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Introdução à Edição Portuguesa

Os pais, os técnicos e os interessados no domínio da intervenção precoce têm,


finalmente, ao seu dispôr a Edição Portuguesa do Guia de Pais para a Educação
Precoce do Programa Portage, o qual contém os componentes principais do material
Portage: as fichas de actividades e a Lista de Registo de Comportamentos.

Foi o trabalho árduo e cuidadoso desenvolvido, desde os anos 80, por técnicos
da então Direcção de Serviços de Orientação e Intervenção Psicológica, serviço
pioneiro na aplicação e adaptação do Programa Portage em Portugal, que lançou os
alicerces e foi construindo, progressivamente as paredes-mestras de um modelo de
intervenção precoce, do qual viria a resultar a presente publicação.

Foram anos de intenso trabalho dedicados à consolidação de um modelo que


pudesse dar uma ajuda eficaz aos pais na educação precoce dos seus filhos com
necessidades especiais de educação, assim como aos técnicos que com eles partilham
essa tarefa.

Muito se reflectiu e estudou, muitas famílias e crianças foram apoiadas,


desenvolveram-se pesquisas, formaram-se visitadores domiciliários, elaboraram-se e
adaptaram-se materiais diversos.

No nosso país, o Programa Portage começou a ser uma aposta de alguns, aos
quais, progressivamente, outros se foram juntando. Hoje, à semelhança do que
acontece noutros países, é-lhe reconhecido um importante papel no domínio da
intervenção precoce, particularmente pelo apoio que tem prestado a centenas de pais,
crianças e técnicos, ao longo dos anos.

A associação Portuguesa Portage, criada em 1992, veio proporcionar um suporte


institucional decisivo para se prosseguir no desenvolvimento, disseminação e
consolidação de um modelo de intervenção precoce. Ela é também uma importante
garantia para um melhor atendimento precoce das famílias.

Era, pois, uma das metas prioritárias nesta associação criar as condições
materiais e organizativas que permitissem que pais, técnicos de intervenção precoce e
serviços, pudessem dispôr da versão portuguesa do Guia de Pais para a Educação
Precoce.
O material agora publicado é um passo importante para a prática da intervenção
precoce. No entanto, ele insere-se numa lógica de um modelo mais vasto, onde se
inclui: a formação básica e avançada; a formação em serviço, a supervisão e a
investigação. Estas são outras das tarefas que a Associação Portage tem procurado
realizar.

A edição portuguesa do Guia de Pais para a Educação Precoce, baseou-se na


versão inglesa, a qual corresponde, por sua vez, a uma versão revista do material
original do projecto Portage.

Este guia tem-se revelado um instrumento educativo eficaz e de grande utilidade


quer para pais quer para visitadores domiciliários. Os técnicos, na sua intervenção com
a criança e com a família, encontram nele um importante recurso para o planeamento
das diversas actividades curriculares, tão necessárias na educação de criança com
necessidades especiais de educação. Através dele, os pais poderão perspectivar, de
uma forma positiva e encorajadora, o desenvolvimento das potencialidades dos seus
filhos e, aí, encontrarem uma ajuda para a estimulação e educação destes.

Em seguida, apresentamos alguns antecedentes e princípios subjacentes ao


modelo Portage, bem como uma breve descrição do conjunto dos materiais existentes
na versão inglesa, agora traduzidos e adaptados para a língua portuguesa.

O que é o Portage?

O modelo Portage é um sistema de ajuda à educação de crianças com atrasos se


desenvolvimento que se realiza a nível domiciliário ou noutros contextos educativos,
como por ex., creches, hospitais e jardins de infância.

O programa Portage de apoio domiciliário surgiu nos E.U.A. no final dos anos 60,
como uma forma de ajuda à educação de crianças em idade pré-escolar com
necessidades especiais de educação, tal como, a legislação em vigor o exigia (PL. 94-
142).

No O Reino Unido este programa foi introduzido em 1976. A partir da data em


que o modelo Portage é adoptado neste país, assiste-se à sua rápida expansão e
desenvolvimento, sendo hoje um dos programas mais utilizados no apoio a crianças
com atrasos de desenvolvimento.

É de 1985 a criança da Associação Nacional Portage e, desde então, o número


de serviços locais Portage, no Reino Unido, não tem parado de crescer.
O modelo Portage teve a sua origem em comunidades rurais do estado de
Esconsos (E.U.A.), onde levar uma criança a uma escola, clínica, ou hospital, para
receber qualquer forma de programa educativo, implicava, geralmente, longas e difíceis
deslocações. A escassez de recursos em intervenção precoce pesou igualmente
bastante na criação do modelo Portage.

Por conseguinte, o Portage foi criado com o objectivo de levar os serviços às


crianças: a casa da criança torna-se, assim, o local de ensino por excelência e os pais
os seus educadores privilegiados, embora sob a supervisão de profissionais
devidamente treinados. Esta relação que se estabelece entre os pais da criança e o
visitador domiciliário, tornando-os verdadeiros parceiros, é um dos pontos fortes do
Modelo Portage.

Nesta sua actividade, o visitador domiciliário começa por utilizar a Lista de


Registo de Comportamentos do Programa Portage, avaliando o nível de competências
da criança nas várias áreas de desenvolvimento e, com base nessa avaliação, define
objectivos de ensino.
Em seguida, ao estabelecer objectivos de ensino, socorre-se das Fichas de
Actividades, onde se inserem diferentes sugestões para o ensino de novas
competências. A Folha de Registo de Actividades contém um resumo detalhado do
objectivo semanal de ensino que servirá de orientação para os pais e que permite,
simultaneamente, o registo dos resultados obtidos.

Através de visitas domiciliárias de carácter regular, é possível analisar os


progressos que a criança vai realizando e definir novos objectivos de ensino. A visita
domiciliária, nos seus diferentes componentes, é, pois, uma ocasião única de apoio aos
pais, de entreajuda e de partilha de ideias.
O Programa Portage de Educação Precoce

Analisemos, em seguida, e de uma forma sucinta, cada um dos componentes


deste programa.

A lista de Registo de Comportamentos

Ao iniciarmos um programa com uma criança, utiliza-se a Lista de Registo de


Comportamentos para avaliar o seu nível de desenvolvimento. Este instrumento de
avaliação é composto por 619 comportamentos organizados segundo seis áreas de
desenvolvimento: Estimulação do Bebé; Socialização; Linguagem; Autonomia;
Cognição; e Desenvolvimento Motor. Por sua vez, cada área está sequenciada por
idades ou níveis de desenvolvimento.

Ao longo do programa, o visitador domiciliário deverá utilizar a Lista de Registo


de Comportamentos para registar as competências da criança na avaliação inicial e as
competências progressivamente adquiridas. Poderá, também, incluir comentários ou
aspectos específicos do comportamento observado.

A edição inglesa revista contém uma secção de linguagem mais desenvolvida,


onde se incluem comportamentos e outros aspectos que foram originalmente
introduzidos e publicados em separado sob o título Wessex Revised Portage Language
Checklist. É esta versão revista que a Edição Portuguesa contém.

As Fichas de Actividades

A cada um dos itens da Lista de Registo Portage corresponde uma ficha que
fornece sugestões de, pelo menos, três actividades que ajudarão a ensinar o respectivo
comportamento.

As Folhas de Registo de Actividades

Estas folhas são utilizadas de forma conjugada com a Lista de Registo de


Comportamentos. Uma vez definido um objectivo de ensino e as actividades para o
atingir, o visitador domiciliário e os pais acordam entre si certos detalhes quanto ao
método de ensino mais adequado às necessidades específicas da criança., como por
ex.: quantas vezes a devem ensinar; qual deve ser a reacção dos pais quando a criança
é bem sucedida, que brinquedos devem usar. Os pais utilizam, então, a folha para
registar os progressos da criança.

As Seis Áreas de Desenvolvimento

Tal como já foi mencionado anteriormente, as Fichas de Actividades e a Lista de


Registo de Comportamentos estão divididas em seis áreas de desenvolvimento. Estas
requerem mais alguma informação.

Estimulação do Bebé

Nos primeiros meses de vida, o bebé vai integrando a informação apreendida


através dos sentidos e adquirindo, progressivamente, um maior controlo dos
movimentos. As actividades contidas nesta área ajudarão a criança a tomar consciência
daquilo que vê, ouve, e toca, bem como dos movimentos do seu próprio corpo. Elas são
de extrema importância para todo o processo ulterior de aprendizagem, na medida em
que incluem as competências básicas, subjacentes a tudo aquilo que a criança irá
aprender mais tarde.

Socialização
As competências de socialização dizem respeito ao modo de estar da criança e
ao modo como se relaciona com outras pessoas. Durante os primeiros anos de vida, as
competências sociais estão em jogo, quando a criança, por ex., realiza tarefas e brinca
com os pais, irmãos, e amigos. Inicialmente, é no contexto da família que a criança
aprende as competências sociais, adquire segurança na forma de se relacionar com os
outros e vai respondendo de acordo com as expectativas de outrem. Mais tarde, a
criança poderá utilizar estas mesmas competências ao confrontar-se com novas
situações, tais como grupos de crianças no contexto de brincadeira ou no contexto de
escola.

Linguagem

Aprender a falar e compreender a linguagem são algumas das principais tarefas


que a criança vai realizando desde o seu nascimento até aos 6 anos de idade. Ao longo
deste período, a criança vai progredindo do estado inicial em que não é ainda capaz de
compreender ou produzir uma conversa, até um nível que se aproxima já do tipo de
linguagem e de competências linguísticas do adulto.

Embora a idade em que as crianças começam a falar possa variar, a maioria das
crianças segue um mesmo padrão de desenvolvimento da linguagem, padrão esse
descrito na Lista de Registo de Comportamentos Portage.

As crianças começam a sua aprendizagem da linguagem ouvindo os outros a


falar e observando os acontecimentos sobre os quais se fala. Todas as crianças
necessitam de ouvir muito os outros antes de conseguirem, elas próprias, falar e dizer
coisas com sentido. Daí que seja tão importante falar muito com a criança.

As crianças, inicialmente, produzem sons, depois, sequências de sons e, por fim,


palavras. Numa fase seguinte, juntam palavras para, finalmente, formarem frases
completas. Quando a criança começa a falar, ela tem de ser muito estimulada e
recompensada pela pessoa que a ouve e deve obter sempre uma resposta por parte
desta.

Autonomia

Esta área de desenvolvimento, contem competências que permitem à criança


aprender a cuidar de si própria, alimentar-se, vestir-se, lavar-se e adquirir hábitos de
higiene.

O desenvolvimento destas competências ajuda a criança a tornar-se


progressivamente um elemento mais feliz e autónomo no seio da família e da
comunidade e, por sua vez, proporciona um relacionamento mais fácil dos membros da
família com a criança, permitindo-lhes, assim, uma maior liberdade de acção.

Cognição

A cognição, ou pensamento, é a capacidade de recordar, reconhecer


semelhanças e diferenças naquilo que se vê e ouve e descobrir relações entre ideias e
coisas.
Esta área inclui, também, competências básicas ou pré-requesitos necessários
para a entrada na escola, tais como, contar, conhecer as cores e desenhar.

Desenvolvimento Motor

O desenvolvimento motor é a coordenação dos movimentos dos músculos largos


e finos do corpo. Os movimentos relacionados com os músculos largos são os
seguintes: sentar-se, gatinhar, andar, correr e lançar objectos. Por sua vez, as
competências envolvidas no movimento dos músculos finos são competências manuais
primárias do seguinte tipo: agarrar coisas, empilhar cubos, fazer puzzles, escrever e
desenhar.

Ajudar a criança a desenvolver e planear os seus movimentos permite que esta


se torne, cada vez mais, independente e livre para se movimentar com autonomia. Esta
liberdade de movimentos, quer seja na corrida, quer no desenho, é necessária para o
desenvolvimento progressivo da criança.

O Guia de Pais para a Educação Precoce

A presente publicação reproduz as Fichas de Actividades de Programa Portage


na sua globalidade e a Lista de Registo de Comportamentos. Optámos por este formato
de livro/dossier, por razões de funcionalidade, pois nele se poderão introduzir mais
facilmente novas fichas que resultem das adaptações que progressivamente forem
ocorrendo.

Neste Guia, as Fichas de Actividades estão organizadas por conjuntos de cores


diferentes consoante as seis áreas de desenvolvimento. Por sua vez, a Lista de Registo
de Comportamentos, também incluída no Guia, é igualmente apresentada em cores
diferentes para cada área de desenvolvimento.

As actividades sugeridas nas fichas poderão ser, facilmente, introduzidas em


qualquer contexto educativo, porém, a sua utilização torna-se mais eficaz quando estas
se integram na abordagem global do modelo Portage. Como metodologia de trabalho,
deverá partir-se de uma avaliação inicial da criança, através da Lista de Registos de
Comportamento e, de seguida, utilizar-se as Folhas de registo de Actividades para
planear e registar os objectivos de ensino e as actividades a desenvolver com a criança,
cem como os seus progressos.

A versão inglesa do material Portage, contém, ainda, um Manuel – “O Programa


Portage de Educação Precoce1” – que, para além de analisar os pressupostos práticos e
teóricos subjacentes a Programa Portage, dá indicações precisas sobre a utilização de
todos os materiais Portage.

Alguns capítulos dos livros do Currículo do Curso Básico Portage, foram


organizados com base nesta obra. Este livro é entregue pela Associação Portage
Portuguesa a todos os que fazem a sua formação inicial neste modelo.

1
WHITE, M.; CAMERON, R. J. (1987) Portage Early Education Programme. Windsor: NFER – Nelson
Publishing Company, Ltd..

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