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REGULAÇÃO ECONÔMICA

PARTE I - DEFINIÇÕES INTRODUTÓRIAS...............................................................................................................3

O que é regulação................................................................................................................................................3
O agente regulador...............................................................................................................................................4
A racionalidade da regulamentação.................................................................................................................4
Os principais argumentos para a regulação....................................................................................................4
Poder de mercado............................................................................................................................................4
Informação assimétrica..................................................................................................................................4
Externalidades..................................................................................................................................................5
Bens públicos....................................................................................................................................................5

PARTE II - TIPOS DE REGULAÇÃO...........................................................................................................................6

Regulação Social..................................................................................................................................................6
Regulação Econômica.........................................................................................................................................6
Atividades Antitrustes..........................................................................................................................................7

PARTE III - REGULAÇÃO ECONÔMICA - TEORIAS.................................................................................................8

Teoria do Interesse Privado (Teoria da Captura) - (Stigler, 1961)................................................................8


Teoria Econômica da Regulação (George Stigler, 1971, Sam Peltzman, 1976 – U. Chicago)...............9
Teoria Econômica da Escolha Pública (Escola de Virgínia, 1972 - James Buchanan, Gordon Tullcok -
George Mason University)....................................................................................................................................9
Teoria da Regulação pela Taxação (Richard Posner, 1974).......................................................................10
Teoria do Interesse Público (Joskow & Noll, 1988)......................................................................................10

PARTE IV - MONOPOLIO NATURAL......................................................................................................................12

O que é monopólio natural...............................................................................................................................12


Monopólio natural (um produto)......................................................................................................................12
Monopólio natural (multiproduto)...................................................................................................................12
Mercado contestável.........................................................................................................................................12
Monopólio Natura Sustentável........................................................................................................................12
Indústria de rede como monopólio natural...................................................................................................13

PARTE V - FORMAS DE REGULAÇÃO ECONÔMICA............................................................................................14

ROR – Regulação por taxa de retorno............................................................................................................14


Definição.........................................................................................................................................................14
Componentes da regulação por taxa de retorno......................................................................................14
Problemas para a aplicação da regulação por taxa de retorno:............................................................15
Dimensão do capital.................................................................................................................................15
A taxa de retorno.......................................................................................................................................15
A determinação do custo variável (CV)..................................................................................................15
Determinação da receita da empresa...................................................................................................15
Características gerais do método...........................................................................................................16
O Efeito Averch-Jonhson...........................................................................................................................16
Regulação por preço-teto (price cap) – Regulação pelo índice de preço de varejo menos um
componente “X”.................................................................................................................................................16
Definição.........................................................................................................................................................16
Origem.............................................................................................................................................................17
Vantagens do sistema...................................................................................................................................17
Críticas ao sistema........................................................................................................................................17
A tarifa em duas partes: fixa e variável..........................................................................................................18

PARTE I - DEFINIÇÕES INTRODUTÓRIAS

O que é regulação
Regulação são medidas do governo local, estadual ou federal para melhorar o bem estar social,
controlar o comportamento de indivíduos e empresas por meio de mecanismo de incentivo (ou
coercitivo) que ajuste preços, quantidades e qualidade dos produtos e serviços produzidos ou mesmo
da entrada e saída das empresas de uma indústria. A regulação visa mudar os resultados de um
mercado. Também, busca evitar a formação de monopólios e, quando inevitáveis, exercer o controle.
Incluem-se os monopólios naturais 1.

O agente regulador

É uma entidade governamental responsável por um setor da economia e que executa as políticas de
regulação econômica do governo (exemplos: ANEL - Eletricidade, ANATEL - Telecomunicações, ANP –
Petróleo).

A racionalidade da regulamentação

As razões que justificam a regulação econômica:

 Monopólios naturais
 Perda rápida de lucros de uma indústria
 Informação assimétrica
 Continuidade e disponibilidade dos serviços
 Comportamento anti-competitivo e preços predatórios
 Bens Públicos
 Comportamento oportunista
 Poder de barganha desigual
 Escassez e racionamento
 Justiça distributiva e política social
 Racionalização do uso dos recursos e coordenação econômica
 Planejamento

Os principais argumentos para a regulação

A análise normativa apresenta várias razões para a regulamentação, todas elas associadas ao
conceito de falha de mercado.

Causas das falhas de mercado:

Poder de mercado
O poder do mercado é a habilidade das empresas de subir seus preços sem perder total ou
parcialmente as suas vendas para os concorrentes.

Informação assimétrica
A assimetria de informações decorre do fato de que muitas vezes os agentes do mercado não
transmitem corretamente as informações ou elas são dispostas em tempos diferentes às
necessidades dos seus usuários. A assimetria de informações conjugado com interesses
divergentes propicia o aparecimento do oportunismo.

1
Viscusi, Vernon, Harrington, Spulber, Kahn, Church e Ware.
Externalidades
As atividades econômicas têm conseqüências que não somente afetam aqueles que decidem
realizar-las senão também a terceiros. As conseqüências positivas ou negativas são
conhecidas como externalidades e são objeto de regulação econômica.

Bens públicos
Bens públicos “em sentido amplo, são todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, imóveis,
móveis, créditos, direitos e ações que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais,
autárquicas, fundacionais e empresas governamentais”, e tem como pressuposto proporcionar
o bem estar social.

Na presença de falhas de mercado, os mercados não fornecem sinais suficientes para garantir as
escolhas adequadas que levem ao equilíbrio entre a oferta e a demanda 2.

2
Lúcia Helena Salgado
PARTE II - TIPOS DE REGULAÇÃO

Regulação Social

Consiste de medidas desenhadas para melhorar o bem estar social.

As agências são desafiadas a proporcionar “proteção pessoal contra perigos físicos da moderna
indústria e tecnologias, assim como perigos morais da discriminação”.

Agências como a EPA (Environmental Protection Agency) têm causado muita discussão sobre a
extensão da regulação. Isto demonstra a adversidade no relacionamento entre a indústria e os
reguladores.

Diferenças com a regulação econômica:

 O incremento na competição não resolve o problema;

 Externalidades são o objetivo e não problemas de monopólio;

 Maior competição pode aumentar o problema;

 Regulação, na maioria dos casos, tende a não focalizar em uma indústria, mas em múltiplas
indústrias;

 Há uma grande complexidade no desenvolvimento das políticas;

 Há um incremento da participação dos cidadãos por vários mecanismos, especialmente pelos


processos judiciais;

 A regulação social requer alguma legislação técnica e especifica;

 Grandes conflitos. Muitas empresas são afetadas pela ação de uma agência e com grandes
custos envolvidos;

 Regulação social é raramente implementada com a aprovação da Indústria envolvida;

 O público, em geral, é mais comprometido com regulações sociais.

Regulação Econômica

Regulação econômica está interessada na regulação das maiores variáveis econômicas, tais como:

 Tarifas;

 Quantidade de serviços (freqüência, densidade das redes, etc.);

 Qualidade de serviços (tipos, fatores, etc.);

 Lucros (ou subsídios).


A regulação econômica ocorre devido a fatores ligados a:

 Prevenir a exploração do poder de um concessionário de monopólio natural;

 Assegurar os objetivos sociais envolvendo a provisão de serviços não econômicos;

 Corrigir distorções de mercado.

O papel da regulação econômica é substituir a competição onde a competição é inexistente ou fraca.


Reguladores criam mecanismos econômico-financeiros para criar níveis de produção e serviços no
período anterior ao mercado introduzir a competição.

Atividades Antitrustes

Busca coibir o comportamento de empresas que tentam monopolizar o mercado.

Leis antitrustes proíbem acordos que restrinjam o comércio, monopolização e tentem a fusão anti-
competitiva de monopólios e esquemas afins.

Acordos anti-competitivos entre concorrentes, como a fixação de preços e alocação de mercados e


segmentos de consumidores são tipicamente os modelos proscritos pelas leis antitrustes. Estes tipos
de conspiração são considerados perniciosos à competição e são geralmente reguladas por leis
antitrustes.
PARTE III - REGULAÇÃO ECONÔMICA - TEORIAS

Teoria do Interesse Privado (Teoria da Captura) - (Stigler, 1961)

As principais características:

Na Teoria da Captura a regulação é ofertada como uma resposta à demanda da indústria por
regulação (os reguladores são capturados pela indústria) ou a agência reguladora se torna controlada
pela indústria ao longo do tempo.

Os políticos e reguladores buscam maximizar o seu próprio interesse (reeleição e renda). Isto significa
que os grupos de interesse podem influenciar o resultado do processo regulatório provendo apoio
financeiro para políticos e reguladores.

Na maioria dos casos, as empresas ou indústrias buscam a regulação:

 Para obter subsídios diretos;

 Controlar a entrada competitiva de outras empresas;

 Controlar produtos ou serviços substitutos

 Fixação legal de preços

Os custos de informação e organização moldam os resultados do modelo. Os grupos menores, mais


organizados e há mais tempo existentes tendem a ser favorecidos as expensas dos grupos que
apresentam maiores custos de organização.

Os grupos pequenos, velhos e coesos tendem a ser favorecidos em relação aos grupos grandes, novos
e dispersos.

A hipótese fundamental da Teoria da Captura é que as regulamentações econômicas existem de modo


a favorecer um grupo específico.

A Teoria da Captura se baseia na premissa de que há uma demanda por regulação de grupos que
podem se beneficiar da redistribuição de renda e riqueza, resultante da regulação e que o processo
político provê incentivos para os governantes ofertarem uma regulação.

As principais críticas:

1) A Teoria da Captura não explica como e por que as agências se tornam controladas pela indústria;

2) Embora existam muitas evidências que sustentem a Teoria da Captura, há também algumas
evidências que são inconsistentes com ela. (ex.: existência de subsídios cruzados).

3) A Teoria da Captura tem dificuldades para explicar porque muitas indústrias foram reguladas e
depois desreguladas;

4) As limitações de informação podem, também, limitar o auto-interesse das ações regulatórias;

5) Há dificuldade de se identificar as partes envolvidas e suas preferências.


Teoria Econômica da Regulação (George Stigler, 1971, Sam Peltzman, 1976 – U. Chicago)

As principais características:

O recurso básico do Estado é o seu poder de coerção.

Os agentes econômicos são racionais e são maximizadores de utilidade.

A legislação regulatória redistribui renda

O comportamento dos políticos (legisladores) é guiado por seu desejo de permanecer nos cargos, o
que implica que a legislação é estruturada para maximizar a sustentação política.

Os grupos de interesse competem oferecendo sustentação política em troca de uma legislação


favorável.

Os grandes grupos estão em desvantagem para obter regulamentação devido ao efeito carona (free-
rider).

Os grupos compactos e bem-organizados tendem a se favorecer mais da regulação do que grupos


amplos e difusos.

Teoria Econômica da Escolha Pública (Escola de Virgínia, 1972 - James Buchanan, Gordon Tullcok -
George Mason University)

As principais características:

A Teoria Econômica da Escolha Pública procura aplicar os postulados básicos da microeconomia para
a compreensão do funcionamento da arena política

Os indivíduos são maximizadores de renda tanto na esfera privada como na pública – não há uma
dicotomia no seu comportamento.

A idéia central da Teoria Econômica da Escolha Pública é que a mão-invisível da política, ao contrário
da sua contraparte no mercado, produz incentivos distorcidos e informação viesada.

A política na democracia não é o governo pelo povo, mas a competição entre políticos pelo poder por
votos.

A Teoria Econômica da Escolha Pública ignora as questões de agente-principal 3 4 – porque os


reguladores têm discricionariedade e porque alguns grupos de interesse têm aumento de poder.

A TPC ignora as questões de assimetria de informações – na ausência de assimetrias de informação,


as firmas reguladas seriam incapazes de extrair rendas e não teria incentivo para influenciar o
processo regulatório.

3
Laffont & Tirole (1993)
4
Uma relação de agência é definida através de um contrato explicito ou implícito no qual uma ou mais pessoas (principais)
engajam outra pessoa (os agentes) para tomar decisões em benefício do principal.
Teoria da Regulação pela Taxação (Richard Posner, 1974)

As principais características:

O processo de regulação pode ser utilizado para coagir a empresa a prover serviços ao mercado que
de alguma forma não seriam lucrativos ou a preços que seriam tão baixos que requisitariam subsídios.

O governo poderia garantir o fornecimento de serviços a um mercado não lucrativo por meio do
aumento de taxas.

Alternativamente, o governo poderia garantir a exclusividade de monopólio por franquia dentro de um


mercado lucrativo com a condição de que a empresa forneça um determinado serviço a um mercado
não lucrativo a um preço abaixo do custo.

Através desta política, o governo estaria Indiretamente taxando o consumidor no mercado lucrativo e
subsidiando o serviço no mercado não lucrativo.

“Subsidio cruzado” ou “Subsidio Interno”

Podem-se introduzir eficiências e de fato aumentar as taxas indiretas (se desejado) pela introdução da
competição no mercado lucrativo.

Teoria do Interesse Público (Joskow & Noll, 1988)

As principais características:

A idéia central é que as falhas de mercado seriam a justificativa para a intervenção reguladora, tais
como monopólios naturais e externalidades.

Os reguladores buscam maximizar o bem-estar da sociedade como um todo. Assim como determinam
suas políticas tendo em vista o interesse público (“os reguladores são bons cidadãos”).

A Teoria do Interesse Público sustenta o estabelecimento de agências reguladoras independentes e


comissões de utilidade pública como organismos de execução de políticas de regulação.

A Teoria do Interesse Público tem como hipótese fundamental que as regulamentações são
produzidas por pressões públicas de modo a corrigir distorções que não podem ser eliminadas pela
ação das livres forças do mercado.

A Teoria do Interesse Público se centra na idéia de que aqueles que estão buscando instituir uma
regulamentação, o fazem com o objetivo de perseguir o interesse público relacionado a determinados
objetivos (ao invés de um grupo ou setor).

Portanto, o objetivo da regulação é o de alcançar certos resultados desejados em circunstâncias onde


o mercado falha.

A Teoria do Interesse Público é consistente com a visão desinteressada dos especialistas em


regulação. A principal ênfase desta teoria é que os reguladores agem perseguindo os interesses
públicos e não privados.

Nesta visão, a regulamentação é potencialmente desejável quando os resultados de mercados não


regulados são ineficientes, visto que a intervenção através da regulação – em teoria - poderia ser
socialmente benéfica.
Beneficiários da regulação:

Empresa
Clientes
s

Pressão ou
Suporte Político

Bem Estar Regulador Bem Estar

Decisões

As principais críticas:

1) Há um ceticismo referente ao “espírito público e desinteressado” dos formuladores das


regulamentações;

2) Não dá importância e desconsidera as influências do poder econômico e a prevalência da captura


na regulação;

3) Desconsidera a competição por poder entre os grupos de pressão.

4) Há evidências históricas que mostram que a regulação não está fortemente correlacionada com a
existência de falhas de mercado.
PARTE IV - MONOPOLIO NATURAL

O que é monopólio natural

Se economias de escala estão tão bem articuladas que somente uma empresa pode sobreviver, então
esta empresa é um monopolista natural.

Exemplos podem ser encontrados nas áreas de eletricidade, gás e serviços como água.

Também, o monopólio natural existe quando uma única empresa produz um produto ou um grupo de
produtos mais barato que uma ou mais empresas.

Monopólio natural (um produto)

Tecnicamente, o monopólio natural de um produto existe em uma indústria quando os custos são
subaditivados5. Isto é, quando duas empresas produzem quantidades q1 e q2 respectivamente e os
custos são o seguinte:

C (Q) = c (q1+q2) < c (q1) + c (q2)

Subaditividade não é o mesmo que economia de escala. Os custos podem ser subaditivados mesmo
se deseconomias existam (no caso, valores próximos a somatória de q1 + q2). No caso de um único
produto, a economia de escala é condição suficiente para a subaditividade.

Monopólio natural (multiproduto)

No caso de multiproduto, economias de escala de um especifico produto não é condição suficiente.


Economia de escopo6 é necessária, mas não é condição suficiente para a subaditividade. Mesmo
economias de escala e escopo não garantem a subaditividade de custo.

Mercado contestável

Mercado contestável é aquele onde há a livre entrada e mesmo uma única empresa sofrerá a pressão
de manter custos baixos e precificar eficientemente 7.

Monopólio Natural Sustentável

Monopólio natural sustentável é aquele onde a entrada pode ser impedida (onde o preço LATC
encontra a curva de demanda – sem incentivo para a entrada de novas empresas)

5
Subaditividade determina que o custo associado a qualquer coalizão seja sempre menor que a soma dos custos associados às
sub-coalizões que a particionam.
6
Economia de Escopo - Produção de muitos modelos de um mesmo produto numa produção flexível e econômica
7
Baumol, Panzer, Willig
Indústria de rede como monopólio natural

As indústrias de rede é um caso especial de monopólio natural que exploram a multiplicidade de


relações transacionais entre agentes econômicos situados em diferentes pontos da rede, envolvendo
um principio de organização espacial e territorial.

Este modo de organização industrial, em particular, é marcado por três elementos:

 A existência de externalidades;

 A economia de escala;

 A articulação em torno da infra-estrutura propriamente dita;

A indústria de rede distinguiu-se pelo fato de gerar externalidade de rede, ou seja, o benefício de um
usuário depende do número de usuários ligados a esta rede. Um exemplo é o o serviço de telefonia
onde um usuário depende de que outras pessoas estejam conectadas a rede para que possa haver a
comunicação.

Neste caso também há falha de mercado porque não há como atrair outros a se conectarem a rede e,
portanto, pode-se não expandir eficientemente.

Outra demanda é a economia de escala que por sua vez requer que haja o impedimento da entrada de
novas empresas. Com o contato direto entre as empresas e os concumidores, há um certo “poder de
mercado” que por sua vez, também, requer regulação.
PARTE V - FORMAS DE REGULAÇÃO ECONÔMICA

As seguintes formas de regulação econômica:

 Regulação por taxa de retorno

 Regulação por preço-teto (price cap)

 Tarifa em duas partes

 A regra de Ramsey – regulação de monopólio multiproduto

 A proposta de Loeb-Magat

 Franchise Monopoly

 Regulação por gabarito

 Preço de pico (peak-load)

ROR – Regulação por taxa de retorno

Definição

O regulador arbitra um vetor tarifário (tarifa por cada tipo de produto ou serviço da firma regulada)
visando garantir para a firma regulada uma taxa de retorno considerada adequada ao prosseguimento
de suas atividades.

É importante entender-se que a firma não tem garantia de uma taxa razoável, mas apenas o direito de
obtê-la.

Em termos formais:

Σ pi qi = CV (q1, q2, ... qn) + l (k)


l = taxa de lucro
k = capital investido
pi= tarifa de um determinado serviço
CV = custo variável resultante da produção dos vários bens e serviços na quantidade qi

A equação nos diz que a receita total, derivada dos vários produtos da firma regulada deve ser igual ao
seu custo operacional, mais a depreciação do capital e ainda deixar uma taxa de lucro normal sobre o
capital investido.

Componentes da regulação por taxa de retorno

A) a base da taxa: são os investimentos sobre os quais se permite ganhar uma taxa de
retorno;

B) o nível da tarifa: é a relação entre o custo total e a receita total;


C) a estrutura da tarifa: determina como os preços individuais são a fixados para os
diversos usuários.

A regulação por taxa de retorno implica em dizer que uma empresa de infra-estrutura é
autorizada a fixar tarifas que cubram os custos de operação e que sustentem uma taxa de
retorno razoável sobre seu investimento.

Não há fórmula para se calcular a taxa de retorno razoável, pois se trata de um julgamento de
valor. O retorno autorizado deve ser razoável no sentido de evitar um confisco do capital dos
investidores e preservar a posição creditícia da firma para possibilitar seu acesso ao mercado
de capitais.

Problemas para a aplicação da regulação por taxa de retorno:

Dimensão do capital

Quais os ativos devem ser computados no valor do capital da empresa.

Cabe ao regulador admitir para o cálculo do capital da empresa regulada apenas os ativos
úteis e utilizados para gerar receita operacional.

A taxa de retorno

Qual a taxa de retorno adequada para a empresa regulada?

A solução mais óbvia pareceria ser o custo do capital da empresa – desde que a empresa
obtivesse uma taxa de retorno igual ao custo que possui para levantar o capital, não haveria
obstáculos à continuidade de suas atividades, e assim, não haveria, em principio, motivo para
supor que a firma estaria obtendo lucros extraordinários.

Contudo, devemos diferencias entre as ações preferenciais e ordinárias, cuja taxa de retorno
exigido pelos acionistas está sujeita aos diferentes métodos de cálculo que implicam em
diferentes resultados.

A determinação do custo variável (CV)

A determinação do CV exige não só conhecer a fundo a contabilidade da empresa regulada,


mas também seu processo produtivo. Isto requer por parte do regulador um corpo técnico
altamente especializado com relação à indústria regulada.

Determinação da receita da empresa

As próprias tarifas (pi) acabam influenciando as funções de demanda inversas:

qi = f (p1, p2, ...,pn)

Assim, o regulador, ao estabelecer as tarifas, indiretamente estabelece as quantidades


vendidas que junto com as tarifas irão estabelecer a receita total e os custos.
Portanto, para estabelecer a taxa de retorno é necessário termos um conhecimento preciso da
demanda do serviço/produto a fim de evitar desequilíbrios entre receitas e custos.

Características gerais do método

O método de regulação por taxa de retorno, dada à complexidade de sua operação, é um


método adequado apenas quando as condições de custo e demanda não variam de forma
significativa em períodos de tempo, isto é, quando os custos e a demanda são relativamente
estáveis.

Quando os custos e a demanda mudam com rapidez, devido a mudanças tecnológicas ou nos
hábitos ou ainda na renda dos consumidores, este processo se torna muito mais lento para
dar conta destas mudanças.

O método da taxa de retorno, na medida em que busca garantir uma taxa mínima de retorno,
não fornece estímulos adequados ao aumento da eficiência, tão importante em face às
mudanças tecnológicas.

O Efeito Averch-Jonhson

O efeito A-J deriva do fato de que a agência reguladora, ao estabelecer a TR adequada para a
firma regulada, que irá servir de base para o cálculo das tarifas, tende a estabelecer essa TR
acima do valor de mercado.

Ao estabelecer TRr > TRm, a agência torna o capital para a empresa regulada mais barato do
que efetivamente seja. Como resultado disto, a firma regulada tenderá a substituir trabalho
por capital (pois para ele, agora, o capital está sendo subsidiado). Portanto, supondo-se a
substitutibilidade perfeita entre capital e trabalho, a empresa regulada empregará uma
quantidade excessiva de capital em seu processo produtivo.

Regulação por preço-teto (price cap) – Regulação pelo índice de preço de varejo menos um
componente “X”

Definição

O sistema de “price cap” consiste em estabelecer um limite superior para a indústria regulada
aumentar os seus preços, limite este que pode ser estabelecido para cada preço individualmente ou
para a média dos preços e serviços fornecidos pela indústria regulada.

No caso do (IPV – X), o teto de preços do reajuste é estabelecido como um índice geral de preços
menos um valor X a título de aumento da produtividade.

IPV = índice de preços no varejo


X = crescimento da produtividade
Origem

Foi aplicado pela primeira vez para a British Telecom em 1984 na Inglaterra e depois acabou
por se expandir para outras empresas e setores na Inglaterra (gás, aeroportos, água e
distribuição de energia elétrica).

Vantagens do sistema

É um método que atinge exclusivamente os serviços em que à empresa regulada atua como
monopolista.

Como toda a redução de custos é apropriada pela empresa, espera-se que o (IPV – X) estimule
a eficiência produtiva e promova a inovação tecnológica, gerencial e administrativa. Neste
sistema, a empresa regulada pode se apropriar, integralmente, dos ganhos da diferença entre
o reajuste a que tem direito em função do aumento do índice de preços e o crescimento
inferior de seus custos.

O aparato regulatório seria baixo, uma vez que este se resumiria aos cálculos de índices de
preços, sem envolver o levantamento de dados contábeis a respeito da empresa regulada,
exceto no momento da revisão da tarifa.

Dada à simplificação do método, há maior transparência e menor risco de manipulação pela


empresa regulada, com informações falsas sobre a demanda e os custos, estando menos
sujeita ao risco de captura.

O sistema de “price cap” é menos suscetível à influência do tipo “cost plus”. Isto se deve ao
fato de que a empresa tem o direito de reter quaisquer lucros gerados durante o período
especificado, o que preserva o incentivo à produção, pois não há restrição a maximização de
lucros.

Parte do aumento esperado da eficiência pode ser repassada aos consumidores por meio do
fator X.

Logo os preços tendem a ser mais baixos do que seriam na regulação pela taxa de retorno,
sem que os produtores fiquem numa situação pior.

Críticas ao sistema

Se os critérios para ajuste X não forem claros, isto aumentará o custo do capital e
desestimulará o investimento. Portanto as diretrizes devem ser claras e precisas.

Na prática, o nível X precisa ser fixado e repetidamente ajustado para garantir uma taxa de
retorno razoável, pois caso contrário podem surgir ineficiências alocativas devido ao fato de
que os preços (tarifas) estarão desalinhados com os custos.

O valor de X não pode ser estabelecido sem levar em conta elementos tais como a taxa de
retorno do capital da firma regulada, o valor dos seus ativos, o custo do capital, as taxas
esperadas de crescimento da demanda e da produtividade etc. Tudo isto, contudo, torna o
método tão complexo e vulnerável às assimetrias de informação quanto o método
convencional com base no estabelecimento de uma taxa mínima de retorno para a firma
regulada.
A tarifa em duas partes: fixa e variável

Definição

Uma tarifa em duas partes é um preço não linear e que consiste num montante fixo que é
independente do consumo, mais o preço que é cobrado por unidade consumido.

A tarifa em duas partes é calculada através de uma taxa fixa para o rendimento total, que é
independente das vendas do produto/serviço e o preço por unidade do serviço efetivamente usado.
A tarifa em duas partes é particularmente usada na definição de um regime tarifário para o segmento
de transportes e em indústrias de rede (network industries), tais com as de telefonia, energia elétrica,
gasodutos, transmissão de eletricidade e água.

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