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Ana Santiago o Ano

8. Português

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Gu

NOVA EDIÇÃO:
o c o m a s M e ta s Curriculares
De acord
.
e o Novo Programa
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO DO PROJETO....................................................... 3
20 AULA DIGITAL ........................................................................ 4
METAS CURRICULARES DE PORTUGUÊS 7.O E 8.O ANOS ...................... 5
DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ................. 19
GUIÃO DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA ................. 42
• A ilha encantada, Hélia Correira
(versão para jovens de A tempestade, de William Shakespeare)

Título Autoras Design de Capa ©2012


Caderno de Apoio Ana Santiago Ideias com Peso Texto Editores, Lda.
ao Professor Sofia Paixão Lisboa, 2014 · 1.a Edição

P8
Português 8.o Ano Editor
Texto Editores, Lda.

Coordenação Editorial
Joana Paes
Laura Mateus Fonseca

2
APRESENTAÇÃO DO PROJETO

O projeto P propõe-se a dar resposta aos desafios impostos pela entrada em vigor das Metas Curriculares e do
novo Programa de Português do Ensino Básico.
Trata-se de um projeto que pretende ser rigoroso, funcional e facilitador das aprendizagens. Para tal, com o
objetivo de promover práticas de ensino de qualidade e aprendizagens significativas, o projeto P propõe: o desen-
volvimento equilibrado e integrado dos cinco domínios de referência específicos (Oralidade, Leitura, Escrita,
Educação Literária e Gramática); abordagens que assegurem o princípio da progressão (no ciclo, interciclos e ao
longo do ano letivo); sequências de aprendizagem, caracterizadas pela diversidade textual, que garantam a
construção de conhecimento, o treino, a consolidação e avaliação.
Estas propostas concretizam-se nos elementos que integram o projeto:

Manual
Aposta numa organização por Unidades e Percursos, com uma identificação clara dos conhecimentos e dos
domínios em desenvolvimento e propostas de resolução das atividades.

Livro de Testes
Testes de avaliação estruturados por competências e a partir dos modelos das provas de aferição e dos exa-
mes nacionais, que incluem a avaliação da oralidade. Disponíveis em versão online .

Caderno de Atividades
Fichas gramaticais para treino e consolidação das aprendizagens e respetivas propostas de solução.

Multimédia
é uma ferramente de suporte à aprendizagem. Disponibiliza conteúdos de aprendizagem
articulados com o Manual escolar. Possui um amplo e variado conjunto de recursos: vídeos, gramáticas interati-
vas, banco de imagens…

Caderno de Apoio ao Professor


Apresentação da componente , Metas Curriculares para os 7.º e 8.º anos, comparação entre os
termos gramaticais da tradição e o Dicionário Terminológico e cenários de resposta do guião de leitura e escrita (dis-
ponível em versão online) de A ilha encantada.

Planos de Aula
Planificação das atividades, ao longo do ano letivo, que concilia as propostas do Manual com os descritores
de desempenho e os conteúdos enunciados no documento das Metas Curriculares, apresentando sugestões de
operacionalização.

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20 AULA DIGITAL

(CD-ROM e online em www.p8.te.pt) permite ao professor uma fácil exploração do pro-


jeto P8, utilizando as novas tecnologias em sala de aula com total integração entre os recursos digitais de apoio e
o Manual.

permite projetar e explorar as páginas do Manual em sala de aula e aceder a um vasto con-
junto de recursos multimédia integrados e articulados com o Manual, concebidos de acordo com as Metas
Curriculares. Todos os recursos estão assinalados no Manual Multimédia.

O Manual Multimédia conjuga o livro escolar, em formato digital, com recursos multimédia de apoio que
permitem complementar as matérias do Manual. Dispõe de ferramentas que permitem sublinhar e escrita
livre (é possível associar uma nota de texto às páginas do Manual Multimédia).

A área Aulas tem como objetivo apoiar o professor na planificação das aulas, bem como na organização de
sequências de recursos multimédia para projeção em sala de aula.

Nas opções Planos de aulas e Planificação global o utilizador poderá organizar e gerir as suas planificações.
É possível adicionar ficheiros pessoais, relativos aos planos de aula ou ao planeamento global.
Os planos serão organizados sob a forma de uma listagem, estando disponíveis os seguintes botões:
• abrir o plano;
• associar aula (esta opção apenas está disponível para planos de aula);
• editar plano de aula e apagar plano de aula.
É possível aceder aos planos em formato word ou em papel e planificar as aulas de acordo com as caracterís-
ticas de cada turma.
É possível ainda adicionar Planos de aula, que servirão de base para a criação de Aulas interativas, com-
postas por sequências de recursos digitais disponíveis no 20 Aula Digital.
Acedendo à opção Aulas interativas é possível criar sequências organizadas de recursos multimédia, para
fácil exploração na sala de aula. As aulas criadas serão organizadas em lista, permitindo:
• visualizar a aula;
• associar/abrir o plano de aula;
• editar a aula.

A área Testes permite verificar as aprendizagens, a partir do banco de questões disponibilizadas, personali-
záveis e organizadas segundo as diversas unidades do Manual.
Poderá aceder a testes predefinidos, integrados com o manual interativo (Testes da sala), criar novos testes
(Os meus testes) e/ou elaborar novas perguntas (As minhas perguntas).

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Todos os testes possibilitam correção automática e disponibilizam um relatório final de avaliação, com infor-
mação sobre:
• classificação;
• tempo;
• total de questões;
• questões não respondidas;
• respostas certas;
• respostas erradas;
• correção individual de perguntas;
• identificação de áreas a melhorar.

A área Recursos contém conteúdos multimédia com o objetivo de apoiar e dinamizar os projetos. Estes
recursos encontram-se organizados de acordo com o índice do próprio manual.
Na área Recursos da sala é possível aceder a todos os recursos educativos disponíveis.
Existe ainda a possibilidade de adicionar recursos próprios (Os meus recursos).

Em , disponibilizam-se os seguintes recursos:

• Apresentações em PowerPoint
Apresentações de pontos importantes das matérias abordadas, que permitem uma sistematização de
conteúdos.

• Jogos
Atividades lúdicas que permitem a revisão da matéria mais apelativa, garantindo a componente didática.

• Banco de imagens
Imagens que servem de apoio a atividades desenvolvidas em sala de aula.

• Vídeos e áudios
Recursos audiovisuais que complementam e enriquecem as atividades propostas ao longo do Manual.

• Links
Ligações úteis a vídeos e sites de apoio às matérias, para obtenção de mais informações.

• Gramáticas interativas
Animações que apresentam de forma sistematizada tópicos gramaticais abordados ao longo do Manual,
para posterior verificação de aprendizagens em formato interativo.

• Testes interativos
Banco de testes interativos, personalizáveis e organizados pelos diversos temas do Manual.

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METAS CURRICULARES DE PORTUGUÊS DOS 7.O e 8.O anos
Oralidade

7.o ano 8.o ano

Interpretar discursos orais com diferentes graus de formalidade e complexidade.

Identificar o tema e explicitar o assunto.

Identificar os tópicos.

Distinguir o essencial do acessório. Distinguir informação objetiva e informação subjetiva.

Fazer deduções e inferências.

Distinguir diferentes intencionalidades comunicativas Distinguir diferentes intencionalidades comunicativas em


(informar, narrar, descrever, exprimir sentimentos, per- diversas sequências textuais (informar, narrar, descrever,
suadir). explicar e persuadir).

Manifestar ideias e pontos de vista pertinentes relativamente aos discursos ouvidos.

Registar, tratar e reter a informação.

Identificar ideias-chave.

Tomar notas. Tomar notas, organizando-as.

Reproduzir o material ouvido, recorrendo à síntese.

Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral.

Respeitar as convenções que regulam a interação verbal.

Pedir e dar informações, explicações, esclarecimentos.

Retomar, precisar ou resumir ideias, para facilitar a interação.

Solicitar informação complementar.

Estabelecer relações com outros conhecimentos.

Apresentar propostas e sugestões. Debater e justificar ideias e opiniões.


Produzir textos orais corretos, usando Produzir textos orais corretos, usando
vocabulário e estruturas gramaticais vocabulário e estruturas gramaticais
diversificados e recorrendo a mecanismos de diversificados e recorrendo a mecanismos de
coesão discursiva. organização e de coesão discursiva.
Planificar o texto oral a apresentar, elaborando tópicos. Planificar o texto oral a apresentar, elaborando tópicos a
seguir na apresentação.
Utilizar informação pertinente, mobilizando conhecimen- Utilizar informação pertinente, mobilizando conhecimen-
tos pessoais ou dados obtidos em diferentes fontes, com a tos pessoais ou dados obtidos em diferentes fontes, com a
supervisão do professor. supervisão do professor, citando-as.

6
Oralidade (cont.)

7.o ano 8.o ano


Usar a palavra com fluência e correção, utilizando recur- Usar a palavra com fluência e correção, utilizando recur-
sos verbais e não verbais com um grau de complexidade sos verbais e não verbais com um grau de complexidade
adequado às situações de comunicação. adequado ao tema e às situações de comunicação.

Diversificar o vocabulário e as estruturas utilizadas no discurso.

Utilizar pontualmente ferramentas tecnológicas como suporte adequado de intervenções orais.

Produzir textos orais de diferentes tipos e com diferentes finalidades.

(4 minutos) (5 minutos)

Narrar. Informar, explicar.

Fazer a apresentação oral de um tema. Fazer a apresentação oral de um tema, justificando pontos
de vista.

Apresentar e defender ideias, comportamentos, valores, Apresentar e defender ideias, comportamentos, valores,
justificando pontos de vista. argumentando e justificando pontos de vista.

Reconhecer a variação da língua.

Identificar, em textos orais, a variação nos planos


fonológico, lexical e sintático.

Distinguir contextos geográficos em que ocorrem diferen-


tes variedades do português.

7
Leitura

7.o ano 8.o ano

Ler em voz alta.

Ler expressivamente em voz alta textos variados, após preparação da leitura.

Ler textos diversos.

Ler textos narrativos, textos biográficos, retratos e autor- Ler textos narrativos, textos biográficos, páginas de um
retratos, textos informativos, textos expositivos, textos de diário e de memórias, textos expositivos, textos de opinião,
opinião, críticas, comentários, descrições, cartas, reporta- críticas, comentários, descrições, cartas de apresentação,
gens, entrevistas, roteiros, texto publicitário. currículos, reportagens, entrevistas, roteiros.

Interpretar textos de diferentes tipologias e graus de complexidade.

Formular hipóteses sobre os textos e comprová-las com a


respetiva leitura.

Identificar temas e ideias principais. Identificar temas e ideias principais, justificando.

Identificar pontos de vista e universos de referência, justifi-


Identificar pontos de vista e universos de referência.
cando.

Identificar causas e efeitos.

Fazer deduções e inferências. Fazer deduções e inferências, justificando.

Distinguir facto de opinião.

Reconhecer elementos de persuasão.

Reconhecer a forma como o texto está estruturado (dife- Reconhecer a forma como o texto está estruturado (dife-
rentes partes). rentes partes e subpartes).

Identificar relações intratextuais: semelhança, oposição,


parte-todo, causa-consequência e genérico-específico.

Detetar elementos do texto que contribuem para a cons-


trução da continuidade e da progressão temática e que
conferem coerência e coesão ao texto:
a) repetições;
b) substituições por pronomes (pessoais, demonstrativos e
possessivos);
c) substituições por sinónimos e expressões equivalentes;
d) referência por possessivos;
e) conectores;
f) ordenação correlativa de tempos verbais.

Explicitar o sentido global do texto.

8
Leitura (cont.)

7.o ano 8.o ano

Utilizar procedimentos adequados à organização e tratamento da informação.

Tomar notas e registar tópicos. Tomar notas, organizando-as.

Identificar ideias-chave.

Ler para apreciar textos variados.

Expressar, de forma fundamentada e sustentada, pontos de vista e apreciações críticas suscitados pelos textos lidos em
diferentes suportes.

Reconhecer o papel de diferentes suportes (papel, digital,


visual) e espaços de circulação (jornal, internet…) na estru-
turação e receção dos textos.

Reconhecer a variação da língua.

Identificar, em textos escritos, a variação nos planos lexi-


cal e sintático.

Distinguir contextos históricos e geográficos em que ocor-


rem diferentes variedades do português.

9
Escrita

7.o ano 8.o ano

Planificar a escrita de textos.

Utilizar, com progressiva autonomia, estratégias de planifi-


cação (por exemplo, recolha de informação e discussão em
grupo). Fazer planos: estabelecer objetivos para o que se pretende
escrever, registar ideias e organizá-las; organizar a informa-
Estabelecer objetivos para o que pretende escrever e regis- ção segundo a tipologia do texto.
tar ideias.

Organizar a informação segundo a tipologia do texto.

Redigir textos com coerência e correção linguística.

Utilizar uma caligrafia legível.

Ordenar e hierarquizar a informação, tendo em vista a continuidade de sentido, a progressão temática e a coerência global
do texto.

Organizar a informação, estabelecendo e fazendo a marca-


ção de parágrafos.

Dar ao texto a estrutura e o formato adequados, respeitando convenções tipológicas e (orto)gráficas estabelecidas.

Adequar os textos a públicos e a finalidades comunicativas diferenciados.

Diversificar o vocabulário e as estruturas sintáticas utilizadas nos textos.

Utilizar adequadamente os sinais auxiliares da escrita e os Utilizar adequadamente os seguintes sinais de pontuação:
seguintes sinais de pontuação: o ponto final, o ponto de os dois pontos (em introdução de citações e de uma síntese
interrogação, o ponto de exclamação, os dois pontos (em ou consequência do anteriormente enunciado) e o ponto e
introdução do discurso direto e de enumerações) e a vírgula vírgula.
(em enumerações, datas, deslocação de constituintes e uso
do vocativo).

Respeitar os princípios do trabalho intelectual: identifica- Respeitar os princípios do trabalho intelectual: normas
ção das fontes utilizadas. para citação.

Utilizar com critério as potencialidades das tecnologias da


informação e comunicação na produção, na revisão e na
edição de texto.

Escrever para expressar conhecimentos.

Responder por escrito, de forma completa, a questões sobre um texto.

Responder com eficácia e correção a instruções de traba-


Responder com eficácia e correção a instruções de trabalho.
lho, detetando rigorosamente o foco da pergunta.

Elaborar planos, resumos e sínteses de textos informativos


Elaborar resumos e sínteses de textos informativos.
e expositivos.

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Escrita (cont.)

7.o ano 8.o ano

Escrever textos informativos.

Escrever textos informativos contemplando o seguinte: uma


introdução ao tópico; o desenvolvimento deste, com a infor-
.
mação agrupada em parágrafos e apresentando factos,
definições, pormenores e exemplos; e uma conclusão.

Escrever textos expositivos.

Escrever textos expositivos sobre questões objetivas pro-


postas pelo professor, respeitando:
a) o predomínio da função informativa;
b) a estrutura interna: introdução ao tema; desenvolvimento
expositivo, sequencialmente encadeado e corroborado
por evidências; conclusão;
c) o uso predominante da frase declarativa.

Escrever textos argumentativos.

Escrever textos argumentativos com a tomada de uma


Escrever textos argumentativos com a tomada de uma
posição; a apresentação de razões que a justifiquem, com
posição; a apresentação de razões que a justifiquem; e uma
argumentos que diminuam a força das ideias contrárias; e
conclusão coerente.
uma conclusão coerente.

Escrever textos de argumentação contrária a outros pro-


postos pelo professor.

Escrever textos diversos.

Escrever textos narrativos.

Escrever textos biográficos.

Escrever páginas de um diário e de memórias.

Fazer retratos e autorretratos.

Escrever comentários. Escrever comentários subordinados a tópicos fornecidos.

Escrever cartas. Escrever cartas de apresentação.

Fazer roteiros.

Escrever o guião de uma entrevista.

Fazer relatórios.

Rever os textos escritos.

Avaliar a correção e a adequação do texto escrito. Avaliar a correção e a adequação do texto e proceder a
todas as reformulações necessárias.
Reformular o texto escrito, suprimindo, mudando de sítio e
reescrevendo o que estiver incorreto.

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Educação literária

7.o ano 8.o ano

Ler e interpretar textos literários.

Ler textos literários, portugueses e estrangeiros, de diferentes épocas e de géneros diversos.

Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando.

Explicitar o sentido global do texto.

Sistematizar elementos constitutivos da poesia lírica (es- Sistematizar elementos constitutivos do texto dramático
trofe, verso, refrão, rima, esquema rimático). (ato, cena, fala e indicação cénica).

Distinguir diálogos, monólogos e apartes.

Analisar o ponto de vista de diferentes personagens.

Detetar a forma como o texto está estruturado (diferentes Detetar a forma como o texto está estruturado (diferentes
partes). partes e subpartes).

Identificar e reconhecer o valor dos seguintes recursos


Identificar e reconhecer o valor dos recursos expressivos já
expressivos: enumeração, personificação, comparação,
estudados e, ainda, dos seguintes: antítese, perífrase, eufe-
anáfora, perífrase, metáfora, aliteração, pleonasmo e hi-
mismo, ironia.
pérbole.

Reconhecer o uso de sinais de pontuação para veicular


valores discursivos.

Comparar textos de diferentes géneros, estabelecendo


diferenças e semelhanças (temas e formas).

Distinguir a novidade de um texto em relação a outro(s).

Estabelecer relações de intertextualidade.

Apreciar textos literários.

Ler textos literários, portugueses e estrangeiros, de diferentes épocas e de géneros diversos.

Reconhecer valores culturais presentes nos textos. Reconhecer valores culturais e éticos presentes nos textos.

Exprimir opiniões e problematizar sentidos, oralmente e


Exprimir, oralmente e por escrito, ideias pessoais sobre os
por escrito, como reação pessoal à audição ou leitura de
textos lidos ou ouvidos.
um texto ou de uma obra.

Escrever um pequeno comentário (cerca de 100 palavras) a Escrever um pequeno comentário crítico (cerca de 120
um texto lido. palavras) a um texto lido.

12
Educação literária (cont.)

7.o ano 8.o ano

Ler e escrever para fruição estética.

Ler por iniciativa e gosto pessoal, aumentando progressivamente a extensão e complexidade dos textos selecionados.

Fazer leitura oral (individualmente ou em grupo), recitação e dramatização de textos lidos.

Analisar recriações de obras literárias com recurso a dife-


rentes linguagens (por exemplo: música, teatro cinema,
adaptações a séries de TV).

Escrever, por iniciativa e gosto pessoal, textos diversos.

Desenvolver projetos e circuitos de comunicação escrita.

13
Gramática

7.o ano 8.o ano

Explicitar aspetos fundamentais da morfologia.

Identificar e conjugar verbos em todos os tempos (simples


e compostos) e modos.

Sistematizar paradigmas flexionais dos verbos regulares


da 1.ª, da 2.ª e da 3.ª conjugação.

Identificar as formas dos verbos irregulares e dos verbos


defetivos (impessoais e unipessoais).

Sistematizar padrões de formação de palavras complexas:


derivação (afixal e não-afixal) e composição (por palavras e
por radicais).

Formar o plural de palavras compostas.

Explicitar o significado de palavras complexas a partir do


valor do radical e de prefixos e sufixos nominais, adjetivais
e verbais do português.

Reconhecer e conhecer classes de palavras. Conhecer classes de palavras.

Integrar as palavras nas classes a que pertencem: Integrar as palavras nas classes a que pertencem:
a) nome: próprio e comum (coletivo); a) conjunção subordinativa: condicional, final, comparativa,
b) adjetivo: qualificativo e numeral; consecutiva, concessiva e completiva;
c) verbo principal (intransitivo, transitivo direto, transitivo b) locução conjuncional.
indireto, transitivo direto e indireto), copulativo e auxiliar
(dos tempos compostos e da passiva);
d) advérbio: valores semânticos – de negação, de afirmação,
de quantidade e grau, de modo, de tempo, de lugar, de
inclusão e de exclusão; funções – interrogativo e conec-
tivo;
e) determinante: artigo (definido e indefinido), demonstra-
tivo, possessivo, indefinido, relativo, interrogativo;
f) pronome: pessoal, demonstrativo, possessivo, indefinido,
relativo;
g) quantificador numeral;
h) preposição;
i) conjunção coordenativa: copulativa, adversativa, disjun-
tiva, conclusiva e explicativa;
j) conjunção subordinativa: causal e temporal;
k) locução: prepositiva e adverbial;
l) interjeição.

14
Gramática (cont.)

7.o ano 8.o ano


Explicitar aspetos fundamentais da sintaxe
Analisar e estruturar unidades sintáticas.
do Português.

Aplicar regras de utilização do pronome pessoal em adjacên- Aplicar as regras de utilização do pronome pessoal em
cia verbal: em frases afirmativas; em frases que contêm uma adjacência verbal: em orações subordinadas; na conjuga-
palavra negativa; em frases iniciadas por pronomes e advér- ção do futuro e do condicional.
bios interrogativos; com verbos antecedidos de certos advér-
bios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez…).

Consolidar o conhecimento sobre as funções sintáticas


estudadas no ciclo anterior: sujeito, vocativo, predicado,
Identificar as funções sintáticas de modificador do nome
complemento direto, complemento indireto, complemen-
restritivo e apositivo.
to oblíquo, complemento agente da passiva, predicativo do
sujeito, modificador.

Identificar o sujeito subentendido e o sujeito indeterminado.

Transformar frases ativas em frases passivas e vice-versa


(consolidação).

Transformar discurso direto em indireto e vice-versa (todas


as situações).

Identificar processos de coordenação entre orações: ora-


ções coordenadas copulativas (sindéticas e assindéticas),
adversativas, disjuntivas, conclusivas e explicativas.

Identificar processos de subordinação entre orações: Identificar processos de subordinação entre orações:
a) subordinadas adverbiais causais e temporais; a) subordinadas adverbiais condicionais, finais, comparati-
b) subordinadas adjetivas relativas. vas, consecutivas e concessivas;
b) subordinadas substantivas completivas (função de com-
plemento direto).

Estabelecer relações de subordinação entre orações, iden-


Identificar oração subordinante. tificando os elementos de que dependem as orações subor-
dinadas.

Dividir e classificar orações.

Reconhecer propriedades das palavras


e formas de organização do léxico.

Identificar neologismos.

Identificar palavras polissémicas e seus significados.

Distinguir palavras polissémicas de monossémicas.

Determinar os significados que dada palavra pode ter em


função do seu contexto de ocorrência: campo semântico.

Reconhecer e estabelecer as seguintes relações semânticas:


sinonímia, antonímia, hiperonímia e holonímia.

15
Lista de obras e textos para Educação literária
7.o ano 8.o ano
Selecionar um mínimo de:

3 Narrativas de autores portugueses 3 Narrativas de autores portugueses


Alexandre Herculano, «O castelo de Faria» in, Lendas e Alexandre Herculano, «A abóbada», in Lendas e narrativas
narrativas José Gomes Ferreira, «Parece impossível mas sou uma
Raul Brandão, «A pesca da baleia», in As Ilhas nuvem», in O Mundos dos outros
desconhecidas Miguel Torga, «Vicente», in Bichos
Miguel Torga, «Miúra» Jorge de Sena, «Homenagem ao papagaio verde», in
ou Os grão-capitães
«Ladino», in Bichos Mário Dionísio, «Assobiando à vontade», in O dia cinzento e
Manuel da Fonseca, «Mestre Finezas», in Aldeia nova outros contos
Teolinda Gersão, «Avó e neto contra vento e areia», in Sophia de M. B. Andresen, «Saga», in Histórias da terra e do
A Mulher que prendeu a chuva e outras histórias mar
Luísa Costa Gomes, A Pirata Mário de Carvalho, «A inaudita guerra da Avenida Gago
Coutinho», in A inaudita guerra da Avenida Gago
Coutinho e outras histórias
1 Conto tradicional 2 Textos dramáticos de autores portugueses
Teófilo Braga, Contos tradicionais do povo português António Gedeão, História breve da Lua
Trindade Coelho, «As três maçãzinhas de oiro» Manuel António Pina, Aquilo que os olhos veem ou o
ou Adamastor
«A parábola dos 7 vimes», in Luísa Costa Gomes, Vanessa vai à luta
Os meus amores Hélia Correia (adapt.), A ilha encantada (A tempestade, de
W. Shakespeare)
1 Texto dramático de autor português 1 Conto (a selecionar) de autor de país de língua oficial
Alice Vieira, Leandro, Rei da Helíria portuguesa
Maria Alberta Menéres, À beira do lago dos encantos Mia Couto, Mar me quer

1 Conto (a selecionar) de autor de país de língua oficial 1 Texto de autor estrangeiro


portuguesa J. R. R. Tolkien, O Hobbit
José Eduardo Agualusa, A substância do amor e outras Anne Frank, O Diário de Anne Frank
crónicas Roald Dahl, Contos do imprevisto

1 Narrativa de autor estrangeiro 2 Textos de literatura juvenil


Luís Sepúlveda, História de uma gaivota e do gato que a A Eneida de Virgílio contada às crianças e ao povo (adapt.
ensinou a voar (trad. Pedro Tamen) João de Barros)
Robert Louis Stevenson, A ilha do tesouro (adapt. António
Pescada)
Michel Tournier, Sexta-Feira ou a vida selvagem

2 Textos de literatura juvenil Escolher 8 poemas


Irene Lisboa, Uma mão cheia de nada, outra de coisa 1 de Sá de Miranda – Cantiga: «Comigo me desavim»; «O Sol
nenhuma é grande, caem co'a calma as ave», in Obras completas
Sophia de Mello Breyner Andresen, O cavaleiro da 5 de Luís de Camões – Redondilhas: «Endechas a Bárbara
Dinamarca escrava»; «Descalça vai para a fonte»; Esparsa: «Os bons vi
Agustina Bessa-Luís, Dentes de rato sempre passar»; Sonetos: «Alma minha, gentil, que te par-
Odisseia contada a jovens por Frederico Lourenço tiste», «Amor é fogo que arde sem se ver»; «Aquela triste e
leda madrugada»; «Busque amor novas artes, novo
engenho»; «Erros meus, má fortuna, amor ardente»; «O céu,
a terra, o vento sossegado»; «Quando de minhas mágoas a
comprida imaginação», in Lírica
2 de Almeida Garrett: «As minhas asas», in Flores sem
fruto; «Barca Bela», «Seus olhos»; in Folhas caídas
16
Lista de obras e textos para Educação literária (cont.)

7.o ano 8.o ano


Selecionar um mínimo de:

Escolher 16 poemas de pelo menos 10 autores diferentes Escolher 8 poemas de 8 autores diferentes
Florbela Espanca, «Amar!»; «Ser poeta», in Sonetos Cantiga «Estava eu na ermida de São Simeão»; «Ergue-te
José Régio, «Cântico negro», in Poemas de Deus e do Diabo; amigo, que dormes nas manhãs frias»; «Pelo souto de
«O Papão», in As encruzilhadas de Deus; «Nossa Senhora», Crescente»; «Os provençais que bem sabem trovar», in
in Mas Deus é grande Cantares dos trovadores galego-portugueses (versão de
Vitorino Nemésio, «A concha», «Five o’clock tea», in O bicho Natália Correia)
harmonioso; «Meu coração é como um peixe cego», in Eu, João Roiz de Castel Branco, «Senhora partem tão tristes»,
comovido a oeste in Cancioneiro Geral
António Ramos Rosa, «Não posso adiar o amor para outro Nicolau Tolentino, «Chaves na mão, melena desgrenhada»;
século»; «Para um amigo tenho sempre um relógio», in «De bolorentos livros rodeado», in Obras poéticas
Viagem através duma nebulosa Bocage, «Magro, de olhos azuis, carão moreno»; «O céu de
António Gedeão, «Impressão digital»; «Pedra filosofal»; opacas sombras abafado», in Rimas
«Lágrima de preta»; «Poema do fecho éclair», in Obra João de Deus, «Boas noites», in Campo de flores
completa Antero de Quental , «As fadas», in Tesouro poético da
Miguel Torga, «História antiga», «Ariane», in Diário I; infância ; «O palácio da ventura»; «Na mão de Deus», in
«Segredo»; in Diário VIII; «A espera», in Poemas ibéricos Sonetos
Manuel da Fonseca, «O vagabundo do mar»; «Maria Guerra Junqueiro, «A Moleirinha»; «Regresso ao lar» in
Campaniça»; «Mataram a tuna», in Obra poética Os simples
Eugénio de Andrade, «As palavras», in Coração do dia; Cesário Verde, «De tarde»; «A débil», in Cânticos do
«Canção», in Primeiros poemas realismo e outros poemas/ O livro de Cesário Verde
Poemas; «Urgentemente», in Até amanhã António Nobre, «Fala ao coração»; «Menino e moço»;
Sebastião da Gama, «O sonho», in Pelo sonho é que vamos; «Na praia lá da Boa Nova, um dia»; «Aqui, sobre estas
«O papagaio»; in Itinerário paralelo águas cor de azeite», in Só
Ruy Cinatti, «Meninos tomaram coragem»; «Quando eu Petrarca, «132 (Se amor não é, qual é meu sentimento?)»
partir, quando eu partir de novo», in Nós não somos deste (trad. Vasco Graça Moura), in As rimas de Petrarca
mundo; «Linha de rumo», in O Livro do nómada meu Shakespeare, «Soneto XCVIII (De ti me separei na
amigo; «Morte em Timor»; «Análise», in Uma sequência Primavera)» (trad. Luís Cardim), in Colóquio Letras
timorense n.º 168/169 (Imagens da poesia europeia II )
Alexandre O’Neill, «Amigo»; «Gaivota»; «Autorretrato», in
Poesias completas
David Mourão-Ferreira, «Barco negro»; «Maria Lisboa»;
«Capital»; «E por vezes», in Obra poética
Percy B. Shelley, «Correm as fontes ao rio [Love’s
Philosophy]» (trad. Luís Cardim), in Horas de fuga

17
DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES

Da nomenclatura gramatical portuguesa


ao Dicionário Terminológico
A Nomenclatura Gramatical Portuguesa (NGP) foi publicada em 1967 e revogada em 2004 com a publicação
da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS).
Ambas surgem como uma lista de termos a utilizar em contextos de ensino, de acordo com as orientações
curriculares. Antes, como agora, uma lista de termos não é, por si só, ensinável, cabendo aos programas a defini-
ção clara dos conteúdos a trabalhar e/ou das competências a desenvolver.
As conclusões da experiência pedagógica da TLEBS e os pareceres de especialistas motivaram a sua suspen-
são e consequente revisão, que veio a concretizar-se no Dicionário Terminológico (DT), disponível em
http://dt.dgidc.min-edu.pt/, instrumento a usar por professores dos ensinos Básico e Secundário, «com uma fun-
ção reguladora de termos e conceitos sobre funcionamento da língua de forma a acabar com a deriva terminoló-
gica»1.
O Dicionário Terminológico, resultante da revisão da TLEBS, eliminou, por um lado, termos redundantes, ina-
dequados ou pouco relevantes; por outro, acrescentou termos nos domínios da análise do discurso e da retórica.
O novo Programa de Português do Ensino Básico (PPEB) recorre aos termos do DT nas listas de conteúdos de
todas as competências. Nas tabelas de descritores de desempenho e de conteúdos do Conhecimento Explícito da
Língua, a lógica de organização baseia-se no DT, mas não se limita a uma colagem, uma vez que alguns domínios
se entrecruzam (é, por exemplo, o caso do domínio da Lexicologia, que surge integrado no Plano da Língua,
Variação e Mudança).
Assim, entender o DT e a tipologia das alterações não é, por si só, suficiente para uma real implementação do
novo PPEB, mas ajudará a lidar com as novas abordagens e desafios.

Os domínios do Dicionário Terminológico

A. Língua, comunidade linguística, variação e mudança


A.1. Língua e comunidade linguística
A.2. Variação e normalização linguística
A.3. Contacto de línguas
A.4. Mudança linguística

1
RELATÓRIO – Terminologia linguística: revisão e consulta pública,
in http://www.dgidc.min-edu.pt/linguaportuguesa/Paginas/RELATORIOTLEBS.aspx

18
B. Linguística descritiva
B.1. Fonética e Fonologia
B.2. Morfologia
B.3. Classes de palavras
B.4. Sintaxe
B.5. Lexicologia
B.6. Semântica

C. Análise do discurso, retórica, pragmática e linguística textual


C.1. Análise do discurso e áreas disciplinares correlatas

D. Lexicografia
D.1. Obras lexicográficas
D.2. Informação lexicográfica

E. Representação gráfica
E.1. Grafia
E.2. Pontuação e sinais auxiliares de escrita
E.3. Configuração gráfica
E.4. Convenções e regras para a representação gráfica
E.5. Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia

Tipologia das alterações

Mais do que comparar a NGP com o DT, importa referir o tipo de alterações terminológicas em contexto de
ensino do Português. No fundo, trata-se de conhecer as diferenças entre a terminologia usada até agora, a que
chamaremos tradição gramatical por nem sempre corresponder a termos da NGP, e a que passou a figurar em
todos os programas de Português desde 2011/2012.

Assim, podemos verificar quatro tipologias de alterações:


– os termos mudam e/ou estabilizam-se, mas os conceitos mantêm-se: por exemplo, nome e substantivo são
sinónimos, mas o DT fixa o termo nome;
– os termos mantêm-se, mas o conceito muda: por exemplo, o predicativo do sujeito continua a chamar-se
predicativo do sujeito, mas a sua definição inclui constituintes que a tradição gramatical considerava
complementos circunstanciais, como na frase: A Maria está em Lisboa ;
– o Dicionário Terminológico apresenta novos termos que não faziam parte dos programas, nem da tradição
gramatical, sobretudo nas áreas da semântica, da semântica lexical e da análise do discurso, retórica, prag-
mática e linguística lexical;
– mudam os termos e os conceitos: por exemplo, o numeral ordinal dá lugar ao adjetivo numeral, por se
considerar que possui características dessa classe de palavras.

19
Procederemos, em seguida, à apresentação e exemplificação das principais diferenças entre a tradição gra-
matical e o Dicionário Terminológico. Serão abordadas algumas áreas que sofreram alterações e apresentados
novos termos e conceitos linguísticos que não faziam parte da tradição gramatical.
Os domínios e os termos comparados foram selecionados pela sua importância ao longo dos três ciclos do
ensino Básico, mas nem sempre reproduzem aqueles que figuram no novo PPEB nem estão distribuídos por anos
de escolaridade.
Para além disso, muitos dos termos apresentados não serão explicitados ao aluno, em contexto de sala de
aula. Considerámos, no entanto, importante a sua integração, mas lembramos que os conteúdos do Conhe-
cimento da Língua são os definidos pelo texto programático.

Níveis de língua e variedades do Português

Os termos relativos à Língua, Variação e Mudança não sofreram grandes alterações; destacam-se, no entanto,
alguns termos que se encontram fortemente enraizados na metalinguagem da disciplina de Língua Portuguesa /
/ Português e que sofreram alterações ou passaram a ser abordados de outra forma.

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Distinguia-se: O termo variação inclui:


• geografia da Língua Portuguesa / domínio atual da • variedades geográficas: correspondem às variações
Língua Portuguesa; que a língua apresenta ao longo do seu território.
As variedades do Português são: a variedade europeia,
• níveis / registos de língua:
a variedade brasileira e as variedades africanas;
– língua cuidada;
– língua familiar; • variedades situacionais: resultantes da capacidade de
– língua popular; os falantes adaptarem o estilo de linguagem à situação
– calão; de comunicação;
– gíria;
• variedades sociais: também chamadas «socioletos» ou
– regionalismos;
«dialetos sociais», usadas por falantes que pertencem à
– língua literária.
mesma classe social e ambiente socioeconómico ou
• história da Língua Portuguesa/ diacronia/ sincronia educacional;
• variedades históricas: resultantes da mudança linguís-
tica. Consistem no contraste entre a gramática antiga e
a gramática posterior da língua.

20
Formação de palavras

O que mudou…

Processos morfológicos de formação de palavras


Nos processos de formação regular de palavras, as alterações mais importantes relacionam-se com a com-
posição.

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Derivação (processo de formação de novas palavras a par- Derivação (processo morfológico de formação de pala-
tir de uma palavra primitiva): vras que consiste, tipicamente, na associação de um afixo
derivacional a uma forma de base):
• prefixação (associação de um prefixo a uma forma de
base) – impossível; • prefixação (sem alteração) – refazer, invisível, infeliz,
descrente;
• sufixação (associação de um sufixo a uma forma de
base) – possibilidade; • sufixação (sem alteração) – simplesmente, ventoso;
• parassíntese (associação simultânea de um prefixo e • parassíntese (sem alteração) – renovar, aprofundar,
de um sufixo a uma forma de base) – amanhecer; enlouquecer;
• derivação imprópria (integração da palavra numa nova • conversão (corresponde à derivação imprópria da tradi-
classe de palavras, sem que se verifique qualquer alte- ção gramatical) – (o) olhar, (o) saber, (o) comer ;
ração na forma);
• derivação não afixal (corresponde à derivação regres-
• derivação regressiva (criação de nomes a partir de ver- siva da tradição gramatical) – apelo (do verbo apelar);
bos). desabafo (do verbo desabafar).

Composição (processo de formação de novas palavras a Composição (processo de formação de novas palavras a
partir de mais do que um radical ou palavra): partir da união de duas formas de base):
• justaposição (formação de uma palavra a partir de • morfológica (formação de uma palavra a partir de um
duas ou mais palavras que mantêm a acentuação) – radical e uma palavra ou de dois radicais) – agricultura,
obra-prima, vice-diretor. psicologia;
• aglutinação (formação de uma palavra a partir da uni- • morfossintática (formação de uma palavra a partir de
ão de palavras primitivas ou de radicais, em que apenas duas ou mais palavras) – couve-flor, guarda-chuva.
um mantém a acentuação) – girassol, multinacional.

21
Mais exemplos:

Exemplos Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Facilitar Derivação por sufixação Derivação por sufixação


Amanhecer Derivação por parassíntese Derivação por parassíntese
Infelizmente Derivação por prefixação e sufixação Derivação por prefixação e sufixação
(o) Olhar Derivação imprópria Derivação por conversão
Guarda-roupa Composição por justaposição Composição morfossintática
Biblioteca Composição erudita (aglutinação) Composição morfológica
Arranha-céus Composição por justaposição Composição morfossintática
Ortografia Composição erudita (aglutinação) Composição morfológica
(a) Pesca Derivação regressiva Derivação não afixal
Água-de-colónia Composição por justaposição Composição morfossintática
Democracia Composição erudita (aglutinação) Composição morfológica

O que há de novo…

Processos irregulares de formação de palavras


Estes processos são relativamente recentes no âmbito do ensino do Português. Apenas o termo estrangeiris-
mo, agora empréstimo, surge na NGP, ainda que outros, como sigla e acrónimo, façam parte da tradição gramati-
cal. No DT surgem no domínio da Lexicologia.

Terminologia Explicação Exemplos

Empréstimo Transferência de uma palavra de uma língua para


Futebol, scanner, surf
(antes estrangeirismo) outra.

Extensão semântica Alargamento do significado de uma palavra. Navegar na Internet, portal

Criação de uma palavra a partir da junção de partes Informática (informação


Amálgama
de duas ou mais palavras. automática)

Criação de uma palavra a partir do apagamento de Moto(cicleta)


Truncação
uma parte da palavra de que deriva. Foto(grafia)

Termo formado pelas iniciais das palavras que lhe IRS (Imposto sobre o
Sigla
deram origem, que se pronuncia letra a letra. Rendimento Singular)

Termo formado pela junção de sílabas ou letras ini- Iva (Imposto sobre o Valor
Acrónimo
ciais. Lê-se como se fosse uma palavra. Acrescentado)

22
Classes e subclasses de palavras

O que mudou…

As classes e subclasses de palavras são um subdomínio da Morfologia. Podem ser abertas, quando possuem
um número ilimitado de palavras (nome, adjetivo, verbo, advérbio, interjeição), ou fechadas, quando possuem um
número limitado de palavras (determinante, pronome, quantificadores, preposição e conjunção).

Nome
Os nomes deixaram de ser classificados como concretos e abstratos e incluem uma nova subclasse, a dos
nomes contáveis, que podem ser enumerados (um ovo, dois ovos) e não contáveis, que não podem ser enumera-
dos (*uma saudade / *duas saudades; *um açúcar / *dois açúcares).

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Substantivo ou nome Nome


• próprio • próprio
• comum • comum:
• concreto e abstrato – coletivo
• coletivo – contável/não contável1

Adjetivo
Ao contrário do que acontecia tradicionalmente, os adjetivos distribuem-se agora por três subclasses e
incluem a antiga classe dos numerais ordinais.

Dicionário Terminológico

Adjetivo
• qualificativo: exprime uma qualidade, ou seja, atribui uma qualidade ao nome, pode variar em grau e pode surgir
antes ou depois do verbo, ainda que com alteração de sentido: amigo rico / rico amigo.
• numeral: tradicionalmente chamado numeral ordinal, este adjetivo estabelece uma ordem (primeiro mês, segundo
mês, terceiro mês) e surge antes do nome, habitualmente acompanhado por um determinante (o primeiro mês).
• relacional: adjetivo que deriva de um nome e que, habitualmente, não ocorre em posição pré-nominal nem varia em
grau: os jornais diários; as aves aquáticas; a crosta terrestre.

1
Os nomes coletivos podem ser contáveis (uma turma, duas turmas), ou não contáveis (*uma flora, *duas floras).

23
Verbo
Enquanto classe de palavras, o verbo surge no DT com classificações muito próximas da tradição gramatical.
Destaca-se, porém, o facto de serem consideradas as classes do verbo determinadas em função dos seus comple-
mentos. As questões relacionadas com a flexão do verbo encontram-se no domínio da Morfologia e não sofreram
alterações significativas.

Dicionário Terminológico

Verbo que, numa frase, determina a existência de sujeito e/ou de complemento(s): Os rapazes
descobriram uma passagem secreta.

Os verbos principais dividem-se em classes, em função da ausência ou presença de alguns com-


plementos:
• Intransitivo: verbo sem complementos (A criança adormeceu.).
• Transitivo direto: verbo com complemento direto (A criança comeu a sopa.).
Verbo principal
• Transitivo indireto: verbo com complemento indireto (O filho telefonou ao pai.), ou comple-
mento oblíquo (O Pedro foi para Lisboa.).
• Transitivo direto e indireto: verbo com complemento direto e indireto (A professora leu uma
história aos alunos), ou complemento direto e complemento oblíquo (O Rui pôs o saco no chão.).
• Transitivo-predicativo: verbo com complemento direto e predicativo do complemento direto
(O professor considera o João muito responsável.).

Verbo que precisa de um predicativo do sujeito para que a frase tenha sentido completo.
Verbo copulativo Consideram-se habitualmente como copulativos os verbos: ser, estar, permanecer; ficar; pare-
cer; continuar (A Rita continua triste.).

Verbo que surge antes de um verbo principal ou copulativo, formando um complexo verbal
(A Marta nunca tinha visto o mar.).
Verbo auxiliar Na mesma frase, pode haver mais do que um verbo auxiliar (A história poderia ter sido contada
de outra forma.).

24
Determinante
O determinante surge sempre antes do nome com o qual concorda em género e número. O Dicionário
Terminológico mantém as subclasses já existentes (artigo definido e indefinido, possessivo, demonstrativo, indefi-
nido interrogativo) e acrescenta a dos determinantes relativos.

Dicionário Terminológico

Determinante
• relativo: acompanha um nome no início de uma oração relativa (Aquela é a Mariana cuja prima se chama Diana.).

Quantificador
Esta classe é nova na terminologia linguística do Português. O quantificador serve para indicar o número, a
quantidade; surge habitualmente antes de um grupo nominal e distribui-se por várias subclasses.

Dicionário Terminológico

Quantificador
• numeral: refere-se a um número preciso (numeral cardinal: dois carros, três carros).
• universal: refere-se a todos os elementos de um conjunto (todo, todos, toda, todas, ambos, cada, qualquer, nenhum,
nenhuns, nenhuma, nenhumas) – todos os dias.
• existencial: não se refere à totalidade dos elementos de um conjunto (algum, alguns, alguma, algumas, bastante,
bastantes, muito, muitos, muita, muitas, pouco, poucos, pouca, poucos, tanto, tanta, tantos, tantas, vários, várias)
– poucas vezes ; algumas vezes.

Conjunção
Esta classe não sofreu alterações significativas. Referimos, apenas, que as conjunções subordinativas inte-
grantes são agora designadas por conjunções subordinativas completivas (O Pedro disse-me que hoje não
vinha) e que as tradicionais conjunções coordenativas adversativas porém, todavia e contudo são, como já
vimos, advérbios conectivos.

25
Pronomes
Os pronomes permitem evitar repetições e têm um papel importante na coesão textual.
Mantêm-se as subclasses tradicionais (pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido, relativo, interrogativo).
Destacamos, apenas, algumas particularidades dos pronomes indefinidos e relativos.

Dicionário Terminológico

• Indefinido: corresponde ao uso pronominal dos quantificadores e dos determinantes indefinidos (Gostei de tudo;
Estás à espera de alguém?).
• Relativo: os pronomes relativos, além de evitarem a repetição de um nome, também servem para juntar orações
(Dá-me o livro. / O livro está em cima da mesa. = Dá-me o livro que está em cima da mesa ). Note-se que cujo, cuja,
cujos, cujas são determinantes relativos; quanto, quanta, quantos, quantas são quantificadores relativos; onde é um
advérbio relativo.

Exemplos de classificação das palavras destacadas nas frases:

Exemplo Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Nome/substantivo comum,
A Mariana já bebeu o leite. Nome comum, não contável
concreto

A Rita tem quatro anos. Numeral cardinal Quantificador numeral

O Pedro está a estudar num horário noturno. Adjetivo Adjetivo relacional

Todos os alunos realizaram a tarefa. Determinante indefinido Quantificador (universal)

Nome/substantivo comum,
O homem estava sentado no degrau da entrada. Nome comum, contável
concreto

Já é a terceira vez que vou a Paris. Numeral ordinal Adjetivo numeral

Esta é a escola cujo diretor apresentou a demissão. Pronome relativo Determinante relativo

Poucas pessoas assistiram ao espetáculo. Determinante indefinido Quantificador (existencial)

26
Funções sintáticas

O que mudou…

Funções sintáticas ao nível da frase1


Mantêm-se as funções nucleares da frase, registando-se alterações apenas nos tipos de sujeito e em alguns
complementos circunstanciais que passaram a chamar-se modificadores (de frase):

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Sujeito: Sujeito:
– simples • Simples (sem alterações).
– composto • Composto (sem alterações).
– subentendido • Nulo (não surge na frase):
– indeterminado – subentendido: apesar de não aparecer na frase, a fle-
xão verbal permite-nos identificar o seu referente:
– inexistente Estou cansado = [Eu] estou cansado;
– indeterminado: não aparece na frase, porque não sabe-
mos quem é, ou o que é, mas pode ser identificado atra-
vés do teste de substituição por pronomes como alguém,
quem: Dizem que a vida está difícil: – Alguém diz;
– expletivo: tradicionalmente chamado sujeito inexis-
tente; surge, habitualmente, com verbos meteorológi-
cos (Nevou, choveu, trovejou) e em algumas frases
com o verbo haver (Há muito tempo que não te via.).
• Predicado • Predicado: é constituído pelo verbo ou complexo verbal,
ou por um verbo e pelos seus complementos e/ou modi-
ficadores (A Marta fez hoje um teste de Biologia).
• Complemento circunstancial • Modificador (de frase): elemento acessório, que modifica
o sentido da frase (Infelizmente, está a chover muito.).

• Vocativo • Vocativo (sem alterações).

1
A distribuição das funções sintáticas apresentada – ao nível da frase e dos grupos verbal, nominal, adjetival e adverbial – é utilizada no Dicionário
Terminológico. Por uma questão de organização, optámos por fazer a sua adaptação aos termos da tradição gramatical.

27
Funções sintáticas internas ao predicado / grupo verbal

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

• Complemento direto • Complemento direto (sem alterações).


• Complemento indireto • Complemento indireto (sem alterações).
• Complemento oblíquo: tal como os complementos direto e indireto, o com-
plemento oblíquo é selecionado pelo verbo e, habitualmente, sem ele a frase
não faz sentido (A Maria gosta de sopa.). Não pode ser substituído pelos pro-
nomes pessoais o, a, os, as, como o direto, nem pelos pronomes lhe, lhes,
como o indireto. O complemento oblíquo pode ter várias formas:
– grupo preposicional: A Marta mora em Almada.
– grupo adverbial: A Marta mora ali.
• Complemento agente da passiva • Complemento agente da passiva (sem alterações).
• Predicativo do sujeito • Predicativo do sujeito: elemento da frase selecionado, apenas, por verbos
copulativos como ser, estar, continuar, parecer, permanecer, ficar. O predica-
tivo do sujeito pode ter várias formas:
– grupo nominal: O António é meu filho.
– grupo adjetival: O António parece feliz.
– grupo preposicional: O António está em Sintra.
– grupo adverbial: O António está cá.
• Predicativo do complemento • Predicativo do complemento direto (sem alterações).
direto
• Modificador do grupo verbal / predicado: elemento acessório, que modifica
• Complemento circunstancial o sentido do predicado. Pode ter várias formas e surgir em várias posições:
– grupo preposicional: A Marta viajou de madrugada.
– grupo adverbial: A Marta viaja amanhã.

Funções sintáticas internas ao grupo nominal

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

• Complemento do nome: surge à direita do nome e é selecionado por ele.


Pedem complemento:
• Complemento determinativo – os nomes deverbais (relacionados com verbos), como destruição [da floresta]:
substituição [do professor]; invasão [do território];
– os nomes relacionais, como pai [da Maria], mãe [do João], irmã [da Ana], filho
[do José];
• Atributo
– nomes epistémicos, como certeza [de que consigo], hipótese [de começar de
novo], ideia [de terminar os estudos], necessidade [de fazer este trabalho];
– nomes icónicos, como fotografia [de turma], retrato [de família].
• Aposto • Modificador do nome restritivo: elemento acessório, que modifica e restringe o
nome a que se refere (O livro azul é meu. / O homem do chapéu não me deixa ver
nada.).
• Modificador do nome apositivo: elemento acessório, que modifica, mas não res-
tringe, o nome a que se refere (D. Manuel, o Venturoso, mandou construir o mos-
teiro dos Jerónimos.).

28
Em resumo, aqui ficam algumas respostas rápidas a perguntas frequentes sobre o que se alterou nas funções
sintáticas:

1. O que aconteceu ao sujeito?


• O sujeito deixou de ser identificado como «aquele que pratica a ação», uma vez que em frases como «O João
levou uma bofetada.» tal não se verificava.
• O sujeito não realizado chama-se sujeito nulo: subentendido (Estou atrasado.), indeterminado (Assaltaram a
ourivesaria.) ou expletivo (em vez de inexistente – Choveu muito.).

2. O que aconteceu aos complementos circunstanciais?


O tradicional complemento circunstancial pode ser classificado como:
• Predicativo do sujeito – O Luís está em Lisboa. / O Luís está aqui.
• Complemento oblíquo – O Luís mora em Lisboa. / O Luís mora aqui.
• Modificador – O Luís estuda em Lisboa. / O Luís estuda aqui.

3. O que aconteceu aos complementos determinativos?


De um modo geral, os complementos determinativos são modificadores (restritivos) do grupo nominal
– O rapaz de calções está à minha frente.
Podem igualmente, nos casos já referidos anteriormente, ser complementos do nome – O pai da Marta.

4. O que aconteceu ao atributo?


O tradicional atributo é um modificador (restritivo) do grupo nominal – A saia azul é bonita.

5. O que aconteceu ao aposto?


O aposto é um modificador (apositivo) do grupo nominal – O Pedro, meu primo, chegou ontem.

Exemplos de identificação das funções sintáticas

1. A Maria foi para a escola de autocarro.

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Sujeito: A Maria Sujeito: A Maria


Predicado: foi para a escola de autocarro Predicado: foi para a escola de autocarro
Complemento circunstancial de lugar: para a escola Complemento oblíquo: para a escola
Complemento circunstancial de meio: de autocarro Modificador (do grupo verbal): de autocarro

29
2. O Pedro está em Lisboa.

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Sujeito: O Pedro
Sujeito: O Pedro
Predicado: está em Lisboa
Predicado: está em Lisboa
Predicativo do sujeito: em Lisboa
Complemento circunstancial de lugar: em Lisboa

3. A Sofia adoeceu durante a noite.

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Sujeito: A Sofia Sujeito: A Sofia


Predicado: adoeceu durante a noite Predicado: adoeceu durante a noite
Complemento circunstancial de tempo: durante a noite Modificador (do grupo verbal): durante a noite

4. A Maria colocou o lenço azul na mala.

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

Sujeito: A Maria Sujeito: A Maria


Predicado: colocou o lenço azul na mala Predicado: colocou o lenço azul na mala
Complemento direto: o lenço azul Complemento direto: o lenço azul
Atributo: azul Modificador (restritivo do nome): azul
Complemento circunstancial de lugar: na mala Complemento oblíquo: na mala

30
Relações entre palavras

O que mudou…

Família de palavras, campo lexical e campo semântico

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

• O conceito família de palavras surge associado à parte • O conceito família de palavras surge no domínio da
da gramática que se ocupa da «classe, estrutura e for- Lexicologia, no subdomínio Léxico e vocabulário.
mação de palavras»1. O conceito não apresenta alterações.
Entende-se por família de palavras o conjunto das pala-
vras formadas por derivação ou composição a partir de
um radical comum.
Exemplos: mar, maremoto, amarar, marinheiro, marinha,
marinho, maré...
• Surge o novo domínio Semântica lexical: significação e
• São usados os termos campo lexical e campo semânti- relações semânticas entre as palavras.
co, mas existe alguma instabilidade na sua definição em • Estes termos são definidos no subdomínio Relações
gramáticas escolares. semânticas entre palavras, em Estrutura lexical:
– campo lexical: conjunto de palavras que, pelo seu si-
gnificado, fazem parte de uma determinada realidade
e podem pertencer a diferentes classes.
Exemplos: âncora, vela, atracar, ré... fazem parte do
campo lexical de navio.
– campo semântico: conjunto dos significados que uma
palavra pode ter nos diferentes contextos em que se
encontra.
Exemplos: campo semântico de peça – peça de auto-
móvel, peça de teatro, peça de bronze, peça de carne,
és uma boa peça, etc.

1
Vd. Celso Cunha e Lindley Cintra, Breve gramática do português contemporâneo.

31
Relações entre palavras – Relações de hierarquia e relações de parte-todo

O que há de novo…

No novo domínio Semântica lexical: significação e relações semânticas entre as palavras, o subdomínio
Relações de semelhança / oposição refere-se à sinonímia e antonímia, não havendo alterações no entendimen-
to destes conceitos.
Ainda neste domínio, mas em Relações de hierarquia, surgem como novos conceitos os termos hiperonímia
e hiponímia.

O termo jogo, por exemplo, é uma designação genérica de certas atividades cuja natureza ou finalidade é
recreativa – de diversão, entretenimento, brincadeira. Assim, a palavra jogo é hiperónimo de xadrez, gamão,
damas...

Um hiperónimo é, portanto, um termo mais genérico que abrange vários termos específicos que dependem
dele semanticamente.
Exemplos: Talher é um hiperónimo de faca, garfo e colher.
Escritor é hiperónimo de António Torrado, Cecília Meireles, José Saramago...

Um hipónimo, ao invés, é uma palavra de sentido mais restrito em relação a outra de sentido mais geral.
Exemplos: Morangos e bananas são hipónimos de fruta.
Livro, revista, jornal são hipónimos de publicações.

Ainda no subdomínio Relações semânticas entre as palavras, em Relações parte-todo, surgem outros dois
novos conceitos: os de holonímia e de meronímia, referentes às relações semânticas entre palavras que repre-
sentam o todo pela parte ou a parte pelo todo.

Assim, um holónimo é uma palavra que se refere a um todo, refletindo uma relação de hierarquia semântica
em relação a outra, já que o seu significado refere o todo do qual a outra palavra (designada merónimo) é a parte.
Exemplos: Casa é holónimo de quarto, sala, cozinha.
Avião é holónimo de cockpit.
Um merónimo é uma palavra que se refere a uma parte, refletindo uma relação de hierarquia semântica em
relação a outra, já que o seu significado remete para a parte constituinte (designada holónimo).

Exemplos: Volante é merónimo de carro.


Pétala é merónimo de flor.

32
Sintaxe e semântica

O que mudou e o que há de novo...

Tradição gramatical Dicionário Terminológico

• Tipos e formas de frase • O dicionário terminológico refere a existência dos mes-


– frase declarativa; mos tipos de frase. Os tipos de frase são estudados no
âmbito da Sintaxe.
– frase exclamativa;
– frase imperativa;
– frase interrogativa.

• Forma afirmativa e negativa • Polaridade afirmativa e polaridade negativa


A polaridade é estudada no âmbito da Semântica e do
Conteúdo proposicional.
O termo polaridade refere-se ao valor afirmativo ou
negativo de um enunciado.
A negação e a afirmação não são propriedades ineren-
tes à frase; são valores que podem afetar o predicado ou
apenas um sintagma.
A polaridade negativa pode ser expressa através do
advérbio de negação ou de outras palavras ou expres-
sões com valor negativo, como não, nenhum, ninguém,
nem, sem, nada.
Exemplo: A Tânia gosta de gelados.
A afirmação não exige a presença de nenhum operador
específico. Diz-se então que a frase tem polaridade afir-
mativa.
Exemplo: Ela nunca comeu gelados.

Princípios reguladores da interação discursiva

O que há de novo...

Na sequência das abordagens propostas pela Análise de Discurso, da Pragmática e da Linguística Textual, os
princípios de cooperação, de cortesia e de pertinência surgem, juntamente com as máximas conversacionais
e as formas de tratamento, como regras fundamentais que devem caracterizar a interação convencional.

1
Inês Duarte, Língua portuguesa – Instrumentos de análise, Universidade Aberta, Lisboa, 2000, p. 357.

33
O princípio de cooperação baseia-se em máximas que os interlocutores deverão respeitar. Alguns compor-
tamentos práticos a ter em conta na interação verbal e de acordo com as máximas expostas são os seguintes1:
a) o discurso produzido deve conter a informação necessária (máxima de quantidade ):

• Tornar a contribuição tão informativa quanto requerido (para o propósito em causa);


• Não tornar contribuição mais informativa do que requerido (os enunciados repetitivos não respeitam esta
máxima).

b) o discurso não deve afirmar o que o locutor crê ser falso, nem o que carece de provas (máxima de qualidade):

• Tentar que a contribuição seja verdadeira;


• Não dizer o que crê ser falso;
• Não dizer aquilo de que não se tem provas.
c) o discurso deve ser pertinente ou relevante (máxima de relação):

• Ser relevante.
d) o discurso deve ser claro, breve e ordenado (máxima de modo ou de modalidade):

• Ser claro(a);
• Evitar a obscuridade da expressão;
• Evitar ambiguidades;
• Ser breve (evitar falar/ escrever mais do que o necessário);
• Ser metódico(a).

O princípio de cortesia relaciona-se com o facto de usarmos diferentes estratégias para levar o nosso inter-
locutor a comportar-se de certa maneira, respeitando normas de comportamento social e linguístico no desenro-
lar da interação comunicativa. Algumas máximas a respeitar:
– evitar o silêncio ostensivo;
– não interromper o interlocutor;
– não manifestar falta de atenção;
– não proferir insultos, injúrias, acusações gratuitas, etc.

O princípio de pertinência explica como os interlocutores interpretam os enunciados num ato de comunica-
ção: através do reconhecimento do universo de referência, pela partilha dos saberes implicados no ato de lingua-
gem – saberes sobre o mundo, sobre valores psicológicos e sociais, sobre comportamentos, etc., que conferem
aos parceiros credibilidade. De acordo com este princípio, os atos de linguagem devem ser apropriados ao seu
contexto e à sua finalidade, contribuindo para o aspeto contratual da interação.

34
Texto

O que há de novo e o que mudou...

Tipologias textuais

No plano literário, mantém-se a tripartição de géneros, com as alterações e as inovações resultantes da evo-
lução histórica da própria literatura: o género lírico, o género épico ou narrativo e o género dramático. Cada um
compreende diversos subgéneros.
Mas a maioria dos textos é constituída por numerosas sequências, que podem incluir diferentes tipologias
textuais – num mesmo texto há sequências de diferentes tipos (por exemplo, num texto narrativo é habitual
haver sequências de tipo descritivo e de tipo conversacional). Cada tipologia textual possui determinadas carac-
terísticas.
Vejamos algumas das mais comuns:

Textos Caracterizam-se por ter funções lúdicas, de intercâmbio de ideias, de comentário de acon-
conversacionais tecimentos, de agradecimento.
Exemplo: conversa, entrevista...

Textos Relatam eventos ou cadeias de eventos; apresentam verbos que indicam ações e tempos
narrativos verbais como o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito. Têm abundância de advérbios
com valor temporal ou locativo.
Exemplo: conto, romance, novela…

Textos Têm como funções persuadir, refutar, comprovar, debater uma causa, etc., estabelecendo
argumentativos relações entre factos, hipóteses, provas e refutações. Têm abundância de conectores dis-
cursivos, que articulam com rigor as partes do texto. O tempo dominante é o presente.
Exemplo: publicidade, debates…

Textos Caracterizam espaços, objetos, pessoas. Predominam o verbo ser e outros verbos caracte-
descritivos rizadores de propriedades e qualidades de seres e coisas. Os tempos verbais dominantes
são o presente e o pretérito imperfeito. Têm abundância de adjetivos qualificativos e de
advérbios com valor locativo.
Exemplo: descrição de paisagens, pessoas…
Textos Apresentam a análise ou síntese de ideias, conceitos e teorias, com uma estrutura verbal
expositivos em que predomina o verbo ser com um predicativo do sujeito nominal ou o verbo ter com
complemento direto. Usam como tempo peculiar o presente.
Exemplo: manuais escolares, relatos…

Textos Têm como função ensinar ou indicar como fazer algo, enumerando e caracterizando as
instrucionais sucessivas operações. A estrutura verbal dominante é o imperativo.
Exemplo: regras, instruções, avisos, comunicados…

O termo paratexto é introduzido pelo dicionário terminológico e relaciona-se com o facto de os textos (obras
literárias, obras científicas, etc.) surgirem sempre acompanhados de outros elementos textuais, de extensão
variável, que enquadram o texto principal e que têm como função apresentá-lo, garantindo uma receção adequa-
da. Esses elementos textuais ou textos secundários chamam-se paratextos.
Exemplos: nome do autor, do editor, da coleção, título e subtítulo, desenho da capa, dedicatória(s), prefácio e
posfácio, epígrafe, notas marginais, de rodapé e finais, bibliografia, índices, informações fornecidas nas badanas e
na contracapa do livro, ilustrações, etc.

35
Obras lexicográficas

O que há de novo...

Um novo domínio do dicionário terminológico é o da lexicografia, apresentada como a disciplina que se


ocupa da realização de dicionários, léxicos e terminologias, bem como da análise da sua estrutura e dos métodos
para a sua elaboração. É no seu âmbito que são elencadas as obras lexicográficas.

Para além do termo dicionário, i.e., a obra que apresenta o conjunto de palavras de uma língua, geralmente
organizadas por ordem alfabética e acompanhadas de informações, são especificados:

• Os tipos de dicionários (alguns exemplos):


Os dicionários podem ser:
– monolingues (listagem e significados das palavras de uma língua);
– bilingues (listagem e tradução das palavras de uma língua numa outra língua);
– de aprendizagem (para o ensino do vocabulário da língua geral ou das línguas especializadas, com uma
forte componente didática baseada em descrições, exemplos, exercícios de língua e imagens);
– de sinónimos/antónimos.

• Outras obras lexicográficas:


– enciclopédia: lista estruturada de palavras ou expressões, nem sempre organizada por ordem alfabética,
contendo informação geral sobre cada entrada, como, por exemplo, o estado atual do conhecimento de um
tema ou conceito.
– glossário: dicionário com palavras ou expressões pouco conhecidas ou raras e respetivos significados, ou
traduções;
– terminologia: lista organizada de termos de um determinado domínio (por exemplo, termos de informática,
de medicina);
– thesaurus :
1. dicionário alfabético que procura apresentar com exaustividade as palavras de uma língua;
2. conjunto de termos normalizados, organizados em função de uma classificação documental da infor-
mação.

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GUIÃO DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA
A ILHA ENCANTADA, Hélia Correia
Pré-leitura
2. a) falsa; b) verdadeira; c) verdadeira; d) falsa; e) verdadeira; f) falsa; 3. Sycorax era uma feiticeira má que foi expulsa e abandonada com o filho,
g) falsa. Caliban, naquela ilha. Aprisionou Ariel durante doze anos e entretanto mor-
reu. Claribel é a filha de Alonso, rei de Nápoles, casada com o rei da Tunísia.
Leitura 4. 1 e); 2 f); 3 a); 4 b); 5 c); 6 h); 7 d); 8 g).
1. Alonso, Sebastian, António, Gonzalo, Adrian e Francisco formam um 5. A ação tem a duração de cerca de três horas, conforme diz o Contra-
grupo de nobres que Próspero separa de Ferdinand, sendo os três primei- mestre no final do texto: «[…] Digno de contar/é também que o navio, que
ros os inimigos que Próspero quer castigar. Ferdinand e Miranda formam o ainda há três horas/julgámos destruído, está tão novo/como quando o
par que Próspero quer juntar, daí que tenha afastado o primeiro dos outros estreámos.»
nobres. O Capitão e o Contramestre permanecem adormecidos até ao 6. 1 d); 2 f); 3 a); 4 b); 5 g); 6 h); 7 c); 8 e).
final da peça, quando reconhecem o rei Alonso. Trinculo e Stephano são 8. Metáfora: «Com cores mais ligeiras decidiram/Pintar seus vis propósi-
deixados à sorte, por vontade de Próspero, até se encontrarem e forma- tos.» Personificação: «Para suspirar aos ventos que, com pena,/Suspiravam
rem outro grupo (com Caliban). também, e, ao empurrar-nos/Faziam mal com boas intenções.»
2. Ariel e Caliban desempenham papéis opostos, pois o primeiro colabora 8.1. a) «Ergue as tuas pestanas, as cortinas/Com franjas dos teus olhos.
com Próspero, sendo seu ajudante, e o segundo conspira contra ele, sendo O que vês/Ali adiante, diz-me?»; b) «Se os dois espiões que trago aqui na
seu adversário. cara não se enganam, está ali coisa digna de se ver.»

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