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Hidráulica geral II
UNISAVE
Maxixe
2020
Eugénio Silvano Mausse
Hidráulica Geral II
UNISAVE
Maxixe
2020
Índice
1.Introdução ............................................................................................................................. 5
4.Aquíferos .............................................................................................................................. 9
5.3.Aquíferos Porosos............................................................................................................ 10
8.Armazenamento específico................................................................................................. 13
15.Conclusão ......................................................................................................................... 25
Ao atravessar um meio poroso o fluido o faz através dos vazios existentes entre as partículas. As
dimensões dos espaços vazios, ou poros, seguidos pelos fluidos em escoamentos dependem de
factores variáveis entre os quais: tamanho da partícula, sua esfericidade ou forma geométrica e
da rugosidade de sua superfície (FRANCIS, 1980).
A velocidade linear do fluido através dos vazios é muito difícil de ser directamente determinada.
Porém pode ser expressa em função da velocidade linear superficial do trecho percorrido, como a
de um fluido através de uma seção transversal total não obstruída, imaginando o corpo como se
constituído por diversas seções de espessura infinitamente pequenas e paralelas, como se fossem
fatias e pelos factores variáveis acima mencionados, do mesmo modo que a distância percorrida.
Essa dificuldade se prende ao fato de a grande maioria dos meios porosos serem formados por
arranjos aleatórios das partículas e ainda dependerem dos já citados factores
Será considerado o arranjo cúbico de canal livre (Figura 02 a), em decorrência do factor
esfericidade e do tamanho da partícula de argila ser muito pequena (diâmetro médio inferior a
0,005 mm), fazendo com que os valores de porosidade quando considerados como espaço de
vazios em uma seção recta do meio poroso, por onde o fluido escoa, sejam praticamente um o
dobro do outro.
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Sendo:
Onde:
Q = vazão;
A = seção transversal;
=espessura do meio;
=perda de carga.
Dentre outras, Allen Hazen sugere outra fórmula que condiciona o meio e a temperatura. Nela, a
granulometria do meio é representada pelo diâmetro das partículas que correspondem a
determinada percentagem do todo. Essa dimensão característica é representada pelo diâmetro das
partículas que são maiores que aquelas que constituem 10% do peso do material. A fórmula de
Hazen é a seguinte:
( )[ ]
Onde;
= coeficiente que depende do meio, variando desde 700 a 1 000 para a areia limpa e uniforme,
a 400 para a areia suja, o talhe efetivo (que caracteriza a granulometria) em e a
temperatura em .
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3. Água no solo
A água subterrânea é originada predominantemente da infiltração das águas das chuvas, sendo
este processo de infiltração de grande importância na recarga da água no subsolo. A recarga
depende do tipo de rocha, tipos de solos, cobertura vegetal, topografia, precipitação e da
ocupação do solo. A utilização desta água pode ser feita através de poços caseiros e profundos,
conforme a profundidade alcançada.
3.1.Lençol freático
Pode ser definido como sendo reservatório subterrâneo de água doce, onde a chuva que se infiltra
no solo fica armazenada a uma profundidade relativamente pequena, até se deparar com um
maciço rochoso ou com um solo praticamente impermeável. Dependendo da forma e a
proximidade com a superfície, o lençol freático pode chegar a formar uma nascente.
4. Aquífero
Um aquífero é toda formação geológica subterrânea capaz de armazenar água e que possua
permeabilidade suficiente para permitir que esta se movimente. São verdadeiros reservatórios
subterrâneos de água formados por rochas com características porosas e permeáveis que retém a
água das chuvas, que se infiltra pelo solo, e a transmitem, sob a acção de um diferencial de
pressão hidrostática, para que, aos poucos, abasteça rios e poços artesianos.
São através dos aquíferos que os cursos de águas superficiais (rios, lagos, nascentes, fontes,
pântanos e afins) são mantidos estáveis e o excesso de água é evitado através da absorção da
água da chuva.
Já a porosidade é a propriedade que determina a quantidade de água que pode ser armazenada em
uma rocha. A porosidade é determinada pelo volume de poros vazios em relação ao volume total
da rocha.
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5. Classificação de Aquíferos
Aquíferos podem ser classificados de várias formas. De acordo com o armazenamento da água,
podem ser:
5.3.Aquíferos Porosos
Esses tipos de aquíferos apresentam poros por onde a água circula. São comummente formados
por rochas sedimentares consolidadas (os detritos apresentam-se ligados por um cimento, como é
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o caso das brechas) ou não consolidadas (os detritos não estão ligados entre si, como no caso das
dunas) e solos arenosos. Representam os tipos de aquíferos mais importantes, pelo grande
volume de água que armazenam, e por sua ocorrência em grandes áreas.
5.5.Aquíferos Cársticos
São formados em rochas carbónicas, como o calcário. Constituem um tipo peculiar de aquífero
fracturado, onde as fracturas, devido à dissolução do carbonato pela água, podem atingir
aberturas muito grandes, criando, verdadeiros rios subterrâneos.
Os aquíferos podem ser isotrópicos ou anisotrópicos. Quando o fluxo de água dentro do aquífero
( ) ocorre de modo homogéneo em todas as direcções, temos um aquífero isotrópico.
O fluxo de água dentro de um aquífero tem duas componentes: horizontal ( ) e vertical ( )
Aquíferos semiconfinados geralmente são anisotrópicos com valores muito diferenciados de
e .
A quantidade de água de um aquífero pode ser expressa através de três variáveis distintas:
capacidade de estocagem ( ), capacidade específica de estocagem ( ) e produção específica
( )
Em um aquífero confinado, temos a seguinte igualdade:
Onde:
Em aquíferos freáticos, quando ocorre uma descida do nível de água, os espaços preenchidos
pela água passam a ser preenchidos por ar. No entanto, devido aos fenómenos de adesão, entre as
paredes dos vazios e as moléculas de água, e de coesão, atracção entre as moléculas de água,
parte dessa água permanece nos vazios. Assim, a relação entre o volume de água retido nos poros
e o volume total designa-se de retenção específica ( ). Por sua vez, a cedência específica ( )
corresponde à relação entre o volume de água cedida durante a drenagem por unidade de área
horizontal do aquífero e unidade de descida do nível freático.
Onde:
7. Coeficiente de armazenamento
O volume de água liberado por um aquífero, que se caracteriza pela sua produção específica, é
avaliado através do seu coeficiente de armazenamento, , que é a parcela de água libertada por
um prisma vertical de base unitária e com a mesma altura do aquífero, quando a altura
piezométrica é reduzida de um comprimento unitário. O coeficiente de armazenamento é
adimensional.
8. Armazenamento específico
O armazenamento específico, , representa o volume de água que pode ser liberada da unidade
de volume do aquífero, correspondente ao rebaixamento unitário da altura piezométrica. Tem
como dimensão , e pode ser relacionado ao coeficiente de armazenamento segundo
as expressões:
Para aquíferos freáticos: ;
Para aquíferos artesianos: .
Sendo a espessura do aquífero.
9. Lei de Darcy
Na dinâmica dos fluidos e hidrologia, a lei de Darcy é uma equação
constitutiva fenomenológica derivada que descreve o fluxo de um fluido através de um meio
poroso. A lei foi formulada por Henry Darcy com base nos resultados de experimentos,
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publicado em 1856 sobre o fluxo de água através de leitos de areia. Constitui também a base
científica da permeabilidade de fluidos utilizados em ciências da terra.
Como a temperatura influencia no valor final de , foi convencionado que ele deve ser
convertido para uma temperatura final de , corrigindo-se a viscosidade da água à
temperatura do ensaio:
Quando combinadas essas conclusões, origina-se a conhecida lei de Darcy para o escoamento da
água em um solo saturado que pode, então, ser escrita como:
( )
Onde:
= Vazão constante que passa pelo cilindro
= Carga hidráulica no piezómetro 1 [
= carga hidráulica no piezómetro2 [
= Área de secção transversal
= Espessura da camada de solo
= Coeficiente de proporcionalidade, chamado de condutividade hidráulica
= viscosidade do fluido
(VASCONCELLOS,2008).
Em mecânica dos fluidos, com base na equação de Bernoulli, a carga hidráulica total ( ) para
fluidos incompressíveis é definida como a soma da carga de elevação ( ) da carga de pressão
(( ) e da carga cinética ( ),
Com isso, o termo da carga cinética é desconsiderado em presença das outras parcelas; logo, a
carga hidráulica torna-se:
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Entretanto, esse parâmetro não representa a velocidade real do escoamento, já que a área
considerada representa a área total, ou seja, a área correspondente aos vazios e a área
correspondente à parte sólida. A área da seção transversal do escoamento pelos poros,
denominada área efectiva ( ) pode ser obtida multiplicando-se a área total pela porosidade
efectiva, equação (2.2), e pelo grau de saturação do solo ou saturação efetiva (0 < Se≤ 1). Então,
Portanto, a velocidade linear média ( ) ou seja, a velocidade real do escoamento pelos poros é
dada por:
A equação pode ser estendida para um escoamento tridimensional, que, escrita na forma
diferencial e usando a notação vectorial, torna-se:
̃ ⃗
onde o sinal negativo indica que o escoamento da água ocorre no sentido contrário ao gradiente
da carga hidráulica, ̃ representa o tensor de 2ª ordem da condutividade hidráulica e ⃗ éo
operador gradiente.
A lei de Darcy é válida apenas para escoamentos laminares. Nesse tipo de escoamento, as
velocidades são relativamente pequenas e a água percola lentamente pelos poros do aquífero. O
escoamento é dominado pelas forças viscosas do líquido e a perda de carga varia linearmente
com a velocidade (VASCONCELLOS,2008).
Para velocidades maiores, o escoamento passa a ser dominado pelas forças de inércia, deixa de
ser laminar e transforma-se em turbulento. Ocorre a formação de turbulências, as moléculas de
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água movem-se de maneira irregular, a perda de carga não mais varia linearmente com a
velocidade e a lei de Darcy não pode ser aplicada. O número de Reynolds ( ) é um parâmetro
adimensional definido pela relação das forças de inércia com as forças viscosas. Segundo Bear
(1972), define-se para meios porosos como:
Onde:
é um comprimento característico representando o diâmetro médio dos canais elementares do
meio poroso. Geralmente, usa-se, para esse parâmetro, o valor de , diâmetro das partículas
que, na curva granulométrica, excede o tamanho de do material granular em peso (mediana
dos diâmetros); ou emprega-se o diâmetro efetivo dos grãos , que é o diâmetro que excede o
tamanho de em peso, do material. Collins (1961) propôs a seguinte expressão para esse
comprimento:
Onde:
= Permeabilidade intrínseca do material
= Porosidade total do meio.
Onde:
= Condutividade hidráulica ;
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( )
[ ( ∑ ) ]
Onde:
= Factor de arranjo, determinado experimentalmente como valendo aproximadamente ;
= Factor de forma da areia, variando de 6,0 para grãos esféricos a 7,7 para grãos angulares;
= Percentagem de areia retida entre peneiras adjacentes; e é a média geométrica de diâmetros
relacionados de peneiras adjacentes (apud Todd, 1959).
= Em relação às propriedades dos fluidos, os valores da massa específica e da viscosidade
dinâmica do fluido são dependentes da temperatura da água, sendo que a massa específica é
adicionalmente dependente do total de sólidos dissolvidos (VASCONCELLOS,2008).
Tabela 1:Exemplo de permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para alguns tipos de sedimentos não
consolidados.
A velocidade de descarga da água dentro de um regime de escoamento laminar é directamente
proporcional ao gradiente hidráulico, isto é, a perda de carga por comprimento da amostra.
Sendo V = K x i, onde:
V = Velocidade de descarga em (cm/s ou m/s)
K = Constante de permeabilidade (cm/s ou m/s)
i = Gradiente hidráulico
i = h/L, onde:
L = Altura da amostra (cm)
h = Carga hidráulica (cm)
Percolação da água através de um solo, com coeficiente de permeabilidade K, apoiado sobre uma
camada impermeável (K = 0) e desaguando num dreno (K = ∞)
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17. Conclusão
A expectativa inicial deste trabalho buscou a determinação dos esforços provocados pelo
escoamento de fluidos em meios porosos, bem como de fatores decorrentes tais como a
velocidade do escoamento e as pressões oriundas dos esforços no meio, composto por partículas
sólidas e espaços vazios entre elas.
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Profhttp://www.leb.esalq.usp.br/leb/disciplinas/Fernando/leb1440/Aula%208/Hidraulica%20de
%20Pocos_Anteor%20R%20Barbosa%20Jr.pdf.