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AGREGADOS
1) Introdução:
Uma vez que cerca de ¾ do volume do concreto são ocupados pelos agregados, não é de se
surpreender que a qualidade destes seja de importância básica na obtenção de um bom concreto,
exercendo nítida influência não apenas na resistência mecânica do produto acabado como,
também, em sua durabilidade e no desempenho estrutural. Procura-se, neste capítulo, apresentar
as principais propriedades dos agregados, analisando o seu grau de importância e
responsabilidade na geração das características essenciais aos concretos.
Podemos definir agregado como: material granular, inerte, com dimensões e propriedades
adequadas e isentos de impurezas prejudiciais.
• à origem;
• às dimensões das partículas;
• à massa unitária.
• naturais → já são encontrados na natureza sob a forma definitiva de utilização: areia de rios,
seixos rolados, cascalhos, pedregulhos,...
• industrializados → aqueles que são obtidos por processos industriais. Ex.: argila expandida,
escória britada, ...
Deve-se observar aqui que o termo artificial indica o modo de obtenção e não se relaciona com
o material em si.
a) Atividade – o agregado pela própria definição, deve ser um elemento inerte, ou seja:
- não deve conter constituintes que reajam com o cimento “fresco” ou endurecido.
- não deve sofrer variações de volume com a umidade.
- não deve conter incompatibilidade térmica entre seus grãos e a pasta endurecida.
b) Resistência Mecânica
- ao desgaste : a pasta de cimento e água não resiste ao desgaste . Quem confere esta
propriedade aos concretos é o agregado.
Ao desgaste superficial dos grãos de agregado quando sofrem “atrição”, dá-se o nome
de abrasão. A resistência à abrasão mede, portanto, a capacidade que tem o agregado de não se
alterar quando manuseado (carregamento, basculamento, estocagem). Em algumas aplicações do
concreto, a resistência à abrasão é característica muito importante, como por exemplo em pistas de
aeroportos, em vertedouros de barragens e em pistas rodoviárias, pois o concreto sofre grande
atrição.
A resistência à abrasão é medida na máquina “Los Angeles”, que consta, em essência,
de um cilindro oco, de eixo horizontal, dentro do qual a amostra de agregado é colocada
juntamente com esferas de ferro fundido.A NBR 6465 trata do ensaio à abrasão, dando as
características da máquina e das cargas de agregado e esferas de ferro. O cilindro é girado durante
um tempo determinado, sofrendo o agregado atrição e também um certo choque causado pelas
esferas de ferro. Retirada do cilindro, a amostra é peneirada na peneira de 1,7mm; o peso do
material que passa, expresso em porcentagem do peso inicial, é a “Abrasão Los Angeles”.
4) Agregados Naturais:
4.1) Areia natural: considerada como material de construção, areia é o agregado miúdo.
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A areia pode originar-se de rios, de cavas (depósitos aluvionares em fundos de vales cobertos
por capa de solo) ou de praias e dunas.
As areias das praias não são usadas, em geral, para o preparo de concreto por causa de sua
grande finura e teor de cloreto de sódio. O mesmo ocorre com as areias de dunas próximas do
litoral.
• Preparo de argamassas;
• Concreto betuminoso – juntamente com fíler, a areia entra na dosagem dos inertes do concreto
betuminoso e tem a importante propriedade de impedir o amolecimento do concreto betuminoso
dos pavimentos de ruas nos dias de intenso calor);
• Concreto de cimento (constitui o agregado miúdo dos concretos);
• Pavimentos rodoviários: constitui o material de correção do solo;
• Filtros – devido a sua grande permeabilidade, a areia é utilizada para a construção de filtros,
destinados a interceptar o fluxo de água de infiltração em barragens de terra e em muros de
arrimo.
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5) Agregados Artificiais:
5.1) Definições:
a) Pedra britada: agregado obtido a partir de rochas compactas que ocorrem em jazidas, pelo
processo industrial da cominuição (fragmentação) controlada da rocha maciça. Os produtos
finais enquadram-se em diversas categorias.
b) Areia de brita ou areia artificial: agregado obtido dos finos resultantes da produção da
brita, dos quais se retira a fração inferior a 0,15 mm. Sua graduação é 0,15 /4,8mm.
c) Fíler: agregado de graduação 0,005/0,075mm. Seus grãos são da mesma ordem de grandeza
dos grãos de cimento e passam na peneira 200 (0,075 mm). É chamado de pó de pedra.
O fíler é utilizado nos seguintes serviços:
- na preparação de concretos, para preencher vazios;
- na adição a cimentos;
- na preparação da argamassa betuminosa;
- como espessante de asfaltos fluidos.
d) Bica-corrida: material britado no estado em que se encontra à saída do britador. Pode ser
classificada em primária ou secundária. Será primária quando deixar o britador primário, com
graduação aproximada de 0/300mm, dependendo da regulagem e tipo de britador. Será
secundária quando deixar o britador secundário, com graduação aproximada de 0/76mm.
f) Restolho: material granular, de grãos em geral friáveis (que se partem com facilidade). Pode
conter uma parcela de solo.
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a) Usos
A NBR 7211, que padroniza a pedra britada nas dimensões hoje consagradas pelo uso, trata de
agregado para concreto. Não obstante isso, e apesar de as curvas granulométricas médias dos
agregados comerciais não coincidirem totalmente com as curvas médias das faixas da Norma,
emprega-se o agregado em extensa gama de situações:
- Argamassas: em certas argamassas de enchimento, de traço mais apurado, podem ser usados
a areia de brita e o pó de pedra.
- Pavimentos rodoviários: para este emprego, a NBR 7174 fixa três graduações para o
esqueleto e uma para o material de enchimento das bases de macadame hidráulico, graduações
estas que diferem das pedras britadas.
- Lastro de estradas de ferro: este lastro está padronizado pela NBR 5564, e consta
praticamente de pedra 3.
- Aterros: podem ser feitos com restolho, obtendo-se mais facilmente, alto índice de suporte do
que quando se usam solos argilosos.
6) Agregados Industrializados:
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O principal uso que se faz da argila expandida é como agregado leve para concreto, seja
concreto de enchimento, seja concreto estrutural ou pré-moldados – com resistência de até
fck∼ 30MPa. O concreto de argila expandida, além da baixa densidade de 1,0 a 1,8, apresenta
muito baixa condutividade térmica – cerca de 1/15 da do concreto de britas de granito.
Blocos e painéis pré-moldados usando argila expandida prestam-se bem a ser usados como
isolantes térmicos ou acústicos, no que são auxiliados pela baixa densidade do material, que
pode variar de 6 a 15 kN/m3, contra 26 do concreto de brita de granito ou de basalto.
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a) Hematita: a hematita britada constitui os agregados miúdo e graúdo que são usados no
preparo do concreto de alta densidade (dito “concreto pesado”) destinado à absorção de
radiações em usinas nucleares (escudos biológicos ou blindagens). O grau de absorção
cresce com o aumento da densidade do concreto
b) Barita: pela sua alta densidade, a barita também é usada no preparo de concretos densos.
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A NBR 7251 (ABNT, 1982) –Agregado em estado solto: determinação da massa unitária- propõe
para a determinação da massa específica aparente do agregado o uso de um recipiente metálico em
forma de paralelepípedo, de volume (V) conhecido. A amostra seca é nele colocada sem qualquer
adensamento, procurando-se desse modo reproduzir a situação da obra, quando o operário
transporta o agregado em baldes ou padiolas, sem adensamento.
É de grande importância essa determinação, pois é a partir dela que se faz a transformação dos
traços em peso para volume e vice-versa. Em termos médios, os agregados apresentam massa
específica aparente da seguinte ordem:
• areia fina 1520 kg/m3
• areia média 1500 kg/m3
• areia grossa 1480 kg/m3
• brita 1 1450 kg/m3
• brita 2 1420 kg/m3
• brita 3 1400 kg/m3
• seixo rolado 1500 kg/m3
A massa unitária aproximada dos agregados comumente usados em concreto normal varia de 1300 a
1750 kg/m3
Para muitas rochas comumente utilizadas, a massa específica varia entre 2600 e 2700 kg/m3.
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c) Índice de Vazios: é a relação entre o volume total de vazios e o volume total de grãos.
Vv
i=
Vg
No caso dos agregados miúdos o espaço intergranular é menor que nos agregados graúdos,
porém a quantidade destes espaços vazios é bastante superior, por isso podemos dizer que os
totais de espaços vazios nos agregados miúdos e graúdos independem do tamanho máximo dos
grãos. A mistura de agregados miúdos e graúdos, entretanto, apresentará, sempre, um menor
volume de vazios.
d) Compacidade (c): é a relação entre o volume total ocupado pelos grãos e o volume total do
agregado.
Vg
c=
Va
e) Finura: quando um agregado tem seus grãos de menor diâmetro que um outro, diz-se que ele
tem maior finura.
f) Área específica: é a soma das áreas das superfícies de todos os grãos contidos na unidade de
massa do agregado. Admite-se para área da superfície de um grão, a área da superfície de uma
esfera de igual diâmetro; o grão real tem, contudo, superfície de área maior que a esfera. A
forma dos grãos de brita é irregular e sua superfície extremamente rugosa; para a mesma
granulometria, os agregados com grãos mais regulares têm menor superfície específica.
Umidade:
Chama-se de inchamento o aumento do volume aparente do agregado miúdo quando úmido. Este
aumento é produzido pela separação entre os grãos da areia devido à película de água que se forma
em torno do grão provocando um afastamento entre as partículas. Assim, na realidade, num
mesmo volume tem-se menos material.
Nos agregados graúdos, os tamanhos dos vazios são muito maiores que a espessura da película de
água, não ocorrendo o inchamento.
Esse fenômeno deve ser levado em consideração na medida do volume da areia para os traços de
concreto em volume.
h
Pah = Pas 1 +
100
h% = percentual de umidade
I% = percentual de inchamento
I Vah= volume de areia úmida
Vah = Vas 1 + Vas = volume de areia seca
100
Pah = peso de areia úmida
Pas = peso de areia seca
PENEIRAS
Série Normal Série Intermediária
76 mm -
- 64 mm
- 50 mm
38 mm -
- 32 mm
- 25 mm
19 mm -
- 12,5 mm
9,5 -
- 6,3
4,8 mm -
2,4 mm -
1,2 -
0,600 -
0,300 -
0,150 -
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Curvas Granulométricas
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Exemplo:
MATERIAL
PENEIRAS (mm) % SIMPLES % ACUMULADO
RETIDO (g)
4,8 30
2,4 70
1,2 140
0,6 320
0,3 300
0,15 120
Fundo 20
Σ = 1000g
Obs. Na tabela anterior todas as peneiras são da série normal, por isso para o cálculo do
módulo de finura somou-se todos os percentuais retidos acumulados. Atenção!
Na tabela acima, o diâmetro máximo do agregado é 4,8 mm, pois é na peneira 4,8 mm
que o percentual retido acumulado é igual ou imediatamente inferior a 5%.
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8.2) Forma dos grãos: os grãos dos agregados não tem forma geometricamente definida.
a) Quanto às dimensões:
Com relação ao comprimento (c), largura (l) e espessura (e), os agregados classificam-se em
alongados, cúbicos, lamelares e discóides, conforme sejam as relações entre as três
dimensões, que definem o coeficiente de forma.
A forma dos grãos tem efeito importante no que se refere à compacidade, à trabalhabilidade e
ao ângulo de atrito interno.
Concretos preparados com agregados de britagem exigem 20% mais água de amassamento do que
os preparados com agregados naturais, sendo os grãos lamelares os mais prejudiciais. Apesar
disso, concretos de agregados de britagem têm maiores resistências ao desgaste e à tração, devido
a maior aderência dos grãos à argamassa.
8.3) Substâncias nocivas: são aquelas existentes nas areias ou britas que podem afetar alguma
propriedade desejável no concreto fabricado com tal agregado.
b) Teor de cloretos (encontrados nas areias de dunas e praias) os cloretos têm efeito
danoso em concretos destinados à estruturas armadas, porém são utilizados como aceleradores
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de pega. O cloreto ataca o aço das armações de modo que a seção reta de uma barra pode
crescer até 16 vezes o tamanho original, lascando o concreto e expondo a armação, reduzindo a
capacidade de trabalho das peças estruturais. O teor máximo de cloreto de sódio é 0,08% do
peso da areia.
c) Argila em torrões partículas presentes nos agregados, suscetíveis de serem desfeitas pela
pressão entre os dedos polegar e indicador, (nos agregados miúdos o máximo é de 1,5%, em peso
seco)
d) Material pulverulento material impalpável que pode ser encontrado na superfície dos grãos
do agregado graúdo, o qual pode prejudicar a aderência da argamassa, reduzindo o desempenho do
concreto. Nos concretos submetidos ao desgaste superficial, o percentual máximo em peso de
material pulverulento é de 3,0% e para os demais concretos, 5%.
g) Óleos: podem atacar quimicamente o concreto. Penetram nos poros do concreto seco e, por sua
ação lubrificante reduzem a resistência do mesmo, podem destruir a aderência entre a argamassa,
os grãos e a armação, resultando na desagregação do concreto.
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