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Prefácio.................................................................................................. 03
• Os 24 Tirthankaras
• Senhor Mahavir
• A Renúncia
• Ascetismo e sabedoria
• Os Livros Sagrados
• Símbolos
• As duas escolas
• Práticas diárias
• As seis observações
• Saudações e Orações
• A Filosofia
• Jainísmo e Deus
• Jainismo e Budismo
• Conceitos comuns
• Ahimsa, ou Não-Violência
• Religião cientifica, ética e moralidade
• Mahavir e Buda
• As diferenças
• Austeridades e penitências
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Prefácio
Nos últimos anos a antiga civilização da Índia e suas filosofias vêm cativando o
interesse de milhões de pessoas ao redor do mundo, especialmente no
ocidente, por tratar-se de uma cultura extremamente antiga e paradoxalmente
extremamente atual. Yoga, Tantra, Medicina Ayurvédica e Budismo estão entre
os assuntos que despertam grande interesse devido a suas qualidades
espirituais, morais e práticas, ajudando na evolução da humanidade em
conceitos tão atuais e importantes como saúde, ecologia e paz. Curiosamente o
Jainísmo acabou não se tornando tão conhecido ou popular como as outras
filosofias e religiões citadas, talvez por falta de uma maior divulgação.
Curiosamente sim, porque a religião Jainista é tão ou mais antiga do que suas
outras “irmãs” e possui um refinamento espiritual tão atual que seus conceitos
poderiam estar estampados em qualquer livro contemporâneo do séc. XXI. Há
mais de três mil anos atrás os monges Jains já falavam em paz, preservação da
natureza, proteção aos animais, além de ser provavelmente a primeira grande
religião a adotar o vegetarianismo como regra de alimentação para seus
adeptos. Enquanto egípcios e gregos realizavam sacrifícios rituais e adoravam
deuses distantes, os jainistas já falavam em controle mental do estress e
degradação do meio-ambiente! Seus ensinamentos sobre como podemos
melhorar nossas vidas através de uma perspectiva mais psicológica e menos
mística, onde nós somos os responsáveis por tudo o que nos acontece, podem
facilmente ser encontrado nos livros de auto-ajuda que inundam as prateleiras
das livrarias atualmente.
É uma apostila introdutória, simples e básica, mas que possui certamente seus
principais conceitos e ensinamentos. Há muito mais coisa a ser escrita, afinal
uma religião com mais de três mil anos de historia não pode ser resumida em
um único livro. Espero despertar o interesse de outras pessoas, assim como o
meu foi despertado, e escrever novo e mais completo material sobre uma das
mais antigas e evoluídas filosofias da humanidade.
Jai Jinendra!
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Parte I – História, Senhor Mahavir e a Filosofia Jainísta.
Os 24 Tirthankaras
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Senhor Mahavir
A Renúncia
Certa vez, quando tinha por volta de trinta anos de idade, conta-se que
Vardhaman observava o ritual de renúncia de um monge asceta chamado
Chandraprabhu. O príncipe seguia toda a cerimônia de um canto escondido, de
modo que não pudesse ser visto ou reconhecido pelos presentes.
Inesperadamente, Vardhaman saiu e apareceu no meio da multidão que
imediatamente virou-se para ele, sendo logo reconhecido pelas roupas e
adornos cintilantes que carregava junto ao corpo. Neste momento o príncipe
começou a se desfazer de suas vestes e ornamentos, ficando apenas com um
manto sobre o corpo. Também terminou por raspar seu cabelo, ficando com a
aparência de um monge errante. Logo após este ato, Vardhaman repetiu em
voz alta: “Namo Siddhanam”, que significa “Eu reverencio os Siddhas, as almas
liberadas”, e novamente disse: “Eu aceito a pratica da humildade por toda a
minha vida e abandono todas as atividades pecaminosas intencionais”. Deste
momento em diante, renunciando á vida material, tornou-se então conhecido
Mahavir que significa “O mais corajoso entre todos”. Outras freqüentes
denominações encontradas são: Shraman Mahavir, Bhagwan Mahavir Swami ou
Senhor Mahavir.
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Ascetismo e sabedoria
Logo após sua renúncia, Mahavir começou a caminhar como um monge errante
pelas florestas da Índia praticando diariamente exercícios de ascetismo yogi
como jejum, meditação e se alimentando apenas de sementes, vivendo dias e
dias em profundo silêncio e evitando fazer mal a todo e qualquer tipo de ser
vivo, incluindo animais, insetos e plantas.
Conta-se que certa vez um vaqueiro conduzia seu gado próximo a árvore onde,
logo abaixo dela e protegido por suas folhas, Mahavir estava meditando. As
vacas imediatamente desviaram de seu caminho e foram para perto dele, como
que atraídas pela sua presença. Suspeitando que o asceta pudesse ser um
ladrão, o vaqueiro dirigiu-se ate ele e começou a golpeá-lo com uma grossa
corda. Mesmo sendo duramente atacado e tendo seu corpo marcado por
vergões, Mahavir continuava imóvel em posição de meditação e em profunda
concentração. Foi neste momento que surgiu Indra, o Rei dos Deuses, que
imediatamente voltou-se para o vaqueiro e, repreendendo-o fortemente,
exclamou: “Pare, seu ignorante estúpido! Você esta cometendo um grave
crime! Esta pessoa não é um ladrão e sim Shraman Mahavir, filho do Rei
Siddharth! Eis o mais auspicioso de todos os yogis!” O vaqueiro então caiu em
si arrependido e prostrou-se aos pés de Mahavir, implorando-lhe perdão pela
terrível ofensa cometida. Indra, sentindo-se perturbado pelas marcas
inflamadas no corpo do yogi, pediu permissão para que fosse seu protetor
perante os perigos e as dores que os homens ignorantes pudessem lhe causar.
O Senhor Mahavir, em profunda atitude de humildade, respondeu: “Oh, Rei dos
Deuses! Você deveria saber que uma pessoa no caminho espiritual alcança a
purificação com sua própria ajuda, através de sua própria pratica, disciplina e
coragem. Não é com a ajuda de deuses ou demônios que uma alma anula seu
carma e fica liberta, tornando-se um Arahant”. O Rei dos Deuses então
reverenciou Mahavir em profundo respeito e finalmente partiu.
O período ascético de Mahavir durou cerca de doze anos, após os quais ele
alcançou o estado de iluminação. Passou as próximas três décadas de sua vida
viajando a pé por toda a Índia, pregando ás pessoas a verdade espiritual que
alcançara. Pregou para homens, mulheres, jovens, idosos, pobres, ricos,
monges, reis e guerreiros. Seus adeptos seriam conhecidos então como os
seguidores dos Jinas, ou Jains. Sua forma de conduta, meditação e
austeridades tornaram-se um belo e importante exemplo. Aos 72 anos de
idade, Bhagwan Mahavir Swami realizou seu Parinirvana, ou sua passagem
definitiva deste mundo, tornando-se uma alma perfeita (Siddha). Nesta data
comemora-se o “Festival das Luzes”, conhecido como Dipavali ou Diwali.
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Na verdade os Jainistas cultuam os 24 Tirthankaras na forma de qualidades e
virtudes a serem seguidas e não como seres supremos. São colocados símbolos
abaixo da imagem de cada um apenas para diferenciá-los. Mahavir tem como
símbolo um Leão, que representa sua força e coragem, pois foi o principal e
mais conhecido propagador da doutrina jainista, reforçando seus ensinamentos
espirituais e morais que acabaram por inspirar milhões de pessoas.
Ele fez desta religião algo simples e natural, livre de complicações e rituais
elaborados. Suas palavras refletiram uma vontade comum em seguir a beleza,
bondade e harmonia interior da alma. Suas mensagens apontam um caminho
para a liberdade e a felicidade espiritual de cada ser vivo, pregando o amor
universal e enfatizando que todos os seres, independentemente de espécie,
raça, tamanho, forma e avanço intelectual são iguais, merecendo o mesmo
amor e respeito.
Os Livros Sagrados
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Símbolos
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As duas escolas
Práticas diárias
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As seis observações
Saudações e Orações
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A Filosofia
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Os monges Jainistas são conhecidos em toda a Índia por uma característica
muito particular e especial: o uso de uma espécie de bandana ou mascara,
semelhante às usadas por médicos cirurgiões, para cobrir a boca e proteger as
narinas. O motivo deste uso costuma parecer algo exagerado para outras
religiões e filosofias, mas é necessário dentro do ponto de vista do jainísmo.
Trata-se de uma proteção contra a ingestão ou inalação acidental de algum
pequeno inseto ou bicho.
Isto representa o enorme respeito que os monges Jains tem por qualquer
forma de vida. A morte, mesmo que acidental, de qualquer ser vivo representa
sofrimento e reação cármica para ambas as partes.
Imagens de dois importantes Munis (monges) Jainistas. Observe a máscara em suas bocas.
Uma vez que a doutrina jainista crê que qualquer entidade viva (Jiva) tem
condições de se tornar uma alma liberta, matar um animal é como matar a um
deus em potencial. O cuidado em evitar reações cármicas e o sofrimento de
outros seres é tanto que o jainísmo prevê como meta o consumo apenas de
grãos, sementes e frutas, evitando ate mesmo a morte de plantas e vegetais. A
cadeia ou ciclo advindo desta matança é vista por seus adeptos como quase
infinita.
Quando matamos um ser vivo, matamos também outros seres vivos que estão
ligados a ele direta e indiretamente, por exemplo: a morte de um boi
condenará também pequenos insetos que vivem sob sua pelagem. O que é
considerado por muitos como um exagero ideológico é visto pelos jainistas com
a naturalidade de quem pratica a Ahimsa (não-violência) em toda a sua
extensão; até quando andam os monges procuram tomar cuidado para não
pisarem em pequenos insetos ou bichos.
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Jainísmo e Deus
Para os Jains, tanto o universo como tudo o que há nele é eterno. Não houve
inicio nem haverá fim na concepção de tempo. O universo é regido por uma lei
cósmica própria, sem a intervenção direta de nenhum “administrador”, uma vez
que o Jainismo não crê em um criador e destruidor supremo do universo. A
existência de Deus não é descartada na filosofia Jainista, mas vista de uma
maneira diferente das concepções personalistas, características das religiões
cristã, judaica e islâmica. Trata-se portanto de uma doutrina de cunho
intelectual e voltada para o racionalismo muito mais do que para o misticismo,
questionando sempre a velha máxima: “se Deus criou o universo, quem criou
Deus?”.
Se Deus criou o universo foi porque houve volição (vontade) de sua parte e o
desejo é um traço de imperfeição do ser humano. Estaríamos então colocando
traços humanos e aceitando um Criador imperfeito. Uma vez que para o
Jainismo todas as Jivas (almas) são iguais, Deus não poderia privilegiar alguns
seres em detrimento de outros, e o que ocorre desde o inicio do mundo são os
seres humanos se auto-proclamando mantenedores da vida e da morte, tirando
cruelmente a vida de milhares de outras Jivas inocentes.
A filosofia Jain vê um deus em potencial em cada ser vivo. Quando esta alma
rompe e anula seu carma adquire o conhecimento perfeito e o verdadeiro
poder, tornando-se onisciente e onipotente. Esta criatura então se torna um
Deus para o Jainismo. Nesta concepção Deus é inumerável e cresce
continuamente enquanto mais e mais seres vivos alcançam a libertação.
Qualquer criatura viva tem a perspectiva real de se tornar um deus para a
religião Jain, daí é possível entender o extremo respeito por qualquer forma de
vida adotado por seus seguidores.
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Parte II – A Doutrina Jainísta e o Caminho da Libertação
• Tolerância religiosa
• Pureza ética
• Harmonia entre o eu e o meio-ambiente que o cerca
• Realização espiritual
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Percepção Perfeita:
Cria a consciência da realidade ou verdade. Consiste em ver de forma clara
cada substancia que existe no universo. O Jainísmo defende que devemos
tentar conhecer a verdade, compreender e entender a natureza da realidade
seja de seu próprio ser, religião ou qualquer outro caminho. Uma vez analisado,
experimentado e satisfeito, só então devemos ficar convencidos de sua eficácia.
Do ponto de vista pratico, esta percepção consiste em seguir os ensinamentos
e as escrituras sagradas dos Tirthankaras (Agams).
Conhecimento Perfeito:
É o caminho que nos faz conhecer o propósito real da vida. È a fé no
conhecimento relevante sobre a vida. Destacam-se os Nove Princípios ou
Tattvas (Jiva, Ajiva, Asrava, Bandh, Punya, Papa, Samvara, Nirjara e Moksha).
Estes princípios serão detalhados e explicados mais à frente.
Conduta Perfeita:
È a conduta apropriada e natural do ser vivo (alma). O propósito básico é que o
ser humano deve se libertar do apego e da aversão, que levam a atividades
impuras do pensamento, palavra e ação. È o estado de perfeita equanimidade.
Na prática, a conduta perfeita baseia-se em cinco regras de comportamento
ético e moral, constituindo assim uma disciplina para que o praticante possa
atingir a libertação. São elas:
As Três Jóias devem ser cultivadas coletivamente entre todos os seres para que
também a libertação seja um beneficio à todos. Individualmente elas ficam
incompletas e insuficientes, já que são dependentes umas das outras. Em
isolamento, a percepção, conhecimento e conduta podem causar conflitos e
tensões entre o aspirante e seu meio. Coletivamente, elas criam a harmonia
necessária para a humanidade elevar-se em seu plano espiritual.
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A Realidade
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A Teoria do Karma – Os Nove Tattvas
O karma que influencia nossa alma é devido não apenas às ações do corpo,
mente, palavra e ação, mas fundamentalmente das intenções por detrás
delas. O jainísmo busca pela realização da perfeição maior da alma, que em
seu estado original é pura e livre de toda a dor, sofrimento e da corrente que
a prende ao ciclo de nascimentos e mortes.
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Bandha – É a união da matéria cármica com a alma. Esta matéria cármica é
um tipo de partícula que é atraída pela alma devido à sua desilusão,
ignorância, paixões e atividades do corpo, mente (pensamento) e palavra. A
alma coberta por esta matéria cármica continua adquirindo karma “novo”
através das ações mencionadas na Asrava. Devido a este processo continuo
de aquisição de partículas cármicas a alma tem que passar pelo ciclo de
nascimentos e mortes, experimentando dor e prazer. De outro modo a alma
jamais poderia alcançar a libertação do karma e sua conseqüente iluminação.
Karma Ghati
Karma Aghati
Vedniya karma Obscurece o estado iluminado original da alma, criando dor e prazer
Nama karma Obscurece a existência não-corporal da alma, produzindo as qualidades e
as limitações do corpo
Gotra karma Obscurece a equanimidade da alma e determina a origem social, familiar
e a personalidade
Ayushya karma Obscurece a existência eterna da alma, determinando a forma de vida na
existência atual
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Quando uma pessoa destrói todo o seu karma Ghati, ela alcança o que é
conhecido no jainísmo como Keval-jnana, ou o Conhecimento Absoluto. É neste
momento que esta pessoa se torna um Arihant. Entretanto ela continuara a
viver sua vida humana ate que todo o seu karma Aghati seja destruído.
Somente após o fim do karma Aghati é que se pode alcançar a iluminação
completa ou o Nirvana.
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Nirjara – È a extinção parcial do karma acumulado. Trata-se de uma maneira
mais “rápida” de “queimar” uma determinada porção de matéria cármica
acumulada. Justamente por ser uma forma de se conseguir apagar mais
rapidamente o karma, trata-se de uma fórmula mais radical que inclui
austeridades severas como jejuns, rituais de mortificação e longas sessões de
meditação. È necessária muita disciplina para alcançar Nirjara.
Tapaa externo
Anasan Jejum total. Abstinência completa de qualquer tipo de alimento durante
certo período de tempo, sendo permitida apenas a ingestão de água
morna.
Alpahara ou Unodary Jejum parcial. Redução significativa na quantidade de alimento.
Ichhanirodha ou Vritti- Jejum material. Redução na quantidade de objetos de uso no dia-a-dia
sankshep como roupas, cosméticos e também a vaidade, como raspar o cabelo.
Rasatyaga Jejum de paladar. Abstinência do consumo de alimentos de sabor mais
acentuado e temperado como frutas, sucos, chás e doces. Ingestão
apenas de água e comida insossa (sem sabor).
Kayaklesa Atividades como andar descalço em terreno irregular sob chuva, calor
ou frio intenso e tomar banhos frios na madrugada.
Samlinata Abstinência das sensações dos cinco sentidos (visão, audição, olfato,
tato e paladar) e da mente (pensamentos).
Tapaa interno
Prayaschita Arrependimento de possíveis quebras nos votos de humildade
Vinaya Humilhação (comportamento apropriado ou obediência extrema) aos
mestres, professores e mais velhos. Inclui também a mendicância (pedir
esmolas para sobreviver)
Vaiyqvrata Servir de maneira incondicional (benevolência extrema), aos
necessitados.
Svqdhyqya Estudar e ouvir ás escrituras, ensinamentos e discursos religiosos
Dhyqna Meditação e contemplação
Kayotsarg ou A última e mais profunda austeridade interna, capaz de destruir o karma
Vyutsarga Ghati. Todas as atividades do corpo, mente e palavra são interrompidos.
Corpo sem qualquer movimento, silêncio absoluto da palavra e a mente
em estado meditativo profundo.
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Parte III – Comparações entre Hinduísmo, Jainísmo e Budismo
Jainismo e Budismo
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Conceitos comuns
Ahimsa, ou Não-Violência
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Religião cientifica, ética e moralidade
Mahavir e Buda
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A coincidência histórica também se dá na idade, pois foi exatamente aos 29
anos que ambos entraram em contato com as mazelas e o verdadeiro
sofrimento humano. Para a sorte de toda a humanidade, prevaleceu a segunda
previsão e a iluminação de ambos deu origem a duas das mais antigas e
importantes religiões em prática no mundo. Em mais de 2.500 anos de história,
nenhuma gota de sangue sequer foi derramada em nome da conversão de
qualquer povo ao Jainísmo ou ao Budismo. Algo bem diferente do que ocorreu
com o “trio de ferro” Cristão-Judaico-Muçulmano.
As diferenças
Esta posição é mais visível na alimentação, por exemplo. O budismo não prevê
claramente em sua doutrina uma base sobre o não-consumo de carne. Com
exceção talvez da escola tradicional Theravada, outras escolas e ramificações
budistas não fazem qualquer menção ao vegetarianismo e seus adeptos
consomem carne normalmente. Para os jainistas entretanto, o vegetarianismo é
visto como ponto fundamental da religião. Uma vez que todas as Jivas são
sagradas, não há como matar e consumir-se delas sem que isto inflija em
sofrimento e karma para ambas as partes. Não há ahimsa sem vegetarianismo.
Existem varias passagens nos cânones budistas que demonstram o respeito que
Buda tinha para com os animais, inclusive no que se refere à condenação
absoluta às praticas de sacrifícios com animais realizadas pelos brâmanes, mas
não há uma posição clara de Buda em relação ao não-consumo de carne e
outros produtos de origem animal.
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Austeridades e penitências
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Mahavir disse que "O corpo não é meramente um amontoado de carne e ossos,
mas o ápice do espírito que tem o potencial da percepção infinita
(Anant-darshana), sabedoria infinita (Anant-jnäna), poder ilimitado
(Anant-virya) e benção suprema (Anant-sukha).” A mensagem de Mahavir
reflete a liberdade e o gozo espiritual de todos os seres vivos.
Certa vez Mahavir foi questionado sobre o que seria uma religião realista. O
Senhor disse - “uma religião realista consiste de quatro partes:
Se qualquer um adotar pelo menos uma destas quatro virtudes, todas as outras
estarão incorporadas automaticamente”.
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