IMPRESSO

Ano VIII - No 32 - Janeiro de 2011

Jornal da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT

Vitória da unidade
e mobilização

, f e li z 2 0 1 1
Agora s i m

OPINIÃO
Amanhã há de ser outro dia
N
ão foi surpresa o alívio do
governo e da opinião pública
quando três tribunais
impediram, via liminar, a greve dos
aeroviários e aeronautas em 23 de
dezembro. Era véspera de Natal,
ninguém queria problemas nos
aeroportos, nem o governo tinha
interesse em terminar o mandato
tendo que enfrentar uma nova crise na
aviação.
Poucos se importaram, no entanto,
com a dimensão das ações que
impediram a greve dos trabalhadores,
e isso é assustador. A atitude
antidemocrática, ferindo brutalmente
a Constituição, foi tomada tendo como
argumento o direito do povo brasileiro
de ir e vir. É justo. Mas será que desta
forma, com liminares impedindo que
até 90% dos trabalhadores aderissem a
greve, quando o usual é que, em serviços
essenciais, 30% dos trabalhadores
permaneçam em seus postos?
Como ficariam os enfermeiros,
garis, médicos, condutores, se a Justiça
determinasse que, nesses serviços
essenciais, 90% dos trabalhadores
não pudessem aderir à greve? Foi
o que aconteceu com aeroviários e
aeronautas. É o fim do direito de greve
no Brasil? Esperamos veementemente
que não e acreditamos que esse assunto
deve ser discutido no Congresso, através
de projeto de lei, visando regulamentá-
lo com urgência. Defendemos, acima
de tudo, o direito de greve como forma
para pressionar patrões por melhores
salários e condições de trabalho, que é a
razão indiscutível desse recurso.
Não é isso que defendem as centrais
sindicais, os partidos comprometidos
com os trabalhadores? Porque então
tanto silêncio diante dessa afronta a um
direito constitucional do trabalhador
brasileiro? Ah, era Natal, e no Natal
a família brasileira tem o direito de
viajar, visitar seus entes queridos,
não passar a data nos saguões dos
aeroportos. É justo também. Mas
então fica a pergunta: é certo que um
trabalhador que pilota um avião, atende
2
os passageiros, carrega suas bagagens,
Por Celso Klafke, presidente da Fentac/CUT
inspeciona e conserta aeronaves (...)
trabalhe o dobro do que deveria,
perca ano a ano seu poder de compra
e sustento, faça o serviço de dois, três
colegas demitidos, viva sob assédio
moral, para que as companhias lucrem
absurdamente? Podemos perguntar
também: é certo que as empresas
aéreas vendam mais passagens do
que sua capacidade, deixando de um
lado passageiros “na mão” e de outro
funcionários em número mínimo
para atender reclamações e pessoas
transtornadas devido à
falta de planejamento
das companhias? E por
último: se o governo
concede às empresas
aéreas o direito de
explorar esse mercado,
não caberia a ele multá-
las de fato quando
desrespeitam o direito
dos passageiros e as leis trabalhistas?
Se desde setembro estávamos em
campanha salarial, esperando que as
empresas aéreas apresentassem uma
proposta de aumento real dos salários,
em uma negociação que só depois do
dia 23 começou a acontecer de fato,
não poderiam governo, empresas,
Judiciário terem tomado atitudes mais
democráticas, eficazes, justas para com
os trabalhadores e passageiros, como
por exemplo envidar esforços por uma
negociação célere e produtiva que
evitasse qualquer necessidade de greve
às vésperas das festas de fim de ano.
Não foi o que ocorreu. O que vimos
foi uma atitude implacável das empresas
em proteger seus lucros, a omissão do
governo e uma corrida de última hora
para barrar a greve, custasse o que
custasse. Conseguiram, mas todos os
trabalhadores brasileiros perderam
com isso. Pois qualquer categoria que
atue em serviços essenciais poderá ter
sua greve proibida por determinação
judicial daqui pra frente. Isso, é claro,
se o povo mais humilde que precisa
dos médicos do SUS for tão importante
quanto os usuários do transporte aéreo
nas festas de fim de ano.
Janeiro de 2011 _ Ed. 32
Felizmente, as negociações
avançaram e conseguimos renovar as
convenções coletivas com aumento real
nos salários.
Mas o que vimos com essas liminares
foi mais que hipocrisia, foi um ataque à
democracia, e não podemos nos calar. As
greves não são organizadas porque os
trabalhadores querem cruzar os braços,
mas porque há, em muitos momentos,
uma necessidade urgente e uma
situação de impasse intransponível.
Esperamos que ações de municípios
longínquos, como Jacaré
dos Homens, visando
barrar uma greve
nacional no setor aéreo
não mais aconteçam.
Que os trabalhadores
não tenham mais sua
liberdade cerceada pela
“Greve”, Lasar Segall, 1956 indústria das liminares
dos plantões impondo
multas de milhões de reais contra os
sindicatos de trabalhadores. Não soa
tudo tão estranho? Não é absurdo que
funcionários das companhias aéreas
sejam submetidos a condições tão
precárias de trabalho sem direito a
protestar?
Em um Estado Democrático de
Direito, o direito de manifestação não
pode ser tolhido de forma arbitrária,
autoritária, ditatorial. Esse não é o
Brasil que queremos, em que patrões
enriquecem às custas da exploração dos
trabalhadores, pondo em risco a vida e a
segurança de voo.
Não vamos nos calar e contamos com
a consciência de todos os trabalhadores,
das mais diversas categorias, nessa
batalha. E fazemos um apelo para que
as centrais sindicais ajam com firmeza
diante desses fatos, em defesa da
Constituição brasileira, do cumprimento
da Política Nacional para a Aviação Civil
(PNAC), da soberania do país. Porque
o direito de ir e vir do povo brasileiro
em asas brasileiras está em risco. Nós,
trabalhadores, precisamos mudar esse
jogo, defender a democracia que muito
nos custou para ser retomada. Desses
fatos não podemos esquecer.
Janeiro de 2011 _ Ed. 32

GIRO
SNA denuncia à OIT impedimento de greve
O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) vai entrar com Aeronautas coletam

Kalinka Kaminski/APN
representação na Organização Internacional do Trabalho
(OIT) contra o governo federal, a Justiça, as empresas aéreas doações a desabrigados
e a Anac por impedirem a realização da greve na aviação
marcada para o dia 23 de dezembro. O Sindicato Nacional dos Aeronautas
Três liminares da Justiça limitaram em 20% e 10% o está mobilizado para auxiliar na
percentual de trabalhadores que poderiam aderir à greve, arrecadação de donativos aos
impedindo que a mesma se realizasse, impondo severas desabrigados das chuvas que atingiram
multas. A representação deve ser encaminhada à sede da OIT em Genebra na a Região Serrana do Rio de Janeiro.
segunda quinzena de fevereiro. “O Brasil é signatário da OIT 158, que dá liberdade O Serviço Social da entidade realiza
sindical. O governo, representado pelo Ministério da Defesa, instou o Ministério campanha com a categoria em busca de
Público a pedir a liminar. Rasgaram a nossa Constituição. Foi um marco grave”, diz doações, que podem ser entregues nas
Selma Balbino (foto), presidente da entidade e secretária-geral da Fentac/CUT. sedes do Rio e São Paulo.
O governo e o Judiciário serão alvo de representação por terem impedido Segundo a Agência Brasil, o número
o movimento de greve, as empresas por problemas trabalhistas e a Anac por de pessoas desaparecidas na região
omissão, explica. serrana fluminense já soma 400. As
mortes já confirmadas por causa
Governo e Centrais discutem salário do temporal ultrapassam 750. Os
municípios mais atingidos foram
mínimo e mudança na tabela do IR Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis,
Sumidouro, Bom Jardim e São José do
Na próxima quarta-feira (26/1), a Central Vale do Rio Preto.
Divulgação/CUT

Única dos Trabalhadores e as demais centrais

Wilson Dias/ABr
sindicais se reúnem em Brasília com o
Secretário-geral da Presidência da República,
Gilberto Carvalho, para discutir o reajuste do
salário mínimo de R$ 510 para R$ 580.
Conforme anunciado pelo ministro da
Fazenda, Guido Mantega, o governo propõe
R$ 545, valor que cobre apenas a inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2010. Também
estarão na pauta o repasse de 80% do valor que for definido para o mínimo aos Chuvas deixam milhares de desabrigados no Rio e SP

aposentados que ganham mais de um salário e o reajuste da Tabela do Imposto de

Renda, defasada em 64% em relação a 1995. Sem essa mudança, as conquistas das 2010 é o ano mais
campanhas salariais acabam anuladas, já que os vencimentos são incluídos em uma
nova faixa de contribuição e “comidos” pela Receita, afirma a CUT.
quente desde 1998
No dia 18 de janeiro, na Avenida Paulista, em São Paulo, aconteceu o primeiro
O ano de 2010 foi classificado como
ato unificado das centrais no governo Dilma. No dia 24, para marcar o Dia dos
o mais quente, considerando a média
Aposentados, as centrais voltam a realizar manifestações.
registrada de temperatura, desde
1998. Também foi um ano marcado por
Sindicalistas articulam Aeroportuários preparam desastres naturais – vulcões, terremotos
rede de comunicação campanha 2011 e enchentes, assim como variações de
alta e baixa temperaturas. A conclusão é
Sindicalistas, intelectuais e O Sindicato da Organização Meteorológica Mundial
representantes de movimentos sociais Nacional dos (OMM), ligada às Nações Unidas. Pelos
têm trabalhado para formar uma nova Aeroportuários dados da organização, no ranking de
rede de comunicação. A Confederação (Sina) inicia, nos anos com temperaturas mais elevadas
Sindical dos Trabalhadores das próximos dias, a estão 2010, 2005 e 1998.
Américas (CSA) organiza a iniciativa, coleta de sugestões Para o OMM, outra caraterística de
que congrega 59 centrais de 27 países e e reivindicações da 2010 foi o elevado número de registros
mais de 50 milhões de trabalhadores. categoria, visando climáticos extremos. O estudo considera
As bases da rede foram lançadas a elaboração da pré-pauta da campanha e menciona a primeira semana de 2011
na 1ª Conferência Sindical sobre salarial 2011. A data-base é 1º de maio. como exemplo de continuidade deste
processo, como as enchentes na região

3
Democratização da Comunicação, Mais informações no site http://www.
realizada em novembro, no Uruguai. sina.org.br/turbulencia. serrana do Rio de Janeiro. (Ag. Brasil)
 Campanha Salarial Unificada 2010/2011
IMAGENS

1 2

13

12

14

16

15

Imagens - 4, 6, 7, 10, 11, 19 e 21 Henrique Lessa/APN; 1, 5, 9, 17 e 20 Kalinka K./APN; 2, 3, 8, 12, 13, 14 e 16 Cláudia Fonseca/SNA; 18 Divulgação/Sindigru; 15 Divulgação/Sindaero-PE
 Aeronautas e Aeroviários
4 7

55
9

11

10

22

21

18

17 19 20

CAMPANHA SALARIAL
Aeronautas e aeroviários aprovam maior acordo
salarial conquistado nos últimos anos
O Sindicato Nacional dos Aeronautas
e os sindicatos de aeroviários
assinaram, nesta sexta-feira (21/1),
junto ao Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias (SNEA), a
renovação da Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT). As categorias
garantiram 8,75% de aumento sobre
salários e demais itens econômicos e
10% de aumento sobre os pisos, com
ganho real, respectivamente, de 2,52% e
3,70%.

Para os dirigentes sindicais, a
campanha salarial unificada foi uma
grande vitória, apesar das dificuldades
criadas pelo governo e Judiciário.
A aprovação da proposta negociada
entre os sindicatos foi tirada em
assembleias realizadas em todo o país
no último dia 20. O piso de operador de
equipamentos no valor de R$ 810,00
não foi aprovado pela categoria por ser
muito baixo para a função. Sindicatos
e empresas devem seguir a discussão
sobre a criação de novos pisos em
reuniões previstas ao longo do ano.
Segundo o Dieese, no primeiro
semestre de 2010 houve um sensível
crescimento no número de negociações
com aumentos reais. Contudo, apenas
um quarto desses reajustes tiveram
aumentos reais superiores a 2%.
Reajustes dos Salários de Aeronautas
e Aeroviários - 2005/2010
Reajustes anuais
Anos
2005 6,00%
2006 5,00%
2007 5,00%
2008 8,00%
2009 6,00%
2010 8,75%
Fonte: Dieese e Fentac/CUT
6
Janeiro de 2011 _ Ed. 32
crescimento exponencial desses setores
Cláudia Fonseca/SNA
no último período permitiu que o
aumento dos lucros se refletisse em
melhores salários. Mas foi a mobilização
e a unidade dos sindicatos que garantiu
uma melhor distribuição dessas
riquezas.
Apesar da grande vitória dos
trabalhadores, há muito ainda a avançar
em busca de melhores condições de
trabalho, cumprimento da legislação e
enfrentamento do assédio moral. Por
isso, a luta continua para os sindicatos
de trabalhadores e a Fentac/CUT junto
às empresas.
“Os aeroviários podem, por lei,
trabalhar apenas seis horas por dia,
com possibilidade de duas horas extras.
Sindicalistas assinam acordo na sede do SNEA Mas não são poucos os casos em que
as empresas fazem os trabalhadores
Os trabalhadores aeronautas e atuarem duas jornadas seguidas”,
aeroviários passam a fazer parte ressalta Celso Klafke, presidente
desse grupo, ao conquistar aumento da Fentac/CUT e do Sindicato dos
real de 2,52%. Outras categorias Aeroviários de Porto Alegre.
também conquistaram índices de Klafke lembra que foi a
aumento real, dentre elas comerciários, desobediência das normas trabalhistas
bancários, trabalhadores da construção pelas empresas que motivou a falta de
civil. Os índices conquistados pelos funcionários e atrasos em voos no final
trabalhadores da aviação, no entanto, do ano passado. “As irregularidades
perdem apenas para os conquistados vinham acontecendo e a Anac teve que
pelos petroleiros e metalúrgicos. A fiscalizar devido ao grande número de
mobilização dos trabalhadores e o denúncias. Deu no que deu”, conclui.
Reajustes conquistados por
outras categorias em 2010
Jornalistas do RS 6,76%
INPC-IBGE Variação
Comerciários de SP 7,25%
(acumulado nov) Real Bancários 7,5%
5,53% 0,45% Construção Civil SP 8,01%
2,59% 2,35% Aeronautas e Aeroviários 8,75%
4,79% 0,20% Petroleiros 9,36%
7,20% 0,75% Metalúrgicos do ABC 10,8%
4,17% 1,76%
6,08% 2,52%
Janeiro de 2011 _ Ed. 32

Campanha histórica é marcada pela mobilização dos

trabalhadores e unidade dos sindicatos do setor
Desde setembro, todas as entidades

Kalinka K./APN
do setor aéreo filiadas à Central Única
dos Trabalhadores (CUT), o Simarj
e o Saesp (ligados à Força Sindical),
em campanha salarial unificada,
defendem junto ao Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias (SNEA) uma
proposta de reajuste com aumento real
nos salários e pisos.
Durante três meses, as reuniões
foram infrutíferas. As empresas, apesar
do crescimento exponencial dos lucros
e demanda de voo, ofereciam zero de
aumento real às categorias.
Diante da intransigência dos
patrões, a campanha foi pras ruas e
repercutiu com muita força nos veículos
Manifestação em Congonhas, em 23 de novembro
de comunicação, que divulgaram
os protestos, os problemas, as proposta. As empresas propuseram final de 2012.
reivindicações dos trabalhadores e os reajuste salarial de 8,2% e aumento dos Nenhum avanço teria acontecido
reflexos do movimento nos principais pisos em 8,5%. Para os demais itens não fosse a coragem de aeronautas
aeroportos do país. Novembro e econômicos, mantiveram a proposta de e aeroviários que aderiram ao
dezembro foram meses de muita 8%. movimento, realizaram a operação
luta, com aprovação de indicativo de Os sindicatos dos trabalhadores e a não colaboração, participaram das
greve, de operação não colaboração, Fentac/CUT também levaram uma nova passeatas, protestos, trouxeram
e a realização de diversos protestos e proposta, demonstrando a intenção de seus colegas, denunciaram abusos
passeatas em vários aeroportos. chegar a um consenso. As entidades das empresas e estavam preparados
Mesmo assim, as empresas propuseram 10% de aumento salarial, para dar início à greve no dia 23.
demonstravam-se implacáveis em não 15% de aumento para pisos e cesta Muitos inclusive estavam tão prontos
negociar. básica, criação dos pisos de operador para a greve que simplesmente não
A greve foi estancada por medida de equipamentos e agente de check in, conseguiram trabalhar revoltados com
arbitrária do Judiciário, em três diárias internacionais para aeronautas e a decisão da Justiça, que impôs multas
liminares que proibiram ou limitaram a a ampliação da licença-maternidade. pesadíssimas aos sindicatos. E toda
greve de forma a impedi-la até janeiro. As negociações então avançaram até a vitória alcançada nesta campanha
Os sindicatos derrubaram uma das a assinatura do acordo, com reajuste é fruto dessa atitude consciente de
liminares e seguiram mobilizando os de 8,75% e aumento dos pisos em 10% aeronautas e aeroviários cansados de
trabalhadores para que o movimento para ambas as categorias. Além da serem explorados e não reconhecidos
fosse mantido até o cumprimento dos renovação das cláusulas sociais até o em seu trabalho.
prazos estabelecidos pela Justiça.
Cláudia Fonseca/SNA

Ato no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, na véspera da greve

Enquanto isso, nos aeroportos,
atrasos e cancelamentos de voo por
falta de tripulantes ou planejamento das
companhias comprovaram aquilo que
os trabalhadores vêm denunciando há
meses: falta fiscalização, contratações e
condições de trabalho adequadas para
aeroviários e aeronautas.
No dia 28 de dezembro, as empresas
finalmente decidiram iniciar de fato
uma negociação com os sindicatos. Em
reunião no dia 29, no Rio de Janeiro,
o SNEA demonstrou disposição em
discutir a renovação das convenções
com seriedade e apresentou nova
7
 Janeiro de 2011 _ Ed. 32

CAMPANHA SALARIAL

Dieese vê crescimento consistente dos

reajustes a partir de 2007
Aeroviários e aeronautas que atuam

Henrique Lessa/APN
nas empresas de aviação regular
passaram a conquistar reajustes
acima da inflação medida pelo INPC/
IBGE a partir da data-base de 2005.
Segundo estudo elaborado pelo Dieese
(Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos)
para a Fentac/CUT, entre os anos
de 2005 a 2007, apenas em 2006 o
reajuste superou o INPC de forma
significativa, com aumento real de
2,35%.
Desde então, os índices foram
melhorando de forma crescente. Entre
1º de dezembro de 2004 e dezembro
de 2010, o ganho real acumulado pelos
trabalhadores atingiu 8,26%.
REAJUSTES SALARIAIS DOS AEROVIÁRIOS E AERONAUTAS
O período transcorrido entre 1º de 2005 A 2010
dezembro de 2007 até 1º de dezembro
de 2010 é o que concentra o maior
Reajustes Inflação Perdas ou Ganhos
ganho alcançado por aeroviários e Ano
Vigência No ano Acumulado INPC-IBGE Acumulada Anual Acumulada
aeronautas que atuam nas empresas 2005 1°dez/2005 6,00% 6,00% 5,53% 5,53% 0,45% 0,45%
regulares de aviação brasileiras. 2006 1° dez/2006 5,00% 11,30% 2,59% 8,26% 2,35% 2,81%
Neste período, o ganho acumulado 2007 1°dez/2007 5,00% 16,87% 4,79% 13,45% 0,20% 3,01%
alcançou nada menos que 5,09%, 2008 1° dez/2008 8,00% 26,21% 7,20% 21,62% 0,75% 3,78%
indicando um novo processo de 2009 1°dez/2009 6,00% 33,79% 4,17% 26,68% 1,76% 5,61%
reajustes consistentes e crescentes, a 2010 1° dez/2010 8,75% 45,49% 6,08% 34,39% 2,52% 8,26%
cada ano, afirma o estudo. FENTAC, DIEESE e SNA (Aeronautas)

Veja como ficam os salários com as novas CCTs

Reajuste de 10% sobre os pisos Reajuste de 8,75% sobre os demais itens

Pisos Aeroviários Vale refeição Aeroviários

Auxiliar de Serviços Gerais - R$ 774,83 R$ 11,48 - jornada de 6 hs / R$ 15,65 - jornada de 8 hs
Auxiliar de manutenção de aeronaves - R$ 851,53 Auxílio alimentação para hora extra acima de 2 hs - R$ 8,43
Agente de Proteção - R$ 883,26 Diárias aeroviários: R$ 36,11
Mecânico de Manutenção de Aeronaves - R$ 1.238,94 Diárias aeronautas: R$ 47,30
Seguro de Vida (aeronautas/aeroviários): R$ 9.960,41
Pisos Aeronautas Cesta básica (aeronautas/aeroviários):
Comissário de Vôo - R$ 1.322,24 R$ 230,32 para trabalhadores com salários até R$ 2.511,76
Mecânico de Vôo - R$ 1.983,36 EXPEDIENTE
Pilotos - R$ 2.644,48
O jornal é uma publicação da Fentac/CUT - Federação Nacional dos Trabalhadores
em Aviação Civil da CUT, com sede na Av. Franklin Roosevelt, 194/702 - Cep 20021-120 - Rio de
Janeiro - RJ - Fone: (21) 2232.9385 - E-mail: info@fentac.org.br - Website: www.fentac.org.br
CAPA - Foto central: acervo; fotos (esq. p/dir.: Presidente: Celso Klafke / Sec. de Comunicação: Francisco Lemos / Sec. de Finanças: Orisson Melo

8
Divulg./Sindigru, Henrique Lessa/APN, Cláudia Edição, projeto gráfico e redação: Pauta Nova - redacao@pautanova.com - Fone: (11) 3522-7707
Fonseca/SNA, H. Lessa/APN Edição finalizada em 21/01/2011 - Tiragem: 14.000 exemplares - Jorn. Resp.: MTB 10.182