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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL

JANAINA GUEDES DA SILVA

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: A CONTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS


TECNOLÓGICOS NO CONTEXTO DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS

FORTALEZA – CEARÁ
2017
JANAINA GUEDES DA SILVA

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: A CONTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS


TECNOLÓGICOS NO CONTEXTO DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de


Especialização em Educação Infantil, do
Centro de Educação da Universidade Estadual
do Ceará, como requisito avaliativo à obtenção
da nota da disciplina Metodologia da Pesquisa.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Keila Andrade


Haiashida.

FORTALEZA – CEARÁ
2017
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO:............................................................................................................................7
2. JUSTIFICATIVA...........................................................................................................................9
3. PERGUNTA PROBLEMATIZADORA:.....................................................................................10
4. OBJETIVO GERAL:....................................................................................................................11
5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:......................................................................................................11
6. METODOLOGIA:.......................................................................................................................12
7. PLANO DE ESCRITA:................................................................................................................14
8. REVISÃO DE LITERATURA:....................................................................................................16
8.1. O significado da Educação Infantil e sua importância histórica............................................16
8.2. As Múltiplas Linguagens no desenvolvimento infantil.........................................................17
8.3. Os recursos tecnológicos na Educação Infantil.....................................................................19
8.3.1. Tecnologias e Mídias....................................................................................................19
8.3.2. O lugar das mídias na Educação Infantil.......................................................................20
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:........................................................................................21
1. INTRODUÇÃO:

Crescer nos dias atuais é crescer já participando de mudanças que acontecem a


todo o momento. A velocidade com que as informações percorrem permite que inúmeras
descobertas aconteçam, e assim sendo tudo caminha a passos largos. O que antes era apenas
um aparelho eletrônico para usufruto de um adulto, hoje a criança utiliza como brinquedo.
Entender os aspectos que compõem a infância na atualidade demanda, em meio outras coisas,
o conhecimento das interações que as crianças constituem dentro dos seus diferentes
contextos sociais, que por sua vez são permeados pela família, pelas conexões culturais, pelas
instituições escolares, e mais recentemente pelos recursos tecnológicos em específico. Negar a
permanência destes “brinquedos” nas instituições e separá-lo do convívio das crianças como
se fosse algo danoso a sua formação é um equívoco.
Nosso objeto de estudo é o uso dos recursos tecnológicos no cenário da Educação
Infantil. O estudo se deu a partir da necessidade de se entender o seguinte questionamento:
Diante do exposto pelos documentos oficiais e de caráter mandatório que regem atualmente a
Educação Infantil, como os professores estão garantindo o uso desses recursos tecnológicos
pelas crianças para resguardar seus direitos? Tal inquietação tem como base a Resolução nº 5,
de 17 de dezembro de 2009, que em seu artigo 9.º, inciso XII diz que as práticas pedagógicas
da Educação Infantil, dentre outras importantes vivências, devem possibilitar as crianças a
utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos
tecnológicos e midiáticos.
Elencada a problematização, nosso objetivo pretende identificar como os
professores de Educação Infantil, utilizam os recursos tecnológicos disponíveis na Instituição,
para ampliação dos conhecimentos das crianças, numa abordagem dinâmica, interativa e que
valorize a multiplicidade de linguagens. A fim de atender o objetivo geral iremos averiguar os
aspectos comprometem a utilização da tecnologia por parte das crianças na instituição, e junto
aos gestores verificar quais os recursos tecnológicos estão disponíveis e acessíveis à Educação
Infantil. Além disso, analisar quais os professores de Educação Infantil que receberam
formação continuada para utilização dos recursos tecnológicos, acolhendo e mensurando os
posicionamentos dos professores sobre a temática visando compreendê-los e orientá-los a luz
de uma visão teórica e metodológica sobre o tema.

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Para realização do estudo traçamos um percurso metodológico que contemplará
uma pesquisa bibliográfica com o intuito de fundamentar o que vem sendo estudado sobre a
utilização das tecnologias na infância. A abordagem metodológica se dará por meio de
pesquisa qualitativa com observações e questionário semi-estruturado pretendendo explicar os
componentes dos aspectos tecnológicos para a promoção das aprendizagens infantis e sua
contribuição para a vivência das múltiplas linguagens.
Já que a realização do estudo será dentro de um contexto real, e os contornos entre
o fenômeno e a realidade precisam ser alinhados com uma análise baseada na experiência em
si, escolhemos o estudo de caso como método de pesquisa por entendermos que o mesmo está
em consonância com a finalidade do trabalho.
O grupo de participantes da pesquisa será composto de 6 professoras no total,
sendo 4 PRA (Professora Regente A) e 2 PRB (Professora Regente B) que compõe o quadro
de profissionais da Educação Infantil que atuam mais especificamente nas turmas de Infantil 4
e 5 de uma Escola da Rede Municipal de Fortaleza, localizada no bairro Genibaú.
Com o passar dos anos é possível detectar que as tecnologias mudam velozmente,
porém as práticas pedagógicas não acompanham o mesmo ritmo e em grande parte continuam
iguais, fazendo-se necessária a discussão e a investigação de por que práticas
descontextualizadas se perpetuam. Dentro dessa busca a primeira atitude a ser tomada pelos
profissionais da área é virar o olhar, no sentido de refiná-lo e tornando-o mais sensível, e
propor a escuta também sensível das crianças sobre as formas de aprendizagem em que elas
são expostas nas instituições de ensino, tanto em situações formais quanto informais. Para o
olhar e a escuta sensível se faz necessário a compreensão da criança como um sujeito
histórico e de direitos, que arquiteta sua identidade individual e coletivamente através das
interações e relações estabelecidas com o meio no qual está inserido, que consome e produz
cultura.
Para contribuir com os profissionais da Educação Infantil acerca das tecnologias,
além da introdução o trabalho se estrutura em capítulos que buscam inicialmente situar a
Educação Infantil, as Múltiplas Linguagens e os recursos tecnológicos numa perspectiva
conceitual. A Educação Infantil com seu significado e sua importância histórica, as Múltiplas
Linguagens no contexto do desenvolvimento infantil, os recursos tecnológicos e o seu lugar
nas escolas infantis, e como tais recursos se encontram no dia-a-dia das crianças.

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2. JUSTIFICATIVA

As crianças atualmente já nascem em uma sociedade digital. A imersão delas no


mundo tecnológico e o uso desses recursos tem sido cada dia mais discutido no contexto
educacional quanto ao seu papel como instrumento promotor e potencializador de
aprendizagens. Esta demanda não pode mais ser ignorada e as instituições educacionais, assim
como os professores, precisam ser desafiados e formados, já que muitas formas de mediar a
aprendizagem estão ultrapassadas.
A escolha do tema se deriva de uma motivação profissional. Durante o ano de
2016 trabalhei com formação de professores da Educação Infantil e nos foi proposto o desafio
de ministrar a formação com a seguinte temática: “A formação do leitor e escritor na
perspectiva da inclusão digital”. Por ter afinidade com os recursos midiáticos, minha gestora
me “elegeu” como a pessoa mais adequada para conduzir o debate sobre essa temática. O
trabalho foi realizado em parceria com a equipe de Assessoria de Informática Educativa
(ASTEINF) e a Coordenadoria de Educação Infantil (COEI) do Município de Fortaleza.
Todo o suporte digital que hoje está ao alcance das crianças (televisão, tablets,
smartphones, dentre outros) apresentam infinitas possibilidades de expressões e interações
que precisam estar associadas ao universo educacional na mediação das diversas áreas do
conhecimento, nas brincadeiras, nas artes, assim como o mundo imaginário, do faz de conta,
para assim compor um espaço propício para as múltiplas linguagens e aprendizagens dentro
das escolas e CEI’s da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza. A temática é relevante para
Educação Infantil pelo fato de na atualidade se conceber a criança não mais como uma
repetidora de ações, mas um ser que produz e consome cultura, além de ser um cidadão de
direitos. Por ser um sujeito ativo, que constrói o próprio conhecimento, as instituições
educacionais devem propor experiências de modo a garantir o acesso das crianças aos
recursos tecnológicos e midiáticos e a valorização das múltiplas linguagens.
O estudo pretende contribuir com os professores que atuam na educação infantil,
assim como os gestores, a fim de compreender as mídias digitais e a tecnologia como
estratégias ou recursos que favorecem a interatividade e a cooperação entre as crianças, que
por sua vez proporcionam aprendizagens significativas tendo em vista o atual contexto
tecnológico.
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3. PERGUNTA PROBLEMATIZADORA:

A Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, em seu artigo 9.º, inciso XII diz


que as práticas pedagógicas da Educação Infantil devem “possibilitar as crianças a utilização
de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos
tecnológicos e midiáticos”. Diante do exposto pelo documento, como os professores estão
garantindo o uso desses recursos tecnológicos pelas crianças para resguardar seus direitos e
também assegurar o uso das tecnologias como uma linguagem?

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4. OBJETIVO GERAL:

Identificar como os professores de Educação Infantil, utilizam as mídias digitais


disponíveis na Instituição, para ampliação dos conhecimentos das crianças, numa abordagem
dinâmica, interativa e que valorize a multiplicidade de linguagens da criança.

5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Averiguar que aspectos comprometem a utilização da tecnologia em escolas de


educação infantil;
 Verificar junto aos gestores da instituição quais os recursos tecnológicos estão
disponíveis e acessíveis as crianças;
 Analisar quais os professores de Educação Infantil que receberam formação
continuada para utilização dos recursos tecnológicos, visando a aprendizagem das
crianças;
 Acolher e mensurar os posicionamentos dos professores sobre a temática
visando compreendê-los e orientá-los a luz de uma visão teórica e metodológica
sobre o tema.

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6. METODOLOGIA:

O trabalho pretende entender os aspectos que envolvem o uso das mídias digitais
no contexto das múltiplas linguagens da criança, para tanto, além de uma pesquisa
bibliográfica para fundamentação teórica do mesmo, será realizada uma pesquisa de campo
com uma abordagem qualitativa, de cunho descritivo, para analisar, acompanhar, amparar e
recomendar a integração das tecnologias às múltiplas linguagens da criança em uma Escola da
Rede Municipal de Ensino de Fortaleza.
O primeiro recurso metodológico utilizado será a pesquisa bibliográfica, cujo
objetivo principal é perceber e fundamentar o que vem sendo estudado, neste caso o uso da
tecnologia na educação infantil e garantir o acesso das crianças a tais recursos. Cervo e
Bervian (1983) conceituam pesquisa bibliográfica como sendo o método que explica uma
situação tendo como bases teorias referenciadas e publicadas em documentos. Uma pesquisa
bibliográfica pode ser feita de forma independente ou como parte de uma pesquisa
experimental ou descritiva, ambas contribuem para as análises cientificas e culturais.
Adotaremos um abordagem qualitativa que se realiza dentro do ambiente natural
da pesquisa, tem o próprio espaço como fonte direta de dados empíricos e o pesquisador como
instrumento fundamental do processo. (GODOY, 1995, p.62)
Devido nosso objeto de estudo e a complexa interação de variáveis que o
compõem concordamos com Godoy (1995 apud NEVES, 1996, p.2) quando delineia
características balizares para identificação da pesquisa qualitativa, a considerar:

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1. O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como
instrumento fundamental;
2. O caráter descritivo;
3. O significado que as pessoas dão as coisas e à vida como preocupação de
investigador;
4. Enfoque indutivo.

Considerando as características retrocitadas, através da pesquisa qualitativa


pretende-se interpretar os componentes dos aspectos tecnológicos para a promoção das
aprendizagens infantis e sua contribuição para a vivência das múltiplas linguagens.
Desde as primeiras pesquisas qualitativas a entrevista era valorizada, assim como
os documentos e as observações pessoais conforme Webbs (1932 apud GODOY, 1995). Para
o levantamento de dados do presente trabalho, os instrumentos a serem utilizados serão a
aplicação de entrevistas semi-estruturadas com os profissionais da Educação Infantil bem
como a transcrição das mesmas através de um diário de campo, registros fotográficos e
audiovisuais.
Nosso método de pesquisa será o estudo de caso por entendermos que o mesmo
está em concordância com a finalidade do trabalho. Yin (2005 apud Lima; Antunes;
Mendonça; Peleias, 2012, p. 132) declara que o estudo de caso é indicado quando se almeja
entender o como e o porquê de um conjunto de situações atualizadas sobre uma determinada
temática. O autor assegura ainda que o estudo de caso é uma análise baseado na experiência
em si que permite a realização de um estudo dentro de um contexto real, principalmente
quando os contornos entre o fenômeno e a realidade precisam ser alinhados. Justifica-se,
portanto o nosso intento com a pesquisa que é basicamente compreender como as tecnologias
na educação infantil são propostas, tendo em vista a garantia de direitos de aprendizagem e o
reconhecimento das múltiplas linguagens da criança.
O grupo de participantes da pesquisa será composto de 6 professoras no total,
sendo 4 PRA (Professora Regente A) e 2 PRB (Professora Regente B) que compõe o quadro
de profissionais da Educação Infantil que atuam mais especificamente nas turmas de Infantil 4
e 5 de uma Escola da Rede Municipal de Fortaleza, localizada no bairro Genibaú.

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7. PLANO DE ESCRITA:

1. Introdução
2. Educação Infantil, Múltiplas Linguagens e Mídias
2.1. O significado da Educação Infantil e sua importância histórica
2.2. As Múltiplas Linguagens no desenvolvimento infantil
2.3. Os recursos tecnológicos na Educação Infantil
2.3.1. Tecnologias e Mídias
2.3.2. O lugar das mídias na Educação Infantil

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8. REVISÃO DE LITERATURA:

A revisão de literatura busca fundamentar o presente estudo à luz da teoria, para


tanto se segue referências sobre o percurso histórico da Educação Infantil, o que são as
múltiplas linguagens no desenvolvimento da criança, o conceito de TICs e mídia e o lugar da
mesma nas aprendizagens infantis.

8.1. O significado da Educação Infantil e sua importância histórica

Inicialmente faremos uma abordagem da Educação Infantil contemplando seu


significado e importância histórica.

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Durante muito tempo, até meados do século XIX, não houve um espaço
institucionalizado para partilhar a responsabilidade pela criança juntamente com seus
familiares. A família, era a única responsável pela educação de seus filhos, e somente na
interação com adultos e crianças que constituíam a família, era que os pequenos aprendiam a
dominar conhecimentos que eram primordiais para o enfrentamento da vida adulta, ou seja, as
crianças eram “adultizadas” muito precocemente e nossos avós e pais vivenciaram esta fase
da vida não como vemos atualmente, com uma infância regada de brinquedos, brincadeiras e
políticas de proteção aos menores, mas viveram uma infância renegada onde sua essência
infantil foi negada.
O surgimento da Educação Infantil se deu por volta do séc. XVI e XVII estando
atrelado a origem da escola. O surgimento da escola como instituição se deu a partir de
diversas mudanças no contexto histórico como: a descoberta de novas terras pela Europa, o
surgimento de novos mercados e o desenvolvimento científico, o surgimento da imprensa que
por sua vez proporcionou que muitas pessoas tivessem acesso a leitura.
A Educação Infantil vem ao longo dos anos alcançando visibilidade em todo
nosso país, por meio do empenho mobilizador de profissionais da área, levantando debates
pertinentes para valorização da criança e da infância. Carneiro (2015) afirma que em 2013 a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) declarou a Educação Infantil como sendo a
primeira etapa da educação básica cujo objetivo é o desenvolvimento integral da criança até 5
anos, contemplando seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social. Tal inserção
contribuiu e vem contribuindo para criação de políticas públicas com melhorias legais para
esta fase da vida.
Ainda se tratando da legalidade da Educação Infantil, a Resolução nº 5, de 17 de
dezembro de 2009, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, com
intuito de fundamentar as práticas pedagógicas para crianças. Em seu artigo 9.º podemos
observar práticas que devem garantir diversos tipos de experiências, valorizando as múltiplas
linguagens infantis. O inciso XXII, deste mesmo artigo, diz que devem ser propostas as
crianças vivências que “possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores,
máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.” (BRASIL, 2009, p. 4).
Dentro este cenário surge a aplicabilidade de todos esses recursos objetivando a
ampliação das aprendizagens infantis, corroborando para que as linguagens da criança sejam
consideradas.

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8.2. As Múltiplas Linguagens no desenvolvimento infantil

Daremos continuidade com as Múltiplas Linguagens no desenvolvimento infantil,


dando ênfase ao que Loris Malaguzzi, em seu poema “As cem linguagens da criança”, coloca
que a criança é composta por cem linguagens, ou seja, poeticamente ele pretende traduzir a
potencialidade da criança através de centenas de linguagens que possibilitam a sua expressão
de formas diversas. No entrelaçamento dessas linguagens percebe-se que o conhecimento não
pode estar dissociado do mundo e que para que se conquistem aprendizagens significativas as
situações de aprendizagem precisam estar conectadas com o contexto de vida da criança,
sendo assim, todo aparato tecnológico, digital e midiático englobam o contexto infantil e
precisam ser considerados nas linguagens infantis como promotores também de
aprendizagens.
Tratar os recursos tecnológicos nas instituições escolares como uma linguagem
carregada de possibilidades infindas de socialização entre adultos e crianças, assim como as
outras linguagens não é tão fácil assim, e entendê-la como ferramenta pedagógica ainda é
motivo de fortes resistências. Os componentes metodológicos e os recurso mudaram e embora
esse diálogo seja polêmico e ainda se tenha muito a se discutir, é pertinente afirmar que
crianças pequenas e crianças bem pequenas, fazendo uso do computador por exemplo, só é
considerado positivo se a experiência for concreta e possibilitem a liberdade da aprendizagem.
Tirar a linguagem digital ou restringir o seu uso também não é o caminho mais acertado, mas
encontrar o equilíbrio entre o uso da linguagem tecnológica e as demais linguagens é
responsabilidade de todos os profissionais envolvidos nas ações didáticas que permeiam a
Educação Infantil, não porque os professores são “bonzinhos”, mas por se tratar de um direito
de aprendizagem previsto no Artigo 9.º das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Infantil em seu inciso XII: “possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores,
máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos.” (BRASIL, 2009, p. 4).
Ainda se tratando de linguagens, atualmente já se constata uma nova forma de
analfabetismo, não o descompasso relacionado ao processo de letramento em si, mas sim o
atraso associado à “alfabetização digital”. É papel da escola o letramento dentro de uma visão
sistemática e curricular, e a linguagem tecnológica também se configura como partícipe desta
função escolar estando associada “as maneiras de aprender, perceber, pensar e imaginar
construídas no uso cotidiano, lúdico ou pedagógico, das TICs.” (BELLONI, 2010, p. 121). A
negativa do uso da linguagem tecnológica nas escolas gera um fator preocupante que é a
“ciberexclusão”, concebida como uma nova forma de analfabetismo.
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Vivemos em uma era bem diferente da que fomos educados, a criança de hoje age
e interage com o meio diferentemente da forma como nós nos relacionamos. Ela revela todo
seu protagonismo também ao fazer uso das tecnologias, já que os recursos tecnológicos
dispõem de ferramentas diversas tanto de produção como de expressão de suas linguagens.
Sobre as interações que as crianças estabelecem no contexto midiático, valorizando suas
linguagens, concordamos com Mônica Fantin quando ela diz que é “nas mais diversas
linguagens, construindo entendimentos que podem ser compartilhados. Autoria que deixa
marcas, que fala de si e do outro, que registra, dá visibilidade e reescreve a história”
(FANTIN, 2012, p. 59).
A criança ao estruturar sua criação, concomitantemente, ela observa, troca ideias e
planeja seu processo representativo, o que possibilita inúmeras formas de aprendizagem que
constituem funções psicológicas superiores, que são transformadas. Esses processos
representativos se dão através da multiplicidade de linguagens que a criança possui, sejam
elas linguagens corporais, plásticas, escritas, verbais, musicais, dramáticas que constroem
com contato com cultura (OLIVEIRA, 2002).

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8.3. Os recursos tecnológicos na Educação Infantil

8.3.1. Tecnologias e Mídias

Lion (1997 apud SÃO PAULO, 2015, p. 13) versa que tanto a palavra técnica,
quanto o termo tecnologia vem do grego tictein e que significa criar, produzir, conceber, dar à
luz. Tecnologia, portanto é tudo que uma sociedade construiu com o objetivo de alargar a
competência humana. Ela faz parte do arcabouço cultural como conhecimento acumulado,
sendo um processo continuado. Sendo algo que muda ao longo dos anos o que para nós
atualmente é antigo, um dia foi algo extremamente sofisticado, e o que consideramos
moderno, um dia será obsoleto. As soluções criadas para resolver um problema são na
verdade os recursos tecnológicos.
Saímos das inscrições rupestres para as redes sociais com formas de comunicação
em tempo real, em que tudo e todos são acessados instantaneamente. Neste espaço de tempo
percebe-se que as formas de se relacionar mudaram radicalmente, acontecendo em redes,
dando origem a uma nova forma de sociedade e de se socializar.
As tecnologias da informação e comunicação se ampliam e Castells sinaliza que:

A revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo


introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede. Essa sociedade é
caracterizada pela globalização das atividades econômicas decisivas do ponto de
vista estratégico; por sua forma de organização em redes; pela flexibilidade e
instabilidade no emprego e a individualização da mão-de-obra. Por uma cultura de
virtualidade real construída a partir de um sistema de mídia onipresente, interligado
e altamente diversificado. E pela transformação das bases materiais da vida – o
tempo e o espaço – mediante a criação de um espaço de fluxos e de um tempo
intemporal como expressões das atividades e elites dominantes. (CASTELLS, 1999
apud SÃO PAULO, 2015, p. 15).

Pensando a criança como autora de suas aprendizagens, em que os conhecimentos


adquiridos se dão de forma processual e articulada, podemos dizer que o termo tecnologia está
intimamente ligado a realidade infantil a qual defendemos. E assim sendo, elas crescem em
um mundo midiático, com ocorrência de importantes interações, onde “devemos pensar na
mídia como um processo, um processo de mediação” (SILVERSTONE, 2002, p. 33). Os
recursos tecnológicos, portanto devem fazer parte do cotidiano da criança, objetivando a
ampliação das aprendizagens de maneira contextualizada com o tempo presente.

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8.3.2. O lugar das mídias na Educação Infantil

Em meio a controvérsias e paradigmas estabelecidos por alguns professores de


educação infantil quanto ao uso das tecnologias, entendemos que o lugar das mídias é onde as
crianças estão! Elas, independentemente da idade e de sua classe social, estão cada vez mais
envoltas no cenário tecnológico, inviabilizando sua negação no contexto das aprendizagens
infantis e dentro das instituições escolares as experiências que envolvam mídias como
garantia de direitos, precisam está asseguradas na proposta pedagógica.

Em meio a tintas, pincéis, fantasias, brinquedos, brincadeiras, surgem os tablets,


notebooks, smartphones, interagindo simultaneamente com as outras formas de linguagem,
para tanto a organização do espaço é fundamental.

Em nossa concepção, a criança participa ativamente em seu desenvolvimento


através de suas relações com o ambiente, especialmente pelas suas interações com
adultos e demais crianças (coetâneas ou mais velhas), dentro de um contexto sócio-
histórico específico. Ela explora, descobre e inicia ações em seu ambiente, seleciona
parceiros, objetos, equipamentos e áreas para realização de atividades [...]
(CARVALHO; RUBIANO, 2014, p. 127)

Já que a crianças reproduzem situações do seu cotidiano, os “equipamentos”


midiáticos devem ser disponíveis e acessíveis para que elas manipulem autonomamente,
favorecendo sua criatividade. Os mesmos precisam fazer parte da organização dos espaços
para promoção das interações de maneira intencional, proporcionando por parte do professor
um caráter investigativo com observações e registros das vivências. Não se trata de segmentar
a linguagem midiática das demais linguagens, mas torná-la participante da ação pedagógica.
Conforme Belloni (2010, p. 122), o “mundo tecnológico caracteriza o presente e assegura o
futuro”, apontando que seu a existência da tecnologia hoje deve ter seu espaço para que a
criança sinta-se inserida nesse contexto, ao passo que se a criança vivência de modo criativo
as benesses dos recursos tecnológicos em seu cotidiano, ela terá contribuições importantes
para o seu desenvolvimento.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL/Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares


Nacionais para a Educação Infantil. Resolução CNE/CEB nº 5, de 17/12/2009. Brasília: MEC,
2009.

BEHENCK, V. P. CUNHA, M.M. A influência das mídias digitais na educação infantil.


Revista Encontro Pedagógico, mar-jul 2013. Disponivel em
<http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/eventos/article/viewFile/1164/852>.
Acesso em: 11 jul. 2017.

BELLONI, Maria Luiza. Criança e mídias no Brasil: cenários de mudança. Campinas, SP:
Papirus, 2010.

BUCKINGHAM, David. Crescer na era das mídias eletrônicas. São Paulo, SP: Edições
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CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa – Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto


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Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre, RS: Penso, 2016.

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JUNIOR, Moysés Kuhlmann. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto
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KOERCHER, Cládis E. CRAIDJ, Carmem. Educação Infantil - Para que te quero? Editora
Artmed. Porto Alegre, 2001.

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Mídia-educação no currículo e na formação inicial de professores. In: FANTIN, M.;
RIVOLTELLA, P. C. (Org.). Cultura digital e escola: pesquisa e formação de professores.
Campinas, SP: Papirus, 2012. cap. 3, p. 57-92.
OLIVEIRA, Z. R. de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos (org). Educação Infantil: Muitos Olhares. 9º Ed. São
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SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. O uso da tecnologia e da linguagem


midiática na Educação Infantil. São Paulo, 2015.

SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia? São Paulo, SP: Edições Loyola, 2002.

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