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A Polícia do Mundo

Desde o início do século XIX o governo dos Estados Unidos realiza ocupações (ou seria
invasões?!) em outros países para defender os seus interesses, mas com a justificativa de
apoiar valores democráticos e humanitários. É fundamental não esquecer que, por exemplo,
Sadam Husseim foi parceiro dos Estados Unidos na guerra do Irã-Iraque em 1980-1988. Há
ainda a teoria de que o acusado de ter derrubado as “Torres Gêmeas” em Nova Iorque, Osama
Bin Laden, recebia montanhas de dinheiro da CIA para impedir a influência da ex-União
Soviética no Afeganistão.

A lista de países “ocupados” pelos Estados Unidos é enorme. Ficamos com os mais recentes:
Guatemala em 1954; Panamá em 1958; Vietnã (1965-1973); República Dominicana (1965-
1966); Ilha de Granada (1983-1984); Panamá em 1989; Iraque (1990-1991); Somália 1992;
Afeganistão em 2001 e o Iraque em 2003. Os dois últimos ainda permanecem “ocupados”
pelos Estados Unidos e no caso do Iraque a guerra foi iniciada sem autorização da Organização
das Nações Unidas.

Ao criticar alguns governos como os de Cuba e da China em relação aos direitos humanos, o
“Império” esquece de suas próprias atividades. Refiro-me às prisões que mantém no Iraque
(Abu Ghraib) e mesmo em Cuba (Guantánamo) onde atrocidades são comuns e confirmadas
por relatórios da Anistia Internacional. Entre as barbaridades estão denúncias de abuso sexual
e espancamentos, além do fato dos prisioneiros não terem direito a acusação formada,
processo e julgamento. Felizmente no começo de 2009 Obama prometeu acabar com a prisão
de Guantánamo, mas até hoje continua ativa.

Na prisão iraquiana ainda hoje controlada pelos Estados Unidos ficaram mundialmente
conhecidos casos de torturados fotografados e filmados pelos próprios soldados do exército
norte-americano, situação comunicada várias vezes pela Cruz Vermelha Internacional. Tais
episódios ao menos contaram com a condenação de militares do “Império”.

Na guerra do Iraque já morreram mais de 4.400 militares dos Estados Unidos e mais de 100 mil
civis. Em termos de custos financeiros há desde o valor de 646 bilhões de dólares (custo da
guerra até 2008) até a cifra de 3 trilhões de dólares, segundo o economista americano Joseph
Stiglitz.

É no mínimo contraditório um país com tal trajetória condenar a posição brasileira em relação
ao Irã, quando juntamente com a Turquia, conseguiu negociar pacificamente com o governo
iraniano, evitando sanções econômicas que somente prejudicariam o povo.

Após a derrota do presidente Obama nas últimas eleições legislativas nos Estados Unidos,
quando perdeu a maioria na Câmara, a nova chefe da Comissão de Relações Exteriores é a
republicana Ileana Ros-Lehtinen. Suas opiniões são polêmicas e muito distantes de contribuir
para uma política externa pacifista. A líder já defendeu o assassinato de Fidel Castro, o fim do
Conselho de Direitos Humanos da ONU e classificou de “irresponsável” o Brasil por ter
reconhecido a criação do Estado da Palestina.

Enfim, situações nada animadoras.

Eduardo Magalhães é sociólogo, mestrando em Relações Internacionais pela PUC-SP e


blogueiro e colunista do Jornal ABCD MAIOR e da Revista Filantropia.

elaboreseuprojeto@email.com

01 de Fevereiro de 2011

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