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Sequência 2.

Almeida Garrett Teste 2

Grupo I

Lê atentamente o excerto de Frei Luís de Sousa abaixo transcrito.


Maria – […] De quem é este retrato aqui, Telmo? […] Não sei para que são estes mistérios:
cuidam que eu hei de ser sempre criança! Na noite que viemos para esta casa, no meio de toda
aquela desordem, eu e minha mãe entrámos por aqui dentro sós e viemos ter a esta sala. Es-
tava ali um brandão aceso, encostado a uma dessas cadeiras que tinham posto no meio da casa;
5 dava todo o clarão da luz naquele retrato… Minha mãe, que me trazia pela mão, põe de repente
os olhos nele e dá um grito. Oh, meu Deus!… ficou tão perdida de susto, ou não sei de quê, que
me ia caindo em cima. Pergunto-lhe o que é, não me respondeu. Arrebata da tocha, e leva-me
com uma força… com uma pressa a correr por essas casas, que parecia que vinha alguma coisa
má atrás de nós. Ficou naquele estado em que a temos visto há oito dias, e não lhe quis falar
10 mais em tal. Mas este retrato que ela não nomeia nunca de quem é, e só diz assim às vezes: “O
outro, o outro…”, este retrato e o de meu pai que se queimou, são duas imagens que lhe não
saem do pensamento.
Telmo (com ansiedade) – E esta noite ainda lidou1 muito nisso?
Maria – Não; desde ontem pela tarde, que cá esteve o tio Frei Jorge e a animou com mui-
15 tas palavras de consolação e de esperança em Deus, e que lhe disse do que contava abrandar os
governadores, minha mãe ficou outra; passou-lhe de todo, ao menos até agora. Mas então,
vamos, tu não me dizes do retrato? Olha: (designando o de el-rei D. Sebastião) aquele do meio,
bem sabes se o conhecerei; é o do meu querido e amado rei D. Sebastião. Que majestade! Que
testa aquela tão austera, mesmo dum rei moço e sincero ainda, leal, verdadeiro, que tomou a
20 sério o cargo de reinar, e jurou que há de engrandecer e cobrir de glória o seu reino! Ele ali
está… E pensar que havia de morrer às mãos de mouros, no meio de um deserto, que numa hora
se havia de apagar toda a ousadia refletida que está naqueles olhos rasgados, no apertar daquela
boca!… Não pode ser, não pode ser. Deus não podia consentir em tal.
Telmo – Que Deus te ouvisse, anjo do céu!
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Maria – Pois não há profecias que o dizem? Há, e eu creio nelas. E também creio naque-
loutro que ali está (indica o retrato de Camões), aquele teu amigo com quem tu andaste lá pela
Índia, nessa terra de prodígios e bizarrias, por onde ele ia… como é? ah, sim…
Nũa mão sempre a espada e noutra a pena.
GARRETT, Almeida, 2014. Frei Luís de Sousa. Porto: Porto Editora (pp. 56-59) (1.ª ed.: 1844)

1. pensou com preocupação.

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionário.


1. Situa o excerto nas estruturas externa e interna da obra, salientando a sua importância no contexto
da ação.
2. Atenta no excerto “este retrato e o de meu pai que se queimou, são duas imagens que lhe não
saem do pensamento.” (ll.11-12)
2.1. Explica as palavras de Maria, tendo em conta o teu conhecimento da obra.
Sequência 2. Almeida Garrett Teste 2

3. Identifica dois recursos que conferem expressividade e emotividade ao discurso de Maria.


4. Explicita três dos traços que caracterizam Maria, justificando a tua resposta com elementos do
texto.
5. Refere o que simbolizam, para Maria, as figuras de D. Sebastião e de Camões.
(Questões 4 e 5 adaptadas da Prova Escrita de Português, 12.º ano, 2015, 2.ª fase, IAVE)

Grupo II
Lê com atenção o texto que se segue.

Discurso do Presidente da República


no 5 de outubro de 2014
Comemoramos hoje o 5 de outubro, a data fundadora da nossa República, o regime em que
nos orgulhamos de viver.
Numa República, não existem privilégios de nascimento ou de classe social. Todos são
iguais em dignidade e direitos.
5 Numa República, ninguém está acima da lei. As leis são aprovadas pelos legítimos repre-
sentantes dos cidadãos e aplicadas por tribunais que administram a justiça em nome do povo.
Numa República, todos somos cidadãos. Ninguém está isento de contribuir ativamente para
melhorar o futuro do seu país.
Foram estes os ideais que, há mais de cem anos, levaram à instauração do regime republi-
10 cano. […]
Aqui chegámos hoje, ao 5 de outubro de 2014. Celebramos este 5 de outubro num mo-
mento crucial e decisivo para a nossa República. Portugal ainda sente os efeitos de uma das
mais graves crises que teve de enfrentar nas últimas décadas e, embora existam sinais de espe-
rança, são múltiplos os desafios que temos pela frente para alcançarmos níveis sustentáveis de
15 crescimento económico e de criação de emprego.
Por isso, é urgente procedermos a uma reflexão séria sobre o regime político português e
encontrarmos em conjunto soluções para os problemas que afetam a governabilidade da nossa
República.
Como o demonstram sucessivos estudos e inquéritos levados a cabo por entidades credí-
20
veis e independentes, os Portugueses são dos povos da União Europeia que demonstram
maiores níveis de insatisfação com o regime em que vivem.
[…]
Minhas Senhoras e meu Senhores,
Os Portugueses não estão insatisfeitos com a democracia ou com a República. Estão insa-
tisfeitos, isso sim, com a forma como as instituições democráticas têm funcionado no nosso
25 país. […]

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Sequência 2. Almeida Garrett Teste 2

Na vida política portuguesa, tem sido prática constante, sobretudo nas últimas décadas,
fazerem-se promessas e anunciarem-se medidas irrealistas com vista a conquistar o apoio dos
cidadãos e o voto do eleitorado.
O incumprimento das promessas feitas constitui um dos principais fatores de aumento da
30 descrença dos Portugueses na sua classe política e de desconfiança nas instituições.
É tempo de instituir uma cultura de maior responsabilidade e realismo, pois a conjuntura que
atravessamos não se compadece com promessas de facilidades nem com soluções utópi-cas.
[…]
O desafio da responsabilidade cívica não interpela apenas a classe política. Dirige-se a
35 todos, a empresários, trabalhadores e sindicalistas, aos profissionais liberais, aos dirigentes do
Estado e aos funcionários da Administração pública, aos professores de todos os escalões de
ensino, aos profissionais da comunicação social.
O desafio da responsabilidade cívica dirige-se, também ele, aos jovens. Implica que sejam
mais exigentes em relação aos que nos governam, mas que sejam igualmente exigentes relati-
40 vamente a si próprios e à qualidade do ensino que lhes é ministrado.
Os jovens portugueses não devem enveredar pelo pessimismo e pela maledicência, não
devem desperdiçar energias e o imenso talento que têm a criticar tudo e todos, quando tanto
podem dar à vossa terra, Portugal, um dos melhores países do mundo para viver.
Numa República, o trabalho e o esforço de cada um são património de todos. Aquilo que
45 fizerem por Portugal, será feito para vós.
Muito obrigado.
CAVACO SILVA, Aníbal, 2014. “Discurso do Presidente da República no 5 de outubro de 2014”.
In Presidência da República Portuguesa. http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=87190 [Consult. 2015-01-28]

Responde aos itens apresentados.

1. Identifica o tema e subtemas do discurso de Cavaco Silva, justificando a tua resposta.


2. Menciona dois recursos linguísticos e/ou expressivos que contribuem para o carácter persuasivo
do texto.
3. Interpreta a afirmação: “Numa República, o trabalho e o esforço de cada um são património de
todos.” (l. 44)
4. Para responderes a cada um dos itens de 4.1. a 4.4., seleciona a opção correta.
4.1. A repetição da expressão “Numa República” no início dos parágrafos dois a quatro constitui
um mecanismo de coesão
(A) frásica.
(B) interfrásica.
(C) referencial.
(D) lexical.

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Sequência 2. Almeida Garrett Teste 2

4.2. Na frase “Ninguém está isento de contribuir ativamente para melhorar o futuro do seu
país.” (ll. 7-8) a função sintática de predicativo do sujeito é desempenhada por
(A) “isento”.
(B) “isento de contribuir ativamente”.
(C) “isento de contribuir ativamente para melhorar o futuro do seu país”.
(D) “Ninguém”.
4.3. O elemento linguístico “que”, usado na linha 9, é
(A) um pronome interrogativo.
(B) um pronome relativo.
(C) uma conjunção subordinativa completiva.
(D) uma conjunção subordinativa consecutiva.
4.4. A anteposição do pronome “lhes” (l. 40) justifica-se pela sua integração
(A) numa oração subordinada.
(B) numa oração coordenada.
(C) numa frase afirmativa.
(D) numa frase com o verbo na passiva.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelos constituintes “do regime republicano” (ll. 9-10) e
“Minhas Senhoras e meus Senhores” (l. 22).

7. Transcreve todos os deíticos utilizados no primeiro parágrafo.

Grupo III

No discurso político que leste anteriormente, Cavaco Silva refere: “Os Portugueses não estão
insatisfeitos com a democracia ou com a República. Estão insatisfeitos, isso sim, com a forma como
as instituições democráticas têm funcionado no nosso país.”
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
apresenta a tua opinião sobre a perspetiva apresentada.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles
com, pelo menos, um exemplo significativo.

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Cotações do Teste 2

Questões Cotação
Total por questão Total do grupo
Grupo I (C) Conteúdo (F) Forma*

1. 12 8 20

2.1. 12 8 20

3. 9 6 15 90 pontos

4. 12 8 20

5. 9 6 15

Grupo II Total por questão

1. 6 4 10

2. 6 4 10

3. 6 4 10

4.1. – – 5

65 pontos
4.2. – – 5

4.3. – – 5

4.4. – – 5

5. – – 5

6. – – 5

7. – – 5

ETD** CL*** Total por questão


Grupo III 45 pontos
27 18 45

TOTAL 200 pontos (20 valores)

* Estruturação do discurso e correção linguística


** Estruturação temática e discursiva
*** Correção linguística

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