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PAUL RICOEUR:

ARQUEOLOGIA, TELEOLOGIA E INTERPRETAÇÃO1.

Por: Dr. Daniel Sotelo Ph. D2.

ÍNDICE
1
Esboço do pensamento deste grande autor recentemente falecido.
2
Formado em Filosofia e Teologia, doutor e pós Doutor.
1. Ensaio biográfico.
1.1. Época Antiga.
1.2. Época das Guerras.
1.3. Época do Pós-Guerra.
2. Época na Sorbonne.
3. Época em Nanterre.
4. Época nos EUA.
5. Retorno à França.
6. Memórias.
6.1. Ensaios filosóficos.
6.2. Identidade pessoal.
6.3. A Ação e o agente.
6.4. A Identidade da Narrativa.
6.5. A Ética e a Moral.
6.6. A Ontologia do Eu.
Infante Paul Ricoeur

Juventude
Adulto

INTRODUÇÃO.
Muitas obras, vida intensa, prisão em campos de concentração, leitor e tradutor
de Edmund Husserl, dialogo com Martin Heidegger, tradutor e introdutor da
fenomenologia na França, criador da nova hermenêutica, interlocutor moderno,
calvinista. Migrou para os EUA depois das guerras, substitui Paul Tillich em
Chicago University, e no Union Theological Seminary, o grande teólogo alemão
que foi para o exílio. Entre hermenêutica e fenomenologia, critico de Freud,
inimigo declarado de Jacques Lacan, mistura gêneros como: história, filosofia,
hermenêutica, psicanalise.

Ele sofre com a guerra e perda dos pais, de vários parentes e do filho, que se
suicida, sofre muito com a guerra e o campo de concentração. Ação e
sofrimento fazem do autor um dos maiores pensadores modernos. Interpretar a
própria vida, “minha vida é minha obra, eu significo, meus livros e artigos”, dizia
ele3.

Paul Ricoeur é, desde o início da sua vida de intelectual, de filósofo e de


professor, um cidadão comprometido. Comprometido com a paz, com a
democracia e com a justiça, podendo a sua obra ser lida como a tentativa de
fazer valer a palavra contra a violência, por ressaltar o poder da argumentação
e do confronto racional contra qualquer tipo de afirmação unilateral da verdade.

Por seu lado, esta polaridade ou relação recíproca que o conceito de alteridade
exprime aponta, ao mesmo tempo, para a ideia de abertura, ou, por outras
palavras, para uma dinâmica de referências e de integrações. De facto, se
pensar a alteridade equivale a querer tornar inteligíveis a transformação e a
diferença, então a introdução de tal conceito como questão remete para um
processo reflexivo que procura compreender a transitividade, a mudança e, por
isso, tem de saber responder à emergência do novo em termos inclusivos e
integradores.

É, pois, com estes dois traços - o da polaridade e o da inclusão ou abertura -


que me acercarei da obra ricoeuriana, deixando ver como eles trabalham nos

3
Já escrevi duas obras sobre o seu pensamento: O Mal; e a Fenomenologia da Educação.
seus textos e nos seus temas, de tal modo que se pode pacificamente dizer
que o mais próprio pensamento de Paul Ricoeur se enleia com diferentes
alteridades textuais, sendo nesse enleamento, através de uma abertura
interpretativa, que se constitui e afirma como próprio e pessoal; nessa medida,
a sua hermenêutica pode ser lida como a protagonização da dialética entre o
si-mesmo e o outro, ou entre a identidade e a diferença.

Para além da obra sobre Freud, onde se configura substantivamente, de entre


os trabalhos ricoeuriana relevaria, como exemplos mais paradigmáticos desta
prática epistemológica, a trilogia Temps et récit e a obra já referida Soi-même
comme un autre. Em Temps et récit, Paul Ricoeur procura mostrar, por um
lado, como a historiografia se compreende melhor a si mesma se se deixar
instruir pela narrativa de ficção e, reciprocamente, como a narrativa ficcional se
enriquece com as categorias da historiografia; por outro, como ambas, a
historiografia e a ficção, representam uma mediação fundamental no
aprofundamento da questão da temporalidade que, tal como o mal, constitui
uma fronteira que a racionalidade humana, na sua constitutiva finitude, não
consegue transpor, diretamente.

Em Soi-même comme un autre, é a natureza da identidade da subjetividade


humana que está no cerne da análise e do debate; para pensar esta questão,
Paul Ricoeur desenvolve um conjunto de dez estudos em que, paulatinamente,
vai confrontando duas hermenêuticas rivais: a que releva da tradição de uma
filosofia reflexiva, que toma o sujeito como problemática significativa, e a que
decorre da filosofia analítica, de tradição anglo-saxónica, centrada na
problemática da linguagem. A sua finalidade, di-lo, é ocupar um espaço “que se
encontre equidistante de uma apologia do Cogito e da sua destituição”.

O percurso realizado nesta obra não quer mostrar a supremacia de nenhuma


das posições envolvidas no debate, mas tão-só pôr em evidência que cada
uma delas vai mais longe às suas interpretações, se se deixar interpelar pela
outra, e que a exploração dialética do seu conflito interpretativo permite
continuar a insistir na compreensão da natureza da subjetividade humana,
mesmo que seja para reconhecer que ela está, irremediavelmente, balanceada
entre o si-mesmo e a alteridade.
1. UM ENSAIO BIOGRÁFICO.

1.1. ÉPOCA ANTIGA.


O nome completo era Jean Paul Gustave Ricoeur, que nasceu em 27 de
fevereiro de 1913, em Valence cidade de 25 mil habitantes a 42 km de Lion. O
pai dele era professor de inglês na Normandia, Jules Ricoeur dava aulas no
Liceu, a cidade de Valence é uma cidade administrativa de Drome onde se
produzia metais, munições, e indústria têxtil, a sua mãe era Forentine Favre
que morre na sua infancia quando ele tinha 7 meses de idade. Paul e sua irmã
são criados pelos avos que morrem e vão para as mãos das tias em Rennes e
em 26 de setembro o está desaparecido e encontrado morto. Mais um baque
em família.

De famílias protestantes devotados, leitores e estudiosos da Biblia, sempre


frequentes em Igrejas, viveram com os avos e parentes muitos disciplinados,
órfãos, recebiam ajuda do governo para sobreviver, trabalhavam e compravam
livros e estudavam e aprendiam inglês, tinham o habito de ler muito. Na
juventude lia muito na escola e no liceu segue a mesma forma. Sua avó morre,
e em 1928 é criado pelo avô e a tia solteirona.
Entre 1928 a 1933, fim da I Grande Guerra Mundial e a ameaça da II Guerra o
pai tinha morrido Paul Ricoeur recebe o diploma de licença em Letras na
Universidade de Rennes, vai para Paris centro intelectual da França, prepara
para a escola Superior, na escola Normal da França, faz exame de Grego e
Latim, e não passa em Filosofia.

Ele dizia: “A mente é fácil saber mais que o corpo”; reconheceu a tese que
fez sobre Descartes e Aristóteles, com os professores em Rennes no Liceu o
influencia a ser bom professor, sábio em línguas clássicas e depois em
filosofia. Torna-se filosofia após estudar muito filosofia e na universidade
recebe o grau de filosofo e com a licença começa a trabalhar com filosofia no
Liceu, na costa da Britânia a 100 km de Rennes, pega tuberculoso que o torna
frágil ate o final da vida, neste período visita todos os parentes.

Em 1934 passa no concurso em Sorbonne, bacharel, foi agregado na


Universidade recebe a bolsa de Aluno da Nação. Doente e nas férias a 50 km
de Nantes, e caminha para se curar. Nos anos de Sorbonne encontra com
outro grande pensador Gabriel Marcel e em 5 de agosto de 1935, foi agregado
na mesma Universidade. Casa-se com Simone e torna professor de Filosofia
em Estrasburgo nos limites da França com a Alemanha.

Retorna a Rennes, faz o serviço militar em Versailles a sudeste de Paris, obtém


a licença em 15 de janeiro de 1937, neste período nasce o primeiro filho Jean
Paul. Vai ensinar na L’Orient e em 22 de fevereiro nasce seu segundo filho.
Entre 1935 a 1940 escreve muito e faz parte do grupo de cristãos Socialistas,
desarmamento, pacifico faz parte de sua vida e defensor dos trabalhadores, e
resiste ao governo e escreve sobre fenomenologia. Em Agosto de 1939 recebe
uma bolsa de estudos e vai estudar alemão em Munique.

1.2. ÉPOCA DAS GUERRAS.


Alistamento para a II Grande Guerra.

Em 3 de setembro de 1939 a Inglaterra e França declaram guerra contra a


Alemanha por causa da invasão na Polônia, os franceses se armam e Paul
Ricoeur é convocado para a guerra na 47ª Infantaria a 70 km ao Norte de
Rennes, e faz treinamento para a guerra.

Esta mobilização leva-o a guerra e em 15 de maio de 1940 começa a invasão


da França, Bélgica, em Junho é prisioneiro e vai para o campo de
concentração, começa a repatriação, conhece no local Mikel Dufrene, salvo
pela Cruz Vermelha, tem contato com Karl Jaspers e a fenomenologia,
escreve Voluntário e Involuntário, e reencontra Gabriel Marcel, faz a tradução
de Edmund Husserl. Neste mesmo período escreve Liberdade e Natureza,
obtém a copia de Ideen de Edmund Husserl para a tradução, fazendo a
tradução do Alemão para o Frances desta obra com comentário e crítica sobre
a Fenomenologia.

Em 1940 escreve Leitura sobre Nietzsche, em 17 de julho, e em 1943 recebe a


permissão do Ministro da Educação da França para fazer exame. E o grau de
educação na Universidade. Lidera a politica, apoia De Gaulle, para uma França
mais livre, entre os socialistas e pacifistas, Paul Ricoeur vai para a Guerra,
contra o Nazismo e o Fascismo. A França é ocupada e o sul invadido, cartas
são censuradas e pacotes são bloqueados. Ele planeja fugir, mas são presos
e mais de 6 mil prisioneiros são levados ao campo de concentração. Um grupo
de prisioneiros estava numa sala somente, mas mais de 6 mil são presos
conforme sua hierarquia e graduação no exército.

Em Agosto de 1940 cartas e pacotes começam a chegar, amigos e famílias


enviam doces, comida e livros, café, chá, manteiga, geleias. No começo Hitler
vai invadir a França e o ataque dos alemães depois de atacarem a França e
Bélgica, eles atacam a Rússia. Os americanos invadem a Ásia e Japão e a
África e sem duvida entram em combates com os Alemães e Italianos. Em
Janeiro de 28 de 1945 lutam os Americanos e Alemães numa fronteira e os
Alemães e Russos em outra fronte. Paul Ricoeur é libertado como muitos
intelectuais.

1.3. ÉPOCA DO PÓS-GUERRA.


Ele e a esposa moram numa pensão em Paris com os Filhos, ele se torna um
ativista socialista, encontra com o Pastor André Trocmé, e muitos
protestantes, judeus do genocídio, refugiados chegam a pé, trem bicicletas e
são colocados em fazendas próximas de Paris.

Em 1947 em 10 de julho nasce o seu 4 0 filho com o nome Olivier, ele encontra
Albert Camus, depois da doença longa dos dois e este ultimo escreve a Peste,
Paul Ricoeur reve o livro e comenta esta obra. Depois da liberdade, Paul
Ricoeur escreve muito e entre 1947 e 1950 publica a obra com Karl Jaspers e
a Filosofia da Existência junto com Mikel Dufrene, trata de uma obra a 4 mãos
e sobre a existência, metafisica, transcendência e linguagem simbólica.

Durante cinco anos foi como prisioneiro leu e traduziu Edmund Husserl e em
1950 publica a tese de Doutorado além do comentário ás ideias de Edmund
Husserl, Voluntário e Involuntário, na mesma época Maurice Merleau Ponty
publica a Fenomenologia da Percepção. Paul Ricoeur retoma o método
eidético de Edmund Husserl como sentido do possível sobre a análise do
poder, modos de poder, e o proposto desta analise, nestas considerações da
descrição empírica e a forma do mal ou a transcendência de Deus.

Ele coloca a questão do mal no segundo volume como a Finitude e


Culpabilidade, projeta outro volume sobre Transcendência num escrito e a
poética do poder, também não foi escrito, mostra que a sua juventude
atrapalhou com a imprudência ao anunciar as ambições dos planos e fica
fascinado com a trilogia de Karl Jaspers.

Paul Ricoeur descreve o poder, poder tem o sentido eu decido e movo o meu
corpo, e eu consinto. Estes modos de poder o Voluntário é uma parte do
Involuntário.

Quando decido, o motivo e a origem da condição do nosso corpo, fome, vestes,


frios, a pessoa tem fome e sede de outros valores. As condições destes
motivos comparados com as condições e decisões.

Sobre a ação Voluntaria ou moção, o corpo está em ordem e a decisão. A


experiência do Involuntário é o esforço, a resistência do corpo. O Involuntário
corresponde ao Voluntario e o movimento é a emoção e hábito. O hábito é o
adquirir o movimento do Involuntário no serviço do movimento do Voluntário ou
seu impedimento. Nesta seção Paul Ricoeur fala do corpo vivido ou do corpo
pessoal, nossos corpos são objetos, nós somos nossos corpos.

Gabriel Marcel e Maurice Merleau Ponty, Paul Ricoeur fala contra o dualismo
que coloca a consciência e a corporeidade nas duas categorias. J P Sartre luta
contra o dualismo tradicional e substitui por outro dualismo, que é o etre -
pour- soi ou o etre – en – soi, ser para si mesmo ou ser em si mesmo. O
Involuntário absoluto, e faz o caráter, o inconsciente representado pelo nascer
e o morrer. Recusa ou consente nosso consentimento. O poder e o Involuntário
é sempre reciproco.

Este livro de Paul Ricoeur tem temas e métodos de sua obra filosófica em
todos os sentidos. Sua obra é tida como uma antropologia filosófica, os
modos do homem confrontar o mal, a interpretação da linguagem poética e
simbólica, de profundo conhecimento da condição humana da obra de Sigmund
Freud, a conexão entre tempo e narrativa, o final no estado da identidade
pessoal. Paul Ricoeur tem grande interesse na analise da ação humana e
todas as suas formas.

A obra sobre a ação eidética e abstrata, em Voluntario, e que a obra é direta


e pratica como a politica. Em seus artigos oferecem os métodos dos textos da
compreensão da ação humana. Ele toma os fatores da ideia de Aristóteles que
a narrativa é “uma imitação da ação humana”.

Em 29 de abril de 1950 recebe o grau de doutor em Letras e a sua tese recebe


o premio da sociedade francesa com a distinção e honra. Emanuel Mounier e
Jean Cavailles, os intelectuais Católicos que em 1932 no Jornal Esprit, que foi
o órgão do socialismo Cristão e as suas ideias antes e depois da II Grande
Guerra.

A visão de Emanuel Mounier chamou de personalismo, cristãos e católicos e


o espiritualista, o posto aos totalitarismos, estados totalitários e a burguesia
capitalista.

Paul Ricoeur ataca as visões socialistas e pacifistas. Encontra com Emanuel


Mounier quando se torna estudante universitário, e é convocado a dar as suas
opiniões politicas, escreve um artigo sobre este autor em dezembro de 1950. É
uma autobiografia revisando a homenagem e a filosofia de Mounier. A vida
pessoal e acadêmica em Estrasburgo e a sua classe sobre historia da filosofia ,
quando ele lê as obras do filosofo maior e devota fazer muitas palestras sobre
ele em 1951, publica então, muitos artigos sobre Edmund Husserl e prepara o
segundo volume de Filosofia da Vontade.

Em 1953 o ultimo filho de Paul Ricoeur nasce e ele tem agora cinco filhos, e
um sexto recém-nascido. No verão está na casa de Adele que em 1934 tem na
cidade de pequena de origem Protestante perto de Pornic, no estuário do Rio
Loire, grande jardim, perto da praia e perfeita para as crianças, ele tinha uma
vida de leitura de manhã, e caminhava na costa a tarde, prepara nesta época
vários artigos.

Em 1955 viaja para os EUA, visita a Filadélfia, chamado pelos Quackers, vai a
Montreal, vai depois para a China com convite do governo, sua impressão
sobre esta viagem gera muitos artigos.

2. ÉPOCA NA SORBONNE.
Sorbonne: 1957-64
 
Mais ces années de bonheur d’enseigner sont finalement et surtout marquées
par l’approfondissement, chaque année, d’un grand auteur classique : de
Platon et Aristote à Spinoza, Kant ou Hegel. Paul Ricœur, devenu alors
professeur en titre, se présente à la Sorbonne en 1955 : battu par Jean Guitton,
il est élu l’année suivante. A un moment où la vieille Sorbonne croule sous le
nombre, il ne retrouve cependant pas le dialogue qu’il aimait tant avec ses
étudiants : ses talents d’excellent pédagogue provoquent des amphithéâtres
archi-pleins, les étudiants s’entassent sans pouvoir l’approcher et il doit se
limiter à des cours magistraux. Il noue à la Sorbonne quelques amitiés, Jacques
Derrida notamment, qui le seconde un temps pour son séminaire de
phénoménologie.
Mais il ne retrouve la sociabilité strasbourgeoise que grâce à la communauté
d’Esprit. A partir de 1957, il vient habiter les « Murs Blancs » à Châtenay-
Malabry dans la communauté créée par Emmanuel Mounier en 1939. Il y
retrouve le petit cercle des animateurs de la revue Esprit et les Ricœur vivent
alors aux côtés des familles Fraisse, Domenach et Marrou. Ces chrétiens
progressistes prenant une position ferme de contestation de la politique de
guerre en Algérie, les « Murs Blancs » sont vite qualifiés de « Château Rouge
», menacés par l’OAS, défendus par les étudiants d’Antony. Le 9 juin 1961, à
l’heure du laitier, Ricœur voit débarquer chez lui la police qui l’embarque pour
24 heures au poste et procède à une perquisition.
  
A partir de 1960, après son article-tournant « Le symbole donne à penser »,
publié dans Esprit en 1959, Paul Ricœur se trouve dans son parcours
philosophique à un moment majeur qu’il qualifiera plus tard de « greffe
herméneutique » sur son programme phénoménologique. L’idée centrale est
qu’une philosophie sans présupposition, sans pré-compréhension est
impossible, et que toute naïveté est en quelque sorte « seconde », comme
reconquise par-delà la critique. C’est d’ailleurs le moment où Ricœur découvre
et publie dans la collection qu’il dirige au Seuil le livre du philosophe de
l’herméneutique post-heidegerrienne Hans-Georg Gadamer, Vérité et Méthode.
Ricœur reprend certains des grands thèmes de cette herméneutique, mais en
les soumettant à un déplacement.

C’est qu’en dépit de Heidegger et de Gadamer, il recherche une herméneutique


« critique », c’est à dire une herméneutique qui ne sépare pas l’appartenance
ontologique de la distance critique, et qui fasse place à la pluralité des
méthodes, comme on le voit dans l’exégèse biblique, mais aussi dans la
philologie littéraire, dans l’interprétation historique, ou dans la jurisprudence.
  
C’est pourquoi d’ailleurs il ne faut pas s’étonner si cette greffe se traduit en
premier lieu par une plongée dans l’œuvre de Freud. Elle débouchera sur la
publication en 1965 de son ouvrage De l’interprétation, essai sur Freud, lequel
prolonge sa réflexion sur les symboles de la culpabilité mais aussi de la
souffrance absurde. Dans cette série, on trouve aussi un dialogue au sommet
avec Claude Lévi-Strauss publié dans Esprit en 1963, et plus tard une réelle
complicité amicale et intellectuelle avec Aljirdas-Julien Greimas.

C’est qu’il met ses orientations phénoménologiques à l’épreuve des


interrogations montantes des sciences sociales, celles qui vont porter l’étendard
du structuralisme, ou de l’idée de structures sans sujet. Ricœur maintient le cap
d’une herméneutique du sujet, mais d’un sujet qui ne se déchiffre
qu’indirectement dans ses œuvres et ses signes. Le conflit des interprétations,
fondé sur la polysémie et les double sens, reprend la dialectique des
interprétations réductrices (les « herméneutiques du soupçon ») et des
interprétations amplifiantes, déjà à l’œuvre dans le livre sur Freud. Il montre le
caractère irréductible du différend entre les grandes herméneutiques rivales.

Philosophe présent sur tous les terrains de la modernité, à l’écoute de son


temps, enseignant dans le même temps à la Faculté de théologie protestante
de Paris, Paul Ricœur cumule la direction d’un nombre invraisemblable de
thèses. La plupart des étudiants en philosophie ayant des projets de recherches
non conventionnels viennent en effet le solliciter. Pourtant, il doit affronter le
rejet brutal des althusséro-lacaniens qui, au nom d’une scientificité qu’ils sont
supposés incarner, font passer l’herméneutique de Paul Ricœur pour une
vieillerie spiritualiste définitivement dépassée. Il en résulte un discrédit
momentané qui frappe Paul Ricœur au sommet de la vogue structuraliste, alors
qu’il fait encore le choix de la modernité en se lançant dans l’aventure
nanterroise.

Em 1956 recebe o convite e chamado para lecionar em Sorbonne, ao redor de


Paris, o chefe de Filosofia era R. Bayer, segunda chamada e visita a viúva de
Emanuel Mounier, que morre só em 1990, Jean Marie Domenach o convoca
para escrever para a Revista Esprit, durante os anos de 1950 e 1960 escreve
sobre Kant, Nietzsche, Aristóteles e Edmund Husserl e fenomenologia,
linguagem simbólica. Faz palestras em vária Universidade da França e da
Europa.

Em 1955 publica uma coletânea de artigos intitulada como Historia e Verdade,


coleção sobre filosofia, história, relação entre Deus e o homem, personalismo,
questões politicas e termina o livro com o papel da negação da própria filosofia,
e escreve sobre Sartre e o Homem Falível.

O sentido do artigo sobre A Palavra é meu reino e a declaração de sua


própria visão da importância e o papel do ensino e da critica da obra dos
marxistas e da universidade.

Dizia ele:

“O que eu ensino? Eu falo. Não tenho outro caminho de


fazer viver e não tenho outra dignidade. Tenho o caminho
transformando o mundo e nenhuma outra influencia sobre o
povo. Falando é minha obra. Linguagem é meu reino. Meus
alunos, a maior parte, terá outra relação com coisas e com
o povo; eles constroem algo com suas mãos; ou talvez
falem e escrevem sobre negócios, historias e
administração, mas a sua linguagem não será linguagem
do ensino. Será parte de uma ação, ordem, plano, ou
começo de uma ação. Meu falar não começa na ação, não
manda, ação, mas uma produção. Falo só o comunicar as
jovens gerações o conhecer e o pesquisar da velha
geração. Esta comunicação por falar de adquirir saber e
pesquisar em progresso é a minha razão para ser minha
profissão e honra. Não sou zeloso do mundo real que é o
modo da realidade, certos mestres não são felizes com
eles mesmos. Minha realidade e minha vida é o meu reino
das palavras, das sentenças e do próprio discurso”.
Isto tudo se refere à universidade que acabou com a literatura, o latim e os
exames, o papel da humanidade na educação de todos os estudantes. O
importante é o começo da critica da universidade em seus sistemas nos últimos
anos. Paul Ricoeur após escrever o segundo volume de Filosofia do Poder,
publica Finitude e Culpabilidade em duas partes: O Homem Falível e
Simbolismo do Mal.

O método é Kantiano sobre o Homem Falível sobre como as condições do mal


e do pecado são possíveis. O tema é existencial. Paul Ricoeur deseja remover
o rompimento do mal ou do pecado para além da sua analise eidética do puro
poder encontrado em Voluntário e Involuntário.

Após ter descrito o poder como tal ele deseja estender sua analise ao poder
escolhido do mal. Ele responde sob que condições é o mal possível e como o
poder é essencialmente livre ter a si mesmo na condição do pecado?

Sua resposta é cartesiana no sentido que ele encontra a desproporção para o


uso da expressão de Blaise Pascal – não entre o poder e compreender, como
Rene Descartes clama em sua explicação de como o erro é possível, mas
dentro do mesmo poder.

A liberdade humana é sempre e uma vez infinita aberta e limitada. Esta


desproporção entre nossa possibilidade e nossa limitação torna-nos frágeis.
Somos capazes das próprias coisas, de exercitar nosso poder, de nosso ser
amado e respeitado.

Quando o poder é signo? Quando o poder os povos respeitam e parecem


nada? Esta perda ou desproporção é não mal ou pecado, mas abre-nos ao
viver vulneráveis a tentação e pecado.

Na segunda parte do poder empírico de Simbolismo do Mal, ele morre para a


possibilidade estrutural do mal ou nosso pecado no símbolo em que exprime o
mal: margem, erro, separação ou cativeiro. Este livro representa a primeira
aventura de Paul Ricoeur na analise filosófica da linguagem simbólica, o
interesse que torna permanente fator de sua filosofia.
Sua tese principal é que o mal sempre falado é metafórico ou simbólico. Não
há direção ou linguagem literal do pecado; e que o pecado é a interpretação do
símbolo ou expressão de duplo sentido.

Sua tese é que o mito da origem do mundo, tal como a batalha de Titãs ou que
o Mito de Orfeu da alma boa tem o corpo mau, ou o Mito de Adão da tentação
do Jardim do Éden, é a explicação oferecida na história da origem do mal no
mundo.

Conclui esta obra como o símbolo que prove o campo fértil da analise filosófica.
Esta tese é o oposto o que exige a filosofia e tem uma linguagem simbólica,
que a meta da filosofia da linguagem se converte em linguagem simbólica clara
e no discurso literal.

O fator importante da sua filosofia por vinte anos e a sua Finitude e a


Culpabilidade é a hermenêutica como tarefa fenomenológica. No ponto de
vista e a interpretação dos textos e a teoria da hermenêutica do ser como
método entre outros o centro real da filosofia.

Em 1956 em Paris a cena politica foi dominada pela guerra civil na Algeria, foi
uma guerra amarga que começou em 1954 e que em maio de 1958 o governo
com o Parlamento tem Charles de Gaulle com o poder completo e em Junho o
governo lhe dá poderes totais.

Em 1957 Paul Ricoeur é oposição a este tipo de governo e guerra e da politica


francesa e recusa a independência da maioria Árabe da Algeria, a guerra
militar, ele se opõe escrevendo artigos e cartas contra esta situação de politica.

Paul Ricoeur compara aos Nazistas e os professores alemães perseguidos e


permanece em silencio, mas emprega a força e em maio de 1961, inspetores
vão a sua casa e o prende com o uniforme da policia; o comissário da policia
permite que ele fale, o passaporte é confiscado, os filhos e a esposa ficam com
medo, intercede a C de Gaulle depois de preso num campo perto de Lião e
depois é libertado fato que foi noticiado no Le Monde.

Em 1960/62 o autor é um dos mais famosos e bem conhecidos professores na


França. Suas aulas na Sorbonne, mais de cem alunos, e o seu livro O Homem
Falível e o Simbolismo do Mal, leem e comentam as obras e escreve sobre
filosofia, politica e sobre questões populares ou não.

O psiquiatra Jacques Lacan conhecido nos círculos da psicanalise tem a


mesma fala que Paul Ricoeur. Jacques Lacan analisa e critica a obra de Freud
como faz Paul Ricoeur, Maurice Merleau Ponty passa a ser o seu parceiro
filosófico, mas rejeita a obra de Jacques Lacan.

Em 1960 Paul Ricoeur e Jacques Lacan brigam ao apresentarem palestras na


mesma Universidade e este acusa Paul Ricoeur de plagio sobre a questão do
Inconsciente. Paul Ricoeur faz uma critica enorme ao Inconsciente de S
Freud como a linguagem simbólica em O Simbolismo do Mal.

Entre 1958 e 1961 Paul Ricoeur lê toda a obra de S Freud e os Seminários de


Jacques Lacan, e entre 1960 e 1963 dá palestras fazendo parte em Yale e em
Louvain em 1962 onde estas palestras fazem parte de sua obra sobre Sigmund
Freud com o titulo Freud e a Filosofia em 1965.

Em 1963 vai a Roma, onde encontra Jacques Lacan que pergunta a Paul
Ricoeur sobre suas teorias sobre Sigmund Freud. Paul Ricoeur rompe
definitivamente com Jacques Lacan em 1965, sobre as teorias de Sigmund
Freud em a obra de Paul Ricoeur sobre S Freud é denominada de Da
Interpretação. S Freud e a filosofia é o rompimento de Paul Ricoeur com
Jacques Lacan que abraça o estruturalismo e Paul Ricoeur abraça a
fenomenologia.

Freud e a Filosofia, esta obra é dividida em três partes, o problema, a analise


e a dialética. A primeira parte localiza a psicanalise no debate filosófico sobre a
linguagem e a linguagem simbólica. Paul Ricoeur chama a psicanalise de
semântica do desejo ou como se deseja falar.

O desejo de falar falha e a falha no que se fala. A hermenêutica de Paul


Ricoeur é o símbolo da mensagem dupla como expressão do jogo da
interpretação de um texto que significa ser não inteligível na superfície ou texto
com vários sentidos.
Paul Ricoeur coloca Sigmund Freud entre os mestres da suspeita, como Karl
Marx e Friedrich Nietzsche. Os três chamam a questão da fé que a consciência
é vista e avaliada à introspecção.

“Os três tentam em diferentes caminhos, faz sua


consciência o método de decifrar com a de a
inconsciência do cifrar o que eles atribuem ao poder
do poder, ao ser social ao psiquismo inconsciente. S
Freud é lido como o desmascarar a ilusão e que dá o
jogo para interpretar da inconsciência, como
manifesto no sintoma neurótico, sonho, e o não
acontecer geral da cultura moderna”.

Mas Paul Ricoeur no fim de seu estudo sobre Sigmund Freud estabelece a
dialética entre a suspeita e a fé, que dia o oposto da suspeita. A dialética
desmascara a ilusão é a revelação do sagrado. Maurice Merleau Ponty a
psicanalise como interpretação do inconsciente, especial desejo, a esperança
da escatologia da religião, a arqueologia do sujeito e a teleologia do
sujeito.

Paul Ricoeur cria a dialética entre a psicanalise na primeira forma e a obra de


Sigmund Freud é a continuação de sua obra da fragilidade humana encontrada
em Finitude e Culpabilidade.

A porção analítica do livro de Sigmund Freud é a filosofia onde ele acresce a


ideia de Aristóteles e Descartes e psicanalistas como Jacques Lacan. Paul
Ricoeur é um analista não um psicanalista e a sua posição contra Sigmund
Freud mostra isto, ele responde que Sigmund Freud não escreveu para os
seus colegas e estudantes, mas para uma audiência geral.

O objeto dos estudantes foi o não o desejo humano e a manifestação


inconsciente, mas o desejo mais ou menos as relações conflitantes como
mundo da cultura, pai e mãe, autoridades, imperativos, proibições, obras da
psicanalise é a experiência total humana que a filosofia toma o reflexo sobre a
compreensão.
Na leitura sobre Sigmund Freud, Paul Ricoeur move para a energia de Freud
como representante em seus escritos anteriores como hermenêutico
desenvolvido em Interpretação dos Sonhos. Ele continua com a interpretação
de Freud da cultura e o conflito continua entre o individual e o meio radical.
Paul Ricoeur fala de sua leitura de Sigmund Freud é possível ler com a
abertura de um numero de interpretação filosófica possível. Em sua
Autobiografia, Paul Ricoeur admite ter mais a interpretação na leitura de um
texto que o pensamento do tempo.

Em sua dialética ou interpretação filosófica de Sigmund Freud, Paul Ricoeur


começa com um dogma e discussão técnica da epistemologia da psicanalise
de que é concluída que a psicanalise não é uma ciência da observação e não
encontra normas de explicação das ciências naturais.

Na espécie de fenomenologia, a psicanalise, quando a psicanálise é


reformulada em termos de linguagem e sentido. A pressuposição fundamental
da fenomenologia que dirige e acessa a sua consciência é contradizer a
exigência fundamental da psicanalise de Sigmund Freud.

Paul Ricoeur conclui é que a psicanálise é a ciência hermenêutica que o objeto


é o desejo semântico, a intersecção do desejo e do discurso, a estrutura do
inconsciente do desejo e do mundo cultural. A linguagem do desejo é o
discurso combina com o sentido e a força.

A interpretação filosófica sobre Sigmund Freud é uma arqueologia do sujeito


na psicanalise e é dialética relacionada à teleologia. O ponto de ligação é o
símbolo.

O simbolismo do sonho é um simbolismo cultural. Paul Ricoeur retorna ao tema


do Homem Falível, a ilustrar como o desejo em suas origens e o seu fim,
combina a arqueologia com a teleologia. Ele refere às paixões humanas ou o
desejo de ter, poder e o valor.

Ele diz que a identidade é a profunda identidade de duas hermenêuticas,


regressiva e progressiva, pode ser mostrada a força e a clareza. A arqueologia
mesma e o telos da aventura humana a ser mostrada no fim da exegese do
mito do segredo de nossa infancia e nascimento. Paul Ricoeur termina com o
relato de Sigmund Freud na psicanalise da religião e confronta com a
hermenêutica de Mircea Eliade, Gerardus van der Leuwn, Karl Barth, Rudolf
Bultmann no fim de o Conflito das Interpretações.

Ele diz que: é impossível construir uma psicanalise do crer a parte de uma
interpretação e da compreensão da produção cultural em que o objeto de fé,
anuncia-se. A culpa e a consolação são conceitos centrais em psicanalise e na
religião, conforme Paul Ricoeur a interpretação arqueológica de Sigmund
Freud chama de interpretação teleológica que inclui perdão e esperança.

O livro de Paul Ricoeur sobre Sigmund Freud publicado em 1965 foi um grande
sucesso e atraiu muitos críticos. Sigmund Freud foi a influencia dominante
sobre o cenário francês, como foi Martin Heidegger e Edmund Husserl tem sido
na década anterior.

De Jean Paul Sartre, Maurice Merleau Ponty, Paul Ricoeur escreve sobre
Sigmund Freud antes e Jacques Lacan desenvolve as teorias em 1950 sobre a
descoberta francesa dos filósofos, psicanalistas e escritores em 1960, Paul
Ricoeur em seu livro foi o primeiro a combinar o detalhe da leitura da
interpretação filosófica sobre Sigmund Freud e forma junto com a psicanalise
com filosofia.

Paul Ricoeur bem conhecido entre os fenomenólogos e a sua versão da


hermenêutica não desenvolveram neste tempo a fenomenologia encontra na
França no meio de 1960 onde teve a forte reação e se formou como disciplina;
Jacques Lacan e a sua teoria bem conhecida ao mesmo tempo em que não
publica um trabalho detalhado sobre o assunto na construção desta teoria.

Jacques Lacan fica furioso com a obra de Paul Ricoeur e diz que ele usurpou
as suas teorias e a interpretação de Sigmund Freud e que ele plagiou suas
ideias. Ele ataca Paul Ricoeur em suas obras, a teoria da linguagem e a briga
foram muito feias. Paul Ricoeur tem escrito muitos dos seus artigos e livros
para se defender de Jacques Lacan, e expuser a sua filosofia, retruca a estas
criticas. Mostra em 1960 nada tinha a ver com a fúria e a obra de Jacques
Lacan, mas com Aristóteles – o Estagirita, Emanuel Kant, Rene Descartes e
Friedrich Hegel. Paul Ricoeur fala das teorias de Jacques Lacan e que ele não
entendeu nada.
3. ÉPOCA EM NANTERRE.

Num discurso Paul Ricoeur escreveu muitas criticas a alguns franceses e em


1964 escreveu uma crítica violenta a universidade da França. Ele advoga um
melhor curriculum nos cursos Universitários, assuntos, alunos, estudantes e as
escolhas de modelos de cursos. Ele fala sobre a pratica dos professores nas
Universidades e fala que os professores são servos civis, que não fazem nada
para ensinar e que a função da pesquisa foi removida das universidades e pela
burocracia do governo, do CNRS, tem dupla jornada e a critica maior vai com
as palavras proféticas: a experiência acadêmica explode no cataclismos
nacional.

Em 1968 o campus experimenta as novas formas políticas e o grande sentido


das manifestações dos estudantes. As faculdades tinham o estilo americano:
Lei, Letras, Sociologia, Filosofia, História e os estudantes estudam a sociedade
burguesa através dos escritos de Karl Marx, Mao Tse Tung, Che Guevara. Os
estudantes de esquerda e os homens e mulheres moram juntos nos
dormitórios. O conselho de professores, a administração do campus, protestos
em Paris, ataques a bomba, os docentes de Letras recebem as bombas.

Nanterre, os esquerdistas e as publicações retornam a Sorbonne e depois das


aulas suspendem em Nanterre, mais de cem estudantes agem por toda a
parte. A polícia é chamada para esclarecer, as batalhas ocorrem nas ruas,
barricadas, os dias posteriores e outros acontecimentos de batalhas ocorrem
entre a polícia e os estudantes.

A turba de 600 alunos e 345 policiais tem vários confrontos. O evento de 1968
mexe com a politica e a economia, governo na França, e De Gaulle é o
presidente.

Paul Ricoeur foi eleito para o conselho da Universidade, um tipo de pró-reitor,


como docente de Letras. Publica as Leis de Orientação para os alunos.
Durante 1969/70 no ano acadêmico os esquerdistas retornam a Nanterre e
novas passeatas ocorrem nas Universidades Francesas e os filhos de
imigrantes e trabalhadores procuram asilo no campus da Universidade.

Em Janeiro de 1969 a Faculdade de Direito participa das manifestações, a


batalha na Faculdade de Letras, provocações e os esquerdistas são proibidos.
Paul Ricoeur está triste com os fatos e se torna pacifista, pede que não
ocorram mais lutas e pede misericórdia e perdão aos manifestantes e policiais
pelos ataques físicos.

A Faculdade de Lei reabre suas portas e todos retornam como a Faculdade de


Letras é julgada e a força das liberdades dos estudantes. A situação da briga
entre Maoístas e Comunistas continua, professores Italianos e Espanhóis são
chamados para dar cursos nas faculdades. A revolução instalada e o campus
banalizado, o ministro da educação discute com o conselho das Faculdades a
situação. A polícia começa a circular pelo campus, as barricadas desmontadas,
eleito novo ministro da Educação. Fevereiro e Março continuam as revoltas e
Paul Ricoeur sai da liderança da Universidade.

Paul Ricoeur é chamado após receber o Doutorado na Universidade de


Chicago e publica logo após O Conflito das Interpretações e vai para os
EUA. Ele passa um período de pós-fenomenologia, hermenêutica,
estruturalismo, escreve sobre a Existência e Hermeneutica. Ele explica como
a hermenêutica difere da ontologia de Martin Heidegger da compreensão e
começa a fase de critica sobre Sigmund Freud e o artigo Hermeneutica e
Psicanalise e posterior a Técnica da Interpretação, Simbolismo do Mal,
religião e fé.

Em 1967 ele e dois colegas com prestigio da Sorbonne fazem um novo


campus em Paris no Bairro de Nanterre, a nova Universidade permite-o e a
outros professores construírem uma nova Universidade num novo campus,
mudando a fossilização de Sorbonne. A França do pós-guerra e depois de
1960 este novo campus no subúrbio o ministro da educação dá o nome de
Universidade de Nanterre, a construção da base militar passa a ser a
Universidade.

Em Nanterre experimenta um novo modo educacional, subúrbio formado por


exilados da África e fazendeiros, com residência para os professores, um novo
modelo de Universidade Francesa.

Para Paul Ricoeur em Simbolismo do Mal ele cita teólogos Protestantes como
Karl Barth, Rudolf Bultmann e a sua filosofia da Interpretação tem certos temas
ou conceitos como a acusação, consolação, testemunho, culpa, linguagem
religiosa. Ele em Nanterre é chamado de exilado e vai para a Bélgica e depois
pars os EUA, escreve sobre a Semântica da Ação, Curso de Hermeneutica,
Discurso da Ação, vai para Chicago e substitui nesta época nada mais nada
menos que o grande teólogo Alemão que havia falecido Paul Tillich na
Universidade e no Union Theological Seminary.

Mais si Rennes marque tant Paul Ricœur, c’est moins parce qu’il y reste jusqu’à
20 ans que par les découvertes qu’il y fait. Et la première, majeure,
déterminante en ce qu’elle est la source d’une intarissable curiosité
intellectuelle, est celle de la lecture. Très précoce et doté de facultés
intellectuelles hors du commun, le jeune enfant est en permanence plongé dans
les livres. Georges Guitton, qui en a dressé un remarquable portrait, rapporte
même que « lorsque commence une nouvelle année scolaire, il a lu tous les
livres conseillés par les enseignants » !
 Sans surprise, sa scolarité n’est qu’une succession de prix d’excellence.
Mais, plus encore, ce qui le marque est la rencontre déterminante avec Roland
Dalbiez, son professeur de philosophie au Lycée de Rennes qui assurément
tient une place fondatrice dans son parcours : licencié ès-lettres de la faculté de
la place Hoche en 1933, il se classe second à l’agrégation de philosophie en
1935. C’est à cette période qu’il quitte Rennes, pour enseigner d’abord à Saint-
Brieuc puis à Colmar.

Mais le chef-lieu du département d’Ille-et-Vilaine demeure un point de


départ essentiel pour Paul Ricœur tant les rencontres qu’il y fait sont
déterminantes. Outre son maître Roland Dalbiez avec qui il reste en relation
épistolaire jusqu’à la fin de sa vie, il y a Simone, amie d’enfance qui deviendra
sa femme en 1935. Et puis il y a le hall de L’Ouest-Eclair, le grand quotidien
breton dont les locaux se trouvent en plein centre-ville de Rennes, non loin du
Lycée où il est élève, et qui à l’époque est un lieu de vie important dans la cité.
Chaque soir, on y affiche en effet les dernières nouvelles – de même que des
haut-parleurs annoncent les résultats de la loterie nationale  ! – et l’adolescent
prend alors conscience du monde dans lequel il vit tout en commençant à se
forger une identité politique.
4. ÉPOCA NOS EUA.

Na Universidade de Chicago Paul Ricoeur assume a cadeira do departamento


de Filosofia e o Comitê do Pensamento Social, sucede Paul Tillich. Ele e a
esposa vão para Chicago e é recebido por Mircea Eliade e sua esposa. Paul
Ricoeur encontra com Mircea Eliade, refugiado Romeno que havia ensinado
em Estrasburgo. Ele é professor na escola de Divindade, e encontra André
Lacocque da Bélgica que trabalha no Seminário Teológico de Chicago um
especialista em Antigo Testamento.

Em 1970 ele já está na América, dá muitas palestras em várias Universidades,


recebe o grau de Doutor Honoris causa em Nijmegen na Holanda, em Ohio,
Basileia, Chicago, Montreal e em De Paul, no Canadá, Zurique, Boston,
Louvain, Seabury, Toronto, Copenhagen, Pittsburgh, Columbia, Ottawa,
Buenos Aires e MacGill.

Dava cursos de hermenêutica, com atenção à semântica da ação, prepara


um livro sobre a Metáfora. O interesse sobre a linguagem simbólica, os
símbolos e a narrativa é de longo tempo. Começa em 1972 em fevereiro
escrever sobre a Metáfora e os problemas da Hermeneutica. Sua tese
envolve a ligação da interpretação dos textos com a compreensão da metáfora.
O problema da hermenêutica do texto. A metáfora nos dá um novo caminho
para descrever, reescrever o mundo, a interpretação dos textos de um grande
mundo ao que Hans Georg Gadamer denominava de fusão dos horizontes do
mundo que vivemos e podemos viver.

A Metáfora Viva é uma coleção de questões epistemológicas da regra da


verdade metafórica e questões ontológicas sobre a realidade. Ele diz que a
comparação de modelos e metáforas mostra a direção como a conjunção de
ficção e redescrição sugere sentir poético que desenvolve uma experiência da
realidade em que a invenção e a descoberta cessam de ser opostas à questão
ontológica no final das contas. Revelação e criação coincidem.

Paul Ricoeur mesmo mostra a relação entre a especulação do discurso


filosófico e a linguagem poética. Critica Jacques Derrida sobre a mitologia e
rejeita certas metáforas da metafisica Ocidental, argumenta que não é
necessária a conexão entre a metáfora particular. O livro teve grande
repercussão na França, Inglaterra e nos EUA. Entre franceses e em francês a
obra causou grande impacto sobre as teorias contemporâneas da metáfora.

Em 1977, vai para o Japão onde faz várias palestras e vários livros seus são
traduzidos para o Japonês, a Universidade está repleta de estudantes em seu
curso sobre a metáfora.

Em 1978 a AAARS o convida para falar sobre Hermeneutica nos EUA, em


1979 vai a Oxford e numa palestra de 65 paginas discorre sobre a contribuição
da Historiografia Francesa para a Teoria da História. Surge uma obra em 3
volumes sobre Tempo e Narrativa. Em 1979 ainda vai a Paris e fala sobre os
estudos narrativos, nos arquivos de Edmund Husserl e no CNRS onde foi
diretor a muito tempo atrás fala sobre o grande mestre da fenomenologia.

Em 4 palestras ministradas fala sobre Tempo e Narrativa, e em Fevereiro de


1978 aos 65 anos de idade aparece muitos livros e artigos sobre A Metáfora
Viva, o seu interesse está voltado agora para a Hermeneutica Simbólica e a
analise filosófica da criatividade em linguística. Símbolos e metáforas, filosofia
do poder, a ação humana, filosofia linguística, narrativa são seus novos
interesses na atualidade.

Ele escreveu em 1970 sobre o Modelo de um Texto, os textos num numero


importantes de fatores, sugere que o uso de técnicas da compreensão do texto,
regras e técnicas da hermenêutica, compreensão das ações humanas, ações
individuais e dos grupos. O artigo sobre a Explicação e Compreensão: teoria
do texto, teoria da ação e teoria da história fazem sucesso, discute sobre a
dialética entre a explicação e a compreensão, duas atividades que ele e
Wilhelm Dilthey pensa ser diametralmente opostas.

Paul Ricoeur fala da dialética não como dicotomia entre a explicação e a


compreensão, mas que o compreender é a meta da explicação e a
compreensão no sentido do entender. Ele mostra que a teoria do texto
explicado é requerida por causa do texto tem uma unidade e independência do
autor, da audiência original e da situação atual de falar.

A meta da explicação em seu modelo estrutural ou outro é compreender. A


mesma dialética na teoria da ação entre do explicar no sentido das causas dos
eventos e na compreensão de intenções e motivos da ação. Na História ele diz
que ela começa quando não pertence à compreensão. O bom paradigma de
ação humana e a ação é referente a categoria dos textos ou da história.

Em 1980 publica Tempo e Narrativa, em que analisa a relação entre o tempo


e a narrativa, a ordem da reciprocidade entre narratividade, conduz seu estudo
para a análise em dois focos: cada fator da narrativa forma a reflexão sobre a
história ou a narrativa ficcional. Durante o período de produção dá palestras na
Europa toda, e nos EUA e em 1983/85 e 1994, e encontra com o Papa em
Roma.

Em 1983 publica os três volumes de Tempo e Narrativa, um sobre filosofia, o


outro sobre história, e a mimeses da Narrativa. Os livros tratam da aparição da
temporalidade e escreve sobre Aristóteles, Rene Descartes e Santo Agostinho.
No fim retorna aos EUA.
University of Chicago the philosopher Paul Ricoeur, 1913-2005.

Ricoeur, the John Nuveen Professor Emeritus in the Divinity School, taught
at Chicago’s Divinity School from 1971 until his retirement in 1991. Perhaps
best known for his contributions to the field of phenomenology, the study of
how a person’s reality is shaped by their perception of the events of the
world, the French philosopher was the author of more than 20 books and
hundreds of articles.

He was also the winner of countless awards and honors, including most
recently the John W. Kluge Prize for Lifetime Achievement in the Human
Sciences, an honor sometimes called “the Nobel Prize for the humanities”
that carries with it the same monetary award—$1 million. The Library of
Congress’ lifetime achievement award was presented to Ricoeur and
American religious historian Jaroslav Pelikan at a December 2004
ceremony at the Library of Congress.

“We lose today more than a philosopher,” French Prime Minister Jean-
Pierre Raffarin said in a statement. “The entire European humanist tradition
is mourning one of its most talented spokesmen.”

French President Jacques Chirac told the BBC that Ricoeur was a man who
“never stopped proclaiming with determination the need for dialogue and
the respect of others.”

Born in the town of Valence, Ricoeur was orphaned at an early age. But he
was able to attend school and eventually studied philosophy at the
Sorbonne where he began his long career of writing, often on themes of
Christian socialism and pacifism.

“One of the most penetrating statements of Paul Ricoeur says, ‘Justice


proceeds by conceptual reduction; love proceeds by poetic amplification,’”
said Andre Lacocque, a friend and colleague of Ricoeur’s who taught for
many years at the Chicago Theological Seminary. “Justice and love
summarize, in my mind, the man Ricoeur.”
During World War II, he served in the French army when he was taken
captive and held from 1941-1945 in a German prison camp. While a
prisoner, Ricoeur read German philosophy extensively and, along with other
fellow intellectuals, was allowed to form a “university” in the camp.

“He was an extremely important philosopher, but more than that he was a
real advocate for humane values in the face of the terrors of inhumane evil
and injustice,” recalled William Schweiker, Professor of Theological Ethics
at the University of Chicago’s Divinity School. Schweiker studied with
Ricoeur and also wrote and edited several books on his work.

“The most important thing about him is that he was an ardent advocate for
the dignity of the human person and our capabilities as moral beings,”
Schweiker said. “He insisted on the glory and turmoil of human life found in
our capacities for action and responsibility while also examining the source
and force of our fallibility and our faults.”

After the war, Ricoeur joined the philosophy faculty at Strasbourg in France
in 1948, and then in 1956 received the position of Chair of General
Philosophy at the Sorbonne. In 1967, he went to teach at the new university
at Nanterre in the hope of transforming the French university system. He
was elected to serve as Dean of the university soon after the violent events
of 1968. Student leftist unrest at Nanterre began again in 1970, ending with
conflicts between police and students. Ricoeur resigned from the position in
March 1970, and soon became a visiting professor at the University of
Chicago.

In 1971, Ricoeur was named the John Nuveen Chair in Chicago’s Divinity
School, a position that had only been held once before by renowned
theologian Paul Tillich. During his years at the Divinity School, Ricoeur
wrote extensively, publishing a number of important books, including The
Living Metaphor (1975), Time and Narrative (three volumes, 1983 to 1985),
and Oneself as Another (1990). Upon his return in 1991 to France, Ricoeur
continued to write crucial studies, extending his concerns into new fields:
justice and law (The Just, 1995), neuroscience (What Makes Us Think,
1998), and the study of time (On Memory, History and Forgetting, 2000).

“Ricoeur had remarkable range,” Rosengarten said, adding that he wrote on


everything from narrative and Freud to hermeneutics and finitude. “He is
one of the few philosophers who is a must-read for anyone in religion,
regardless of their field.”

David Tracy, the Andrew Thomas Greeley & Grace McNichols Greeley
Distinguished Service Professor, was a colleague of Ricoeur’s at the
Divinity School. Tracy remembered Ricoeur with an anecdote from a
seminar the two taught on the German philosopher Martin Heidegger.

“Ricoeur said that he could not agree with Heidegger’s analysis on the
highly individual character of death,” Tracy said. Ricoeur said he saw “life
as a conversation that has gone on for centuries,” that one comes in and
one tries to hear others both dead and living, and eventually may add to the
conversation. “But there comes a time to leave the conversation and the
conversation will go on. And that’s how I think of my death.”

“I’ll never forget that,” Tracy said, though the class was taught more than 15
years ago. “It captures him perfectly—both his humility and his mind.”

Universidade de Chicago, filosofo, Paul Ricoeur um dos grandes filósofos


do século XX, morre aos 92 anos de idade em Chatenay Malabry na
França.

 "Paul Ricoeur era um pensador de surpreendente alcance e verdadeira


integridade", disse Richard Rosengarten, reitor da Universidade de Chicago
Divinity School e ex-aluno de Ricoeur na década de 1980. "Uma das
palavras do autor e do autor do ensaio é a preocupação mais premente, a
eternidade, a morte, o sofrimento, o perdão".
5. RETORNO À FRANÇA
Depois de longo tempo exilado nos EUA ele retorna a França entrevistas,
palestras, TV, Jornais, publicações e recebe muitos prêmios e Doutor Honoris
Causa. Em 1985 celebra 5 0 anos de Universidade, em 1986 vai para a
Escócia, seus livros publicados em Inglês, retorna a Paris e seu filho se suicida
em uma tragédia a mais em família, eles estava na Tchecoslováquia, em Praga
e nem vê seu filho ser enterrado, muitas tragédias ocorreram em sua infancia.

Escreve O si mesmo como o outro. Depois publica do Texto à Ação, trabalha


com a antropologia filosófica, e publica Ideologia e Política, pesquisa sobre
utopia e trabalha com filosofia da linguagem: Para Quem? Quem fala? Quem
Age? Que história é contada? Quem é responsável?

A filosofia da ação é sobre a filosofia analítica. Outra parte dirige a identidade


pessoal, identidade como si mesmo; parte agora para a ética e a moral da
determinação da ação; a metafisica da moral, ética teleológica, vida da boa
vida, instituições justas, moral e deontologia, a dialética entre Aristóteles e
Emanuel Kant, as máximas.

Em 1990 publica suas relações com o filho que se suicidou, o sentido da vida,
fala sobre a clausura, o livro sobre: Vivo até a morte, em 1991 recebe o
premio de 10 mil dólares da Academia Francesa. Escreve sua autobiografia e
morre em 20 de maio de 2005.

A UOL publica um noticiário sobre sua morte assim:

21/05/2005 - 16h51
Morre o filósofo francês Paul Ricoeur

PARIS, 21 mai (AFP) - O filósofo cristão francês Paul Ricoeur, que morreu na
sexta-feira em Paris, aos 92 anos de idade, era considerado um dos mais
importantes pensadores do pós-guerra e um homem engajado, que defendia o
socialismo desde 1933.

Filósofo "da ação", contrário a todos os totalitarismos e profundamente cristão,


Paul Ricoeur foi um "espírito livre" e "um pensador exigente da modernidade",
segundo o presidente francês, Jacques Chirac.

O primeiro-ministro francês, Jean Pierre Raffarin, afirmou que, com sua morte,
"apaga-se uma voz francesa e européia, que buscava no passado, na memória
e na história as razões para avançar em direção ao perdão e à reconciliação".

O ministro da Educação francês, François Fillon, fez uma homenagem neste


sábado ao pensamento de Ricoeur, dizendo que ele "sempre privilegiou o
princípio da responsabilidade pessoal e do respeito humano".

"Sua filosofia nos lega o modelo precioso de um pensamento que sempre


privilegiou o princípio da responsabilidade pessoal e o respeito ao humano
através do diálogo", disse num comunicado.

Para o ministro da Cultura francês, Renaud Donnedieu de Vabres, o filósofo


soube "reabilitar e conciliar a ética com a política, uma política concebida não
como lugar de conflito, mas como um 'querer viver juntos'".

Muito reconhecido também no exterior, sobretudo na Alemanha e nos Estados


Unidos, este herdeiro espiritual do existencialismo cristão renovou a questão da
interpretação dialogando com a linguística, a teologia, a literatura, a história e a
psicanálise.

Paul Ricoeur, com problemas de coração há meses, morreu dormindo na


madrugada de quinta para sexta-feira, afirmou seu amigo e também filósofo
Olivier Abel.
6. MEMÓRIAS.

Como falar de memória sem falar de esquecimento? Um faz parte do outro:

De um lado, o esquecimento nos amedronta. Não estamos condenados a esquecer de tudo?


De outro, saudamos com uma pequena felicidade o retorno de um fragmento do passado
arrancado, como se diz, ao esquecimento. As duas leituras prosseguem no decorrer de nossa
vida – com a permissão do cérebro (RICOEUR, 2010, p. 427).

É essa hipótese da preservação por si, constitutiva da própria duração, que tentarei estender a
outros fenômenos de latência, até o ponto em que essa latência possa ser considerada como
uma figura positiva do esquecimento que denomino esquecimento de reserva. Efetivamente, é
a esse tesouro do esquecimento que recorro quando tenho o prazer de me lembrar do que,
certa vez, vi, ouvi, experimentei, aprendi, adquiri (RICOEUR, 2010, p. 427).

Os seus caminhos são na temporalidade da narrativa, escolhe a ordem


cronológica, a ordem histórica para sua autobiografia. Vida, obra e escreve
sobre ele mesmo. Em 1962 é um estudante ainda em um instituto Educacional
em um programa para estudantes Americanos. Era francês, mas dava aulas de
Inglês como fez seu pai: ele vai para a filosofia e começa a estudar. Conceito
de Tempo em Platão é seu primeiro escrito, Aristóteles, Kant e Husserl, estuda
alemão numa bolsa de estudos na Alemanha.

O dever de memória não se limita a guardar o rastro material, escrito ou outro, dos
fatos acabados, mas entretém o sentimento de dever a outros, dos quais diremos mais
adiante que não são mais, mas já foram. Pagar a dívida, diremos, mas também
submeter a herança a inventário (RICOEUR, 2007, p. 101).

...enquanto a memória lida com acontecimentos até nas trocas que dão lugar a
retribuição, reparação, absolvição, o esquecimento desenvolve situações duradouras e
que, nesse sentido, podem ser chamadas de históricas, pois são constitutivas do
trágico da ação. Assim, o esquecimento impede a ação de continuar, quer por
confusões de papéis impossíveis de desemaranhar, quer por conflitos insuperáveis
nos quais a disputa é insolúvel, instransponível, quer ainda por danos irreparáveis que
costumam remontar a épocas recuadas.

Começa escrever sobre Filosofia da Vontade que em Inglês denominou de


Liberdade e Natureza que é sua tese de Doutorado. Em 1973 dá aula em
Oklahoma e Chicago, depois Manhatam e Kansas. Em 1974 vive em Paris e
começa a trabalhar com Metáfora. Em 1971 nasce Olivier, depois Marc. Neste
período escreveu sobre a Semântica da Ação, onde discutia a intersecção da
filosofia da linguagem com a filosofia da ação, escreve Filosofia da Vontade, foi
professor visitante em Toulouse, sua filha Noelle e seu filho Ettiénne nascem.
Neste período sempre passam o Natal juntos e Jean Paul é psiquiatra em
Marseilles, estudioso de Jacque Lacan inimigo declarado de seu pai.

Os desastres da infancia, morte dos pais, avós, irmãos e irmãs e por fim o
suicídio do filho é lembrado. A guerra, a prisão, os adversários intelectuais,
marcaram muito sua produção de escrever e pensar. Viagens ao Oriente, EUA,
Itália, países Nórdicos, as lutas estudantis, a criação da Universidade fê-lo
pensar sobre a vida, a educação, a existência, o poder, os graus de doutorado
honoris causa, a sua obra é muito variada.

6.1. Ensaio Filosófico.

Em 1980 Paul Ricoeur já tinha publicado Tempo e Narrativa em três volumes,


Do texto à Ação, o Si mesmo como o Outro, a Metáfora Viva; todas as obras
consideradas fundamentais e importantes para o pensamento dele de cunho
filosófico.

Publica em Frances e Inglês, faz palestras em Edinburgh na Escócia; a obra O


Si mesmo como o Outro é uma obra elegante e madura, sobre a metafisica e
moral, filosofia e ética, depende de Descartes e Heidegger, Nietzsche nestas
obras sobre o si mesmo e o cogito. Ele declara depender dos filósofos
idealistas, céticos, mestres da suspeição: Nietzsche, Marx e Freud, e reflete
sobre a hermenêutica e de Husserl em Ideias, Eu sou, eu penso, e o self, o
mesmo.

Passa para a filosofia da linguagem, da semântica, e da pragmática, a


analítica, filosofia da ação: quem está falando? Quem está agindo? Surge a
coletânea denominada de Da Interpretação, a filosofia hermenêutica e
psicanalise.

6.2. Identidade pessoal.

Ele trabalha agora com a questão do self, a pessoa, as coisas individuais, tudo
isto se refere com as operações da individualização, estudos linguísticos, o
individuo (Sócrates).

Paul Ricoeur depende de J E Strawson sobre o individual, o corpo, a coisa


mesma, o objeto físico, o critério de ter uma única localização espaço-temporal,
são series de predicados, psicologia, e física (Descartes), as ideias e preceitos,
mente clássica e dualismo do corpo, a coisa mesma, o problema do self, o ato-
discurso, o Eu e o Tu em dialogo, conforme Austin, ato-discurso, e prefere
Searle para esta teoria, na teoria da distinção entre performance e constatação.

6.3. A Ação e o Agente.

Aqui ele descreve a filosofia da ação, do ato discurso. Esta filosofia da ação
tem o sentido de intenção, a ação sempre é intencional, razão da ação. O que?
Por quê? Quem? Estas questões localizam o centro focal. As questões da
moral e a imputação judicial de uma ação ao agente da descrição. O poder do
agir, os corpos próprios e o corpo vivo.

6.4. A Identidade da Narrativa.


Ele limita sua discussão na semântica e na pragmática da teoria da linguagem
e na teoria da ação com respeito a constituição do Eu como autodesignação e
como agente de uma ação. Ele introduz o conceito de fenomenologia do corpo
vivido entre a ação e o agente. Dois sentidos de identidade e começa a mostrar
sua relação dialética, o sentido significa o mesmo, e o eu mesmo.

Quem sou Eu? O caráter e a promessa, o sentido do caráter, o caráter da


identificação individual humana como ser o mesmo. O livro Liberdade e
Natureza em Inglês trabalham sobre isto, o Homem Falível representa a
restrição finita da minha abertura do mundo das coisas, ideias, valores e
pessoas. Paul Ricoeur nesta obra modifica a visão do caráter por situar dentro
da dialética da identidade. Em tempo e Narrativa a construção de uma narrativa
integra a diversidade e a variabilidade como também a descontinuidade na
permanência em tempo.

6.5. Ética e Moral.

Ele discute a moral e a ética da dimensão do eu mesmo, a linguística, a prática


e os aspectos narrativos discutidos. Quem está falando? Quem está agindo? O
que é imputação? Ele prega o poder do bom e da obrigação. A ética e a moral
determinam da ação do ser é tratada como predicado, a relação do sujeito da
ação como nova mediação do eu.

A vida boa é a meta da ética, ela é vivida com e os outros, a solicitude, a


autoestima, a habilidade de julgar e do agir, os direitos, a amizade,
solidariedade fazem parte da vida. A inversão da moral é o sofrimento e da vida
boa, a justiça distributiva, a ética é mais importante que a moral, a ética serve
da norma e a norma da lei leva prática.

O formalismo kantiano e a moral da obrigação, a lei moral é autônoma, a


solicitude, a regra de Ouro, o papel entre solicitude e a formulação de Kant
como imperativo categórico em respeito a pessoa. Paul Ricoeur fala da justiça
como virtude, a justiça no sentido de justiça 4 distributiva, a interseção é a meta
4
Escrevi vários livros sobre o assunto.
da ética e o ponto de vista deontológico, justiça é determinar a cooperação e a
comunidade de interesse.

Para Paul Ricoeur a justiça é a maior virtude das instituições, ele toma a justiça
como distributiva, os princípios da justiça são ao nível social, deve ser igual
para todos, é um contrato social, um contrato individual. A liberdade igual para
todos e dos cidadãos, discute com John Rawls sobre o sentido da justiça, liga o
justo e o injusto. John Rawls concorda com o sentido de justiça e injustiça,
intolerância religiosa, a tortura.

Ele argumenta que o mesmo tipo que em Kant julga prover a necessidade das
máximas universais. O sistema de argumentação é vista pela racionalização
progressiva das convicções e que afetam pelo prejuízo ou derrota pelas
duvidas. A análise de J Rawls tenta estabelecer a base contratual para a
instituição da justiça e Paul Ricoeur diz que: tenta dar o fundamento do
proceder pela instituição judicial que toma o máximo da ambição de ser livre
pelo ponto de vista deontológico da moralidade a perspectiva teleológica da
ética.

O limite desta ambição, o formalismo julga banir a esfera do racional no poder


e o sentido do utilitarismo. O sentido moral em Kant em seu formalismo a ética
pode ser: o eu universal, as pessoas plurais e o comportamento institucional.

Democracia para Paul Ricoeur não é um sistema politico sem conflito, mas um
sistema em que os conflitos são abertos e negociáveis de acordo com o
reconhecer as regras da arbitragem.

6.6. A Ontologia do Eu.

Que espécie de ser é o eu? A ontologia do eu é a tentativa e a exploração.


Lembra a hermenêutica do eu que é baseada com três problemas sucessivos:
reflexão pela rota indireta da analise; a determinação do eu mesmo em sua
dialética com o outro. A polissemia da questão do quem é? Quem fala, quem
age; e quem conta a história, que é o responsável? Quem?

Paul Ricoeur fala da epistemologia e da ontologia como em Rene Descartes e


Edmund Husserl.

REFERENCIAS

EM FRANCES

 (com Mikel Dufrenne): Karl Jaspers et la philosophie de l'existence, Le


Seuil, 1947.
 Gabriel Marcel et Karl Jaspers. Philosophie du mystère et philosophie
du paradoxe, Le Seuil, 1948.
 Philosophie de la volonté. Tome I: Le volontaire et l'involontaire,
Aubier, 1950.
 Histoire et vérité, Le Seuil, 1955.
 Philosophie de la volonté. Tome II: Finitude et culpabilité, Aubier, 2
volumes, 1960.
 De l'interprétation. Essai sur Sigmund Freud, Le Seuil, 1965.
 Entretiens avec Gabriel Marcel, Aubier, 1968.
 Le conflit des interprétations. Essais d'herméneutique I, Le Seuil, 1969.
 La métaphore vive, Le Seuil, 1975.
 Les cultures et le temps, Payot, 1975.
 Temps et récit. Tome I: L'intrigue et le récit historique, Le Seuil, 1983.
 Temps et récit. Tome II: La configuration dans le récit de fiction, Le
Seuil, 1984.
 Temps et récit. Tome III: Le temps raconté, Le Seuil, 1985.
 Du texte à l'action. Essais d'herméneutique II, Le Seuil, 1986.
 À l'école de la phénoménologie, Vrin, 1986.
 Le mal. Un défi à la philosophie et à la théologie, Labor & Fides, 1986.
 Soi-même comme un autre, Le Seuil, 1990.
 Réflexion faite. Autobiographie intellectuelle, Esprit, 1995.
 Le juste, I, Esprit, 1995.
 L'idéologie et l'utopie, Le Seuil, 1997.
 Amour et justice, PUF, 1997.
 (em parceria com Jean-Pierre Changeux): Ce qui nous fait penser, Odile
Jacob, 1998.
 (em parceria com André LaCocque): Penser la Bible, Le Seuil, 1998.
 Lectures. Tome I : Autour du politique, Seuil
 Lectures. Tome II: La contrée des philosophes, Seuil , 
 Lectures. Tome III : Aux frontières de la philosophie, Seuil , 
 La mémoire, l'histoire, l'oubli, Le Seuil, 2000.
 L'herméneutique biblique, Le Cerf, 2000.
 Le juste, II, Esprit, 2001.
 La lutte pour la reconnaissance et l'économie du don, Unesco 2002
 Parcours de la reconnaissance. Trois études, Stock, 2004.
 Sur la traduction, Bayard, 2004.
 Écrits et conférences. Tome I : Autour de la psychanalyse, Seuil, 2008.
 Écrits et conférences. Tome II : Herméneutique, Seuil, 2010.

Em português

 A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain François. Ed.


Unicamp, 2008. 536p. 

 Teoria da Interpretação. Trad. Artur Morão. Edições 70, 1996. 109p. 

 Na escola da fenomenologia. Coleção "Textos filosóficos". Petrópolis:


Vozes, 2009. 

 Outramente. Coleção "Textos filosóficos". 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008


[1ª ed. 1999]. 
 Hermenêutica e ideologias. Coleção "Textos filosóficos". 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2011 [1ª ed. 2008]. 

 Escritos e conferências 1. em torno da psicanálise. São Paulo: Edições


Loyola, 2010.

 Escritos e conferências 2. hermenêutica. São Paulo: Edições Loyola,


2011.

 Tempo e Narrativa 1. A intriga da Narrativa Histórica. São Paulo: WMF


Martins Fontes, 2010. 

 Tempo e Narrativa 2. A configuração do tempo na narrativa de


ficção. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. 

 Tempo e Narrativa 3. O tempo narrado. São Paulo: WMF Martins


Fontes, 2010. 

 O si-mesmo como outro. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. 

 O Justo 1. A justiça como regra moral e como instituição. São Paulo:


WMF Martins Fontes, 2008.

 O Justo 2. Justiça e verdade e outros estudos. São Paulo: WMF Martins


Fontes, 2008. 

 A metáfora viva. São Paulo: Loyola, 2000. 

 Percurso do Reconhecimento. São Paulo: Loyola, 2006. 

 Vivo até a morte seguido de fragmentos. São Paulo: WMF Martins


Fontes. 2012. 

 História e Verdade. São Paulo: Forense, 1968.

 A ideologia e a utopia. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015

 Literatura crítica
 Jervolino, Domenico. Introdução a Ricœur. Coleção "Filosofia em
Questão". Paulus Editora, 2011. 
 Pellauer, David. Compreender Ricœur. Coleção "Compreender".
Petrópolis: Vozes, 2009. 

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