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" E não criou Deus, nem levantou ou descobriu tudo terras chãs e
fértil, mas também fez montes e vales, outeiros e campos chãos,
terras mimosas e pedregosas, algumas secas e outras regadias,
sendo só um elemento com tantas variedades, como a espécie
dos homens com tão diversos rostos.
O Atlântico não é só uma imensa massa de água, polvilhada de ilhas, pois a ele
associa-se uma larga tradição histórica que remonta à Antiguidade, donde
resultou o nome de baptismo. Aqui deparamo-nos com um conjunto
polifacetado de ilhas e arquipélagos que se tornaram relevantes no processo
histórico do Oceano, quase sempre como intermediários entre o mar-alto e os
portos litorais dos continentes europeu, africano e americano. As ilhas anicham-
se, de um modo geral, junto da costa dos continentes africano e americano, pois
apenas os Açores, Santa Helena, Ascensão e o grupo de Tristão da Cunha se
distanciam. As ilhas foram também espaços criadores de riqueza, sendo a
agricultura a principal aposta. Esta exploração obedece às exigências da
subsistência das populações e às solicitações do mercado externo com os
produtos de exportação. A valorização sócio-económica dos espaços insulares
não foi unilinear, dependendo da confluência de dois factores. Primeiro, os
rumos definidos para a expansão atlântica e os níveis de expressão em cada um,
depois as condições propiciadoras de cada ilha ou arquipélago em termos
físicos, de habitabilidade ou da existência ou não de uma população autóctone.
Nos séculos XV e XVI as ilhas e arquipélagos firmaram um lugar de relevo na
economia atlântica, distinguindo-se pela função de escala económica ou mista:
no primeiro caso surgem as ilhas de Santa Helena, Ascensão, Tristão da Cunha,
para o segundo as Antilhas e a Madeira e no terceiro as Canárias, Os Açores,
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.
8
. Para a História do Funchal. Pequenos Passos da sua Memória, Funchal, 1979.
9
. Joel Serrão, Temas Históricos Madeirenses, Funchal, CEHA, 1992, pp.77-102; Susana Miranda, A Fazenda Real na Ilha da
Madeira. Segunda Metade do Século XVI, Funchal, CEHA, 1994, p.160.
A mesma situação poderá ser evidenciada quando somos confrontados com as
cartas de quitação dos Almoxarifes para a segunda metade do século XVII 10.
10
. ANTT, PJRFF, nºs. 396, 965ª, 966,
11
. ANTT, PJRFF, nº.966, fl.5, 24 de Dezembro de 1675
exportações. A ilha é um microcosmo definido pela variedade de espaços
ecológicos que não se compadecem com uma unicidade agrícola. Esta condição
dominante levou a uma sistematização do devir socio-económico em ciclos, que
se demarca com uma ilusão óptica da complexa realidade que serve de base.
Assim, o produto passou a definir a estrutura socio-económica, num
determinado momento, esquecendo-se que essa mesma e muito complexa nos
sectores produtivo e comercial. A documentação é unânime na afirmação de
que o empenho do ilhéu não se resume apenas ao produto que mais gira nas
relações com o exterior. Há em todos uma certa preocupação de auto-suficiência
que milita a favor da manutenção das culturas tradicionais que medram, lado a
lado, com as dominantes no comércio externo. A polivalência produtiva
manteve-se sempre no devir socio-económico insular. A dominância de um ou
de outro produto nas relações com o exterior não destrói essa policemia
produtiva, nem retira o empenho das gentes laboriosas nesse processo. Atesta-o
as posturas municipais onde, nos diversos sectores económicos, se expressa
uma diversidade de interesses e movimento quotidiano de produtos.
Cultura valor da
produção por
m2
Banana 5.500$00
Vinha 1.750$00
Cana-de-açúcar 1.635$00
Batata doce 1.800$00
Semilha 3.000$00
Cebola 3.300$00
Feijão 3.750$00
Trigo e cevada 525$00
Milho 500$00
Vimes 3.000$00
Outras 1.800$00
2. O ESPAÇO
A floresta, que à chegada parecia ser uma dificuldade à fixação, acabou por
assumir um papel fundamental na criação de riqueza, com a exploração de
madeiras para exportação ao reino e mesmo o Norte da Europa. Daqui
resultando o desenvolvimento de pequenas unidades de serração movidas pela
força motriz da água, as serras de água, que existiram um pouco por todo o
lado nas áreas mais densamente povoadas. A floresta foi durante muito tempo
a principal riqueza das populações das zonas altas e do Norte da Ilha.
ACTIVIDADES AGRO-INDUSTRIAIS
OS CEREAIS
A produção de cereais obrigava à existência de um conjunto de infra-estruturas
de transformação do grão para uso na alimentação. Para se separar o grão da
palha utilizava-se o sistema comum do reino, nomeadamente dos Trás-os-
Montes e beira Transmontana, isto é o malho ou mangual, o trilho, ou até
mesmo os pés. O primeiro generalizou-se na Madeira, enquanto o segundo
ficou para o Porto santo, as dimensões das áreas disponíveis definiram esta
diferente forma de separação do trigo da palha. Para isso foi necessário
construir eiras, de terra batida ou com laje de pedra, de que ainda temos
vestígios de algumas no Porto Santo. A partir do momento que se dispõe do
grão entra-se na segunda fase do processo com a sua transformação em farinha,
socorrendo-se para isso de mecanismos movidos pela força braçal do homem,
dos animais, da água e vento. Os últimos só existiram no Porto Santo, enquanto
na Madeira generalizou-se, por força da abundância de água, os moinhos ou
azenhas movidos a água. Mesmo assim registam-se atafonas, como aquela que
existiu no recinto interno do Palácio de S. Lourenço, referida em finais do
século XVI por Gaspar Frutuoso.
O ENGENHO E O AÇúCAR
O LAGAR E O VINHO
A presença do lagar não foi sempre sinónimo de vinhas, pois nem todos os
viticultores tinham meios para o dispor, sujeitando-se a maior parte, como era o
caso dos caseiros ao lagar do senhor ou de outrem. Em 1728 o lagar de pedra de
Manuel de Abreu na Tabua é avaliado em 4$000 réis e servia um vinhedo de
3.444 parreiras. Já em 1742 João Lopes do Monte do Estreito de Câmara de
Lobos apresenta uma casa e lagar no valor de 10.000 réis para uma extensão de
20.140 parreiras. Os custos de construção da infra-estrutura eram elevados,
sendo em muitos casos mais um encargo a que estava sujeito o colono. O preço
do lagar variava consoante fosse construído em madeira ou escavado na rocha,
acrescentando-se, ainda, a cobertura. Quanto às diversas partes do lagar
sabemos em 1767 do valor das do lagar de Paula de Aguiar na Tábua. Dos
28.9000 réis de despesa o senhorio contribuiu com 10.000 réis para o fuso, pedra
e paredes:
O lagar é hoje uma peça de museu, tendo sido substituído pela moderna
tecnologia, mas noutros tempos foi um instrumento imprescindível ao fabrico
do vinho. Na Madeira está documentada a presença de dois tipos: lagariças de
pedra, com o cocho escavado na rocha dispondo de vara e fuso em madeira para
exercer pressão sobre o bagaço; lagares de madeira, que podiam ser escavados
num tronco formando um cocho ou de traves de madeira calafetada.
A construção dos poios para retenção da terra foi a primeira obra de engenharia
dos portugueses na ilha. Mas, a partir de 1425, altura em que surgiu a cultura
da cana sacarina, houve necessidade de criar um conjunto de infra-estruturas
que propiciassem o regadio, de forma a cultura poder expandir-se por toda a
vertente sul. Na Europa conheciam-se diversas técnicas de regadio, sendo a
mais famosa a dos árabes, que assentava num complicado mecanismo de
elevação da água até aos locais de plantio. Mas no Norte de Portugal o sistema
usado era distinto e consistia no aproveitamento da força da gravidade para a
condução e desvio da água do curso natural para poder irrigar as terras fora do
seu alcance e de forma a poder usar-se a força motriz para mover algumas
infra-estruturas transformadoras, como os moinhos de água.
Uma das tarefas dos primeiros colonos foi a construção de levadas. As levadas
assumiram um papel fundamental na vida das populações. Foi em torno do
percurso por entre as montanhas e áreas de cultura, assentou o seu quotidiano.
As levadas são vias de condução da água, mas também caminhos de acesso as
espaços agrícolas e habitação e, por consequência, vias privilegiadas de
circulação dos produtos da terra.
Com D. João II ficaram definidos os direitos sobre a água que perduraram até
ao século XIX. Por cartas de 7 e 8 de Maio ficou estabelecido, de uma vez por
todas que as águas eram património comum, sendo distribuídas pelo capitão e
oficiais da câmara, entre todos os proprietários, pois que "sem as aguas as terras
se não podiam aproveitar". A partir daqui ficou estabelecido que a água era
propriedade pública, sendo o usufruto daqueles que possuíssem terras e delas
necessitassem. Todavia, desde finais do século quinze, a água passou a ser
negociada, a exemplo do que sucedia com a terra. É com o regimento de D.
Sebastião, em 1562, que se procede a uma alteração no sistema primitivo. As
águas podem ser vendidas ou arrendadas, o que permitiu que aumentasse o
fosso entre a propriedade da terra e da água.
Em 1496 parece que estava delineado o sistema de regadio pelo que na Ribeira
de Santa Luzia não se permitia mais a abertura de novas levadas ou a tiragem
da água, acima das já existentes. Esta situação resulta da pretensão de alguns
heréus de um destas quererem tirá-la mais acima das já existentes no sentido de
aproveitar terras acabadas de arrotear. A coroa insiste na proibição de construir
nova levada em cota superior, punindo os infractores com pesadas penas. Na
verdade, segundo Gaspar Frutuoso, a Ribeira de Santa Luzia servia várias
levadas, sendo uma delas para os cinco moinhos do capitão e um engenho de
açúcar. Mas, o Funchal ficou servido, ainda, por outras como a dos Piornais, do
Pico do Cardo e Castelejo. É de salientar que esta água das levadas tinha um
elevado aproveitamento, pois, para além do uso industrial e do regadio, era
canalizada para o consumo das casas e limpeza das ruas da cidade. Os poços
existiam um pouco por toda a cidade, mas não eram suficientes para as suas
necessidades.
ACTIVIDADES AGRO-INDUSTRIAIS
OS CEREAIS
A produção de cereais obrigava à existência de um conjunto de infra-estruturas
de transformação do grão para uso na alimentação. Para se separar o grão da
palha utilizava-se o sistema comum do reino, nomeadamente dos Trás-os-
Montes e beira Transmontana, isto é o malho ou mangual, o trilho, ou até
mesmo os pés. O primeiro generalizou-se na Madeira, enquanto o segundo
ficou para o Porto santo, as dimensões das áreas disponíveis definiram esta
diferente forma de separação do trigo da palha. Para isso foi necessário
construir eiras, de terra batida ou com laje de pedra, de que ainda temos
vestígios de algumas no Porto Santo. A partir do momento que se dispõe do
grão entra-se na segunda fase do processo com a sua transformação em farinha,
socorrendo-se para isso de mecanismos movidos pela força braçal do homem,
dos animais, da água e vento. Os últimos só existiram no Porto Santo, enquanto
na Madeira generalizou-se, por força da abundância de água, os moinhos ou
azenhas movidos a água. Mesmo assim registam-se atafonas, como aquela que
existiu no recinto interno do Palácio de S. Lourenço, referida em finais do
século XVI por Gaspar Frutuoso.
O ENGENHO E O AÇúCAR
A moenda da cana no engenho inicia o processo de fabrico do açúcar. As mós e
os cilindros esmagam a cana e depois a prensa espreme o bagaço de modo a
retirar-se a garapa que depois será cozida. O fabrico do mel resume-se a
uma simples cozedura, mas o fabrico de açúcar implica um processo
moroso de purga e clarificação. A principal questão que se coloca é a de
saber donde conseguiram os madeirenses a tecnologia necessária para
fabrico do açúcar.
A presença do lagar não foi sempre sinónimo de vinhas, pois nem todos os
viticultores tinham meios para o dispor, sujeitando-se a maior parte, como era o
caso dos caseiros ao lagar do senhor ou de outrem. Em 1728 o lagar de pedra de
Manuel de Abreu na Tabua é avaliado em 4$000 réis e servia um vinhedo de
3.444 parreiras. Já em 1742 João Lopes do Monte do Estreito de Câmara de
Lobos apresenta uma casa e lagar no valor de 10.000 réis para uma extensão de
20.140 parreiras. Os custos de construção da infra-estrutura eram elevados,
sendo em muitos casos mais um encargo a que estava sujeito o colono. O preço
do lagar variava consoante fosse construído em madeira ou escavado na rocha,
acrescentando-se, ainda, a cobertura. Quanto às diversas partes do lagar
sabemos em 1767 do valor das do lagar de Paula de Aguiar na Tábua. Dos
28.9000 réis de despesa o senhorio contribuiu com 10.000 réis para o fuso, pedra
e paredes:
O lagar é hoje uma peça de museu, tendo sido substituído pela moderna
tecnologia, mas noutros tempos foi um instrumento imprescindível ao fabrico
do vinho. Na Madeira está documentada a presença de dois tipos: lagariças de
pedra, com o cocho escavado na rocha dispondo de vara e fuso em madeira para
exercer pressão sobre o bagaço; lagares de madeira, que podiam ser escavados
num tronco formando um cocho ou de traves de madeira calafetada.
CULTURA
Neste período tivemos alguns madeirenses letrados que ficaram ilustres pela
sua acção. Leão Henriques cursou em Paris e foi reitor da Universidade de
Évora, inaugurada a 1 de Novembro de 1559. Luís Gonçalves da Câmara foi
reitor do Colégio dos Jesuítas em Coimbra e Roma. Martim Gonçalves da
Câmara, doutor em Teologia, provido em 21 de Junho de 1563 no cargo de
reitor da Universidade de Coimbra. O Padre Manuel Álvares com a Gramática
Latina ficou conhecido em todo o mundo por todos aqueles que fizeram os
estudos de latim.
Por todo o século XVIII a aposta preferencial foi apenas na vinha, que retirou
espaço aos canaviais. Mesmo assim tiveram continuidade, uma vez que existem
dados que documentam a existência de canaviais e sabe-se que o engenho dos
Socorridos se manteve em funcionamento por todo o século XVIII. A coroa, de
acordo com a provisão régia de 1 de Julho de 1642, pretendia promover de novo
o cultivo da cana-de-açúcar por meio de incentivos à reparação dos engenhos,
com a isenção do quinto por cinco anos ou a metade por dez anos.
Poderá ter a mesma origem a inexistência de livros do oitavo a partir de 1766.
Por todo o século XVIII a aposta preferencial foi apenas na vinha, que retirou
espaço aos canaviais. Mesmo assim tiveram continuidade, uma vez que existem
dados que documentam a existência de canaviais e sabe-se que o engenho dos
Socorridos se manteve em funcionamento por todo o século XVIII.
A mesma reivindicação dos madeirenses em 1776 não teve efeito e o sistema foi-
se arrastando num lento processo de agonia no século XIX com o movimento
liberal. Esta foi a primeira e mais forte manifestação de repúdio sem nunca se
chegar a uma decisiva extinção. A iniciativa do governo miguelista de extinguir
o referido sistema em 1828 foi uma opção efémera e não passou de uma
aventura demagógica.
As soluções não foram consensuais e o regime manteve por mais alguns anos o
processo lento de agonia. Apenas em 1916 surgiu a iniciativa parlamentar da
autoria de um grupo de deputados chefiados pelo Visconde da Ribeira Brava
que não alcançou qualquer resultado nem satisfez as exigências dos colonos,
pelo que em 1927 gerou-se um motim na Lombada da Ponta do Sol que forçou o
governo a acabar com o referido regime pelo decreto de 26 de Dezembro no
qual se expropriou as referidas terras que depois foram vendidas aos colonos
por escritura feita em 26 de Janeiro de 1928. O mesmo sucedeu nas Lombadas
no norte da ilha, em Ponta Delgada. Mesmo assim o contrato de colonia
continuou a ser uma realidade em muitas zonas da ilha e só em 1976, passados
mais de duzentos e cinquenta anos sobre o inicio desta eterna agonia‚ ao
moribundo foi passado o estado de óbito pelo decreto legislativo regional
nº.13/77/M de 18 de Outubro. Deste modo o fim do contrato de colonia ficou a
assinalar um dos mais lídimos resultados e conquista da AUTONOMIA
A conjuntura económica de finais do século dezanove trouxe a cultura de
regresso à Madeira, como solução para reabilitar a economia que se encontrava
profundamente debilitada com a crise do comércio e produção do vinho. A
situação, que se manteve até à actualidade, não atribuiu ao produto a mesma
pujança económica de outrora nas exportações. Era algo distinto: “Quando em
1853 quizeram na Madeira voltar à épocha O REGRESSO DOS CANAVIAIS. A área
de cultura de cana sacarina foi-se reduzindo inexoravelmente a pequenos
nichos de socalcos na vertente sul. Todavia, a partir de meados do século XIX a
mesma foi paulatinamente conquistando terreno a Norte e a Sul. O testemunho
de alguns autores permite acompanhar o evoluir da cultura. Em 1817 Paulo
Dias de Almeida só dá conta de vinhas, trigais e bananais. O mesmo sucede
com alguns textos de autores estrangeiros.
Para isso foi criada em 1888 uma estação experimental coordenada pelo
Agrónomo Alfredo de Fraga Gomes e estabeleceu-se um conjunto de medidas
proteccionistas em 1895. Daqui resultou a rápida promoção da cultura, que
assumiu uma posição destacada na economia da ilha, tal como testemunha
António homem de Gouveia: Appareceu de novo e florescentissima a cultura da
canna, a ponto de não haver fabricas sufficientes para a moerem; mas, a breve trecho
esta cultura florescente tem de ceder o logar ao vinho, que, obtendo um preço
remunerador, repovoa a ilha.”
1939 1.500
1951 1.500
1952 1.420
1972-1980 1290
1981 800
1982 600
1983 400
1986 119,9
1988 90,3
1989 49
1994 109,9
1995 118,8
1996 113,3
1997 113,8
1998 114,6
1999 114,6
2000 115,0
2001 117,0
2002 119,0
2003 123,0
2004 125,0
A evolução dados canaviais, com maior incidência na vertente meridional, área
tradicional de cultivo, significa um maior volume de produção que empurra a
evolução do número de engenhos. Foi no período de 1910 a 1930 que se atingiu
os valores mais elevados, que aproximaram a ilha dos tempos aureos do século
XV, apenas em termos de produção e nunca de riqueza. A partir daqui
sucederam-se medidas limitativas da expansão da área dos canaviais, que
conduziram inevitavelmente à desvalorização na economia rural e que em certa
medida favoreceram a expansão da banana, cultura, predominantemente da
vertente sul, deixando a agricultura do norte num estado de total abandono, o
que abriu as portas a uma desenfreada emigração. Tenha-se em atenção que “a
agricultura, toda a economia da Madeira, a própria administração pública, ficariam
mais do que nunca na dependência das fábricas de açúcar e alcool”.
PRODUÇÃO
litros de
LOCALIDADE Litros de
KG aguardente
sumo
Porto Moniz 7.000 700
S. Jorge 9700
S. Vicente 21 2,1
Ponta Delgada 29.400
1939 1.500
1951 1.500
1952 1.420
1972-1980 1290
1981 800
1982 600
1983 400
1986 119,9
1988 90,3
1989 49
1994 109,9
1995 118,8
1996 113,3
1997 113,8
1998 114,6
1999 114,6
2000 115,0
2001 117,0
2002 119,0
2003 123,0
2004 125,0
PRODUÇÃO
litros de
LOCALIDADE Litros de
KG aguardente
sumo
Porto Moniz 7.000 700
S. Jorge 9700
S. Vicente 21 2,1
Ponta Delgada 29.400
Os dados referentes à produção continuam a evidenciar a incidência dos canaviais continua a ocorrer na
vertente Sul, tal como o demonstram os valores de produção conhecidos para os anos de 1865 e 1970. No
século dezanove as áreas de produção mais significativa estavam nos concelhos do Funchal e Machico. A
mudança do século XX ocorre apenas quanto aos municípios de Ponta de Sol, Calheta e Ribeira Brava.
Certamente que a concentração inicial dos engenhos na cidade levou à hegemonia, enquanto na década de
sessenta o efeito dissuasor não se faz sentir, por força da abertura da rede viária, que facilitou o transporte
ao engenho do Hinton que deteve o quase monopólio.