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painel Ano XVIII nº 245 agosto/ 2015

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto


AEAARP

A produção
de frutas
Em meio à vocação canavieira, produtores de frutas se
mantêm no mercado; a laranja ocupa o maior espaço
agrícola do segmento de fru‡cultura

DEBATE
Mobilidade no Fórum Permanente de
Debates Ribeirão Preto do Futuro

AVIAÇÃO
Arago da NASA mostra como uma peça
revolucionou o setor nos anos de 1970

ÁGUA
Pesquisa da USP demonstra viabilidade no
uso de esgoto tratado na irrigação agrícola
Editorial

Eng. civil
Carlos Alencastre

PARTICIPAR E MUDAR

A AEAARP realizou, no início deste mês, o curso Arborização Urbana e Poda,


cujo tema foi pauta da revista Painel de julho deste ano. Propus que o tema fosse
tratado também na coluna semanal CBN Sustentabilidade, para a qual colaboro
com a emissora de Ribeirão Preto. As repercussões, tanto do curso em si quanto
de minha par‡cipação na emissora de rádio, dão a medida do quanto este assunto
é importante e do quanto fazemos a diferença ao sermos protagonistas das ações
e na emissão de opiniões técnicas.
Para ter uma ideia, propus a pauta à emissora apenas uma vez. Porém, o volume
de ques‡onamentos foi tão grande que me pediram para falar de novo sobre o tema.
A repercussão dá a dimensão da responsabilidade que cada associado da AEAARP
deve ter com a comunidade onde vive, o circulo onde atua e a cidade onde mora.
Somos porta-vozes de um conhecimento técnico que é essencial para a sobrevivência
das pessoas e a qualidade de vida de todos.
É na dimensão desse compromisso que o Fórum Permanente de Debates Ribeirão
Preto do Futuro, liderado pelo colega engenheiro Wilson Luiz Laguna, vai intensifi-
car as discussões com a comunidade e com os técnicos para que a en‡dade possa
colaborar efe‡vamente para os rumos da cidade.
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
constatou, no levantamento realizado em uma cidade brasileira e outra portuguesa,
que a par‡cipação da população em decisões sobre urbanismo, além de respeitar
um preceito legal, confere à solução técnica a caracterís‡ca de respeito à realidade
das pessoas que vivem nos lugares a‡ngidos pelas decisões. Eles têm razão.
Desde 2006, o Fórum promove o diálogo entre técnicos e a comunidade, na busca
das soluções mais adequadas para problemas que podem atravancar o desenvolvi-
mento econômico, social e humano de nossa cidade. Naquele ano, a pauta principal
foi o Plano Diretor como um todo. Agora, a en‡dade reabre o espaço, inicialmente
com o foco em mobilidade urbana.
Esses debates resultam em colaborações para decisões importantes do município.
A história da nossa en‡dade está entranhada com a da cidade nessas questões. E a
história de cada um de nós também muda quando nos dispomos a estar próximos
dessas discussões e atuantes em nossas comunidades. O Brasil inteiro está demons-
trando o quanto a par‡cipação de todos faz a diferença.

Eng. civil Carlos Alencastre


Presidente
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700
Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br

Expediente Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre


Presidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge


1º Vice-presidente

Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho


2º Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONAL
Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho
Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho
Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin
Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves
Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite
ASSOCIAÇÃO
DIRETORIA FUNCIONAL
DE ENGENHARIA Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo
ARQUITETURA E Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto
AGRONOMIA DE Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi
RIBEIRÃO PRETO Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

DIRETORIA TÉCNICA
Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa
Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos
Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna
Conselheiros Titulares
Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres
Eng. civil Edgard Cury

Índice
Eng. civil Elpidio Faria Junior
Arq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do Amaral
Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr
Eng. agr. Gilberto Marques Soares
Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado
ESPECIAL 05 Eng. elet. Hideo Kumasaka
São Paulo é líder na produção de frutas Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo
Arq. Luiz Eduardo Siena Medeiros
Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima
URBANISMO 10 Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi
Entre a técnica e a vivência
Conselheiros Suplentes
Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo
TECNOLOGIA 12 Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos
Para economizar combustível no voo Eng. agr. Denizart Bolonhezi
Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho
Arq. e urb. Fernando de Souza Freire
INFORMÁTICA 16 Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro
Internet para apoiar o trabalho no campo
CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP
ARQUITETURA 17 Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves
Fórum terá 32 palestrantes de nove países
REVISTA PAINEL
Conselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres,
MECÂNICA 18 eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto -
Um carro que pode crescer e encolher
conselhoeditorial@aeaarp.org.br
Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,
DEBATE 20 cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br
Com o dedo na ferida Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br
Editora: Daniela Antunes – MTb 25679
SAÚDE 22 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044
Os cuidados preventivos necessidade e obrigação
Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719
Angela Soares - angela@aeaarp.org.br
ÁGUA 23
Irrigação com esgoto tratado aumenta a produtividade Tiragem: 3.000 exemplares
Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718
Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader
CREA-SP 24 Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
Para exercer a profissão em outra região, tire um visto
Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não
expressam, necessariamente, a opinião da revista.
ARTIGO 25
A exclusão da contribuição previdenciária sobre
Horário de funcionamento
as verbas de caráter indenizatório
AEAARP CREA
Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30
NOTAS E CURSOS 26 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
ESPECIAL 5

São Paulo é líder


na produção de frutas
Na região de Ribeirão Preto, produtores do setor têm foco
mais no comércio de mudas para paisagismo do que para a
indústria ou mercado consumidor interno

No passado, a região de Ribeirão na gestão do Estado fizeram o volume


Preto já teve expressiva produção de minguar nos úl‡mos anos. Os produ-
frutas. O avanço da cana-de-açúcar, tores da região investem em inovação
impulsionado pelo crescimento da in- e buscam um nicho comercial diferen-
dústria sucroenergé‡ca, e mudanças te. O Brasil é o terceiro maior produtor

AEAARP
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EDR Ribeirão Preto

Até 1997, a Divisão Re-


gional Agrícola (DIRA) de
Ribeirão Preto, ligada à
Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado
de São Paulo, abrangia cer-
ca de 80 municípios. Den-
tre eles, Itápolis, Barretos,
Araraquara, Bebedouro,
Franca, Batatais e Limeira
(SP). Com a ex‡nção des-
se departamento, foram
criados 40 Escritórios de
Desenvolvimento Rural
(EDRs), para onde foram
distribuídas as cidades que
integravam as várias divi-
sões regionais do estado.
Com a mudança, a região
agrícola de Ribeirão Preto
abrange apenas 19 municí-
pios. Nenhum deles tem a
de frutas do mundo, com 42,6 milhões o município, levando também esta†s-
fru‡cultura como principal
de toneladas, atrás apenas da China e ‡cas da produção de frutas. Por outro
produto do agronegócio.
da Índia. As regiões mais produtoras lado, a rentabilidade proporcionada pe-
são Sudeste, Nordeste e Sul. O estado los canaviais fez fru‡cultores migrarem
de São Paulo é líder, com 14,8 milhões suas produções para a cana. A an‡ga
de toneladas de frutas produzidas, DIRA foi conver‡da em escritórios re-
segundo dados da Secretaria de Agri- gionais (veja no box).
cultura e Abastecimento do Estado de Em 2014, a produção das principais Em 2014, o índice Valor da Produção
São Paulo. frutas na jurisdição do Escritório de De- Agropecuária (VPA), do estado de São
Em meados da década de 1990, uma senvolvimento Rural (EDR) de Ribeirão Paulo, analisou 53 itens agropecuários.
reorganização administra‡va da Secre- Preto, foi de aproximadamente R$ 56 A cana-de-açúcar foi o mais produzido
taria de Agricultura e Abastecimento do milhões. A produção de cana-de-açúcar no período. A laranja des‡nada à indús-
Estado de São Paulo ex‡nguiu a Divisão foi de R$ 1,6 bilhão, segundo levanta- tria ocupou o quinto lugar no levanta-
Regional Agrícola (DIRA) de Ribeirão mento do Ins‡tuto de Economia Agrí- mento, com produção de R$ 2,1 bilhões.
Preto. 61 municípios foram apagados cola (IEA) elaborado com exclusividade Esta é a única fruta que aparece entre
do mapa regional agrícola cuja sede era para a Painel. os 10 produtos de maior VPA do estado.

Revista Painel
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Cul‡vo da laranja

A cidade de Bebedouro (SP), que


está próxima a Ribeirão Preto, se des-
taca pela produção de laranja. No pas-
sado, porém, os números foram mais
expressivos. A reportagem da revista
Painel entrou em contato com dezenas
de produtores ligados ao Sindicato Ru-
ral de Bebedouro. Vários deles, entre-
tanto, ex‡nguiram a produção da fruta
e migraram para a cana. Outros estão
nesse processo.
O agrônomo Júlio Jacob é um dos
que investe em métodos inovadores de
explorar comercialmente o seu pomar.
Desenvolveu, com o auxílio de enge-
nheiros mecânicos e técnicos do setor,
um equipamento que descasca a fruta
e a embala. Dessa maneira, mantém
condições de ser consumida durante
15 dias. Ele negociou a produção com
a prefeitura de Bebedouro e passou a
fornecer o produto para as escolas do
município. Em sua indústria, são des-
cascadas e embaladas 160 mil laranjas
por dia.
Júlio, que é filho de citricultor e cus-
teou a faculdade comercializando laran-
jas produzidas pelo pai, foi além: come-
çou a comercializar também o suco da
laranja extraído da fruta sem a casca.
Está ganhando mercado.
Pragas e doenças são fatores que
dificultam o mercado, em sua ava-
liação. Júlio se classifica como um
apaixonado pela citricultura. Essa ca-
racterística traduz a inovação que ele
buscou para o seu negócio. “Precisa
ter dedicação, vontade e agregar va-
lor ao produto. O mercado é compli-
cado”, diz.

AEAARP
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fensivos agrícolas. Ele comen-


ta que o citrus tem viabilidade
econômica apenas para pe-
quenos produtores – aqueles
que cul‡vam até 10 hectares –
ou para os grandes. “O médio
produtor está falindo”.

Citricultura Nota 10
Em julho deste ano, a Secretaria
de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, por meio
do Ins‡tuto Agronômico de Cam-
Citrus x cana pinas (IAC), lançou o programa Ci-
A citricultura é um dos maiores desta- tricultura Nota 10, com o obje‡vo
ques da agroindústria brasileira, responsá- de disponibilizar aos citricultores
vel por 60% da produção mundial de suco variedades selecionadas por um
Imagens da implantação de um pomar com plantio
de laranja. Anualmente, são colhidas mais programa de melhoramento ge- adensado e irrigado por gotejo
de 18 milhões de toneladas de laranja no né‡co do IAC para a criação dos Foto: Carlos Eduardo Prudente

país, segundo o Ministério da Agricultura, pomares. Os materiais têm ap‡-


As indústrias que usam citrus como
Pecuária e Abastecimento (MAPA). dão para o mercado de fruta in
matéria-prima são autossuficientes na
Em Terra Roxa (SP), cidade a 31 km de natura. Os 60 itens foram selecio-
produção. Por esse mo‡vo, nos úl‡mos
Bebedouro, a produção de laranja tam- nados no Banco de Germoplasma
anos houve queda na demanda pelo
bém tem destaque na economia local. do IAC, um dos mais importantes
produto. “Éramos mais de 26 mil produ-
Carlos Eduardo Prudente é administra- do mundo, que conta com mais
tores de laranja no estado de São Paulo
dor de empresas e trabalha com pro- de 1.700 acessos e mais de mil hí-
e sul de Minas Gerais. Hoje somos, no
dução de citrus há 30 anos. O negócio bridos de copas e porta-enxertos.
máximo, seis mil”. Os principais clien-
começou em 1962, na Fazenda da Prata, Os interessados devem se cadas-
tes da Fazenda da Prata são Cutrale, Ci-
sob o comando de seu pai. Os 900 hec- trar no programa até dezembro
trosuco, Citrovita e Louis Dreyfus. Para
tares que antes eram des‡nados exclusi- de 2015, através do Centro de
reverter a situação, Carlos diversificou
vamente à produção de citrus cederam Citricultura: citriculturanota10@
a clientela e passou a atender outros
lugar a outra cultura: 800 hectares hoje centrodecitricultura.br ou www.
mercados consumidores que, segundo
têm cana e nos outros 100 hectares são centrodecitricultura.br.
ele, remuneram melhor. Ainda assim, o
cul‡vados com citrus. “Laranja não dá volume negociado é menor do que em
lucro, é um péssimo negócio. Você con- Carlos chegou a ter 110 funcionários e relação às indústrias.
segue faturamento através da cana”, diz. já produziu 450 mil caixas de laranja por Dentre as mudanças nesse mercado
“Um pé de laranja custa cerca de R$ ano. Hoje, produz cerca de 70 mil caixas nos úl‡mos anos, Carlos destaca a mi-
35 nos primeiros três anos de implan- por ano com nove funcionários. A queda gração para o uso de irrigação com bai-
tação e nesse período não temos ne- começou há 20 anos e acentuou a par‡r xo volume de água, através do sistema
nhum retorno financeiro”, explica Car- da década de 1990. “A média paulista de de gotejamento. As mudas, antes eram
los. O capital inves‡do é recuperado em produção de laranja está em torno de produzidas direto no chão e a céu aber-
um período que varia de 15 a 20 anos. 750 caixas por hectare. E hoje, é preciso to, hoje só podem crescer em estufas,
Segundo o produtor, o que encarece a produzir acima de 950 caixas por hecta- em recipientes próprios e com substra-
implantação são as pulverizações de de- re para ter um pequeno lucro”. tos especiais.

Revista Painel
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A tecnologia tem sido aliada da


fru‡cultura. Veja na área No`cias
do site da AEAARP a lista com 15 Mudas
cursos virtuais sobre produção de Em Santa Rita do Passa Quatro (SP),
frutas que apresentam técnicas o engenheiro agrônomo João Paulo Mi-
de produção, preparo das semen- chelan produz pelo menos 15 espécies
tes, formação das mudas, preparo diferentes de mudas de árvores fru†-
do solo, plan‡o, tratos culturais, feras, dentre elas jabu‡caba, pitanga,
principais pragas e doenças, co- jaca, jambo e carambola. Sua produ-
Mudas de citrus certificadas para plantio
lheita e comercialização. ção anual é de cerca de 2.000 mudas Foto: Carlos Eduardo Prudente
de jabu‡caba e de 200 a 300 mudas de
outras espécies. Assim como Ronaldo, Apesar do rigor técnico em relação
www.aeaarp.org.br
aeaarp.org João Paulo também aponta a seca como aos métodos de produção e de proteção
pior inimiga dos produtores de mudas. contra pragas nos pomares, não há uma
O faturamento principal de seu sí‡o polí‡ca nacional consistente que atenda
vem da produção de palmeiras orna- às necessidades desse setor. Luiz Rober-
Legislação mentais. Apenas 5.000 metros qua- to assumiu neste ano também a pre-
A produção de mudas de fru†fe- drados são des‡nados às mudas de sidência da Câmara Setorial da Cadeia
ras tem legislação própria. De acordo fru†feras. Sua produção atende aos pai- Produ‡va de Fru‡cultura, órgão ligado
com a Lei 10.711/2003, ins‡tuída pelo sagistas da região e àqueles que que- ao MAPA. Em 2011, o Ministério anun-
MAPA, as pessoas }sicas e jurídicas que rem uma árvore no quintal de casa. ciou a criação da Agenda Estratégica de
exerçam as a‡vidades de produção, be- Para Ronaldo, a mão de obra – que Fru‡cultura para o quinquênio 2010-
neficiamento, embalagem, armazena- precisa ser especializada –, embalagens, 2015. Na ocasião, as autoridades expres-
mento, análise, comércio, importação equipamentos de irrigação, mecanismos saram o obje‡vo de levantar dados das
e exportação de sementes e mudas de pulverização de defensivos agrícolas áreas agrícolas, safras, custos de produ-
devem se inscrever no Registro Nacio- e a energia elétrica encarecem a produ- ção, estoques, preços de mercado etc.,
nal de Sementes e Mudas (Renasem). O ção, que está longe de seu auge comer- o que deveria ter sido feito pela Câmara
registro é válido por três anos. cial. João Paulo ressalta que há 15 anos Setorial. Apesar de o prazo ter acabado,
Ficam isentos da inscrição no Rena- a concorrência e o custo eram menores. nada foi feito. À Painel, Luiz Roberto dis-
sem os agricultores familiares, os assen- Ele observa também que a procura por se que uma reunião em setembro deste
tados da reforma agrária e os indígenas mudas caiu nos úl‡mos três anos. ano alinharia a retomada do projeto. E,
que mul‡plicam sementes ou mudas desta vez, para o quinquênio 2015-2020.
para a distribuição, troca ou comercia- Produção brasileira
lização entre si. A Associação Brasileira dos Produtores O site do Ins‡tuto Brasileiro de
Já a Instrução Norma‡va 9/2005 defi- e Exportadores de Frutas e Derivados Geografia e Esta†s‡ca (IBGE) traz
ne alguns critérios da Lei no que diz res- (Abrafrutas) quer aumentar a receita da informações de áreas des‡nadas
peito ao material de propagação (vege- exportação de frutas em 10% ao ano nos à colheita, área colhida, quan‡-
ta‡va ou seminal) de muda de qualquer próximos cinco anos, além de incremen- dade produzida e valor da produ-
espécie. A norma também atribui aos tar o consumo no mercado interno. Em ção das lavouras permanentes de
estados a elaboração de procedimen- 2014, no entanto, a exportação registrou várias espécies de frutas. O úl‡-
tos rela‡vos à produção de sementes e receita de cerca de US$ 630 milhões ante mo levantamento feito pelo ins‡-
mudas, além da fiscalização do comércio US$ 650 milhões em 2013, segundo Luiz tuto foi em 2013. Veja o atalho na
estadual. Entende-se como processo de Roberto Barcelos, presidente da en‡da- área No`cias do site da AEAARP.
produção de mudas as seguintes etapas: de. A associação mira nos mercados dos
obtenção da planta básica e da planta Estados Unidos, Hong Kong, Rússia, Ale-
matriz, instalação do jardim clonal e de manha, Reino Unido, Espanha, França e www.aeaarp.org.br
aeaarp.org
borbulheira e a produção da muda em si. Emirados Árabes.

AEAARP
10 URBANISMO

Entre a técnica e
a vivência
Estudo realizado em duas cidades, uma no Brasil e outra
em Portugal, revela a importância da parScipação popular
em projetos de planejamento urbano

Pesquisadores do Grupo Novos Direitos Esta†s‡ca (IBGE), cerca de 85% da popu- em especial a atuação do Conselho Mu-
do Departamento de Ciências Ambientais lação brasileira vive em áreas urbanas. nicipal de Desenvolvimento Urbano.
da Universidade Federal de São Carlos “Em escala mundial essa ocupação já Os pesquisadores consideraram dife-
(UFSCar) avaliaram os instrumentos de ultrapassou metade da população, sen- rentes categorias de par‡cipação popu-
par‡cipação popular nas polí‡cas públi- do que o desenvolvimento das cidades lar para iden‡ficar qual o grau de envol-
cas de duas cidades, uma brasileira e ou- não acompanha esse con‡ngente. As vimento da população nas decisões do
tra europeia, para propor estratégias que necessidades da população urbana são poder público nas duas cidades.
melhorem o planejamento urbanís‡co grandes e a pressão sobre o meio am- “O que se observou é que há uma
por meio do envolvimento da população. biente também, exigindo-se um plane- pseudopar‡cipação, porque o envol-
O Estatuto da Cidade, lei federal de jamento que contemple a dignidade da vimento da população está restrito ao
2001 que regulamenta o capítulo da pessoa humana, jus‡ça social, seguran- mero acesso a informações disponibili-
Cons‡tuição Federal brasileira sobre ça, trabalho, educação, saúde, meio am- zadas pelo poder público sobre as inter-
polí‡ca urbana, tem como um de seus biente – e isso não é possível sem que a venções planejadas. Ainda que, especial-
princípios o planejamento par‡cipa‡vo, sociedade como um todo esteja envol- mente em Coimbra, haja alguma medida
cujo obje‡vo é garan‡r a inserção da po- vida no processo de planejar a cidade.” de incen‡vo à par‡cipação popular, não
pulação nas decisões de interesse públi- há garan‡as de que as opiniões da popu-
co. Mas isso ainda está longe de ser uma Pseudopar‡cipação lação serão incorporadas ou que influen-
realidade, na visão de Celso Maran de Em parceria com a Faculdade de Di- ciarão as tomadas de decisões”.
Oliveira, responsável pela pesquisa De- reito da Universidade de Coimbra, pes- Nesses casos, explica Maran, os argu-
mocracia par‡cipa‡va no direito urbanís- quisadores da UFSCar conduziram estu- mentos técnicos relacionados à decisão
‡co: estudo compara‡vo Brasil e Portugal dos que mediram o grau de par‡cipação costumam ser invocados para jus‡ficar
(U.E.), realizada com o apoio da FAPESP. popular em Coimbra e São Carlos, que a não incorporação das sugestões da
“Historicamente, as prá‡cas de ocu- realizavam ao mesmo tempo a revisão população.
pação do espaço urbano no Brasil não de seus planos diretores. “Essas sugestões precisam ser ponde-
contemplam a par‡cipação popular – “Além do momento pelo qual passa- radas, mas os mo‡vos para sua recusa
desde o século 16, com o uso do solo vam, as cidades possuem semelhanças precisam ser expressos e publicamente
urbano para fins de defesa militar e estruturais e contam com instrumentos fundamentados num relatório de pon-
exploração econômica de extra‡vismo de par‡cipação popular implementa- deração, que cons‡tui uma peça formal
vegetal, até os séculos seguintes, com a dos, porém diante de disposições legais do Plano Diretor”, afirma. Segundo Ma-
exploração do ouro e a exportação ca- diferentes”, explica Maran de Oliveira. ran, os relatórios de ponderação são
feeira, e mesmo nos dias atuais, ainda Além do processo de revisão do plano fruto de um ordenamento jurídico de
que a lei exija o contrário”, opina. diretor, a análise da par‡cipação popu- Portugal que poderia ser mais bem tra-
Para o pesquisador, a questão é urgen- lar nas polí‡cas públicas de São Carlos balhado no Brasil.
te dada a crescente ocupação dos espa- e Coimbra contemplou a avaliação de “Essas informações ficam armazena-
ços urbanos no país e no mundo. Segun- processos específicos relacionados ao das e expostas em plataforma pública,
do o Ins‡tuto Brasileiro de Geografia e planejamento urbano das duas cidades, informando a população do que foi

Revista Painel
11

requerido e com respostas formais do “Não é mais possível conceber a cria- cados em um capítulo do livro Novos di-
poder público sobre seu acatamento ção de planos urbanís‡cos somente na reitos - Cidades em crise?, organizado por
ou não, com as devidas jus‡fica‡vas. O esfera técnica, dissociadas da ampla di- Maran e que apresenta ainda estudos do
documento integra o relatório final para mensão polí‡ca da gestão, porque se a Grupo de Pesquisa CNPq/UFSCar Novos
formulação do Plano Diretor e confere sociedade civil não par‡cipa, direta ou Direitos e textos das palestras ministra-
maior transparência ao processo de indiretamente, dessas polí‡cas urbanís‡- das no 1º Congresso Novos Direitos - Ci-
par‡cipação popular”. Para o pesquisa- cas desde o momento da idealização, po- dades em Crise?, realizado pelo Departa-
dor, um dos problemas está na origem deremos presenciar algumas distorções mento de Ciências Ambientais da UFSCar
do desenvolvimento do Plano Diretor. na busca de interesses individuais, com no primeiro semestre deste ano.
“No ques‡onário que aplicamos com prejuízos a toda a sociedade local”, avalia.
as equipes técnicas do Plano Diretor de Os resultados da pesquisa foram publi- Fonte: Agência Fapesp
cada cidade, não foram abertos canais
para a par‡cipação da população. Dessa
forma, o Plano é conduzido distante dos Em 2006, quando o Fórum Permanente de Debates Ribeirão Preto do
anseios das pessoas, desconsiderando Futuro abriu as discussões sobre o Plano Diretor, o engenheiro Wilson
a obrigação legal de par‡cipação desde Luiz Laguna, que coordenou os trabalhos, convidou representantes de
sua formulação técnica”, avalia. bairros e lideranças comunitárias para expor suas necessidades e, des-
Segundo ele, conciliar conhecimentos ta formar, alinhar os requisitos técnicos às posições expressadas pelos
técnicos e empíricos, em uma atuação moradores de diversas regiões da cidade. O engenheiro anunciou que
conjunta entre os técnicos e a popula- está realizando essas reuniões no Fórum para dialogar sobre o Plano
ção, pode contribuir para um melhor Diretor e outras questões do município. Veja reportagem na página 20.
planejamento urbanís‡co.

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12 TECNOLOGIA

Para economizar
combustível no voo
A parSr do primeiro estudo, realizado nos anos de
1800, a aeronáuSca revolucionou a forma de voar
gastando menos combusRvel

O engenheiro mecânico Giulio Ro-


berto Azevedo Prado, conselheiro da
AEAARP, e o engenheiro aeronáu‡co
Maurício Pazini Brandão, do Ins‡tu-
to Tecnológico de Aeronáu‡ca (ITA),
traduziram o texto a seguir, publicado
originalmente na página de internet
da Agência Aeroespacial Americana
(NASA), paraEspécies adequadas
resgatar a origem de uma para a floresta urbana
peça instalada na ponta das asas dos
aviões – o winglet. O conceito foi desen-
volvido na Inglaterra nos anos de 1800.
Mas, só foi aplicado nos anos de 1970,
em razão da necessidade de economi-
zar combus†veis.

Vista em primeiro plano do winglet em aeronave de teste KC-135, com tufos anexados exibindo o fluxo de ar sobre a
superfície do winglet. (NASA Foto EC79-11481)

Revista Painel
13

Winglets (aletas) são extensões ver‡- Bene}cios dos winglets permi‡r que uma companhia aérea am-
cais de pontas das asas que melhoram Desde os anos 1970, quando o preço plie rotas e des‡nos.
a eficiência de consumo de combus†vel do combus†vel de aviação começou a au- Para produzir esses efeitos, o perfil
de uma aeronave e o alcance do voo mentar, companhias aéreas e fabricantes aerodinâmico do winglet é projetado
de cruzeiro. Projetados como peque- de aviões vêm considerando muitas ma- com a mesma atenção que o perfil das
nos aerofólios, reduzem o arrasto ae- neiras de melhorar a eficiência operacio- próprias asas. Melhorias de desempe-
rodinâmico associado aos vór‡ces que nal de suas aeronaves. Winglets tornou- nho geradas por winglets, no entanto,
se desenvolvem nas pontas das asas -se uma das tecnologias de economia de dependem de fatores tais como o pro-
quando o avião se move através do ar. combus†veis mais visíveis da indústria e jeto básico da aeronave, a eficiência do
Ao reduzir o arrasto da asa, o consumo seu uso con‡nua a se expandir. motor e até mesmo a al‡tude na qual a
de combus†vel cai e o alcance do voo é Winglets aumentam a eficiência ope- aeronave está operando.
ampliado. racional da aeronave, reduzindo o que Os formatos e tamanhos de winglets
Aeronaves de todos os ‡pos e tama- é chamado de arrasto induzido nas e os ângulos nos quais estes estão mon-
nhos voam com winglets – desde asas- pontas das asas. Uma asa de aeronave tados em relação às asas, diferem entre
-deltas e ultraleves de assento único até é projetada para gerar pressão nega‡- os diversos ‡pos e tamanhos de aviões.
jatos globais de fuselagem larga. Algu- va na super}cie superior (extradorso) Mas, todos eles representam melhoria
mas aeronaves são projetadas e fabri- e pressão posi‡va na super}cie inferior em eficiência. Em toda a indústria da
cadas com elegantes winglets voltados (intradorso), quando a aeronave se des- aviação, esses componentes são res-
para cima que se misturam com as se- loca para frente. Esta diferença de pres- ponsáveis pelo aumento das taxas de
ções externas da asa. são cria sustentação através da asa e a milhagem de até 7%.
O conceito originou-se com um es- aeronave é capaz de sair do chão e voar. Os fabricantes de aeronaves e os fa-
pecialista britânico em aerodinâmica Pressão desigual, no entanto, tam- bricantes de winglets também relatam
no final de 1800. Mas, a ideia perma- bém faz com que o ar em cada ponta da melhoria em parâmetros de desempe-
neceu na prancheta de projeto até que asa flua para fora ao longo do extrador- nho como velocidades de cruzeiro, ra-
reacendeu no início da década de 1970, so, em torno da ponta, e, para dentro, zão de subida e teto operacional.
pelo Dr. Richard Whitcomb, quando o ao longo do intradorso, produzindo um O uso de winglets em toda a indústria
preço do combus†vel de aviação come- turbilhão de ar chamado de vór‡ce de da aviação nos EUA e no exterior está
çou a espiral ascendente. ponta de asa. O efeito desses vór‡ces é em constante crescimento. Além de
Richard, um notável engenheiro aero- o aumento do arrasto aerodinâmico e aparecerem em asas-deltas sem motor,
náu‡co no centro de pesquisa da NASA a redução da sustentação, o que resul- construtores de planadores em todo o
Langley, refinou o conceito do winglet ta em menor eficiência de voo e custos mundo têm incluído blended winglets
com testes em túnel aerodinâmico e es- operacionais mais elevados com o au- (ligados às asas por super}cies suaves
tudos computacionais. Em seguida, ele mento do consumo de combus†veis. em vez de ângulos abruptos) nos seus
previu que aeronaves de transporte com Winglets, que são aerofólios que projetos e os planadores estão silencio-
winglets poderiam melhorar a eficiência operam apenas como um veleiro ma- samente indo mais longe do que nunca.
de cruzeiro entre 6% e 9%. Um progra- nobrando contra o vento, produzem Jatos execu‡vos atuais equipados
ma de ensaios de voo usando essa peça, redução da intensidade dos vór‡ces de com winglets também representam um
no Centro de Pesquisa de Voo Dryden da ponta de asa. Vór‡ces mais fracos sig- mercado em rápido crescimento dentro
NASA em 1979-80, validou a pesquisa nificam menos arrasto e restauração da da própria indústria da aviação. Muitas
de Richard. A aeronave de teste – uma sustentação. A melhoria da eficiência empresas de aviação usam como ma-
versão militar do jato comercial Boeing da asa se traduz em maior carga ú‡l, rke‡ng que seus produtos que usam
707 – registrou redução da taxa de con- menor consumo de combus†vel e um esse componente ajudam a aumentar a
sumo de combus†vel de 6,5%. maior alcance de cruzeiro, o que pode velocidade de rolamento de aeronaves

AEAARP
14

rasto através da interação com a circu-


lação do fluxo de ar nas pontas das asas
e vór‡ces.
Os estudos realizados no NASA Lan-
gley também incluíram testes de um
modelo de DC-10 em um túnel aero-
dinâmico, os quais mostraram que os
winglets reduziram o arrasto global de
5% em comparação com o modelo sem
esses disposi‡vos. Estes testes foram
seguidos por um estudo de engenharia
da Boeing de um 747 com winglets, com
Um dos muitos McDonnell Douglas (agora Boeing) aeronaves MD-11 construído com winglets em voo baixo sobre a uma previsão de que poderia implicar
Base Aérea de Edwards durante uma demonstração do sistema de controle de voo. (NASA Foto EC95 43.355-2)
uma redução de arrasto de 4%. Essas
conclusões posi‡vas, juntamente com o
trabalho de Whitcomb, levaram a Força
e reduzir as velocidades de aproxima- Dryden para estudar tecnologias de Aérea dos EUA a considerar a possibili-
ção e de decolagem. construção de aviões caça de alto de- dade de instalação de winglets em avi-
Winglets agora são bastante comuns sempenho. Cada um dos veículos em ões de transporte KC-135 e C-14.
em grandes jatos. As peças chegam a escala reduzida ‡nha blended winglets O programa de ensaios em voo com
ter quase dois metros de altura. O pri- que geraram dados para um programa winglets reuniu a NASA, a Força Aérea
meiro jato de grande porte a levar a que tem ajudado no desenvolvimento dos Estados Unidos e a Boeing. Come-
inovação para o ar foi o MD-11, origi- de muitas aeronaves militares, comer- çou com estudos de configuração e tra-
nalmente projetado e construído pela ciais e execu‡vas. balho contratual para projetar e fabri-
McDonnell-Douglas e agora parte da car os espécimes de teste que mediram
família aeroespacial Boeing. Testando Winglets 2,74 metros de altura e 1,82 metros de
Os mais importantes fabricantes de O programa de ensaios em voo rea- largura na base. Estudos em túnel ae-
aeronaves, como a Airbus Industries, lizado no Centro Dryden da NASA em rodinâmico foram realizados no NASA
estão fazendo uso de winglets nos mo- 1979-80 foi precedido por vários anos Langley, onde pesquisadores testaram
delos da série 300 de aviões. de testes em túneis aerodinâmicos e os modelos de winglets em várias ve-
As primeiras aeronaves amadoras por estudos analí‡cos conduzidos pelo locidades e também em uma varieda-
com winglets no mercado de aviação Dr. Richard Whitcomb no Centro Lan- de de configurações de aba e aileron
em geral foram os modelos Vari-Eze e gley da NASA. (uma super}cie ar‡culada no bordo de
Long-Eze personalizados por Burt Ru- Richard ‡nha estudado o conceito fuga da asa de um avião que serve para
tan, um pioneiro em inovações no pro- winglet, originalmente desenvolvido controlar o movimento de rolamento)
jeto de aeronaves. Agora, a maioria dos pelo especialista em aerodinâmica bri- para validar o trabalho de projeto. Os
kits de montagem de aeronaves ama- tânico FW Lancaster no final do século resultados em túnel aerodinâmico pre-
doras saindo de lojas, garagens e han- XIX. O conceito patenteado de Lancas- viram uma redução de arrasto de 6% da
gares ao redor do mundo exibem win- ter dizia que uma super}cie ver‡cal na aeronave de teste comparada com uma
glets de diferentes formas e tamanhos. ponta da asa poderia reduzir o arrasto. aeronave sem winglet.
Durante os anos 1979-1983, um par Richard levou esse conceito um passo A Força Aérea dos Estados Unidos
de aeronaves de teste pilotadas remo- adiante, tornando a super}cie ver‡cal forneceu a aeronave de teste KC-135.
tamente, chamadas Himat, voou em um aerofólio refinado que reduz o ar- Ela foi entregue para o Centro Dryden

Revista Painel
15

da NASA no final de 1977 para a ins- pressão do ar sobre as suas super}cies, velocidade de cruzeiro de cerca de 800
talação de sensores e gravadores que como elas afetaram a estabilidade e o km/h em al‡tudes de 9.144 a 10.668
obteriam os dados de desempenho em controle da aeronave de teste, suscep‡- metros, manobras de push-over e pull-
voo. Os winglets e os painéis da parte bilidade a buffe‡ng (oscilação irregular -up, derrapagem em estado estacioná-
externa das asas da aeronave de teste de uma parte de uma aeronave, causa- rio com o nariz da fuselagem tanto à
foram modificados a par‡r de maio de da pela turbulência) e flu~er (instabili- esquerda quanto à direita, curvas e in-
1979, criando um período de instalação dade aero elás‡ca) e redução de arras- clinações com aceleração e excitações
e verificação geral que culminou com o to. do profundor, leme e aileron para in-
primeiro voo de teste do programa em As condições de voo em que os dados ves‡gar condições de flu~er e buffe‡ng.
24 de julho de 1979. de teste foram ob‡dos incluíram uma Durante essas condições de teste, a
aeronave foi conduzida e se comportou
como previsto e esperado.
Entre os sete ângulos de enflecha-
mento e de incidência testados, a
combinação que produziu os melhores
resultados foi um ângulo de enflecha-
mento de 15 graus e um ângulo de inci-
dência de menos 4 graus.
Os resultados do teste verificaram
de maneira bem próxima as previsões
originais de Richard e os dados ob‡dos
nos estudos em túnel aerodinâmico
antes do voo: o uso de winglets na ae-
ronave de teste KC-135 reduziu a taxa
de consumo de combus†vel de 6,5%
- melhor do que os 6% originalmente
es‡mados pelos estudos em túnel ae-
rodinâmico.
Aeronave de testes KC-135 da Força Aérea em voo durante o estudo de winglets da NASA. (NASA Foto EC79-11484)

Durante o programa de ensaios – que


envolveu 48 voos – os winglets, projeta-
dos com um perfil aerodinâmico de uso
geral, que permaneceu o mesmo desde
a raiz até a ponta, podiam ser modifi-
cados para sete ângulos diferentes de
enflechamento e de incidência para dar
aos pesquisadores uma visão ampla de
seu desempenho em uma variedade de
condições de voo.
As principais áreas de estudo durante
o programa foram cargas aerodinâmi-
Desenho da linha de vórtices de extremidade das asas de avião, atrás de uma asa convencional (à esquerda) e de uma
cas sobre os winglets, distribuição de blended winglet (à direita).

AEAARP
16 INFORMÁTICA

Internet para apoiar


o trabalho no campo
Pesquisadores desenvolvem programa que será capaz de apoiar
produtores, profissionais de assistência técnica e extensão rural

A Empresa Brasileira de Pesquisa computação ubíqua. “Com o trabalho formação con‡nuada visando atender a
Agropecuária (Embrapa) e a Universi- de pesquisa, vamos gerar uma metodo- esse mercado”, ressalta.
dade Estadual de Campinas (Unicamp) logia para formular conteúdos adequa- O Departamento de Transferência de
estão desenvolvendo um programa de dos e executar microtreinamentos que Tecnologia (DTT) da Embrapa coordena
formação con‡nuada que irá oferecer, sirvam para qualificação dos profissio- um conjunto de estratégias que buscam
por meio de disposi‡vos móveis, conte- nais de assistência técnica, extensionis- facilitar a interação com a Agência Na-
údos e microtreinamentos sobre temas tas e agentes de transferência de tecno- cional de Assistência Técnica e Extensão
de interesse dos produtores rurais. O logia”, explica Marcia Izabel Fugisawa Rural (Anater) e a melhoria no aperfeiço-
obje‡vo é contribuir com a dissemina- Souza, analista da Embrapa. amento profissional dos extensionistas.
ção e a transferência de tecnologia para De acordo com o professor da Uni- “Precisamos de um olhar para nosso
agricultores e profissionais de assistên- camp Sérgio Ferreira do Amaral, o di- principal público, o produtor rural. Para
cia técnica e extensão rural. ferencial é a parceria para promover a isso, o extensionista deve nos ajudar a
O programa u‡lizará metodologia de integração no desenvolvimento tecno- perceber os gargalos que precisam ser
produção e organização de microcon- lógico e a inovação necessária no cam- superados. O produtor necessita desse
teúdo educacional e construirá um am- po. “Nosso obje‡vo é promover uma olhar, dessa intervenção da Embrapa,
biente computacional na internet base- educação inovadora, baseada em trans- em parceria com a extensão”, disse Mi-
ado nos conceitos de desenvolvimento ferência de tecnologia, e que dê subsí- chell Costa, supervisor do DTT.
de aplicações móveis, visualização e dios para a formulação de polí‡cas de Fonte: Agência Fapesp

Revista Painel
ARQUITETURA 17

Fórum terá
32 palestrantes
de nove países
A inscrição é gratuita
O Fórum Online de Arquitetura na com foco em capacitação para gestão e de arquitetos independentes ligados
América La‡na (FOAAL), que ocorre de marke‡ng. Os demais têm as seguintes direta ou indiretamente à docência e a
8 a 15 de setembro, terá palestras grava- discussões: como a arquitetura de inte- ins‡tuições de ensino superior.
das, que serão exibidas pela internet em riores respeita as necessidades humanas,
horário programado, e debates ao vivo, a arquitetura e urbanismo como o reflexo A inscrição para o Fórum é gratuita
em tempo real, sobre a produção la‡no- da cultura local, as cidades como espaços e pode ser feita no site do evento.
-americana e os caminhos da Arquitetura promotores da vida e a democra‡zação Veja detalhes na área de No`cias
e do Urbanismo. Os debatedores estarão dos espaços e a criação de oportunida- da página da AEAARP.
em seus países de origem, Chile, Argen- des sociais. Todas as palestras e debates
‡na, México e Brasil. serão transcritos pelos alunos das univer-
www.aeaarp.org.br
aarp.org
O Fórum Online de Arquitetura na sidades parceiras e publicadas em meio
América La‡na está dividido em cinco digital pela editora Nhamerica.
eixos temá‡cos. O primeiro é técnico, O Fórum é organizado por um grupo

AEAARP
18 MECÂNICA

Um carro que pode


crescer e encolher
Projeto inclui modelo de negócios e foi
desenvolvido em parceria com universidades
da Alemanha, Estados Unidos e Canadá

Maquete do carro da equipe Poli/USP

Os alunos da Escola Politécnica (Poli) “A reconfiguração, ainda uma novida- bicicleta em um ponto de distribuição e
da USP e de mais quatro universidades de, consiste em adequar o automóvel pode devolver em outro).
estrangeiras desenvolveram um veículo para mais de uma aplicação, como, por Os atuadores eletrônicos forçam o
reconfigurável e de uso compar‡lhado exemplo, transformando o veículo de módulo de expansão de forma a expan-
para a cidade de São Paulo. O projeto passageiros em veículo de carga. Esse é dir o veículo no sen‡do do comprimento
Opal é um modelo hatch, de duas por- um modo de atender demandas espe- e possibilita o aumento de espaço inter-
tas, que amplia a capacidade de pas- cíficas e variadas, usando a mesma fro- no para cargas e pessoas. A sustentação
sageiros, de três para cinco assentos ta”, explica o professor Marcelo Alves, e integridade do módulo em movimento
(e, portanto, as dimensões do veículo), do Centro de Engenharia Automo‡va são garan‡das por mecanismos simila-
quando o usuário desejar. A expansão da Poli. O uso compar‡lhado, por sua res aos usados em trilhos de montanha
da carenagem é feita por meio de atua- vez, já existe em vários mercados. Em russa. De 3,3 metros, quando está retra-
dores eletrônicos. A condição de veículo São Paulo, a prá‡ca vem sendo dissemi- ído, o veículo passa a ter aproximada-
reconfigurável facilita o uso compar‡- nada pelas bicicletas de cor laranja do mente 4 metros de comprimento com
lhado, pois possibilita atender pessoas projeto Bike Sampa, que facilitam o des- sua expansão. Além disso, possui altura
de diferentes demandas de mobilidade. locamento na cidade (o usuário re‡ra a de 1,7 metros e 2,1 metros de largura.

Revista Painel
Destine
16% do
valor
O Opal foi desenvolvido considerando
os resultados de pesquisa de mercado
des integrantes do PACE – Partners for
the Advancement of Collabora‡ve En-
da ART
realizada na capital paulista. Os alunos gineering Educa‡on, programa liderado
foram a campo e ouviram 500 pessoas,
entre os meses de outubro e novembro
de 2014. “Desse total, 77,1% responde-
pela General Motors para a educação de
engenharia.
A equipe que desenvolveu o Opal é
para a
AEAARP
ram que usam o carro sozinho ou com formada por alunos da Poli e de mais
mais uma pessoa, 62,3% vão de carro quatro universidades estrangeiras: Ho-
para o trabalho, e 76% mudam suas ne- chschule RheinMain University of Ap-
cessidades de uso do carro no decorrer plied Sciences (Alemanha), Howard Uni- (Associação de
da semana”, destaca Erich Sato, aluno versity (Estados Unidos), New Mexico Engenharia, Arquitetura
do 4º ano do curso de Engenharia Me- State University (Estados Unidos) e Uni- e Agronomia de
catrônica da Poli e líder da equipe res- versity of Ontario Ins‡tute of Technolo-
Ribeirão Preto)
ponsável pelo projeto. “A condição de gy (Canadá). A par‡r do lançamento do
veículo reconfigurável foi bem aceita desafio, no segundo semestre de 2014,
pelos jovens”, completa. A maioria das os alunos reuniram-se a distância, por
pessoas que responderam tem entre 19 meio da internet, para definir tarefas e
e 29 anos, público-alvo do projeto Opal. acompanhar o andamento do projeto.
O Brasil é o único país da América do
Modelo de negócios Sul que par‡cipa do PACE – a Poli ingres- Agora você escreve o nome
Os alunos também elaboraram um sou em 2005 como a primeira escola
da entidade e destina parte do
modelo de negócios para tornar viável brasileira selecionada pelo Programa. As
a implantação do Opal. O serviço de uso universidades são equipadas com sof- valor arrecadado pelo CREA-SP
compar‡lhado poderá ser u‡lizado pela tware e laboratórios, oferecidos pelas diretamente para a sua entidade
pessoa }sica e também para comple- empresas par‡cipantes no PACE. A Poli
mentar a frota de empresas. Outra novi- possui quatro laboratórios equipados
dade é que o consumidor poderá adquirir pelo Programa, com mais de 100 esta-
o Opal, com a condição de disponibilizar ções de trabalho e soxware para Com-
o carro, em determinados momentos, puter Aided Design (CAD), Computer Ai-
para o serviço de uso compar‡lhado, em ded Manufacturing (CAM) e Computer
formato semelhante à franquia. Aided Engineering (CAE), aplicados para
O projeto Opal está par‡cipando da conceber, projetar e fabricar veículos.
compe‡ção Global Vehicle Development
Contamos com sua
Project, promovida entre as universida- Fonte: Agência USP
colaboração!
20 DEBATE

Foto Fernando Battistetti

Com o dedo
na ferida
Fórum da AEAARP vai reunir técnicos e a sociedade
civil organizada para colher soluções e apontar as
Wilson Laguna
necessidades da população

O Fórum Permanente de Debates Ri- ca e aos vereadores”, explica. creta sobre a questão”, ressalta.
beirão Preto do Futuro, da AEAARP, ini- “Não podemos nos omi‡r quando Mobilidade urbana compreende um
ciou a rodada de reuniões que tem por vemos coisas erradas ou soluções mal- conjunto de ações e adequações que
obje‡vo debater a mobilidade urbana. -elaboradas nas polí‡cas públicas”, devem ser feitas na cidade para obe-
O engenheiro civil Wilson Luiz Laguna, ressalta Wilson. Em sua visão, o Fórum decer a disposições do Plano Diretor. É
presidente do Conselho Delibera‡vo da Permanente deve atrair profissionais da tema de uma das leis complementares
AEAARP e responsável pelo órgão, con- área tecnológica que contribuam com ao Plano que mais gera polêmica.
vidará especialistas e representantes soluções que possam ser adotadas pelo Há em Ribeirão Preto um processo de
de en‡dades e de bairros do município município, levando em consideração as licitação em andamento para a realização
para discu‡rem o tema. “Em um docu- necessidades da população. “Por isso, de obras de mobilidade u‡lizando recursos
mento, vamos condensar as propostas vamos reunir todos em debate público do Programa de Aceleração do Crescimen-
para apresentar à administração públi- que possa resultar em uma visão con- to (PAC). Wilson alerta para a importância

Revista Painel
21

do debate no âmbito da AEAARP: “para começa discu‡r polí‡ca pública e é isso ‡dade de u‡lidade pública. “Sobretudo,
garan‡r o recebimento das verbas as cida- o que nos interessa em termos de in- é nosso dever como cidadãos colaborar
des devem se adequar à Polí‡ca Nacional ves‡mento no futuro e na qualidade de em questões de polí‡cas públicas que
de Mobilidade Urbana e muitas ainda não vida da cidade”, explica Wilson. tenham consonância com o conheci-
fizeram isso. Nós podemos colaborar de Para o engenheiro civil Carlos Alencas- mento que temos sobre o tema”, diz.
forma significa‡va nesse sen‡do”. tre, presidente da AEAARP, os primeiros
encontros do Fórum sobre mobilidade Futuro
Introdução urbana demonstraram que as mudan- Wilson pretende pautar também dis-
As duas primeiras reuniões desse gru- ças sofridas pela cidade no decorrer dos cussões sobre o parcelamento, uso e
po do Fórum Permanente aconteceram anos representam grandes desafios de ocupação do solo de Ribeirão Preto e
com a par‡cipação da Diretoria e do gestão e de engenharia. “A conjunção o Código de Obras, além de outros te-
Conselho da AEAARP. Os engenheiros de ideias é saudável e indispensável mas que integram o Plano Diretor. “Esta
civis Abranche Fuad Abdo, secretário de para que possamos chegar a uma pro- é uma lei que deve beneficiar o maior
Obras Públicas da Prefeitura Municipal posta que efe‡vamente atenda às ne- número possível de pessoas e durante o
de Ribeirão Preto, e Ivo Colichio Junior, cessidades da população”, pondera. maior tempo possível”, ressalta. Quan-
foram convidados a falar sobre o tema Ele ressalta a função social da AEA- do foi criado, em 2006, o Fórum discu‡u
na en‡dade. ARP, estabelecida em leis municipal e e elaborou sugestões para o Plano Dire-
“Muita gente fica mo‡vada quando estadual, que a caracterizam como en- tor do município.

AEAARP
22 SAÚDE

Os cuidados preventivos
necessidade e obrigação
Urologia, o câncer da próstata é rastrea- européias. A tabela abaixo mostra o
do, através, principalmente, de exames protocolo mais frequentemente aceito
clínico e laboratorial. Na Pediatria, é o pelos profissionais médicos para a pre-
acompanhamento na puericultura que venção do câncer da mama:
vai monitorar todo o processo do desen- Faixa Etária Periodicidade da Mamografia
volvimento das crianças e adolescentes, 40 a 49 anos Mamografia a cada 2 anos
Dr.José Eduardo Moretti
para detectar patologias indesejáveis. 50 a 69 anos Mamografia anual
Ressaltamos que todo controle aci- Acima de 70 anos Mamografia a cada 2 anos
ma deve ser feito periodicamente e Filhas de portadoras Mamografia anual, sendo
Auditoria Médica independente de qualquer sintomato-
de Câncer de Mama a primeira aos 30 anos

As ações preven‡vas na manipulação logia; e enfa‡zamos que, na presença Algumas variações são possíveis,
das principais patologias que acome- de anormalidades, o médico deve ser sem que comprometam o resultado
tem as pessoas ganharam destaque, procurado imediatamente, a revelia dos final, que é a prevenção da doença.
não só porque promovem melhores protocolos de prevenção. Em relação ao câncer do colo do
resultados do ponto de vista da saúde, Dando con‡nuidade ao trabalho de útero, o exame citopatológico (Papa-
e são hoje mo‡vos de inves‡mentos orientação aos associados da AEAARP, nicolaou) é usado como estratégia de
pesados pelas operadoras de planos gostaríamos de apresentar alguns da- rastreamento, para mulheres acima
de saúde. Os custos da prevenção são, dos relacionados ao processo de pre- de 25 anos, que já ‡veram experiência
sem dúvida, muito menores do que venção na área de Ginecologia, mais sexual, prosseguindo até os 64 anos
aqueles das situações cura‡vas. direcionados ao câncer da mama e do de idade, anualmente, e interrompido
Na ro‡na médica, hoje, os profissio- colo do útero. após essa idade, quando ‡verem pelo
nais prestadores de serviço dedicam, O controle do câncer da mama deve menos dois exames nega‡vos conse-
felizmente, boa parte de seu tempo no priorizar a prevenção e a detecção pre- cu‡vos nos úl‡mos cinco anos.
atendimento dos usuários com o foco coce. Para a prevenção, devemos con- As mudanças culturais forçaram
na prevenção e, pelo outro lado, esses siderar os principais fatores passíveis muitos profissionais a anteciparem
usuários estão pactuados com todo de intervenção, que são a obesidade esse rastreamento, a‡ngindo mulhe-
trabalho preven‡vo desenvolvido. pós-menopausa e o tabagismo. Alguns res mais jovens, seis meses após sua
Basicamente, as especialidades fatores não passíveis de controle, como primeira experiência sexual.
envolvidas nesse atendimento são: idade, história de câncer mamário na Os estudos mostram que a anteci-
Cardiologia, Ginecologia, Urologia e família etc., devem servir de es†mulo pação desses exames é totalmente
Pediatria. maior para a realização de procedimen- desnecessária quando não houver
Na Cardiologia, o obje‡vo principal to preven‡vo rigoroso. sintomatologia.
é o controle da pressão arterial, e a O rastreamento do câncer de mama Com isso queremos fortalecer a ne-
iden‡ficação precoce dos hiperten- envolve três procedimentos: auto-exame, cessidade dos cuidados preven‡vos e
sos e das conseqüências para órgãos exame clínico do médico e mamografia. que eles sigam os protocolos preconi-
subme‡dos a regime de pressões Os profissionais prestadores seguem zados pelos profissionais prestadores.
elevadas. Na Ginecologia, o trabalho protocolos estabelecidos, principalmen-
preven‡vo tem como foco o câncer da te, pelas sociedades de sua especialida- José Eduardo MoreX - CRM 35.797
mama e o câncer do colo do útero. Na de, tanto nacionais como americanas e Auditoria Médica

Revista Painel
revistapainel
ÁGUA 23

Irrigação com esgoto tratado


aumenta a produtividade
Análises feitas durante 14 anos demonstram
economia em processos de irrigação

Técnica desenvolvida no Núcleo de subs‡tui a água doce na irrigação de


Pesquisa em Geoquímica e Geofísica certas culturas, o que possibilita a grande
da Litosfera (Nupegel) da USP, em Lins economia desse recurso.
e Piracicaba, demonstra economia de Segundo os pesquisadores, em prin-
água e de fer‡lizantes minerais nitroge- cípio, todos os ‡pos de tratamento de
nados com a irrigação de solos agrícolas esgoto podem ser usados na irrigação.
u‡lizando os resíduos do tratamento de No caso do projeto do Nupegel, foram
esgoto. Além disso, há ainda outros dois dois processos biológicos. O primeiro,
importantes resultados: a prá‡ca evita por lagoas de estabilização, no qual os
o descarte de águas residuais do trata- esgotos são degradados por bactérias
mento de esgoto diretamente em rios e u‡lizando energia solar. No segundo
e aumenta a produ‡vidade das culturas processo, chamado Sistema de Reatores
irrigadas com os efluentes. O setor agrí- Anaeróbios de Fluxo Ascendente com
cola é um dos que mais consome água.
Em um dos experimentos com cana-de-
-açúcar, a produção foi 60% maior que a
Manta de Iodo (UASB), o esgoto é tratado
em reatores que funcionam com energia
elétrica.
ANUNCIE
NA
média da produção sem irrigação para Segundo os pesquisadores, em pro-
o estado de São Paulo no ano avaliado, jetos de u‡lização de esgoto tratado na
segundo o professor Adolpho Melfi, irrigação de culturas, deve-se estar aten-
responsável pela pesquisa e coordena- to a possíveis modificações no ambiente,

PAINEL
dor do Nupegel. Na cultura de capim, posi‡vas ou nega‡vas. Por isso, foram
economizou-se de 32% a 81% da fer‡li- avaliados, nos diversos experimentos, os
zação nitrogenada mineral no ano mais impactos da irrigação nas propriedades
chuvoso (menos irrigação) e mais seco, físicas, químicas e físico-químicas do
respec‡vamente. “Em todos os casos, a solo, na produ‡vidade das plantas, no
irrigação com efluente aumentou [o ren- balanço nutricional e na fer‡lidade do
dimento da cultura] em relação àquele solo. Por fim, foi realizado um estudo
sem irrigação ou mesmo com irrigação sistemá‡co das emissões de gases de
com água”, conta Adolpho. efeito estufa pelos solos irrigados com
De acordo com os pesquisadores, o es- água e com efluente.
tudo é importante para o setor agrícola, o Há três pontos importantes para se
qual consome. O crescimento do agrone- ressaltar: os organismos que causam
gócio, principalmente em São Paulo, é um doenças presentes nos esgotos tratados
agravante da situação, pois faz com que não oferecem riscos pelo fato de as
o interesse por áreas irrigadas aumente, culturas irrigadas desta forma terem
uma vez que elas geram mais alimentos, obrigatoriamente de passar por pro-
fibras e combustíveis. A utilização de cessamentos industriais antes de serem

16 | 2102.1719
resíduos de esgotos tratados apresenta u‡lizadas pelo homem.
um grande potencial justamente porque
Fonte: Agência USP

angela@aeaarp.org.br
AEAARP
24 CREA-SP

Para exercer a profissão em outra região,


tire um visto
O ar‡go 69 da Lei nº 5.194/66, que - Participação em licitações: será tame. Esse ‡po de visto não tem validade
regulamenta as profissões nas áreas concedido até a validade da cer‡dão do para a execução de obras ou prestação
da Engenharia, Agronomia, Geologia, CREA de origem da empresa somente de serviços, cumprindo à pessoa jurídica,
Geografia e Meteorologia, determina para par‡cipação em licitações na juris- caso seja vencedora, solicitar seu visto
que somente poderão participar de dição do CREA onde será realizado o cer- para execução de obras.
licitações empresas e profissionais que
apresentem “visto do Conselho Regio-
nal da jurisdição onde a obra, o serviço Unidades dos CREAs
técnico ou projeto deva ser executado”.
Acre www.creaac.org.br (68) 3214 7550
Essa aplicação foi reforçada pela previsão
Alagoas www.crea-al.org.br (82) 2123 0852
con‡da no inciso I do ar‡go 30 da Lei
Amapá www.creaap.org.br (96) 3223 0318
nº 8.666/93, que autoriza o órgão ou
Amazonas www.crea-am.org.br (92) 2125 7171
en‡dade licitante a exigir, para fins de
Bahia www.creaba.org.br (71) 3453 8990
qualificação técnica dos interessados,
Ceará www.creace.org.br (85) 3453 5800
“registro ou inscrição na en‡dade pro-
Distrito Federal www.creadf.org.br (61) 3961 2800
fissional competente”.
Espírito Santo www.creaes.org.br (27) 3334 9900
Conforme Resolução 413/97 do CON-
Goiás www.crea-go.org.br (62) 3221 6200
FEA, a pessoa jurídica registrada em
Maranhão www.creama.org.br (98) 2106 8300
qualquer Conselho Regional, quando for
Mato Grosso www.crea-mt.org.br 0800 647 3033
exercer a‡vidades em caráter temporá-
Mato Grosso do Sul www.creams.org.br (67) 3368 1000
rio na jurisdição de outro Regional, fica
Minas Gerais www.crea-mg.org.br 0800 031 2732
obrigada a auten‡car nele o seu registro,
Pará www.creapa.com.br (91) 4006 5500
concedido para os seguintes efeitos e
Paraíba www.creapb.org.br (83) 3533 2525
prazos de validade:
Paraná www.crea-pr.org.br 0800 41 0067
- Execução de obras ou prestação de
Pernambuco www.creape.org.br (81) 3423 4383
serviços: não será superior a 180 dias e
Piauí www.crea-pi.org.br (86) 2107 9292
poderá ser concedido para a‡vidades
Roraima www.crearr.org.br (95) 3224 1392
parciais do objeto social da pessoa ju-
Rondônia www.crearo.org.br (69) 2181 1095
rídica. Será válido para exercer as a‡vi-
Rio de Janeiro www.crea-rj.org.br (21) 2179 2000 /
dades, com os respec‡vos responsáveis
2179 2007
técnicos, na jurisdição do CREA onde
Rio Grande do Norte www.crea-rn.org.br (84) 4006 7200
serão executadas as a‡vidades técnicas.
Rio Grande do Sul www.crea-rs.org.br (51) 3320 2100
O responsável técnico da pessoa jurídica
Santa Catarina www.crea-sc.org.br (48) 3331 2000
para cada a‡vidade a ser exercida na
São Paulo www.creasp.org.br 0800 17 18 11
nova região, deve estar registrado ou
Sergipe www.crea-se.org.br (79) 3234 3000
com o respec‡vo registro visado no con-
Tocan‡ns www.crea-to.org.br (69) 8413 3431
selho regional onde for requerido o visto.

Revista Painel
ARTIGO 25

A exclusão da
contribuição previdenciária
sobre as verbas de caráter indenizatório

te, ajuda de custo com mudança de local como base de cálculo da contribuição
de trabalho, diárias de viagem, auxílio previdenciária apenas as verbas de na-
educação de estagiário, par‡cipações do tureza salarial, na medida em que faz
lucro, despesas médicas, auxílio-doença, menção aos termos “remunerações” e
auxílio-acidente, creche paga para crian- “retribuir o trabalho”.
ças até 06 anos, salário-maternidade, Partindo dessas premissas legais e
entre outros. constitucionais, chega-se à conclusão
O centro do debate reside especial- de que as contribuições previdenciárias
mente na qualificação e correto enqua- devem incidir apenas sobre as verbas
dramento da natureza jurídica destas recebidas pelo empregado que possuam
Tiago Dourado
verbas, ou seja, em definir se elas são natureza salarial, a exemplo dos julgados
Advogado tributarista remuneratórias ou indenizatórias. proferidos pelo Superior Tribunal de
Para definir se uma verba possui ou Jus‡ça (Recurso Especial 1.230.957/SP
não natureza jurídica salarial, pouco e Embargos de Divergência em Recurso
O empresário é consciente de que importa o nome jurídico que se lhe atri- Especial nº 816829) e Supremo Tribunal
a alta carga tributária incidente sobre bua ou a definição jurídica dada pelos Federal (Recurso Extraordinário 478.410
todos os tipos de operações, seja in- par‡culares ou contribuintes e mesmo e Agravo Regimental no Agravo de Instru-
dustrial, comercial ou de prestação de pelo legislador ordinário. mento nº 712.880).
serviços, consome uma grande fa‡a do Num rápido raciocínio é possível afir- A empresa, portanto, que fizer o re-
faturamento e, na maioria das vezes, o mar que a remuneratória sempre estará colhimento de tais contribuições tem o
impede de realizar novas contratações vinculada à natureza contrapresta‡va do direito de ser res‡tuída do respec‡vo
ou até mesmo de inves‡r em qualificação trabalho, ao passo que as indenizatórias valor, a qual, no entanto, dar-se-á por
de seus funcionários. são aquelas parcelas econômicas pagas intermédio do ins‡tuto da compensação
Entretanto, há uma contribuição ao trabalhador sem o obje‡vo contra- com obrigações vincendas, o que ainda
em especial que vem sendo cobrada presta‡vo e que não se incorporam às assim se torna uma grande vantagem
de forma indevida. Trata-se, pois, da aposentadorias. econômica na modalidade recuperação
contribuição previdenciária suportada Iden‡ficada como natureza indeniza- de custos/despesa.
mensalmente pelas empresas e que, tória, a incidência da contribuição pre- Logo, não há que se falar em incidência
no entanto, tem passado despercebida. videnciária deve ser afastada, conforme de tal exação sobre verbas de natureza
Há muito tempo vem sendo discu‡da os ar‡go 195, I, “a” e 201, § 11, ambos diversa, aí se inserindo verbas indeniza-
no judiciário a incidência ou não de da Cons‡tuição Federal de 1988, que tórias, assistenciais e previdenciárias,
contribuição previdenciária sobre as revelam que só podem servir de base de cabendo à empresa que fizer o recolhi-
verbas de natureza indenizatória, como cálculo para a contribuição previdenciá- mento valer-se dos meios legais para
por exemplo: abonos de férias, salarial, ria as verbas de natureza salarial. reaver seu prejuízo decorrente do paga-
férias indenizadas, 1/3 cons‡tucional, O ar‡go 22, I, da Lei 8.212/91, por sua mento indevido da referida contribuição
indenizações por rescisão do contrato de vez, segue a mesma linha dos disposi‡- previdenciária, ainda que em forma de
trabalho, licença-prêmio, vale-transpor- vos cons‡tucionais acima, estabelecendo compensação.

AEAARP
26 NOTAS E CURSOS

INSTAPAINEL

Sonho de Ícaro é o nome que


o engenheiro Gustavo Barros
Sicchieri deu a esta foto, feita
por ele, no Aeroporto Leite
Lopes, em Ribeirão Preto, no
início da década passada. Foi
durante uma apresentação da
Esquadrilha da Fumaça.

Envie uma foto feita por você e ela


poderá ser publicada nesta coluna

ABNT publica norma para pavimentos permeáveis de concreto novos associados


A NBR 16416:2015 estabelece requisitos mínimos exigíveis ao projeto, especificação, Rafael Isidoro Tasinaffo
execução e manutenção de pavimentos permeáveis de concreto, moldados no local ou Estudante de engenharia de produção
Carlos Augusto Carnaval
construídos com reves‡mentos de peças de concreto intertravadas e placas de concreto. Estudante de engenharia civil
A norma‡va é resultado do projeto 18:600.10-001, elaborado pelo Comitê Brasileiro de Guilherme Pimentel Lima Souza
Cimento, Concreto e Agregados (CB-18) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Estudante de engenharia civil
para a criação do novo texto. A proposta entrará em vigor no dia 6 de setembro. Entre outros Gabriel Viana Peres
Estudante de engenharia civil
temas, a Norma apresenta as definições de pavimento, considerando aspectos exigidos
Heitor Rezende Souza Bastos
para a estrutura de acordo com o uso (tráfego leve e de pedestres) e permeabilidade para Estudante de engenharia civil
determinar as diretrizes para os projetos de pavimentos permeáveis de concreto. Henrique Makimoto
Fonte: PINIweb Estudante de engenharia civil
Marcos Gomes de Souza Júnior
Estudante de engenharia civil
Sistema eletrônico para controle de resíduos da construção civil Kamilla Marques RosseYo
Estudante de arquitetura
inicia operação em setembro em São Paulo Ronie Akio Nagai Sasaki
Estudante de arquitetura
A par‡r do mês de setembro, São Paulo contará com o sistema de Controle de Transporte
Rafael Lucas Bressan
de Resíduos (CTR) eletrônico, que terá que ser portado pelo transportador de resíduos da Estudante de arquitetura
construção civil (RCCs) para agilizar a troca de informações e coibir os descartes irregula- Brunno Benaa Naves - Estudante de agronomia
res de restos da construção nos pontos viciados. Por meio do documento, o caminhão ou Pedro Viana Benedini - Estudante de agronomia
caçamba poderá ser rastreado pelo município desde o ponto gerador até a sua unidade de Joaquim Lauro Sando - Estudante de agronomia
des‡nação, como aterros, áreas de transbordo e triagem (ATTs) ou de reciclagem. Ana Crisana de Souza Sauer - Engenheira civil
O serviço eletrônico da Prefeitura, que também permi‡rá que o munícipe ou o contratante Carlos Alberto Silva Roxo - Engenheiro civil
Welson James Pareschi - Engenheiro civil
do serviço entre na página da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) com o
Geraldo Theodoro Tristão
CPF, CNPJ ou com o número do CTR informado pelo transportador e verifique a des‡nação Engenheiro agrônomo
correta do resíduo. A medida pretende facilitar a fiscalização, que é realizada pela Amlurb, Gilmar de Matos Caldeira - Engenheiro mecânico
subprefeituras e Guarda Civil Metropolitana (GCM). João Baasta Galeani
Técnico em telecomunicações
Fonte: PINIweb Vitório Franchin - Técnico em eletrotécnica

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