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SOTOMAIOR, Gabriel de Barcelos & XAVIER, Luiz Gustavo Vidal.

Um sonho sonhado na
Sicília:imaginário e memória na obra de Giuseppe Tornatore.

ESTUDOS DA COMUNICAÇÃO
Um sonho sonhado na Sicília: imaginário e memória na obra de Giuseppe Tornatore
Gabriel de Barcelos Sotomaior (aluno da Facom/UFJF – bolsista BIC/UFJF) e Luiz
Gustavo Vidal Xavier (aluno da Facom/UFJF – bolsista do PET/Facom/UFJF)
RESUMO:
Este trabalho analisa a obra de Tornatore e suas possíveis leituras. A presença de um
elemento-personagem em cada filme, que exercita o imaginário de todos. A questão da
Sicília, como o grande lugar da nostalgia. A província, presente na memória, que enfrenta
o moderno e permanece como passado perdido, que atormenta a lembrança.O interior, a
poética região do sul da Itália, o momento feliz de fundação da vida serão o eterno retorno
na vida dos personagens. Elementos como a mulher e o cinema são figuras mágicas,
motivos de obsessão e fascínio dos protagonistas.

PALAVRAS-CHAVE:

CINEMA ITALIANO – MEMÓRIA - IMAGINÁRIO

1 - INTRODUÇÃO:

Este trabalho se propõe a analisar a obra do cineasta italiano Giuseppe Tornatore.

Devido a uma escassa bibliografia e pouco material específico sobre o diretor, buscamos

elementos, dentro de sua própria obra, que nos permitiram identificar um estilo próprio,

talvez, um cinema tornatoriano. Para isso, iremos analisar três de seus oito filmes: Cinema

Paradiso, Estamos todos bem e Malena.1

A obra do cineasta pode se caracterizar pelo título que dá nome a esse trabalho:

Imaginário e memória. Estes elementos são recorrentes em sua obra. O cineasta da

nostalgia, como muitos o chamam, é um diretor que sempre escolhe algum elemento

1
mágico, que mexe com a imaginação de todos. Nota-se sempre a presença de algum objeto

de sedução, que povoa a mente dos personagens do filme e do espectador: o cinema,

representado por Alfredo e Morrelli em Cinema Paradiso e O homem das estrelas; a

música, representado pelo pianista 1900 em A lenda do pianista do mar; o pai, sintetizado

na figura do humilde Matteo que enfrenta o impacto da modernidade, em Estamos todos

bem; a mulher, na pela da personagem título Malena.

Ao tratar de acontecimentos na vida de um vilarejo qualquer no sul da Itália,

Tornatore consegue falar de forma universal, não apenas do homem italiano, mas do

homem de todo o mundo, de todo e qualquer lugar. 2

É constante em sua obra, a figura da Sicília, seus personagens peculiares, seus

valores morais, suas deficiências, suas líricas paisagens. Segue uma tradição italiana de

retratar o povo simples do interior, presentes tanto no cinema fascista quanto no neo-

realismo:

“O neo-realismo não nasce de uma experiência de tabula rasa a respeito do cinema


precedente, isto é, o cinema do regime fascista. Pelo contrário, existem não poucos
elementos de continuidade com o cinema precedente. O apelo a uma realidade cotidiana,
aos traços ‘regionais’ e ‘aldeãos’ da vida nacional (contrapostos ao cosmopolitismo
cinematográfico e literário), tinha sido um componente importante do debate cultural do
período fascista(... ).” 3

Está presente claramente o choque entre o antigo, poético, provinciano e o

moderno, pragmático, urbano. O novo, a força do capital, a loucura das cidades, muitas

vezes sufocando ou destruindo o inocente, o belo. Realiza, com isso, uma reflexão sobre a

modernidade. 4

1
Este artigo é um baseado na monografia, de mesmo nome. No trabalho mais extenso foram utilizados outros
dois filmes do diretor, O homem das estrelas e A lenda do pianista do mar..
2
Mostra-se aí a tradição neo-realista de retratar não um homem qualquer, mas todo e qualquer homem.
3
COSTA, Antonio 1985
4
Ismail Xavier afirma que a experiência do cinema “constitui talvez a matriz fundamental de processos que
ocupam hoje os pesquisadores dos ‘meios’ ou o intelectual que interroga a modernidade e pensa questões
estéticas do nosso tempo. (XAVIER, Ismail 1991)

2
A memória e a nostalgia são dois temas recorrentes nos filmes de Tornatore,

sempre buscando um elo com o passado e com a história. A região da Sicília é o universo

perdido da lembrança. A infância, a criação neste universo, é a presença eterna de quem

vai para a metrópole. Este universo poético da Itália e esta relação, quase patológica, com o

tempo perdido é, sem dúvida, a grande influência de Fellini e a grande ponte entre os dois.

Luis Fernando Veríssimo fala sobre a relação com o país europeu:

“(...) Fellini serve-se de sua terra e de seus conterrâneos com a


inocente perversidade de um filho mimado. Ele próprio já descreveu a Itália como uma
‘mãe` absorvente, cálida, protetora e sufocante, que inferniza a vida dos filhos, mas longe
da qual é impossível viver. É a imagem é perfeita. No resto do mundo, o Estado é uma
proteção paterna: na Itália, La Mama reina absoluta. (...) Quem escapa do seu regaço tem
cicatrizes para alisar pelo resto da vida. (...)” 5

O local Sicília e o período no qual se vive lá tornam-se um espaço e um tempo

sagrado. É o local de origem, de fundação. Os personagens de Tornatore vivem um eterno

retorno, uma eterna busca por este mundo. 6

2 – POESIA E IMAGINÁRIO NA OBRA DE GIUSEPPE TORNATORE:

2.1 Cinema Paradiso ( Nuovo Cinema Paradiso, 1989)

“ Há algum tempo perguntaram a várias personalidades qual era o filme de sua


vida. Curiosamente os dois filmes mais citados, Amarcord e Cinema Paradiso, são
evocações da infância em que o cinema é referência comum. Como não eram filmes tão
antigos assim,sua escolha foi uma maneira indireta de a maioria fazer uma ligação direta
entre cinema e nostalgia, e dizer que a nossa relação o cinema é sempre a de fascinação
infantil. (...) Amarcord e Cinema Paradiso são os filmes da nossa vida literalmente. (...)” 7

5
(VERÍSSIMO, 2003)
6
“É preciso dizer desde já que a experiência da não-homogeneidade do espaço constitui uma experiência
primordial, que corresponde à fundação do mundo. (...). Contudo, na experiência do espaço profano ainda
provêm valores que, de algum modo lembra a não homogeneidade específica da experiência sagrada de
espaço. Existe, por exemplo, locais privilegiados, qualitativamente diferentes dos outros: a paisagem natal os
sítios dos primeiros amores, ou certos lugares na primeira cidade estrangeira visitada na juventude.(...)”. “O
tempo sagrado, se apresenta sob o aspecto paradoxal de um tempo circular, reversível e recuperável, espécie
de eterno presente mítico que o homem reintegra periodicamente pela linguagem dos ritos. (...) O tempo
sagrado e forte é o tempo de origem, o instante prodigioso em que uma realidade foi criada, em que ele se
manifestou, pela primeira Vaz, plenamente, o homem esforçar-se-á por voltar a unir-se a este tempo original.
(ELIADE, 2001)
7
(VERÍSSIMO, 2003)

3
Segundo filme de Tornatore, Cinema Paradiso foi o responsável por dar um

reconhecimento mundial ao diretor italiano. Marca, sem dúvida, a sua carreira

cinematográfica, sendo considerado seu filme mais importante. Nele, o diretor utiliza uma

linguagem metalingüística e faz um registro totalmente passional da arte cinematográfica,

possuindo elementos autobiográficos que mostram o amor do diretor por seu objeto de

trabalho.

O filme inicia-se com a chegada do cineasta Salvatore em casa, de madrugada. Ele

recebe a notícia da morte de seu antigo amigo Alfredo, tradicional projecionista do Cine

Paradiso, cinema de sua cidade natal, Giancaldo, na Sicília. A partir daí, começa uma

viagem por sua memória, em busca de seu passado, que se confunde com as origens da sua

paixão pelo cinema. Aquele ambiente urbano, de um solitário apartamento e da companhia

de um de seus amores frustrados, é substituído pelas suas mágicas lembranças.

Nos é apresentada, a relação entre o menino Totó (Salvatore) e Alfredo. Totó é um

apaixonado por cinema, realizando coisas como utilizar o dinheiro do leite dado por sua

mãe para consumar o seu amor, gastando com a sessão. Observa, escondido, o trabalho do

projecionista, tendo como sonho permanecer na sala de projeção, o que é sempre proibido

de fazer por Alfredo. O menino representa todo o anseio de uma população, que vê a

sétima arte como complemento de suas vidas e respostas aos seus sonhos e inquietudes:

“Do desejo do sonho participam o gosto e o amor pelo cinema. Na falta da


aventura espontânea que nossas pálpebras deixarão fugir ao despertar, vamos às salas
escuras em busca de sono artificial e talvez do estimulante capaz de estimular nossas
noites solitárias.” 8

Este local é um microcosmo de toda a vida daquele povo. Lá, se desenvolvem o

amor, o sexo, a maternidade, a memória. A província é retratada com todas as suas

características, seus personagens interessantes, como o mendigo que acreditava que a praça

4
principal da cidade era posse dele, e o homem que só ia para o cinema para dormir, além

da figura castradora da Igreja. Totó representa não só aquela comunidade interiorana, rural,

mas qualquer cine-espectador. Ele tem aquela relação de fascínio e descoberta, assim como

qualquer cinéfilo do mundo. Alfredo, por sua vez, é a própria representação do cinema. Ele

é o misterioso objeto de investigação do jovem. Assim como esta nobre arte, ele é simples,

mais cheio de sabedoria, é extremamente acolhedor e carismático, e seu trabalho, e o efeito

que causa nas pessoas é único.

Após um acordo feito entre os dois, em que o menino fornece uma “cola” para

Alfredo passar em uma prova, Totó ganha o direito de ajudá-lo com a projeção. A partir

daquele momento, passamos a ver aquela grande amizade, que marca a harmonia entre

cinema e espectador. Após um acidente no Cine Paradiso, o velho trabalhador tem que se

aposentar, e o menino assume o projetor, invertendo as posições. Este é um marco na vida

do futuro cineasta, que de passivo, passa ser ativo na arte cinematográfica.

O cinema confunde-se com a vida de Totó. Isto fica claro na cena em que está

andando na rua com sua mãe, após a descoberta da morte de seu pai na guerra. Ao ver o

colorido cartaz de E o vento levou... , não consegue esconder o sorriso. Quando está

pensando em sua namorada, já mais velho, durante uma exibição externa de um filme, fala

em voz alta: “Acabe verão de merda, num filme já teria acabado, fade out e um belo

temporal”. Logo após, começa a chover, e como uma mágica cinematográfica, sua amada

aparece.

A relação entre a província e o mundo é clara em um diálogo entre os dois amigos.

Alfredo acredita que Totó, contando com a maioridade, deveria abandonar Giancaldo,

apenas voltando anos mais tarde. “Todos temos uma estrela para seguir. Vá embora! Esta

terra é má. Quando se está sempre aqui, sente-se no centro do mundo. Parece que nada

8
Cf. DESNOS, Robert 1991. In: XAVIER, Ismail

5
muda, nunca. Fica longe um ano, dois, e ao voltar, mudou tudo. Algo se quebrou. Não

acha a quem procura, nada mais é seu. Deve-se ir embora por muitos anos, para

encontrar na volta a sua gente, a terra onde nasceu”.

Totó volta, então, à sua terra de origem, como um Ulysses ou um filho pródigo que

retorna à casa do pai. Durante o percurso do enterro, observa o efeito da modernidade

sobre a cidade, com os out-doors atrapalhando a beleza e o mendigo “dono da praça”,

disputando espaço com os automóveis estacionados. Após o enterro, visita os escombros

do Cine Paradiso,como se pisasse nas marcas de todo o seu passado. Os restos dos cartazes

de filmes pornográficos mostram a decadência do lugar, assim como a declaração do

Napolitano, antigo dono do Paradiso, revelando uma crítica e uma posição pessimista de

Tornatore em relação ao cinema hoje : “A crise, a televisão, o vídeo cassete... Hoje o

cinema é só um sonho”. Todos assistem depois a demolição do Cine Paradiso 9 , como se

estivessem vendo a destruição de suas próprias vidas. Tudo leva a um profundo

questionamento do já velho Salvatore sobre a sua busca de um passado perdido e sua

relação com tudo isso que deixou para trás: “Está tudo diante de mim. Como se estivesse

ficado aqui.” Marca a forte característica de Tornatore de buscar o elemento memória e a

reflexão sobre a modernidade.

2.2.Estamos todos bem (Stanno tutti benne, 1990)

Terceiro filme de Tornatore, Estamos todos bem narra a vida de Matteo, que vive

em uma balneário na Sicília, sempre esperando a visita de seus filhos no verão. O velho,

interpretado por Marcello Mastroianni, tem uma vida solitária e conversa com um

personagem que seria sua mulher, representada através de uma câmera subjetiva. Os temas

9
Como complemento ao trabalho, seria interessante destacar os filmes que são assistidos pelos dois
protagonistas. São eles: Adeus às armas, As aventuras de Robin Hood, No tempo das diligências, O médico e
o monstro, A terra treme, Ulysses, Bas-Fonds.

6
da solidão e do abandono familiar na nossa sociedade são tratados de maneira delicada

pelo diretor italiano.

Matteo decide após muito esperar, ir em busca de suas cinco “crianças”10 . Sempre

com a foto de sua família na carteira, o velho exibe com empolgação e orgulho a todos que

estão no mesmo vagão do trem que o leva até a cidade, explicando minuciosamente a vida

de cada filho. A história daquela família só gera tédio naquelas pessoas, mostrando o

isolamento daquele siciliano sonhador entre as desinteressadas figuras da vida moderna A

fotografia registra uma homenagem feita por seus filhos a ele, quando todos vestiram-se de

personagens de ópera ( Matteo é fascinado por canto lírico). Essa profunda ligação com um

belo passado, é acentuada ao chegar em Roma e deparar-se com o triste mundo urbano.

Passa ver seus filhos ainda como crianças na rua e vive lembrando os momentos felizes de

sua família. Como não poderia deixar de ser, a memória é um tema recorrente na obra de

Tornatore, e neste sentido:

“(…) o cinema pode agir de forma análoga à imaginação: ele possui a


mobilidade das idéias, que não estão subordinadas às exigências concretas dos
acontecimentos externos mas às leis psicológicas da associação de idéias. Dentro da
mente, o passado e o futuro se entrelaçam com o presente.”11

O ponto de vista do velho pai é o que nós, espectadores, vivenciamos. Assim, a

questão da sua relação com o moderno mostra-se quando ele tenta ligar para um de seus

filhos e sempre atende a secretária eletrônica. “Não consigo falar com uma voz que parece

vir da geladeira. Dá a impressão que o mundo para ”, é o que afirma Matteo. Toda vez

que fala com o aparelho então, a imagem da multidão na rua se congela. A questão da

vivência de suas lembranças também está o tempo todo na visão do velho. Quando vai

conseguindo encontrar seus filhos, a figura deles ainda na infância é que é visualizada.

10
A personagem de Mastroiani diz que seus filhos serão eternamente crianças para ele
11
MUNSTERBERG, Hugo 1991 In: XAVIER, Ismail

7
Podemos notar isto novamente, na sua mania de sempre querer tirar fotografias de tudo e

na vontade de ficar no mesmo hotel de sua lua-de-mel, no mesmo quarto, como forma de

resgatar o passado perdido.

O tempo todo permanece sem rumo, imerso naquele universo urbano desconhecido.

Sua sinceridade e a beleza do seu jeito de ser não se enquadram naquele meio. Ao ouvir

um pedido de esmola de um homem que afirma ter três filhos, rebate com inocência e

simpatia, dizendo que tem cinco. O homem então nada compreende e vai embora,

enfurecido. Em outro momento, reage a um assalto perguntando quantos anos tem o jovem

criminoso, e quando se irrita com o rapaz, lhe dá alguns tapas típicos de uma reação

paterna.

A procura por sua família, torna-se um gradativo processo de decepção. Descobre

que os filhos o enganam o tempo todo, inclusive escondendo a morte de um dos irmãos e

fica chocado quando descobre que seu neto adolescente será pai. A relação que passa ter

com eles marca um sentimento em relação ao homem moderno. O sonho sendo derrubado

pelo descaso e o egoísmo. Quando está no trem de volta para casa, já não mostra ânimo ao

falar de sua família.

Esta sua melancolia o faz ficar doente, fato que pela primeira vez reúne a família.

Faz uma reflexão ao final sobre a criação de seus filhos. Decepciona-se por ter exigido de

forma demasiada deles. Aconselha então, ao final, que seu neto eduque seus filhos para

serem pessoas quaisquer, e não pessoas especiais.

2.5. Malena (2000)

Num pequeno vilarejo da Sicília, na década de 40, em plena guerra e sob o poder do

ditador fascista Mussolini, a bela Maddalena, vivida por Monica Belucci, é o elemento

mágico que mexe com a imaginação do jovem Renato. O amor platônico do rapaz, de

8
endeusar seu objeto de desejo, o marca profundamente. É a partir daí que ele vive o

momento de deixar de ser um menino e se tornar um homem.

Renato é o personagem-narrador que mergulha em uma relação de fascínio por um

ser misterioso, inatingível. Também, podemos fazer um paralelo com Totó, que assim

como Renato, observava escondido, admirando sua paixão inatingível.

O amor do menino é totalmente realizado no campo das idéias. É em sua

imaginação que ele se relaciona com Malena, “a mulher de sua vida”. Ele é o herói e ela a

mocinha em filmes dos sonhos eróticos do menino (novamente a referência ao cinema).

Assim como Matteo de Estamos todos bem, que visualiza a imagem de criança de seus

filhos no lugar da imagem atual, Renato vê a imagem de Malena na prostituta que tira a sua

virgindade, no prostíbulo em que foi levado por seu pai.

A descoberta do amor, da sexualidade e o despertar do desejo, são os temas

presentes nesta obra de Tornatore. Na verdade, todo encantamento que a Malena gera na

cidade e em Renato, é o mesmo que o cinema proporciona ao habitantes do vilarejo em

Cinema Paradiso. Sua beleza atiça os desejos dos homens da cidade, nos seus passeios

diários, quando vai visitar o pai, mas também atiça a inveja das mulheres.

A protagonista carrega consigo segredos e mistérios. Talvez esses sejam os motivos

para tanta fascínio. Quem é aquela bela mulher? É uma pergunta que povoa a mente de

todos e acaba por mexer com a imaginação dos homens, inclusive, de Renato. A sua

feminilidade é associada ao segredo que carrega. Isso que é extremamente envolvente.

Aquela deusa viva é uma lembrança eterna de Renato, como mostra sua última fala no

filme: “O tempo passou e amei muitas mulheres. E ao me abraçar perguntavam-me se ia

me lembrar delas. Do fundo do coração, achei que sim, mas a única de quem nunca me

esqueci foi a única que nunca perguntou...”.

9
4 - CONCLUSÃO:

Sem dúvida alguma, Giuseppe Tornatore é um dos mais importantes diretores do

cinema italiano contemporâneo. Sua maior contribuição à sétima arte está num estilo

próprio de colocar a poesia em cada fotograma de seus filmes

O seu cinema também é um espaço de sonho, de magia, de imaginação, de fantasia,

de idealização. Não deixa de ser um espaço, também, que funciona como ponto de fuga de

uma modernidade caótica, urbana, industrial, tecnológica. Tratar da simplicidade, da

nostalgia de algum passado melhor, talvez mais feliz é uma questão que se coloca

permanentemente na obra do cineasta.

O que este trabalho pretendeu mostrar é que o diretor consegue dar um estilo

próprio a cada produção, utilizando o cinema como arte, referência, tema, pano de fundo

e/ou protagonista de suas histórias, realizando, assim, um cinema tornatoriano.

5 - BIBLIOGRAFIA E SITES CONSULTADOS:

COSTA, Antonio. Compreender o cinema. Editora Globo: São Paulo, 1989


ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano .Martins Fontes: São Paulo. 2001
VERÍSSIMO,Luís Fernando. Banquete com os deuses. Objetiva: Rio de Janeiro, 2003
XAVIER, Ismail (org) A experiência do cinema. Editora Graal: Rio de Janeiro, 1991

http://www.terra.com.br/cinema/drama/malena
http://www.geocities.com/instituinte/christianlendapianista
http://www.estado.estadao.com.br/editoriais
http://www.planetaeducação.com.br/cinema/cinema_paradiso.asp
http://www.bestofsicily.com/mag
http://www.cinecitta.it/cinemai/registi/tornatore.htm

6 – FILMES CONSULTADOS:

Cinema Paradiso ( Nuovo Cinema Paradiso, 1989)


Estamos todos Bem (Stanno tutti benne, 1990)
O homem das estrelas (L’uomo delle stelle, 1995)
A lenda do pianista do mar (La leggenda del pianista sull’oceano,1998)
Malena (idem,2000)

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