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A produção
de frutas
Em meio à vocação canavieira, produtores de frutas se
mantêm no mercado; a laranja ocupa o maior espaço
agrícola do segmento de frucultura
DEBATE
Mobilidade no Fórum Permanente de
Debates Ribeirão Preto do Futuro
AVIAÇÃO
Arago da NASA mostra como uma peça
revolucionou o setor nos anos de 1970
ÁGUA
Pesquisa da USP demonstra viabilidade no
uso de esgoto tratado na irrigação agrícola
Editorial
Eng. civil
Carlos Alencastre
PARTICIPAR E MUDAR
DIRETORIA OPERACIONAL
Diretor Administrativo: eng. agr. Callil João Filho
Diretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria Filho
Diretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin
Diretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes Alves
Diretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite
ASSOCIAÇÃO
DIRETORIA FUNCIONAL
DE ENGENHARIA Diretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes Araújo
ARQUITETURA E Diretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto
AGRONOMIA DE Diretor Social: arq. e urb. Marta Benedini Vecchi
RIBEIRÃO PRETO Diretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino
DIRETORIA TÉCNICA
Agronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa
Arquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes Santos
Engenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro
CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna
Conselheiros Titulares
Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres
Eng. civil Edgard Cury
Índice
Eng. civil Elpidio Faria Junior
Arq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do Amaral
Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr
Eng. agr. Gilberto Marques Soares
Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado
ESPECIAL 05 Eng. elet. Hideo Kumasaka
São Paulo é líder na produção de frutas Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo
Arq. Luiz Eduardo Siena Medeiros
Arq. e urb. Maria Teresa Pereira Lima
URBANISMO 10 Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi
Entre a técnica e a vivência
Conselheiros Suplentes
Eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo
TECNOLOGIA 12 Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos
Para economizar combustível no voo Eng. agr. Denizart Bolonhezi
Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho
Arq. e urb. Fernando de Souza Freire
INFORMÁTICA 16 Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro
Internet para apoiar o trabalho no campo
CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARP
ARQUITETURA 17 Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves
Fórum terá 32 palestrantes de nove países
REVISTA PAINEL
Conselho Editorial: - eng. civil Arlindo Sicchieri, eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres,
MECÂNICA 18 eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto -
Um carro que pode crescer e encolher
conselhoeditorial@aeaarp.org.br
Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,
DEBATE 20 cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.br
Com o dedo na ferida Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - contato@textocomunicacao.com.br
Editora: Daniela Antunes – MTb 25679
SAÚDE 22 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044
Os cuidados preventivos necessidade e obrigação
Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719
Angela Soares - angela@aeaarp.org.br
ÁGUA 23
Irrigação com esgoto tratado aumenta a produtividade Tiragem: 3.000 exemplares
Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718
Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader
CREA-SP 24 Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
Para exercer a profissão em outra região, tire um visto
Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não
expressam, necessariamente, a opinião da revista.
ARTIGO 25
A exclusão da contribuição previdenciária sobre
Horário de funcionamento
as verbas de caráter indenizatório
AEAARP CREA
Das 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30
NOTAS E CURSOS 26 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
ESPECIAL 5
AEAARP
6
Revista Painel
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Culvo da laranja
AEAARP
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Citricultura Nota 10
Em julho deste ano, a Secretaria
de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, por meio
do Instuto Agronômico de Cam-
Citrus x cana pinas (IAC), lançou o programa Ci-
A citricultura é um dos maiores desta- tricultura Nota 10, com o objevo
ques da agroindústria brasileira, responsá- de disponibilizar aos citricultores
vel por 60% da produção mundial de suco variedades selecionadas por um
Imagens da implantação de um pomar com plantio
de laranja. Anualmente, são colhidas mais programa de melhoramento ge- adensado e irrigado por gotejo
de 18 milhões de toneladas de laranja no néco do IAC para a criação dos Foto: Carlos Eduardo Prudente
Revista Painel
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AEAARP
10 URBANISMO
Entre a técnica e
a vivência
Estudo realizado em duas cidades, uma no Brasil e outra
em Portugal, revela a importância da parScipação popular
em projetos de planejamento urbano
Pesquisadores do Grupo Novos Direitos Estasca (IBGE), cerca de 85% da popu- em especial a atuação do Conselho Mu-
do Departamento de Ciências Ambientais lação brasileira vive em áreas urbanas. nicipal de Desenvolvimento Urbano.
da Universidade Federal de São Carlos “Em escala mundial essa ocupação já Os pesquisadores consideraram dife-
(UFSCar) avaliaram os instrumentos de ultrapassou metade da população, sen- rentes categorias de parcipação popu-
parcipação popular nas polícas públi- do que o desenvolvimento das cidades lar para idenficar qual o grau de envol-
cas de duas cidades, uma brasileira e ou- não acompanha esse conngente. As vimento da população nas decisões do
tra europeia, para propor estratégias que necessidades da população urbana são poder público nas duas cidades.
melhorem o planejamento urbanísco grandes e a pressão sobre o meio am- “O que se observou é que há uma
por meio do envolvimento da população. biente também, exigindo-se um plane- pseudoparcipação, porque o envol-
O Estatuto da Cidade, lei federal de jamento que contemple a dignidade da vimento da população está restrito ao
2001 que regulamenta o capítulo da pessoa humana, jusça social, seguran- mero acesso a informações disponibili-
Constuição Federal brasileira sobre ça, trabalho, educação, saúde, meio am- zadas pelo poder público sobre as inter-
políca urbana, tem como um de seus biente – e isso não é possível sem que a venções planejadas. Ainda que, especial-
princípios o planejamento parcipavo, sociedade como um todo esteja envol- mente em Coimbra, haja alguma medida
cujo objevo é garanr a inserção da po- vida no processo de planejar a cidade.” de incenvo à parcipação popular, não
pulação nas decisões de interesse públi- há garanas de que as opiniões da popu-
co. Mas isso ainda está longe de ser uma Pseudoparcipação lação serão incorporadas ou que influen-
realidade, na visão de Celso Maran de Em parceria com a Faculdade de Di- ciarão as tomadas de decisões”.
Oliveira, responsável pela pesquisa De- reito da Universidade de Coimbra, pes- Nesses casos, explica Maran, os argu-
mocracia parcipava no direito urbanís- quisadores da UFSCar conduziram estu- mentos técnicos relacionados à decisão
co: estudo comparavo Brasil e Portugal dos que mediram o grau de parcipação costumam ser invocados para jusficar
(U.E.), realizada com o apoio da FAPESP. popular em Coimbra e São Carlos, que a não incorporação das sugestões da
“Historicamente, as prácas de ocu- realizavam ao mesmo tempo a revisão população.
pação do espaço urbano no Brasil não de seus planos diretores. “Essas sugestões precisam ser ponde-
contemplam a parcipação popular – “Além do momento pelo qual passa- radas, mas os movos para sua recusa
desde o século 16, com o uso do solo vam, as cidades possuem semelhanças precisam ser expressos e publicamente
urbano para fins de defesa militar e estruturais e contam com instrumentos fundamentados num relatório de pon-
exploração econômica de extravismo de parcipação popular implementa- deração, que constui uma peça formal
vegetal, até os séculos seguintes, com a dos, porém diante de disposições legais do Plano Diretor”, afirma. Segundo Ma-
exploração do ouro e a exportação ca- diferentes”, explica Maran de Oliveira. ran, os relatórios de ponderação são
feeira, e mesmo nos dias atuais, ainda Além do processo de revisão do plano fruto de um ordenamento jurídico de
que a lei exija o contrário”, opina. diretor, a análise da parcipação popu- Portugal que poderia ser mais bem tra-
Para o pesquisador, a questão é urgen- lar nas polícas públicas de São Carlos balhado no Brasil.
te dada a crescente ocupação dos espa- e Coimbra contemplou a avaliação de “Essas informações ficam armazena-
ços urbanos no país e no mundo. Segun- processos específicos relacionados ao das e expostas em plataforma pública,
do o Instuto Brasileiro de Geografia e planejamento urbano das duas cidades, informando a população do que foi
Revista Painel
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requerido e com respostas formais do “Não é mais possível conceber a cria- cados em um capítulo do livro Novos di-
poder público sobre seu acatamento ção de planos urbaníscos somente na reitos - Cidades em crise?, organizado por
ou não, com as devidas jusficavas. O esfera técnica, dissociadas da ampla di- Maran e que apresenta ainda estudos do
documento integra o relatório final para mensão políca da gestão, porque se a Grupo de Pesquisa CNPq/UFSCar Novos
formulação do Plano Diretor e confere sociedade civil não parcipa, direta ou Direitos e textos das palestras ministra-
maior transparência ao processo de indiretamente, dessas polícas urbanís- das no 1º Congresso Novos Direitos - Ci-
parcipação popular”. Para o pesquisa- cas desde o momento da idealização, po- dades em Crise?, realizado pelo Departa-
dor, um dos problemas está na origem deremos presenciar algumas distorções mento de Ciências Ambientais da UFSCar
do desenvolvimento do Plano Diretor. na busca de interesses individuais, com no primeiro semestre deste ano.
“No quesonário que aplicamos com prejuízos a toda a sociedade local”, avalia.
as equipes técnicas do Plano Diretor de Os resultados da pesquisa foram publi- Fonte: Agência Fapesp
cada cidade, não foram abertos canais
para a parcipação da população. Dessa
forma, o Plano é conduzido distante dos Em 2006, quando o Fórum Permanente de Debates Ribeirão Preto do
anseios das pessoas, desconsiderando Futuro abriu as discussões sobre o Plano Diretor, o engenheiro Wilson
a obrigação legal de parcipação desde Luiz Laguna, que coordenou os trabalhos, convidou representantes de
sua formulação técnica”, avalia. bairros e lideranças comunitárias para expor suas necessidades e, des-
Segundo ele, conciliar conhecimentos ta formar, alinhar os requisitos técnicos às posições expressadas pelos
técnicos e empíricos, em uma atuação moradores de diversas regiões da cidade. O engenheiro anunciou que
conjunta entre os técnicos e a popula- está realizando essas reuniões no Fórum para dialogar sobre o Plano
ção, pode contribuir para um melhor Diretor e outras questões do município. Veja reportagem na página 20.
planejamento urbanísco.
www.lopesesilva.net.br
INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÃO REDE
engenharia@lopesesilva.net.br SUBTERRÂNEA AEAARP
Para economizar
combustível no voo
A parSr do primeiro estudo, realizado nos anos de
1800, a aeronáuSca revolucionou a forma de voar
gastando menos combusRvel
Vista em primeiro plano do winglet em aeronave de teste KC-135, com tufos anexados exibindo o fluxo de ar sobre a
superfície do winglet. (NASA Foto EC79-11481)
Revista Painel
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Winglets (aletas) são extensões ver- Bene}cios dos winglets permir que uma companhia aérea am-
cais de pontas das asas que melhoram Desde os anos 1970, quando o preço plie rotas e desnos.
a eficiência de consumo de combusvel do combusvel de aviação começou a au- Para produzir esses efeitos, o perfil
de uma aeronave e o alcance do voo mentar, companhias aéreas e fabricantes aerodinâmico do winglet é projetado
de cruzeiro. Projetados como peque- de aviões vêm considerando muitas ma- com a mesma atenção que o perfil das
nos aerofólios, reduzem o arrasto ae- neiras de melhorar a eficiência operacio- próprias asas. Melhorias de desempe-
rodinâmico associado aos vórces que nal de suas aeronaves. Winglets tornou- nho geradas por winglets, no entanto,
se desenvolvem nas pontas das asas -se uma das tecnologias de economia de dependem de fatores tais como o pro-
quando o avião se move através do ar. combusveis mais visíveis da indústria e jeto básico da aeronave, a eficiência do
Ao reduzir o arrasto da asa, o consumo seu uso connua a se expandir. motor e até mesmo a altude na qual a
de combusvel cai e o alcance do voo é Winglets aumentam a eficiência ope- aeronave está operando.
ampliado. racional da aeronave, reduzindo o que Os formatos e tamanhos de winglets
Aeronaves de todos os pos e tama- é chamado de arrasto induzido nas e os ângulos nos quais estes estão mon-
nhos voam com winglets – desde asas- pontas das asas. Uma asa de aeronave tados em relação às asas, diferem entre
-deltas e ultraleves de assento único até é projetada para gerar pressão nega- os diversos pos e tamanhos de aviões.
jatos globais de fuselagem larga. Algu- va na super}cie superior (extradorso) Mas, todos eles representam melhoria
mas aeronaves são projetadas e fabri- e pressão posiva na super}cie inferior em eficiência. Em toda a indústria da
cadas com elegantes winglets voltados (intradorso), quando a aeronave se des- aviação, esses componentes são res-
para cima que se misturam com as se- loca para frente. Esta diferença de pres- ponsáveis pelo aumento das taxas de
ções externas da asa. são cria sustentação através da asa e a milhagem de até 7%.
O conceito originou-se com um es- aeronave é capaz de sair do chão e voar. Os fabricantes de aeronaves e os fa-
pecialista britânico em aerodinâmica Pressão desigual, no entanto, tam- bricantes de winglets também relatam
no final de 1800. Mas, a ideia perma- bém faz com que o ar em cada ponta da melhoria em parâmetros de desempe-
neceu na prancheta de projeto até que asa flua para fora ao longo do extrador- nho como velocidades de cruzeiro, ra-
reacendeu no início da década de 1970, so, em torno da ponta, e, para dentro, zão de subida e teto operacional.
pelo Dr. Richard Whitcomb, quando o ao longo do intradorso, produzindo um O uso de winglets em toda a indústria
preço do combusvel de aviação come- turbilhão de ar chamado de vórce de da aviação nos EUA e no exterior está
çou a espiral ascendente. ponta de asa. O efeito desses vórces é em constante crescimento. Além de
Richard, um notável engenheiro aero- o aumento do arrasto aerodinâmico e aparecerem em asas-deltas sem motor,
náuco no centro de pesquisa da NASA a redução da sustentação, o que resul- construtores de planadores em todo o
Langley, refinou o conceito do winglet ta em menor eficiência de voo e custos mundo têm incluído blended winglets
com testes em túnel aerodinâmico e es- operacionais mais elevados com o au- (ligados às asas por super}cies suaves
tudos computacionais. Em seguida, ele mento do consumo de combusveis. em vez de ângulos abruptos) nos seus
previu que aeronaves de transporte com Winglets, que são aerofólios que projetos e os planadores estão silencio-
winglets poderiam melhorar a eficiência operam apenas como um veleiro ma- samente indo mais longe do que nunca.
de cruzeiro entre 6% e 9%. Um progra- nobrando contra o vento, produzem Jatos execuvos atuais equipados
ma de ensaios de voo usando essa peça, redução da intensidade dos vórces de com winglets também representam um
no Centro de Pesquisa de Voo Dryden da ponta de asa. Vórces mais fracos sig- mercado em rápido crescimento dentro
NASA em 1979-80, validou a pesquisa nificam menos arrasto e restauração da da própria indústria da aviação. Muitas
de Richard. A aeronave de teste – uma sustentação. A melhoria da eficiência empresas de aviação usam como ma-
versão militar do jato comercial Boeing da asa se traduz em maior carga úl, rkeng que seus produtos que usam
707 – registrou redução da taxa de con- menor consumo de combusvel e um esse componente ajudam a aumentar a
sumo de combusvel de 6,5%. maior alcance de cruzeiro, o que pode velocidade de rolamento de aeronaves
AEAARP
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Revista Painel
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da NASA no final de 1977 para a ins- pressão do ar sobre as suas super}cies, velocidade de cruzeiro de cerca de 800
talação de sensores e gravadores que como elas afetaram a estabilidade e o km/h em altudes de 9.144 a 10.668
obteriam os dados de desempenho em controle da aeronave de teste, suscep- metros, manobras de push-over e pull-
voo. Os winglets e os painéis da parte bilidade a buffeng (oscilação irregular -up, derrapagem em estado estacioná-
externa das asas da aeronave de teste de uma parte de uma aeronave, causa- rio com o nariz da fuselagem tanto à
foram modificados a parr de maio de da pela turbulência) e flu~er (instabili- esquerda quanto à direita, curvas e in-
1979, criando um período de instalação dade aero elásca) e redução de arras- clinações com aceleração e excitações
e verificação geral que culminou com o to. do profundor, leme e aileron para in-
primeiro voo de teste do programa em As condições de voo em que os dados vesgar condições de flu~er e buffeng.
24 de julho de 1979. de teste foram obdos incluíram uma Durante essas condições de teste, a
aeronave foi conduzida e se comportou
como previsto e esperado.
Entre os sete ângulos de enflecha-
mento e de incidência testados, a
combinação que produziu os melhores
resultados foi um ângulo de enflecha-
mento de 15 graus e um ângulo de inci-
dência de menos 4 graus.
Os resultados do teste verificaram
de maneira bem próxima as previsões
originais de Richard e os dados obdos
nos estudos em túnel aerodinâmico
antes do voo: o uso de winglets na ae-
ronave de teste KC-135 reduziu a taxa
de consumo de combusvel de 6,5%
- melhor do que os 6% originalmente
esmados pelos estudos em túnel ae-
rodinâmico.
Aeronave de testes KC-135 da Força Aérea em voo durante o estudo de winglets da NASA. (NASA Foto EC79-11484)
AEAARP
16 INFORMÁTICA
A Empresa Brasileira de Pesquisa computação ubíqua. “Com o trabalho formação connuada visando atender a
Agropecuária (Embrapa) e a Universi- de pesquisa, vamos gerar uma metodo- esse mercado”, ressalta.
dade Estadual de Campinas (Unicamp) logia para formular conteúdos adequa- O Departamento de Transferência de
estão desenvolvendo um programa de dos e executar microtreinamentos que Tecnologia (DTT) da Embrapa coordena
formação connuada que irá oferecer, sirvam para qualificação dos profissio- um conjunto de estratégias que buscam
por meio de disposivos móveis, conte- nais de assistência técnica, extensionis- facilitar a interação com a Agência Na-
údos e microtreinamentos sobre temas tas e agentes de transferência de tecno- cional de Assistência Técnica e Extensão
de interesse dos produtores rurais. O logia”, explica Marcia Izabel Fugisawa Rural (Anater) e a melhoria no aperfeiço-
objevo é contribuir com a dissemina- Souza, analista da Embrapa. amento profissional dos extensionistas.
ção e a transferência de tecnologia para De acordo com o professor da Uni- “Precisamos de um olhar para nosso
agricultores e profissionais de assistên- camp Sérgio Ferreira do Amaral, o di- principal público, o produtor rural. Para
cia técnica e extensão rural. ferencial é a parceria para promover a isso, o extensionista deve nos ajudar a
O programa ulizará metodologia de integração no desenvolvimento tecno- perceber os gargalos que precisam ser
produção e organização de microcon- lógico e a inovação necessária no cam- superados. O produtor necessita desse
teúdo educacional e construirá um am- po. “Nosso objevo é promover uma olhar, dessa intervenção da Embrapa,
biente computacional na internet base- educação inovadora, baseada em trans- em parceria com a extensão”, disse Mi-
ado nos conceitos de desenvolvimento ferência de tecnologia, e que dê subsí- chell Costa, supervisor do DTT.
de aplicações móveis, visualização e dios para a formulação de polícas de Fonte: Agência Fapesp
Revista Painel
ARQUITETURA 17
Fórum terá
32 palestrantes
de nove países
A inscrição é gratuita
O Fórum Online de Arquitetura na com foco em capacitação para gestão e de arquitetos independentes ligados
América Lana (FOAAL), que ocorre de markeng. Os demais têm as seguintes direta ou indiretamente à docência e a
8 a 15 de setembro, terá palestras grava- discussões: como a arquitetura de inte- instuições de ensino superior.
das, que serão exibidas pela internet em riores respeita as necessidades humanas,
horário programado, e debates ao vivo, a arquitetura e urbanismo como o reflexo A inscrição para o Fórum é gratuita
em tempo real, sobre a produção lano- da cultura local, as cidades como espaços e pode ser feita no site do evento.
-americana e os caminhos da Arquitetura promotores da vida e a democrazação Veja detalhes na área de No`cias
e do Urbanismo. Os debatedores estarão dos espaços e a criação de oportunida- da página da AEAARP.
em seus países de origem, Chile, Argen- des sociais. Todas as palestras e debates
na, México e Brasil. serão transcritos pelos alunos das univer-
www.aeaarp.org.br
aarp.org
O Fórum Online de Arquitetura na sidades parceiras e publicadas em meio
América Lana está dividido em cinco digital pela editora Nhamerica.
eixos temácos. O primeiro é técnico, O Fórum é organizado por um grupo
AEAARP
18 MECÂNICA
Os alunos da Escola Politécnica (Poli) “A reconfiguração, ainda uma novida- bicicleta em um ponto de distribuição e
da USP e de mais quatro universidades de, consiste em adequar o automóvel pode devolver em outro).
estrangeiras desenvolveram um veículo para mais de uma aplicação, como, por Os atuadores eletrônicos forçam o
reconfigurável e de uso comparlhado exemplo, transformando o veículo de módulo de expansão de forma a expan-
para a cidade de São Paulo. O projeto passageiros em veículo de carga. Esse é dir o veículo no sendo do comprimento
Opal é um modelo hatch, de duas por- um modo de atender demandas espe- e possibilita o aumento de espaço inter-
tas, que amplia a capacidade de pas- cíficas e variadas, usando a mesma fro- no para cargas e pessoas. A sustentação
sageiros, de três para cinco assentos ta”, explica o professor Marcelo Alves, e integridade do módulo em movimento
(e, portanto, as dimensões do veículo), do Centro de Engenharia Automova são garandas por mecanismos simila-
quando o usuário desejar. A expansão da Poli. O uso comparlhado, por sua res aos usados em trilhos de montanha
da carenagem é feita por meio de atua- vez, já existe em vários mercados. Em russa. De 3,3 metros, quando está retra-
dores eletrônicos. A condição de veículo São Paulo, a práca vem sendo dissemi- ído, o veículo passa a ter aproximada-
reconfigurável facilita o uso compar- nada pelas bicicletas de cor laranja do mente 4 metros de comprimento com
lhado, pois possibilita atender pessoas projeto Bike Sampa, que facilitam o des- sua expansão. Além disso, possui altura
de diferentes demandas de mobilidade. locamento na cidade (o usuário rera a de 1,7 metros e 2,1 metros de largura.
Revista Painel
Destine
16% do
valor
O Opal foi desenvolvido considerando
os resultados de pesquisa de mercado
des integrantes do PACE – Partners for
the Advancement of Collaborave En-
da ART
realizada na capital paulista. Os alunos gineering Educaon, programa liderado
foram a campo e ouviram 500 pessoas,
entre os meses de outubro e novembro
de 2014. “Desse total, 77,1% responde-
pela General Motors para a educação de
engenharia.
A equipe que desenvolveu o Opal é
para a
AEAARP
ram que usam o carro sozinho ou com formada por alunos da Poli e de mais
mais uma pessoa, 62,3% vão de carro quatro universidades estrangeiras: Ho-
para o trabalho, e 76% mudam suas ne- chschule RheinMain University of Ap-
cessidades de uso do carro no decorrer plied Sciences (Alemanha), Howard Uni- (Associação de
da semana”, destaca Erich Sato, aluno versity (Estados Unidos), New Mexico Engenharia, Arquitetura
do 4º ano do curso de Engenharia Me- State University (Estados Unidos) e Uni- e Agronomia de
catrônica da Poli e líder da equipe res- versity of Ontario Instute of Technolo-
Ribeirão Preto)
ponsável pelo projeto. “A condição de gy (Canadá). A parr do lançamento do
veículo reconfigurável foi bem aceita desafio, no segundo semestre de 2014,
pelos jovens”, completa. A maioria das os alunos reuniram-se a distância, por
pessoas que responderam tem entre 19 meio da internet, para definir tarefas e
e 29 anos, público-alvo do projeto Opal. acompanhar o andamento do projeto.
O Brasil é o único país da América do
Modelo de negócios Sul que parcipa do PACE – a Poli ingres- Agora você escreve o nome
Os alunos também elaboraram um sou em 2005 como a primeira escola
da entidade e destina parte do
modelo de negócios para tornar viável brasileira selecionada pelo Programa. As
a implantação do Opal. O serviço de uso universidades são equipadas com sof- valor arrecadado pelo CREA-SP
comparlhado poderá ser ulizado pela tware e laboratórios, oferecidos pelas diretamente para a sua entidade
pessoa }sica e também para comple- empresas parcipantes no PACE. A Poli
mentar a frota de empresas. Outra novi- possui quatro laboratórios equipados
dade é que o consumidor poderá adquirir pelo Programa, com mais de 100 esta-
o Opal, com a condição de disponibilizar ções de trabalho e soxware para Com-
o carro, em determinados momentos, puter Aided Design (CAD), Computer Ai-
para o serviço de uso comparlhado, em ded Manufacturing (CAM) e Computer
formato semelhante à franquia. Aided Engineering (CAE), aplicados para
O projeto Opal está parcipando da conceber, projetar e fabricar veículos.
compeção Global Vehicle Development
Contamos com sua
Project, promovida entre as universida- Fonte: Agência USP
colaboração!
20 DEBATE
Com o dedo
na ferida
Fórum da AEAARP vai reunir técnicos e a sociedade
civil organizada para colher soluções e apontar as
Wilson Laguna
necessidades da população
O Fórum Permanente de Debates Ri- ca e aos vereadores”, explica. creta sobre a questão”, ressalta.
beirão Preto do Futuro, da AEAARP, ini- “Não podemos nos omir quando Mobilidade urbana compreende um
ciou a rodada de reuniões que tem por vemos coisas erradas ou soluções mal- conjunto de ações e adequações que
objevo debater a mobilidade urbana. -elaboradas nas polícas públicas”, devem ser feitas na cidade para obe-
O engenheiro civil Wilson Luiz Laguna, ressalta Wilson. Em sua visão, o Fórum decer a disposições do Plano Diretor. É
presidente do Conselho Deliberavo da Permanente deve atrair profissionais da tema de uma das leis complementares
AEAARP e responsável pelo órgão, con- área tecnológica que contribuam com ao Plano que mais gera polêmica.
vidará especialistas e representantes soluções que possam ser adotadas pelo Há em Ribeirão Preto um processo de
de endades e de bairros do município município, levando em consideração as licitação em andamento para a realização
para discurem o tema. “Em um docu- necessidades da população. “Por isso, de obras de mobilidade ulizando recursos
mento, vamos condensar as propostas vamos reunir todos em debate público do Programa de Aceleração do Crescimen-
para apresentar à administração públi- que possa resultar em uma visão con- to (PAC). Wilson alerta para a importância
Revista Painel
21
do debate no âmbito da AEAARP: “para começa discur políca pública e é isso dade de ulidade pública. “Sobretudo,
garanr o recebimento das verbas as cida- o que nos interessa em termos de in- é nosso dever como cidadãos colaborar
des devem se adequar à Políca Nacional vesmento no futuro e na qualidade de em questões de polícas públicas que
de Mobilidade Urbana e muitas ainda não vida da cidade”, explica Wilson. tenham consonância com o conheci-
fizeram isso. Nós podemos colaborar de Para o engenheiro civil Carlos Alencas- mento que temos sobre o tema”, diz.
forma significava nesse sendo”. tre, presidente da AEAARP, os primeiros
encontros do Fórum sobre mobilidade Futuro
Introdução urbana demonstraram que as mudan- Wilson pretende pautar também dis-
As duas primeiras reuniões desse gru- ças sofridas pela cidade no decorrer dos cussões sobre o parcelamento, uso e
po do Fórum Permanente aconteceram anos representam grandes desafios de ocupação do solo de Ribeirão Preto e
com a parcipação da Diretoria e do gestão e de engenharia. “A conjunção o Código de Obras, além de outros te-
Conselho da AEAARP. Os engenheiros de ideias é saudável e indispensável mas que integram o Plano Diretor. “Esta
civis Abranche Fuad Abdo, secretário de para que possamos chegar a uma pro- é uma lei que deve beneficiar o maior
Obras Públicas da Prefeitura Municipal posta que efevamente atenda às ne- número possível de pessoas e durante o
de Ribeirão Preto, e Ivo Colichio Junior, cessidades da população”, pondera. maior tempo possível”, ressalta. Quan-
foram convidados a falar sobre o tema Ele ressalta a função social da AEA- do foi criado, em 2006, o Fórum discuu
na endade. ARP, estabelecida em leis municipal e e elaborou sugestões para o Plano Dire-
“Muita gente fica movada quando estadual, que a caracterizam como en- tor do município.
AEAARP
22 SAÚDE
Os cuidados preventivos
necessidade e obrigação
Urologia, o câncer da próstata é rastrea- européias. A tabela abaixo mostra o
do, através, principalmente, de exames protocolo mais frequentemente aceito
clínico e laboratorial. Na Pediatria, é o pelos profissionais médicos para a pre-
acompanhamento na puericultura que venção do câncer da mama:
vai monitorar todo o processo do desen- Faixa Etária Periodicidade da Mamografia
volvimento das crianças e adolescentes, 40 a 49 anos Mamografia a cada 2 anos
Dr.José Eduardo Moretti
para detectar patologias indesejáveis. 50 a 69 anos Mamografia anual
Ressaltamos que todo controle aci- Acima de 70 anos Mamografia a cada 2 anos
ma deve ser feito periodicamente e Filhas de portadoras Mamografia anual, sendo
Auditoria Médica independente de qualquer sintomato-
de Câncer de Mama a primeira aos 30 anos
As ações prevenvas na manipulação logia; e enfazamos que, na presença Algumas variações são possíveis,
das principais patologias que acome- de anormalidades, o médico deve ser sem que comprometam o resultado
tem as pessoas ganharam destaque, procurado imediatamente, a revelia dos final, que é a prevenção da doença.
não só porque promovem melhores protocolos de prevenção. Em relação ao câncer do colo do
resultados do ponto de vista da saúde, Dando connuidade ao trabalho de útero, o exame citopatológico (Papa-
e são hoje movos de invesmentos orientação aos associados da AEAARP, nicolaou) é usado como estratégia de
pesados pelas operadoras de planos gostaríamos de apresentar alguns da- rastreamento, para mulheres acima
de saúde. Os custos da prevenção são, dos relacionados ao processo de pre- de 25 anos, que já veram experiência
sem dúvida, muito menores do que venção na área de Ginecologia, mais sexual, prosseguindo até os 64 anos
aqueles das situações curavas. direcionados ao câncer da mama e do de idade, anualmente, e interrompido
Na rona médica, hoje, os profissio- colo do útero. após essa idade, quando verem pelo
nais prestadores de serviço dedicam, O controle do câncer da mama deve menos dois exames negavos conse-
felizmente, boa parte de seu tempo no priorizar a prevenção e a detecção pre- cuvos nos úlmos cinco anos.
atendimento dos usuários com o foco coce. Para a prevenção, devemos con- As mudanças culturais forçaram
na prevenção e, pelo outro lado, esses siderar os principais fatores passíveis muitos profissionais a anteciparem
usuários estão pactuados com todo de intervenção, que são a obesidade esse rastreamento, angindo mulhe-
trabalho prevenvo desenvolvido. pós-menopausa e o tabagismo. Alguns res mais jovens, seis meses após sua
Basicamente, as especialidades fatores não passíveis de controle, como primeira experiência sexual.
envolvidas nesse atendimento são: idade, história de câncer mamário na Os estudos mostram que a anteci-
Cardiologia, Ginecologia, Urologia e família etc., devem servir de esmulo pação desses exames é totalmente
Pediatria. maior para a realização de procedimen- desnecessária quando não houver
Na Cardiologia, o objevo principal to prevenvo rigoroso. sintomatologia.
é o controle da pressão arterial, e a O rastreamento do câncer de mama Com isso queremos fortalecer a ne-
idenficação precoce dos hiperten- envolve três procedimentos: auto-exame, cessidade dos cuidados prevenvos e
sos e das conseqüências para órgãos exame clínico do médico e mamografia. que eles sigam os protocolos preconi-
submedos a regime de pressões Os profissionais prestadores seguem zados pelos profissionais prestadores.
elevadas. Na Ginecologia, o trabalho protocolos estabelecidos, principalmen-
prevenvo tem como foco o câncer da te, pelas sociedades de sua especialida- José Eduardo MoreX - CRM 35.797
mama e o câncer do colo do útero. Na de, tanto nacionais como americanas e Auditoria Médica
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ÁGUA 23
PAINEL
dor do Nupegel. Na cultura de capim, posivas ou negavas. Por isso, foram
economizou-se de 32% a 81% da ferli- avaliados, nos diversos experimentos, os
zação nitrogenada mineral no ano mais impactos da irrigação nas propriedades
chuvoso (menos irrigação) e mais seco, físicas, químicas e físico-químicas do
respecvamente. “Em todos os casos, a solo, na produvidade das plantas, no
irrigação com efluente aumentou [o ren- balanço nutricional e na ferlidade do
dimento da cultura] em relação àquele solo. Por fim, foi realizado um estudo
sem irrigação ou mesmo com irrigação sistemáco das emissões de gases de
com água”, conta Adolpho. efeito estufa pelos solos irrigados com
De acordo com os pesquisadores, o es- água e com efluente.
tudo é importante para o setor agrícola, o Há três pontos importantes para se
qual consome. O crescimento do agrone- ressaltar: os organismos que causam
gócio, principalmente em São Paulo, é um doenças presentes nos esgotos tratados
agravante da situação, pois faz com que não oferecem riscos pelo fato de as
o interesse por áreas irrigadas aumente, culturas irrigadas desta forma terem
uma vez que elas geram mais alimentos, obrigatoriamente de passar por pro-
fibras e combustíveis. A utilização de cessamentos industriais antes de serem
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resíduos de esgotos tratados apresenta ulizadas pelo homem.
um grande potencial justamente porque
Fonte: Agência USP
angela@aeaarp.org.br
AEAARP
24 CREA-SP
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ARTIGO 25
A exclusão da
contribuição previdenciária
sobre as verbas de caráter indenizatório
te, ajuda de custo com mudança de local como base de cálculo da contribuição
de trabalho, diárias de viagem, auxílio previdenciária apenas as verbas de na-
educação de estagiário, parcipações do tureza salarial, na medida em que faz
lucro, despesas médicas, auxílio-doença, menção aos termos “remunerações” e
auxílio-acidente, creche paga para crian- “retribuir o trabalho”.
ças até 06 anos, salário-maternidade, Partindo dessas premissas legais e
entre outros. constitucionais, chega-se à conclusão
O centro do debate reside especial- de que as contribuições previdenciárias
mente na qualificação e correto enqua- devem incidir apenas sobre as verbas
dramento da natureza jurídica destas recebidas pelo empregado que possuam
Tiago Dourado
verbas, ou seja, em definir se elas são natureza salarial, a exemplo dos julgados
Advogado tributarista remuneratórias ou indenizatórias. proferidos pelo Superior Tribunal de
Para definir se uma verba possui ou Jusça (Recurso Especial 1.230.957/SP
não natureza jurídica salarial, pouco e Embargos de Divergência em Recurso
O empresário é consciente de que importa o nome jurídico que se lhe atri- Especial nº 816829) e Supremo Tribunal
a alta carga tributária incidente sobre bua ou a definição jurídica dada pelos Federal (Recurso Extraordinário 478.410
todos os tipos de operações, seja in- parculares ou contribuintes e mesmo e Agravo Regimental no Agravo de Instru-
dustrial, comercial ou de prestação de pelo legislador ordinário. mento nº 712.880).
serviços, consome uma grande faa do Num rápido raciocínio é possível afir- A empresa, portanto, que fizer o re-
faturamento e, na maioria das vezes, o mar que a remuneratória sempre estará colhimento de tais contribuições tem o
impede de realizar novas contratações vinculada à natureza contraprestava do direito de ser restuída do respecvo
ou até mesmo de invesr em qualificação trabalho, ao passo que as indenizatórias valor, a qual, no entanto, dar-se-á por
de seus funcionários. são aquelas parcelas econômicas pagas intermédio do instuto da compensação
Entretanto, há uma contribuição ao trabalhador sem o objevo contra- com obrigações vincendas, o que ainda
em especial que vem sendo cobrada prestavo e que não se incorporam às assim se torna uma grande vantagem
de forma indevida. Trata-se, pois, da aposentadorias. econômica na modalidade recuperação
contribuição previdenciária suportada Idenficada como natureza indeniza- de custos/despesa.
mensalmente pelas empresas e que, tória, a incidência da contribuição pre- Logo, não há que se falar em incidência
no entanto, tem passado despercebida. videnciária deve ser afastada, conforme de tal exação sobre verbas de natureza
Há muito tempo vem sendo discuda os argo 195, I, “a” e 201, § 11, ambos diversa, aí se inserindo verbas indeniza-
no judiciário a incidência ou não de da Constuição Federal de 1988, que tórias, assistenciais e previdenciárias,
contribuição previdenciária sobre as revelam que só podem servir de base de cabendo à empresa que fizer o recolhi-
verbas de natureza indenizatória, como cálculo para a contribuição previdenciá- mento valer-se dos meios legais para
por exemplo: abonos de férias, salarial, ria as verbas de natureza salarial. reaver seu prejuízo decorrente do paga-
férias indenizadas, 1/3 constucional, O argo 22, I, da Lei 8.212/91, por sua mento indevido da referida contribuição
indenizações por rescisão do contrato de vez, segue a mesma linha dos disposi- previdenciária, ainda que em forma de
trabalho, licença-prêmio, vale-transpor- vos constucionais acima, estabelecendo compensação.
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26 NOTAS E CURSOS
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