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Nova

Ortografia

Nova Ortografia
da Língua Portuguesa
Copyright –  2009 by INESP
Coordenação Editorial: Antonio Nóbrega Filho
Projeto Gráfico: Carlos Alberto Alexandre Dantas
Impressão e Acabamento: Gráfica do INESP
Revisão e Organização dos Textos: Vânia Soares
Nova
Ortografia

Nova Ortografia
da Língua Portuguesa

Permitida a divulgação dos textos contidos neste livro,


desde que citados autor e fontes.
EDITORA INESP
Av. Desembargador Moreira 2807, Dionísio Torres,
Fone: 3277-3701 – fax (0xx85) 3277-3707
CEP – 60.170-900 / Fortaleza-Ceará Brasil
al.ce.gov.br/inesp – inesp@al.ce.gov.br
Su-
-má-
-rio
APRESENTAÇÃO........................................................................... 7

O Acordo Ortográfico........................................................ 9

Resumo das Mudanças Ortográficas.......................... 11

Mudanças no Alfabeto...................................................... 15

Trema......................................................................................... 16

Mudanças nas Regras de Acentuação........................ 17

Uso do hífen........................................................................... 21

Emprego do Hífen com Prefixos Regra Básica.................. 26

Linha do Tempo das Mudanças Ortográficas

da Língua Portuguesa....................................................... 28

Objetivos do Acordo Ortográfico.............................. 36

ANEXOS
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa............. 41

Acordo Ortográfico da Língua


Portuguesa (1990)................................................................. 43
DECRETOS
Decreto Legislativo No 54, de 1995 ............................... 81

Decreto No 6.583, de 29 de Setembro de 2008.............. 82


APRESENTAÇÃO
DECRETO Nº 6.584, DE 29 de Setembro De 2008.............. 84

Protocolo Modificativo ao Acordo A língua portuguesa é falada, hoje, por aproximada-


Ortográfico da Língua Portuguesa .......................... 86 mente 230 milhões de pessoas em oito países: Angola; Brasil;
Cabo Verde; Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal; São Tomé
Decreto No 6.585, de 29 de Setembro de 2008 .................. 87 e Príncipe; e Timor-Leste.
Acordo do Segundo Protocolo Há muito se tenta uniformizar a ortografia na chama-
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
Modificativo ao Acordo Ortográfico
por conta da dificuldade da grafia baseada na fonética, pois
da Língua Portuguesa....................................................... 89 esta varia de acordo com a cultura e influências linguísticas
Decreto No 6.586, de 29 de Setembro de 2008................... 91 ­regionais.
Ao consolidar-se um acordo nesse sentido a língua por-
MI N IGL O S S Á R I O ................................................... 9 3 tuguesa deixará de ser a única com duas ortografias oficiais,
a do Brasil e a de Portugal, podendo ser classificada como
idioma oficial na ONU.
No Brasil, as novas regras ortográficas entraram em
vigor a partir do dia 1o de janeiro de 2009, pelo Decreto no
6.583, do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, assinado em
29 de setembro de 2008.
Polêmica à parte sobre as vantagens, desvantagens, ou
prejuízos das mudanças, como apregoam alguns gramáticos,

NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


dicionaristas e editores, achamos pertinente a publicação
desta cartilha na forma simples e didática como se apresen-
ta. Estamos convictos quanto a sua utilidade à melhor com-
preensão das novas normas ortográficas.
Esclarecemos que os textos aqui apresentados foram
compilados e sistematizados de obras de domínio público,
incluindo decretos presidenciais e documentos oficiais per-
tinentes à matéria.

Deputado Domingos Filho


Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará

7
Nova O Acordo Ortográfico
Ortografia
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, res-
tringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da
língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográfi-
cas observadas nos países que têm a língua portuguesa como
idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida uni-
ficação ortográfica desses países.
Como o Texto Oficial do Acordo não é claro em vários
aspectos, foi elaborado um roteiro com o que foi possível
estabelecer objetivamente sobre as novas regras. Espera-se
que este guia sirva de orientação básica àqueles que dese-
jam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças
introduzidas na ortografia brasileira, sem preocupação com
questões teóricas.
Por oportuno informamos, também, estar disponível
nesta publicação, um mini-glossário com mais de duas mil
palavras grafadas de acordo com as novas regras, extraídas
do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia
Brasileira de Letras, 2009.

NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


Antonio Nóbrega Filho
Presidente do Instituto de Estudos e Pesquisas
para o Desenvolvimento do Estado do Ceará – Inesp

9
Resumo
das Mudanças
Nova Ortográficas
Ortografia
Alfabeto

Nova Regra Regra Antiga Como Será


Essas letras serão usadas
em siglas, símbolos,
O “k”, “w” e “y” não eram
O alfabeto é agora nomes próprios, palavras
consideradas letras do
formado por 26 letras estrangeiras e seus
nosso alfabeto.
derivados. Exemplos: km,
watt, Byron, byroniano

Trema
Nova Regra Regra Antiga Como Será
agüentar, conseqüência, aguentar, consequência,
Não existe mais o trema
cinqüenta, qüinqüênio, cinquenta, quinquênio,
em língua portuguesa.
frqüência, freqüente, frequência, frequente,
Apenas em casos de
eloqüência, eloqüente, eloquência, eloquente,
nomes próprios e seus
argüição, delinqüir, arguição, delinquir,
derivados, por exemplo:
pingüim, tranqüilo, pinguim, tranquilo,
Müller, mülleriano
lingüiça linguiça.

Acentuação
Nova Regra Regra Antiga Como Será

NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


Assembleia, platéia, ideia, assembleia, plateia, ideia,
Ditongos abertos (ei, oi) colméia, boléia, panacéia, colmeia, boleia, panaceia,
não são mais acentuados Coréia, hebréia, bóia, Coreia, hebreia, boia,
em palavras paroxítonas paranóia, jibóia, apóio, paranoia, jiboia, apoio,
heróico, paranóico heroico, paranoico

obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento


continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.

obs2: o acento no ditongo aberto “eu” continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.

Nova Regra Regra Antiga Como Será

11
auto-afirmação, auto- autoafirmação, autoajuda,
O hiato “oo” não é mais enjôo, vôo, corôo, perdôo, enjoo, voo, coroo, perdoo,
ajuda, auto-aprendizagem, autoaprendizabem,
acentuado côo, môo, abençôo, povôo coo, moo, abençoo, povoo
auto-escola, auto-estrada, autoescola, autoestrada,
auto-instrução, contra- autoinstrução,
O hiato “ee” não é mais crêem, dêem, lêem, vêem, creem, deem, leem, veem,
O hífen não é mais exemplo, contra-indicação, contraexemplo,
acentuado descrêem, relêem, revêem descreem, releem, reveem
utilizado em palavras contra-ordem, extra-escolar, contraindicação,
Nova Regra Regra Antiga Como Será formadas de prefixos extra-oficial, infra-estrutura, contraordem, extraescolar,
(ou falsos prefixos) intra-ocular, intra-uterino, extraoficial, infraestrutura,
pára (verbo), péla para (verbo), pela
terminados em vogal + neo-expressionista, intraocular, intrauterino,
(substantivo e verbo), (substantivo e verbo),
Não existe mais o acento palavras iniciadas por neo-imperialista, semi- neoexpressionista,
pêlo (substantivo), pelo (substantivo),
diferencial em palavras outra vogal aberto, semi-árido, neoimperialista, semiaberto,
pêra (substantivo), péra pera (substantivo), pera
homógrafas semi-automático, semiautomático, semiárido,
(substantivo), pólo (substantivo), polo
semi-embriagado, semi- semiembriagado,
(substantivo) (substantivo)
obscuridade, supra-ocular, semiobscuridade,
Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo “poder” (3ª pessoa do ultra-elevado supraocular, ultraelevado.
Pretérito Perfeito do Indicativo – “pôde”) e no verbo “pôr” para diferenciar da Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaé­
preposição “por”. Falculta-se o fôrma/forma reo, antiamericano, socioeconômico etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-
Não se acentua mais herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
a letra “u” nas formas
verbais rizotônicas, argúi, apazigúe, averigúe, argui, apazigue,averigue, Nova Regra Regra Antiga Como Será
quando precedido de “g” enxagúe, obliqúe enxague, oblique
Agora utiliza-se hífen antiibérico,
ou “q” e antes de “e” ou anti-ibérico, anti-
quando a palavra antiinflamatório,
“i” (gue, que, gui, qui) inflamatório, anti-
é formada por um antiinflacionário,
Não se acentua mais inflacionário, anti-
prefixo (ou falso antiimperialista,
“i” e “u” tônicos em baiúca, boiúna, cheiínho, baiuca, boiuna, cheiinho, imperialista, arqui-inimigo,
prefixo) terminado arquiinimigo,
paroxítonas quando saiínha, feiúra, feiúme saiinha, feiura, feiume arqui-irmandade, micro-
em vogal + palavra arquiirmandade,
precedidos de ditongo ondas, micro-ônibus, micro-
iniciada pela mesma microondas, microônibus,
orgânico
vogal. microorgânico
Hífen obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal
Nova Regra Regra Antiga Como Será + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal +
ante-sala, ante-sacristia, antessala, antessacristia, palavra inicia com mesma vogal = com hífen
auto-retrato, anti-social, autorretrato, antissocial, obs2: uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a
O hífen não é mais
anti-rugas, arqui-romântico, antirrugas, arquirromântico, vogal “o”, NÃO utliza-se hífen.
utilizado em palavras
arqui-rivalidae, auto- arquirrivalidade,
formadas de prefixos

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regulamentação, auto- autorregulamentação, Nova Regra Regra Antiga Como Será


(ou falsos prefixos)
sugestão, contra-senso, contrassenha, Não usamos mais hífen manda-chuva, pára-quedas, mandachuva, paraquedas,
terminados em vogal
contra-regra, contra-senha, extrarregimento, em compostos que, pára-quedista, pára-lama, paraquedista, paralama,
+ palavras iniciadas
extra-regimento, extra- extrassístole, extrasseco, pelo uso, perdeu-se a pára-brisa, pára-choque, parabrisa, párachoque,
por “r” ou “s”, sendo
sístole, extra-seco, infra- infrassom, inrarrenal, noção de composição pára-vento paravento
que essas devem ser
som, ultra-sonografia, ultrarromântico,
dobradas Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento
semi-real, semi-sintético, ultrassonografia, suprarrenal,
supra-renal, supra-sensível suprassensível de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento
obs: em prefixos terminados por “r”, permanece o hífen se a palavra seguinte for próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas:
iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira,
inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super- tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.
resistente etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será Observações Gerais

12 13
O uso do hífen permanece Exemplos Mudanças
Em palavras formadas por prefixos
“ex”, “vice”, “soto”
ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
no Alfabeto
Em palavras formadas por prefixos
“circum” e “pan” + palavras pan-americano, circum-navegação
iniciadas em vogal, M ou N

Em palavras formadas com prefixos


pré-natal, pró-desarmamento,
“pré”, “pró” e “pós” + palavras que O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas
pós-graduação
tem significado próprio
as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:
além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano,
Em palavras formadas pelas palavras
recém-nascidos, recém-casados, sem-
“além”, “aquém”, “recém”, “sem”
número, sem-teto

Não existe mais hífen Exemplos Exceções


água-de-colônia, ABCDEFGHIJKLM
cão de guarda, fim
arco-da-velha,
de semana, café com
Em locuções de qualquer
leite, pão de mel, sala
cor-de-rosa, N O P Q R S T U V WX Y Z
tipo (substantivas, adjetivas, mais-que-
de jantar, cartão de
pronominais, verbais, adverbiais, perfeito,
visita, cor de vinho,
prepositivas ou conjuncionais) pé-de-meia,
à vontade, abaixo de,
ao-deus-dará, à
acerca de etc.
queima-roupa

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As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapa-


recido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usa-
das em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
(quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

14 15
Trema Mudanças
nas Regras
de Acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico
u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, na penúltima sílaba).
gui, que, qui. Como era Como fica
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
Como era Como fica
andróide androide
agüentar aguentar apóia (verbo apoiar) apoia
argüir arguir apóio (verbo apoiar) apoio
bilíngüi bilíngue asteróide asteroide
bóia boia
cinqüenta cinquenta
celulóide celuloide
delinqüente delinquente clarabóia claraboia
eloqüente eloquente colméia colmeia
ensangüentado ensanguentado Coréia Coreia
debilóide debiloide
eqüestre equestre
epopéia epopeia
freqüente frequente estóico estoico
lingüeta lingueta estréia estreia
lingüiça linguiça estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
qüinqüênio quinquênio
heróico heroico

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sagüi sagui ideia ideia


seqüência sequência jibóia jiboia
seqüestro sequestro jóia joia
odisséia odisseia
tranqüilo tranquilo
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia
Atenção: Atenção:
O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas.
em suas derivadas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas ter-
Exemplos: Müller, mülleriano. minadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói,
heróis, troféu, troféus.
16 17
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é ver-
no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo. bo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante
Como era Como fica que foi feita por mim.
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva Permanecem os acentos que diferenciam o singular
cauíla cauila do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus deriva-
feiúra feiura
dos (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Atenção:
Exemplos:
Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posi-
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
ção final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas
­estudantes.
em êem e ôo(s).
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Como era Como fica
abençôo abençoo Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em
crêem (verbo crer) creem todas as aulas.
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo É facultativo o uso do acento circunflexo para diferen-
enjôo enjoo ciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a
perdôo (verbo perdoar) perdoo forma da fôrma do bolo?
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das
vôos voos formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
zôo zoo indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos termi-
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares nados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apa-
pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e

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ziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses


pêra/pera. verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro. presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte. do imperativo.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos. Veja:
Comi uma pêra. Comi uma pera.
Atenção: a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas
formas devem ser acentuadas. Exemplos:
Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde
é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxá-
indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do pre- guam; enxágue, enxágues, enxáguem.
sente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: On- • verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, de-
tem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. línquem; delínqua, delínquas, delínquam.
18 19
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas
deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é
Uso
tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as
outras):
do hífen
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxa-
guam; enxague, enxagues, enxaguem.
• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, de-
linquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção:
No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira,
aquela com a e i tônicos. Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo
novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria contro-
vertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos
leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam
o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as
novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em
palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem
funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti,
aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, ex-
tra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini,
multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro,
semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

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1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de pala-


vra iniciada por h. Exemplos:
anti-higiênico anti-histórico
co-herdeiro macro-história
mini-hotel proto-história
sobre-humano super-homem
ultra-humano
Exceção:
Subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).

20 21
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vo- 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
gal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso,
Exemplos: duplicam-se essas letras. Exemplos:
aeroespacial agroindustrial antirrábico antirracismo
anteontem antiaéreo antirreligioso antirrugas
antieducativo autoaprendizagem antissocial biorritmo
autoescola autoestrada contrarregra contrassenso
autoinstrução coautor cosseno infrassom
coedição extraescolar microssistema minissaia
infraestrutura plurianual multissecular neorrealismo
semiaberto semianalfabeto neossimbolista semirreta
semiesférico semiopaco ultrarresistente ultrassom
Exceção:
O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo ele- 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se
mento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coo- o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:
brigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocu- anti-ibérico anti-imperialista
pante, etc.
anti-inflacionário anti-inflamatório
auto-observação contra-almirante
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
contra-atacar contra-ataque
vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente
de r ou s. Exemplos: micro-ondas micro-ônibus

anteprojeto antipedagógico semi-internato semi-interno

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autopeça autoproteção
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o
coprodução geopolítica
hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoan-
microcomputador pseudoprofessor te. Exemplos:
semicírculo semideus hiper-requintado inter-racial
seminovo ultramoderno inter-regional sub-bibliotecário
Atenção: super-racista super-reacionário
Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: super-resistente super-romântico
vice-rei, vice-almirante etc.
Atenção:
Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hiper-
mercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
22 23
Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais pa-
palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. lavras que ocasionalmente se combinam, formando não
Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
pan-americano etc.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que per-
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa deram a noção de composição. Exemplos:
o hífen se o segundo elemento começar por vogal. girassol madressilva
Exemplos: mandachuva paraquedas
hiperacidez hiperativo paraquedista pontapé
interescolar interestadual
interestelar interestudantil 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de
superamigo superaquecimento uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen,
ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
supereconômico superexigente
Na cidade, conta-
superinteressante superotimismo
-se que ele foi viajar.

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós,


pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: O diretor recebeu os ex-
além-mar além-túmulo -alunos.
aquém-mar ex-aluno
ex-diretor ex-hospedeiro
ex-prefeito ex-presidente

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pós-graduação pré-história
pré-vestibular pró-europeu
recém-casado recém-nascido
sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-


guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-
mirim, capim-açu.

24 25
Emprego do Hífen Observações
com Prefixos
Regra Básica

Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, su-


per-homem.

Outros casos
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante
1. Prefixo terminado em vogal: de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras
iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: su-
• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, an-
bumano, subumanidade.
tiaéreo.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen dian-
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s:
te de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação,
anteprojeto, semicírculo.
pan-americano, etc.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras:
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo
antirracismo, antissocial, ultrassom.
elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação,

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• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, etc.
micro-ondas.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei,
vice-almirante ,etc.
2. Prefixo terminado em consoante: 5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que per-
• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regio- deram a noção de composição, como girassol, madressilva,
nal, sub-bibliotecário. mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.
• Sem hífen diante de consoante diferente: intermuni- 6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós,
cipal, supersônico. pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-
• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superin- mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibu-
teressante. lar, pró-europeu.

26 27
Linha do
Tempo das
Mudanças
Ortográficas
da Língua Portuguesa

Duas capas de Os lusíadas, uma de 1572 e outra de 1584,


mostram o nome do poeta grafado de maneiras diferentes: Luis de
Camoes e Lvis de Camões.
Séculos XII a XV
Séculos XVI a XX
Surgem os primeiros documentos escritos em portu-
guês. A ortografia portuguesa tenta reproduzir os sons da fala A partir da segunda metade do século XVI, a língua
para facilitar a leitura: portuguesa sofre influência do latim e da cultura grega, gra-
ças ao Renascimento e à necessidade de valorização do idio-
• a duplicação das vogais indica sílaba tônica: ceeo = ma. O critério passa ser o de respeitar as letras originárias das
céu, dooe = dói; palavras, isto é, sua origem etimológica. Empregam-se:

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• a nasalização das vogais é representada pelo til (ma- • ph, th, ch, rh e y, que representavam fonemas gre-
nhãas = manhãs), por dois acentos (mááos = mãos) e por m gos: philosophia, theatro, chimica (química), rheumatismo,
e n (omde = onde; senpre = sempre). martyr, sepulchro, thesouro, lyrio;
• o i pode ser substituído por y ou j (ay = ai; mjnas = • consoantes mudas: septembro, enxucto, maligno;
minhas). • consoantes duplas: approximar, immundos.

No início do século XIX, o escritor Almeida Garrett de-


Mas não há uma padronização e uma mesma palavra fende a simplificação da escrita e critica a ausência de nor-
aparece grafada de modos diferentes: ygreja, eygreya, eygleyga, mas que regularizem a ortografia. No final do século XIX,
eigreia, eygreia (= igreja); home, homee, ome, omee (= homem). cada um escreve da maneira que acha mais adequada.
Em 1881, foi publicada a 1a edição em livro de Memorias
28 29
Posthumas de Braz Cubas, de Machado 1907
de Assis. A partir de uma proposta do jornalista, professor, polí-
tico e escritor Medeiros e Albuquerque, a Academia Brasileira
de Letras (ABL) elabora projeto de reformulação ortográfica
com base nas propostas de Gonçalves Viana.

1911
Portugal oficializa, com pequenas modificações, o sis-
tema de Gonçalves Viana.

1915
Cartão-postal
A ABL aprova a proposta do professor, filólogo e poeta
de 1903, em que aparecem palavras
Silva Ramos que ajusta a reforma ortográfica brasileira aos
com as consoantes dobradas cc e nn.
padrões da reforma portuguesa de 1911.

1919
A ABL volta atrás e revoga o projeto de 1907, ou seja,
não há mais reforma.
1904
Ortografia nacional, do filólogo Gonçalves Viana (1840- 1931
1914), é publicada em Portugal. Nela, o estudioso apresenta
A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Bra-
proposta de simplificar a ortografia:
sileira de Letras assinam acordo para unir as ortografias dos
• eliminação dos fonemas gregos th (theatro), ph (phi- dois países.

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losofia), ch (com som de k, como em chimica), rh


(rheumatismo) e y (lyrio);
• eliminação das consoantes dobradas, com exceção
1933
de rr e ss: cabello (= cabelo); communicar (= comuni- O governo brasileiro oficializa o acordo de 1931.
car); ecclesiastico (= ecle- siástico); sâbbado (= sábado).
• eliminação das consoantes nulas, quando não in- 1934
fluenciam na pronúncia da vogal que as precede: A Constituição Brasileira revoga o acordo de 1931 e
licção (= lição); dacta (= data); posthumo (= póstumo); estabelece a volta das regras ortográficas de 1891, ou seja,
innundar (= inundar); chrystal (= cristal); ortografia voltaria a ser grafada orthographia. Protestos gene-
• regularização da acentuação gráfica. ralizados, porém, fazem com que essa ortografia seja consi-
derada optativa.
30 31
1943 Cartão-postal de 1908, em que
Convenção Luso-Brasileira retoma, com pequenas mo- se vê a palavra telephone, grafa-
dificações, o acordo de 1931. da com ph, e escriptorio, com p
mudo.

1945
Divergências na interpretação de regras resultam no
Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro. Em Portugal, as normas
vigoram, mas o Brasil mantém a ortografia de 1943.

1971
Decreto do governo altera algumas regras da ortografia
de 1943:
ƒƒabolição do trema nos hiatos átonos: saüdade (=sau-
dade), vaïdade (= vaidade);
ƒƒsupressão do acento circunflexo diferencial nas le- Capa de partitura do
tras e e o da sílaba tônica das palavras homógra- samba Pelo Telephone,
fas, com exceção de pôde em oposição a pode: al- sucesso do carnaval de 1917.
môço (=almoço), êle (= ele), enderêço (= endereço), gôsto Além do uso do ph, chama
(=gosto); a atenção a grafia da palavra
ƒƒeliminação dos acentos circunflexos e graves que successo.
marcavam a sílaba subtônica nos vocábulos de-
rivados com o sufixo -mente ou iniciados por -z- :
bebêzinho (=bebezinho), vovôzinho (= vovozinho), sò-

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mente (=somente), sòzinho (= sozinho), ùltimamente


(=ultimamente). 1975
As colônias portuguesas na África (São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e Moçambique) tornam-
se independentes.

1986
Reunião de representantes dos sete países de língua
portuguesa no Rio de Janeiro resulta nas Bases Analíticas da
Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, mas
que nunca foram implementadas.
32 33
1990 2008
Surge o Acordo de Ortografia Simplificada entre Brasil Portugal aprova o Acordo Ortográfico.
e Portugal para a Lusofonia, nova versão do documento de No Brasil, em 29 de setembro, o Presidente Luis Inácio
1986. Lula da Silva, através do Decreto nº 6.583, promulga o Acor-
do Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa
em 16 de dezembro de 1990.
1995
Brasil e Portugal aprovam oficialmente o documento
de 1990, que passa a ser reconhecido como Acordo Ortográ-
fico de 1995.

1998
No Primeiro Protocolo Modificativo ao Acordo Orto-
gráfico da Língua Portuguesa fica estabelecido que todos os
membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) devem ratificar as normas propostas no Acordo Orto-
gráfico de 1995 para que este seja implantado. Anúncio da década de 1950 do
sabonete das “estrêlas”.

2002
O Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer
parte da CPLP.

2004

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Com a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo


ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, fica determi-
nado que basta a ratificação de três membros para o acordo
entrar em vigor. No mesmo ano, o Brasil ratifica o acordo.

2006
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificam o docu-
mento, possibilitando a vigoração do acordo.

34 35
Objetivos do A unificação facilitará a circulação de materiais, como
documentos oficiais e livros, entre esses países, sem que seja
Acordo necessário fazer uma “tradução” do material.
Além disso, o fato de haver duas grafias oficiais dificul-
Ortográfico ta o estabelecimento do português como um dos idiomas
oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU).
Como diz o texto oficial do acordo, ele “constitui um
passo importante para a defesa da unidade essencial da lín-
gua portuguesa e para o seu prestígio internacional”.

“Unificar a ortografia da língua portuguesa que, atual-


mente, é o único idioma do ocidente que tem duas grafias
oficiais — a do Brasil e a de Portugal”, esse é, segundo o

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MEC, o principal objetivo do acordo ortográfico elaborado


em 1990 e ratificado pelo Brasil em 2004.
Ainda segundo o MEC, “com o acordo, as diferenças
ortográficas existentes entre o português do Brasil e o de Por-
tugal serão resolvidas em 98%. A unificação da ortografia
acarretará alterações na forma de escrita em 1,6% do voca-
bulário usado em Portugal e de 0,5%, no Brasil”.
Oito países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste)
têm o português como língua oficial. Juntos, totalizam uma
população de cerca de 230 milhões de falantes.
36 37
Nova Nova
Ortografia Ortografia

Ane xos
Acordo
Ortográfico
da Língua Portuguesa

Texto oficial

Considerando que o projeto de texto de ortografia uni-


ficada de língua portuguesa aprovado em Lisboa, em 12 de
outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Aca-
demia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Ver-
de, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com
a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui
um passo importante para a defesa da unidade essencial da
língua portuguesa e para o seu prestígio internacional;
Considerando que o texto do acordo que ora se aprova
resulta de um aprofundado debate nos Países signatários,
ƒƒa República Popular de Angola,
ƒƒa República Federativa do Brasil,
ƒƒa República de Cabo Verde,

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ƒƒa República da Guiné-Bissau,
ƒƒa República de Moçambique,
ƒƒa República Portuguesa,
ƒƒe a República Democrática de São Tomé e Príncipe,
acordam no seguinte:
Artigo 1o – É aprovado o Acordo Ortográfico da Lín-
gua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente instru-
mento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa (1990) e vai acompanhado da respec-
tiva nota explicativa, que consta como anexo II ao mesmo

41
instrumento de aprovação, sob a designação de Nota Expli-
cativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990).
Acordo
Artigo 2o – Os Estados signatários tomarão, através Ortográfico
das instituições e órgãos competentes, as providências ne-
cessárias com vista à elaboração, até 1 de janeiro de 1993, de da Língua Portuguesa
um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa,
tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto (1990)
possível, no que se refere às terminologias científicas e téc-
nicas.
Artigo 3o – O Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
sa entrará em vigor em 1 de janeiro de 1994, após deposita-
dos os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto
do Governo da República Portuguesa.
Base I
Artigo 4o – Os Estados signatários adotarão as medi-
Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados
das que entenderem adequadas ao efetivo respeito da data
da entrada em vigor estabelecida no artigo 3o.
Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente cre- 1) O alfabeto da língua portuguesa é formado por vin-
denciados para o efeito, aprovam o presente acordo, redigi- te e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e
do em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igual- outra maiúscula:
mente autênticos.
a A (á) j J (jota) s S (esse)
Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.
b B (bê) k K (capa ou cá) t T (tê)
PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA, c C (cê) l L (ele) u U (u)
José Mateus de Adelino Peixoto, Secretário de Estado da Cultura d D (dê) m M (eme) v V (vê)
PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, e E (é) n N (ene) w W (dáblio)

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Carlos Alberto Gomes Chiarelli, Ministro da Educação


f F (efe) o O (ó) x X (xis)
PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE,
g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon)
David Hopffer Almada, Ministro da Informação, Cultura e Desportos
PELA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, h H (agá) q Q (quê) z Z (zê)
Alexandre Brito Ribeiro Furtado, Secretário de Estado da Cultura i I (í) r R (erre)
PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE,
Obs:
Luis Bernardo Honwana, Ministro da Cultura
PELA REPÚBLICA PORTUGUESA, a. Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os
Pedro Miguel de Santana Lopes, Secretário de Estado da Cultura seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá),
PELA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).
Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa, Ministra da Educação e Cultura
b. Os nomes das letras acima sugeridos não excluem
outras formas de as designar.

42 43
2) As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos em que o uso as consagrou, nomeadamente antropónimos/
especiais: antropônimos e topónimos/topônimos da tradição bíblica:
a) Em antropónimos/antropônimos originários de ou- Jacob, Job, Moab, Isaac; David, Gad; Gog, Magog; Bensabat,
tras línguas e seus derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kan- Josafat.
tismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byro- Integram-se também nesta forma: Cid, em que o d é
niano; Taylor, taylorista; sempre pronunciado; Madrid e Valhadolid, em que o d ora
b) Em topónimos/topônimos originários de outras lín- é pronunciado, ora não; e Calecut ou Calicut, em que o t se
guas e seus derivados: Kwanza; Kuwait, kuwaitiano; Malawi, encontra nas mesmas condições.
malawiano; Nada impede, entretanto, que dos antropónimos/an-
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas tropônimos em apreço sejam usados sem a consoante final
como unidades de medida de curso internacional: TWA, Jó, Davi e Jacó.
KLM; K – potássio (de kalium), W – oeste (West); kg – qui- 6) Recomenda-se que os topónimos/topônimos de
lograma, km – quilómetro/quilômetro, kW – kilowatt, yd – línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível,
jarda (yard); Watt. por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda
3) Em congruência com o número anterior, mantêm- vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar,
se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios no uso corrente. Exemplo: Anvers, substituído por Antu-
estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacrí- érpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona;
ticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses no- Genève, por Genebra; Jutland, por Jutlândia; Milano, por
mes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersónia/ Milão; München, por Munique; Torino, por Turim; Züri-
jeffersônia, de Jefferson; mülleriano, de Müller; shakespea- ch, por Zurique, etc.
riano, de Shakespeare.
Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternati- Base II
vas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de
Do h inicial e final
tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/ fúchsia e derivados,

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buganvília/ buganvílea/ bougainvíllea).


4) Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th po- 1) O h inicial emprega-se:
dem conservar-se em formas onomásticas da tradição bíbli- a) Por força da etimologia: haver, hélice, hera, hoje,
ca, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então simplificar-se: hora, homem, humor.
Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um destes dígrafos, em b) Em virtude da adoção convencional: hã?, hem?, hum!.
formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-
2) O h inicial suprime-se:
se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles,
por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo a) Quando, apesar da etimologia, a sua supressão está
uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith. inteiramente consagrada pelo uso: erva, em vez de herva; e,
portanto, ervaçal, ervanário, ervoso (em contraste com herbá-
5) As consoantes finais grafadas b, c, d, g e t mantêm-se,
ceo, herbanário, herboso, formas de origem erudita);
quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomásticas

44 45
b) Quando, por via de composição, passa a interior e geiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim,
o elemento em que figura se aglutina ao precedente: bieb- geringonça, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gíria, herege, reló-
domadário, desarmonia, desumano, exaurir, inábil, lobiso- gio, sege, Tânger, virgem; adjetivo, ajeitar, ajeru (nome de plan-
mem, reabilitar, reaver. ta indiana e de uma espécie de papagaio), canjerê, canjica,
3) O h inicial mantém-se, no entanto, quando, numa enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito,
palavra composta, pertence a um elemento que está ligado Jeová, jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó, jerimum,
ao anterior por meio de hífen: anti-higiénico/ anti-higiêni- Jerónimo, Jesus, jiboia, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia, jirau, ji-
co, contra-haste, pré- -história, sobre-humano. riti, jitirana, laranjeira, lojista, majestade, majestoso, manjerico,
manjerona, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trejeito.
4) O h final emprega-se em interjeições: ah! oh!.
3) Distinção gráfica entre as letras s, ss, c, ç e x, que
representam sibilantes surdas: ânsia, ascensão, aspersão, can-
Base III sar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, man-
Da homofonia de certos grafemas consonânticos sarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã,
Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso,
Dada a homofonia existente entre certos grafemas con- valsa; abadessa, acossar, amassar, arremessar, Asseiceira, as-
sonânticos, torna-se necessário diferençar os seus empregos, seio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (identicamente
que fundamentalmente se regulam pela história das palavras. Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso,
É certo que a variedade das condições em que se fixam na devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molos-
escrita os grafemas consonânticos homófonos nem sempre so, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, sossegar; acém,
permite fácil diferenciação dos casos em que se deve empre- acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cinfães,
gar uma letra e daqueles em que, diversamente, se deve em- Escócia, Macedo, obcecar, percevejo; açafate, açorda, açú-
pregar outra, ou outras, a representar o mesmo som. car, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçanje, caçula, caraça,
Nesta conformidade, importa notar, principalmente, dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada,
os seguintes casos: Mação, maçar, Moçambique, Monção, muçulmano, murça,
1) Distinção gráfica entre ch e x: achar, archote, bucha, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba,

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capacho, capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, col- Seiça (grafia que pretere as erróneas/errôneas Ceiça e Ceissa),
chão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, Seiçal, Suíça, terço; auxílio, Maximiliano, Maximino, máxi-
frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, mo, próximo, sintaxe.
pachorra, pecha, pechincha, penacho, rachar, sachar, tacho; 4) Distinção gráfica entre s de fim de sílaba (inicial ou
ameixa, anexim, baixei, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, interior) e x e z com idêntico valor fónico/ fônico: adestrar,
debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, Calisto, escusar, esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido,
mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinol, vexar, xadrez, xarope, espontâneo, espremer, esquisito, estender, Estremadura,
xenofobia, xerife, xícara. Estremoz, inesgotável; extensão, explicar, extraordinário,
2) Distinção gráfica entre g, com valor de fricativa pa- inextricável, inexperto, sextante, têxtil; capazmente, infeliz-
latal, e j: adágio, alfageme, Álgebra, algema, algeroz, Algés, al- mente, velozmente. De acordo com esta distinção convém
gibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estran- notar dois casos:

46 47
a) Em final de sílaba que não seja final de palavra, o x = Base IV
s muda para s sempre que está precedido de i ou u: justapor, Das sequências consonânticas
justalinear, misto, sistino (cf. Capela Sistina), Sisto, em vez
de juxtapor, juxtalinear, mixto, sixtina, Sixto.
1o) O c, com valor de oclusiva velar, das sequências in-
b) Só nos advérbios em -mente se admite z, com valor
teriores cc (segundo c com valor de sibilante), cç e ct, e o p das
idêntico ao de s, em final de sílaba seguida de outra conso-
sequências interiores pc (c com valor de sibilante), pç e pt, ora
ante (cf. capazmente, etc.); de contrário, o s toma sempre o
se conservam, ora se eliminam. Assim: a) Conservam-se nos
lugar do z: Biscaia, e não Bizcaia.
casos em que são invariavelmente proferidos nas pronúncias
5) Distinção gráfica entre s final de palavra e x e z com cultas da língua: compacto, convicção, convicto, ficção, fric-
idêntico valor fónico/ fônico: aguarrás, aliás, anis, após, cionar, pacto, pictural; adepto, apto, díptico, erupção, euca-
atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris, lipto, inepto, núpcias, rapto.
Jesus, jus, lápis, Luís, país, português, Queirós, quis, retrós,
b) Eliminam-se nos casos em que são invariavelmente
revés, Tomás, Valdês; cálix, Félix, Fénix, flux; assaz, arroz,
mudos nas pronúncias cultas da língua: ação, acionar, afe-
avestruz, dez, diz, fez (substantivo e forma do verbo fazer),
tivo, aflição, aflito, ato, coleção, coletivo, direção, diretor,
fiz, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, matiz, petiz, Queluz, Romariz,
exato, objeção; adoção, adotar, batizar, Egito, ótimo.
[Arcos de] Valdevez, Vaz. A propósito, deve observar-se que é
inadmissível z final equivalente a s em palavra não oxítona: c) Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente,
Cádis, e não Cádiz. quando se proferem numa pronúncia culta, quer geral, quer
restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o
6) Distinção gráfica entre as letras interiores s, x e z,
emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e cara-
que representam sibilantes sonoras: aceso, analisar, anes-
teres, dicção e dição; facto e fato, sector e setor, ceptro e cetro,
tesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa,
concepção e conceção, corrupto e corruto, recepção e receção.
brasa, brasão, Brasil, brisa, [Mar co de] Canaveses, coliseu,
defesa, duquesa, Elisa, empresa, Ermesinde, Esposende, d) Quando, nas sequências interiores mpc, mpç e mpt
frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso, se eliminar o p de acordo com o determinado nos parágrafos
lousa, Lousã, Luso (nome de lugar, homónimo/homônimo precedentes, o m passa a n, escrevendo-se, respetivamente,

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de Luso, nome mitológico), Matosinhos, Meneses, nar- nc, nç e nt: assumpcionista e assuncionista; assumpção e as-
ciso, Nisa, obséquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, sunção; assumptível e assuntível; peremptório e perentório,
raso, represa, Resende, sacerdotisa, Sesimbra, Sousa, sur- sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade.
presa, tisana, transe, trânsito, vaso; exalar, exemplo, exi- 2) Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente,
bir, exorbitar, exuberante, inexato, inexorável; abalizado, quando se proferem numa pronúncia culta, quer geral, quer
alfazema, Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o
baliza, bazar, beleza, buzina, búzio, comezinho, deslizar, emudecimento: o b da sequência bd, em súbdito; o b da sequ-
deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar, lam- ência bt, em subtil e seus derivados; o g da sequência gd, em
buzar, lezíria, Mouzinho, proeza, sazão, urze, vazar, Vene- amígdala, amigdalácea, amigdalar, amigdalato, amigdalite,
za, Vizela, Vouzela. amigdaloide, amigdalopatia, amigdalotomia; o m da sequ-
ência mn, em amnistia, amnistiar, indemne, indemnidade,

48 49
indemnizar, omnímodo, omnipotente, omnisciente, etc.; o e u em sílaba átona, é evidente que só a consulta dos voca-
t da sequência tm, em aritmética e aritmético. bulários ou dicionários pode indicar, muitas vezes, se deve
empregar-se e ou i, se o ou u. Há, todavia, alguns casos em
que o uso dessas vogais pode ser facilmente sistematizado.
Base V Convém fixar os seguintes:
Das vogais átonas
a) Escrevem-se com e, e não com i, antes da sílaba tó-
nica/tônica, os substantivos e adjetivos que procedem de
1) O emprego do e e do i, assim como o do o e do u em substantivos terminados em -eio e -eia, ou com eles estão
sílaba átona, regula-se fundamentalmente em relação direta. Assim se regulam: aldeão, aldeola, aldeota
pela etimologia e por particularidades da história das por aldeia; areal, areeiro, areento, Areosa por areia; aveal por
palavras. Assim, se estabelecem variadíssimas grafias: aveia; baleal por baleia; cadeado por cadeia; candeeiro por
a) Com e e i: ameaça, amealhar, antecipar, arrepiar, candeia; centeeira e centeeiro por centeio; colmeal e colme-
balnear, boreal, campeão, cardeal (prelado, ave, planta; dife- eiro por colmeia; correada e correame por correia.
rente de cardial = “relativo à cárdia”), Ceará, côdea, enseada, b) Escrevem-se igualmente com e, antes de vogal ou
enteado, Floreal, janeanes, lêndea, Leonardo, Leonel, Leonor, ditongo da sílaba tónica/ tônica, os derivados de palavras
Leopoldo, Leote, linear, meão, melhor, nomear, peanha, qua- que terminam em e acentuado (o qual pode representar um
se (em vez de quási), real, semear, semelhante, várzea; amei- antigo hiato: ea, ee): galeão, galeota, galeote, de galé; corea-
xial, Ameixieira, amial, amieiro, arrieiro, artilharia, capitâ- no, de Coreia; daomeano, de Daomé; guineense, de Guiné;
nia, cordial (adjetivo e substantivo), corriola, crânio, criar, poleame e poleeiro, de polé.
diante, diminuir, Dinis, ferregial, Filinto, Filipe (e identica- c) Escrevem-se com i, e não com e, antes da sílaba tó-
mente Filipa, Filipinas, etc.), freixial, giesta, Idanha, igual, nica/tônica, os adjetivos e substantivos derivados em que
imiscuir-se, inigualável, lampião, limiar, Lumiar, lumieiro, entram os sufixos mistos de formação vernácula –iano e -ien-
pátio, pior, tigela, tijolo, Vimieiro, Vimioso. se, os quais são o resultado da combinação dos sufixos -ano
b) Com o e u: abolir, Alpendorada, assolar, borbole- e -ense com um i de origem analógica (baseado em palavras
ta, cobiça, consoada, consoar, costume, díscolo, êmbolo, onde -ano e -ense estão precedidos de i pertencente ao tema:

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engolir, epístola, esbaforir-se, esboroar, farândola, femoral, horaciano, italiano, duniense, flaviense, etc.): açoriano,
Freixoeira, girândola, goela, jocoso, mágoa, névoa, nódoa, acriano (de Acre), camoniano, goisiano (relativo a Damião
de Góis), siniense (de Sines), sofocliano, torriano, torriense
óbolo, Páscoa, Pascoal, Pascoela, polir, Rodolfo, távoa, ta-
(de Torre(s)).
voada, távola, tômbola, veio (substantivo e forma do verbo
vir); açular, água, aluvião, arcuense, assumir, bulir, camân- d) Uniformizam-se com as terminações -io e -ia (áto-
dulas, curtir, curtume, embutir, entupir, fémur/fêmur, fís- nas), em vez de -eo e -ea, os substantivos que constituem va-
tula, glândula, ínsua, jucundo, légua, Luanda, lucubração, riações, obtidas por ampliação, de outros substantivos termi-
lugar, mangual, Manuel, míngua, Nicarágua, pontual, régua, nados em vogal: cúmio (popular), de cume; hástia, de haste;
tábua, tabuada, tabuleta, trégua, vitualha. réstia, do antigo reste; véstia, de veste.
2) Sendo muito variadas as condições etimológicas e e) Os verbos em -ear podem distinguir-se praticamen-
histórico-fonéticas em que se fixam graficamente e e i ou o te, grande número de vezes, dos verbos em -iar, quer pela
50 51
formação, quer pela conjugação e formação ao mesmo tem- se formem, assim como a derivados em que entrem sufixos
po. Estão no primeiro caso todos os verbos que se prendem iniciados por z: cristãmente, irmãmente, sãmente; lãzudo,
a substantivos em -eio ou -eia (sejam formados em português maçãzita, manhãzinha, romãzeira.
ou venham já do latim); assim se regulam: aldear, por aldeia;
alhear, por alheio; cear por ceia; encadear por cadeia; pear, por
Base VII
peia; etc. Estão no segundo caso todos os verbos que têm nor-
Dos ditongos
malmente flexões rizotónicas/rizotônicas em -eio, -eias, etc.:
clarear, delinear, devanear, falsear, granjear, guerrear, hastear,
1) Os ditongos orais, que tanto podem ser tónicos/tô-
nomear, semear, etc. Existem, no entanto, verbos em -iar,
nicos como átonos, distribuem-se por dois grupos gráficos
ligados a substantivos com as terminações átonas -ia ou -io,
principais, conforme o segundo elemento do ditongo é re-
que admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio
presentado por i ou u: ai, ei, éi, ui; au, eu, éu, iu, ou: braçais,
(cf. negócio); premeio ou premio (cf. prémio/prêmio); etc.
caixote, deveis, eirado, farnéis (mas farneizinhos), goivo,
f) Não é lícito o emprego do u final átono em palavras de goivar, lençóis (mas lençoizinhos), tafuis, uivar; cacau, ca-
origem latina. Escreve-se, por isso: moto, em vez de mótu (por caueiro, deu, endeusar, ilhéu (mas ilheuzito), mediu, passou,
exemplo, na expressão de moto próprio); tribo, em vez de tríbu. regougar.
g) Os verbos em -oar distinguem-se praticamente dos Obs:
verbos em -uar pela sua conjugação nas formas rizotónicas/
Admitem-se, todavia, excecionalmente, à parte destes
rizotônicas, que têm sempre o na sílaba acentuada: abençoar
dois grupos, os ditongos grafados ae (= âi ou ai) e ao (âu ou
com o, como acentuo, acentuas, etc.
au): o primeiro, representado nos antropónimos/antropôni-
mos Caetano e Caetana, assim como nos respetivos deriva-
Base VI dos e compostos (caetaninha, são-caetano, etc.); o segundo,
Das vogais nasais representado nas combinações da preposição a com as for-
mas masculinas do artigo ou pronome demonstrativo o, ou
seja, ao e aos.
Na representação das vogais nasais devem observar-se

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os seguintes preceitos: 2) Cumpre fixar, a propósito dos ditongos orais, os se-


guintes preceitos particulares:
1o) Quando uma vogal nasal ocorre em fim de pala-
vra, ou em fim de elemento seguido de hífen, representa-se a) É o ditongo grafado ui, e não a sequência vocálica
a nasalidade pelo til, se essa vogal é de timbre a; por m, se grafada ue, que se emprega nas formas de 2a e 3a pessoas do
possui qualquer outro timbre e termina a palavra; e por n, singular do presente do indicativo e igualmente na da 2a
se é de timbre diverso de a e está seguida de s: afã, grã, Grã- pessoa do singular do imperativo dos verbos em -uir: consti-
-Bretanha, lã, órfã, sã-braseiro (forma dialetal; o mesmo que tuis, influi, retribui. Harmonizam-se, portanto, essas formas
são-brasense = de S. Brás de Alportel); clarim, tom, vacum; com todos os casos de ditongo grafado ui de sílaba final ou
flautins, semitons, zunzuns. fim de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.); e ficam assim
em paralelo gráfico-fonético com as formas de 2a e 3a pes-
2) Os vocábulos terminados em -ã transmitem esta re-
soas do singular do presente do indicativo e de 2a pessoa do
presentação do a nasal aos advérbios em -mente que deles
52 53
singular do imperativo dos verbos em -air e em -oer: atrais, i) am (sempre átono) só se emprega em flexões verbais:
cai, sai; móis, remói, sói. amam, deviam, escreveram, puseram;
b) É o ditongo grafado ui que representa sempre, em ii) em (tónico/tônico ou átono) emprega-se em palavras
palavras de origem latina, a união de um u a um i átono de categorias morfológicas diversas, incluindo flexões ver-
seguinte. Não divergem, portanto, formas como fluido de bais, e pode apresentar variantes gráficas determinadas pela
formas como gratuito. E isso não impede que nos derivados posição, pela acentuação ou, simultaneamente, pela posição
de formas daquele tipo as vogais grafadas u e i se separem: e pela acentuação: bem, Bembom, Bemposta, cem, devem,
fluídico, fluidez (u-í). nem, quem, sem, tem, virgem; Bencanta, Benfeito, Benfica,
c) Além dos ditongos orais propriamente ditos, os quais benquisto, bens, enfim, enquanto, homenzarrão, homenzi-
são todos decrescentes, admite-se, como é sabido, a existên- nho, nuvenzinha, tens, virgens, amém (variação do ámen),
cia de ditongos crescentes. Podem considerar-se no número armazém, convém, mantém, ninguém, porém, Santarém,
deles as sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas, tais as também; convêm, mantêm, têm (3as pessoas do plural); ar-
que se representam graficamente por ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, mazéns, desdéns, convéns, reténs; Belenzada, vintenzinho.
ue, uo: áurea, áureo, calúnia, espécie, exímio, mágoa, mín-
gua, ténue/tênue, tríduo. Base VIII
3 ) Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto po-
o
Da acentuação gráfica das palavras oxítonas
dem ser tónicos/tônicos como átonos, pertencem grafica-
mente a dois tipos fundamentais: ditongos representados 1) Acentuam-se com acento agudo:
por vogal com til e semivogal; ditongos representados por
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/
uma vogal seguida da consoante nasal m. Eis a indicação de
tônicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s:
uns e outros:
está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s), dominó(s),
a) Os ditongos representados por vogal com til e se- paletó(s), só(s).
mivogal são quatro, considerando-se apenas a língua padrão
Obs:
contemporânea: ãe (usado em vocábulos oxítonos e deriva-
dos), ãi (usado em vocábulos anoxítonos e derivados), ão e Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em

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õe. Exemplos: cães, Guimarães, mãe, mãezinha; cãibas, cãibei- -e tónico/tônico, geralmente provenientes do francês, esta vo-
ro, cãibra, zãibo; mão, mãozinha, não, quão, sótão, sotão- gal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta
zinho, tão; Camões, orações, oraçõezinhas, põe, repões. Ao ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acen-
lado de tais ditongos pode, por exemplo, colocar-se o diton- to circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê,
go ui; mas este, embora se exemplifique numa forma popu- caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné
lar como rui = ruim, representa-se sem o til nas formas muito ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé
e mui, por obediência à tradição. ou rapê. O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ró
(letra do alfabeto grego) e rô. São igualmente admitidas formas
b) Os ditongos representados por uma vogal seguida
como judô, a par de judo, e metrô, a par de metro.
da consoante nasal m são dois: am e em. Divergem, porém,
nos seus empregos: b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas
com os pronomes clíticos -lo(s) ou -la(s), ficam a terminar
54 55
na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação Base IX
e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas
(de adorar-lo(s)), dá-la(s) (de dar-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s)
(de faz-lo(s)), fá-lo(s)-às (de far-lo(s)-ás), habitá-la(s)-iam (de
habitar- -la(s)-iam), trá-la(s)-á (de trar-la(s)-á). 1) As palavras paroxítonas não são em geral acentu-
adas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo,
c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba termi-
velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro;
nadas no ditongo nasal grafado -em (exceto as formas da 3a
descobrimento, graficamente, moçambicano.
pessoa do plural do presente do indicativo dos compostos de
ter e vir: retêm, sustêm; advêm, provêm; etc.) ou -ens: acém, 2) Recebem, no entanto, acento agudo:
detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns, porém, a) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba
provém, provéns, também. tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u
d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos gra- e que terminam em -l, -n, -r, -x e -ps, assim como, salvo raras
fados -éi, -éu ou -ói, podendo estes dois últimos ser seguidos exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais
ou não de -s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil
ilhéu(s), véu(s); corrói (de corroer), herói(s), remói (de remo- (pl. dóceis), dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), réptil (pl.
er), sóis. répteis; var. reptil, pl. reptis); cármen (pl. cármenes ou car-
mens; var. carme, pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dol-
2) Acentuam-se com acento circunflexo:
mens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lú-
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/ men (pl. lúmenes ou lumens); açúcar (pl. açúcares), almíscar
tônicas fechadas que se grafam -e ou – o, seguidas ou não de (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter
-s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ájax,
avô(s), pôs (de pôr), robô(s). córtex (pl. córtex; var. córtice, pl. córtices), índex (pl. index;
b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas var. índice, pl. índices), tórax (pl. tórax ou tóraxes; var. tora-
com os pronomes clíticos -lo(s) ou -la(s), ficam a terminar ce, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites),
nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam -e ou -o, fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes).

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após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas Obs:


-r, -s ou -z: detê-lo(s) (de deter-lo(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)),
Muito poucas palavras deste tipo, com as vogais tó-
fê-lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô-la(s) (de
nicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das
compor-la(s)), repô- -la(s) (de repor-la(s)), pô-la(s) (de pôr-
consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de
la(s) ou pôs-la(s)).
timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte,
3) Prescinde-se de acento gráfico para distinguir pala- também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e
vras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas/ heterofônicas, sêmen, xénon e xênon; fémur e fêmur, vómer e vômer; Fé-
do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução nix e Fênix, ónix e ônix.
de cor; colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Excetua-se a
b) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba
forma verbal pôr, para a distinguir da preposição por.
tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou
u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns ou
56 57
-us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órfão (pl. órfãos), nam em -l, -n, -r, ou -x, assim como as respetivas formas do
órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jó- plural, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul
queis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon, var.
(pl. de fóssil), amáreis (de amar), amáveis (id.), cantaríeis (de cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar,
cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribé- aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger;
ris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (pl. júris), oásis (sg. e bômbax (sg. e pl.), bômbix, var. bômbice (pl. bômbices).
pl.); álbum (pl. álbuns), fórum (pl. fóruns); húmus (sg. e pl.), b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tó-
vírus (sg. e pl.). nica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que
Obs: terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s),
Muito poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tó- Estêvão, zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de es-
nicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das crever), fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil),
consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus.
timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado c) As formas verbais têm e vêm, 3as pessoas do plural
com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pó- do presente do indicativo de ter e vir, que são foneticamente
nei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus paroxítonas (respetivamente /tãjãj/, /vãjãj/ ou /t   j/, /v  j/
e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus. ou ainda /t  j  j/, /v  j  j/; cf. as antigas grafias preteridas, t  em,
3) Não se acentuam graficamente os ditongos repre- v  em), a fim de se distinguirem de tem e vem, 3as pessoas
sentados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras pa- do singular do presente do indicativo ou 2as pessoas do sin-
roxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre gular do imperativo; e também as correspondentes formas
o fechamento e a abertura na sua articulação: assembleia, compostas, tais como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém),
boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; co- contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvêm (cf.
reico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio desconvém), detêm (cf. detém), entretêm (cf. entretém), in-
(do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, boia, boi- tervêm (cf. intervém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. ob-
na, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do tém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém).
verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, Obs:

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moina, paranoico, zoina. Também neste caso são preteridas as antigas grafias
4) É facultativo assinalar com acento agudo as formas det  em, interv  em, mant  em, prov  em, etc.
verbais de pretérito perfeito do indicativo, do tipo amámos, 6o) Assinalam-se com acento circunflexo:
louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do
a) Obrigatoriamente, pôde (3a pessoa do singular do
presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre
pretérito perfeito do indicativo), que se distingue da corres-
da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas va-
pondente forma do presente do indicativo (pode).
riantes do português.
b) Facultativamente, dêmos (1a pessoa do plural do pre-
5) Recebem acento circunflexo:
sente do conjuntivo), para se distinguir da corresponden-
a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tóni- te forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma
ca/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que termi- (substantivo), distinta de forma (substantivo; 3a pessoa do

58 59
singular do presente do indicativo ou 2a pessoa do singular Base X
do imperativo do verbo formar). Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das
7 ) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas ver-
o
palavras oxítonas e paroxítonas
bais paroxítonas que contêm um e tónico/ tônico oral fecha-
do em hiato com a terminação -em da 3a pessoa do plural do 1) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das pala-
presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: vras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando
creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e
redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem. desde que não constituam sílaba com a eventual consoan-
8) Prescinde-se igualmente do acento circunflexo te seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí,
para assinalar a vogal tónica/tônica fechada com a grafia o atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.;
alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam (de atrair), atraísse
em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão
(id.), baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha,
de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão
graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso,
de voar, etc.
raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.
9) Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do cir-
2) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras
cunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo
oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando,
respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada,
antecedidas de vogal com que não formam ditongo, cons-
são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de
tituem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de
se distinguir pelo acento gráfico: para(á), flexão de parar, e
nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul;
para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar,
Aboim, Coimbra, ruim; ainda, constituinte, oriundo, ruins,
e pela(s), combinação de per e la(s); pelo(é), flexão de pelar,
triunfo; atrair, demiurgo, influir, influirmos; juiz, raiz; etc.
pelo(s) (ê), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s)
(ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de 3) Em conformidade com as regras anteriores leva
por e lo(s); etc. acento agudo a vogal tónica/tônica grafada i das formas oxí-
tonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando es-
10) Prescinde-se igualmente de acento gráfico para
tas se combinam com as formas pronominais clíticas -lo(s),
distinguir paroxítonas homógrafas heterofónicas/ hetero-

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-la(s), que levam à assimilação e perda daquele -r: atraí-lo(s)


fônicas do tipo de acerto (ê), substantivo, e acerto (é), fle- (de atrair-lo(s)); atraí-lo(s)-ia (de atrair-lo(s)-ia); possuí-la(s)
xão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão (de possuir-la(s)); possuí-la(s)-ia (de possuir-la(s)-ia).
de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e elemento da
4) Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/
locução prepositiva cerca de, e cerca (é), flexão de cercar;
tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas
coro (ô), substantivo, e coro (ó), flexão de corar; deste (ê),
estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. caui-
contracção da preposição de com o demonstrativo este, e
ra), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).
deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó),
advérbio, interjeição e substantivo; piloto (ô), substantivo, 5) Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tôni-
e piloto (ó), flexão de pilotar; etc. cas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem
a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s:
Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús.

60 61
Obs: Base XI
Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas
vogais dispensam o acento agudo: cauim.
6) Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/ 1) Levam acento agudo:
tônicos grafados iu e ui, quando precedidos de vogal: dis-
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na síla-
traiu, instruiu, pauis (pl. de paul).
ba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i,
7) Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáusti-
agudo na vogal tónica/tônica grafada u nas formas rizotó- co, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope,
nicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último.
argua, arguam. Os verbos do tipo de aguar, apaniguar, apazi-
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que
guar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar,
apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafa-
delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm
das a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal
as formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas
aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tóni-
no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averi-
cas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos
guas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, ave-
crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea;
riguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague,
etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio;
enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis,
mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.
delinqui, delinquem; mas delinquimos, delinquís) ou têm
as formas rizotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica 2) Levam acento circunflexo:
e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de ave- a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sí-
ríguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, laba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal
averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxá- básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo,
guam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôsse-
delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delín- mos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstre-
qua, delínquam). go, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego.

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Obs: b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que


Em conexão com os casos acima referidos, registre-se apresentam vogais fechadas na sílaba tónica/ tônica e termi-
que os verbos em -ingir (atingir, cingir, constringir, infringir, nam por sequências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas prati-
tingir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolação do u (dis- camente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa,
tinguir, extinguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.
(atinjo, atinja, atinge, atingimos, etc.; distingo, distinga, distin- 3) Levam acento agudo ou acento circunflexo as pa-
gue, distinguimos, etc.). lavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tó-
nicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são
seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme
o seu timbre é, respetivamente, aberto ou fechado nas pro-
núncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/
62 63
anatômico, cénico/cênico, cómodo/ cômodo, fenómeno/fe- bebê), cafezada (de café), chepeuzinho (de chapéu), chazeiro
nômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/ (de chá), heroizito (de herói), ilheuzito (de ilhéu), mazinha
Amazônia, António/ Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/ (de má), orfãozinho (de órfão), vintenzito (de vintém), etc.;
fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue. avozinho (de avô), bençãozinha (de bênção), lampadazita
(de lâmpada), pessegozito (de pêssego).
Base XII
Do emprego do acento grave Base XIV
Do trema

Emprega-se o acento grave:


a) Na contração da preposição a com as formas femi- O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em
ninas do artigo ou pronome demonstrativo o: à (de a+a), às palavras portuguesas ou aportuguesadas. Nem sequer se em-
(de a+as). prega na poesia, mesmo que haja separação de duas vogais
que normalmente formam ditongo: saudade, e não saüdade,
b) Na contração da preposição a com os demonstrati-
ainda que tetrassílabo; saudar, e não saüdar, ainda que tris-
vos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo ou ainda da mes-
sílabo; etc.
ma preposição com os compostos aqueloutro e suas flexões:
àquele(s), àquela(s), àquilo; àqueloutro(s), àqueloutra(s). Em virtude desta supressão, abstrai-se de sinal especial,
quer para distinguir, em sílaba átona, um i ou um u de uma
vogal da sílaba anterior, quer para distinguir, também em
Base XIII sílaba átona, um i ou um u de um ditongo precedente, quer
Da supressão dos acentos em palavras derivadas para distinguir, em sílaba tónica/tônica ou átona, o u de gu
ou de qu de um e ou i seguintes: arruinar, constituiria, de-
1) Nos advérbios em -mente, derivados de adjetivos poimento, esmiuçar, faiscar, faulhar, oleicultura, paraibano,
com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos: avi- reunião; abaiucado, auiqui, caiuá, cauixi, piauiense; aguen-

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damente (de ávido), debilmente (de débil), facilmente (de tar, anguiforme, arguir, bilíngue (ou bilingue), lingueta, lin-
fácil), habilmente (de hábil), ingenuamente (de ingénuo/in- guista, linguístico; cinquenta, equestre, frequentar, tranqui-
gênuo), lucidamente (de lúcido), mamente (de má), somen- lo, ubiquidade.
te (de só), unicamente (de único), etc.; candidamente (de Obs:
cândido), cortesmente (de cortês), dinamicamente (de dinâ- Conserva-se, no entanto, o trema, de acordo com a
mico), espontaneamente (de espontâneo), portuguesmente Base I, 3o, em palavras derivadas de nomes próprios estran-
(de português), romanticamente (de romântico). geiros: hübneriano, de Hübner, mülleriano, de Müller, etc.
2) Nas palavras derivadas que contêm sufixos iniciados
por z e cujas formas de base apresentam vogal tónica/tôni-
ca com acento agudo ou circunflexo, estes são suprimidos:
aneizinhos (de anéis), avozinha (de avó), bebezito (de bebé/
64 65
Base XV 3) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que
Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares designam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não
ligadas por preposição ou qualquer outro elemento: abóbora-
menina, couve-flor, erva- doce, feijão-verde; bênção-de-deus,
1) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por erva-do-chá, ervilha-de-cheiro, fava-de-santo-inácio, bem-
justaposição que não contêm formas de ligação e cujos ele- me-quer (nome de planta que também se dá à margarida e ao
mentos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, malmequer); andorinha-grande, cobra-capelo, formiga-branca;
constituem uma unidade sintagmática e semântica e man- andorinha-do-mar, cobra-d’água, lesma-de-conchinha; bem-
têm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro te-vi (nome de um pássaro).
elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris,
4) Emprega-se o hífen nos compostos com os advérbios
decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, te-
bem e mal, quando estes formam com o elemento que se lhes
nente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-
segue uma unidade sintagmática e semântica e tal elemento
perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano,
começa por vogal ou h. No entanto, o advérbio bem, ao con-
porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasilei-
trário de mal, pode não se aglutinar com palavras começa-
ro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-
das por consoante. Eis alguns exemplos das várias situações:
sargento, primo-infecção, segunda-feira; conta-gotas, finca-
bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado,
pé, guarda-chuva.
mal-estar, mal-humorado; bem-criado (cf. malcriado), bem-
Obs: ditoso (cf. malditoso), bem-falante (cf. malfalante), bem-
Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em mandado (cf. malmandado), bem-nascido (cf. malnascido),
certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutina- bem-soante (cf. malsoante), bem-visto (cf. malvisto).
damente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, pa-
Obs:
raquedas, paraquedista, etc.
2) Emprega-se o hífen nos topónimos/topônimos com- Em muitos compostos, o advérbio bem aparece agluti-
postos, iniciados pelos adjetivos grã, grão ou por forma ver- nado com o segundo elemento, quer este tenha ou não vida
bal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Breta- à parte: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, etc.

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nha, Grão-Pará; Abre-Campo; Passa-Quatro, Quebra-Costas,


5) Emprega-se o hífen nos compostos com os elemen-
Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria- a-
tos além, aquém, recém e sem: além-Atlántico/ além-Atlântico,
Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Montemor-o-
além-mar, além-fronteiras; aquém-mar, aquém-Pirenéus/
Novo, Trás-os-Montes.
aquém-Pireneus; recém-casado, recém-nascido; sem-cerimó-
Obs: nia/sem-cerimônia, sem-número, sem-vergonha.
Os outros topónimos/topônimos compostos escrevem- 6) Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substanti-
se com os elementos separados, sem hífen: América do Sul, vas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou con-
Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco, Freixo de Espa- juncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas
da à Cinta, etc. O topónimo/topônimo Guiné-Bissau é, con- exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-
tudo, uma exceção consagrada pelo uso. colónia/água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-
que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).
66 67
Sirvam, pois, de exemplo de emprego sem hífen as seguintes não autónomos/ autônomos ou falsos prefixos, de origem
locuções: grega e latina (tais como: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, ele-
a) Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de tro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-,
jantar; neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele-, etc.),
só se emprega o hífen nos seguintes casos:
b) Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor
de vinho; a) Nas formações em que o segundo elemento começa
por h: anti-higiénico/anti-higiênico, circum- hospitalar, co-her-
c) Pronominais: cada um, ele próprio, nós mesmos,
deiro, contra-harmónico/contra-harmônico, extra-humano,
quem quer que seja;
pré-história, sub-hepático, super-homem, ultra-hiperbólico,
d) Adverbiais: à parte (note-se o substantivo aparte), à arqui-hipérbole, eletro-higrómetro/eletro-higrômetro, geo-
vontade, de mais (locução que se contrapõe a de menos; note- história, neo-helénico/neo-helênico, pan-helenismo, semi-
se demais, advérbio, conjunção, etc.), depois de amanhã, em hospitalar.
cima, por isso;
Obs:
e) Prepositivas: abaixo de, acerca de, acima de, a fim
Não se usa, no entanto, o hífen em formações que con-
de, a par de, à parte de, apesar de, aquando de, debaixo de,
têm em geral os prefixos des- e in- e nas quais o segundo
enquanto a, por baixo de, por cima de, quanto a;
elemento perdeu o h inicial: desumano, desumidificar, inábil,
f) Conjuncionais: afim de que, ao passo que, contanto inumano, etc.
que, logo que, por conseguinte, visto que.
b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefi-
7) Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras xo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo
que ocasionalmente se combinam, formando, não propria- elemento: anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-
mente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares (tipo: a auricular, arqui- -irmandade, auto-observação, eletro-ótica,
divisa Liberdade- -Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Nite- micro-onda, semi-interno.
rói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação Angola- Mo-
Obs:
çambique), e bem assim nas combinações históricas ou oca-
sionais de topónimos/topônimos (tipo: Áustria- Hungria, Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-se em

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Alsácia-Lorena, Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro, etc.). geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por
o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, coope-
rar, etc.
Base XVI
c) Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quan-
Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e
do o segundo elemento começa por vogal, m ou n (além de
­sufixação
h, caso já considerado atrás na alínea a): circum-escolar, cir-
cum-murado, circum-navegação; pan-africano, pan-mágico,
1) Nas formações com prefixos (como, por exemplo: pan-negritude.
ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, d) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-,
intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, etc.) quando combinados com elementos iniciados por r: hiper-
e em formações por recomposição, isto é, com elementos requintado, inter-resistente, super-revista.
68 69
e) Nas formações com os prefixos ex- (com o sentido Base XVII
de estado anterior ou cessamento), sota-, soto-, vice- e vizo-: Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver
ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-
primeiro-ministro, ex-rei, sota-piloto, soto-mestre, vice-pre-
sidente, vice-reitor, vizo-rei. 1) Emprega-se o hífen na ênclise e na tmese: amá-lo,
dá-se, deixa-o, partir-lhe; amá-lo-ei, enviar- -lhe-emos.
f) Nas formações com os prefixos tónicos/tônicos acen-
tuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo ele- 2) Não se emprega o hífen nas ligações da preposição
mento tem vida à parte (ao contrário do que acontece com de às formas monossilábicas do presente do indicativo do
as corres- pondentes formas átonas que se aglutinam com verbo haver: hei de, hás de, hão de, etc.
o elemento seguinte): pós-graduação, pós-tónico/pós-tônico Obs:
(mas pospor); pré-escolar, pré-natal (mas prever); pró-africa- 1. Embora estejam consagradas pelo uso as formas ver-
no, pró-europeu (mas promover). bais quer e requer, dos verbos querer e requerer, em vez de quere
2) Não se emprega, pois, o hífen: e requere, estas últimas formas conservam-se, no entanto, nos
a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo casos de ênclise: quere-o(s), requere-o(s). Nestes contextos, as
termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, formas (legítimas, aliás) qué-lo e requé-lo são pouco usadas.
devendo estas consoantes duplicar-se, prática aliás já gene- 2. Usa-se também o hífen nas ligações de formas
ralizada em palavras deste tipo pertencentes aos domínios pronominais enclíticas ao advérbio eis (eis-me, ei-lo) e ain-
científico e técnico. Assim: antirreligioso, antissemita, con- da nas combinações de formas pronominais do tipo no-lo,
trarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, vo-las, quando em próclise (por ex.: esperamos que no-lo
minissaia, tal como biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, comprem).
microssistema, microrradiografia.
b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal Base XVIII
diferente, prática esta em geral já adotada também para os
Do apóstrofo
termos técnicos e científicos. Assim: antiaéreo, coeducação,

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extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem,


agroindustrial, hidroelétrico, plurianual. 1) São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo:
3) Nas formações por sufixação apenas se emprega o a) Faz-se uso do apóstrofo para cindir graficamente
hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi- uma contração ou aglutinação vocabular, quando um ele-
guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu mento ou fração respetiva pertence propriamente a um con-
e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acen- junto vocabular distinto: d’Os Lusíadas, d’Os Sertões; n’Os
tuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distin- Lusíadas, n’Os Sertões; pel’Os Lusíadas, pel’Os Sertões. Nada
ção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, obsta, contudo, a que estas escritas sejam substituídas por
andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim. empregos de preposições íntegras, se o exigir razão especial
de clareza, expressividade ou ênfase: de Os Lusíadas, em Os
Lusíadas, por Os Lusíadas, etc.
70 71
As cisões indicadas são análogas às distorções gráfi- Sant’Ana e congéneres/congêneres, emprega-se também o
cas que se fazem, embora sem emprego do apóstrofo, em apóstrofo nas ligações de duas formas antroponímicas, quan-
combinações da preposição a com palavras pertencentes a do é necessário indicar que na primeira se elide um o final:
conjuntos vocabulares imediatos: a A Relíquia, a Os Lusía- Nun’Álvares, Pedr’Eanes. Note-se que nos casos referidos as
das (exemplos: importância atribuída a A Relíquia; recorro a escritas com apóstrofo, indicativas de elisão, não impedem,
Os Lusíadas). Em tais casos, como é óbvio, entende-se que de modo algum, as escritas sem apóstrofo: Santa Ana, Nuno
a dissolução gráfica nunca impede na leitura a combinação Álvares, Pedro Álvares, etc.
fonética: a A = à, a Os = aos, etc. d) Emprega-se o apóstrofo para assinalar, no interior
b) Pode cindir-se por meio do apóstrofo uma contração de certos compostos, a elisão do e da preposição de, em com-
ou aglutinação vocabular, quando um elemento ou fração binação com substantivos: borda-d’água, cobra- d’água, co-
respetiva é forma pronominal e se lhe quer dar realce com o po-d’água, estrela- d’alva, galinha-d’água, mãe-d’água, pau-
uso de maiúscula: d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquele, d’O, n’O, d’água, pau-d’alho, pau-d’arco, pau-d’óleo.
pel’O, m’O, t’O, lh’O, casos em que a segunda parte, for- 2) São os seguintes os casos em que não se usa o após-
ma masculina, é aplicável a Deus, a Jesus, etc.; d’Ela, n’Ela, trofo: Não é admissível o uso do apóstrofo nas combinações
d’Aquela, n’Aquela, d’A, n’A, pel’A, tu’A, t’A, lh’A, casos em das preposições de e em com as formas do artigo definido,
que a segunda parte, forma feminina, é aplicável à mãe de com formas pronominais diversas e com formas adverbiais
Jesus, à Providência, etc. Exemplos frásicos: confiamos n’O (excetuado o que se estabelece nas alíneas 1o) a) e 1o) b)).
que nos salvou; esse milagre revelou-m’O; está n’Ela a nossa Tais combinações são representadas:
esperança; pugnemos pel’A que é nossa padroeira. À seme-
a) Por uma só forma vocabular, se constituem, de
lhança das cisões indicadas, pode dissolver-se graficamente,
modo fixo, uniões perfeitas:
posto que sem uso do apóstrofo, uma combinação da prepo-
sição a com uma forma pronominal realçada pela maiúscu- i) do, da, dos, das; dele, dela, deles, delas; deste, desta,
la: a O, a Aquele, a Aquela (entendendo-se que a dissolução destes, destas, disto; desse, dessa, desses, dessas, disso; da-
gráfica nunca impede na leitura a combinação fonética: a O quele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; destoutro, des-
= ao, a Aquela = àquela, etc.). Exemplos frásicos: a O que tudo toutra, destoutros, destoutras; dessoutro, dessoutra, dessou-
tros, dessoutras; daqueloutro, daqueloutra, daqueloutros,

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pode; a Aquela que nos protege.


daqueloutras; daqui; daí; dali; dacolá; donde; dantes (= an-
c) Emprega-se o apóstrofo nas ligações das formas san-
tigamente);
to e santa a nomes do hagiológio, quando importa repre-
sentar a elisão das vogais finais o e a: Sant’Ana, Sant’Iago, ii) no, na, nos, nas; nele, nela, neles, nelas; neste, nes-
etc. É, pois, correto escrever: Calçada de Sant’Ana, Rua de ta, nestes, nestas, nisto; nesse, nessa, nesses, nessas, nisso;
Sant’Ana; culto de Sant’Iago, Ordem de Sant’Iago. Mas, se as naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo; nestoutro,
ligações deste género/gênero, como é o caso destas mesmas nestoutra, nestoutros, nestoutras; nessoutro, nessoutra, nes-
Sant’Ana e Sant’Iago, se tornam perfeitas unidades mórficas, soutros, nessoutras; naqueloutro, naqueloutra, naquelou-
aglutinam-se os dois elementos: Fulano de Santana, ilhéu tros, naqueloutras; num, numa, nuns, numas; noutro, nou-
de Santana, Santana de Parnaíba; Fulano de Santiago, ilha tra, noutros, noutras, noutrem; nalgum, nalguma, nalguns,
de Santiago, Santiago do Cacém. Em paralelo com a grafia nalgumas, nalguém.

72 73
b) Por uma ou duas formas vocabulares, se não cons- contidos, tudo em grifo): O Senhor do Paço de Ninães ou O
tituem, de modo fixo, uniões perfeitas (apesar de serem cor- senhor do paço de Ninães, Menino de Engenho ou Menino
rentes com esta feição em algumas pronúncias): de um, de de engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor.
uma, de uns, de umas, ou dum, duma, duns, dumas; de al- d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.
gum, de alguma, de alguns, de algumas, de alguém, de algo,
e) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviatu-
de algures, de alhures, ou dalgum, dalguma, dalguns, dal-
ras): norte, sul (mas: SW sudoeste).
gumas, dalguém, dalgo, dalgures, dalhures; de outro, de ou-
tra, de outros, de outras, de outrem, de outrora, ou doutro, f) Nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiôni-
doutra, doutros, doutras, doutrem, doutrora; de aquém ou mos (opcionalmente, neste caso, também com maiúscula):
daquém; de além ou dalém; de entre ou dentre. De acordo senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o
com os exemplos deste último tipo, tanto se admite o uso da cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena).
locução adverbial de ora avante como do advérbio que repre- g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos
senta a contração dos seus três elementos: doravante. e disciplinas (opcionalmente, também com maiúscula): por-
Obs: tuguês (ou Português), matemática (ou Matemática); línguas
e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).
Quando a preposição de se combina com as formas ar-
ticulares ou pronominais o, a, os, as, ou com quaisquer pro- 2) A letra maiúscula inicial é usada:
nomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece es- a) Nos antropónimos/antropônimos, reais ou fictícios:
tarem essas palavras integradas em construções de infinitivo, Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote.
não se emprega o apóstrofo, nem se funde a preposição com b) Nos topónimos/topônimos, reais ou fictícios: Lis-
a forma imediata, escrevendo-se estas duas separadamente: a boa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro; Atlântida, Hespéria.
fim de ele compreender; apesar de o não ter visto; em virtude c) Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológi-
de os nossos pais serem bondosos; o facto/ fato de o conhe- cos: Adamastor; Neptuno/ Netuno.
cer; por causa de aqui estares.
d) Nos nomes que designam instituições: Instituto de
Pensões e Aposentadorias da Previdência Social.
Base XIX

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e) Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa,


Das minúsculas e maiúsculas Ramadão, Todos os Santos.
f) Nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Pri-
1) A letra minúscula inicial é usada: meiro de Janeiro, O Estado de São Paulo (ou S. Paulo).
a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando em-
nos usos correntes. pregados absolutamente: Nordeste, por nordeste do Brasil,
b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segun- Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou
da-feira; outubro; primavera. de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por
c) Nos bibliónimos/bibliônimos (após o primeiro ele- oriente asiático.
mento, que é com maiúscula, os demais vocábulos podem h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais
ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nele ou nacionalmente reguladas com maiúsculas, iniciais ou me-
74 75
diais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU; fixos terminam em b, ou d: ab- legação, ad- ligar, sub- lunar,
H2 O; Sr., V. Exa. etc., em vez de a- blegação, a- dligar, su- blunar, etc.) aquelas
i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmen- sucessões em que a primeira consoante é uma labial, uma
te, aulicamente ou hierarquicamente, em início de versos, velar, uma dental ou uma labiodental e a segunda um l ou
em categorizações de logradouros públicos (rua ou Rua da um r: a- blução, cele- brar, du- plicação, re- primir; a- clamar,
Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou de- creto, de- glutição, re- grado; a- tlético, cáte- dra, períme-
Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positi- tro; a- fluir, a- fricano, ne- vrose.
vista), de edifícios (palácio ou Palácio da Cultura, edifício ou 2) São divisíveis no interior da palavra as sucessões de
Edifício Azevedo Cunha). duas consoantes que não constituem propriamente grupos e
Obs: igualmente as sucessões de m ou n, com valor de nasalidade, e
uma consoante: ab- dicar, Ed- gardo, op- tar, sub- por, ab- so-
As disposições sobre os usos das minúsculas e maiús-
luto, ad- jetivo, af- ta, bet- samita, íp- silon, ob- viar, des- cer,
culas não obstam a que obras especializadas observem regras
dis- ciplina, flores- cer, nas- cer, res- cisão; ac- ne, ad- mirável,
próprias, provindas de códigos ou normalizações específicas
Daf- ne, diafrag- ma, drac- ma, ét- nico, rit- mo, sub- meter,
(terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botâ-
am- nésico, interam- nense; bir- reme, cor- roer, pror- rogar;
nica, zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas
as- segurar, bis- secular, sos- segar; bissex- to, contex- to, ex-
ou normalizadoras, reconhecidas internacionalmente.
citar; atroz- mente, capazmente, infeliz- mente; am- bição,
desen- ganar, en- xame, man- chu, Mân- lio, etc.
Base XX 3) As sucessões de mais de duas consoantes ou de m
ou n, com o valor de nasalidade, e duas ou mais consoantes
Da divisão silábica
são divisíveis por um de dois meios: se nelas entra um dos
grupos que são indivisíveis (de acordo com o preceito 1o),
A divisão silábica, que em regra se faz pela soletração esse grupo forma sílaba para diante, ficando a consoante ou
(a-ba-de, bru-ma, ca-cho, lha-no, ma-lha, ma-nha, má-xi-mo, consoantes que o precedem ligadas à sílaba anterior; se ne-
ó-xi-do, ro-xo, tme-se), e na qual, por isso, se não tem de aten- las não entra nenhum desses grupos, a divisão dá-se sempre

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der aos elementos constitutivos dos vocábulos segundo a antes da última consoante. Exemplos dos dois casos: cam-
etimologia (a-ba-li-e-nar, bi-sa-vô, de-sa-pa-re-cer, di-sú-ri-co, braia, ec- tlipse, em- blema, ex- plicar, in- cluir, ins- crição,
e-xâ-ni-me, hi-pe- ra-cús-ti-co, i-ná-bil, o-bo-val, su-bo-cu- subs- crever, trans-gredir; abs- tenção, disp- neia, inters- te-
lar, su-pe-rá-ci-do), obedece a vários preceitos particulares, lar, lamb- dacismo, sols- ticial, Terp- sícore, tungs- ténio.
que rigorosamente cumpre seguir, quando se tem de fazer 4) As vogais consecutivas que não pertencem a diton-
em fim de linha, mediante o emprego do hífen, a partição gos decrescentes (as que pertencem a ditongos deste tipo
de uma palavra: nunca se separam: ai- roso, cadei- ra, insti- tui, ora- ção, sacris-
1) São indivisíveis no interior de palavra, tal como ini- tães, traves- sões) podem, se a primeira delas não é u precedi-
cialmente, e formam, portanto, sílaba para a frente as suces- do de g ou q, e mesmo que sejam iguais, separar-se na escrita:
sões de duas consoantes que constituem perfeitos grupos, ou ala- úde, áre- as, ca- apeba, co- ordenar, do- er, flu- idez, per-
sejam (com exceção apenas de vários compostos cujos pre- do- as, vo- os. O mesmo se aplica aos casos de contiguidade
76 77
de ditongos, iguais ou diferentes, ou de ditongos e vogais:
cai- ais, cai- eis, ensai- os, flu- iu.
5) Os digramas gu e qu, em que o u se não pronuncia,
nunca se separam da vogal ou ditongo imediato (ne- gue, ne-
guei; pe- que, pe- quei), do mesmo modo que as combinações Nova
gu e qu em que o u se pronuncia: á- gua, ambí- guo, averi- Ortografia
gueis; longín- quos, lo- quaz, quais- quer.
6) Na translineação de uma palavra composta ou de
uma combinação de palavras em que há um hífen, ou mais,
se a partição coincide com o final de um dos elementos ou Decre
membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no iní- tos
cio da linha imediata: ex- -alferes, serená-los-emos ou serená-
los- -emos, vice- -almirante.

Base XXI
Das assinaturas e firmas

Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a es-


crita que, por costume ou registro legal, adote na assinatura
do seu nome. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia ori-
ginal de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades,
marcas e títulos que estejam inscritos em registro público.
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78
Decreto
Legislativo No 54,
de 1995
Aprova o texto do Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em
16 de dezembro de 1990.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1o É aprovado o texto do Acordo Ortográfico da


Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro
de 1990.
Parágrafo único. São sujeitos à apreciação do Con-
gresso Nacional quaisquer atos que impliquem revisão do
referido acordo, bem como quaisquer atos que, nos termos
do art. 49, I, da Constituição Federal, acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional.
Art. 2o Este decreto legislativo entra em vigor na data
de sua publicação.
Senado Federal, 18 de abril de 1995.

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SENADOR JOSÉ SARNEY
Presidente

81
Decreto Parágrafo único. A implementação do Acordo obe-
decerá ao período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31
No 6.583, de 29 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma or-
tográfica atualmente em vigor e a nova norma e­ stabelecida.
de Setembro de 2008 Art. 3o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacio-
nal quaisquer atos que possam resultar em revisão do refe-
rido Acordo, assim como quaisquer ajustes complementares
Promulga o Acordo Ortográfico da Língua
que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acar-
Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de
retem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
dezembro de 1990.
nacional.
Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição publicação.
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
Brasília, 29 de setembro de 2008; 187º da Independên-
Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por cia e 120º da República.
meio do Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995, o
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lis-
boa, em 16 de dezembro de 1990; LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Considerando que o Governo brasileiro depositou o ins- Celso Luiz Nunes Amorim
trumento de ratificação do referido Acordo junto ao Ministério
dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, na quali-
dade de depositário do ato, em 24 de junho de 1996;
Considerando que o Acordo entrou em vigor interna-
cional em 1º de janeiro de 2007, inclusive para o Brasil, no
plano jurídico externo;

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DECRETA:
Art. 1o O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,
entre os Governos da República de Angola, da República Fe-
derativa do Brasil, da República de Cabo Verde, da República
de Guiné-Bissau, da República de Moçambique, da República
Portuguesa e da República Democrática de São Tomé e Prín-
cipe, de 16 de dezembro de 1990, apenso por cópia ao pre-
sente Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente
como nele se contém.
Art. 2o O referido Acordo produzirá efeitos somente a
partir de 1º de janeiro de 2009.

82 83
Decreto No 6.584, rido Protocolo, assim como quaisquer ajustes complemen-
tares que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição,
de 29 de Setembro acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimô-
nio nacional.
de 2008 Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Promulga o Protocolo Modificativo ao Acor- Brasília, 29 de setembro de 2008; 187º da Independên-
do Ortográfico da Língua Portuguesa, as- cia e 120º da República.
sinado em Praia, em 17 de julho de 1998.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição Celso Luiz Nunes Amorim


que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por
meio do Decreto Legislativo no 120, de 12 de junho de 2002,
o Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, assinado em Praia, em 17 de julho de 1998;
Considerando que o Governo brasileiro depositou o ins-
trumento de ratificação do referido Acordo junto ao Ministério
dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, na quali-
dade de depositário do ato, em 3 de setembro de 2004;
Considerando que o Protocolo Modificativo entrou em
vigor internacional em 1º de janeiro de 2007, inclusive para
o Brasil, no plano jurídico externo;

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DECRETA:
Art. 1o O Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfi-
co da Língua Portuguesa, entre os Governos da República de
Angola, da República Federativa do Brasil, da República de
Cabo Verde, da República de Guiné-Bissau, da República de
Moçambique, da República Portuguesa e da República De-
mocrática de São Tomé e Príncipe, de 17 de julho de 1998,
apenso por cópia ao presente Decreto, será executado e cum-
prido tão inteiramente como nele se contém.
Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacio-
nal quaisquer atos que possam resultar em revisão do refe-

84 85
Protocolo Modificativo Decreto No 6.585,
ao Acordo Ortográfico de 29 de Setembro de 2008
da Língua Portuguesa Dispõe sobre a execução do Segundo Proto-
colo Modificativo ao Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, assinado em São Tomé,
Considerando que até à presente data o Acordo Orto- em 25 de julho de 2004.
gráfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em de-
zembro de 1990, ainda não foi ratificado por todas as partes O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
contratantes; que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
Que o referido texto original do Acordo estabelecia, em Considerando que foram cumpridos os requisitos para
seu artigo 3, que o referido Acordo entraria em vigor no dia a entrada em vigor do Segundo Protocolo Modificativo ao
1o de janeiro de 1994, após o depósito dos instrumentos de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa;
ratificação de todos os Estados junto ao Governo da Repúbli-
Considerando que o Governo brasileiro notificou o Mi-
ca Portuguesa;
nistério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa,
Que o artigo 2 do Acordo, por sua vez, previa a elabo- na qualidade de depositário do ato, em 20 de outubro de
ração, até 1 de janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfi- 2004;
co comum da língua portuguesa, referente às terminologias
Considerando que o Acordo entrou em vigor interna-
científicas e técnicas;
cional em 1º de janeiro de 2007, inclusive para o Brasil, no
Que o vocabulário ortográfico comum da língua portu- plano jurídico externo;
guesa deverá ainda ser concluído;
Decidem as partes dar a seguinte nova redação aos dois
DECRETA:
citados artigos:

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“Art. 2 – Os Estados signatários tomarão, através das


instituições e órgãos competentes, as providências necessá- Art. 1o O Segundo Protocolo Modificativo ao Acor-
rias com vista à elaboração de um vocabulário ortográfico do Ortográfico da Língua Portuguesa, entre os Governos da
comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejá- República de Angola, da República Federativa do Brasil, da
vel e tão normalizador quanto possível, no que se refere às República de Cabo Verde, da República de Guiné-Bissau, da
terminologias científicas e técnicas. República de Moçambique, da República Portuguesa, da Re-
pública Democrática de São Tomé e Príncipe e da República
Art.3 – O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entra­
Democrática de Timor-Leste, de 25 de julho de 2004, apenso
rá em vigor após depositados os instrumentos de ­ratificação de
por cópia ao presente Decreto, será executado e cumprido
todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa”.
tão inteiramente como nele se contém.
Feito na Praia, em 17 de julho de 1998.

86 87
Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Acordo do Segundo
Protocolo Modificativo
Brasília, 29 de setembro de 2008; 187º da Independên-
cia e 120º da República. ao Acordo Ortográfico
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
da Língua Portuguesa
Samuel Pinheiro Guimarães Neto
Fernando Haddad
A República de Angola, a República Federativa do Bra-
João Luiz Silva Ferreira
sil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau,
a República de Moçambique, a República Portuguesa, a Re-
V CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA pública Democrática de São Tomé e Príncipe e a República
COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA Democrática de Timor-Leste:
São Tomé, 26 e 27 de julho de 2004 Considerando que, até a presente data, o Acordo Or-
tográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, a 16 de
dezembro de 1990, ainda não pôde entrar em vigor por não
ter sido ratificado por todas as partes contratantes;
Tendo em conta que, desde a IV Conferência de Chefes
de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua
Portuguesa (CPLP), ocorrida em Brasília a 31 de julho e 1 de
agosto de 2002, se adotou a prática, nos Acordos da CPLP,
de estipular a entrada em vigor com o depósito do terceiro
instrumento de ratificação;

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Recordando que, em 2002, por ocasião da IV Confe-


rência de Chefes de Estado e de Governo, a República Demo-
crática de Timor-Leste aderiu à CPLP, tornando-se o oitavo
membro da Comunidade;
Evocando a recomendação dos Ministros da Educação
da CPLP que, reunidos, em Fortaleza, a 26 de maio de 2004,
na V Reunião de Ministros da Educação, reiteraram ser o
Acordo Ortográfico um dos fundamentos da Comunidade e
decidiram elevar, à consideração da V Conferência de Chefes
de Estado e de Governo da CPLP, a proposta de se aprovar
o Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua
88 89
Portuguesa que, além de permitir a adesão de Timor-Leste,
define a entrada em vigor do Acordo com o depósito dos
Decreto No 6.586,
instrumentos de ratificação por três países signatários; de 29 de Setembro de 2008
DECIDEM as partes: Dispõe sobre a implementação do Acordo
1. Dar a seguinte nova redação ao Artigo 3 do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Ortográfico:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição


Artigo 3o que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e em ob-
“O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará servância ao disposto no Acordo Ortográfico da Língua Por-
em vigor com o terceiro depósito de instrumento de ratifica- tuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990,
ção junto da República Portuguesa”. aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de
2. Acrescentar o seguinte artigo ao Acordo Ortográfico: 1995, e promulgado pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setem-
bro de 2008, no Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfi-
co da Língua Portuguesa, assinado em Praia, em 17 de julho
Artigo 5o de 1998, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 120, de 12 de
“O presente Acordo estará aberto à adesão da Repúbli- junho de 2002, e promulgado pelo Decreto nº 6.584, de 29
ca Democrática de Timor-Leste”. de setembro de 2008, e no Segundo Protocolo Modificativo
3. Estabelecer que o presente Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em
entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte à data São Tomé, em 25 de julho de 2004, e internalizado pelo De-
em que três Estados membros da CPLP tenham depositado, creto nº 6.585, de 29 de setembro de 2008,
junto da República Portuguesa, os respectivos instrumentos
de ratificação ou documentos equivalentes que os vinculem DECRETA:
ao Protocolo.

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Art. 1o Nos termos do artigo 2º do Acordo Ortográ-


Feito e assinado em São Tomé, a 25 de julho de 2004. fico da Língua Portuguesa, os Ministérios da Educação, da
Cultura e das Relações Exteriores, com a solicitação de co-
laboração da Academia Brasileira de Letras e de entidades
afins nacionais e dos Países signatários do Acordo, adotarão
as providências necessárias para elaboração de vocabulário
ortográfico comum da língua portuguesa.
Art. 2o Os livros escolares distribuídos pelo Ministério
da Educação à rede pública de ensino de todo o País serão au-
torizados a circular, em 2009, tanto na atual quanto na nova

90 91
ortografia, e deverão ser editados, a partir de 2010, somente
na nova ortografia, excetuadas a circulação das reposições
e complementações de programas em curso, conforme es-
pecificação definida e disciplinada pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE. Nova
Ortografia
Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
MINI
Brasília, 29 de setembro de 2008; 187º da Independên- Glos
cia e 120º da República.
sário
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Samuel Pinheiro Guimarães Neto
Fernando Haddad
João Luiz Silva Ferreira
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92
A abster
acabralhar
à toa acácia-amarela
abacaxi-branco acadêmico
abacaxicultor açaí-do-pará
abacaxicultura acalorado
abadá açaná
abafa-banana acantilar
abafação acapalhar
abaianar acautelar
abaixadura acéfalo
abaixa-lingua aceleração
abaixo-assinado acém
abalizado acenar
abalizamento acervo
abalo aceso
abduzir acessibilidade
abelha-africana acessível
abelhamirim acessório
abelha-obreira acetona
abençoo achado
abissal acidez
abjugado acocho
abjurável acolá
abóbara-do-mato aço-liga
abóbora açoriano
abóbora-moranga acossar

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abolir acriano
abotinar acrobacia
abotoação acróstico
abotoo acuação
abracádabra acúbito
abrochar açúcar
ab-rogação açum-preto
abrolhado acutelar
abrolho-aquático adágio
abscesso adanar
absinto adereço
absolvição adestrar
95
adivinhador álgebra animadversão arcebispo
adjetivo algibeira animosidade arco-da-velha
adquirido algodão-doce ano-base arco-íris
ad-refrendar aliás ano-luz ar-condicionado
adventista alicerce ânsia arguir
aeroclube almaço antagônico armazém
aerodinâmico alojado antecipar arrebite
aeroespacial alta-costura anteprojeto arremessar
aeroplano altar-mor anteproposta arrepiar
afro-brasileiro alto-relevo antessala arroz de carreteiro
afro-lusitano aluvião anteveem arroz de forno
ágnus-dei amaenização antieconômico arroz-do-campo
ago-mato âmago-furado antieducativo arroz-doce
agroecologia amarelo-claro antiético arruinar
agroindustrial amarelo-escuro antigalho artesão
agrônomo amassar antigovernamental artilharia
água de coco amável anti-higiênico asa-dura
água-de-colônia amazônia anti-histórico ascendente
água-doce ameaça anti-imperialista ascensão
aguarrás amealhar anti-inflacionário ascensorista
água-viva ameixa anti-inflamatório asilo
aguentar amém anti-israelita asseio
águia-pescadora amêndoa antijudeu assembleia
águia-real amigo-secreto antipedagógico assiduidade
agulha-branca amiúde antirracismo assolar
ajeitar amizade-colorida antirracista assoo
alameda amofinar antirreflexo assumir

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alazão-estrela amor-perfeito antirreligioso asteroide


álbum amor-próprio antirruga atanásia
alçada anã antirruído atenção
alcânfora analisar antissemita atômico
alcateia anatômico antissocial atrás
alcochoar anavalhar antissoro através
alcoólatra andiroba-vermelha antopógrafo atravessar
aldraba androide apaziguar aurífero
alecrim-da-serra anel apazigue autoadministrar
além-Atlântico anestesia aperta-livros autoafirmação
alface-americana ângelo-asiático árabe autoajuda
alfazema anhanguera arara-azul autoanalisar
96 97
autoanálise
autoaplicável
baixela
baixo
benfica
benquerer
C
autoaprendizagem baixo-astral benquisto caboclada
autoavaliação balanço-d’água berço caça-foices
autobiografia balaústre besouro cachichola
autoesccola baleia-azul besuntar caçoo
autoestima baliza bexiga caçula
autoestrada balizamento biblioteca cadáver
autoinstrução baliza-mestra biblioteconômico café
auto-observação bálsamo biblioteconomista café com leite
autopista banana-anã bíceps cafeeiro
autoproteção bandolinista bicho-de-coco cafeína
autópsia bangüê-banque bico-virado calça-curta
autorizar banho-cheiroso bilíngue calourice
autorregulamentação barba-de-bode bílis camisa de força
autorretrato barbárie biofertilizante campeão
autosserviço barco-luz biossocial cana-doce
autossuficiente batoquense bizantina câncer
autossustentável baú blasfêmia cândido
auxílio bauxito boa-fé caneta-tinteiro
ave-de-crocodilo bazar bofetear cânfora
averiguar beira-mar boia canjica
averigue belas-artes bolchevique cansaço
avestruz beleza bonachão cansar
avidamente bem bonequeiro cão-de-guarda
ávido bem-acondicionado borboleta capacho
avó bem-aventurado brasa capim-agreste

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avô bem-criado brasão capitania


azar bem-educado Brasil cara de pau
azedo bem-estar breu-branco cará-grande
azul-escuro bem-humorado brisa cara-pálida
bem-me-quer bruxa caráter
bem-nascido bucha cardeal
B bem-te-vi bulir carioquense
caroço
baba-de-boi bem-vindo bumba meu boi
bem-visto burguesismo carraspana
bacalhau-frescal
bênção buzina castanheira-do-Pará
baía
benevocente búzio catingueira
bainha
benfeitor católico-apostólico-romano
bainha-de-espada
98 99
cáustico coco-babão cômica consomê
cavalo-rinchão cócora comichão consorciar
Ceará codiretor comigo-ninguém-pode constitucionalidade
cebola coedição comissão constituição
cebola-branca coeleitor comissariado-geral constituinte
cefaleia coerdeiro cômodo consubstanciabilidade
cefalomênico cofre-forte companheirismo consumatório
celeiro cognitivo complô consumismo
cênico coibível compreensão conta-corrente
centralização coice comprovatório conta-gotas
cerca-lourenço coincidir compulsório contêiner
cereal coió computadorização contêm
cetim coisa-feita côncavo conterrâneo
céu coisíssima côncavo-convexo contínuo
chá cola-de-sapateiro concelebrável contra-abertura
chaleira colapso conclamação contra-acusar
chamego colariho-branco concludência contra-almirante
chantagista cola-tudo concórdia contra-atacar
chapéu colchão concubina contra-ataque
charlatanismo colchete condensar contrabaixo
chave colecionamento condoído contracunhado
cheira-cheira coletânia conectabilidade contrade
chimpanzé-preto colete-curto conexão contradiâmetro
chora-maré colhetadeira confessar contragolpe
choramigão cólica confessionalismo contraindicação
cibercafé colírio confessionário contramanobrar
cidadania coliseu confissão contrapé

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cidadão colmeia confundador contraprogramático


cineangiocoronariografia colocável congresso contraprova
cinquenta colocolo conivência contrarreforma
cipó-bravo colômbia conjectura contrarregra
cissura colônia cônjuge contrarrevolução
ciúme colóquio consagramento contrassenha
cleópatra colosso consemelhança contrassenso
coator combogó consequência contrassistema
coautor combói consignificado contratestemunho
coaxar comédia consílio conversão
cobiça comédia-pastelão consolida coo
cochicho comendador-mor consolidar coobrigação
100 101
coocupação dama-da-noite democracia desútil
cooperação dâmara democrático detenção
coordenar damasiano demografia devassar
copiloto dançar demônia devulcanização
coprodução dásia dendê-do-pará dez
cor de vinho datilógrafo dengosidade dia a dia
cor-de-rosa debaixo dente-de-cão diamante-rosa
cordial debalde departamentatabilidade diante
Coreia débil depoimento diminuir
corresponsável debilmente depredador dinamicamente
correu debulhado desabrigo dinâmico
cortês década desacelereção dócil
cortesão decampeão desacerbante dois-amores
córtex decapsular desaclimação dominó
costume decepcionado desacolher doo
couve-flor decesso desaformosear dossel
coxia decifrar desaguar duquesa
crânio decissecular desajeitar dúvida
creem decréscimo desamarrado
criação decreto-lei desandança
cuíca decurião desassossego E
cumaru-de-cheiro dedal-azul descansar ébano
cursor dedetização descentralizar eclésia
curtição deem desclorar ecoacústica
curtir defervescente descolocação éden
curtume defesa desconcertado editoração
cuxá deflacionado desconstituir égide

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NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

czarismo deflagrar desdém egoísmo


deflexo desembrionar egresso
deformar desembruxar eixo
D defraudável desencravado eletrômetro
dáblio degelo desenfadar elisão
dactilógrafo degradabilidade desengasgo elixir
dádia deixar desengravatar eloquente
dagobá delatório desenraivar embasamar
daime deleite desentender embasamento
dalai-lama delinquente desentristecer embaúda-verde
dália-decorativa demagogia deslizar embirrador
dalite democomunista deslize êmbolo
102 103
emborcar enteado estafilocóccico exibir
embriaguez entretenimento estanca-sangue exíguo
embrionário entupir estarrificar ex-marido
embrolho enxaguar estática exorbitar
embuchar enxágue estatoscópio explicar
embutido enxame estender ex-prefeito
embutir enxofre esteógrafo ex-presidente
embuzeiro enxugar estereótipo expressão
emigrante epopeia esterotomia ex-secretário
empalhado equinômetro estimuloso extensão
empanzinado érgolis estoicismo extracelular
empenhoramento erguer estonteante extracontinental
emplastro errôneo estorçar extracraniano
emposse erva-doce estrangeiro extracultural
empresa esbaforir estrebuchar extracurricular
empuxe escaço estreia extracurrículo
emulso escalpro estrela-azul extraditar
encabulado escama-chinesa estrela-d’alva extraescolar
encaixado escamurçar estrela-da-república extraestatal
encarrilhamento escasso estrela-do-mar extrafiscal
encéfalo Escócia estremecer extrajudicial
encéfalo escusar estrovo extrajurídico
enciclopédia esdrúxulo estupidez extraoficial
endossar esfarrapar etéreo extraordinário
enfim esfinge etiópio extrassolar
engolir esforçoso etnia extrema-unção
engrassar esganir etnorreligioso exuberante

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engraxação esgotar euro-africano ex-voto


enguiço esguio europeia
enjaulado esmaga-milho evangelizar
enjeitar esmiuçar evazar F
enjerido espesso exalar facaz
enjoo esplanada ex-aluno facetear
enlaçar esplêndido excêntrico facho
enojar espontâneo ex-deputado fácil
enólogo espremer ex-diretor facioso
enquanto esquálido exemplo fac-símile
ensanguentado esquisito exército faísca
enseada esquistosomose ex-governador faixa
104 105
faixeta ferrugem francofobia gastroduodenal
falange feto-real frenesi gastroenterologista
falência fibromucosa frequente gastronomia
falsa-coral ficha frigir gastrônomo
falsear fidalguice frisar gato-do-mato
fanfarrão fiéis fruta-pão gauchaço
fantoche figo-flor frutose geleia
farinha-dágua figurinista fulvescência gelo-baiano
farmacêutica filé-mignon fumo-de-rolo gelose
farroupilha fílula furdunçar gema-de-ovo
farsa fim de safra furúnculo gêmeo
farsada fim de século futebolístico general
fatalismo fim de semana futsal genérico
fatigar finnês fuxicada gênero
fáustico fio-de-peixe fuzileiro gênese
fava-branca fioteza gengibre
faxada firola gengiva
fax-modem fístula G geo-história
fazenda-modelo flecha gabochista geopolítica
fazimento flexar gabola gergelim
faz-tudo flexível gachumbo geringonça
fécula floral gafanhoto-gigante gesso
feijão-branco flor-de-lis gagueio ginécia
feijão-de-corda florescente gaguice girafa
feijão-preto floxina gaiatice girândola
feijão-verde fluência gaivota-preta girassol
feiura flúmen gajiru gíria

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feixe fora da lei gálax girino


feliz-amor fora de estrada galáxia gisnado
fêmea fora de jogo galês giz
femoral fórceps galinha-d’angola glândula
fêmur fórum galúmpio glaucoma
fênice fóssil gancho glicê
fenômeno fosso ganha-pão glória
feracíssimo fotojornalismo ganso gnoma
ferócia fotolito garapau gogó
ferro-gusa fragilizar garça-branca gôndola
ferrossilita franco-alemão gargarejar gongeiro
ferro-velho francoatirador gás gonguê
106 107
gorgueira
Grã-Bretanha
himenoide
himófílico
infraestrutura
ingenuamente
J
gram hiperativo ingênuo jabá
grama-baixa hiperdinâmico Inigualável jabaculê
grã-mestre hiperdose inserção jacá
granel hiperfiltração intercolegial jaçanã
grão-cruz hipônico intercomunicação jacarandá-preto
graúdo hoje intercorrelato jambo-amarelo
graxa holofote intercultural jaraguara
greco-romano homem-feito intercurso jazigo
grife homenzarrão interdependência jeito
grosso homenzinho interdisciplinar jeitoso
guabiru homicídio interescolar jejum
guajará homônimo interestadual jenipapo
guamês hóquei interestelar jequitibá
guarda-chuva hóstia interestudantil jequitibá
guardanapo húmus intermunicipal jererê
guarda-noturno inter-racial jerimum
guarda-sol inter-regional Jesus
gueto I inter-relacionar jiboia
jirau
guidom iboza intervêm
Guiné-Bissau intra-abdominal jiu-jítsu
içado
guineense intra-arterial joaninha
ícone
Guizo intracardíaco Jocoso
ideia
intramuscular joia
igarapé
intranquilo jóquei
ilhéu
H imensidão intraocular juiz

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intrauterino juízes
hábil imenso
inumano junqueira
habilmente ímpar
ipê-amarelo jurássico
haimoré improviso
íris jurema-branca
harmônica inchar
iscúria júri
hélice inconstitucionalidade
islão jurubeba
hemodiálise índex
isótono jus
herege inear
ixa justapor
hermenêutica inesgotável
ixissol justaposição
herói inexato
heroico inexorável izuzo
hibernar infelizmente
Hidráulico influir
108 109
k leão-marinho
leeia
lófio
logística
mãe-d’água
mafabé
Kaiser leem lojista má-fé
kankita legaço lombo-sujo magnálio
kantismo legislatório lontra magnétron
kasoíta légua loquaz mágoa
kelvinômetro lêndea lousa magonguê
Kepler lépalo lucidamente magoo
Kirovita leporino lúcido maioba
Knáutia lésbica lugar mais que tudo
Kochita leucofilo lúmen mais-que-perfeito
Koppita levanta-saia luso-brasileiro majestade
Kuru levedura lutrice majestoso
levez luz e fusco malandéu
L leviatã
libelo
lúzio
luzir
maláquio
malaxador
lábeo liga-liga malcheiroso
lábio limão-bravo malcriado
laborioso
laço
limax M maldanela
limiar macaco-cipó mal-educado
lacrimal linfático maçada mal-encarado
láctea linfoma macambúzio mal-estar
lactoide língua maçar malgovernar
lagunosa língua-mãe macauã mal-humorado
lamaçada lingueta macedônia má-língua
lambuzar linguiça macho mal-limpo
laminário linguístico maçoca malnascido

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lâmpada linotipo macro malpassado


lampião liômero macróbio malposição
landês lipônico macrodontismo malposto
landoá líquen macro-história malpronto
lantejoula líquido macro-jê malpropício
lapacho lírio maçuço malsatisfeito
lápis liso mácula málus
laranjeira livre-exame madeira-branca malvazar
lasmó livre-troca madeixa malvisto
lassidez lixose madressilva mama em onça
latinista lobo-guará madureza mamangá
latino-americano lóculo mãe-benta mamão-de-corda
110 111
mámea mercê mundica neófito
manantéu merceeiro mungir neo-holandês
mancha mexer munguba neoidealismo
mancheta micena mungunzá neoimperialismo
mandachuva micha munheca neoimpressionismo
mandi-branco mico-leão-dourado murchar neoirlandês
mandinga micótico músico neoliberal
mané-coco microautomóvel mutuário neoliberalismo
mangue microcomputador mutumiju neologismo
maniú micro-ondas mutunatá neomênia
manjericão micro-ônibus muuba néon
manjerona micro-organismo muxa neorrealismo
manjífera microssegurado muxém neorrepública
manquear microssistema muxicar neorrepublicano
mansão microssocial muzarela neossimbolista
manso míngua muzenga neurapraxia
manteiga-derretida mini-hotel neurodérmico
mantém míope neuropatia
mântica misto N neurótico
marquês miúdo naalianismo neurotoxia
marquise Moçambique nábata névoa
marsônia mocreia nabo Nicarágua
marupá-mirim módulo-objeto nábulo nicho,
marzapo mofumbo nacionalizar nicofose
mato-grossense mogno-branco nada-consta nilômetro
Mato-Grosso moído nadjarga niloscópio
matriz moinho naftalina ninguém

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máximo monção nagô ninhar


mebádi mondéu naixó nipo-luso
mecanografia monge nambu níquel
mecanógrafo mongol náseo nírex
mede-palmos motobói náusea nisã
médico-cirurgião motoboy nazifascista nocir
megaton motocicleta necto noctiluz
megera motriz nedji nódoa
meia-colher moura-torta nefasto nojeira
meio-campo muçulmano negabilidade nojice
menstruar múfalo negofágico no-lo
mepossa mugangue neoctésio nômade
112 113
nomear
nomógrafo
obra de artes
obra-mestra
P paráfora
paraibano
nônea obrigacionário pá de cavalo paraíso
nono obséquio pacarará paralinguagem
noocrático obsessão pacatubano paralinguístico
norça obtêm pacaxotéu paranoia
nórdico octílico pacé paranoico
normalizar óculos paceiro-mor paranormal
norte-africano odéon pachola paraquedas
norte-americano odioso pachorra paraquedista
nova-aurorense odisseia pacífico para-raios
novibrasmanismo olé pacó parcha
novice óleo-de-copaíba pacômetro pardal-cinzento
novilhota olho de sogra pacová parlamentar
oligopneia pactuável
novo-zelândico parlamento
onomático pacu-branco
noz paróquia
onosma pacumã
noz-moscada paroxismo
ônus pai de todos
núcleo particularizar
opistodrilo país
nucleoplasmático páscoa
opistossoma pajé
número opressivo passatempo
numerologia palavra-chave passa-tudo
opsília paleófilo
núxia óptica pasteurizante
páleo-história pasto de mel
órfã paleontogênico
órfão pasto-de-bezerro
O órgão
paletó
pâmpan-pacu
patá-patá
oacauá oriundo pátio
pança pau a pique
oásis ouro-negro

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pangeia pau-d’água
obá de xangó ousar
panléxico pé de cabra
obam ovífero
pan-ótico pé de galinha
obcecar óvinil
pantim pé de moleque
obélion oxalá
papel pé de vento
óbex oxíbase
oxi-hidrato papel-jornal peça
óbito
oxirrina papelucho pechincha
objeccionar
oxóleo pápio pé-de-meia
obliquar
oxu papisa peito-de-forno
oblique
ozear papo-amarelo peito-de-pomba
oblíquo
ozênico papuã peixada
obnóxio
ózio para(verbo) peixe-agulha
oboaz
114 115
pelos porto-alegrense pré-leitura pseudopatia
penacho porto-grandense pré-letrado pseudoprofessor
pera português pré-levantamento psicopata
pé-rapado portuguesa premissa psicose
percevejo portuguesada pré-moldado pterália
perdoo porzita premorrer público
perênquima posar premorso pumacaá
pérgula pós-doutorado pré-natal punçoar
perístole pós-eleitoral pré-parto pungência
perixenite pós-escolar presa pupiloscopia
pérsea pós-escrito pretensão pústula
pertinaz pós-exílio pretermissão puxa-briga
pesquisa pós-formação pretraçado puxa-encolhe
pêssego pós-graduação preveem puxar
petórrito pós-letal pré-vestibular
petrose pós-operatório primazia
petúnia-da-terra possesso primeiro-ministro Q
piauiense povoo primeiro-sargento quadrafônico
piloroplástico poxa primeiro-tenente quadrático
pilotaxe pozólito pró-africano quadrijugado
pilotricácia pra xeológico pró-britânico quadrissecular
pimenta-do-pará prá-frente procônsul quadrivelocidade
pimpil pragmático procúbito quadrúmano
pináceo prajá pródico quadúpede
pinguim prândio pró-europeu quantizar
pior prato-cheio proeza quase
plástico praxe progeotropia queda de asa

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plateia praxia progimnasma queda-d’água


plurianual predeterminado próprio quedizeres
pluripartidário preeleger pró-reitor quefazer
pluripartidarismo pré-eleição prossimiano queilócace
polo pré-eleitoral prostatrovesiculite queima-roupa
pontapé pré-escolar próstipo queixagens
pontual pré-escolaridade próximo queixo-duro
pôr de sol preestabelecer prudhommismo queixudo
porém preexistir prussiano quelelê
porta-caneta pregoeiro pseudoamigo quélis
porta-joias pré-história pseudócero queloide
porta-voz prelecionar pseudogripe quezilar
116 117
quiabo-roxo reflexo rumpfite santa-ana
quiaça régua russismo santa-ceia
quiça reidratar rústico são-cristóvão
quicé rejeitar rústico são-joão
quiche relâmpago rutilo são-paulo
quicicongo releem ruzagá sáxeo
quicó relho saxissonante
quifuje relógio saxofônio
quilájea remanuseamento S scarbroíta
quimgombó remessa sábado de aleluia sebástia
quindeciolionésimo reóstato sábado-gordo secção
quinhoar reotáxico sabíchona secessão
quizila reoxigenado sabre-punhal seda
represa sacerdotisa segunda-feira
réptil safira do brasil semear
R rés do chão sagui semelhante
rábano resedá saguraji semiaberto
rabdófano resfolegar saia-calça semianalfabeto
rabiçaca ressitoflex saída semiárido
rabicho retisseriado sala de jantar semi-integral
rabiscação reumanizar salagué semi-internato
rabissaca reveem salaxe semi-interno
raça revés salmão-rei seminovo
rachar rinólogo salmódia semirreta
racista rizógena salpesano semirrígido
raso rodas-d’água sal-pétreo sem-terra
raxeta rolo de fumo salsa-crespa sem-teto

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reacionário romanizável salseiro senhor de engenho


reboliço romano do rei salva-mão senhor-de-engenho
recaída romântico salva-rainha sequestro
recalcificar ró-ró salzedense série
recarbonização rosa-branca sanagense serigaita
recém-casado rótfer sancha sério-cômico
recém-nascido roupa-velha sandiz serisse
reco-reco rouquice sanduíche serológico
recoser rouxinol sanguechuva serpejinoso
rédea rouxinolizar sangue-de-cristo serra-abaixo
reeducar rudáceo sanguinidade sextissecular
reeleição ruína sanhaçu sêxtuor
118 119
sezônico sub-raça tataúba trágula
shandita sub-região tauá tramoia
sigilografia sub-reitoria tauaense tranquilo
sigma subsecretário taxímetro trânsito
sigmodonte subséssil taxódio transpassar
silábico sul-africano teimosice transvasar
sílex superamigo telecêntrico transvazação
silicoflúor superaquecimento teleducação trégua,
sintaxe supereconômico telefax trejeito
sipletivismo superexigente teleférico trezênio
siríase super-homem telessonda triáxona
siri-baú superinteressante tênea tribuzana
sobrefazer superotimismo tenente-coronel tricampeão
sobre-humano super-racista tengo-tengo trifusa
sobre-humano super-reacionário tênis de mesa trígamo
sôfrego super-resistente tenrecídeo trigêmeo
solércia super-revista tensiometro trigo-arroz
solilóquio supersom tênue tripóleo
sol-pôr suprarrenal terço tripúdio
solquebrar surpresa termomassagem tró-ló-ló
sonâmbulo su-sudeste termomecânica tromba de boi
soroaglutinina svava tetra-hidrato tromba-de-elefante
sossega-leão szaboita tétrico trombocitose
sossegar têxtil trompaço
sossexita tigela troncha
sótão T tijolo trôpego
spnizista tabagismo tinge-língua tubo-ovário

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staszicita tabloide tingui turquesa


sub-base taboca-mansa tio-avô túrrio
sub-bibliotecário tábua tir-te tútsi
subcasta tacanhice titã tuxá
subcelular tacapaço titanoso tzarina
subdural tacho tomístico
subestação talha-doce tórax
subgênero tâmara torna-volta U
subgerente tamarês tornozelo uabuí
sub-humano tamariz torrantês uajará
submerso taquariço tragocutâneo uauá
submundo tarrentícola trago-espinhoso uaxuá
120 121
úbere várzea voo xerofobia
ubóquia vazamento vóssia xéu
ucuubarana vazlandense votória-régia xexéu
ufólogo vecunoso vozeiro xícara
úlcera veem vulcânico xilografia
último vejóvis vunzar xilógrafo
ultraelevado vela-luz vupt xique-xique
ultrafluvial velazquiano vurubana xiraz
ultra-honesto velozmente vziúdo xixi de anjo
ultra-honesto verde-claro xorém
ultra-humano verdito xué
ultramoderno vesiculite W xungo
ultrarrápido véspera warthita xurro
ultrarrealista vesugo watsoniano xuxiapom
ultrarresistente veterotestamentário watt
ultrarromântico véu watt-hora
ultrassecreto vexaminoso wattômetro Y
ultrassigiloso vexar wino yag
ultrassom vezo wittita yenita
único via-crúcis won yoderíta
unissex vice-diretor ytrotantalita
univitelino vice-governador ytterbita
urálico vice-prefeito X
urófito vice-presidente xaco
uro-hemorragia vice-rei xadrez Z
urospízia vináceo xamate zabelê
uva-maçã vindonissense xantungue zabumbada

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uxiva vinhaço xantúsia zagalote


uzifur vintém xaréu zagucho
vírus xarope zâmbio
vitiriê xavaqueiro zangarreiro
V vitor-huguesco xecar zanga-tempo
vaca-leiteira viúva-negra xênio zanguadiço
vácuo vivíparo xenobiose zanguizarra
vaga-lume vixnuíta xenofobia zanzar
vagalumear vocabulismo xênon záparo
vaivém volibolista xeretar zaranzar
varicotomia volule-minuto xerife zé dos anzóis
varíola volumenômetro
122 123
zen zoo INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS PARA O
zé-pereira zoóbico DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO CEARÁ
zeugma zoócoro
INESP
zeuxita zoopse
zicha zósimo Presidente
zoadento zozó Antonio Nóbrega Filho
zoarismo zum-zum-zum
zodiacal zurzir Gráfica do INESP
zonzear
Equipe Gráfica
Ernandes do Carmo
Francisco de Moura
Hadson Barros
João Alfredo
Alberto Siqueira

Av. Desembargador Moreira 2807


Dionísio Torres Fortaleza Ceará.
E-mail: inesp@al.ce.gov.br
Fone: 3277-3705
Fax: (0xx85) 3277-3707
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  E-mail: epovo@al.ce.gov.br E-mail: inesp@al.ce.gov.br

124
de dirigentes mundiais de todos os tempos. Estiveram presentes 124 Chefes de Estado e de Governo. Os países,
Em 2000, as “8 Metas do Milênio” foram aprovadas por 191 países da ONU, em Novo Iorque, na maior reunião
POR UMA CULTURA DE PAZ E NÃO VIOLÊNCIA 1

Reconhecendo a parte de responsabilidade ante o futuro

inclusive o Brasil, se comprometeram a cumprir os 8 objetivos, especificados, até 2015.


da humanidade, especialmente com as crianças de hoje e de ama-
nhã, EU ME COMPROMETO – em minha vida cotidiana, na minha
família, no meu trabalho, na minha comunidade, no meu país e na
minha região a:

1 RESPEITAR A VIDA. Respeitar a vida e a dignidade de cada pes-


soa, sem discriminar nem prejudicar;
2 REJEITAR A VIOLÊNCIA. Praticar a não-violência ativa, repelin-
do a violência em todas suas formas: física, sexual, psicológica,
econômica e social, em particular ante os mais fracos e vulne-
ráveis, como as crianças e os adolescentes;
3 SER GENEROSO. Compartilhar o meu tempo e meus recursos
materiais, cultivando a generosidade, a fim de terminar com a
exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica;
4 OUVIR PARA COMPREENDER. Defender a liberdade de ex-
pressão e a diversidade cultural, privilegiando sempre a escuta
e o diálogo, sem ceder ao fanatismo, nem à maledicência e o
rechaço ao próximo;
5 PRESERVAR O PLANETA. Promover um consumo responsável
e um modelo de desenvolvimento que tenha em conta a im-
portância de todas as formas de vida e o equilíbrio dos recur-
sos naturais do planeta;
6 REDESCOBRIR A SOLIDARIEDADE. Contribuir para o desen-
volvimento de minha comunidade, propiciando a plena parti-
cipação das mulheres e o respeito dos princípios democráticos,
com o fim de criar novas formas de solidariedade.
1
Manifesto redigido por defensores da Paz como Dalai Lama, Mikail Gorbachev,
Shimon Peres e Nelson Mandela, no sentido de sensibilizar a cada um de nós
na responsabilidade que temos em praticar valores, atitudes e comportamentos
para a promoção da não violência. Lançado em 2000 pela UNESCO, contou com
a adesão da Assembléia Legislativa ao “Manifesto 2000” com a coleta de mais de
500 mil assinaturas em nosso Estado.
H ino N acional B rasileiro H ino do E stado do Ceará
Música de Francisco Manoel da Silva Música de Alberto Nepomuceno
Letra de Joaquim Osório Duque Estrada Letra de Tomás Lopes

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido, Terra do sol, do amor, terra da luz! Tua jangada afoita enfune o pano!
De um povo heróico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Soa o clarim que tua glória conta! Vento feliz conduza a vela ousada!
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Terra, o teu nome e a fama aos céus remonta Que importa que no seu barco seja um nada
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo! Em clarão que seduz! Na vastidão do oceano,
Nome que brilha - esplêndido luzeiro Se à proa vão heróis e marinheiros
Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! E vão no peito corações guerreiros!
Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Em teu seio, ó Liberdade, “Nossos bosques têm mais vida”, Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Sim, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossa vida” no teu seio “mais amores”. Chuvas de prata rolem das estrelas... Porque esse chão que embebe a água dos rios
E despertando, deslumbrada, ao vê-.las Há de florar em meses, nos estios
Ó Pátria amada, Ó Pátria amada, Ressoa a voz dos ninhos... E bosques, pelas águas!
Idolatrada, Idolatrada, Há de florar nas rosas e nos cravos selvas e rios, serras e florestas
Salve! Salve! Salve! Salve! Rubros o sangue ardente dos escravos. Brotem no solo em rumorosas festas!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo Seja teu verbo a voz do coração, Abra-se ao vento o teu pendão natal
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado, verbo de paz e amor do Sul ao Norte! sobre as revoltas águas dos teus mares!
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro desta flâmula Ruja teu peito em luta contra a morte, E desfraldado diga aos céus e aos mares
A imagem do Cruzeiro resplandece. – Paz no futuro e glória no passado. Acordando a amplidão. A vitória imortal!
Peito que deu alívio a quem sofria Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
Gigante pela própria natureza, Mas, se ergues da justiça a clava forte, e foi o sol iluminando o dia! E foi na paz da cor das hóstias brancas!
És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge à luta,
E o teu futuro espelha essa grandeza Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Terra adorada


Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!

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