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Manual
de Apoio
Aos pais, professores
e interessados
Manual
de Apoio Sumário
Aos pais, professores
e interessados Introdução..............................................................3
A criança e as emoções........................................3
Sobre o livro...........................................................4
A generalização.....................................................4
O cansaço e a tranquilidade................................9
Meltdown................................................................10
Condiderações finais...........................................11
Este manual pretende abordar a dificuldade que tropeçam quando o assunto é autocontrole
que algumas crianças têm na compreensão das e gestão das emoções.
emoções e dar dicas para que seja mais provei-
tosa a leitura do livro Faísca Explica: as Emoções. A criança e as emoções
Se para um adulto lidar com as emoções já é
Introdução uma tarefa difícil, imagine para uma criança!
Pensando no rumo natural da vida, à medida Para elas, a dificuldade é natural, afinal, estão
que vamos sentindo e vivenciando momen- aprendendo como é viver.
tos que nos trazem felicidade, tristeza, alegria,
Algumas delas vão se desenvolver bem emocio-
chateação, alívio, desapontamento, conforto e
nalmente enquanto outras enfrentarão dificul-
frustrações, por exemplo, vamos ligando essas
dades que impactarão diretamente na capacida-
emoções e sensações às lembranças das situa-
de de fazer amigos, manter amizades, suportar
ções que as despertaram, associando e compre-
frustrações, superar desafios e seguir regras. Isso
endendo como e quando elas surgem.
se deve ao fato das emoções influenciarem os
Esse processo nos leva naturalmente a buscar comportamentos de forma positiva ou negativa.
situações que nos causam prazer e, ao mesmo
Caso a criança apresente dificuldades orgânicas
tempo, evitar aquelas que são desagradáveis,
ou transtornos que dificultem a compreensão e o
elaborando, inclusive, formas de resolvê-las ou
manejo das emoções, como aquelas que se encon-
minimizá-las.
tram no espectro autista, esses obstáculos podem
No entanto, é fácil identificar em nosso círculo ser ainda mais significativos.
de amigos, na família ou no trabalho, pessoas
Em qualquer caso, trabalhar a educação emo- A generalização
cional de forma constante e divertida é funda-
A partir das evidências retratadas no livro, po-
mental para a construção e manutenção de uma
demos ajudar a criança a identificar o que sente
base emocional sólida que garanta equilíbrio e
em situações que evoquem a mesma emoção ou
tranquilidade no dia a dia. Foi pensando nisso
sensação, possibilitando que ela se compreenda
que a ideia deste livro nasceu.
melhor e promova associações com situações
vividas ou presenciadas. Isso se chama genera-
Sobre o livro
lização, que é o que mais buscamos em todas as
No “Faísca explica: As Emoções”, a personagem situações de estimulação cognitiva.
principal, um cachorro, consegue interpretar o
Quando a generalização ocorre de fato, a crian-
que seu dono sente e, através de observações e
ça adquire habilidade de identificar espontane-
comparações com as próprias vivências, o ajuda a
amente o sentimento em si mesma e no outro,
compreender as emoções e sensações que expe-
além de conseguir pensar e agir adequadamen-
rimenta em vários momentos da sua vida, além
te em uma dada situação, respeitando e se co-
de criar estratégias que consigam confortar seu
locando no lugar do próximo. As contribuições
melhor amigo em situações não tão agradáveis.
destes aprendizados são fundamentais para a
Com a ajuda da grande habilidade empática desta vivência em sociedade.
personagem, o Faísca, é possível explorar emoções
Para facilitar o processo de generalização, todas
e sensações que seu dono, o Gui, expressa e, por
as características das emoções foram descritas e
meio de evidências, tatear todas as características
ilustradas com exemplos que as crianças vivem
presentes em cada momento.
corriqueiramente e que trazem aquela sensação
de “ah, é isso que eu senti naquele dia! ”, ou ain- adas e trabalhadas através das referências e en-
da “nossa, minha amiga estava assim na semana sinamentos encontrados no livro, mas sempre
passada e eu não sabia o que era”. levando em conta as particularidades pessoais
afinal cada criança tem sua rotina e sua vivência
Quanto maior o número de situações que a
e são esses detalhes que nos tornam únicos.
criança conseguir generalizar com os exemplos
e emoções mostradas no livro, melhor. Por isso O bracelete das emoções ajuda muito nesse pro-
é fundamental que as emoções que surjam na cesso na medida em que pode acompanhar as
vida da criança sejam aceitas, validadas, nome- crianças em todos os momentos, configurando
uma lembrança e uma referência concreta e
permanente das emoções e da regulamentação
emocional.
Emoções básicas:
alegria, tristeza, medo,
surpresa, raiva e nojo.
O cansaço e a tranquilidade
Porém, nem tudo que está no livro são emoções
de fato. O cansaço e a tranquilidade, na realida-
de, são estados físicos.
A tranquilidade se define como a ausência de
agitações, inquietações ou perturbações. Nesse
estado, a pessoa se sente com um bem estar ge- Um exemplo disso é o que acontece quando che-
ral que facilita a percepção, observação e gestão gamos em casa após um longo dia de trabalho
das emoções. extenuante e deixamos de lado nossas obriga-
ções para podermos descansar.
O cansaço, por outro lado, pode dificultar o ma-
nejo e a produção de respostas adaptativas às Para nós adultos essa é uma ação calculada pois
situações desagradáveis. temos ciência das consequências das nossas es-
colhas, tais como o acúmulo de tarefas.
Todas as nossas ações necessitam de energia
para serem realizadas, até mesmo pensar. Nossos Já a criança pode não ter essa noção, o que impli-
neurônios são células e, tal como nossas fibras caria em um possível conflito caso haja uma real
musculares, precisam de nutrientes e descanso necessidade de que o dever dela seja cumprido.
para repor tudo o que foi gasto durante o dia. E é aí que temos outro impasse.
Mesmo sem nos darmos conta disso, acabamos Saber identificar quando se está cansado e fa-
por modificar nossas ações quando estamos zer uso de estratégias para recuperar o ânimo e
com nossas reservas de energia se esgotando. a energia, facilita muito o manejo das emoções.
Meltdown O que fazer nos momentos de crise
Atualmente, crianças possuem rotinas tão in- Na página 22, vemos algumas ideias tais como
tensas quanto a de um adulto. Além da escola, é “usar palavras para dizer como se sente e o que
comum encontrar os pequenos em casa somente deseja que aconteça, de forma respeitosa”, “fazer
à noite depois do treino de artes marciais, nata- algo que gosta”, “escrever ou desenhar” e “aper-
ção, inglês, ballet, cursos diversos, treino de fute- tar uma bolinha antiestresse”.
bol, handebol, vôlei e por aí vai.
Caso a crise já esteja acontecendo, para acalmar
Logo, o cansaço na vida deles está muito mais podemos tentar “respirar profundamente três
presente, o que propicia a ocorrência do meltdown, vezes ou contar até dez devagarzinho”, “pedir
uma espécie de colapso que, quando acontece, faz ajuda”ou “se afastar para acalmar”.
com que o indivíduo, seja ele criança ou adulto,
perca o controle sobre suas ações, podendo levar
até a quadros de agressão.
A busca pela generalização deve ser deixada de
lado neste momento respeitando-se, assim, as
consequências orgânicas do meltdown, tais como
aperto no peito, dores de cabeça e no corpo, ta-
quicardia, tremores, desconforto e mal-estar ge-
neralizado.
Lembre-se de adaptar as estratégias à criança, Tudo isso também é um aprendizado para
respeitando as possibilidades e gostos individuais. nós adultos que buscamos um auxílio para
ajudar quem mais precisa, pensando sem-
Outro ponto importante é sempre levar a crian-
pre na qualidade de vida que podemos pro-
ça a pensar nas consequências de suas ações, re-
porcionar.
lacionando a reação dela com o que aconteceu
depois, sem esquecer de mencionar as reações Mínimas mudanças em nossa vida podem
de outras pessoas. Será que passou dos limites? fazer uma grande diferença para os pe-
Poderia ter agido de forma melhor? Como outras quenos, aliviando angústias e propiciando
pessoas se sentiram? Ela mudaria alguma coisa uma vida mais feliz.
se vivesse a mesma situação novamente?
O segundo livro desta coleção Faísca Explica:
Mãos à obra!
Quando é bom pedir um tempo apresenta ideias
práticas que facilitam a identificação de situa-
ções de potencial estresse e o desenvolvimento Cristiane Carvalho e Renato Gallo
de um plano de ação pessoal.
Considerações finais
Destacamos que é fundamental sermos empáti-
cos e respeitosos para que consigamos, efetiva-
mente, entender o que a criança está sentindo e
ajudá-la a ter autocontrole.
Manual Aos pais,
professores e
de Apoio interessados
CRISTIANE CARVALHO
RENATO GALLO
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