discussão 30 minutos

Instrumentos e textos complementares


• Charles Peguy, Realistic and Systematic,
• Luigi Guissani, Our purpose, da Introduction to the 1995 Edition of “Educar é um risco”
• Heinrich Schlier, The value of experience, do Fundamental lines of a Pauline theology
• Emilia Vergani, A method at Work, in Traces, 8, 2003

8. O risco da liberdade – Quinto Módulo

Texto de referência

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Giussani, “Educar é um risco” EDUSC, Bauru, 2004, pág. 72-74

Antecedentes
Na mentalidade comum, a liberdade é geralmente concebida como a possibilidade de agir e de escolher
sem ser obrigado; muito raramente a liberdade é associada à experiência da satisfação de um desejo. Além
disso, é muito propagada a convicção de que a liberdade do jovem seja um elemento de distúrbio do
processo educativo, que deve ser considerada com temor e desconfiança, como algo que precisa ser
contido para evitar danos, e não, ao contrário, como aquele fator não suprimível que deve ser educado e
direcionado para aquilo que é conforme à natureza humana.
Essa ordem cultural é confirmada também pela análise dos questionários que os participantes preencheram
antes do curso; de fato, ao pedido para fornecer uma definição de liberdade, as respostas são as seguintes:

Para você, a liberdade é:


• 2% a satisfação de um desejo seu
• 33% a possibilidade de escolher sem influência externa
• 60% a capacidade de escolher de modo justo, respeitando os outros
• 5% a ausência de vínculos

Objetivos
Os objetivos específicos do módulo são os seguintes:
• introduzir à consciência do dever de educar para a liberdade;
• introduzir à consciência de que a experiência da liberdade é sempre estimulada pela
satisfação de um desejo;
• introduzir à consciência de que os desejos do coração humano são satisfeitos, em última
instância, somente pela totalidade e que, portanto, a liberdade é maior quando tende à
totalidade;
• introduzir à consciência de que o jovem deve agir com crescente autonomia para poder
desenvolver a própria liberdade como capacidade de abrir-se à totalidade.
• Introduzir à compreensão de que a tarefa do educador é formar a personalidade capaz de
buscar a realização dos desejos do próprio coração.

Conteúdos
No decorrer do módulo são desenvolvidos os seguintes conteúdos:
• O objetivo da educação é formar um novo ser humano, por isso os fatores ativos do processo
educativo devem guiar o jovem a agir com crescente autonomia e a enfrentar o mundo por si;
• a crescente autonomia do jovem é um “risco” para a inteligência e o coração do educador e também
para seu amor próprio;
• o jovem desenvolve a própria liberdade como a capacidade de abertura à totalidade na comparação
com tudo;
• a liberdade é a satisfação dos desejos do coração humano que é feito para o infinito. Portanto a
liberdade é a relação com o infinito, abertura a isso.

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• a liberdade não é ausência de vínculos, pelo contrário, é pertencer a alguém;
• é necessária a figura de um “Mestre”, alguém que reevoque a correspondência dada pela abertura à
totalidade.

Instrumentos

Filme “Fuga para a vitória”, diretor John Huston, 1981.

História:
Um grupo de prisioneiros Aliados durante a Segunda Guerra Mundial aceita jogar uma partida de futebol
contra um time de militares alemães no principal estádio de Paris ocupado pelas forças nazistas. Trata-se,
na verdade, de uma tentativa de fugir da prisão. De fato, a fuga está prevista para o intervalo do jogo, porém
o grupo decide renunciar ao plano e voltar ao campo para não decepcionar a expectativa dos parisienses
que assistem à partida e para lhes dar a esperança de que seja possível vencer não só uma competição
esportiva, mas a guerra contra o Nazismo.

O filme permite destacar os seguintes pontos, relevantes aos conteúdos do módulo:


• a liberdade não é a ausência de obrigações, mas é a capacidade de agir segundo
as dimensões do coração humano, escolhendo os objetivos que mais correspondem
à totalidade (os jogadores se sentem livres quando decidem não fugir, perseguindo
assim um objetivo maior do que a própria liberdade individual);
• visto que o coração humano é feito para a totalidade, seguir os desejos maiores é
fascinante, mesmo que traga sacrifício (a escolha de rejeitar a possibilidade de fuga
é feita espontaneamente);
• decidir por uma verdadeira liberdade dá maior força e audácia à personalidade (no
segundo tempo, jogam muito melhor);
• A capidade de seguir os grandes desejos é suscitada e sustentada por um vínculo
significativo (os jogadores decidem voltar ao campo por um vínculo estabelecido
com os parisienses sob o jugo da ocupação nazista e pelo desejo de dar-lhes a
esperança de conquistar não só a vitória de uma partida, mas a própria
independência).

Perguntas para o encontro de acompanhamento


Terminado este módulo, são sugeridas algumas linhas guias para a preparação do encontro de
acompanhamento programado para o mês sucessivo.
Geralmente é solicitado aos participantes:
• descrever as novas experiências positivas de trabalho ligadas à proposta do curso;
• descrever as dificuldades encontradas;
• indicar argumentos para apronfudar ou temas para discutir para a melhoria da
qualidade do trabalho;

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• expressar qualquer sugestão útil.

Atividades e duração
As atividades do módulo e a sua duração aproximada são as seguintes:

1. Síntese do módulo anterior 15 minutos


2. Aula 45 minutos
3. Discussão 30 minutos
4. Filme 110 minutos
4. Discussão 30 minutos
5. Linhas guias para o encontro de acompanhamento 10 minutos

Instrumentos/textos complementarios
• Filme “Asas da liberdade”, diretor Frank Darabont, 1994 (142 minutos)
• Luigi Giussani, Liberdade, em “É possível viver assim?”
• Charles Peguy, O mistério da liberdade do homem, em “O mistério dos santos inocentes”
• Gilbert Cesbron, Robert Alano, de “Cani perduti senza collare”

9. Acompanhamento – Sexto Módulo

Referências
As linhas guias de trabalho dadas aos participantes no final do módulo 5 (Conferir pág..23)

Objetivos
Os objetivos específicos do módulo são os seguintes:
• propor uma visão geral da proposta “Educar é um risco” por meio das contribuições dos
participantes;
• fornecer esclarecimentos e sugestões em resposta às perguntas dos participantes;
• destacar os conteúdos fundamentais da proposta;
• sugerir/promover uma avaliação crítica dos objetivos, métodos e hábitos geralmente aceitos e
usados no campo educativo;
• avaliar a compreensão dos conteúdos e a qualidade do impacto da proposta sobre os participantes;
• identificar entre os participantes as pessoas mais interessadas na proposta, com o objetivo de
envolvê-las em um trabalho comum de aprofundamento e de verificação;
• sugerir e identificar modalidades para um posterior trabalho (temáticas para aprofundar em outros
cursos, monitoramento etc)

Conteúdos
• contribuições livremente propostas pelos participantes;
• síntese da proposta;

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• comentários e sugestões para um posterior trabalho.

Instrumentos
C.f. anexo 2: Contribuições e experiências dos participantes durante os encontros de acompanhamento

Atividades
1. Contribuições dos participantes e discussões 120 minutos
2. Síntese da proposta 30 minutos
3. Propostas de trabalho posterior 30 minutos
4. Questionários 30 minutos
5. Entrega dos certificados de participação e 30 minutos
cerimônia de encerramento do curso

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