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MAGNÉSIO E AS ALTAS PRODUTIVIDADES DO CAFEEIRO do solo, maior sua preferencialidade de troca.

Dessa forma, independentemente da


valência e do raio iônico hidratado, se forem aplicados Ca ou K em demasia,
certamente haverá deficiência de Mg, devido às perdas por lixiviação. Isso pode
ocorrer quando forem aplicados insumos, em altas doses, que não contenham Mg,
mas sim Ca ou K, como é o caso do gesso e do KCl, respectivamente.
Além do processo de lixiviação, pode também ocorrer competição quanto à
absorção de Mg pelas raízes, causada por outros cátions, como os próprios Ca2+ e K+,
e NH4+, Mn2+ e H+. Esses processos podem induzir àdeficiência de Mg,mesmo que os
André Guarçoni M. teores iniciais sejam adequados no solo.
D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas
Solos intemperizados, ácidos, como a maioria dos solos brasileiros,
Pesquisador do Incaper
especialmente os mais arenosos, geralmente apresentam baixa concentração de
Mg.Essa característica pode ser agravada por períodos de veranico, pois o Mg deve
1) Magnésio no Solo
ser transportado até à raiz das plantas para ser absorvido. O Seu transporte no solo se
Em geral, o magnésio (Mg) é o 8º mineral em abundância na crosta terrestre,
dá, prioritariamente, por fluxo em massa, o que requer adequado volume de água
mas é o 2º nutriente mais abundante no complexo de troca do solo (CTC), vindo
transpirado pelas plantas, gerando um potencial hídrico negativo de água para
depois do cálcio (Ca2+) e antes do potássio (K+), uma vez que está presente no solo e
próximo das raízes, sendo o Mg transportado junto com esse fluxo. Portanto, o
é absorvido pelas plantas na forma de cátion bivalente (Mg2+). Essa ordem se dá
conteúdo de água no solo é essencial para a absorção de Mg.
devido ao fato dos materiais de origem do solo apresentarem maior quantidade de Ca,
e também ao intemperismo, especialmente ao processo de lixiviação (arraste do
2) Magnésio como Nutriente de Plantas
elemento com a água que percola no perfil do solo).
O Mg e retido no solo com menor energia do que o Ca, apesar de O magnésio é um nutriente de plantas, pois cumpre os critérios de
apresentarem a mesma valência (2+) (quanto maior a valência, maior a energia de essencialidade, estabelecidos já em 1939 por Arnon e Stout: 1) Sua deficiência
adsorção/retenção no solo). Outra característica que interfere na energia de adsorção impede que a planta complete seu ciclo vital; 2) O elemento não pode ser substituído
dos elementos químicos no solo é o raio iônico hidratado, de forma que, quanto menor por outro com propriedades similares; 3) O elemento deve participar diretamente do
o raio iônico hidratado, maior a energia de retenção, e o Ca apresenta menor raio metabolismo das plantas.
iônico que o Mg.Quando o solo é saturado com água, via chuva ou irrigação, esta Os critérios de essencialidade podem ser traduzidos numa linguagem mais
desce no perfil do solo, arrastando os elementos químicos retidos com menor energia, prática: Com deficiência de Mg, a planta não completa seu ciclo de vida (no campo,
o que ocorre com o Mg em relação ao Ca. uma deficiência que leve à morte das plantas dificilmente é observada, mas a redução
Essas características definem a participação do Mg no complexo de troca do na produtividade é uma consequência em caso de deficiência).Nesse caso, não
solo (CTC). Nos solos em geral, o magnésio trocável (Mg2+) normalmente constitui de adianta aplicar outro nutriente ou elemento.Se faltar Mg, apenas a aplicação de Mg
5 a 20 % da CTC, enquanto o Ca2+ representa em torno de 35 a 45 % e o K+ cerca de pode suprir a necessidade das plantas.
5 % da CTC, mas em solos de regiões tropicais, muito intemperizados, esta Por participar do metabolismo das plantas de forma específica, sua deficiência
participação pode ser ainda menor. leva a sintomas visuais também específicos, que estão diretamente ligados às suas
Há, no solo, uma verdadeira competição pelos sítios de ligação, o que pode funções.
causar deficiência de nutrientes que serão perdidos por lixiviação, em relação a outros,
que irão ocupar o complexo de troca do solo, caso sejam aplicados em grande
quantidade.Isso se dá pois, quanto maior a concentração de um elemento na solução
3) Funções do Magnésio no Cafeeiro

As funções do Mg no metabolismo do cafeeirose iniciam por seu papel


estrutural como átomo central da molécula de clorofila.O Mg corresponde a 2,7 % do
peso molecular da clorofila, ou seja, é essencial para o processo de fotossíntese das
plantas, que é basicamente a formação açúcares a partir de CO2 e água, sob efeito da
energia cedida pela luz solar.É, também, ativador enzimático – o Mg ativa mais
enzimas do que qualquer outro elemento. Participa da ativação de enzimas envolvidas
na respiração, na fotossíntese, e, especialmente, aquelas responsáveis pela
transferência de grupos fosfatos (ATPases e fosfatases).É,ainda, regulador do pH
celular, por ser um elemento de carga bivalente e estar envolvido no balanço cátion-
Figura 1 – Folha de café com sintoma de deficiência de magnésio.
ânion.Por fim, promove a ativação de aminoácidos necessários à formação de cadeias Fonte: http://www.anacafe.org/glifos/index.php/Caficultura_Fertilizacion
proteicas e síntese de proteínas.
Além dessas funções metabólicas, é também relatado que o Mg seria um
5) Magnésio nos cafés arábica e conilon
elemento que contribuiria para a “entrada” do fósforo (P) na planta,pelo aumento na
absorção direta do P ou pelo efeito nas reações de fosforilação.Em termos práticos, As quantidades exportadas e absorvidas de Mg entre os cafés arábica e
significa dizer que, a absorção de P pelas raízes é maior na presença de concentração conilon são bem diferentes, o que resulta em faixas de suficiência nas folhas também
adequada de Mg. diferentes (Tabela 1). O café conilon é mais exigente em Mg do que o arábica, para
um mesmo nível de produtividade. Deve-se considerar ainda que, o café conilon
4) Sintomas Visuais de Deficiência de Magnésiono Cafeeiro alcança facilmente produtividades duas vezes superiores às do café arábica, o que
aumenta a exportação de Mg por esta espécie de café. Essa característica do café
O magnésio é um nutriente extremamente móvel no floema, sendo translocado
conilon se desdobra numa faixa de suficiência com valores mais elevados (Tabela 1),
das folhas mais velhas para as mais novas ou para pontos de crescimento. Em
que deve ser considerada quando as lavouras forem avaliadas quanto ao estado
consequência dessa elevada mobilidade na planta, os sintomas de deficiência ocorrem
nutricional.
primeiramente nas folhas mais velhas, podendo progredir para as folhas mais jovens,
caso a deficiência se acentue com o tempo. Os sintomas visuais característicos são Tabela 1 – Quantidades de Mg necessárias para os cafés arábica e conilon
inconfundíveis, caracterizando-se por folhas mais velhas com coramarelada e depois Condição Arábica Conilon
pardacenta entre as nervuras (reticulado grosso) (Figura 1), caindo prematuramente. Quantidade exportada em saca de 60 Kg (g/saca) 231 258
Acúmulo total nas plantas (g/planta) 21 42
É importante ressaltar que, ao aparecerem os sintomas visuais de deficiência, Faixas de suficiência nas folhas (dag/Kg) 0,31 – 0,36 0,35 – 0,40
a produtividade pode já estar comprometida. O ideal é que se utilize análises de solo e
de folhas para diagnosticar uma possível deficiência de Mg e corrigi-la, antes que o 6) Fontes e doses de magnésio
sintoma visual ocorra.
A fonte mais comum e barata de Mg encontrada no mercado é o calcário
dolomítico, que contém em sua composição uma concentração maior que 12 % de
MgO. A aplicação de calcário em solos ácidos geralmente supre a necessidade das
plantas em relação ao Mg. O problema maior ser dá em solos arenosos, onde a
aplicação de calcário pode elevar o pH em demasia, e em solos alcalinos, onde o pH e
os teores de Ca já estariam num patamar elevado, e não haveria necessidade de Muitas vezes se desconsidera o Mg nos programas de adubação, visto que é
aplicação de calcário. adicionado via calagem, e sua importância e seu efeito acabam passando
Em solos arenosos, a saída para a utilização de calcário, visando suprir a despercebidos. Contudo, quando se deseja obter elevadas produtividades de café,
necessidade de Mg, e também de Ca, é sua aplicação localizada em filete, sob ou na este é um nutriente que necessita de atenção, para que seja suprido nas doses e
projeção da copa, como se fosse mesmo um fertilizante. Nesse caso, é preferível que fontesmais rentáveis.
seja um calcário com PRNT mais elevado, ou seja, de mais rápidacapacidade de
reação com o solo.
Em solos já alcalinos e com elevado teor de Ca, deve-se lançar mão de outras
fontes de Mg, porém mais caras que o calcário, como o sulfato de magnésio (16-17 % Fonte: Revista Campo e Negócios
de MgO), o óxido de magnésio/magnesita (94 % de MgO), o nitrato de magnésio (14-
16 % de MgO) e o sulfato de K e Mg (18 % de MgO), dentre outras. Essas fontes têm
suas peculiaridades e preços distintos, mas os sulfatos e o nitrato são altamente Participe do Curso Online: "Correção do solo e adubação para aumentar a
solúveis, podendo ser aplicados via fertirrigação. Já o óxido de magnésio, apesar de lucratividade do cafezal" e saiba mais!
reativo, não forma solução em água, devendo ser aplicado sempre a lanço. Contudo,
esta fonte é altamente concentrada, e pode ser a mais econômica, se for considerado Início: 22/08
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Para altas produtividades de café arábica, as doses a serem aplicadas devem (19) 3432-2199
ser calculadas para que o teor no solo atinja em torno de 0,8 cmolc/dm3 de Mg. Para o
café conilon de alta produtividade, cujo solo deve apresentar maiores teores de Mg,
devido àmaior necessidade e à baixa capacidade de absorção e utilização deste
nutriente, as doses devem ser calculadas para se atingir em torno de 1,0 cmolc/dm3 de
Mg. De acordo com o manejo, as condições locais e a capacidade produtiva das
plantas, esses patamares podem ser mais elevados, visando-se produtividades ainda
maiores.

7) Época de aplicação

Se o Mg for adicionado ao solo na forma de calcário ou óxido de magnésio, a


época correta de aplicação é logo no início das águas, ou um pouco antes, como
meados de agosto, visando maior tempo de contato com o solo para melhor
solubilização. Caso a aplicação seja na forma de produtos mais solúveis, como o
sulfato ou o nitrato de magnésio, seria adequado o seu parcelamento, em condições
de sequeiro, pelo menos em duas aplicações, do início do florescimento até o ponto
médio de desenvolvimento dos frutos. Caso seja realizada fertirrigação na área, pode-
se sugerir seu parcelamento em seis aplicações, do início do florescimento até o início
do enchimento de grãos.

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