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FONOLOGIA
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“A fonética e a fonologia como disciplinas diferentes operam com os seus
próprios métodos, porém, elas se condicionam mutuamente em seu valor e
desenvolvimentos. Por exemplo, pretender descrever a fonologia de uma
língua indígena falada no Brasil sem considera o aspecto fonético seria
absurdo. Do mesmo modo, o estudo da fonética de uma língua, qualquer
que seja, resulta pouco proveitoso, de alcance limitado, se não se considera
a função que os segmentos fônicos desempenham no sistema dessa língua”.
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representado como /s/. Um ponto crucial é que um mesmo fonema não precisa sempre ter a
mesma realização fonética. Por exemplo, em inglês /p/ é foneticamente, uma plosiva aspirada
[ph] em pin (alfinete), mas é foneticamente uma plosiva não aspirada [p] em spin (girar).
Foneticamente, então temos, [phn] e [spn], mas fonemicamente temos apenas /pn/ e /
spn/. Há um único fonema /p/ em tudo isso, e os falantes de inglês tipicamente não
chegam a perceber a diferença fonética; então dizemos que [p] e [ph] são alofones do
fonema /p/ (Trask, 2004). A distinção entre fone e fonema é feita da seguinte forma, os fones
são escritos entre colchetes [...] e os fonemas são escritos entre barras /.../. Assim na língua
portuguesa, [t, t] não são fonemas diferentes, são realizações distintas do mesmo fonema,
isto é [t] e [t] são alofones do fonema /t/.
É importante destacar, porem, que os sons que uma pessoa emite nem sempre se
realizam da mesma forma, uma vez que se modificam em função do contexto fônico que os
rodeia. Tais variações fonéticas ocorrem devido a mudanças ocorridas no aparelho fonador
cada vez que pronunciamos determinados sons.
No que diz respeito ao universo dos falantes de língua inglesa Roach (1989, p.32)
comenta:
“...no caso de duas maneiras ligeiramente diferentes de pronunciar, o que
nos consideramos como 'mesmo som', constatamos que , se substituirmos
um som por outro, não haverá mudança no significado de uma palavra. por
exemplo, se substituirmos uma vogal mais aberta por na palavra 'bad',
a palavra ainda será entendida como 'bad' “2. (tradução nossa)
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1.1. O sistema vocálico: da teoria à prática
Vogais são os sons da fala que ocorrem quando o fluxo de ar percorre o aparelho
fonador livre e continuamente, sem causar turbulência nem enfrentar obstrução temporária. A
emissão de uma vogal específica requer o posicionamento de várias partes do aparelho
fonador. A língua se move dentro da boca para frente e para trás, para cima e para baixo. Os
lábios podem ficar arredondados ou não. O véu que fica no fundo da boca pode ficar elevado
ou rebaixado, dessa forma, permitindo que parte do fluxo de ar saia pela cavidade nasal. A
combinação de todas essas possibilidades de posicionamento permite a produção de um
número indefinido de vogais. Detalharemos melhor essas possibilidades de posicionamento
do aparelho fonador que influem na emissão de vogais. Assim, estaremos descrevendo as
vogais do ponto de vista articulatório. A esse respeito Silva (1999, p. 66) afirma:
Quando pronunciamos uma vogal, a língua pode estar posicionada para frente da
cavidade bucal, pode ficar na parte mais central da boca ou recuar para o fundo na direção do
véu palatino. O deslocamento da língua nesse eixo horizontal é contínuo, mas os foneticistas
estabelecem três posições referenciais para a descrição das vogais: frontal, central e posterior.
A posição frontal é a mais avançada possível em direção à parte frontal da boca e a posterior,
a mais recuada possível em direção ao fundo da boca. A posição central fica entre a parte
frontal e a posterior. No eixo vertical, a língua se movimenta para cima e para baixo de forma
contínua. Quando a língua está rebaixada, o canal para a passagem do fluxo de ar se alarga.
Quando a língua se eleva em direção ao palato, o canal se estreita. Os foneticistas
estabelecem quatro posições referenciais da língua no eixo vertical do aparelho fonador:
fechada, semi-fechada, semi-aberta e aberta. A posição aberta corresponde ao máximo
rebaixamento da língua e, conseqüentemente, ao canal mais aberto para o fluxo de ar. A
posição fechada corresponde à máxima elevação da língua que não restringe o fluxo de ar.
Nessa posição, o canal para a passagem do fluxo de ar é o menor possível para a emissão de
vogais. O posicionamento dos lábios influi na pronuncia das vogais. Os foneticistas definem
duas posições referenciais nesse caso: arredondado e não arredondado, que correspondem a
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dois extremos de movimentação dos lábios. Na situação Não arredondados os lábios estão
relaxados em forma de amendoada. Na condição arredondada, os lábios se contraem criando
uma passagem arredondada para o fluxo de ar.
Para reforçar o que foi dito anteriormente vejamos o que Fiorin (2003) comentam
a respeito do assunto:
Se mapearmos todas as posições que o ápice da língua pode assumir enquanto faz
seus deslocamentos chegaremos a uma área cuja forma lembra um trapézio com a base menor
para baixo. É o que os foneticistas chamam de trapézio vocálico.
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1.2. Os símbolos fonéticos das vogais do Português brasileiro
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// Ocorre em palavras como: hora, cor, avó.
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// Ocorre em palavras como: hut, nuts, pump.
// Ocorre em palavras como: hot, lot, box.
// Ocorre em palavras como: food, looke, crew.
// Ocorre em palavras como: foot, lool, room.
// Ocorre em palavras como: soap, boat, rope.
// Ocorre em palavras como: Paul, bought, naught.
CAPITULO 2: UM ESTUDO COMPARATIVO DAS VOGAIS DO
INGLÊS E DO PORTUGUÊS
Em uma língua, existem valores sonoros diferentes para cada símbolo alfabético.
Por essa razão, a ortografia por si só, não nos dá uma orientação clara sobre a pronuncia da
língua e seus dialetos. Esses sons constituem a língua, a qual é definida por Saussure (1995, p.
22) como sendo “a parte social da linguagem, exterior ao individuo, que, por si só, não pode
nem cria-la nem modifica-la”. É, pois, distinta da fala, que é a realização concreta e individual
da língua.
O erro ou omissão de um dos fones que constitui uma dada língua pode acarretar
um processo de aquisição deficiente e, conseqüentemente, fazer com que o aluno de uma
língua estrangeira seja compreendido com dificuldades. Isso ocorre porque cada língua possui
o seu próprio sistema fonológico, suas regras, suas convenções, o erro fonético, a propósito se
configura em uma das interferências mais comuns no ensino-aprendizagem de uma língua
estrangeira, e acaba dificultando a competência oral e auditiva dos alunos. No caso de
estudantes brasileiros de língua inglesa uma das principais dificuldades que eles enfrentam é a
produção e compreensão dos sons vocálicos do inglês.
Na língua inglesa, o número de fonemas vocálicos é maior do que o número de
fonemas vocálicos do português, constituindo dessa forma um grande obstáculo para
estudantes brasileiros de língua inglesa, no que se refere a pronuncia dessas vogais.
Na língua portuguesa, podemos notar uma menor ocorrência de palavras
monossilábicas e uma média superior de sílabas por palavra, dessa forma o número de
fonemas vocálicos não precisa ser tão grande, dessa forma a diferença entre cada vogal pode
ser maior.
Por outro lado, na língua inglesa há uma grande ocorrência de palavras
monossilábicas tornando o inglês uma língua bastante econômica, exigindo um maior número
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de fonemas vocálicos para atender a essa maior demanda de um sistema com um número
reduzido combinações possíveis.
Portanto, devido ao grande número de fonemas vocálicos no sistema fonológico
da língua inglesa, a diferença entre cada fonema tende a ser mínima, o que requer uma maior
precisão auditiva por parte dos falantes dessa língua, tanto no reconhecimento quanto na
produção oral.
Podemos notar que devido ao fato de o inglês apresentar uma maior quantidade de
fonemas vocálicos e a diferença entre cada um ser muito pequena, constitui o principal
problema para aprendizes brasileiros de língua inglesa, tanto na produção oral como na
compreensão desses fonemas.
Faremos nesse capítulo uma descrição do sistema vocálico do inglês e do
português, e posteriormente será feito uma comparação entre os dois sistemas visando
explicitar os possíveis equívocos dos alunos na produção dos fonemas vocálicos da língua
inglesa.
// é a vogal anterior alta fechada. É produzida com a língua numa posição bem
alta e bem avançada, a boca quase fechada. Os lados da língua tocam firmemente os pré-
molares superiores. Os lábios ficam tensos. Em geral esse som é produzido com sensível
tensão dos músculos da face e da língua.
// é a vogal anterior alta aberta. É produzida com a língua um pouco mais baixa
e mais recuada do que na produção de //. Os lábios, a língua e a boca permanecem mais
relaxados.
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// Esta é a vogal anterior média fechada. Na produção dessa vogal a boca fica
mais aberta do que nas duas vogais anteriores. Há uma sensível tensão dos músculos da língua
e da boca. Os lados da língua tocam ligeiramente os lados dos pré-molares. Os lábios ficam
abertos e relaxados. Durante a produção desse som, a língua sobe e avança para uma posição
média, desenvolvendo um som ditongado.
// vogal anterior média aberta. É produzida com a língua numa posição anterior,
ligeiramente mais baixa do que a posição tomada para a produção de //, e sem tensão
articulatória. A língua não exerce nenhuma pressão; os lados da língua tocam ligeiramente os
lados dos pré-molares superiores. Os lábios tomam uma posição mais tensa.
// vogal anterior baixa fechada. É quase sempre produzida com a língua em posição de
repouso. Ou seja, a passagem pela qual o ar escapa é ampla e profunda, formada muita mais
pela posição de repouso da língua do que pelas paredes da boca.
// vogal central média. Esta vogal é produzida com os lábios entreabertos em
quase toda sua extensão, sem esforço nem tensão em parte alguma do aparelho fonador. A
língua fica em posição de repouso no centro da boca. Geralmente nem os lados nem a ponta
da língua tocam parte alguma da boca.
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// vogal central inferior. É articulada com o maxilar inferior numa posição mais
baixa do que ficaria numa posição normal de repouso. O maxilar fica tão abaixado que é
necessário um ligeiro esforço muscular. Como consequência, os lábios também ficam bem
separados. A ponta da língua toca um ponto tão baixo quanto possível e sua parte posterior,
em compensação ergue-se um pouco.
2.1.2.1. Distribuição das vogais centrais
// vogal posterior alta fechada. Sua produção exige tensão e esforço. Os lábios
se arredondam e projeta-se para frente o máximo possível. A ponta da língua retrai-se bem
para trás e não toca parte alguma, mas seus lados encostam firmemente, por certa extensão, ao
longo dos alvéolos superiores.
// vogal posterior alta aberta. É articulada com os lábios menos arredondados do
que para a produção da vogal // e sem nenhuma tensão muscular, nem na língua nem nos
lábios. A língua fica numa posição mais baixa, a boca um pouco mais aberta.
// vogal posterior média fechada. É produzida com os lábios menos
arredondados e com a boca um pouco mais aberta do que para a produção de // e com
tensão muscular na língua e na boca. Durante sua produção, a língua avança e sobe para a
posição de // desenvolvendo um som ditongado.
// vogal posterior baixa fechada. É produzida com os lábios um pouco
projetados para a frente e arredondados, apresentando contudo, o menor grau de
arredondamento dos lábios de todas as vogais posteriores. A boca fica bastante aberta e a
língua quase na mesma posição que para a produção de /a/, com a parte posterior ligeiramente
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A vogal // ocorre no início, no meio e no final de sílabas e de vocábulo.
Exemplo: ooze, pool, too.
A vogal // corre no início, no meio e no final de sílabas e somente no início e
no meio de vocábulo. Exemplo: good, oops, push.
A vogal /o/ ocorre no início, no meio e no final de sílabas e de vocábulo.
Exemplos: oak, scold, go.
// ocorre no início, no meio e no final de sílabas e de vocábulo. Exemplo: off, law, course.
O português possui sete fonemas vocálicos orais, sendo que três encontram-se na
posição anterior ou palatal: a alta anterior não-arredondada //, a média anterior não-
arredonda // e a média anterior não-arredondada //. Uma encontra-se na posição central:
a central baixa //. E três na posição posterior: a alta posterior arredondada //, a média
posterior arredondada // e a média posterior arredondada //.
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// vogal anterior média não-arredondada. É produzida também com o pré-dorso
da língua elevando-se para a região pré-palatal e com os bordos laterais da língua adaptando-
se à região alveolar dos molares superiores, mas o canal formado é ainda menos estreito do
que o formado para a produção da vogal // por onde passa a corrente do ar expirado. Os
lábios não se arredondam. Durante a produção da vogal, o palato mole acha-se levantado,
fazendo com que o ar escape apenas pela boca.
As vogais orais anteriores //, // e // ocorrem no início, no meio e no final de
sílabas e de vocábulo. Exemplos:
/i/ ilha, mil, aqui
/e/ mesa, verdade, você.
/3/ ela, mel, café.
O português tem somente uma vogal oral central. É a vogal central baixa /a/. Para
sua posição a língua toma uma forma horizontal, muito semelhante a que ela assume quando
respiramos em silêncio, com a boca entreaberta. A abertura bilabial é bem natural. A vogal
oral central /a/ é classificada por muitos lingüistas como vogal neutra.
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arredondam. A abertura do espaço bucal por onde passa a corrente de ar expirado é mínima.
Durante a produção da vogal o palato mole se acha levantado, fazendo com que a corrente de
ar escape apenas pela boca.
// vogal posterior média arredondada. Na sua produção, a língua conserva-se
numa posição normal de repouso, um tanto recuada. Os lábios arredondam-se um pouco
menos do que para a produção da vogal //. A abertura do espaço bucal por onde passa a
corrente do ar expirado é, conseqüentemente, também um pouco maior na produção da
vogal //, do que na da vogal //.
// vogal posterior média arredondada. Na sua produção língua recua ainda mais
do que para a produção da vogal //, conservando-se também em repouso. Os lábios se
arredondam um pouco menos ainda.
O estudante brasileiro não terá problemas em pronunciar a vogal alta fechada /i/
do inglês, pois esse fonema ocorre de forma semelhante na língua portuguesa como também
as duas vogais anteriores médias, // e /3/. Embora a vogal anterior média fechada //
apresente-se ditongado (semelhante a um ditongo) no inglês, e no português seja um fonema
de núcleo simples, dificilmente ocorrerá algum erro fonológico na produção desse fonema.
Entretanto, o inglês possui duas outras vogais, entretanto, o inglês possui duas outras vogais
anteriores que não encontram correspondentes no quadro dos fonemas da língua portuguesa: a
vogal anterior superior mais baixa // e a vogal anterior inferior //. Desse modo, existe a
possibilidade de ocorrência de erro fonológico. Os estudantes brasileiros tendem a substituir
esses dois fonemas pelos do português que lhes parecem mais próximos dentro da estrutura
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geral de sua própria língua. Assim, os alunos tendem a substituir a vogal anterior alta
aberta // pela vogal anterior alta /i/ do português. Desse modo, neutralizam o contraste
fonológico que existe entre pares mínimos como:
/i/ //
Beach bitch
Beat bit
Cheap chip
Eat it
Feel fill
Feet fit
Heat hit
Seat sit
Qualquer neutralização entre esses fonemas pode gerar um sério problema, uma
vez que os fonemas /i/ e // do inglês ocorrem com muita freqüência como único elemento
diferenciador.
Por outro lado, tendem também a substituir a vogal anterior baixa // do inglês
pela anterior média // do português. É bastante freqüente a ocorrência de erro fonológico
nesta área e, talvez seja um dos obstáculos mais árduos que um aluno brasileiro possa
encontrar, ao aprender os fonemas da língua inglesa. É muito difícil para um estudante
brasileiro ouvir e, consequentemente produzir a diferença existente as vogais de pares
mínimos como:
// /ae/
bed bad
beg bag
dead dad
end and
flesh flash
lend land
men man
met mat
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esses pares são freqüentemente pronunciados por estudantes brasileiros como se a primeira
vogal fosse sempre a anterior //.
Com relação à vogal central baixa // praticamente não existe a possibilidade de
ocorrer problemas de pronuncia uma vez que esse fonema encontra-se presente nas duas
línguas, mas pode haver erro fonológico quanto a vogal central média //, pois esse fonema
da língua inglesa não correspondente no sistema fonológico do português. Os estudantes
brasileiros tendem a substituir esse fonema pelo da sua própria língua que lhe pareça ser mais
próximo dentro da estrutura geral de sua língua. Neste caso, os alunos tendem a substituir //
ou pelo fonema // do português, levados em grande parte pela sugestão da grafia ou então
pelo fonema central inferior /a/ do português. Conseqüentemente os estudantes neutralizam o
contraste fonológico que existe entre os pares mínimos como:
// //
rub rab
duck dock
cup cop
but bot
cuff coffee
// //
bulk book
luck look
tuck took
No que diz respeito às vogais posteriores como: a vogal posterior alta fechada //
, a vogal posterior média // e a vogal posterior baixa // os estudantes brasileiros não terão
muita dificuldade em pronunciá-las, pois tais fonemas estão presentes nas duas línguas.
Embora a vogal alta fechada // do inglês seja produzida de forma mais tensa do que o
fonema // do português, o aluno brasileiro não terá problemas quanto a sua pronuncia.
Entretanto o inglês possui uma outra vogal posterior que não encontra correspondente no
quadro dos fonemas do português: a vogal posterior alta aberta //. Neste caso pode ocorrer
erro fonológico quanto a sua produção. Os estudantes tendem a substituir esse fonema pelo do
português que possa lhe parecer mais próximo dentro do quadro dos fonemas de sua própria
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língua, isto é tendem a substituir a vogal posterior alta // pela vogal posterior // do
português. Desse modo, eles neutralizam o único contraste que existe entre os pares mínimos
como:
// //
luke look
fool full
pool pull
stewed stood
// //
collar caller
cot caught
are or
farm form
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CAPITULO 3: SUGESTÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DA
PRONÚNCIA DAS VOGAIS DO INGLÊS PARA ALUNOS
BRASILEIROS.
1. Pratique o contraste entre os pares de frases. A primeira frase de cada par tem o
som // e a segunda tem o som // .
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1. Pratique o contraste entre // como em “see” e // como em sit. Escute e repita cada
par de palavra.
// //
1. eat it
2. each itch
3. reach rich
4. seat sit
5. feet fit
6. beat bit
7. heat hit
8. least list
9. deep dip
10. leap lip
2. pratique o contraste entre o som // como em cat e o som // como em met.
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3. Pratique os sons contrastivos nos pares de frases. A primeira frase de cada par tem os
som // e o segundo tem o som //. Escute e repita.
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4. Pratique os sons contrastivos entre // como em “not”, // como em “cat” e //
como em “met”.
5. Pratique os sons contrastivos nos pares de frases. A primeira frase de cada par tem o
som // e a segunda tem o som //. Escute e repita.
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6. Pratique os sons contrastivos entre // como em “up” com // como em “cat”.
7. Pratique os sons contrastivos nos pares de frases. A primeira frase de cada par tem o
som // e a segunda tem o som //. Escute e repita.
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8. Pratique os sons contrastivos entre // como em “all” com // como em “up”.
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9. Pratique os sons contrastivos nos pares de frases. A primeira frase de cada par tem o
som // e o segundo tem o som //. Escute e repita.
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10. Pratique os sons contrastivos entre som // como em “do” e o som // como em
book.
11. Pratique os sons contrastivos nos pares de frases. A primeira frase de cada para tem o
som // e o segundo tem o som //. Escute e repita.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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na âmbito da pronúncia. Afinal, com a afirmação da abordagem comunicativa, tornou-se hoje
muito relevante saber expressar-se oralmente na língua estrangeira, e não apenas os aspectos
instrumentais da nova língua.
No curso de nossas argumentações, iniciamos com uma breve análise de alguns
princípios básicos da Fonética e da Fonologia, ao que se seguiu a uma descrição das vogais do
inglês e das vogais orais do português e em seguida fizemos uma análise contrastiva entre os
dois sistemas vocálicos, através do qual mostramos a diferença entre esses dois sistemas e os
equívocos que os estudantes brasileiros cometem com relação à pronúncia das vogais do
inglês.
Como fechamento de nosso trabalho, selecionamos e apresentamos algumas
sugestões de exercícios com o fim de ajudar os professores e alunos de inglês na superação de
problemas de pronúncia nesse idioma.
Claro que não tivemos a mínima pretensão de estarmos apontando receitas
infalíveis ou apresentando formulas mágicas. Antes, nosso alvo foi apenas contribuir com a
promoção de um amplo debate entre os profissionais envolvidos nesse processo. Se isso, de
fato, ocorrer, estaremos plenamente satisfeitos pelo esforço despendido na elaboração deste
trabalho de pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1995.
FIORIN, José Luiz. Introdução à lingüística – Princípios de análise. 2. ed. São Paulo:
Contexto, 2003.
ROACH, Peter. English Phonetics and Phonology – A prctical course. 8. ed. Cambridge:
Cambridge University Press, 1989.
40
DUBOIS, Jean. Dicionário de lingüística. São Paulo: Cultrix, 1973.
ORION, Gertrude F. Pronouncing American English – Sounds, Stress, and Intonation. 2. ed.
New York: Heinle & Heinle Publishers, 1997.
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