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primárias.
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A função jurisdicional traduz-se na implementação da Constituição, das leis e dos
demais actos normativos vigentes na ordem jurídica, mediante a sua interpretação,
desenvolvimento, e caracterização, o esclarecimento da sua aplicação no tempo e no
espaço, apreciação da conformidade constitucional e infra-constitucional dos actos das
entidades públicas e dos cidadãos, através da dirimir conflitos entre interesses públicos
e privados, por conseguinte, a doutrina entende que o caracteriza fundamentalmente o
acto da função jurisdicional é a circunstancia de este é praticado para resolver uma
questão de direito, com a finalidade de obter a reintegração da paz jurídica (SOUZA e
MATOS: 2004).
O art. 211° da CRM estatui que os tribunais têm como objectivo: garantir e reforçar a
legalidade como factor da estabilidade jurídica, garantir o respeito pelas leis, assegurar
os direitos e liberdades dos cidadãos, assim como os interesses jurídicos dos diferentes
órgãos e entidades com existência legal. Acrescenta, ainda, os tribunas: penalizam as
violações da legalidade e decidem pleitos de acordo com o estabelecido na lei.
Cabe ainda aos tribunais, à luz do art. 212° da CRM, educar os cidadãos e
administração pública no cumprimento voluntario e consciente das leis. Estabelecendo
uma justa e harmoniza convivência social (função educacional).
A função administrativa é aquela que, no respeito pelo quadro legal e sob a direcção dos
representantes da colectividade, desenvolve as actividades necessárias à satisfação das
necessidades colectivas em cada momento selecionadas, mediante previa opção
constitucional e legislativa.
A partir dos anos de 1930, o Estado alarga o seu campo de actividade passando a
responder às mais variadas solicitações dos cidadãos, saúde, educação, segurança social,
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informação, muitas vezes concorrendo com os particulares no exercício de actividades
semelhantes, então a função residual tornou-se insuficiente para abarcar toda a
actividade administrativa pública.
A política tem por objecto, as grandes opções que o país enfrenta ao traçar os rumos do
seu destino colectivo. O da Administração Pública, é a satisfação regular e continua das
necessidades colectivas da segurança, cultura e bem-estar económico e social.
A política tem uma natureza criadora, cabe-lhe em cada momento inovar nos aspectos
fundamentais para a conservação e o desenvolvimento do país. A Administração
Pública tem a natureza executiva, que consiste sobretudo em pôr em prática as
orientações tomadas pela política. Deste facto resulta que a política tem caracter livre e
primário, apenas limitada em certas zonas pela Constituição, enquanto a administração
pública tem caracter condicionado e secundário.
A função politica pertence por natureza aos órgãos superiores do Estado (Presidente da
República, Assembleia da República, Governo), os quais, nos regimes democráticos são
eleitos pelo povo. Por seu turno, a administração pública encontra-se sujeita à direcção e
fiscalização dos órgãos políticos, porém, é entregue a órgãos secundários e subalternos,
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bem como a funcionários e agentes administrativos e outras entidades públicas
diferentes do Estado. Importa referir que o Governo é um órgão de soberania que
exerce simultaneamente as funções: Politica, legislativa e administrativa (conf. art 199°
a 203°, ambos da CRM).
b) Legislação e Administração
A função legislativa encontra-se no mesmo plano ou nível, que a função politica. Com
efeito, também a legislação define opções, objectivos, normas abstractas, cabendo à
administração pública a sua execução. A diferença entre Legislação e Administração
Pública é uma actividade totalmente subordinada à lei: a lei é fundamento, o critério e o
limite de toda a actividade administrativa. É o princípio da legalidade.
As duas funções têm importância traços comuns. São ambas secundarias, pois, antes
delas houve uma definição legal da respectiva conduta ou actuação subordinada à lei,
dado que, a actividade de ambas tem como base a lei. No entanto, também existem
traços que as distinguem, a justiça consiste em julgar, a administração em gerir.
A juistica está acima dos interesses, é desinteressada, não é parte nso conflitos que
decide: a justiça espera que a parte interessada se dirija ao Tribunal para demandar,
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porém, aplica o direito com objectividade e isenção, sem tomar partido dos interesses
das partes litigantes.
A administração Pública não fica a espera que lhe seja solicitada a execução da lei, por
outro lado, os órgãos do Estado ao executarem a lei procedem como se fosse eles
próprios os titulares dos interesses que a lei visa acautelar. Assim, diz-se que tomam
iniciativa e são parte interessada.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Generalidades
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das áreas básicas de intervenção, também busca o bem-estar económico e social da
população.
Porém, para uma melhor percepção dos referidos sistemas importa que se faça uma
diferenciação entres estes e o sistema tradicional que os antecedeu, que vigorou na
Europa até aos séculos XVII e XVIII.
Para efeitos da análise que se pretende, importa, antes de mais, definir o sistema
administrativo como: o conjunto de elementos que, de uma forma ordenada e coerente,
caracterizam a organização, o funcionamento e a actividade da Administração Pública,
incluindo, naturalmente, o ordenamento jurídico correspondente, num determinado
espaço ou lugar e num certo período de tempo (TAVARES: 2000).
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As principais características deste sistema, são:
É um sistema que tem por alicerce o forte prestígio do poder judicial, em que num
quadro de Estado de Direito, a Administração Pública está sujeita aos tribunais
comuns e ao direito comum, onde o costume é a principal fonte de direito e vigora a
regra do precedente judiciário.
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contenciosa, por força da lei da “Star Chamber’, e foi proibido de dar ordens
aos juízes, transferi-los ou demiti-los, mediante o “Act of Settelement’”;
Estado de Direito: os Direitos, liberdades e garantias dos cidadãos
britânicos foram consagrados no Bill of Rights (1689). O Rei ficou a partir
de então, claramente subordinado ao Direito, particularmente, o
consuetudinário “Common Law”.
Descentralização: Distinção entre uma administração central e uma
administração local. Mas as autarquias locais gozavam tradicionalmente de
ampla autonomia face a uma intervenção diminuta.
Sujeição da Administração aos Tribunais Comuns: a Administração
Pública acha-se submetida ao controlo jurisdicional dos Tribunais Comuns.
Os tribunais comuns gozam de plena jurisdição, face à Administração
Pública, o que significa que o juiz pode anular as decisões ilegais e, também,
ordenar às autoridades administrativas que cumpram a lei.
Sujeição da Administração ao Direito Comum: Tanto o Rei como os seus
conselhos e funcionários se regem pelo mesmo direito que os cidadãos
anónimos.
Execução judicial dos administradores: Neste sistema, a Administração
Pública não pode executar as decisões por autoridade própria;
Garantias judicias dos administrados: os particulares dispõem de um sistema
de garantias contra as ilegalidades e abusos da Administração Pública.
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As características iniciais do sistema administrativo Francês são seguintes:
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“privilégio de execução prévia”, que permite à Administração executar as suas
decisões por autoridade própria;
Garantias jurídicas dos administrados: também o sistema administrativo
Francês, por assentar num Estado de Direito, oferece aos particulares um
conjunto de garantias jurídicas contra os abusos e ilegalidades da Administração
Pública, mas essas garantias não são efectivadas através dos Tribunais Comuns e
sim através se Tribunais Administrativos.
Elementos comuns:
Elementos distintivos:
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Quanto à execução das decisões administrativas, o sistema de administração
judiciária fá-la depender da sentença do Tribunal, ao passo que o sistema de
administração executiva atribui autoridade própria a essas decisões e dispensa a
intervenção prévia de qualquer Tribunal (Privilegio de execução prévia de
qualquer Tribunal (privilegio de execução prévia);
Quanto às garantias judicias dos administrados, a Inglaterra confere aos
Tribunais Comuns amplos poderes de injunção face à Administração, podendo
conceder a Administração a cumprir um dever legal ou abster-se de uma atitude
contraria à lei (jurisdição penal), que lhes fica subordinada como a generalidade
dos cidadãos, enquanto a França só permite aos Tribunais Administrativos que
anulem as decisões ilegais das autoridades ou as condenem ao pagamento de
indemnizações, ficando a Administração independente do poder judicial (mera
legalidade).
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égide do Direito Privado, predominantemente no domínio das empresas públicas
que funcionam nos moldes do Direito Comercial.
Por outro lado, no sistema francês, onde vigora o privilégio da execução prévia, os
participantes têm a possibilidade legal de obter dos Tribunais Administrativos a
suspensão da eficácia das decisões unilaterais da Administração Pública, sendo
concedida, a decisão não pode ser executada pela Administração até a solução final
do processo.
Neste aspecto importa referir que, alguns doutrinários percebem que as garantias dos
particulares face à administração são menores no sistema do tipo francês, pelo facto
dos Tribunais Administrativos serem de mera legalidade e não plena jurisdição.
Com efeito, naquele sistema, o Tribunal Administrativo pode anular os catos ilegais
da Administração, porém, não pode declarar as consequências da anulação, nem
proibir a administração de proceder de determinada maneira, nem condená-la a
tomar certa decisão ou a adoptar certo comportamento. Resulta deste facto, que são
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as próprias entidades administrativas que decidem como e quando hão-de executar
as sentenças anulatórias proferidas pelo tribunal.
Por exemplo:
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SISTEMA ADMINISTRATIVO VIGENTE EM MOÇAMBIQUE
a) O Tribunal Supremo;
b) O Tribunal Administrativo;
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c) Os Tribunais Judiciais.
Uma das mais destacadas sujeições a que se encontra adstrita a Administração Pública
decorre do art. 248° da Constituição da República de Moçambique, ao preconizar que:
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2. Os órgãos da Administração Pública obedecem à Constituição e à lei e actuam
com respeito pelos princípios da igualdade, da imparcialidade, da ética e da
justiça.
Os princípios em alusão podem ser vistos no art. 4°, 5° e 6° das Nor de Funcionamento
dos Serviços da Administração Pública, aprovado pelo Decreto n.° 30/2001, de 15 de
Outubro. Outras sujeições são impostas pelas normas em referência, como é o caso do
dever que impede sobre a administração de decidir sobre todos os assuntos que lhes
sejam apresentados pelos particulares (art. 10°), bem como o dever de fundamentação
dos actos administrativos que impliquem o indeferimento do pedido ou a revogação,
alteração ou suspensão de outros actos administrativos anteriores.
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