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2 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 3
4 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 5
6 RODOVIAS&VIAS
editorial
Ano 11 - Edição 48 - Dezembro/2010
Distribuição dirigida e a assinantes
Uma publicação da Rodovias Editora e Publicações Ltda.
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Paulo Roberto Luz João Augusto Marassi
pode ser tão perigoso quanto um “é veio mas é meu” a 60 km/h. É nesta épo- JORNALISTA RESPONSÁVEL - Davi Etelvino (SC 02288 JP)
davi@rodoviasevias.com.br
ca de transição no nosso calendário que as rodovias se tornam o lugar mais revisão - Karina Dias Occaso
democrático do planeta, onde todos se encontram. Sem o mínimo de respei- karina@rodoviasevias.com.br
Central de Jornalismo
R ODOVIAS
Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista, sendo de V
& IAS
total responsabilidade 7
do autor.
ÍNDICE
Política 20
ferrovias 26
Santa Catarina 28
capa 32
Aeroportos 42
exclusiva 13 redore 48
39.a Reunião dos DERs
pontes 52
Tecnologia 54
Asfalto poroso
portos 56
64
Jaques Wagner
Hidrovias 62
78
Brasil e EUA
EM TEMPO 18
maranhão 66
na medida 92
mercado 72
artigos 96 Modernas técnicas rodoviárias
negócios 74
da Redação 98 ConstruBusiness
prêmio abcr 79
86
Hidrovias90
Tucuruí
8 RODOVIAS&VIAS
nesta edição:
32
56 52
Portos
62
Hidrovias Pontes
RODOVIAS&VIAS 9
10 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 11
12 RODOVIAS&VIAS
exclusiva
JaquesGovernador
Wagner Baiano
Bahia, potência nordestina
RODOVIAS&VIAS 13
exclusiva
14 RODOVIAS&VIAS
exclusiva
guros quanto à competitividade do preço final sos tipos de embarcações. Navios que vão para
de seus produtos. Vou dar um exemplo: o Presi- o porto, ferryboat entre Itaparica e Salvador e
dente Lula acaba de assinar a ordem de serviço barcos de passeio de todos os tamanhos. De que
para o início da construção da Ferrovia da Inte- maneira o governo pode intervir para otimizar
gração Oeste-Leste, que vai cortar a Bahia desde essa hidrovia sem comprometer o meio ambien-
a divisa com o Tocantins, até Ilhéus, no sul, onde te?
será construído um novo porto para escoamen- Projetamos um novo vetor de desenvolvi-
to da produção mineral, agropecuária, entre mento a partir da interligação da Via Expressa com
outras. Mas não basta a infraestrtura. É preciso a ponte Salvador Itaparica, que expandirá para o
que os empresários tenham pessoal qualifica- vetor oeste, ligando Salvador à BR-242, à BA-001 e
do para suprir a demanda de mão de obra em ao baixo sul. Uma obra da magnitude desta pon-
suas indústrias. E esta qualificação profissional te sempre aquecerá o debate, principalmente no
também é atribuição do governo estadual: au- que diz respeito à sustentabilidade, ao meio am-
mentamos as vagas no ensino profissionalizan- biente. Eu acredito que não há forma melhor de se
te de 4 mil para mais de 40 mil, espalhadas em aprimorar os projetos do que o debate envolven-
103 unidades de ensino espalhadas por todos do urbanistas, engenheiros, projetistas e ambien-
os territórios. Ainda para os empresários, em es- talistas. O processo em curso sobre a construção
pecial na indústria e no comércio, temos incen- da ponte me anima. Nós temos a maior densidade
tivos fiscais, preços demográfica den-
incentivados para tre todas as capitais
aquisição de terre- “o Presidente Lula acaba de assinar a ordem de do país, estamos
nos para implanta- serviço para o início da construção da Ferrovia da In- com cerca de 9,5
ção de indústrias e tegração Oeste-Leste, que vai cortar a Bahia desde mil habitantes por
consequente gera- a divisa com o Tocantins, até Ilhéus, no sul, onde quilômetro qua-
ção de emprego e drado. Não há mais
renda para os baia-
será construído um novo porto” território para o
nos. Para o turismo, crescimento de Sal-
temos um trabalho vador e é necessária
constante de divulgação do destino Bahia den- uma integração maior entre a capital e as belezas
tro e fora do Brasil, realizamos a formação de do recôncavo e do litoral sul, com destaque para
mão de obra. a Baía de Camamu e toda a região do chamado
Apesar de ser um dos principais destinos baixo sul. O sistema ferryboat apresentou um
turísticos de estrangeiros e brasileiros de ou- incremento de 30% na sua movimentação
tros estados, o baiano ainda é maioria entre com a inauguração da BA-001. A demanda vai
os turistas que circulam na Bahia. Por que isso aumentar quando fizermos a integração Ca-
acontece? navieiras-Belmonte, e este meio de transporte
O baiano é um povo que nutre um amor ficará cada vez menos capaz de atender satis-
imenso por sua terra, por sua história, por sua fatoriamente o fluxo que teremos descendo
cultura e por suas raízes. E a Bahia é um estado pelo baixo sul, seja para o turismo, seja para
que oferece inúmeras possibilidades turísticas. os negócios. São muitos os empreendimen-
Temos o maior litoral do Brasil, com cerca de tos de hotelaria que se preparam naquela re-
mil quilômetros de praias, temos serras, cacho- gião.
eiras e grutas na Chapada Diamantina, temos o Eu não tenho dúvida de que a forma como
enoturismo na região do São Francisco, temos a isso está sendo preparado, através da Pro-
região de Porto Seguro, onde o Brasil foi desco- posta de Manifestação de Interesse e de um
berto. E, a exemplo do que acontece em todo o amplo diálogo com a sociedade, resultará em
país, o poder aquisitivo do baiano está crescen- um projeto que venha ao encontro do sonho
do, é natural que a população da Bahia aprovei- da nossa gente, que quer desfrutar uma ilha
te das maravilhas desta terra. preservada, mas quer ter um acesso mais fácil
a este presente que Deus nos deu. Nós quere-
Pela Baía de Todos os Santos circulam diaria- mos interligar Salvador ao sul e ao baixo sul, e
mente pessoas e mercadorias, nos mais diver- isso não pode ser feito pelo sistema de ferry-
RODOVIAS&VIAS 15
exclusiva
boat porque, por mais que consigamos melhorá- tamento de todo o potencial do Velho Chico.
-lo, seguramente não é a melhor resposta para Tanto a irrigação quanto a navegação, quanto
as necessidades de Salvador e de toda a Região o suprimento de água para as cidades e para as
Metropolitana. criações dependem da saúde do rio. Para isso, é
urgente recuperar a vegetação das nascentes,
O principal rio do Nordeste, o São Francisco, as matas ciliares, as obras de saneamento para
atravessa o território baiano desde a divisa com evitar o lançamento de resíduos não tratados e a
Minas Gerais até as fronteiras com Pernambu- boa gestão das águas do São Francisco. A natu-
co, Alagoas e Sergipe. Qual sua opinião sobre reza nos foi generosa não só pela beleza e pela
ele e a respeito das obras que acontecem nele? abundância das águas que cortam boa parte do
Uma ampla mobilização que envolve os go- semiárido, mas também com a resistência do rio,
vernos federal, estadual e municipais, além de dando-nos a chance de corrigir os muitos erros
empresas, trabalha para a recuperação da nave- do passado.
gação, em escala comercial. A hidrovia recebe
investimentos do PAC 2, que inclui a construção Como o senhor avalia a qualidade da malha
de estaleiros e portos. Estão previstos investi- rodoviária baiana e quais os planos para ela nos
mentos de R$ 399 milhões até 2014 na hidrovia, próximos quatro anos?
que sai de Pirapora, em Minas Gerais, e segue até Encontramos as estradas baianas numa situ-
Juazeiro, perfazendo o total de 1.371 km. Entre os ação que acarretava aumento de gastos no setor
benefícios apontados com a manutenção, está de transportes, contribuindo também para a ele-
a garantia da navegação durante todo o ano e a vação do número de acidentes nessas estradas
diminuição pela metade do tempo de viagem, e do custo de produção agrícola. Nós temos um
além das vantagens econômicas do transporte programa de recuperação de rodovias, o Progra-
hidroviário em comparação ao rodoviário. Um ma de Restauração e Manutenção de Rodovias,
único comboio hidroviário de 6 mil toneladas conhecido como Premar, que prevê a recupe-
substitui 150 carretas de 40 toneladas, o que re- ração dos chamados corredores estruturantes,
duz o valor do frete, gera impacto positivo no responsáveis pelo escoamento da produção
meio ambiente e reduz o desgaste das estradas. agrícola do oeste para o leste do estado e pelas
As obras atualmente em curso são abso- estradas de maior volume de tráfego. O Senado
lutamente fundamentais para o bom aprovei- aprovou o Projeto de Resolução 22/07, enviado
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exclusiva
pelo Presidente Lula, que autoriza a Bahia a con- Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por
tratar um empréstimo junto ao Banco Mundial, falta de segurança voltarão a operar voos nor-
com garantia da União, no valor de US$ 100 mi- malmente, como é o caso dos de Abaré, Prado,
lhões, para financiamento parcial do Premar. O Itaberaba, Valente e Souto Soares. A iniciativa
programa visa a recuperação e manutenção de não só restabelece a operacionalidade dos ins-
1.800 km de rodovias do estado, principalmen- trumentos, como pode ser o pontapé inicial para
te as que estão em condições precárias. O valor atrair novos investimentos para a Bahia.
total do Premar é US$ 186 milhões, sendo uma No cronograma de obras do Derba para 2011
contrapartida de US$ 86 milhões que sairá dos está a recuperação de importantes aeródromos,
cofres do estado. Na primeira etapa do projeto, como os de Porto Seguro, Barreiras, Belmonte,
está prevista a recuperação de cerca de 1.200 Jequié, Bom Jesus da Lapa, Canavieiras e Palmei-
km, incluindo os trechos mais críticos. O resulta- ras. As obras contam com recursos próprios e do
do deverá refletir na melhoria do fluxo e custos Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Pro-
dos transportes rodoviários na Bahia porque o faa). Também para o próximo exercício está pre-
Premar traz uma nova filosofia de trabalho do vista a implantação da brigada de incêndio do
estado. Por ela, a empresa responsável pela res- Aeroporto 9 de Maio, em Teixeira de Freitas, no
tauração de um determinado trecho da estrada extremo sul da Bahia. Além disso, a pista de pou-
também será a responsável pela manutenção do so e decolagem será reformada e ampliada. A es-
mesmo durante cinco anos, assegurando, assim, timativa é que sejam gastos aproximadamente
a boa qualidade de serviço. R$ 850 mil com a execução dos serviços.
Somente nos anos de 2007 e 2008, foram
investidos R$ 596 milhões nas rodovias estadu- O que o Brasil deve esperar do governo Dil-
ais. Inclui-se nesse investimento a manutenção ma?
permanente, a fim de obter melhores condições Muita coisa boa. A nova Presidenta encontra-
de trafegabilidade, de 22 mil km de rodovias. Em rá um país muito melhor estruturado em todos
2008, foram concluídos 43 projetos de rodovias os aspectos, em relação ao Brasil encontrado
e 22 de pontes, além da construção e restaura- pelo Presidente Lula em 2003. Ela tem uma in-
ção de 11 pontes, com investimento total de R$ vejável capacidade de coordenação de equipes,
17,9 milhões. Foram realizadas, ainda nesses dois conhece muito bem a realidade brasileira e terá
anos, a reestruturação das residências de manu- uma condição política mais favorável, tendo em
tenção do Departamento de Infraestrutura de vista a maioria que o povo brasileiro lhe assegu-
transportes da Bahia (Derba) e a aquisição de 230 rou nessas últimas eleições, tanto na Câmara dos
novas máquinas, o que possibilitou, em convê- Deputados quanto no Senado. Ela tem todas as
nio com prefeituras, recuperar 2,8 mil km de es- condições para fazer um governo ainda melhor
tradas vicinais em toda a Bahia. que o Presidente Lula.
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em tempo
Saulo de Castro
nos Transportes de SP
Alguns nomes foram anunciados por Geraldo Alckmin
com antecedência. O ex-Secretário de Segurança Pública
Saulo de Castro Abreu Filho comandará a pasta de Trans-
portes. Outros, como Jurandir Fernandes (Transportes
Metropolitanos) e o Vice-Governador eleito, Guilherme Afif
Domingos (Desenvolvimento), também eram previstos.
Castro e Fernandes podem ser considerados “escudeiros”
de Alckmin, estiveram com o Governador nas campanhas
que ele disputou e perdeu em 2006 e 2008.
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em TEMPO
Foto: ASCOM
Além de manter o Ministro Nelson Jo-
bim no comando da Defesa, a Presidente
eleita, Dilma Rousseff, vai criar uma secre-
taria especial para cuidar da infraestrutura
dos aeroportos e da aviação civil. Durante
reunião do Conselho Nacional de Aviação
Civil (Conac), Jobim confirmou aos mem-
bros do órgão o projeto da Presidente elei-
ta. Será uma Secretaria Especial de Aviação
Civil ligada à Presidência da República.
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política
Foto: Rodovias&Vias
20 RODOVIAS&VIAS
Tira esta
tesoura daqui!
O solo impermeável da política nacional receberá, a partir deste
janeiro, os passos de uma mulher, que terá muito o que caminhar
para conduzir os rumos do país.
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política
A presidente Dilma Rousseff terá que mostrar habilidade no trato com o Parlamento.
22 RODOVIAS&VIAS
Tira esta tesoura daqui!
Guido Mantega
Ministro da Fazenda
Foto: Ascom
governo –, porém não demorou para humor
que ela fosse se achegando para pro-
gramas que serviram de catapulta elei-
toral, entre eles o PAC.
“É uma questão de ritmo”, disse o
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política
Foto: Ascom
Paulo Bernardo
Ministro do Planejamento
Foto: Ascom
É da coordenação do PAC na Casa
Civil que vem a nova Ministra do Pla-
nejamento, Miriam Belchior, e das pa-
lavras dela, algum alento e um punha-
do de dúvidas. “Vamos fazer esforço
para fazer mais com menos”, disse em
entrevista. “Vamos preservar os inves-
timentos, que são fundamentais para
o País.” Mais confunde que explica. Se
for possível manter o ritmo de obras
com orçamentos menores, fica no ar a
pergunta: então o que fizemos nos úl-
timos anos com x poderíamos ter feito
com apenas uma parte desse x?
Miriam Belchior aposta na melho-
ria da qualidade do gasto público,
ótimo. Provavelmente, as dezenas de
milhões de brasileiros que elegeram
Dilma pensam, ainda que instintiva-
mente, isso também. De qualquer
maneira, antes mesmo de assumir, o
novo Governo reintroduziu palavras
Mirian Belchior , nova Ministra do Planejamento.
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Usina
sobre trilhos
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(em tradução livre), ou Rossiyskie Zhele-
znye Dorogi – RZhD, também conheci-
da como Russian Railways, monopoliza
o modal, com quase 1 milhão de em-
pregados e 85.500 km de estradas de
ferro abrangidos em suas operações.
Para se ter uma ideia, este número so-
mente é superado pelos Estados Uni-
dos, com seus 226.067 km de trilhos
com bitola standard, de 1,43m, em boa
parte operados pela empresa Amtrak.
1891: A lendária
TranSiberiana
Construída para ligar a Rússia oci-
dental com a costa do Pacífico, a ferro-
via foi concluída em 1905. Símbolo do
poder das estradas de ferro, ela mudou
Trem elétrico russo. completamente a história russa, aju-
dando a interiorizar e até mesmo des-
bravar territórios distantes. Por ela, fica
Salto fácil ver a imensa diversidade de relevos
dos recantos mais inóspitos e longín-
Atualmente, as ferrovias russas quos da Rússia. A própria Sibéria so-
extendem-se por 87.157 km. A gran- mente se desenvolveu – hoje sabemos
de maioria (86.200 km, para ser exato) onde ela se situa no mapa – por causa
são do tipo bitola larga, com medidas da estrada que leva seu nome. Com
de 1,52 m. Mais da metade, 40.300 seus 9.310 km, a Transiberiana passa
km, corresponde a linhas eletrifica- por sete fusos horários, em uma viajem
das. Há também 957 km de bitola es- que leva até 15 dias. Os trilhos atraves-
treita, de pouco mais de 1 m, segundo sam a região da Manchúria e adentram
dados obtidos em um documento de novamente em terras russas para ter-
estatística ferroviária (Federação Rus- minar em Vladivostok. Eletrificada em
sa) datado de 2003. 2002, a ferrovia comporta tanto com-
Não há como falar de ferrovias na boios de carga como de passageiros em
Rússia sem mencionar sua estatal mos- busca da mística que envolve a ferrovia
covita. A Empresa Russa de Ferrovias com a neblina dos Urais.
Ferrovia Transiberiana.
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santa catarina
Quando o retrospecto
espelha o futuro
DNIT de Santa Catarina demonstra que a retomada dos investimentos
na área de infraestrutura rodoviária foi fundamental para consolidação
da força do estado e sua competitividade.
Fotos: Rodovias&Vias/ Leonardo Pepi
BR-101, SC.
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quando o retrospecto espelha o futuro
Além da 101
De fato, o trecho sul dessa rodovia A BR-101 é, em volume, a maior fren-
passa por várias intervenções, por ser um te de obras aberta no estado. Contudo,
eixo fundamental para o estado, como outras ações – já executadas ou que es-
deixa claro o Superintendente do DNIT tão por vir – serão decisivas no salto eco-
em Santa Catarina, João José dos Santos: nômico catarinense para os próximos
“Já investimos mais de R$ 1,3 bilhão nes- anos. Pródigo em exemplos, o trabalho
ta obra, temos ainda mais R$ 300 milhões que vem sendo realizado contempla
garantidos até o final desta primeira eta- obras emblemáticas como as que têm
pa e estamos licitando mais três novas efeito na BR-282, cuja pavimentação foi
obras que eram aguardadas na 101 Sul: a concluída de ponta a ponta. Integrante
ponte de Laguna, dois túneis em Palhoça dos corredores do Mercosul, a BR-282
e um túnel em Tubarão, todos com recur- liga Florianópolis ao extremo oeste de
sos assegurados em um montante que Santa Catarina, chegando perto da divisa
chega a R$ 700 milhões.” com a Argentina.
BR-101, SC.
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santa catarina
Contornos ferroviários
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quando o retrospecto espelha o futuro
Segurança viária,
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Fotos: Rodovias&Vias/ Leonilson Gomes
Pela paz
nas rodovias
De um lado, desrespeito, imprudência e crimes. Do
outro, o trabalho das polícias rodoviárias, instituições
e voluntários. E, para sempre, as cicatrizes nos corpos e
almas dos que sentem a violência das rodovias.
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ACIDENTES
MORTES
ASSALTOS
EXPLORAÇÃO INFAnTIL
tRÁFICO DE DROGAS
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Pela paz nas rodovias
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capa
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Pela paz nas rodovias
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Pela paz nas rodovias
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capa
40 RODOVIAS&VIAS
Pela paz nas rodovias
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Mais longe do que sonhamos
A Copa do Mundo de 2014 se aproxima e, com ela, a necessidade de obter
uma infraestrutura compatível com o maior evento esportivo do planeta. Na
principal porta de chegada dos estrangeiros, os aeroportos, ainda há muito a
ser feito.
42 RODOVIAS&VIAS
A quiles, o herói da mi-
47.000m² de exposição
indoor e outdoor
5º Concrete Congress:
mais de 150 palestras
Evento integrado:
Realidade brasileira
Marcado por voos atrasados e pistas
de decolagem saturadas, o sistema aero-
portuário do Brasil ainda se mostra frágil
diante do que vem por aí. Para o sucesso
da Copa do Mundo de 2014, precisare-
mos de aeroportos que funcionem de
maneira sincronizada e eficiente.
O Presidente da Associação Interna-
cional de Transporte Aéreo (The Interna-
tional Air Transport Association – Iata),
Giovanni Bisignani, apontou para os ris-
cos que o nosso país corre: “O Brasil é a
maior economia da América Latina e a
que cresce mais rápido, mas sua infraes-
trutura é um desastre crescente. Dos 20
maiores aeroportos domésticos, 13 não
conseguem acomodar as demandas em
seus terminais.” A maior preocupação da
Iata é o Aeroporto Internacional de Gua-
rulhos. A associação criticou a decisão da
Infraero, depois revertida, de fechar uma
das pistas no próximo ano. A capacidade
atual do aeroporto é insuficiente para o
crescimento da demanda.
Fraquezas
Duas situações presenciadas por
equipes da Rodovia&Vias nos últimos Aeronave aquaplanou na pista.
dias retratam bem algumas fraquezas
dos terminais aéreos brasileiros. No dia 25
de novembro, na sala de embarque C do
Aeroporto de Confins, em Minas Gerais,
o painel da Infraero que mostra o horá-
rio de partidas e chegadas acusava o uso
de Windows pirata. Uma semana depois,
em Curitiba, nosso voo e alguns outros
atrasaram por causa de uma aeronave
que teve o trem de pouso quebrado. O
avião aquaplanou durante a aterrissagem
porque a drenagem da pista não foi sufi-
ciente para dar conta da quantidade de
chuva. Além de causar pânico nos passa-
geiros, a aeronave ficou na pista tempo
suficiente para um princípio de caos no
Aeroporto Internacional Afonso Pena.
Se faltam recursos para a compra de
um programa de computador original,
imaginamos que reformas nas obsoletas
pistas dos nossos aeroportos podem estar
bem mais distantes do que sonhamos.
Gafe em Confins.
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Eventos
Em busca da Integração do
Rodoviarismo Nacional
A 39.ª Reunião dos Dirigentes de Órgãos Rodoviários Estaduais (Redore),
realizada entre 1.º e 2 de dezembro de 2010 no suntuoso hotel Renaissance,
em São Paulo, trouxe na bagagem, de diversos recantos do Brasil, as melhores
práticas e experiências de sucesso que vêm sendo implementadas pelos
associados da Abder, Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de
Estradas de Rodagem, em todo o território brasileiro.
48 RODOVIAS&VIAS
Em busca da Integração do Rodoviarismo Nacional
Romualdo França,
Presidente do Deinfra-SC e Abder.
O que pensam e
o que dizem jamento. Temos que trabalhar a gestão
integrada, como forma de solucionar os
“Estamos buscando todas as trata- gargalos do país”, diz.
tivas necessárias para resolver os pro- Quem faz coro a este discurso – o que
blemas logísticos do país. Isto vai muito denota o grande grau de afinidade já
além da intermodalidade, compreende compartilhado pelas autarquias e depar-
também atualização e a modernização tamentos – é Berchris Requião, Diretor-
dos órgãos rodoviários. Quando digo -Geral do Derba, Departamento de Infra-
isso, falo de uma completa reestrutura- estrutura de Transportes da Bahia, que
ção, que vai desde o regimento interno e fez suas considerações sobre essa carac-
legislação, e planos de cargos, salários e terística da Redore: “É importantíssimo
atualização profissional”, declara Romu- que haja esta integração, sob a ótica da
aldo Theophanes de França Junior, Presi- reestruturação dos órgãos e das diferen-
dente do Departamento Estadual de In- tes gestões, no sentido de apreendermos
fraestrutura de Santa Catarina (Deinfra- e aplicarmos o que se tem feito de me-
-SC) e Presidente da Abder. lhor. A busca por um desempenho con-
Sobre a reunião, Romualdo França sistente e fortemente orientado para o
destaca: “O grande momento da Redore desenvolvimento de cada região começa
é a integração entre todos os órgãos ro- exatamente nesta troca de informações,
doviários. O compartilhamento de expe- que nos mostra exemplos viáveis, que
riências, dos sucessos que cada um teve, podem ser adaptados e aplicados de
e transmitir aos demais, para que possam forma eficiente dentro de uma realidade
tirar proveito também. Hoje, não há mais específica, que contextualiza os acertos,
como o Brasil crescer de forma una com as ações a serem tomadas para que eles
cada estado fazendo seu próprio plane- tenham efeito”, complementa.
RODOVIAS&VIAS 49
Eventos
Berchris Requião,
Diretor-Geral do DER-BA
Visita técnica
Parte das agendas do
evento incluiu a visita à sede
do DER-SP, que organizou
um café da manhã antes do
início da parte “motorizada”
do encontro, no dia seguinte
ao ciclo de apresentações. De
micro-ônibus, os participan-
tes puseram-se a caminho de
um dos mais modernos Cen-
tros de Controle de Opera-
ções em atividade no estado,
o CCO da rodovia Imigrantes,
operada pela concessionária
Ecopistas, passeio que tam-
bém incluiu um tour pelo tre-
cho Sul do Rodoanel, entre-
gue em abril deste ano pelo
governo estadual.
Natural que os anfitriões,
detentores da que é reco-
nhecidamente a melhor ma-
lha viária do Brasil, quisessem
mostrar a “prata da casa”,
como parte dos exemplos de
soluções encontradas pelo
estado. Uma forma gentil de
retribuir a intensa troca de
informações propiciada pelo
evento.
52 RODOVIAS&VIAS
sobre o rio negro
A construção
O Governador reeleito, Omar Aziz, diz que “a preocupação maior é por conta
da inauguração da ponte sobre o rio Negro”. Segundo sua assessoria de comuni-
cação, as providências mais urgentes passam por adaptações no sistema viário
metropolitano, que incluem Manaus, como núcleo da metrópole, e os municípios
integrantes da RMM. Um dos principais tópicos do plano é a criação de um anel
viário contornando a Região Metropolitana para que as cidades possam se comu-
nicar entre si sem comprometer Manaus.
RODOVIAS&VIAS 53
O asfalto da cidade
Uma tecnologia importada e adaptada para a realidade brasileira pode
colaborar na solução de um problema grave e relativamente comum às
grandes cidades – as enchentes. O revestimento asfáltico drenante é promessa
no setor de asfaltos, sobretudo para espaços urbanos, e seu custo tende a cair
com o crescimento da produção.
Fotos: Rodovias & Vias/ Leonilson Gomes
54 RODOVIAS&VIAS
Fonte: Abeda
Espaços urbanos
O pavimento capaz de absorver
água é pensado para espaços urbanos,
como pátios, estacionamentos, par-
ques e vias de tráfego leve. “Para tráfe-
go pesado (caminhões e ônibus), tem-
-se muita carga por eixo e por roda. Um
caminhão pode ter mais de 2,5 tonela-
das por roda e até mais de 10 tonela-
das por eixo. Com tanta carga, nós terí-
amos que reforçar muito o pavimento
em termos de resistência”, ressalta Lie-
di, que encara o asfalto poroso como
parte de uma solução combinada no
combate às enchentes.
Professora da Poli-USP Liedi Bernucci.
Fonte: Abeda
RODOVIAS&VIAS 55
Portos ligados
por rodovia
Brasil pode ganhar primeira rodovia interportos. Projeto do
governo do Paraná é para antes de 2020.
Fotos: Rodovias & Vias/ Leonilson Gomes
56 RODOVIAS&VIAS
O Brasil está prestes a construir a
sua primeira rodovia interpor-
tos. No começo de novembro, o gover-
doviárias, estão a duplicação de trechos
atualmente em pista simples e a im-
plantação de novas rodovias (em pista
no do Paraná lançou cinco editais de dupla) que unirão os portos paranaen-
licitação para elaboração do estudo de ses por uma autoestrada.
viabilidade técnica, econômica e am- “Com a contratação dos estudos
biental (EVTEA). A rodovia interportos para a implantação da rodovia interpor-
vai ligar Garuva (litoral norte de Santa tos, estaremos dotando o litoral de mo-
Catarina) a Santos, passando pelos por- dernas condições viárias para promover
tos de Paranaguá e Antonina e pelos o desenvolvimento econômico e social,
futuros terminais portuários de Pontal respeitando o meio ambiente e promo-
do Paraná e Embuguaçu/Embucuí. Os vendo um trabalho multimodal integra-
estudos devem durar 17 meses e, pos- do, junto à Administração dos Portos
teriormente, mais três anos para licita- de Paranaguá e Antonina e ao Departa-
ção e execução das obras. O custo total mento de Estradas de Rodagem”, desta-
da construção da interportos deve girar ca o Secretário dos Transportes do Esta-
em torno de R$ 500 milhões. do, Mario Stamm Junior. “É preciso po-
Segundo informações do Departa- tencializar a capacidade dos terminais
mento Nacional de Infraestrutura de marítimos paranaenses e implantar um
Transportes (DNIT) e da Agência Nacio- sistema viário que possibilite aumen-
nal de Transportes Terrestres (ANTT), tar a movimentação nos cais do estado
ligados ao Ministério dos Transportes, para 80 milhões de toneladas/ano ain-
não existe nenhuma rodovia especifi- da nesta década”, complementa.
camente interportos no país. O projeto Os editais foram divididos de acor-
que está sendo desenvolvido pelo go- do com os cinco municípios por onde
verno do estado do Paraná envolve a a obra viária passará: Guaratuba, Ma-
Secretaria dos Transportes, o Departa- tinhos, Pontal do Paraná, Paranaguá e
mento de Estradas de Rodagem (DER) e Antonina, totalizando 145 km de rodo-
a Administração dos Portos de Parana- vias duplicadas e dotadas de cuidados
guá e Antonina (Appa). ambientais. A expectativa é que a cons-
O governo do Paraná prevê um inves- trução da rodovia interportos resolva o
timento inicial de aproximadamente R$ gargalo logístico paranaense e integre
26 milhões para o EVTEA e demais pro- toda a região litorânea. Além disso, exis-
jetos. Esse valor também inclui o projeto te a estimativa de que a obra absorva o
de construção da ponte de 800 m sobre tráfego de 12 mil veículos/dia da Região
a baía de Guaratuba. Entre as obras ro- Metropolitana de Curitiba.
PROJETO DA
ponte de 800 metros
sobre a baía de Guaratuba
RODOVIAS&VIAS 57
Contern Construções e Comércio Ltda. - Rua Olimpíadas, 66 - 6° andar
Vila Olímpia - CEP: 04551-000 - São Paulo/SP - Tel.: +55(11) 3018-5800
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58 RODOVIAS&VIAS
PORTOS LIGADOS POR RODOVIA
RODOVIAS&VIAS 59
PORTOS
Guaratuba
Paranaguá
60 RODOVIAS&VIAS
PORTOS LIGADOS POR RODOVIA
Pontal do Paraná
O edital para Pontal do Para-
ná planeja a implantação em pis-
ta dupla das interligações entre a
rodovia interportos e a PR-412; a
implantação em pista simples do
binário da rua Iguaçu com a PR-
412; a adequação da PR-407 entre
a PR-412 e a rodovia interportos; e
a adequação da PR-412 entre a PR-
407 e a Zona Industrial Portuária de
Pontal do Paraná. No total, serão
feitas obras em 48 km.
Matinhos
No município de Matinhos, o
projeto prevê a implantação em pis-
ta dupla das interligações entre a
rodovia interportos e a PR-412; ade-
quação da PR-508; adequação da
PR-412; e adequação do acesso ao
ferryboat. Somente em Matinhos, a
previsão é trabalhar em 38 km.
Antonina
RODOVIAS&VIAS 61
Experiência americana
Termo de Cooperação entre Brasil e Estados Unidos visa progresso
no setor. Governo brasileiro e Corpo de Engenharia do Exército dos
Estados Unidos trocam experiências sobre complexos hidroviários.
Foto: Divulgação
62 RODOVIAS&VIAS
Missão
Há aproximadamente um ano,
uma missão brasileira visitou o com-
plexo hidroviário do Mississipi, nos
estados americanos do Mississipi,
Missouri e Louisiana. “Nós ficamos
impressionados com o que vimos. Os
EUA movimentam 650 milhões de to-
neladas/ano de cargas, especialmen-
te produtos agrícolas, pelo Mississipi.
E um viés importante é que a hidro-
via é tratada como uma questão de
segurança nacional, tanto em razão
do transporte de alimentos quanto Os EUA movimentam 650 milhões de
de suprimentos energéticos”, ob- toneladas/ano de cargas, especialmente
serva Fernando Fialho, Diretor-Geral produtos agrícolas, pelo Mississipi.
da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq).
Fernando Fialho,
Diretor da Antaq
RODOVIAS&VIAS 63
64 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 65
Maranhão
Caminhos da produção
Investimentos em rodovias no Maranhão buscam revitalizar parte da
malha estratégica para favorecer o escoamento da produção local e regional
até o porto do Itaqui, um dos mais importantes do país.
Fotos: Rodovias&Vias / Alexsandro Hekavei
66 RODOVIAS&VIAS
Caminhos da produção
Gerardo Freitas
Superintendente do DNIT do Maranhão
68 RODOVIAS&VIAS
Caminhos da produção
RODOVIAS&VIAS 69
Maranhão
Futuro
As obras nas três rodovias
são importantes, sobretudo se
encaradas em um contexto de
longo prazo. Para o Superinten-
dente do DNIT-MA, uma das
prioridades é a duplicação da
rodovia que dá entrada para a
capital São Luís, a BR-135.
Com a capacidade de tráfe-
go no limite, são comuns os con-
gestionamentos e acidentes, e
ao longo da estrada existem em-
presas, uma usina termelétrica e
companhias de energia como a
MPX, empresa do grupo EBX.
Demanda
portuária
70 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 71
MERCADO
Modernas técnicas
rodoviárias
Pela sexta vez, Florianópolis recebeu seminário que apresenta e discute
as tendências do setor rodoviário. Durante quatro dias, profissionais de
diversos estados do Brasil e do exterior tiveram palestras e trabalhos
técnicos sobre o tema.
Fotos: Rodovias&Vias/Camila Pfeiffer
72 RODOVIAS&VIAS
Modernas técnicas rodoviárias
RODOVIAS&VIAS 73
negócios
74 RODOVIAS&VIAS
construbusiness
Paulo Skaf
Presidente da Fiesp, SP
Habitação
Esta edição do evento, ocorrida De acordo com o Vice-Presidente da
no fim de novembro no auditório do República eleito, Michel Temer (PMDB-SP),
Sesi, na Avenida Paulista, teve a apre- que também discursou no 9.º ConstruBusi-
sentação de um estudo inédito para ness, há muito para fazer no setor habitacio-
os setores de transporte e moradia. O nal. “Todos têm direito a habitação, todos
documento, desenvolvido para a Fiesp têm direito a moradia. Ainda tem muito
pelos institutos FVG Projetos e LCA Brasil pela frente”, disse. Temer também
Consultoria, planeja formas e quanti- prometeu incentivos para as empresas de
dades de investimentos para o Brasil construção civil. “As desonerações neces-
até 2022. Entre os critérios observados, sárias para o crescimento do país estão na
estão o aquecimento do setor da cons- pauta do novo governo”, afirmou. De acor-
trução civil, estagnado por quase 20 do com o estudo desenvolvido pela Funda-
anos, que cresce cerca de 6,1% ao ano, ção Getúlio Vargas, seriam necessários R$ 3
e a necessidade de investimentos pri- trilhões para zerar o número de moradias
vados no setor de transporte. inadequadas no país em 12 anos.
Foto: Rodovias&Vias/ Estanis Neto
RODOVIAS&VIAS 75
negócios
Michel Temer
Vice -Presidente eleito
76 RODOVIAS&VIAS
construbusiness
Investimentos em infraestrutura
até 2022
Fonte: Fiesp
RODOVIAS&VIAS 77
BR 135/MA – Acesso ao Porto de Itaqui
Rodovia duplicada.
Benefícios que vão
muito além das
pistas.
78 RODOVIAS&VIAS
prêmio
Rodovias&Vias
ganha prêmio nacional
A frase “o pedágio é bom, mas é caro”, que é repetida exaustivamente por
usuários de rodovias sob concessão no Brasil, foi o que inspirou Rodovias&Vias a
fazer uma longa matéria explicando, em detalhes, os diversos tipos de concessão e
as inúmeras variáveis que contribuem para definir a tarifa. O trabalho foi publicado
na edição 45, de maio-junho deste ano.
Fotos: Rodovias&Vias/ Oberti Pimentel
Prêmio ABCR
RODOVIAS&VIAS 79
Pedágio divide
opiniões no Brasil
Os brasileiros gostam, mas relutam em pagar pelo pedágio, que consideram
caro. A maioria aprova a qualidade e a segurança das rodovias concedidas
Fotos: Rodovias&Vias/ Leonilson Gomes
“
O pedágio é bom, mas é caro!” A frase,
repetida em praticamente todos os
estados do Sul e do Sudeste onde há rodovias
quando se trata de um serviço que é cobrado em
determinados pontos e gratuito em outros.
Rodovias&Vias resolveu aprofundar um
concedidas à iniciativa privada, demonstra cla- pouco a questão da concessão rodoviária uti-
ramente que os usuários estão satisfeitos com lizando seu know-how em infraestrutura e sua
os serviços das concessionárias, mas insatisfei- longa experiência acompanhando a construção
tos com os preços. e a manutenção das rodovias no Brasil. A ideia é
O conceito de caro ou barato é relativo ajudar o leitor a responder à pergunta: afinal, o
quando se compra um produto. Pior ainda pedágio é caro ou não?
80 RODOVIAS&VIAS
Tipos de concessão
A primeira informação que o leitor
precisa ter é de que há pedágios e pe-
dágios. Eles se distinguem pela quan-
tidade de investimentos exigidos no
contrato. Duplicações, alargamento
de pontes e viadutos, terceiras faixas,
passarelas, vias paralelas, acessos são
algumas das obras que costumam ser
exigidas do concessionário ao longo
do contrato de exploração, cujos cus-
tos são necessariamente incluídos nas
tarifas.
Existem os chamados “pedágios de
manutenção”, em que o concessioná-
rio tem um volume pequeno de inves-
timentos a realizar, detendo-se apenas
na conservação do que já existia nos
trechos que opera. Obviamente, nes-
ses casos as tarifas podem ser mais
confortáveis.
Há ainda as chamadas “concessões
onerosas”, em que as empresas con-
cessionárias pagam à concedente –
geralmente a União ou o estado – um
valor de outorga (espécie de compra
dos direitos para explorar o pedágio)
e ainda são obrigadas a fazer grandes
investimentos na melhoria ou amplia-
ção da capacidade da rodovia, bem
como sua conservação. Tudo tem
que ser retirado da tarifa que o usuá-
rio paga, acrescido dos impostos e do
lucro pretendido pelo concessionário.
Este modelo é bastante usado no es-
tado de São Paulo, em rodovias com
grande fluxo de veículos, como, por
exemplo, o trecho oeste do Rodoanel.
E, finalmente, as concessões não
onerosas, em que as rodovias são
simplesmente entregues aos conces-
sionários sem qualquer indenização,
depois de um processo de licitação,
cabendo-lhes fazer a conservação e os
investimentos estabelecidos em con-
trato. Este modelo foi usado nas con-
cessões realizadas no Rio Grande do
Sul e no Paraná.
Portanto, para definir se uma tarifa
de pedágio é cara ou não, é preciso co-
nhecer o tipo de concessão e quais são
os investimentos exigidos no contrato.
Praça de pedágio na Autopista Fluminense (BR-101/RJ).
RODOVIAS&VIAS 81
rodovias
82 RODOVIAS&VIAS
pedágio divide opiniões no brasil
RODOVIAS&VIAS 83
rodovias
Foto: Divulgação
zou da rodovia privatizada. Ele retira um culos que trafegam na via pagam pedá-
ticket ao acessar a rodovia e paga, ao gio. Isto porque 91% dos usuários utili-
sair, rigorosamente o número de qui- zam a Via Dutra não como estrada, mas
lômetros percorridos. Funciona como como avenida, realizando percursos
no estacionamento de um shopping: o urbanos ou interurbanos de curta dis-
usuário retira um ticket ao entrar com tância nos municípios paulistas e flumi-
seu veículo e paga, na saída, pelo tem- nenses cortados pela rodovia. Segundo
po que o seu veículo ficou estacionado. a concessionária Nova Dutra, “este trá-
Nessa comparação, o modelo brasileiro fego que não paga é exatamente o que
isenta a maior parte dos usuários que fi- provoca os congestionamentos nos
cam pouco tempo no estacionamento dois extremos da rodovia, próximo das
e cobra caro dos que permanecem por cidades de São Paulo e Rio de Janeiro”.
um período maior. Outra constatação da Nova Dutra
é que os caminhões, embora repre-
sentem apenas 10% dos veículos que
trafegam pela rodovia, respondem por
Poucos pagam 70% da receita do pedágio, porque pa-
gam tarifas mais elevadas que os carros
No Brasil, há vários casos de rodo- de passeio (um caminhão bitrem, por
vias concedidas em que o número de exemplo, paga o equivalente a sete au-
usuários que nada pagam supera, em tomóveis). Além disso, os caminhões fa-
muito, os que pagam, porque trafegam zem percursos mais longos que a média
em trechos onde não existem praças de dos automóveis.
cobrança. “Isto é uma penalização do cami-
Dados da concessionária que opera nhão, que acaba subsidiando o carro de
a Via Dutra, rodovia que liga São Pau- passeio”, diz o advogado Geraldo Vian-
lo ao Rio de Janeiro, mostram que, por na, consultor da Confederação Nacional
incrível que pareça, apenas 9% dos veí- dos Transportes (CNT).
84 RODOVIAS&VIAS
pedágio divide opiniões no brasil
RODOVIAS&VIAS 85
rodovias
Foto: Divulgação
Preço salgado
para rodar macio
A conveniência do pedágio é anali-
sada de diferentes formas, dependendo
do ângulo que se olha. É notório que as
rodovias sob concessão privada apre-
sentam condições de tráfego muito
melhores do que as mantidas pelo go-
verno. Isto ocorre em qualquer parte
do mundo. Mas a reclamação é que se
paga um preço salgado para rodar ma-
cio na maioria das rodovias concedidas.
A exceção fica por conta dos trechos
licitados pelo governo federal nas ro-
dovias Régis Bittencourt, Fernão Dias, Milton Monti, Deputado Federal (PR-SP).
BR-116 Sul, BR-376, BR-101. O grande
deságio conseguido na disputa pelos resses dos usuários quanto à qualidade
diversos lotes licitados, a taxa de juros das rodovias, “e com tarifas mais baixas
mais baixa e a menor quantidade de que as outras concessões”, afirma o par-
obras tornaram as tarifas dessa segunda lamentar. “Tudo o que puder ser feito
etapa de concessão federal muito mais dentro desses critérios é bem-vindo,
baratas que as demais concessões bra- porque o governo não tem recursos
sileiras. O preço médio por quilômetro para atender todas as necessidades ro-
rodado nestas concessões é de R$ 0,030, doviárias do País”, disse Monti.
enquanto nas concessões paulistas é Dados de transportadores mostram
R$ 0,135 (4 vezes e meia mais caro), nas que o pedágio tem um peso de apro-
concessões gaúchas é R$ 0,107 (3,5 vezes ximadamente 24% sobre o custo dos
mais caro) e nas concessões do Paraná é fretes, mesmo levando em considera-
R$ 0,081 (2,7 vezes mais caro). ção que a manutenção dos caminhões
O fato é que qualquer análise de é muito menor quando trafegam por
preço de pedágio tem que ser vista rodovias concedidas e que também o
com muito cuidado, porque, como número de viagens aumenta, porque
vimos, não se pode comparar sim- com pista boa a viagem demora menos,
plesmente as tarifas. No Paraná, por o que proporciona melhor rentabilida-
exemplo, a maioria das rodovias con- de do capital investido no caminhão.
cedidas não é duplicada. Em São Paulo, As concessionárias contestam esses
as concessões são onerosas e a maioria números e garantem que a conta final,
das rodovias é duplicada, envolvendo considerando a economia de pneus,
grande volume de obras. freios e combustível com a estrada boa
e o aumento no número de viagens,
compensa boa parte da tarifa cobrada
nas praças de pedágio.
Peso no frete
O deputado federal Milton Monti IPVA e Cide: confusão
(PR-SP), Presidente da Comissão de Via-
ção e Infraestrutura da Câmara dos De-
putados, acha que o programa de con- “A gente já paga IPVA e ainda tem
cessões do governo federal pode ser que pagar pedágio”, reclama Mário de
ampliado, “desde que não onere exces- Freitas, um representante comercial
sivamente a iniciativa privada”, ponde- que viaja duas vezes por mês pelo in-
ra. Para ele, o programa de concessões terior do Paraná com seu automóvel.
feito no governo Lula atende os inte- A queixa do viajante tem um erro de
86 RODOVIAS&VIAS
pedágio divide opiniões no brasil
RODOVIAS&VIAS 87
rodovias
Foi no final dos anos 60 que as concessões se multiplicaram na Espanha. Entre 1964 e 1980, 3 mil km
de vias expressas foram concedidos a concessionários, que recebiam grandes benefícios fiscais. A rede
concedida compreende atualmente 2 mil km de rodovias, operadas por oito concessionárias, seis priva-
das e duas estatais. O governo tem 28,8% de participação nas concessionárias, seguido dos fundos de
pensão (21,1%), bancos (16,4%), as empresas construtoras (12%) e outros acionistas (21,7%).
Em 1925, a Itália fez a primeira concessão rodoviária do mundo – a autoestrada Milano-Lagi. Hoje
a Itália possui 6.175 km de vias expressas concedidas, gerenciadas pela Societá Autostrade, empresa
de economia mista que detém 51% de ações estatais. Desde 1950, o conceito italiano de concessão é o
de arrecadar recursos para conservar não uma única rodovia, mas a malha completa. É o chamado sub-
sídio cruzado, ou seja, receitas de uma estrada que são transferidas para outra. Entre as 25 concessioná-
rias italianas, apenas uma (a que explora o trecho de Turim a Milão, de 127 km) é privada. As restantes
têm capital público e apoio de organismos regionais ou locais.
88 RODOVIAS&VIAS
pedágio divide opiniões no brasil
A Argentina possui uma rede de 448 mil km de estradas, dos quais 60 mil km são pavimentados. Em
1990, foram concedidos a 13 empresas, por um período de 12 anos, 9.293 km de estradas em 19 corredo-
res viários. As tarifas de US$ 2,30 para automóveis e US$ 9,20 para caminhões para cada 100 km provoca-
ram forte reação popular, obrigando o governo a congelar os valores de 1992 a 1995, sob a promessa de
subsidiar as concessionárias. Sem pagar os subsídios, em 1995 os preços sofreram reajuste de 30%. Estas
mudanças obrigaram o governo a prolongar o prazo das concessões para 28 anos, além de incluir novas
obras.
RODOVIAS&VIAS 89
Eclusas de Tucuruí
Seis quilômetros em trinta anos.
Fotos: ASCOM
90 RODOVIAS&VIAS
viabilização de grandes obras estruturan- um dos 10.950 dias em que as eclusas
tes. De lá para cá, muitas águas rolaram e, não funcionaram. A obra, em conjun-
em meio a elas, R$ 1,6 bilhão. De carona, to com outras intervenções hidroviá-
vieram denúncias, invasões do canteiro rias – como a que se pretende tornar
de obras levadas a cabo pelo MAB (Mo- na hidrovia Araguaia-Tocantins –, tem
vimento dos Atingidos por Barragens), potencial suficiente para reduzir em
além de inúmeras portarias emitidas pelo 15% os custos com frete para os pro-
Governo e a refação amiúde dos estudos dutores. E isso representaria, na pior
técnicos que acabavam por ficar defasa- das hipóteses, uma conta mais favo-
dos. De casos como este, surgiu a expres- rável da balança comercial brasileira
são inglesa “stop and go”, que define o para as exportações, ao tornar mais
“anda e para” das grandes obras públicas. competitivas as commodities que ala-
vancam o consistente agronegócio na
região Norte.
Além de tempo, A dimensão exata do que o país
deixou de ganhar pode ser medida
o que se perdeu? na falta que esse dinheiro, perdido de
fato, fez em outras tantas carências
Quarenta milhões de toneladas por que o Brasil tem. Em novembro de
ano ou 24 comboios. Esta foi a tonela- 2010, a entrega foi feita e o coro incon-
gem de transporte que deixou de se tido dos que comemoravam as novas
valer inclusive dos cerca de 350 km na- possibilidades fez frente ao choro dos
turalmente navegáveis do rio em cada que perderam muitas oportunidades.
RODOVIAS&VIAS 91
NA MEDIDA
Bilhete integrado
O 11.º Encontro de Boas Práticas da NTU (Associa-
ção Nacional das Empresas de Transportes Urbanos)
reuniu mais de 130 profissionais no Rio de Janeiro. As
discussões trataram da implantação do bilhete inte-
grado temporal em quatro capitais brasileiras – Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador. Os pa-
lestrantes detalharam sobre o processo de implemen-
tação do sistema de integração tarifária, como funcio-
na e os desafios para custeá-lo.
Aceop 40 anos
Quarenta anos atrás, em 1970, Santa
Catarina contava com apenas 26 km de
Foto: Rodovias&Vias
92 RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA
Voos garantidos
Avenida Paulista.
RODOVIAS&VIAS 93
NA MEDIDA
Transporte de etanol
Um sistema já em construção deve
otimizar o escoamento da produção de
etanol direto das regiões produtoras
para a Refinaria de Paulínia (SP). Depois
de pronto, o sistema, que exige inves-
timentos de R$ 5 bilhões e terá 850 km
de extensão, passará por 45 municípios,
desde Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais,
até São Paulo. O sistema integrado terá
um “etanolduto” de longa distância entre
Jataí/GO e Paulínia, e o primeiro trecho
do Sistema Integrado de Transporte de
Etanol, obra da Petrobrás, irá de Ribeirão
Preto até Paulínia, dois importantes po-
los do setor no estado de São Paulo.
94 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO
João Leão
“
Deputado Federal (PP-BA) e
Energia nuclear
a Bahia quer!
ex-Secretário de Infraestrutura da Bahia
96 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO
O resultado de uma recente pesqui- está nas mais de 350 mil empresas de mé-
sa, realizada pelo Fórum Econômi- dio e de pequeno portes, que empregam
co Mundial, que mede a competitividade mais de 3,3 milhões de pessoas e produzem
dos países apresentou um resultado extre- bens de alto valor agregado.
mamente preocupante, mas não surpre- Apesar de desenvolvida, a Suíça conti-
endente, para nós, brasileiros. nua a investir pesadamente para ampliar
A colocação do Brasil no ranking é vexa- a sua infraestrutura. A título de exemplo, o
tória. Ficamos em 58.º lugar e, para piorar, país está investindo cerca de 7 bilhões de
perdemos duas posições em relação ao ano euros na construção do túnel Gotardo Base.
de 2009. O resultado mostra que, quando Nossa intenção, ao trazer os exemplos da
clamamos por mudanças urgentes na polí- Rússia e da Suíça, é mostrar que esses países
tica macroeconômica, não se trata de choro estão conscientes de que a industrialização e
de empresário nem estamos pedindo prote- o investimento em infraestrutura são os úni-
cionismo ou reserva de mercado. cos caminhos para o desenvolvimento.
Estamos convictos de que só a expor- A mesma postura, por parte do governo
tação de commodities não será suficiente brasileiro, se faz necessária e urgente. É pre-
para gerar o superávit necessário no ba- ciso eliminar o “custo Brasil”, desonerar to-
lanço de pagamentos e a quantidade de talmente os investimentos, fazer a reforma
empregos de que uma nação tão populo- tributária, acabar com a guerra fiscal entre
sa como a nossa necessita. os estados, oferecer financiamentos a lon-
Exemplos a serem seguidos não faltam. go prazo e com taxas de juros honestas e
Durante a sétima rodada anual do Clube adotar um câmbio minimamente favorável
Valdai de Discussões Internacionais, realiza- ao setor produtivo.
da em setembro de 2010, o premier da Rús- O momento é este, a hora é agora. Ou
sia, Vladimir Putin, anunciou que deverá o governo brasileiro age imediatamen-
implementar novas reformas econômicas te no sentido de dar competitividade à
e acelerar a modernização da infraestrutura indústria brasileira de transformação ou
do país. Putin afirmou que o principal obje- continuaremos a assistir à invasão do
tivo da Rússia será promover uma econo- nosso mercado, com consequente perda
mia baseada na inovação e na exportação de empregos no mercado interno. Afinal,
de bens de alto valor agregado. que Brasil nós queremos?
Outro bom exemplo é a Suíça. O país Nós, da Abimaq, queremos um país
não chama a atenção somente pelas belas mais justo, com educação, saúde e empre-
cidades. Não há dúvidas de que a Suíça é gos. Um Brasil forte, competitivo, com cres-
um país inquestionavelmente rico, mas há cimento sustentado não só na produção de
quem pense que o país, com seus pouco commodities, mas também na produção
mais de 7 milhões de habitantes, tem a de bens de maior valor agregado, capaz de
economia baseada apenas na arrecadação gerar desenvolvimento, empregos e distri-
proveniente do sistema financeiro e de al- buição de riquezas.
RODOVIAS&VIAS 97
da redação
Fizemos e
faremos
H á uma conhecida instituição bancá-
ria que utiliza em suas chamadas co-
merciais o conceito de “presença”. Presença,
Estar “presente” também significa estar
“ausente”, pois acumulados também são os
dias em que repórteres, fotógrafos e cinegra-
segundo o reclame é estar em todos os luga- fistas, contabilizam a saudade dos que deixa-
res, em contato direto com as pessoas onde ram para trás, por acreditarem não só fazer
elas estão e, de certa forma, participar da vida parte do mais importante veículo do setor,
delas. A Rodovias&Vias, desde sempre, teve mas também ser parte de um momento his-
como princípio um raciocínio parecido, ao tórico no desenvolvimento do país que cha-
qual nossos leitores mais assíduos já estão fa- mam de seu.
miliarizados: o “Jornalismo de imersão”. Isto É ao final do ano, que estes mesmos, por
significa produzir o um breve hiato em
conteúdo a partir suas atividades,
das constatações compensam as
“in loco”, observan- suas próprias au-
do as cores, palmi- sências e tornam-
lhando o chão e -se presentes no-
conversando com vamente junto aos
todos os envolvi- seus, “com a alma
dos no processo repleta de chão”,
de transformação como cantou Mil-
que a infraestru- ton Nascimento.
tura opera na vida Tempo de contar
de cada um. Isto é as histórias, expe-
também uma for- riências e porque
ma de presença, não, as impressões
bem como a apos- de suas “andan-
ta em uma deman- ças”. Tempo de re-
da que fez com que esta publicação passasse lembrar a rotina (ou a falta dela), puxada no
de bimestral, para mensal. volante dos carros, nos assentos das aerona-
Estar “presente” implica percorrer as con- ves e nas proas das embarcações. Tempo de
tinentais distâncias de nosso país. Por terra, sorrir pelo trabalho bem feito e pela certeza
água e ar, as equipes se lançam em busca da de que este ano foi de muito trabalho, e que
essência que você vê impressa de forma isen- 2011 será ainda mais prodigioso.
ta e sincera nestas páginas. Somente este ano É tempo de desejar ao caro leitor, razão
percorremos apenas em território nacional de nossa existência, um Feliz Natal e um ano
380 mil quilômetros, desprezando nesta con- novo pleno de satisfação.
ta as milhas acumuladas (algo em torno de
mais de 400 trechos). Mais de um milhão de
quilômetros é pouco para traduzir a imensi-
dão e a diversidade do Brasil.
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100 RODOVIAS&VIAS