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referência do pára-raios. Valores típicos para a amplitude da corrente de
referência estão compreendidos na faixa de 1 mA a 20 mA.
III.1.5 Disrupção:
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No caso dos pára-raios com centelhadores essa corrente aparece
imediatamente após a disrupção dos centelhadores série.
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descarga: uma menor capacidade de absorção de energia é obtida para os
elementos de ZnO quando da ocorrência de impulsos de corrente com
menores durações. A análise deste comportamento será mostrada no
Capítulo IV, e é fundamental para a seleção adequada dos pára-raios
aplicados próximos a bancos de capacitores.
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• Pára-raios para serviço pesado:
20 kA 10 kA 5 kA 2,5 kA 1,5 kA
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Classe de alívio de Classe do pára-raios Valor eficaz mínimo da
sobrepressão corrente de falta (kA)
A 20 kA, 15 kA e 10 KA 40
serviços leve e pesado
B 10 kA serviços leve e 20
pesado
C 10 kA serviços leve e 10
pesado
D 5 kA 16
E 5 kA 5
20 kA ou 10 kA 80 50 25 600 ± 200
20 kA ou 10 kA 63 25 12 600 ± 200
20 kA ou 10 kA 50 25 12 600 ± 200
20 kA ou 10 kA 40 25 12 600 ± 200
10 kA ou 5 kA 16 6 3 600 ± 200
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A duração mínima de circulação da corrente de falta durante o ensaio deve ser de
0,2 segundos para correntes de alta intensidade e 1 segundo para baixas
correntes.
- Pára-raios estação: 40 e 65 kA
- Pára-raios intermediários: 16,1 kA
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• Tensão disruptiva de impulso de manobra x tempo para disrupção(*).
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As características de proteção dos pára-raios são apresentadas nos catálogos
técnicos de diversos fabricantes. No entanto, em caso da não disponibilidade
dessas informações, pode-se considerar os valores apresentados nas Tabelas
III.1 a III.3 abaixo, obtidos das normas técnicas publicadas pela IEC /2-3/:
(kVef) 10 kA 20 kA 10 kA 20 kA 10 kA 20 kA
3 a 29 2,6 a 4,0.Ur ----- 2,3 a 3,6.Ur ----- 2,0 a 2,9.Ur -----
30 a 132 2,6 a 3,7.Ur 2,6 a 3,1.Ur 2,3 a 3,3.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,0 a 2,6.Ur 2,0 a 2,3.Ur
144 a 342 2,6 a 3,7.Ur 2,6 a 3,1.Ur 2,3 a 3,3.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,0 a 2,6.Ur 2,0 a 2,3.Ur
360 a 756 2,6 a 3,1.Ur 2,6 a 3,1.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,3 a 2,8.Ur 2,0 a 2,3.Ur 2,0 a 2,3.Ur
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III.4 Princípio de operação dos pára-raios
Para que se possa entender de forma mais clara a filosofia de aplicação dos pára-
raios para a proteção dos equipamentos instalados ao longo das redes de
distribuição e subestações, torna-se necessário entender o princípio de
funcionamento dos diferentes tipos de pára-raios atualmente existentes.
Desta forma, a tensão do sistema estará aplicada quase que em sua totalidade
sobre o conjunto de centelhadores, originando uma corrente de fuga que flui
através do pára-raios da ordem de dezenas de microàmperes a alguns
miliàmperes, dependendo do projeto construtivo do centelhador utilizado. A curva
característica "tensão disruptiva de impulso (atmosférico ou de manobra) x tempo
para disrupção" desse tipo de pára-raios é apresentado na curva A da Figura III.1.
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sobretensão atingir o ponto da curva característica “tensão disruptiva de impulso x
tempo” do pára-raios (ponto C da Figura III.1).
Neste instante flui pelo pára-raios uma corrente de descarga, cuja amplitude
depende das características do sistema e do pára-raios. Devido as características
não-lineares dos blocos de SiC (ou de ZnO) a impedância dos elementos não-
lineares durante a passagem da corrente de descarga é de alguns poucos ohms.
O produto da corrente de descarga que flui pelo pára-raios com a impedância dos
elementos não-lineares produz uma tensão entre os terminais dos elementos. Se
desprezarmos a tensão de arco dos centelhadores essa tensão, denominada
tensão residual, estará aplicada entre os terminais do pára-raios.
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O ciclo de operação desse tipo de pára-raios pode ser visualizado na Figura III.2.
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Portanto, cuidados devem ser tomados quando da seleção do tipo e das
características dos pára-raios, em função das reais necessidades dos sistemas.
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O princípio básico de operação de um pára-raios de Óxido de Zinco (ZnO) pode
ser entendido a partir do circuito elétrico equivalente simplificado para um
elemento de ZnO, apresentado na Figura III.4.
Nesta figura r representa a resistência dos grãos de ZnO, RCI a resistência não-
linear da região intergranular e CCI a capacitância formada pelos grãos de ZnO
separados pela região intergranular. Os valores de RCI e CCI são dependentes do
campo elétrico, da freqüência e da temperatura.
Seja um pára-raios de ZnO sem centelhadores conectado entre uma fase e o terra
de um sistema elétrico e energizado com uma tensão alternada de freqüência
fundamental. Em condições de regime permanente a relação entre a resistividade
do material que compõe a região intergranular e a resistividade dos grãos de ZnO
é da ordem de 1010 Ω.cm.
A corrente de fuga total que flui internamente pelos pára-raios de ZnO possui duas
componentes: a componente capacitiva, predominante na tensão de operação do
pára-raios e com forma de onda senoidal, sendo pouco influenciada pelo efeito da
temperatura; e a componente resistiva, responsável pelas perdas no pára-raios,
caracterizada por apresentar distorções harmônicas face às características não
lineares das regiões intergranulares e cuja resistividade é variável e fortemente
dependente do campo elétrico aplicado, da temperatura e da freqüência.
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A corrente de fuga total que flui pelo pára-raios para uma dada tensão aplicada
será, portanto, o somatório das componentes capacitiva e resistiva, tomadas
instantaneamente. Uma vez que esta corrente apresenta características não
senoidais, pode-se utilizar a Série de Fourier para a determinação de suas
componentes e do conteúdo de harmônicos presentes.
I0
i(t) = + A1 ⋅ sen (wt) + B1 ⋅ cos (wt) + A 3 ⋅ sen (3wt) + B3 ⋅ cos (3wt) +
2
............ + A n ⋅ sen (nwt) + Bn ⋅ Cos(nwt)
onde i(t) corresponde a corrente de fuga total que flui pelo pára-raios.
Assumindo-se que a corrente de fuga que flui pelo pára-raios apresenta uma
característica tal que as formas de onda dos ciclos positivos e negativos sejam
simétricas, o termo “I0/2” será nulo e a série de Fourier dessa função conterá
somente harmônicos ímpares.
i RES(t) = A1 ⋅ sen (wt) + A 3 ⋅ sen (3wt) + A 5 ⋅ sen (5wt) + ........... + A n ⋅ sen (nwt)
i CAP (t) = B1 ⋅ cos (wt) + B3 ⋅ cos (3wt) + B5 ⋅ cos (5wt) + ........... + Bn ⋅ cos (nwt)
A característica típica da corrente total que flui pelo pára-raios de ZnO quando da
aplicação da máxima tensão de operação contínua do pára-raios é apresentada
na Figura III.5 /6/. Na figura, a componente resistiva da corrente corresponde a
amplitude da corrente no instante em que a tensão atinge a sua amplitude
máxima.
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Figura III.5 – Corrente total dos pára-raios
3,50
3,00
Tensão aplicada (kVef)
2,50
Itotal-20
Itotal-60
2,00 Itotal-100
1,50 Iresistiva-20
Iresistiva-60
1,00
Iresistiva-100
0,50
0,00
1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0
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Verifica-se na figura uma forte dependência da temperatura e do campo elétrico
sobre a componente resistiva da corrente na região de operação do pára-raios (no
exemplo, para tensões de 2,0 a 2,5 kV).
10
0,1
0 20 40 60 80 100 120 140
Temperatura (graus Celcius)
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O comportamento da componente resistiva da corrente em função da temperatura
é de fundamental importância para a avaliação e o diagnóstico corretos dos pára-
raios instalados nos sistemas. O aumento da corrente resistiva que flui pelos pára-
raios, para uma dada solicitação de tensão, acarreta em um aumento das perdas,
reduzindo a capacidade de absorção de energia dos pára-raios, fato que pode
conduzir à sua instabilidade térmica (incapacidade de dissipar uma determinada
quantidade energia proveniente de uma sobretensão temporária ou transitória),
que leva a falha completa do pára-raios.
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Conforme descrito anteriormente, os pára-raios de ZnO estarão submetidos
permanentemente a uma tensão de serviço fase-terra, além de eventuais
solicitações devido às sobretensões temporárias e aos surtos atmosféricos ou de
manobra. Tais solicitações podem provocar uma degradação progressiva na
estrutura físico-química dos elementos de ZnO, que pode vir a afetar a sua
estabilidade térmica. Portanto, a estabilidade térmica consiste em um ponto de
especial atenção nos projetos de pára-raios sem centelhadores.
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Como pode ser observado na figura, existem dois pontos de interseção entre as
curvas de perdas elétricas nos elementos de ZnO e a capacidade de dissipação
de calor pelo invólucro: o ponto de operação a baixa temperatura, denominado
ponto de operação estável; e o limite de estabilidade, denominado ponto de limiar
da estabilidade. Em ambos os pontos há a condição de equilíbrio térmico, ou seja,
a potência gerada nos elementos de ZnO é igual a potência dissipada para o meio
externo. Porém este equilíbrio é estável somente no ponto de operação estável.
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- Melhor desempenho sob contaminação, proveniente de uma melhor
distribuição de tensão ao longo do pára-raios;
- Maior capacidade de absorção de energia, com a possibilidade da utilização de
pára-raios em paralelo;
- Os pára-raios de ZnO entram e saem de condução suavemente.
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No caso da aplicação de pára-raios sem centelhadores, a escolha da tensão
nominal será baseada em duas condições, descritas a seguir:
Uma curva típica “tensão de freqüência fundamental versus tempo”, bem como os
procedimentos para a seleção da tensão nominal de pára-raios aplicados em
subestações são apresentadas no capítulo IV.
m
T
U eq = U t ⋅ t
10
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(3) Estimar a intensidade e a forma de onda da mais severa corrente de
descarga do pára-raios:
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IMAX = IC =
(2,4 ⋅ UCFO − Vr )
Z0
Esta relação assume que a descarga disruptiva da linha ocorra à uma distância
considerável da subestação, ou que os condutores fase são atingidos sem que
isso resulte em uma descarga disruptiva. De outra forma, a porção da corrente de
descarga total descarregada através do pára-raios pode variar consideravelmente
em função de todos os parâmetros envolvidos.
IMAX =
(2 ⋅ E 0 − Vr )
Z0
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Faixa 1 - acima de 1 kV (Seção I.2): Pára-raios de 5 kA, 10 kA
ou 20 kA
- Em sistemas com tensões até 72,5 kV, pára-raios projetados para uma
corrente de descarga nominal de 5 kA podem ser adequados em áreas com
baixa densidade de descargas para a terra e quando de linhas aéreas
efetivamente blindadas e com baixa impedância de pé de torre. Os pára-raios
com uma corrente de descarga nominal de 10 kA são mais adequados para
instalações importantes particularmente em áreas com alta densidade de
descargas para a terra ou de elevada resistência de aterramento.
Faixa 2: Pára-raios de 10 kA ou 20 kA
- Para sistemas com tensões menores ou iguais a 420 kV, pára-raios com
corrente de descarga nominal de 10 kA geralmente são suficientes.
- Sistemas com tensões superiores a 420 kV, podem requerer pára-raios com
corrente de descarga nominal de 20 kA.
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Estudos específicos envolvendo simulações computacionais devem ser
realizados, de modo a se obter as máximas energias a serem absorvidas pelos
pára-raios. A partir desses estudos, é definida a capacidade mínima de absorção
de energia dos pára-raios, que deve ser maior do que as energias máximas
obtidas nos estudos. No caso de pára-raios aplicados a sistemas de Extra Alta
Tensões deve-se avaliar principalmente as energias absorvidas devido às
sobretensões de frente lentas, geralmente oriundas de manobras nos sistemas.
⋅ U pl ⋅ Td
E PR = 2 ⋅ U CFO − N ⋅ U pl ⋅ 1 + ln 2 U CFO ⋅
U pl
Z0
E PR = 2 ⋅ U ps ⋅ (U L − U ps )⋅
Td
Z0
62
(4.3) Manobra de bancos de capacitores ou cabo:
E PR =
1
2
⋅ C ⋅ (3 ⋅ Vsis ) −
2
( )
2 ⋅ Vr
2
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Um fator importante que deve ser considerado quando do estudo da absorção de
energia devido a manobras de bancos de capacitores, é a relação entre a
capacidade de absorção de energia e a corrente de descarga que flui pelo pára-
raios. De acordo com as referências /8/ e /9/, a capacidade de absorção de
energia dos elementos de ZnO apresenta uma dependência com as
características da corrente de descarga: uma menor capacidade de absorção de
energia é obtida para os elementos de ZnO quando da ocorrência de impulsos de
corrente com menores durações.
IA =
(2,6 ⋅ V
sis
2
− (VR − 0,82 ⋅ Vsis ) ⋅
2
) (I F ⋅ C)
39 ⋅ Vsis
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Para capacitores shunt instalados em um banco trifásico aterrado, a capacitância
monofásica do banco pode ser dada por:
Q bc ⋅ 106
C=
3 ⋅ ω ⋅ Vsis
2
1,00
Capacidade de absorção de
0,90
Energia (pu)
0,80
0,70
0,60
0,50
1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
Corrente (pu da corrente de descarga máx.)
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A referência /8/ sugere considerar a capacidade de absorção de energia do pára-
raios para descargas de bancos de capacitores equivalente a 80% do valor para a
“energia de um impulso”, apresentado em seus catálogos técnicos.
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Figura III.11 Energia específica ( kJ / kV nominal) em função da relação
entre a tensão residual (Ua) e a tensão nominal (Ur) –
Parâmetro: Impulso de corrente elevada 4/10 µs. O nível de proteção válido
para a amplitude da corrente considerada.
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(5) Definição da corrente suportável de falta:
No caso de uma eventual falha do pára-raios flui através desse uma corrente
correspondente a corrente prospectiva de curto-circuito do sistema, que pode ser
determinada por:
PCC (MVA )
IFALTA =
3 ⋅ Vn
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O usuário deve especificar a distância mínima de escoamento em função das
características da região onde os pára-raios serão instalados. Pára-raios com
invólucro de porcelana apresentam geralmente distâncias de escoamento na
ordem de 20 mm / kVfase-fase, enquanto que os pára-raios com invólucro polimérico
apresentam valores geralmente superiores a 25 mm / kVfase-fase
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Embora as tensões nos cabos de ligação dos pára-raios desenvolvidas nos níveis
de coordenação do isolamento de 10 kA e 20 kA com forma 8/20 µs sejam
aproximadamente um quarto e metade do valor de 5,25 kV / metro,
respectivamente, é importante manter os comprimentos tão curtos quanto
possível. O efeito do comprimento dos cabos de conexão é mais crítico em redes
expostas a descargas diretas e localizadas em regiões com elevada incidência de
descargas atmosféricas, onde impulsos de corrente atmosféricos podem
apresentar amplitudes e taxas de crescimento bem superiores aos usualmente
utilizados. Por exemplo, para uma taxa de crescimento da corrente de 10 kA/µs, o
acréscimo de tensão devido aos efeitos de conexão será de 13 kV/m de conexão.
Comprimentos excessivos dos cabos de ligação podem eliminar o fator de
segurança definido para a margem de proteção para impulsos atmosféricos.
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Existem três relações de proteção em uso que comparam os níveis de proteção
com os níveis de suportabilidade correspondentes, conforme apresentado na
seção I.3.2, adicionando-se os efeitos dos cabos de conexão e da distância de
separação.
TSIACF
MP1 =
NPFO + ∆V (t )
TSNIA
MP2 =
NPIA + ∆V(t )
TSNIM
MP3 =
NPIM
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Já no caso dos equipamentos aplicados a sistemas de distribuição e de
transmissão com máximas tensões operativas até 245 kV (Tabela A.2 – Seção I.2
– Capítulo I), não se dispõe geralmente das informações referentes a
suportabilidade a surtos de manobra. Neste caso, considera-se a suportabilidade
para surtos de manobra como sendo equivalente a 83% da tensão suportável
nominal de impulso atmosférico.
Como regra geral, as margens de proteção MP1 e MP2 devem ser no mínimo de
20%. Todavia, na prática, tem-se observado a existência de sistemas de proteção
com margens de proteção (MP) muito acima de 20%. Quando os pára-raios são
conectados diretamente ao equipamento protegido os efeitos de separação e dos
cabos de conexão são minimizados. Neste caso, a margem de proteção MP1
usualmente pode ser desprezada.
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/13/ Martinez, M. L. B., “Pára-raios para sistemas de Média Tensão –
Características Técnicas e Aplicação a Sistemas de Potência”; Dissertação
de Mestrado, EFEI, Dezembro 1992.
/14/ De Franco, J. L., “Curso sobre pára-raios”, CEPEL, Novembro 1986.
/15/ ANSI IEEE Std C62.22, “IEEE Guide for the Application of Metal-Oxide
surge Arresters for Alternating-Current Systems”, 1991.
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