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Ficha informativa de Gramática

Ano letivo: 2014 -15

Flexão verbal

Do ponto de vista morfológico, os verbos são palavras complexas, formadas pela combinação
de vários morfemas. Os verbos são constituídos por um tema, que resulta da combinação de um
radical com uma vogal temática (que define a conjugação do verbo, ou seja, indica o seu
paradigma flexional).

Cantar cant + a
radical vogal temática

Ao tema verbal (1) segue-se um conjunto de sufixos que transportam informações de tempo,
modo e aspeto e de pessoa e número. A ordem desses sufixos é a seguinte: sufixos de tempo,
modo e aspeto (2) + sufixos de pessoa e número (3).

canta va mos
1 2 3

No entanto, nem todas as formas verbais têm esta estrutura morfológica; as formas verbais
não finitas (infinitivo impessoal, gerúndio e particípio), por exemplo, são formas invariáveis.

Conjugações verbais

Em português, os verbos agrupam-se em três conjugações, de acordo com a vogal temática


que possuem. Os verbos da primeira conjugação formam o tema com a vogal - a- (ansiar, cantar,
falar, recear…), os da segunda, com a vogal - e- (crer, dizer, fazer, perder ...) e os da terceira, com a
vogal - i- (dormir, fugir, pedir, sorrir ...).
A primeira conjugação é composta maioritariamente por verbos regulares, ou seja,
verbos que mantêm o radical em toda a flexão (canta, cantava, cantaria, ...). A flexão irregular
existe sobretudo nos verbos da segunda e da terceira conjugações, que sofreram muitas
transformações no processo de passagem do latim para o português; estes verbos não mantêm o
radical em toda a flexão (faço, fazia, faria, fazendo ...).
A vogal temática pode ser claramente identificada a partir da forma do infinitivo: andar,
comer, sair.

Conjugação Vogal temática Exemplos

Primeira a saltar, andar, rebolar, pintar…

Segunda e correr, ler, temer, roer, viver…

Terceira i fugir, vir, consentir, admitir…

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Em alguns tempos verbais, a vogal temática pode não ser visível, porque ocorrem alterações
fonéticas em determinados contextos. Por exemplo, no presente do indicativo e do conjuntivo, a
vogal temática desaparece quando se encontra antes de vogal.
Tem
Presente do indicativo Presente do conjuntivo
Primeira cant + a + o → canto cant + a + e → cante

Segunda com + e + o → como com + e + a → coma

Terceira sub + i + o → subo sub + i + a → suba

Pessoa e número
As formas flexionadas dos verbos expressam a concordância em pessoa e número com o
sujeito da oração de que fazem parte. Na maioria dos casos, um único morfema expressa
simultaneamente os valores de tempo, modo, aspeto, pessoa e número (por exemplo, no caso do
verbo falar, o sufixo - o em falo indica presente do indicativo + 1.ª pessoa do singular). Em casos
excecionais, a concordância é expressa através de um conjunto de sufixos independentes que
ocupam a última posição na ordem dos morfemas verbais. Por exemplo, na forma verbal
cantávamos,- va- é o sufixo de tempo, modo e aspeto, e - mos é o sufixo de pessoa e número. Em
português, existem três formas para a pessoa (primeira, segunda e terceira), que variam em
número (singular e plural).

Número Pessoa Sufixo Exemplo

Singular 1ª — Falava
2ª -s falavas
3ª — falava

Plural 1ª -mos falavamos


2ª -is faláveis
3ª -m falavam

Existem verbos que só são conjugados em certas combinações de pessoa e número. É, por
exemplo, o caso dos verbos impessoais, como nevar, que apenas ocorrem na terceira pessoa do
singular.

Modo
O modo verbal é uma categoria gramatical que expressa a atitude do locutor (dúvida,
certeza, suposição, necessidade, exigência, etc.) face ao conteúdo do enunciado. Distinguem-se, em
português, quatro modos verbais: indicativo, conjuntivo, imperativo e condicional.

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 O modo indicativo apresenta a ação como um facto verosímil ou tido como tal:

Lisboa é a capital de Portugal.


O Pedro comprou um carro novo.
Picasso não pintou este quadro.

 O modo conjuntivo não refere um estado de coisas real, mas um estado de coisas possível,
desejável, incerto ou irreal:

Quero que venhas cá amanhã.


Talvez leia este livro.
Duvido que chegues a tempo.

 O modo imperativo é usado para expressar uma ordem, um convite, um conselho, em


frases afirmativas cujo sujeito é uma segunda pessoa:

Vai- te embora!
Abre a porta!
Vem jantar comigo amanhã.

Este modo é, portanto, defetivo na primeira e na terceira pessoas. Nessas pessoas e em frases
negativas, as formas verbais usadas para expressar ordens, pedidos, etc., pertencem ao modo
conjuntivo:
Chegue aqui!
Avancemos!
Não venhas tarde!
Não se mexam!

 O modo condicional é utilizado para indicar acontecimentos que ocorreriam no futuro ou


no presente, caso se verificassem as condições necessárias. Está frequentemente associado a
frases complexas com orações subordinadas condicionais.

Se não tivesses aparecido, ainda estaríamos perdidos.


Se tivesse mais tempo livre, iria mais ao cinema.

Tempo

A categoria gramatical tempo indica o momento temporal em que decorre o estado de coisas
expresso pelo verbo, tomando-se, como ponto de referência, o momento da enunciação.

Tempos verbais simples e compostos

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Os tempos verbais podem ser agrupados em duas séries: os tempos simples e os tempos
compostos.

Tempos verbais simples

Modo Tempo Exemplos

Indicativo Presente corro


Pretérito imperfeito corria
Pretérito perfeito corri
Pretérito mais-que-perfeito correra
Futuro correrei
Conjuntivo Presente corra
Pretérito imperfeito corresse
Futuro correr
Condicional correria
Imperativo corre

Os tempos compostos em português são formados por uma forma flexionada de um verbo
auxiliar combinada com o particípio passado dos verbos principais. O auxiliar dos tempos
compostos mais frequente no português atual é ter, mas o verbo haver também é por vezes usado
(Havíamos lido os livros e feito os exercícios).
Os tempos compostos indicam que o estado de coisas referido na frase se realizou, isto é, estas
formas têm um valor aspetual perfetivo.

Tempos verbais compostos

Modo Tempo Exemplos

Indicativo Pretérito perfeito tenho corrido


Pretérito mais-que-perfeito tinha corrido
Futuro perfeito terei corrido
Conjuntivo Pretérito perfeito tenha corrido
Pretérito mais-que-perfeito tivesse corrido
Futuro perfeito tiver corrido
Condicional teria corrido

Formas verbais finitas - As formas verbais finitas variam em tempo, pessoa e número. Ao
contrário das formas verbais não finitas (infinitivo, gerúndio e particípio), estas formas podem
constituir a única forma verbal numa frase simples.
Tempos do modo indicativo

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Regra geral, as formas do presente são usadas para referir os estados de coisas atuais, as
formas do futuro indicam os estados de coisas que irão acontecer e as formas de pretérito, os que
se localizam no passado.
No entanto, os tempos verbais são muitas vezes usados para indicar um valor temporal
diferente daquele que normalmente veiculam. Por exemplo, não é invulgar usar uma forma do
presente para referir uma ação passada (1) ou futura (2):

(1) Nos anos 90, uma epidemia quase acaba com os golfinhos riscados.
(2) Amanhã vou às compras.

Na verdade, em português, o presente do indicativo só expressa o tempo presente num número


restrito de casos.

O presente do indicativo é usado:

• para referir um estado de coisas localizado num intervalo de tempo contemporâneo do


tempo da enunciação:
Estamos aqui para falar do contrato.
A Rita está de férias.

• em enunciados que expressam verdades intemporais ou eternas:


A terra gira em volta do Sol.
A neve é fria.

• em enunciados que contêm instruções:


Giras este manípulo e inseres o disco.
Vais à loja e compras um litro de leite.

• para referir um estado de coisas habitual:


Como uma maçã ao pequeno-almoço.
Desde pequeno que vou para a praia da Adraga.
CAPÍTULO 3
• para indicar o futuro próximo (geralmente acompanhado de advérbios de tempo):
Vou a Paris amanhã.
Logo leio isso.

• na descrição de factos passados, em sequências narrativas que contêm uma expressão


temporal:
Em1530, a armada chega à Baía.

Para situar uma ação no passado, usam-se os seguintes tempos verbais:

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• pretérito imperfeito — expressa uma ação passada habitual;


• pretérito perfeito — expressa uma ação passada terminada;
• pretérito perfeito composto — e expressa uma ação passada que continua no momento da
enunciação;
• pretérito mais-que-perfeito simples — expressa uma ação passada anterior a outra também
situada no passado;
• pretérito mais-que-perfeito composto — expressa uma ação passada anterior a outra também
situada no passado.

O tempo futuro tem duas formas: simples e composta.

O futuro simples (irei, estudaremos, farão…) indica a probabilidade de ocorrência de um


acontecimento ou estado num tempo posterior ao momento de enunciação:
Afinal da prova decorrerá em Lisboa.
O Pedro fará anos na próxima semana.

Frequentemente, o futuro simples é substituído pelo presente do indicativo (Amanhã, vou à praia.)
ou por construções perifrásticas (Hei de comprar um carro novo; A Laura vai mudar de casa
amanhã).

O futuro composto ( terei ido, teremos estudado, terão feito, etc.) indica uma ação terminada antes
de outra: Quando o João voltar ,já o filho terá ido para a escola.
Este tempo verbal pode ainda indicar incerteza: Julgo que terá sido o Pedro a causar o acidente.

Tempos do modo conjuntivo

Os tempos simples do conjuntivo podem, além do seu valor temporal intrínseco, expressar
uma localização temporal futura. Numa frase como: Ela quer que tu lhe tragas um presente de Paris
quando voltares, o presente do conjuntivo expressa um tempo futuro em relação ao tempo da
enunciação. Em: A Luísa pediu que arranjasses a torneira, o imperfeito do conjuntivo expressa um
tempo posterior ao tempo da oração subordinante e ao tempo da enunciação.

Tempos do modo condicional

O condicional simples ou futuro do pretérito simples indica um tempo futuro em relação a um


momento localizado no passado:
O autor matriculou- se na universidade em1947 e terminaria o curso cinco anos depois.
Este tempo verbal pode igualmente expressar uma possibilidade:
O treinador disse que o convidaria se ele chegasse a tempo.ÍTULO
O condicional composto indica uma consequência possível da não realização de um estado de
coisas localizado no passado:
Se não tivesses sofrido aquela lesão, terias ganho.
Tempo do modo imperativo

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Ano letivo: 2014 -15

O modo imperativo tem um carater defetivo, visto só apresentar um tempo (o presente) e uma
pessoa (a segunda pessoa gramatical).
(2.ª pessoa do singular) anda
(2.ª pessoa do plural) andai

Para expressar os valores associados ao imperativo em frases com sujeito gramatical diferente da
segunda pessoa (frases com o sujeito você/vocês, que é formalmente uma terceira pessoa) ou para
expressar frases imperativas negativas, usa -se o conjuntivo:
Traga- me já o contrato!
Não venhas tarde!

As formas verbais não finitas

As formas verbais não finitas são o infinitivo (pessoal e impessoal), o gerúndio e o particípio.
Estas formas ocorrem, normalmente, associadas a outras formas verbais e não variam em tempo.

Infinitivo impessoal

O infinitivo impessoal é uma forma que pode ocorrer em orações subordinadas substantivas com
função de sujeito (1), de complemento do verbo (2) e de complemento do nome (3), em orações
subordinadas adverbiais temporais (4) e em orações subordinadas adverbiais causais (5):

(1) Fumar mata.


(2) O Pedro quer ir ao cinema.
(3) A ideia de ir à praia agrada- me.
(4) Eles encontraram o Pedro ao sair de casa.
(5) Eles caíram por escorregar no óleo.

Este tempo tem uma forma simples (ex.: andar) e uma forma composta (ex.: ter andado).

Infinitivo pessoal

O português possui uma forma de infinitivo pessoal ou flexionado, além do infinitivo impessoal.
Esta forma, que tem flexão de pessoa e de número (por exemplo: ler, leres, ler, lermos, lerdes, lerem),
ocorre em certas orações subordinadas, como as finais:

Vim chamar-te para ires ao telefone.

Gerúndio

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Este tempo verbal tem uma forma simples, constituída pela junção do sufixo - ndo ao tema verbal
(ex.: andando, lendo, saindo), e uma forma composta, que associa o gerúndio do verbo auxiliar ter ao
particípio do verbo principal (ex.: tendo andado, tendo lido, tendo saído).
O gerúndio expressa um valor durativo e não acabado, indicando a simultaneidade das ações
expressas pelo verbo no gerúndio e por um verbo numa forma finita (1) ou a anterioridade da ação
expressa pelo verbo no gerúndio em relação a ação expressa pela forma verbal finita (2).
(1) Ela ouvia- o sorrindo.
(2) Dizendo isto, saiu da sala.

As construções que têm como núcleo um gerúndio têm um valor adverbial.


Dizendo isto, saiu da sala= Assim que disse isto, saiu da sala.

Particípio

O particípio e uma forma verbal não finita que entra na formação dos tempos compostos e das
construções passivas. Nos tempos compostos, ocorre como forma invariável:
Ela tinha ido a rua.
Os rapazes tinham jantado fora.

Em construções passivas, o particípio e uma forma que flexiona em género e em número:


Estes carros foram reparados ontem.

Existem verbos que apresentam duas formas de particípio passado: uma regular (forma fraca),
habitualmente usada na formação dos tempos compostos com os auxiliares ter e haver, e outra
irregular (forma forte), geralmente utilizada com os auxiliares ser e estar.
O particípio regular é formado pela afixação do sufixo - do ao tema verbal: ama+do→amado.
Apresentam-se abaixo os principais verbos que manifestam esta particularidade.

Infinitivo Particípio regular Particípio irregular


aceitar aceitado aceite
assentar assentado assente
descalçar descalçado descalço
entregar entregado entregue
enxugar enxugado enxuto
expressar expressado expresso
expulsar expulsado expulso
fartar fartado farto
gastar gastado gasto
isentar isentado isento
juntar juntado junto
libertar libertado liberto
matar matado morto
murchar murchado murcho
ocultar ocultado oculto

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salvar salvado salvo


secar secado seco
segurar segurado seguro
soltar soltado solto
sujeitar sujeitado sujeito
vagar vagado vago
enxugar enxugado enxuto

Infinitivo Particípio regular Particípio irregular

acender acendido aceso


benzer benzido bento
convencer convencido convicto
eleger elegido eleito
envolver envolvido envolto
incorrer incorrido incurso
morrer morrido morto
nascer nascido nado/nato
prender prendido preso
romper rompido roto
suspender suspendido suspenso

Infinitivo Particípio regular Particípio irregular

afligir afligido aflito


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emergir emergido emerso


exprimir exprimido expresso
extinguir extinguido extinto
frigir frigido frito
imergir imergido imerso
imprimir imprimido impresso
inquietar inquietado inquieto
inserir inserido inserto
omitir omitido omisso
submergir submergido submerso

• As formas de particípio ocorrem frequentemente como adjetivos qualificativos:

Gosto de peixe assado.

• Quando os verbos possuem duas formas de particípio, é sempre a forma irregular que
funciona como adjetivo:

Comi batatas fritas.


*Comi batatas fritadas.

• É também a forma forte que ocorre normalmente nas construções passivas:

O suspeito foi solto pelo juiz.


*O suspeito foi soltado pelo juiz.

Tipologia verbal

Verbos regulares

Os verbos regulares conservam o mesmo radical em todas as suas formas e os sufixos a ele
associados seguem o paradigma da respetiva conjugação. A maioria dos verbos da primeira
conjugação é regular.

andar and+o ande+ andar+


i a

lavar lav+o lave+i lavar+a

saltar salt+o salte+i saltar+a

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Verbos irregulares

Os verbos irregulares apresentam um conjunto de sufixos flexionais que não seguem o paradigma
da conjugação a que pertencem. Em alguns casos, a irregularidade destes verbos pode afetar
igualmente o radical. O verbo ser, por exemplo, apresenta mais do que um radical na sua flexão: sou,
és, fui, etc.
Estas formam flexionadas pertencentes a radicais diferentes que preenchem lacunas existentes no
paradigma flexional de um verbo denominam-se formas supletivas.
CAPÍTULO 3
Para determinar se um verbo é irregular, basta observar as seguintes formas do indicativo (exceto
no caso dos verbos irregulares dar, estar, haver, querer, saber e ir): presente, pretérito perfeito e
futuro.

caber caibo coube caberei


dizer digo disse direi

As irregularidades manifestadas pelos verbos podem dizer respeito a:

• ocorrências de vários radicais:


Ir, vou, fui, irei
Ser, sou, és, fui, foste, serei, serás

• alterações sistemáticas na forma dos radicais:


Te
Verbo Presente do indicativo Presente do conjuntivo
ouvir ouço ouça
perder perco perca
poder posso possa
caber caibo caiba
crer creio creia

Verbo Indicativo Conjuntivo


Pretérito perfeito P. mais -que- P. imperfeito Futuro
-perfeito
por pus pusera pusesse puser

ter tive tivera tivesse tiver

trazer trouxe trouxera trouxesse trouxer

Por razões fonológicas, em alguns verbos o timbre da vogal do radical altera-se em determinados
contextos. É o que se verifica na flexão dos seguintes verbos:

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- sonhar: sonho, sonhava — alternância entre [o] e [u];


- dever: devo, deves — alternância entre [e] e [E];
- ferir: firo, feres — alternância entre [i] e [E];
- mover: movo, moves, movia — alternância entre [o], [ç] e [u].

A este fenómeno dá-se o nome de alternância vocálica.


CAPÍTULO 3
Verbos defetivos

Os verbos defetivos são verbos que apenas ocorrem em certas combinações de pessoa e número e
de tempo, modo e aspeto. A sua conjugação é, por isso, incompleta. Isto pode suceder por razões
semânticas, como no caso dos verbos impessoais, que só ocorrem na terceira pessoa (nevar,
suceder, acontecer...). Também os verbos que designam vozes de animais (ladrar, miar, zurrar,) são
considerados defetivos no seu uso normal, embora possam ocorrer em qualquer pessoa num
contexto adequado (por exemplo, numa fabula).Um verbo como falir só é usado, por razões de
eufonia, na primeira e na segunda pessoa do plural do presente do indicativo (falimos, falis),e na
segunda pessoa do plural do imperativo (fali). Outros verbos defetivos do mesmo tipo são banir,
colorir, demolir, punir, etc.

Verbos defetivos impessoais

Os verbos impessoais apenas ocorrem na terceira pessoa do singular: é o caso de haver na aceção
de existir, do verbo fazer quando indica tempo decorrido, do verbo tratar quando conjugado
pronominalmente e dos verbos que indicam fenómenos meteorológicos— nevar, chover, trovejar,
amanhecer, anoitecer, etc. As frases com estes verbos não têm sujeito expresso:
Há muitos problemas nesta cidade.
Faz cinco anos que ele emigrou.
Nevou ontem em Londres.
Ontem choveu torrencialmente.
Trata- se de um projeto interessante.

Verbos defetivos unipessoais

Os verbos ditos unipessoais apenas flexionam na terceira pessoa do singular e do plural. Esta
restrição tem origem na semântica dos próprios verbos, que selecionam sujeitos não humanos. É o
caso dos verbos que designam vozes ou comportamentos de animais:

Os cavalos relincharam.
O cão ladrou.
Os lobos uivaram toda a noite.
Os pássaros chilreavam alegremente.
O cavalo galopou velozmente.

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