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QUEM MANDA EM SEU CORAÇÃO?

Leitura Bíblica: Gênesis 22.1-14

Introdução

Em 2006 a australiana Rhonda Byrne escreveu o que é até hoje o seu livro
de maior sucesso: “O Segredo”. Até agora foram mais de 20 milhões de
cópias vendidas da obra, que foi traduzida para pelo menos 50 idiomas.

A ideia do livro é conhecida (mesmo por aqueles que nunca leram a obra):
é preciso ser positivo. A partir da pretensa Lei da Atração, existe a
possibilidade de se atrair tudo o que alguém deseja simplesmente por
pensar bastante neste ideal. Certo trecho do livro afirma: “Os pensamentos
são magnéticos e têm uma frequência. Quando você pensa, os
pensamentos são emitidos no Universo e magneticamente atraem todas as
coisas semelhantes que estão na mesma frequência". A gente não precisa
sequer afirmar que este tipo de cosmovisão em nada se relaciona com o
que lemos na Bíblia. No entanto, fica uma pertinente questão no ar: Por
qual motivo obras como estas fazem tanto sucesso? Vivemos em uma
constante busca pela felicidade. Afinal, ser feliz é tudo o que importa.

No entanto, fundamentar nossas vidas em nossos sonhos e desejos é uma


proposta muito perigosa. Nossos sonhos, nossos desejos podem se
transformar nas piores coisas que poderiam nos acontecer.

O texto que acabamos de ler lança luz sobre o impacto das coisas boas sobre
as nossas vidas.
EXPOSIÇÃO

1. Um chamado solene. A cena que é retratada neste texto começa


revelando para todos nós qual é a intenção de Deus: o Senhor quer colocar
Abraão à prova. Por isso, há uma solene vocação, onde o patriarca é
chamado pelo nome e recebe o conteúdo do que deveria ser feito. Trata-se
de um chamado exigente, com um paralelo bem interessante com outro
momento da vida de Abraão. O Senhor diz aqui: “Abraão, vai-te à terra em
Moriá”; em Gn 12.1, lemos: “Abraão, vai para a terra que eu te mostrarei”.
Em todo o texto hebraico do AT, somente nestes dois momentos é utilizada
esta expressão para o verbo “ir”, o que nos leva a pressupor que há um
elemento especial neste chamado. Não se trata de uma mera sugestão,
como alguém que nos convida para ir até um determinado compromisso
social, mas de uma ordem na qual o Senhor vocaciona seu servo para um
ato de obediência.
Que choque Abraão recebeu quando Deus falou com ele neste
momento de sua vida! Ele deveria oferecer Isaque, o filho da promessa,
como uma oferta. Isto deveria ter parecido totalmente contrário ao caráter
de Deus. Não eram os pagãos que faziam tais coisas? Deus não estaria
destruindo os seus próprios planos de formar a nação de Israel e por meio
dela trazer o Salvador? Que prova isto deve ter sido para a fé de Abraão.
Nada parecia fazer sentido.
“Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas e vai-te à terra
de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te
mostrarei”. Deus sabe a enorme afeição de Abraão por Isaque e, mesmo
assim, lhe dirige estas palavras que, convenhamos, nos parecem absurdas.
O texto repete várias vezes a expressão: “filho” (eu contei treze vezes esta
palavra no capítulo 22): “seu filho, seu único filho” é uma fórmula que se
repete muitas vezes. Calvino comenta que a mente de Abraão foi
severamente castigada e violentamente agitada por estas palavras, uma
vez que a promessa e o mandamento de Deus estavam em conflito em seu
íntimo. Um capítulo antes deste relato (Gn 21), Deus mesmo havia falado
que em Isaque a descendência de Abraão seria reconhecida. Portanto,
perceba: parece que o mandamento dEle não está sintonizado com o que
prometeu.
Aqui está uma das mais tremendas experiências registradas nas
Escrituras. Esta passagem toca nos fóruns mais íntimos de nosso
relacionamento com Deus, pois fala de nossa confiança na fidelidade de
Deus, mesmo quando ele pede uma queima de arquivos em relação às suas
promessas. Será que Abraão se manteria fiel a Deus caso o seu maior
tesouro terreno fosse destruído?
O ato de Abraão seria um gesto de amor e obediência a Deus. O
sacrifício acertava em cheio o centro de suas afeições e a ordem era muito
específica: seu filho, na terra de Moriá, em holocausto, sobre o monte que
eu te mostrar. Vale a pena relembrarmos do que se trata o holocausto: uma
oferta queimada a Deus. Isto significa que a ordem de Deus tinha tal
conotação: o sangue do menino deveria ser derramado e em seguida seu
corpo deveria ser queimado.
2. Uma caminhada angustiante. O texto poderia ser menos dramático,
mas não o é. Bastaria dizer em palavras simples: Abraão então pegou seu
filho e foi para o lugar onde o Senhor iria receber o seu sacrifício. É
importante considerar que o texto não satisfaz a nossa curiosidade quanto
à idade de Isaque ou o papel de Sara, ou à reação de Isaque quando foi
amarrado sobre o altar.
Vamos ao texto: o versículo 3 começa a relatar a jornada de Abraão
até Moriá. A habilidade de Moisés na construção da história é também
admirável, note os verbos: levantou-se, tendo preparado, tomou, rachou
lenha e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado. Este preciosismo no
relato é intencional, pois o autor quer nos colocar dentro da cena, com
riqueza de detalhes, para que possamos reconhecer o enorme drama que
se passa no íntimo do patriarca. São três dias de jornada, o que nos permite
dizer que Abraão não agiu de modo impulsivo, mas pela com o coração
cheio de fé. O tempo geralmente destrói as resoluções mais importantes de
nossas vidas, mas para Abraão a realidade não é esta: ele reflete sobre a
ordem de Deus e não enfraquece quanto à sua obediência.
O v. 5 tem outra informação relevante: Abraão e Isaque foram
acompanhados por seus servos, mas estes deveriam ficar para trás no
momento mais importante da culto. Abraão deve deixar tudo para trás.
Sua viagem àquele monte simboliza a viagem solitária, psicológica de fé ao
local do sacrifício. O patriarca afirma: “iremos e voltaremos”. Ainda que
não saiba como Deus agirá, sua fé harmoniza a promessa de Deus de que
em Isaque sua descendência será contada (21.1-13) com a ordem de
sacrificar Isaque.
Isaque possivelmente estaria no final de sua adolescência e seria
capaz de carregar a lenha do sacrifício em suas costas até o monte. Este é
um momento de tremenda tensão – Isaque carrega a lenha para sua própria
destruição. Enquanto isso, seu pai mesmo levava consigo o fogo e a faca.
Este detalhe comunica o peso do fardo de Abraão. Ele leva as armas que
deverá brandir contra seu filho.
No v. 7 Deus nos apresenta um novo elemento na tortura de Abraão:
a voz de seu filho, seu único filho, que o interpela chamando-o de pai. Com
a repetição de “pai” e “filho”, o narrador enfatiza a preciosa relação. A fé
de Abraão, na palavra de Deus, o capacita a desatar o nó feito pela
pergunta de seu filho: “Temos fogo e lenha, mas onde está o cordeiro para
o holocausto?” “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o
holocausto”.
3. Um gesto de fé: Sabemos que Isaque era forte o suficiente para
carregar a lenha do sacrifício, portanto, forte o suficiente para resistir ao
seu velho pai. Mas não há resistência; há submissão irrestrita. Ainda que o
objetivo central do texto não seja destacar a submissão de Isaque, mas a fé
de seu pai Abraão, a postura do menino merece nota. Os v. 9 e 10 são uma
forma literária de apresentar uma cena em câmera lenta: cada gesto de
Abraão pode ser visto aqui no detalhe. Matthew Henry comenta o texto de
uma forma tão vibrante que não poderíamos deixar de citá-lo:
“Tendo amarrado Isaque, Abraão o deita sobre o altar e coloca a sua
mão na cabeça do seu sacrifício. E agora, supomos, com rios de lágrimas,
ele dá e recebe o adeus final com um beijo de despedida: talvez ele receba
mais um beijo de seu filho, que estava prestes a morrer, para que o
transmitisse a Sara. Tendo feito isto, Abraão decididamente se esquece
dos seus sentimentos paternos, e veste a terrível seriedade de um
sacrificador. Com um coração decidido, e um olho dirigido ao céu, ele
toma o cutelo, e estende a mão para desferir o golpe fatal na garganta de
Isaque. Assombre-se, ó céu, com isto. E maravilhe-se, ó terra! Aqui está
um ato de fé e obediência, que merece ser um espetáculo para Deus, para
os anjos e para os homens. O amado de Abraão, o riso de Sara, a
esperança da igreja, o herdeiro da promessa, está deitado, pronto para
sangrar e morrer pela mão do seu próprio pai, que não recua ao fazê-lo”
4. A intervenção divina: Mas o Senhor intervém. Deus age! Uma voz
clamou e a faca parou. Todo o sofrimento da entrega de Abraão dissolveu-
se em maravilha quando ouviu a voz do anjo: “Não faças mal ao menino!
Agora sei que temes a Deus”. Mais uma vez, Abraão ouviu uma voz
familiar chamando seu nome, a voz que ele já havia ouvido antes. Mas ele
nunca ouvira dele palavras tão bem-vindas como: “Não toque no rapaz...
Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou
seu filho, o seu único filho” (v. 12, NVI).
Da perspectiva de Deus, Abraão já havia oferecido seu filho. Em seu
coração, ele já havia tomado a decisão. Aquele homem estava totalmente
disposto a tirar a vida do filho, crendo que Deus poderia ressuscitá-lo
dentre os mortos para cumprir a sua promessa (Hb 11:17-19).

ENSINO/DOUTRINA

1. O sofrimento faz parte da agenda de Deus para nossas vidas;


portanto, sofrer não é algo ocasional e sem propósito. Dave Hunt, em uma
análise muito precisa de nosso tempo chama de “espírito de Hollywood”
o processo que leva homens e mulheres a tratar de modo superficial os
embates da vida. A sétima arte, o cinema, retratou e implantou em nossas
vidas um senso otimista, leviano e risonho de tratar a realidade. O espírito
hollywoodiano predispõe as pessoas a considerarem o sofrimento como
um intruso no decurso normal da vida.
O que é importa é a felicidade, o alcance de um happy end, um final
feliz. Além do esquema dos filmes, os próprios artistas transmitem esta
imagem de fama e glória, no sistema onde “vale tudo para ser feliz”. Os
valores familiares, religiosos, morais, foram substituídos pela entronização
do “eu”. O que outrora era censurado como imoral agora é motivo de
vanglória.
O que este pensamento esconde é o final que muitos destes artistas
experimentaram: alguns morrem bem cedo de overdose, sem família e sem
a tal felicidade. E ainda mais: pessoas que agora transmitem uma imagem
de alegria e despreocupação, se permanecerem em suas vidas de
pecaminosidade e não se converterem a Cristo, passarão toda a eternidade
longe do amor de Deus, gemendo eternamente no inferno. Usar máscaras
diante do sofrimento inevitável da existência humana pode custar muito
caro.
O cristão não é seduzido pelo “espírito hollywoodiano”, mas é cativado
pelo exemplo de Cristo. Jesus veio ao mundo e sofreu neste mundo. Isaías
o chama profeticamente de homem de dores. A fé é como um músculo que
precisa ser fortalecido mediante o exercício e as provações assumem este
papel.
Ser provado por Deus é ter o enorme privilégio de ser conformado à
imagem de Cristo. Qualquer pai ou mãe pode entender os sentimentos de
Abraão; mas é importante observar que a morte prematura de Isaque, o
único filho da promessa (v. 2), anularia e invalidaria todas as promessas
que Deus havia feito a Abraão. Obedecer, então, significaria tornar o futuro
sem sentido; e mesmo assim ele foi, sem fazer objeções.
2. Obedecer a Deus envolve sérias renúncias: Para Abraão, este
incidente mostrou o perigo das melhores coisas da vida. Ele pôde ver que
este teste era sobre amar a Deus acima de tudo. Isto não significa que Deus
estava tentando descobrir se Abraão realmente o amava. Deus vê tudo,
inclusive o estado de cada coração. É como se Deus colocasse Abraão na
fornalha para que o seu amor a Deus brilhasse como o ouro, ficando livre
de suas impurezas. Não é difícil entendermos por que Deus fez isso: se o
Senhor não tivesse agido, Abraão certamente amaria mais o seu filho do
que todas as coisas. Isso seria idolatria, e toda idolatria é destrutiva; todo
ídolo é mortal.
Eu já li este texto muitas vezes em minha vida e lembro-me de estudá-
lo em minha adolescência na EBD. Honestamente, a narrativa passa sim a
ideia de um tratamento realmente duro da parte de Deus. Mas olhe com
cuidado e perceba que sob a perspectiva da eternidade, trata-se de um ato
de misericórdia. Visto que Abraão até então nunca tivera de escolher entre
obedecer a Deus e o seu filho, até então ele não sabia que seu amor por
Isaque estava se transformando em idolatria. De modo parecido, a gente
só pode saber se estamos idolatrando nossa carreira até nos depararmos
com um dilema entre ser íntegro e prejudicar nossa vida profissional.
Irmãos, é um ato duro de Deus, mas também é graça, é amor.

APLICAÇÃO

1. Portanto, irmãos e irmãs, perguntas importantes precisam ser feitas:


Quem manda em seu coração? Quem tem a preeminência em sua vida?
Para quem ou para que você vive? Qual a sua verdadeira motivação?
Geralmente, quando pensamos no pecado da idolatria, o que vem à
nossa mente é um pecado exterior. Imagine que, no meio de uma conversa,
alguém te perguntasse: você conhece um idólatra? Provavelmente, você
responderia que sim. E se ele emendasse outra pergunta, sobre como você
pode chegar à conclusão de que alguém é um idólatra, é bem provável que
você a respondesse apontando algo que ele faz. A razão pela qual isso teria
grandes chances de acontecer é simples: nós costumamos conceber a
idolatria como um pecado exterior; que tem a ver, exclusivamente, com as
nossas ações.
Nosso entendimento comum de idolatria também é o de um pecado
específico ou particular. Pense em que atitudes levariam você a definir
alguém como idólatra? É bem provável que elas não escapem muito a ações
como: a adoração a uma imagem, a participação em procissões ou algo
semelhante. O entendimento bíblico de idolatria não exclui esses aspectos
que compõem o nosso entendimento comum. A Bíblia não ignora que a
idolatria frequentemente se apresenta como um pecado específico,
evidenciado externamente em nossa vida litúrgica, e que se torna
característico de determinados grupos de pessoas. O problema de nosso
entendimento comum não é afirmar essas coisas, mas reduzir a ideia de
idolatria a elas. A Bíblia apresenta a idolatria como um pecado,
primariamente, interno, que tem a ver não apenas com aquilo que fazemos,
mas fundamentalmente, com as razões (os motivos) pelo que fazemos as
coisas. Assim, é importante lembrar que um princípio básico da
antropologia bíblica é o de que funcionamos de dentro para fora. Nós
fomos criados para funcionar desta maneira. Aquilo que acontece em nossa
dimensão interior (no coração), determina o que acontece em nossa
dimensão exterior.
Por isso, repito a pergunta: Quem manda no seu coração? Para quem
você vive? Para seu esposo, sua esposa, seus filhos? Para a igreja, para o
trabalho, para os amigos? Quem determina sua agenda e suas prioridades?
Se Deus não for o protagonista em seu coração, examine-se! Não caia nos
laços da idolatria.
2. Lance fora os falsos deuses: Deus está te chamando para lançar fora
os ídolos do seu coração, os falsos deuses que não podem salvar e não
podem satisfazer sua alma. Nenhum Isaque pode oferecer a segurança que
somente Deus pode dar. Por mais que você se apegue a este ídolo com
força, tudo o que ele pode te dar em troca é escravidão e frustração. Este
processo de despojo e despejo de ídolos não é fácil; algumas vezes parece
que Deus está nos matando, mas ele está nos salvando. Desfrute, portanto,
desta libertação do Senhor!
Amar o Senhor de todo o coração, de toda nossa alma, com todas as
nossas forças implica em entronizá-Lo em nossas vidas, dedicando a Ele
nossa prioridade. Qual falso deus está tentando te fascinar? A carreira, o
mito da família perfeita, os prazeres mundanos?
Como se mata um ídolo? Se conseguíssemos enxergar os ídolos, se eles
fossem peças sólidas de prata ou de ouro, saberíamos o que fazer.
Pegaríamos todos eles e os atiraríamos da janela mais próxima. Esses
ídolos, porém, existem em nossos pensamentos e em nossas fantasias.
Sabemos que estão lá porque produzem palavras e comportamentos
pecaminosos. Como nos livrar de algo que parece intrínseco a quem
somos? O que nos dá ânimo é o fato de que o Espírito de Deus, que sonda
corações, está sempre operando para nos iluminar e nos capacitar
Em primeiro lugar, identifique quem manda em seu coração. Em
segundo lugar, se não é o Senhor quem ocupa a primazia em nossas vidas,
entronize Ele em seu coração.

Conclusão

Para concluir, guardemos a frase de um autor desconhecido, mas que


carrega perfeitamente o senso que a verdadeira devoção carrega: “Deus
suporta muitos erros humanos, mas há uma coisa que Ele não aceitará - é
o segundo lugar em nossos corações. Aquele que oferece a Deus o segundo
lugar, não oferece lugar algum”.

Soli Deo Gloria

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