Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ÍNDICE
1
Esboço do pensamento deste grande autor recentemente falecido.
2
Formado em Filosofia e Teologia, doutor e pós Doutor.
1. Ensaio biográfico.
1.1. Época Antiga.
1.2. Época das Guerras.
1.3. Época do Pós-Guerra.
2. Época na Sorbonne.
3. Época em Nanterre.
4. Época nos EUA.
5. Retorno à França.
6. Memórias.
6.1. Ensaios filosóficos.
6.2. Identidade pessoal.
6.3. A Ação e o agente.
6.4. A Identidade da Narrativa.
6.5. A Ética e a Moral.
6.6. A Ontologia do Eu.
Infante Paul Ricoeur
Juventude
Adulto
INTRODUÇÃO.
Muitas obras, vida intensa, prisão em campos de concentração, leitor e tradutor
de Edmund Husserl, dialogo com Martin Heidegger, tradutor e introdutor da
fenomenologia na França, criador da nova hermenêutica, interlocutor moderno,
calvinista. Migrou para os EUA depois das guerras, substitui Paul Tillich em
Chicago University, e no Union Theological Seminary, o grande teólogo alemão
que foi para o exílio. Entre hermenêutica e fenomenologia, critico de Freud,
inimigo declarado de Jacques Lacan, mistura gêneros como: história, filosofia,
hermenêutica, psicanalise.
Ele sofre com a guerra e perda dos pais, de vários parentes e do filho, que se
suicida, sofre muito com a guerra e o campo de concentração. Ação e
sofrimento fazem do autor um dos maiores pensadores modernos. Interpretar a
própria vida, “minha vida é minha obra, eu significo, meus livros e artigos”, dizia
ele3.
Por seu lado, esta polaridade ou relação recíproca que o conceito de alteridade
exprime aponta, ao mesmo tempo, para a ideia de abertura, ou, por outras
palavras, para uma dinâmica de referências e de integrações. De facto, se
pensar a alteridade equivale a querer tornar inteligíveis a transformação e a
diferença, então a introdução de tal conceito como questão remete para um
processo reflexivo que procura compreender a transitividade, a mudança e, por
isso, tem de saber responder à emergência do novo em termos inclusivos e
integradores.
3
Já escrevi duas obras sobre o seu pensamento: O Mal; e a Fenomenologia da Educação.
seus textos e nos seus temas, de tal modo que se pode pacificamente dizer
que o mais próprio pensamento de Paul Ricoeur se enleia com diferentes
alteridades textuais, sendo nesse enleamento, através de uma abertura
interpretativa, que se constitui e afirma como próprio e pessoal; nessa medida,
a sua hermenêutica pode ser lida como a protagonização da dialética entre o
si-mesmo e o outro, ou entre a identidade e a diferença.
Ele dizia: “A mente é fácil saber mais que o corpo”; reconheceu a tese que
fez sobre Descartes e Aristóteles, com os professores em Rennes no Liceu o
influencia a ser bom professor, sábio em línguas clássicas e depois em
filosofia. Torna-se filosofia após estudar muito filosofia e na universidade
recebe o grau de filosofo e com a licença começa a trabalhar com filosofia no
Liceu, na costa da Britânia a 100 km de Rennes, pega tuberculoso que o torna
frágil ate o final da vida, neste período visita todos os parentes.
Em 1947 em 10 de julho nasce o seu 4 0 filho com o nome Olivier, ele encontra
Albert Camus, depois da doença longa dos dois e este ultimo escreve a Peste,
Paul Ricoeur reve o livro e comenta esta obra. Depois da liberdade, Paul
Ricoeur escreve muito e entre 1947 e 1950 publica a obra com Karl Jaspers e
a Filosofia da Existência junto com Mikel Dufrene, trata de uma obra a 4 mãos
e sobre a existência, metafisica, transcendência e linguagem simbólica.
Durante cinco anos foi como prisioneiro leu e traduziu Edmund Husserl e em
1950 publica a tese de Doutorado além do comentário ás ideias de Edmund
Husserl, Voluntário e Involuntário, na mesma época Maurice Merleau Ponty
publica a Fenomenologia da Percepção. Paul Ricoeur retoma o método
eidético de Edmund Husserl como sentido do possível sobre a análise do
poder, modos de poder, e o proposto desta analise, nestas considerações da
descrição empírica e a forma do mal ou a transcendência de Deus.
Paul Ricoeur descreve o poder, poder tem o sentido eu decido e movo o meu
corpo, e eu consinto. Estes modos de poder o Voluntário é uma parte do
Involuntário.
Gabriel Marcel e Maurice Merleau Ponty, Paul Ricoeur fala contra o dualismo
que coloca a consciência e a corporeidade nas duas categorias. J P Sartre luta
contra o dualismo tradicional e substitui por outro dualismo, que é o etre -
pour- soi ou o etre – en – soi, ser para si mesmo ou ser em si mesmo. O
Involuntário absoluto, e faz o caráter, o inconsciente representado pelo nascer
e o morrer. Recusa ou consente nosso consentimento. O poder e o Involuntário
é sempre reciproco.
Este livro de Paul Ricoeur tem temas e métodos de sua obra filosófica em
todos os sentidos. Sua obra é tida como uma antropologia filosófica, os
modos do homem confrontar o mal, a interpretação da linguagem poética e
simbólica, de profundo conhecimento da condição humana da obra de Sigmund
Freud, a conexão entre tempo e narrativa, o final no estado da identidade
pessoal. Paul Ricoeur tem grande interesse na analise da ação humana e
todas as suas formas.
Em 1953 o ultimo filho de Paul Ricoeur nasce e ele tem agora cinco filhos, e
um sexto recém-nascido. No verão está na casa de Adele que em 1934 tem na
cidade de pequena de origem Protestante perto de Pornic, no estuário do Rio
Loire, grande jardim, perto da praia e perfeita para as crianças, ele tinha uma
vida de leitura de manhã, e caminhava na costa a tarde, prepara nesta época
vários artigos.
Em 1955 viaja para os EUA, visita a Filadélfia, chamado pelos Quackers, vai a
Montreal, vai depois para a China com convite do governo, sua impressão
sobre esta viagem gera muitos artigos.
2. ÉPOCA NA SORBONNE.
Sorbonne: 1957-64
Mais ces années de bonheur d’enseigner sont finalement et surtout marquées
par l’approfondissement, chaque année, d’un grand auteur classique : de
Platon et Aristote à Spinoza, Kant ou Hegel. Paul Ricœur, devenu alors
professeur en titre, se présente à la Sorbonne en 1955 : battu par Jean Guitton,
il est élu l’année suivante. A un moment où la vieille Sorbonne croule sous le
nombre, il ne retrouve cependant pas le dialogue qu’il aimait tant avec ses
étudiants : ses talents d’excellent pédagogue provoquent des amphithéâtres
archi-pleins, les étudiants s’entassent sans pouvoir l’approcher et il doit se
limiter à des cours magistraux. Il noue à la Sorbonne quelques amitiés, Jacques
Derrida notamment, qui le seconde un temps pour son séminaire de
phénoménologie.
Mais il ne retrouve la sociabilité strasbourgeoise que grâce à la communauté
d’Esprit. A partir de 1957, il vient habiter les « Murs Blancs » à Châtenay-
Malabry dans la communauté créée par Emmanuel Mounier en 1939. Il y
retrouve le petit cercle des animateurs de la revue Esprit et les Ricœur vivent
alors aux côtés des familles Fraisse, Domenach et Marrou. Ces chrétiens
progressistes prenant une position ferme de contestation de la politique de
guerre en Algérie, les « Murs Blancs » sont vite qualifiés de « Château Rouge
», menacés par l’OAS, défendus par les étudiants d’Antony. Le 9 juin 1961, à
l’heure du laitier, Ricœur voit débarquer chez lui la police qui l’embarque pour
24 heures au poste et procède à une perquisition.
A partir de 1960, après son article-tournant « Le symbole donne à penser »,
publié dans Esprit en 1959, Paul Ricœur se trouve dans son parcours
philosophique à un moment majeur qu’il qualifiera plus tard de « greffe
herméneutique » sur son programme phénoménologique. L’idée centrale est
qu’une philosophie sans présupposition, sans pré-compréhension est
impossible, et que toute naïveté est en quelque sorte « seconde », comme
reconquise par-delà la critique. C’est d’ailleurs le moment où Ricœur découvre
et publie dans la collection qu’il dirige au Seuil le livre du philosophe de
l’herméneutique post-heidegerrienne Hans-Georg Gadamer, Vérité et Méthode.
Ricœur reprend certains des grands thèmes de cette herméneutique, mais en
les soumettant à un déplacement.
Dizia ele:
Após ter descrito o poder como tal ele deseja estender sua analise ao poder
escolhido do mal. Ele responde sob que condições é o mal possível e como o
poder é essencialmente livre ter a si mesmo na condição do pecado?
Sua tese é que o mito da origem do mundo, tal como a batalha de Titãs ou que
o Mito de Orfeu da alma boa tem o corpo mau, ou o Mito de Adão da tentação
do Jardim do Éden, é a explicação oferecida na história da origem do mal no
mundo.
Conclui esta obra como o símbolo que prove o campo fértil da analise filosófica.
Esta tese é o oposto o que exige a filosofia e tem uma linguagem simbólica,
que a meta da filosofia da linguagem se converte em linguagem simbólica clara
e no discurso literal.
Em 1956 em Paris a cena politica foi dominada pela guerra civil na Algeria, foi
uma guerra amarga que começou em 1954 e que em maio de 1958 o governo
com o Parlamento tem Charles de Gaulle com o poder completo e em Junho o
governo lhe dá poderes totais.
Em 1963 vai a Roma, onde encontra Jacques Lacan que pergunta a Paul
Ricoeur sobre suas teorias sobre Sigmund Freud. Paul Ricoeur rompe
definitivamente com Jacques Lacan em 1965, sobre as teorias de Sigmund
Freud em a obra de Paul Ricoeur sobre S Freud é denominada de Da
Interpretação. S Freud e a filosofia é o rompimento de Paul Ricoeur com
Jacques Lacan que abraça o estruturalismo e Paul Ricoeur abraça a
fenomenologia.
Mas Paul Ricoeur no fim de seu estudo sobre Sigmund Freud estabelece a
dialética entre a suspeita e a fé, que dia o oposto da suspeita. A dialética
desmascara a ilusão é a revelação do sagrado. Maurice Merleau Ponty a
psicanalise como interpretação do inconsciente, especial desejo, a esperança
da escatologia da religião, a arqueologia do sujeito e a teleologia do
sujeito.
Ele diz que: é impossível construir uma psicanalise do crer a parte de uma
interpretação e da compreensão da produção cultural em que o objeto de fé,
anuncia-se. A culpa e a consolação são conceitos centrais em psicanalise e na
religião, conforme Paul Ricoeur a interpretação arqueológica de Sigmund
Freud chama de interpretação teleológica que inclui perdão e esperança.
O livro de Paul Ricoeur sobre Sigmund Freud publicado em 1965 foi um grande
sucesso e atraiu muitos críticos. Sigmund Freud foi a influencia dominante
sobre o cenário francês, como foi Martin Heidegger e Edmund Husserl tem sido
na década anterior.
De Jean Paul Sartre, Maurice Merleau Ponty, Paul Ricoeur escreve sobre
Sigmund Freud antes e Jacques Lacan desenvolve as teorias em 1950 sobre a
descoberta francesa dos filósofos, psicanalistas e escritores em 1960, Paul
Ricoeur em seu livro foi o primeiro a combinar o detalhe da leitura da
interpretação filosófica sobre Sigmund Freud e forma junto com a psicanalise
com filosofia.
Jacques Lacan fica furioso com a obra de Paul Ricoeur e diz que ele usurpou
as suas teorias e a interpretação de Sigmund Freud e que ele plagiou suas
ideias. Ele ataca Paul Ricoeur em suas obras, a teoria da linguagem e a briga
foram muito feias. Paul Ricoeur tem escrito muitos dos seus artigos e livros
para se defender de Jacques Lacan, e expuser a sua filosofia, retruca a estas
criticas. Mostra em 1960 nada tinha a ver com a fúria e a obra de Jacques
Lacan, mas com Aristóteles – o Estagirita, Emanuel Kant, Rene Descartes e
Friedrich Hegel. Paul Ricoeur fala das teorias de Jacques Lacan e que ele não
entendeu nada.
3. ÉPOCA EM NANTERRE.
A turba de 600 alunos e 345 policiais tem vários confrontos. O evento de 1968
mexe com a politica e a economia, governo na França, e De Gaulle é o
presidente.
Para Paul Ricoeur em Simbolismo do Mal ele cita teólogos Protestantes como
Karl Barth, Rudolf Bultmann e a sua filosofia da Interpretação tem certos temas
ou conceitos como a acusação, consolação, testemunho, culpa, linguagem
religiosa. Ele em Nanterre é chamado de exilado e vai para a Bélgica e depois
pars os EUA, escreve sobre a Semântica da Ação, Curso de Hermeneutica,
Discurso da Ação, vai para Chicago e substitui nesta época nada mais nada
menos que o grande teólogo Alemão que havia falecido Paul Tillich na
Universidade e no Union Theological Seminary.
Mais si Rennes marque tant Paul Ricœur, c’est moins parce qu’il y reste jusqu’à
20 ans que par les découvertes qu’il y fait. Et la première, majeure,
déterminante en ce qu’elle est la source d’une intarissable curiosité
intellectuelle, est celle de la lecture. Très précoce et doté de facultés
intellectuelles hors du commun, le jeune enfant est en permanence plongé dans
les livres. Georges Guitton, qui en a dressé un remarquable portrait, rapporte
même que « lorsque commence une nouvelle année scolaire, il a lu tous les
livres conseillés par les enseignants » !
Sans surprise, sa scolarité n’est qu’une succession de prix d’excellence.
Mais, plus encore, ce qui le marque est la rencontre déterminante avec Roland
Dalbiez, son professeur de philosophie au Lycée de Rennes qui assurément
tient une place fondatrice dans son parcours : licencié ès-lettres de la faculté de
la place Hoche en 1933, il se classe second à l’agrégation de philosophie en
1935. C’est à cette période qu’il quitte Rennes, pour enseigner d’abord à Saint-
Brieuc puis à Colmar.
Em 1977, vai para o Japão onde faz várias palestras e vários livros seus são
traduzidos para o Japonês, a Universidade está repleta de estudantes em seu
curso sobre a metáfora.
Ricoeur, the John Nuveen Professor Emeritus in the Divinity School, taught
at Chicago’s Divinity School from 1971 until his retirement in 1991. Perhaps
best known for his contributions to the field of phenomenology, the study of
how a person’s reality is shaped by their perception of the events of the
world, the French philosopher was the author of more than 20 books and
hundreds of articles.
He was also the winner of countless awards and honors, including most
recently the John W. Kluge Prize for Lifetime Achievement in the Human
Sciences, an honor sometimes called “the Nobel Prize for the humanities”
that carries with it the same monetary award—$1 million. The Library of
Congress’ lifetime achievement award was presented to Ricoeur and
American religious historian Jaroslav Pelikan at a December 2004
ceremony at the Library of Congress.
“We lose today more than a philosopher,” French Prime Minister Jean-
Pierre Raffarin said in a statement. “The entire European humanist tradition
is mourning one of its most talented spokesmen.”
French President Jacques Chirac told the BBC that Ricoeur was a man who
“never stopped proclaiming with determination the need for dialogue and
the respect of others.”
Born in the town of Valence, Ricoeur was orphaned at an early age. But he
was able to attend school and eventually studied philosophy at the
Sorbonne where he began his long career of writing, often on themes of
Christian socialism and pacifism.
“He was an extremely important philosopher, but more than that he was a
real advocate for humane values in the face of the terrors of inhumane evil
and injustice,” recalled William Schweiker, Professor of Theological Ethics
at the University of Chicago’s Divinity School. Schweiker studied with
Ricoeur and also wrote and edited several books on his work.
“The most important thing about him is that he was an ardent advocate for
the dignity of the human person and our capabilities as moral beings,”
Schweiker said. “He insisted on the glory and turmoil of human life found in
our capacities for action and responsibility while also examining the source
and force of our fallibility and our faults.”
After the war, Ricoeur joined the philosophy faculty at Strasbourg in France
in 1948, and then in 1956 received the position of Chair of General
Philosophy at the Sorbonne. In 1967, he went to teach at the new university
at Nanterre in the hope of transforming the French university system. He
was elected to serve as Dean of the university soon after the violent events
of 1968. Student leftist unrest at Nanterre began again in 1970, ending with
conflicts between police and students. Ricoeur resigned from the position in
March 1970, and soon became a visiting professor at the University of
Chicago.
In 1971, Ricoeur was named the John Nuveen Chair in Chicago’s Divinity
School, a position that had only been held once before by renowned
theologian Paul Tillich. During his years at the Divinity School, Ricoeur
wrote extensively, publishing a number of important books, including The
Living Metaphor (1975), Time and Narrative (three volumes, 1983 to 1985),
and Oneself as Another (1990). Upon his return in 1991 to France, Ricoeur
continued to write crucial studies, extending his concerns into new fields:
justice and law (The Just, 1995), neuroscience (What Makes Us Think,
1998), and the study of time (On Memory, History and Forgetting, 2000).
David Tracy, the Andrew Thomas Greeley & Grace McNichols Greeley
Distinguished Service Professor, was a colleague of Ricoeur’s at the
Divinity School. Tracy remembered Ricoeur with an anecdote from a
seminar the two taught on the German philosopher Martin Heidegger.
“Ricoeur said that he could not agree with Heidegger’s analysis on the
highly individual character of death,” Tracy said. Ricoeur said he saw “life
as a conversation that has gone on for centuries,” that one comes in and
one tries to hear others both dead and living, and eventually may add to the
conversation. “But there comes a time to leave the conversation and the
conversation will go on. And that’s how I think of my death.”
“I’ll never forget that,” Tracy said, though the class was taught more than 15
years ago. “It captures him perfectly—both his humility and his mind.”
Em 1990 publica suas relações com o filho que se suicidou, o sentido da vida,
fala sobre a clausura, o livro sobre: Vivo até a morte, em 1991 recebe o
premio de 10 mil dólares da Academia Francesa. Escreve sua autobiografia e
morre em 20 de maio de 2005.
21/05/2005 - 16h51
Morre o filósofo francês Paul Ricoeur
PARIS, 21 mai (AFP) - O filósofo cristão francês Paul Ricoeur, que morreu na
sexta-feira em Paris, aos 92 anos de idade, era considerado um dos mais
importantes pensadores do pós-guerra e um homem engajado, que defendia o
socialismo desde 1933.
O primeiro-ministro francês, Jean Pierre Raffarin, afirmou que, com sua morte,
"apaga-se uma voz francesa e européia, que buscava no passado, na memória
e na história as razões para avançar em direção ao perdão e à reconciliação".
É essa hipótese da preservação por si, constitutiva da própria duração, que tentarei estender a
outros fenômenos de latência, até o ponto em que essa latência possa ser considerada como
uma figura positiva do esquecimento que denomino esquecimento de reserva. Efetivamente, é
a esse tesouro do esquecimento que recorro quando tenho o prazer de me lembrar do que,
certa vez, vi, ouvi, experimentei, aprendi, adquiri (RICOEUR, 2010, p. 427).
O dever de memória não se limita a guardar o rastro material, escrito ou outro, dos
fatos acabados, mas entretém o sentimento de dever a outros, dos quais diremos mais
adiante que não são mais, mas já foram. Pagar a dívida, diremos, mas também
submeter a herança a inventário (RICOEUR, 2007, p. 101).
...enquanto a memória lida com acontecimentos até nas trocas que dão lugar a
retribuição, reparação, absolvição, o esquecimento desenvolve situações duradouras e
que, nesse sentido, podem ser chamadas de históricas, pois são constitutivas do
trágico da ação. Assim, o esquecimento impede a ação de continuar, quer por
confusões de papéis impossíveis de desemaranhar, quer por conflitos insuperáveis
nos quais a disputa é insolúvel, instransponível, quer ainda por danos irreparáveis que
costumam remontar a épocas recuadas.
Os desastres da infancia, morte dos pais, avós, irmãos e irmãs e por fim o
suicídio do filho é lembrado. A guerra, a prisão, os adversários intelectuais,
marcaram muito sua produção de escrever e pensar. Viagens ao Oriente, EUA,
Itália, países Nórdicos, as lutas estudantis, a criação da Universidade fê-lo
pensar sobre a vida, a educação, a existência, o poder, os graus de doutorado
honoris causa, a sua obra é muito variada.
Ele trabalha agora com a questão do self, a pessoa, as coisas individuais, tudo
isto se refere com as operações da individualização, estudos linguísticos, o
individuo (Sócrates).
Aqui ele descreve a filosofia da ação, do ato discurso. Esta filosofia da ação
tem o sentido de intenção, a ação sempre é intencional, razão da ação. O que?
Por quê? Quem? Estas questões localizam o centro focal. As questões da
moral e a imputação judicial de uma ação ao agente da descrição. O poder do
agir, os corpos próprios e o corpo vivo.
Para Paul Ricoeur a justiça é a maior virtude das instituições, ele toma a justiça
como distributiva, os princípios da justiça são ao nível social, deve ser igual
para todos, é um contrato social, um contrato individual. A liberdade igual para
todos e dos cidadãos, discute com John Rawls sobre o sentido da justiça, liga o
justo e o injusto. John Rawls concorda com o sentido de justiça e injustiça,
intolerância religiosa, a tortura.
Ele argumenta que o mesmo tipo que em Kant julga prover a necessidade das
máximas universais. O sistema de argumentação é vista pela racionalização
progressiva das convicções e que afetam pelo prejuízo ou derrota pelas
duvidas. A análise de J Rawls tenta estabelecer a base contratual para a
instituição da justiça e Paul Ricoeur diz que: tenta dar o fundamento do
proceder pela instituição judicial que toma o máximo da ambição de ser livre
pelo ponto de vista deontológico da moralidade a perspectiva teleológica da
ética.
Democracia para Paul Ricoeur não é um sistema politico sem conflito, mas um
sistema em que os conflitos são abertos e negociáveis de acordo com o
reconhecer as regras da arbitragem.
REFERENCIAS
EM FRANCES
Em português
Literatura crítica
Jervolino, Domenico. Introdução a Ricœur. Coleção "Filosofia em
Questão". Paulus Editora, 2011.
Pellauer, David. Compreender Ricœur. Coleção "Compreender".
Petrópolis: Vozes, 2009.